Distrito Industrial de Marabá
Nome local |
Industrial |
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País | |
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Município | |
Unidade federativa |
Estatuto |
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Fundação |
1988 (36 anos) |
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Industrial, ou oficialmente Distrito Industrial de Marabá, é um núcleo urbano do município de Marabá, sendo um dos seis componentes do distrito-sede marabaense. No ano de 2000, a prefeitura de Marabá estimou sua população em 2886 habitantes. É o menos populoso núcleo urbano de Marabá.[1]
Tem como característica peculiar a alta concentração industrial em sua grade urbana. Suas industrias produzem principalmente ferro-gusa, aço e móveis.[2]
Formou-se na década de 1980 particularmente como uma área industrial, para abrigar as industrias metal-mecânicas de Marabá. Embora ainda concentre grandes estruturas industriais, abriga unidades residenciais e estruturas de entretenimento e lazer que servem ao município de Marabá. Desde 2018, configura-se como um núcleo urbano.[3]
História
[editar | editar código-fonte]O Industrial surgiu através do planejamento e gestão da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Pará (CDI), que pretendia interiorizar o parque industrial do estado. Foi instalado em 1986 numa área de 1.300 hectares, para criar a base de um polo metalúrgico na região.[4]
Décadas de 1980 e 1990
[editar | editar código-fonte]Embora criado essencialmente para abrigar industrias metalúrgicas, suas primeiras estruturas a funcionarem regularmente foram as de corte de madeira e de logística. Os pátios de abastecimento, manobra e manutenção de equipamentos ferroviários, além da estação ferroviária municipal, foram as primeiras estruturas a funcionar no núcleo.[5]
O Setor Industrial (espécie de bairro do núcleo) contava apenas com duas indústrias instaladas em sua área, a Cosipar e a Simara, mas a partir da década de 2000, uma grande massa de investimentos foi aplicada para ampliação do parque industrial. Em pouco tempo muitas indústrias se fixaram no local.[6]
Outras cadeias industriais (madeireira/moveleira e agroindustrial), não necessariamente ligadas à metalurgia, migraram para o Industrial a partir da metade da década de 1990, instalando-se ao longo da rodovia BR-155 (que corta o núcleo), e no "bairro" Setor Ferroviário.[4]
Na década de 1990 foi instalado no Industrial áreas destinadas ao entretenimento e ao lazer. O núcleo passou a sediar, em 1999, o Parque de Exposições Agropecuárias de Marabá, onde se realiza a Expoama,[7] recebendo anteriormente também as estruturas do Kartódromo de Marabá. Neste período foi inaugurado o Parque Zoobotânico de Marabá em uma área de preservação ambiental do núcleo para conservação de fauna e flora.
Década de 2000: crise do setor sídero-metalúrgico
[editar | editar código-fonte]Desde o estouro da Grande Recessão no Brasil em 2008, Marabá sofreu um processo de desindustrialização. O parque industrial da cidade, localizado no núcleo, que chegou a ter 11 grandes metalúrgicas funcionando com capacidade plena em janeiro de 2008, chegou a julho de 2009 com somente uma das empresas operando regularmente. Os principais mercados consumidores da gusa e do aço do município, os Estados Unidos, o Japão e a China, reduziram sua demanda e forçaram as empresas a dar férias coletivas aos funcionários.[8][9]
O maior rigor na aplicabilidade das legislações ambiental e trabalhista, coincidiu no momento de maior fragilidade do setor sidero-metalúrgico de Marabá.[10] O setor, que dependia de grandes quantidades de carvão vegetal para manter seus fornos funcionando,[11] contribuía para a grande taxa de desflorestamento na Amazônia,[8][12] além de ser conivente em relação ao trabalho escravo nas propriedades rurais produtoras de carvão, permanecendo com tais práticas mesmo após seguidas denúncias.[13] Grandes operações do IBAMA e do MTE foram realizadas entre 2008 e 2011 resultando no fechamento por irregularidades de 8 das 11 indústrias. Em dezembro de 2012 estavam em operação somente as sídero-metalúrgicas Ibérica, Sinobras e Sidepar.[14]
Década de 2010
[editar | editar código-fonte]Desde 2010 o Industrial passou a abrigar estruturas residenciais organizadas, pois embora houvesse residentes dentro de sua área, estes não aglomeravam-se em uma bairro propriamente dito. Loteamentos residenciais foram instalados ás margens da BR-155, dando ao núcleo contornos residenciais.
