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Centro (Rio de Janeiro)

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Centro (Rio de Janeiro)
Bairro do Rio de Janeiro
Centro do Rio de Janeiro
Área 572,31 ha (em 2003)
Fundação 23 de julho de 1981
Imigração predominante Portugal Portugal, Estrela de Davi Judeus, Síria Síria, Líbano,  China, Africanos
IDH 0,894 (em 2000)
Habitantes 41.142 (em 2010)
Domicílios 22.646 (em 2010)
Limites Catumbi, Cidade Nova, Gamboa, Glória, Lapa, Santa Teresa, Saúde e Santo Cristo
Distrito Centro
Subprefeitura Centro e Centro Histórico
Região Administrativa Centro
Mapa

O Centro do Rio de Janeiro é um bairro da Zona Central do município do Rio de Janeiro, no Brasil. Apesar de possuir edifícios residenciais, o bairro é predominantemente comercial e turístico. Abriga a maior concentração de edifícios financeiros e de escritórios da cidade, além da maioria das sedes do poder público. Possui desde prédios históricos até modernos arranha-céus. Seus limites incluem sub-bairros e regiões como Santa Rita, Candelária, Central do Brasil, Praça Onze, Santana, Senado, Cruz Vermelha, Tiradentes, Bairro de Fátima, Castelo, Buraco do Lume, Cinelândia, Carioca, Livramento, Praça XV, Saara e Uruguaiana; além das ilhas das Cobras, Fiscal, de Villegaignon e das Enxadas, e o Aeroporto Santos Dumont. Seu índice de qualidade de vida, no ano 2000, era de 0,894: o 32º melhor entre 126 bairros da cidade, sendo considerado alto.[1]

Desde 1763, quando a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro foi elevada à condição de sede administrativa da colônia do Brasil, até 1960, quando a cidade perdeu a condição de estar em um Distrito Federal[2], o Centro foi o palco de algumas das mais importantes decisões e eventos da história do país. Estruturas arquitetônicas desse passado persistem até hoje, tendo se convertido em importantes atrações turísticas.

A história documentada do bairro começou em 1567, quando os 120 portugueses que haviam fundado a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro dois anos antes, no Morro Cara de Cão, se transferiram para o Morro do Castelo, que oferecia melhores condições de expansão para a cidade.[3] A partir desse morro, a cidade se expandiu nos séculos seguintes, passando a ocupar toda a área atualmente chamada de Centro.

Em 1780, o Rio de Janeiro estava dividido em quatro freguesias urbanas: São Sebastião (criada em 1569, 4 anos após a fundação da cidade), a sede no Morro do Castelo; Freguesia da Candelária (criada em 1621 segundo algumas fontes, em 1624 segundo outras); Freguesia de São José e Freguesia de Santa Rita (ambas criadas em 1721), além das freguesias rurais.[4][5] Posteriormente, por desmembramentos, foram criadas as freguesias de Santana, Sacramento, Santo Antônio (1854) e Espírito Santo (1865).[6]

Ao centro da imagem, a Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro. À direita no alto, o edifício sede da Petrobras.

Em 1921, visando à preparação da festa em comemoração ao centenário da independência brasileira, o Morro do Castelo foi derrubado, dando lugar à atual região do Castelo.

Revitalização

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A partir de 1980, o Centro entrou em um declínio socieconômico com o início da "euforia" imobiliária da Barra da Tijuca; mas, desde 2009, o Centro vem passando por um intenso e rápido processo de valorização e revitalização através do programa Porto Maravilha, comandado pela prefeitura e com apoio do Ministério das Cidades e do setor privado. Preterido em favor da Zona Sul da cidade durante a maior parte do século XX, passou a receber crescentes investimentos por parte de empreendedores do mercado imobiliário. Tem assistido a um grande número de obras de restauração e de modernização de velhos edifícios, bem como à construção de novos edifícios, visando, entre outros motivos, a superar seu atual deficit na hotelaria.

Centro do Rio com o Aterro do Flamengo em primeiro plano.
Vista aérea do Centro: à esquerda, o Teatro Municipal do Rio de Janeiro

Não limita com as zonas Norte e Sul da cidade, sendo limitado em todos os lados por bairros centrais (com exceção da baía de Guanabara). Seus bairros vizinhos são: Catumbi, Cidade Nova, Gamboa, Glória, Lapa, Santa Teresa, Saúde e Santo Cristo.

