No dia 5 de janeiro, o cantor porto-riquenho Bad Bunny lançou seu sexto álbum de estúdio, chamado "Debí Tirar Más Fotos", que rapidamente entrou nas principais paradas musicais de todo o mundo. Para além das faixas de reggaeton, salsa, plena e outros ritmos tradicionais da ilha no Caribe, a capa do disco chamou a atenção por ter um elemento simples e muito simbólico na América Latina: duas cadeiras de plástico, sendo uma delas do modelo Monobloc.
A escolha pelo objeto não é aleatória. A cadeira de plástico é comum em Porto Rico e diversos países latinos, estando em bares, botecos, nos jardins residenciais e até nas calçadas – uma peça onipresente em cenas de reuniões sociais, seja com amigos, seja com vizinhos.
A história da cadeira Monobloc
Criado em 1946 pelo designer canadense D.C. Simpson (1916-1967), o modelo não se adaptou bem às necessidades do mercado, que naquela época focava, principalmente, em peças de produção em massa. Foi apenas na década de 1960 que a Monobloc teve sucesso comercial, com o crescimento do interesse por cadeiras modulares.
Antes de chegar à versão atual, a cadeira passou por diversas modificações. Em 1972, o designer francês Henry Massonnet (1922-2005), conceptualizou a cadeira Fauteuil 300, com um design simples que a permitia ser empilhada com outras.
Em 1983, a empresa francesa Grosfillex conseguiu lançar o modelo conhecido atualmente. Seu sucesso comercial se deve, principalmente, à facilidade de produção em massa, visto que é feita de uma única peça de plástico – comumente de polipropileno – injetada em molde a 220 °C.
A Monobloc também permanece no mercado devido ao seu baixo custo, funcionalidade e durabilidade. A produção do item custa, em média, 3 euros (aproximadamente R$ 19, na atual cotação).
Apesar da popularidade, o objeto chegou a ser "banido" na Suíça. Em 2008, a cidade de Basileia instaurou uma lei de proteção da paisagem urbana que proibiu colocar cadeiras de plástico de qualquer tipo em espaços públicos. A lei foi derrubada em 2017.