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  • Resenha | Homem de Ferro: O Homem Mais Procurado da Terra

    Resenha | Homem de Ferro: O Homem Mais Procurado da Terra

    Houve uma revolução na postura dos quadrinhos de heróis, nos anos 80. Se antes valia tudo, afinal o gibi era uma mídia sempre desprezada por ser “infantil” e “descartável”, o gênero ganhou um senso de maturidade com O Cavaleiro das Trevas, Sandman, ou ainda, Reino do Amanhã. Assim, se o Batman de Adam West era aceito nos anos 60, agora ele precisa lidar com terrorismo e geopolítica. A mesma coisa com (quase) todos os outros, já que a pegada ficou mais séria, sem espaço para um espírito de Sessão da Tarde – exceto para os títulos mais besteirol, como Deadpool e Shazam. Nos cinemas, a Marvel soube se atualizar para a seriedade do século XXI como ninguém, com a sorte de estar sob a tutela de Kevin Feige, o maior produtor da história de Hollywood, e assim, com o Homem de Ferro ficando cada vez mais popular, nada mais justo uma epopeia que, lá em 2008, na esteira do sucesso de Guerra Civil, ajudasse ainda mais a engrandecer o Ferroso.

    E assim, foi: a saga de dois anos do O Mais Procurado do Mundo, reunida e publicada no Brasil em 2017 pela Panini. Desde a primeira página do encadernado nota-se o ninho de inspiração que a saga dos quadrinhos foi para a trilogia do Homem de Ferro, em especial para o Homem de Ferro 3. Há uma caçada imoral a Tony Stark por erros que (caluniosamente) ele cometeu, num passado recente, e a tecnologia das empresas Stark começou a ser tão banalizada como os primeiros celulares da Nokia, mundo afora. Para piorar, os inventos de Tony caem nas mãos erradas, mortes começam a acontecer, e a difamação da figura do bilionário é inevitável. O Homem de Ferro ganha teto de vidro, e de repente, vira um câncer ao bem-estar da humanidade.

    Há um interessante debate aqui, escrito por Matt Fraction e desenhado por Salvador Larroca, levemente subvertido pela necessidade de ação e aventura colorida: o poder devastador da mentira, quando essa é muito grande e institucionalizada para a sociedade não acreditar nela. Se o empresário Norman Osborn, vulgo Duende Verde, arma um circo midiático e envenena a opinião pública, fazendo-a acreditar nas piores coisas sobre Tony, ninguém contesta, afinal, como o presidente de uma empresa gigantesca poderia mentir para o público? As pessoas comuns em sua ingenuidade rotineira esquecem que os lobos “acima” são capazes de tudo pelo poder, e Norman Osborn ama tudo isso. Ao tirar o Homem de Ferro da jogada, Osborn acha que venceu a batalha, mas esquece que Tony Stark não é só armas e mulheres: é um gênio de intelecto ímpar, que joga xadrez com o líder do Quarteto Fantástico, e quase sempre tem uma carta na manga. Várias, na verdade, a começar pela sua amada Pepper Potts e seus amigos de ouro.

    Tal uma clássica aventura de super-herói, e tão realista como só uma saga pós-Watchmen consegue ser nos quadrinhos, O Mais Procurado do Mundo reafirma tudo o que nos faz amar uma das criações máximas de Lee, Jack Kirby, Larry Lieber e Don Heck. Se falta ao personagem frases do tipo “Com grandes poderes, vem grandes responsabilidades”, sobra carisma e o senso de empreendedorismo pelo bom combate, pelo fazer a coisa certa, sem trilhar o caminho da maldade, e sim de uma engenhosidade altruísta, e forte. Por que há um mundo melhor a ser alcançado, por meio da tecnologia e da ciência neste caso, e da coragem do homem para consigo mesmo, e homens como Tony são precisos para isso. Eis um belo arco de histórias, bastante complementar e enriquecedor aos filmes, e que de tão bom (e visualmente lindo), não nos faz sentir falta de ver Robert Downey Jr. na pele do herói, ao virar as páginas. Pasmem!