Naturalmente, é uma grande área plana com alguns morros baixos. Seu litoral original não existe mais, devido a diversos e graduais aterros, principalmente para a modelação atual do Porto do Rio de Janeiro. É cortado pela Avenida Presidente Vargas, Avenida Rio Branco e Avenida Rodrigues Alves, que atualmente está em uma drástica transformação urbana devido à demolição do Elevado da Perimetral.

A delimitação do bairro Centro, Código 005, segundo o Decreto 5 280, de 23 de Agosto de 1985, é: "Da Baía de Guanabara no Cais do Porto (incluindo o Píer Mauá); daí, seguindo pela Praça Mauá (incluída); Rua do Acre, Rua Leandro Martins, Rua dos Andradas (até o seu final), Rua Júlia Lopes de Almeida, Rua da Conceição, Rua Senador Pompeu, Rua Camerino, Praça dos Estivadores, Rua Barão de São Félix (todas incluídas); daí, pela Rua Alfredo Dolabela Portela (excluída), atravessando a Rua Senador Pompeu, ao Ramal Principal da RFFSA e, pelo leito deste, até o Viaduto São Sebastião; por este (excluído) até a Avenida Salvador de Sá; por esta (incluída) até a Rua Frei Caneca; por esta (incluída) até a Rua Riachuelo; por esta (incluída); Rua Costa Bastos, Rua Cardeal Dom Sebastião Leme e Rua Monte Alegre (todas excluídas), Rua Riachuelo (incluída) até a Praça Cardeal Câmara (antigo Largo dos Pracinhas), Rua Evaristo da Veiga, Rua Joaquim Silva e Rua Conde de Lages (todas incluídas); por esta, até a Rua da Glória; por esta (excluída, excluindo o Largo da Glória) até a esquina da Rua da Lapa (incluída) com a Avenida Augusto Severo; por este (excluída) até a esquina da Rua Teixeira de Freitas; daí, pelo eixo da Rua Mestre Valentim, em linha reta, ao Obelisco da Avenida Rio Branco; deste alinhamento, em ângulo noventa graus, até a Avenida Beira Mar; por esta (incluída) até a Praça Senador Salgado Filho; por esta (incluída) até a Avenida Almirante Sílvio de Noronha; por esta (incluída), no seu primeiro alinhamento, ao mar (excluindo todo o Parque do Flamengo); daí, pela orla marítima, até o Píer Mauá, ponto de partida, incluindo sob sua jurisdição as ilhas de Vilegaignon, Fiscal, das Cobras e das Enxadas." - Saturnino Braga; decreto de delimitação data de 23 de agosto de 1985[7].

Em 2012, uma larga porção do bairro passou a constituir o bairro próprio da Lapa[8].

Transporte urbano

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Devido ao grande número de moradores de várias partes da área metropolitana que trabalham no núcleo,[9] o Centro é servido por linhas urbanas municipais e intermunicipais de ônibus, vans, trens, metrô e barcas que o ligam diretamente (havendo também casos em que o usuário pode fazer integração com o Bilhete Único ou por outros meios, como baldeações gratuitas dentro de estações)[10] aos bairros das zonas Sul, Norte e Oeste do município do Rio, bem como aos principais bairros dos municípios de Duque de Caxias, São João de Meriti, Belford Roxo, Nilópolis, Mesquita, Nova Iguaçu, Queimados, Japeri, Paracambi, Seropédica, Itaguaí, Magé, Guapimirim, Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá, Tanguá, Rio Bonito e Cachoeiras de Macacu, integrando toda a metrópole à Zona Central da capital.[11][12][13][14][15][16][17][18][19][20]

Chafariz do Mestre Valentim, na Praça 15 de Novembro

No Centro, localizam-se alguns monumentos e edifícios famosos, como o Cinema Odeon, o Teatro Municipal, o Chafariz Mestre Valentim, o Palácio Tiradentes - sede da câmara de deputados estaduais, o Palácio Duque de Caxias, a Biblioteca Nacional do Brasil (fundada por Dom João VI), a Estação Central de Metrô e Trem e tantos outros que se destacam na paisagem histórica, arquitetônica e cultural do Rio de Janeiro. Possui atualmente 23 instituições museológicas, liderando a lista de bairros cariocas com mais opções de cultura.

