Estação Ferroviária de Ponte de Sor
Ponte de Sôr
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Identificação: | 55293 PSR (Ponte de Sôr)[1] | ||||||||||
Denominação: | Estação de Ponte de Sôr | ||||||||||
Classificação: | E (estação)[1] | ||||||||||
Linha(s): | Linha do Leste (PK 163+242) | ||||||||||
Coordenadas: | |||||||||||
39° 15′ 55,87″ N, 8° 00′ 46,94″ O | |||||||||||
Município: | Ponte de Sor Ponte de Sor | ||||||||||
Serviços: | |||||||||||
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Diagrama: | |||||||||||
Bemposta (Sentido Abrantes) Ponte de Sor Torre das Vargens (Sentido Badajoz) | |||||||||||
Website: |
A Estação Ferroviária de Ponte de Sor (tradicionalmente grafado pela C.P. como Ponte de Sôr mesmo após 1945[1]) é uma interface da Linha do Leste, que serve a localidade de Ponte de Sor, no distrito de Portalegre, em Portugal.
Descrição
[editar | editar código-fonte]Localização
[editar | editar código-fonte]Encontra-se junto ao Largo da Estação, na localidade de Ponte de Sor.[2]
Infraestrutura
[editar | editar código-fonte]Segundo o Directório da Rede 2012, publicado pela Rede Ferroviária Nacional em Janeiro de 2011, a estação de Ponte de Sor tinha duas vias de circulação, ambas com 430 m de comprimento, e duas plataformas, com 154 e 124 m de extensão, e 35 e 40 cm de altura.[3]
Azulejos
[editar | editar código-fonte]O edifício da estação está decorado com azulejos, do tipo de padrão.[4]
História
[editar | editar código-fonte]Planeamento e inauguração
[editar | editar código-fonte]Na década de 1850, iniciou-se o planeamento para a construção de um caminho de ferro que ligasse Lisboa a Badajoz, tendo uma portaria de 6 de Novembro de 1854 criado uma comissão para determinar o traçado da linha férrea, nos pontos em que passaria o Rio Tejo e entraria na fronteira espanhola.[5] No relatório da comissão, apresentado em 9 de Janeiro de 1855, uma das opções para o local onde atravessar o Tejo era cerca de 8 Km acima de Santarém, podendo depois a via férrea subir até à Chamusca e atravessar a planície até Ponte de Sor.[5] Os estudos para o percurso completo da linha foram feitos pelo engenheiro Rumball, que apresentou três propostas em Agosto de 1855, tendo sido escolhida a terceira, que fazia a linha férrea passar por Ponte de Sôr.[6][7] Segundo Rumball, a via férrea deixaria Abrantes pelo vale do Rio Torto, onde o terreno atingia o seu maior ponto no Alto do Padrão, descendo depois até Ponte de Sôr.[6] Depois de Ponte de Sôr, a linha atravessaria a Ribeira de Seda e continuaria no sentido de Elvas.[6]
Em 1856, o engenheiro Wattier também foi encarregado de analisar o futuro traçado da linha para Badajoz, onde apresentou uma proposta semelhante à de Rumball, com a via férrea a cruzar o Rio Sor perto da aldeia de Torres, a sete quilómetros de Ponte de Sôr.[6]
A estação de Ponte de Sor está inserida no lanço entre Abrantes e Crato da Linha do Leste, que foi aberto pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses em 6 de Março de 1863.[8]
Ligação planeada a Évora e a Lisboa
[editar | editar código-fonte]Em 14 de Setembro de 1863, foi concluída a linha férrea até Évora,[9] e no ano seguinte o governo assinou um contrato com a Companhia dos Caminhos de Ferro do Sueste, para que esta prolongasse a sua linha até ao Crato, na Caminho de Ferro do Leste, de forma a unir as duas redes.[10] Com a continuação das linhas do Leste e de Évora, foram mudados os planos para a ligação entre as duas linhas, que deveria ser feita através de duas vias férreas, uma até Elvas e a outra até Chança ou Ponte de Sor.[10] O ponto de bifurcação foi fixado em Ponte de Sor pela comissão técnica de 1898, devendo a linha partir de Évora e passar por Arraiolos.[10] Assim, a linha de Évora a Ponte de Sor foi introduzida pelo Plano da Rede ao Sul do Tejo, publicado em 15 de Maio de 1899.[11] No entanto, a linha só foi inaugurada até Mora, em 11 de Julho de 1908, sem ter chegado a ser concluída.[12]
