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Ocotea quixos

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ishpingo
Cúpulas secas de ispinku (Ocotea quixos).
Cúpulas secas de ispinku (Ocotea quixos).
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Laurales
Família: Lauraceae
Género: Ocotea
Espécie: O. quixos
Nome binomial
Ocotea quixos
(Lam.) Kosterm.
Cúpulas secas de ishpingo.

Ocotea quixos, conhecida pelos nomes comuns de ishpingo ou canela, é uma espécie de planta com flor da família das Lauraceae com distribuição natural na Colômbia e Equador. A espécie é uma pequena árvore perenifólia cujos ramos e folhas exalam um aroma semelhante ao da canela, razão pela qual é tradicionalmente utilizada como especiaria na sua região de origem, onde é conhecida por ispinku em quechua do sul[1] ou ishpinku em quechua (hispanizado para ishpingo, eshpingo).[2]

A espécie Ocotea quixos prefere solos moderadamente acídicos, crescendo a um ritmo de cerca de 15 cm durante os primeiros três anos após a germinação.[3]

Após a primeira floração, as flores são produzidas uma vez em cada dois anos.[4] As sementes de ispinku apresentam cerca de 2,5 cm de diâmetro.[3]

Devido ao seu aroma e propriedades organolépticas, a planta é utilizada desde tempos imemoriais pelos povos ameríndios da sua região de ocorrência. A árvore é conhecida nas línguas quíchuas como ispinku[1] ou ishpinku,[2] termo que se refere especificamente às flores,[4] e mais recentemente pela designação em espanhol de flor-de-canela[5] ou hispanizado para ishpingo ou eshpingo.[2]

O ritidoma (casca) desta planta é utilizada para produzir um produto frequentemente designado por «canela-equatoriana» ou «canela-americana», semelhante em aspecto, cheiro e sabor à canela comum (que também é produzida a partir de espécies do género Cinnamomum, também da família Lauraceae).[6]

Acredita-se que o sabor da canela-equatoriana resulte da presença de metil-cinamato e trans-cinamaldeído, que também são encontrados nos óleos essenciais presentes nos cálices florais da planta.

Há relatos que demonstram que o produto é utilizado para fins alimentares desde o tempo do Império Inca, e os actuais equatorianos continuam a usar essa especiaria na sua culinária geral e na produção de alimentos para rituais. Ofertas destinadas a honrar os antepassados falecidos, por exemplo, frequentemente incluem alimentos como a mazamorra morada (um pudim roxo) e bebidas como a bebida alcoólica alajua, confecções que requerem o uso de ispinku como ingrediente chave.[2] Uma bebbida muito popular, a colada morada, tem ispinku como o principal ingrediente.

A espécie é considerada uma planta medicinal, especialmente na medicina tradicional dos povos ameríndios da região onde ocorre. Os óleos essenciais presentes nas folhas desta espécie são usados na medicina tradicional de algumas tribos amazónicas pelas suas propriedades anti-inflamatórias e alguns dados obtidos em modernos estudos comprovam essas propriedades.

O estudo dos efeitos fisiológicos do trans-cinamaldeído mostram que é capaz de reduzir significativamente a produção de óxido nítrico (NO) pelos macrófagos (células do sistema imunitário), um dos processos que ocorre durante a inflamação. O mesmo estudo não encontrou o mesmo efeito no metil-cinamato.[7]

Outros estudos mostraram que os óleos essenciais desta espécie podem reduzir a probabilidade de formação de coágulos sanguíneos ao reduzir a capacidade de agregação das plaquetas no sangue.[8]

A espécie Ocotea quixos foi descrita por (Lam.) Kosterm. e publicada em Recueil des Travaux Botaniques Néerlandais 35: 90, no ano de 1938.[9] O epíteto específico tem uma rica sinonímia taxonómica que inclui:[10]

  1. a b Teofilo Laime Ajacopa, Diccionario Bilingüe Iskay simipi yuyayk'ancha, La Paz, 2007 (Quechua-Spanish dictionary)
  2. a b c d Plutarco Naranjo (1981). «Ocotea quixos, American cinnamon». Journal of Ethnopharmacology. 4 (2): 233–236. doi:10.1016/0378-8741(81)90038-6. Consultado em 5 de agosto de 2012 
  3. a b steve starnes. «Hawaiian Tropical Plant Nursery: Spice & Beverage Plants». Hawaiiantropicalplants.com. Consultado em 5 de agosto de 2012 
  4. a b «Ocotea Essential Oil - A Gift from the Amazon Basin of Ecuador». Experience-essential-oils.com. Consultado em 5 de agosto de 2012 
  5. Bruni, Renato; Medici, Alessandro; Andreotti, Elisa; Fantin, Carlo; Muzzoli, Mariavittoria; Dehesa, Marco; Romagnoli, Carlo; Sacchetti, Gianni (2004). «Food Chemistry - Chemical composition and biological activities of Ishpingo essential oil, a traditional Ecuadorian spice from Ocotea quixos (Lam.) Kosterm. (Lauraceae) flower calices». Food Chemistry. 85 (3): 415–421. doi:10.1016/j.foodchem.2003.07.019. Consultado em 5 de agosto de 2012 
  6. «Ecuador culinary tradition: Colada Morada con Guaguas de Pan « Galapagos Islands and Ecuador Travel Blog». Sangay.wordpress.com. Consultado em 5 de agosto de 2012 
  7. Vigilio Ballabeni; Massimiliano Tognolini; Carmine Giorgio; Simona Bertoni; Renato Bruni & Elisabetta Barocelli (2010). «Ocotea quixos Lam. essential oil: In vitro and in vivo investigation on its anti-inflammatory properties» (PDF). Fitoterapia. 81 (4): 289–95. PMID 19825398. doi:10.1016/j.fitote.2009.10.002 
  8. Ballabeni, Vigilio; Tognolini, Massimiliano; Bertoni, Simona; Bruni, Renato; Guerrini, Alessandra; Rueda, Gabriela Moreno; Barocelli, Elisabetta (2007). «Pharmacological Research - Antiplatelet and antithrombotic activities of essential oil from wild Ocotea quixos (Lam.) Kosterm. (Lauraceae) calices from Amazonian Ecuador». Pharmacological Research. 55 (1): 23–30. PMID 17079160. doi:10.1016/j.phrs.2006.09.009. Consultado em 5 de agosto de 2012 
  9. Ocotea quixos em Trópicos
  10. Ocotea quixos en PlantList
  • Jørgensen, P. M. & S. León-Yánez. (eds.) 1999. Catalogue of the vascular plants of Ecuador. Monogr. Syst. Bot. Missouri Bot. Gard. 75: i–viii, 1–1181.
  • Rohwer, J. G. 1993. Lauraceae: Nectandra. Fl. Neotrop. 60: 1–332.

Ligações externas

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