São inúmeras as igrejas históricas localizadas no bairro. Dentre as mais conhecidas, podemos citar: a Igreja de Nossa Senhora do Monte Serreado, anexa ao Mosteiro de São Bento, a Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo, a Igreja de Santa Cruz dos Militares, as igrejas de Santo Antônio e da Ordem Terceira de São Francisco anexas ao Convento de Santo Antônio, a Capela do Menino Deus, a Igreja de Nossa Senhora da Candelária, a Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, a Igreja de Santa Rita de Cássia, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, a Igreja de Santa Luzia, a Igreja de São José, a Igreja da Ordem Terceira do Carmo, entre outras.

Largo da Carioca: ao fundo, o Convento de Santo Antônio
Vista do Centro do Rio de Janeiro a partir da Baía de Guanabara
Vista aérea de edifícios do centro do Rio

É um bairro de grande interesse turístico, mormente para aqueles que têm curiosidade sobre o Brasil Colônia e o Império do Brasil. Na região, ficam o Paço Imperial e o Convento do Carmo, que é a única edificação das Américas onde morreu uma monarca europeia, a rainha de Portugal Dona Maria I, a Louca, e o Museu Histórico Nacional, um dos maiores e mais antigos do país.

Além de antiguidades, possui também algumas preciosidades do modernismo, como o Edifício Gustavo Capanema, projetado por Le Corbusier, Niemeyer e Lúcio Costa entre outros, com seus azulejos e afrescos interiores de Portinari.

No Centro, estão instalados os maiores campi das maiores universidades e institutos do país:

Possui ativo mercado imobiliário, atrações turísticas, ótima gastronomia e excelentes opções para quem gosta de comprar, seja em lojas de rua ou em centros comerciais para este fim, como é o caso dos shoppings Avenida Central, Paço do Ouvidor e Vertical. Sedia grandes empresas como a Petrobras, a Vale e a Embratel.

O bairro possui apenas uma grande área verde: o Campo de Santana.

Logradouros principais

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O Centro, devido a seu tamanho, possui atualmente subdivisões internas não oficiais que servem como função de localização espacial. Os limites entre estas não estão, por vezes, muito bem definidos.

Referências

  1. Tabela 1172 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH), por ordem de IDH, segundo os bairros ou grupo de bairros - 2000
  2. http://vestibular.uol.com.br/ultnot/resumos/ult2770u10.jhtm
  3. http://www.feth.ggf.br/origem%20do%20rio%20de%20janeiro.htm
  4. Memórias do Urbanismo na cidade do Rio de Janeiro - 1778-1878, Lúcia Silva, Rio de Janeiro, 1963, FAPERJ, página 29
  5. Gilmar Machado de Almeida (2011). «Dos Mananciais Para as Freguesias: a distribuição da água no espaço urbano do Rio de Janeiro no decênio 1850-1860» (PDF). 13 páginas. Consultado em 29 de maio de 2013 
  6. Cláudia de Paula Honorato (2008). «Valongo: o mercado dee scravos do Rio de Janeiro, 1758-1831» (PDF). p. 25. Consultado em 29 de maio de 2013 
  7. Breve relato sobre a Formação das Divisões Administrativas na Cidade do Rio de Janeiro - Período de 1961 a 2007.
  8. Legislação - lei ordinária. Site da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Disponível em http://www.camara.rj.gov.br/controle.php?m1=legislacao&m2=leg_municipal&m3=leiord&url=http://mail.camara.rj.gov.br/APL/Legislativos/contlei.nsf/LeiOrdIntsup?OpenForm. Acesso em 5 de agosto de 2012.
  9. http://abep.org.br/xxencontro/files/_paper/608-308.pdf
  10. https://site.riobilheteunico.com.br/bilhete-unico-intermunicipal/
  11. https://www.researchgate.net/figure/Densidade-de-linhas-de-onibus-intermunicipais-com-direcao-ao-Rio-de-Janeiro_fig1_342562903
  12. https://coronavirus.ufrj.br/wp-content/uploads/sites/5/2020/06/Nota-Te%CC%81cnica_Coppe-Mobilidade-e-Covid19-para-a-Setrans_RJ_VF.pdf
  13. http://www.detro.rj.gov.br/operacao/vans-intermunicipais
  14. http://www.rioterminais.com.br/terminal-americo-fontenelle
  15. http://www.rioterminais.com.br/terminal-menezes-cortes
  16. https://setrerj.org.br/
  17. https://www.terminalcastelo.com/2017/10/vans-regiao-metropolitana-horarios.html
  18. https://www.supervia.com.br/pt-br/mapa-de-linhas
  19. https://www.metrorio.com.br/
  20. http://www.grupoccr.com.br/barcas/linhas-horarios-tarifas

Ligações externas

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