Já em 1930, o Decreto n.º 18:190, de 28 de Março, introduziu vários projectos ferroviários, incluindo um, denominado de Linha do Sorraia, em bitola larga, que se iniciava nesta estação e terminava em Lisboa, passando por Couço, Quinta Grande, e Alcochete, com uma ligação ao Ramal do Montijo; o Rio Tejo seria atravessado pela Ponte de Montijo, de grandes dimensões.[13][14]
Século XX
[editar | editar código-fonte]Em 1913, existia um serviço de diligências ligando a estação à localidade de Ponte de Sor.[15]
Em 1934, a Junta Autónoma das Estradas realizou um concurso para a construção de um ramal da Estrada Nacional 83-2ª, de forma a servir as estações de Ponte de Sor e Bemposta.[16]
Século XXI
[editar | editar código-fonte]Os serviços ferroviários de passageiros foram encerrados em Janeiro de 2012,[17] tendo sido retomados, de forma provisória, em 25 de Setembro de 2015.[18]
No dia 29 de agosto de 2017, os serviços regionais diários entre Entroncamento e Badajoz foram retomados, sendo que o anterior horário de sexta e domingo foi anulado.[19]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Comboios de Portugal
- Infraestruturas de Portugal
- Transporte ferroviário em Portugal
- História do transporte ferroviário em Portugal
Referências
- ↑ a b c (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
- ↑ «Ponte de Sôr - Linha do Leste». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 29 de Julho de 2016
- ↑ «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85
- ↑ SAPORITI, 2006:288
- ↑ a b ABRAGÃO, Frederico (1 de Abril de 1956). «No Centenário dos Caminhos de Ferro em Portugal» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 69 (1639). p. 172-177. Consultado em 23 de Outubro de 2018
- ↑ a b c d «No Centenário dos Caminhos de Ferro em Portugal: Algumas notas para a sua história» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 69 (1640). 16 de Abril de 1956. p. 190-193. Consultado em 23 de Outubro de 2018
- ↑ GAMA, Eurico (16 de Março de 1956). «Achegas para a História do Caminho de Ferro do Leste» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 69 (1638). p. 144-146. Consultado em 23 de Outubro de 2018
- ↑ TORRES, Carlos Manitto (1 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1681). p. 9-12. Consultado em 29 de Julho de 2016
- ↑ MARTINS et al, 1996:243
- ↑ a b c «De Extremoz a Villa Viçosa - Prolongamento da linha de Evora» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (364). 16 de Fevereiro de 1903. p. 53. Consultado em 17 de Outubro de 2018
- ↑ SOUSA, José Fernando (1 de Dezembro de 1902). «A rêde ferro-viaria ao Sul do Tejo» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 15 (359). p. 354-356. Consultado em 10 de Setembro de 2013
- ↑ MARTINS et al, 1996:252
- ↑ PORTUGAL. Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930. Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos - Secção de Expediente, Publicado na Série I do Diário do Governo n.º 83, de 10 de Abril de 1930.
- ↑ SOUSA, José Fernando de (1 de Janeiro de 1935). «Os Nossos Caminhos de Ferro em 1934» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1129). p. 5-6. Consultado em 10 de Setembro de 2013
- ↑ «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. Ano 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 9 de Abril de 2018
- ↑ «Concursos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 46 (1111). 1 de Abril de 1934. p. 193-196. Consultado em 10 de Setembro de 2013
- ↑ «Comboios deixam de passar na Linha do Leste a partir de 1 de Janeiro». Jornal de Notícias. 17 de Dezembro de 2011. Consultado em 25 de Setembro de 2015
- ↑ CIPRIANO, Carlos (17 de Setembro de 2015). «Comboios de passageiros regressam à linha do Leste mas só ao fim-de-semana». Público. Consultado em 25 de Setembro de 2015
- ↑ «ENTRONCAMENTO – Já há comboio directo até Badajoz. CP promove duas viagens diárias (ida e volta)». Rádio Hertz. 30 de Agosto de 2017. Consultado em 14 de Outubro de 2018
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas
- SAPORITI, Teresa (2006). Azulejaria no Distrito de Portalegre. Lisboa: Dinalivro. 381 páginas. ISBN 972-97653-3-2