  • Os Personagens em CGI Mais Realistas do Cinema

    Os Personagens em CGI Mais Realistas do Cinema

    Desde que um dinossauro apareceu rugindo na chuva, em Jurassic Park, a porteira nunca mais se fechou. De 1993 pra cá, tudo ficou possível numa tela de cinema, e o velho lema de Stanley Kubrick (“se você imagina, você pode filmar”) virou, finalmente uma verdade, forjada por muitas horas de trabalho, pesquisa e experimentações técnicas. A busca por realismo segue incessante, com Christopher Nolan liderando o grupo de cineastas que evitam a computação gráfica e apostam pesado nos efeitos práticos, que costumam não envelhecer. Mesmo assim, maravilhas já foram criadas numa tela de computador, e seguem impactantes como sempre. Abaixo, uma lista dos dez efeitos de computação gráfica mais realistas de todos os tempos.

    10. Thanos, de Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato (2018 e 2019)

    A Marvel humanizou o tirano Thanos com uma figura totalmente gráfica, em Vingadores: Guerra Infinita, pautada em realismo para que o vilão fosse crível, quase que palpável nas suas rugas e expressões hiper-naturalistas. Um feito extraordinário, também ajudada pelo trabalho de voz e postura do ator Josh Brolin.

    9. Simba, de O Rei Leão (2019)

    Se o filme foi fraco, a savana e seus habitantes criados em computador em O Rei Leão, em 2019, é tão impressionante que lembra um documentário da Discovery Channel. Cada músculo, cada pelo… Simba saiu do desenho e virou um leãozinho tangível, talvez mais real até que o do zoológico.

    8. Ava, de Ex-Machina: Instinto Artificial (2014)

    Ava é a androide mais realista da história do cinema, e perturbadoramente humana em seus trejeitos. Numa combinação perfeita de efeitos práticos, e CGI, a robô de Ex-Machina interage com atores reais, e a excelência da iluminação da textura do metal que substitui boa parte da sua pele não será superada, por muito tempo.

    7. Homem de Ferro (2008)

    Quando o Homem de Ferro chegou nos cinemas, foi difícil acreditar que sua armadura, colorida ou prata, não fosse de verdade. É possível quase que sentir a temperatura do material, a dureza, o som de cada parte que se encaixam… feito esse não repetido com o mesmo realismo nos outros filmes com o herói, desde 2008.

    6. O Urso, de O Regresso (2015)

    Leonardo DiCaprio foi atacado por um urso em O Regresso, e nada me diz que isso é mentira. O nível de veracidade nas imagens é tamanho, que jamais duvidamos que há uma fera bestial em cima do homem, rasgando a sua pele enquanto baba, e ofegante, cheira a sua presa. Pobre DiCaprio. Ele era bonito.

    5. T-1000, de O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991)

    O T-1000 de O Exterminador do Futuro 2 é uma força da natureza tecnológica, e até hoje, desde 1992, os efeitos criados em computador pelo genial James Cameron seguem acachapantes. O robô assassino que vira líquido, explode no nitrogênio, que perde suas partes e se recompõe por nanotecnologia, marcou uma geração.

    4. Alienígenas, de Distrito 9 (2009)

    Os alienígenas “camarão” de Distrito 9 naufragaram na África do Sul, e lá, fizeram suas favelas. O diretor Neil Blomkamp conseguiu a proeza de colocar um alien e um humano lado a lado, e em suas diferentes formas físicas, fazer parecer que a imagem do homem é mais falsa que a do extraterrestre. Um uso de efeitos fenomenal.

    3. Richard Parker, de As Aventuras de Pi (2012)

    Se o urso de O Regresso era de verdade, e Simba também (quase…), o que falar do tigre de As Aventuras de Pi? Richard Parker é o animal mais realista da história do cinema, desde que aparece naquela jaula na Índia. Uma pena que a empresa de efeitos especiais que o fez, a Rhythm & Hues, faliu em 2013, mas seu legado é eterno.