Grade urbana
[editar | editar código-fonte]Em seu planejamento inicial, a grade urbana do Industrial deveria compor-se de áreas industrias (atual Setor Industrial), de logística (atual Setor Ferroviário) e de conservação ambiental, todas alojadas em torno da rodovia BR-155 e da Estrada de Ferro Carajás.[15]
As áreas de conservação ambiental serviriam para permitir um ambiente mais aprazível ao núcleo e para servir como áreas de contenção demográfica entre o Industrial e a Nova Marabá.[3] Houve relativo sucesso neste último propósito, pois não ocorreram invasões ou ocupações desordenadas nos Setores Ferroviário e Industrial.
Desde o Plano Diretor Municipal de 2006, o Industrial absorveu as áreas do Setor Ferroviário e as áreas ao longo da BR-155 até o limite como o bairro do Entroncamento (popularmente conhecido como KM-06) no núcleo urbano da Nova Marabá. Pelo Plano Diretor de 2006, não recebeu a categoria de "distrito de expansão",[3] mas desde 2010 áreas residenciais instalaram-se neste caracterizando uma provável mudança em sua categoria. A revisão do plano diretor de 2018 o confirmou como um núcleo urbano.[16]
Não há um partição em bairros no Industrial, entretanto observa-se uma clara separação entre as áreas deste, sendo três as principais:[15]
- Setor Industrial – onde se localiza o parque metalúrgico, o Parque Zoobotânico e o Kartódromo.
- Setor Ferroviário – no entorno da estação ferroviária municipal, onde se localiza os equipamentos ferroviários, o Parque de Exposições e as indústrias moveleiras e agroindustriais.
- Setor Residencial – de frente para o Setor Ferroviário e ao lado do Parque Zoobotânico de Marabá, onde encontram-se os loteamentos residenciais, além de unidades industrias diversas nas proximidades.
Referências
- ↑ Almeida, José Jonas (2008). A cidade de Marabá sob o impacto dos projetos governamentais. [S.l.]: USP
- ↑ Agência Sebrae de Notícias. «Moveleiros de Marabá serão remanejados para o Distrito Industrial». Consultado em 22 de Outubro de 2010. Arquivado do original em 9 de novembro de 2010
- ↑ a b c «Relatório de Avaliação de PDP – Município de Marabá» (PDF). Ministério das Cidades
- ↑ a b Marabá On Line. «Distrito Industrial». Consultado em 26 de Agosto de 2010. Arquivado do original em 31 de dezembro de 2012
- ↑ «Histórico – EFC». Ministério dos Transportes. Consultado em 1 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 1 de julho de 2013
- ↑ «Siderurgia em carajás - 20 anos de destruição». Controvérsia
- ↑ «História da exposição». Sindicato dos Produtores Rurais: Imprensa Expoama. Julho de 2010. Consultado em 8 de outubro de 2010. Arquivado do original em 18 de setembro de 2011
- ↑ a b «Viagem a Canaã». A pública. Consultado em 1 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 17 de maio de 2014
- ↑ «Setor guseiro de Marabá-PA em crise». Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Petroquímicas do Estado do Paraná. Consultado em 1 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 17 de maio de 2014
- ↑ «Repressão ao carvão ilegal em Carajás causa onda de ilegalidade na cadeia de produção». CartaCapital
- ↑ «Marabá: Siderúrgicas já falam em férias coletivas». Fórum Carajás. Consultado em 1 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 22 de abril de 2013
- ↑ «Slaves in Amazon Forced to Make Material Used in Cars (Update2)» (em inglês). Bloomberg
- ↑ «Siderúrgica mantinha 150 trabalhadores em condições de escravidão no Pará». Portal Amazônia. Consultado em 1 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 24 de abril de 2013
- ↑ «Ibama embarga siderúrgicas acusadas de trabalho escravo e devastação no Pará». Estadão
- ↑ a b «Lei Nº. 17.213 de 09 de Outubro de 2006: Institui o Plano Diretor Participativo do Município de Marabá, cria o Conselho Gestor do Plano Diretor e dá outras providências.» (PDF). Secretaria de Estado de Integração Regional, Desenvolvimento Urbano e Metropolitano
- ↑ Câmara Municipal de Marabá (29 de março de 2018). «Lei Nº. 17.846 de 29 de março de 2018: Dispõe sobre a revisão do Plano Diretor Participativo do Município de Marabá, instituído pela Lei Municipal Nº. 17.213 de 09 de outubro de 2006, e dá outras providências.» (PDF). Prefeitura Municipal de Marabá