Conflito bandoleiro na Nigéria
O conflito bandoleiro no noroeste da Nigéria é um conflito em andamento entre o governo do país e várias gangues e milícias étnicas. Começando em 2011, a insegurança resultante pelo conflito entre os grupos étnicos Fulani e Hausa criou uma janela de oportunidade para a formação e enraizamento de grupos criminais e jihadistas na região.
Origem
[editar | editar código-fonte]A origem do conflito bandoleiro pode ser traçada ao conflito entre agricultores e pastorialistas que atravessam a Nigéria. O declínio ambiental que resulta na escassez de água e terra arável levou à intensa competição entre comunidades por esses recursos limitados. Desemprego, pobreza em larga escala e um governo local fraco possibilitaram um crescente setor de pessoas desesperadas transitando por atividades criminais para ganhar uma renda. Grandes áreas de florestas possibilitam esconderijos e a formação de campos para os grupos. As forças de segurança tem sido incapazes de acessar essas áreas cobertas.[1]
Intensificação
[editar | editar código-fonte]A insegurança, desertificação, e uma possível influência jihadistas tornaram possível uma ascensão de ataques na região. Tráfico de armas em larga escala possibilitaram o acesso de armas pesadas por parte de grupos criminosos, insentificando as fatalidades resultantes dos ataques. Forças de segurança locais e federais sub-equipadas, em adição às dificuldades de locomoção no terreno, fazem das ações de ofensiva na floresta perigosas e suscetíveis a emboscadas. A inabilidade do governo em lidar efetivamente com o problema possibilitou o crescimento da região de atuação desses grupos.[2]
Sequestros
[editar | editar código-fonte]Bandoleiros na Nigéria possuem vários meios de conseguir dinheiro. Eles invadem cidades e vilarejos em motocicletas para realizar saques e sequestros, matando as pessoas que resistem. Sequestros são uma das operações mais lucrativas desses grupos, chegando à cobrar milhões de nairas pelo resgato. Entre 2011 e 2020, os nigerianos tiveram que pagar pelo menos 18 milhões para libertar familiares e amigos.[3][4]
Tráfico de armas
[editar | editar código-fonte]Armas ilegais são prevalente no noroeste da Nigéria, grupos bandoleiros também controlam minas de ouro, cuja produção usam para comprar mais armas no mercade interno e internacional.[5] Se estima a existência de 60.000 armas ilegais em circulação no noroeste da Nigéria. A fronteira norte da Nigéria tem uma fraca segurança, com apenas 1,950 policiais em toda fronteira, o que facilita o tráfico na região.[carece de fontes]
Beligerantes
[editar | editar código-fonte]Apenas no estado de Zamfara existem pelo menos 30.000 membros de grupos bandoleiros e 100 campos.[6]
Refugiados
[editar | editar código-fonte]Pelo menos 247,000 foram deslocadas e 120 vilas foram destruindo pela atividade bandoleira na região noroeste da Nigéria.[7] Pelo menos 77.000 dos deslocados foram forçados para a região Maradi no Niger onde ataques através da fronteira continuam. Pelo menos 11.320 refugiados foram realocados com sucesso.[8]
Linha do tempo
[editar | editar código-fonte]Operações do governo nigeriano
[editar | editar código-fonte]Operação Harbin Kunama
[editar | editar código-fonte]Em 8 de julho de 2016, o presidente Muhammadu Buhari anunciou que as forças armadas da Nigéria lançariam uma operação militar nomeada Operação Harbin Kunama, a operação seria realizada por 223 batalhões blindados da 1 Divisão Mecanizada.[9][10] A operação tinha como alvo grupos bandoleiros na floresta de Dansadau. Nos dias anteriores ao anúncio, os comboios carregaram equipamentos militares para o estado de Zamfara, incluindo tanques e veículos blindados de combate.[11] A primeira ação seria realizada dias depois.[12]
