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Século XIX

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O Rio de Janeiro em 1889.

O século XIX começou no dia 1 de janeiro de 1801 e terminou no dia 31 de dezembro de 1900.[1] Foi um período histórico marcado pelo fim dos impérios da Espanha e da França, assim como do Sacro Império Romano-Germânico e do Império Mogol. O século também testemunhou o crescimento da influência dos Impérios Britânico, Russo, Alemão e Japonês; e dos Estados Unidos, estimulando conflitos militares, mas também avanços científicos e bélicos.

A Grande Exposição em Londres. A partir do século XVII, o Reino Unido foi o primeiro país do mundo a se industrializar.

Depois da derrota do Império Francês e seus aliados nas Guerras Napoleônicas, o Império Britânico adquiriu a supremacia mundial, passando a controlar um quarto da população e um quinto do território mundial. Aplicando a Pax Britannica, incentivou o comércio e lutou contra a pirataria. O século XIX foi uma era de invenções e descobertas, com significante desenvolvimento nos campos da matemática, física, química, biologia, eletricidade e metalurgia, lançando as bases para os avanços tecnológicos do século XX. A Revolução Industrial começou na Inglaterra. A Era Vitoriana foi afamada pelo emprego de jovens crianças em fábricas e minas, além de valores morais rígidos. O Japão embarcou num programa de rápida modernização após a Restauração Meiji, antes de derrotar a China, sob a Dinastia Qing, na primeira Guerra Sino-Japonesa. O Império Russo se expandiu no Cáucaso, Ásia Central e Extremo Oriente. O Império Otomano passou por um período de modernização e reforma conhecido como Tanzimat, aumentando enormemente seu controle sobre seus territórios centrais na Anatólia e no Oriente Próximo. Apesar disso, o Império permaneceu em um período de declínio, perdendo território nos Bálcãs, Egito e Norte da África.

Avanços medicinais, o conhecimento da anatomia humana e a prevenção de doenças que ocorreram no século XIX foram responsáveis pela rápida aceleração do crescimento populacional no Hemisfério Ocidental. A população europeia dobrou durante o século XIX, de cerca de 200 milhões para mais de 400 milhões. A introdução de ferrovias, o primeiro grande avanço no transporte terrestre por séculos, melhorou o modo de vida das pessoas e favoreceu os grandes movimentos de urbanização nos países ao redor do globo. Várias cidades ultrapassaram populações de um milhão ou mais, durante esse século. Londres transformou-se na maior cidade do mundo e na capital do Império Britânico. A sua população expandiu de 1 milhão, em 1800, para 6,7 milhões até o final do século.

Os territórios desconhecidos pelos europeus, incluindo as vastas extensões do interior da África, foram descobertos durante esse século. No entanto, o mesmo não ocorreu com zonas extremas do Ártico e da Antártida. Em 1890, havia precisos e detalhados mapas do globo. O liberalismo tornou-se o movimento de reforma proeminente na Europa. Na África, a exploração e a tecnologia europeias levaram à colonização de quase todo o continente em 1898. Novos medicamentos, como a quinina e armas de fogo mais avançadas, permitiram que as nações europeias conquistassem as populações nativas.

Os Estados Unidos mais do que dobram de tamanho quando compram as reivindicações territoriais da França na América do Norte, por meio da Compra da Louisiana. Isso começa a expansão dos EUA para o oeste, para o Oceano Pacífico, conhecido como seu Destino Manifesto, que envolveu anexar e conquistar terras do México, Grã-Bretanha e nativos americanos. Foi a época do Velho Oeste (de 1850 até o século seguinte, em 1924). A maioria dos países da América Central e do Sul obteve independência dos senhores coloniais durante o século XIX.