    2. Caesar, de Planeta dos Macacos: A Guerra (2017)

    Desde o Senhor dos Anéis, o ator Andy Serkins se especializou em interpretar criaturas na técnica de ‘captura de movimento’, e todo mundo achou que o seu Gollum nunca seria igualado, quiçá superado. Mesmo assim, Cesar, o macaco inteligente de Planeta dos Macacos: Guerra, acabou sendo a criatura mais realista já criada em computador. A segunda, na verdade.

    1. Rachel, de Blade Runner 2049 (2017)

    Um rosto. 100% digital, e 101% real. A Rachel de Blade Runner 2049 não existe, mas ninguém pode confirmar isso antes de ver o making-of do filme. Nele, vemos como foi a construção de sua face, pixel por pixel, cheia de calor, drama, falas, lágrimas, cabelos, e que faz Thanos, o urso e até o T-1000 parecem personagens do Playstation 2. Eis o grande triunfo do CGI. Superá-lo será reinventar a roda. Pago pra ver. #IWantToBelieve

  • Crítica | Homem de Ferro 2

    Crítica | Homem de Ferro 2

    O segundo filme de Jon Favreau com o personagem do Homem de Ferro começa com a declaração do protagonista, Tony Stark de Robert Downey Jr. assumindo ser o alter ego do herói robótico, assistido por um senhor idoso que está a beira da morte em país europeu, acompanhado por seu filho, o inventivo Ivan Vanko (Mickey Rourke), conhecido nas revistas como Chicote Negro, que aparentemente quer dar a Stark uma lição.

    É nesse mistério que Homem de Ferro 2 começa, sabiamente apelando para um pouco de drama, para só depois mostrar as presepadas engraçadas de Tony, agindo como Homem de Ferro, pousando de terno embaixo da armadura, em um evento onde é esperado como um popstar. O diretor equilibra bem uma situação mais engraçada com outras mais sérias e esse equilíbrio é talvez seu maior mérito como realizador nessa duologia, isso inclusive faria muita falta não só nos filmes do personagem, mas em outras obras da Marvel Studios pós compra da Disney.

    Existe uma escalada de importância em um dos temas que é apenas arranhado no primeiro filme, que é a questão armamentista, e embora seja mais pretensiosa e arrogante aqui – até um pouco reducionista – explorar esse argumento aqui faz algum sentido, embora todo o envolvimento dos personagens de Sam Rockwell, Justin Hammer, nem o de Don Cheadle, Jim Rhodes. Os personagens inclusive são mostrados de maneira um pouco gratuita, e um deles prossegue apresentado sem qualquer importância maior.

    O filme se perde um pouco nos show offs de ação que faz, tanto no momento em que mostra uma briga entre Happy (personagem de Favreau que ganha mais minutos de tela) com a bela Natasha Rushman, de Scarlett Johansson, que a essa altura não é mais surpresa para ninguém sua identidade com Viúva Negra (isso inclusive torna mais palatável a gratuidade de sua aparição e disfarce), mas no caso da exibição de Tony como piloto de corrida, interrompida pelo vilão Chicote Negro há só preciosismo mesmo, uma desculpa para mostrar outra variação de armadura. A sequência ao menos termina bem graças ao caráter massa veio que ela toma, mas as piadas envolvendo Pepper Potts de Gwynett Paltrow soam vazias e infantis demais para um filme desse porte.

    Outro ponto fraco é o quão caricato é Vanko, falando em russo, com seus cabelos com mechas brancas artificiais e com um palito na boca, parece  saído de um filme de brucutu de Stallone ou Van Damme, com características e clichês típicos dos anos oitenta e noventa, assim como Rockwell também faz uma caricatura de milionário mal intencionado, que se apóia e alguém fisicamente forte.

    Isso, somado as cenas que Stark faz uma festa e dança bêbado, munido de sua armadura não combina em nada com o resto do tom do filme, e mesmo ao tratar da questão do alcoolismo do personagem, que existe nos quadrinhos, é aqui tratada como uma simples piada infanto juvenil, mesmo que hajam algumas tiradas engraçadas. O tom debochado faz imbecilizar todo o restante da trama, e piora demais quando Rhodes utiliza o traje protótipo de Máquina de Guerra. Em alguns momentos a luta é tão artificial que parece um gameplay de Virtua Fighter onde ambos players escolhem Dural, a chefe do primeiro jogo da franquia, com a obvia diferença de que estes não são personagens pixelados.