Operação Sharan Daji
[editar | editar código-fonte]Começando no início de 2016, a Operação Sharon Daji foi uma operação militar realizada pelas forças armadas nigerianas contra os grupos bandoleiros. Foi conduzida por 31 brigadas de artilharia e 2 batalhões da 1 divisão mecanizada. Em março de 2016, 35 bandoleiros foram morrtos, 36 armas tomadas, 6,009 animais recuperados, 49 campos bandoleiros foram destruidos, e 38 bandoleiros capturados.[13]
Operação Accord
[editar | editar código-fonte]Em 5 de junho, 2020, as forças armadas da Nigéria lançaram a operação Accord, estabelecendo a Joint Task Force de vigilantes e tropas do 312 regimento de artilharia. Uma ofensiva aérea e terrestre lançada no mesmo dia anunciou a morte de 70 bandoleiros.[14] A operação resultou na destruição de múltiplos campos bandoleiros.[15]
Grandes ataques bandoleiros
[editar | editar código-fonte]2020
[editar | editar código-fonte]- 18 de abril, ataque em Katsina
- 11 de dezembro, sequestros em Kankara
2021
[editar | editar código-fonte]- 24–25 de fevereiro , ataques em Kaduna and Katsina
- 26 de fevereiro, sequestros em Zamfara
- 11 de março, sequestros em Afaka
- 20 de abril, sequestros na Greenfield University
- 3 de junho, massacre em Kebbi
- 11–12 de junho, ataque em Zurmi
- 14 de junho, seuquestros em Kebbi
- 5 de julho, sequestros em Chikun
2022
[editar | editar código-fonte]- Massacre em Zamfara - ocorrido na primeira semana de janeiro, estima-se que 200 pessoas foram assassinadas e 10.000 estão deslocadas após um ataque bandoleiro, que por sua vez foi realizado após um ofensiva militar aéres contra os campos bandoleiros. [16]
Notas
[editar | editar código-fonte]- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Nigerian bandit conflict».
Referências
- ↑ «Combating Banditry in Northwest Nigeria». American Security Project. Consultado em 27 de julho de 2021
- ↑ «Why insurgent and bandit attacks are intensifying in Nigeria». TRTworld. 7 de maio de 2021. Consultado em 27 de julho de 2021
- ↑ «Inside a Nigerian Bandit Camp». VOA. 28 de fevereiro de 2021. Consultado em 28 de julho de 2021
- ↑ «Katsina: The motorcycle bandits terrorising northern Nigeria». BBC. 5 de julho de 2020. Consultado em 29 de julho de 2021
- ↑ «Small Arms Proliferate in Nigeria». 14 North. Consultado em 18 de agosto de 2021
- ↑ «30,000 bandits terrorising my state, says Gov Matawalle». The Nation. 3 de abril de 2021. Consultado em 18 de agosto de 2021
- ↑ «The Growing Threat of Armed Banditry in North-West Nigeria». StrifeBlog. 8 de janeiro de 2021. Consultado em 27 de julho de 2021
- ↑ «Surging violence in Nigeria drives displacement to Niger». UNHCR. Consultado em 29 de julho de 2021
- ↑ «223 Armoured Battalion». Who was in command
- ↑ «Buhari Launches Army Operation Against Armed Bandits, Others In Zamfara». Information Nigeria. 14 de julho de 2016. Consultado em 26 de novembro de 2021
- ↑ «Operation Harbin Kunama as welcome relief». Daily Trust. Consultado em 26 de novembro de 2021
- ↑ «Troops kill 11 gunmen, two terrorists in Zamfara, Borno». the guardian. 18 de julho de 2016. Consultado em 26 de novembro de 2021
- ↑ «35 bandits killed, 39 others arrested in North-East – Nigerian Army». Premium times. 19 de março de 2016. Consultado em 29 de novembro de 2021
- ↑ «Troops of Operation Accord kill 70 bandits in Kachia forest – DHQ». the guardian. 6 de junho de 2020. Consultado em 26 de novembro de 2021
- ↑ Ayandele, Olajumoke. «Confronting Nigeria's Kaduna Crisis». Africa center for strategic studies. Consultado em 26 de novembro de 2021
- ↑ «Confronting Nigeria's Kaduna Crisis». At least 200 dead in bandit attacks in northwest Nigeria. Consultado em 9 de janeiro de 2022