A escravidão ou escravatura foi grandemente reduzida ao redor do mundo após o sucesso da Revolta Escrava no Haiti. A Inglaterra forçou bárbaros piratas a parar com as suas práticas de sequestro e escravismo, banindo a escravidão em todo seu domínio, além de cobrar que a sua marinha encerrasse com o comércio global de escravos. Os Estados Unidos, após a sua Guerra Civil, aboliram a escravidão em 1865. A escravidão brasileira foi abolida em 1888 (ver Abolicionismo). O Brasil via os últimos tempos do Império. E a servidão foi abolida na Rússia.

O século XIX também viu a rápida criação e desenvolvimento de muitos desportos, particularmente na Inglaterra e nos Estados Unidos. Assim como o futebol, rúgbi e o beisebol, muitos outros desportes foram desenvolvidos durante esse período, enquanto o Império Britânico facilitou a propagação rápida de desportos como o críquete para diferentes partes do mundo.

Além de marcar a queda da ocupação otomana dos Balcãs que levou à criação da Sérvia, Bulgária, Montenegro e Romênia na sequência da Segunda Guerra Russo-Turca, seguiu-se a grande Guerra da Crimeia.

Política e conflitos bélicos

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Guerras, Revoltas e Revoluções

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Três de Maio de 1808 em Madrid: Os fuzilamentos da montanha do Príncipe Pío.

A Primeira Revolução industrial provoca profundas mudanças na economia e na tecnologia.

O século se caracteriza por romper definitivamente com a fusão que a História havia tido com a literatura. Leopold von Ranke se compromete com a história crítica e cética. Se deixa influenciar pelas correntes filosóficas predominantes do momento, tais como o liberalismo e o nacionalismo chegando a cair inclusive no etnocentrismo, racismo e particularmente no eurocentrismo.

As reflexões sobre a sociedade de Saint-Simon produziram as tendências que modificariam as tendências historiográficas: o positivismo e o materialismo histórico, também influenciado pela dialética hegeliana. Ambas entendem que o comportamento da história se encontra submetido a leis. A primeira concebe o desenvolvimento da história como processos ordenados (positivismo), a segunda o concebe como resultado de estratos sociais. Além disso, os resultados apresentados por Charles Darwin representam uma importante ruptura com os paradigmas religiosos. Ao demonstrar a Origem das Espécies Darwin coloca o ser humano em pé de igualdade com toda a natureza, questionando as ideias da sua origem divina até então dominantes.

O desenvolvimento da medicina se relaciona diretamente com a migração, superlotação das cidades e as precárias condições de vida da classe trabalhadora própria da Revolução Industrial. A sua consequência foi a proliferação das doenças infecciosas (sífilis, tuberculose) ou relacionadas com a má alimentação (pelagra, raquitismo, escorbuto). Esses problemas são cruciais para entender a origem da medicina social de Rudolf Virchow e o sistema de saúde pública de Edwin Chadwick que dariam lugar a atual medicina preventiva. A mesma Revolução Industrial, junto com numerosas guerras e revoluções, gerariam um desenvolvimento científico generalizado que contribuiria com a instauração de condições técnicas para o triunfo da assepsia, da anestesia e da cirurgia.

As Revoluções liberais, promovendo cidadãos livre-pensadores, constroem uma nova medicina científica e empírica, desligada do místico e artesanal. Se culmina com a opressão dos velhos cânones éticos do absolutismo e o catolicismo instaurando novos cânones, novos calendários. O século XIX verá nascer a medicina experimental de Claude Bernard, a teoria de Omnia cellula a cellula de Rudolf Virchow, a teoria microbiana das doenças, a teoria da evolução das espécies de Charles Darwin, e a genética de Gregor Mendel.

A Estátua da Liberdade, em Nova Iorque, foi inaugurada em 28 de outubro de 1886.
Um dos símbolos de Paris é a Torre Eiffel, que foi construída para a Exposição Universal de 1889.
Uma montagem de eventos notáveis ​​​​dos anos 1800.

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Galeria de retratos suplementar

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  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «19th century», especificamente desta versão.

Referências

  1. «Século XIX». Significados. Consultado em 25 de outubro de 2022