    Nota-se um desgaste  da formula do primeiro filme, apesar de novas participações do Agente Coulson (Clark Gregg), de Nick Fury (Samuel L. Jackson) e da Viúva, as piadas e tiradas de Tony soam repetitivas, não só em comparação com o filme um, mas também com o personagem em si. Ele se leva pouco a sério, mas o filme continua se levando muito a sério, e isso causa um problema de identidade grande.

    Sam Rockwell consegue ser ainda menos sutil do que foi Bridges no primeiro filme, alias o arco de Rhodes não faz sentido, além da mudança do ator aparentemente foi trocada também sua mentalidade e código ético. Jim jamais se voltaria contra Stark, mesmo com os erros do milionário. Mesmo em sequências de acerto, o filme teima com algumas gags desnecessárias. Após uma cena eletrizante de ação com a Viúva, há uma discussão de relação totalmente desnecessária entre Tony e Pepper, em mais um escapa cômico bobo, que ao menos, termina com outra boa cooperação entre Rhodes e Stark, contra os capangas robóticos de Hammer.

    O final é um pouco piegas, além de também ter uma cena pós crédito gratuita, como foi em O Incrível Hulk, que faz referência ao próximo filme do estúdio, Thor, mas ainda assim há boas sequências de luta, e o carisma de Tony e Natasha ainda dão  alguns motivos para celebrar a obra, é uma pena que os produtores tiveram pressa em lançar logo um segundo filme, pois se tivesse um roteiro um pouco menos apressado, Homem de Ferro 2 teria ainda mais méritos do que tem. Ao menos serviu para solidificar a ideia do personagem como o ponto de partida desse novo universo compartilhado, melhorando bastante o nível do que ocorreu no filme do Hulk.

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  • Crítica | Homem de Ferro

    Crítica | Homem de Ferro

    O marco um da iniciativa da Marvel em realizar seu próprios filmes contou com um diretor de filmes independentes conhecido por atuar em comédias de gosto duvidoso. Vendo a obra de Jon Favreau nos dias atuais é difícil enxergar como estava sua carreira em 2008, e o começo de seu Homem de Ferro é  igualmente diferenciado, nele Robert Downey Jr. tentava se reinventar como ator, no papel do milionário Tony Stark.

    O chamado à aventura ocorre após um grupo terrorista interceptar o carro onde Stark era escoltado, para surpresa de poucos, pois o roteiro deixou claro em todo o seu percurso se tratar de uma viagem perigosa, mas o personagem subestimou por completo a situação, como é de praxe em seu comportamento. Já nesse momento se percebe o quão inconsequente e bon vivant é o personagem de Downey Jr., inclusive, deixando seu amigo Jim Rhodes (Terrence Howard) em uma enrascada.

    Apesar da faceta engraçada e despreocupada, Tony é mostrado como um sujeito que não permite que as pessoas se aproximem demais, em um misto do que seria a personalidade do personagem criado nos anos 1960, embora tenha um pouco da personalidade de Bruce Wayne/Batman e da ironia de Dr. Stephen Strange, tanto que no filme Doutor Estranho, isso teve que ser de certa forma suprimido. A participação de Downey Jr. foi tão boa e icônica que influenciou até nas versões do herói nos quadrinhos.

    Na parte oriental da trama, há alguns problemas, como estigmatização dos árabes como vilões do mundo, apesar de aqui isso ser bem tímido em comparação com outros tantos filmes de ação mais recentes ou do mesmo período, é como se esse fosse um dos últimos grandes filmes há ainda apelar para esse espectro, com o roteiro ainda tendo vergonha de ser assim, tanto que neste momento, ele tem um belo assistente, Yinsen, interpretado muito bem por Shaun Tob. Nos quadrinhos, ele é um dos mentores do futuro Homem de Ferro, mas é chinês (seu nome é Ho Yinsen), no entanto, até essa mudança é plenamente cabível dentro do filme.

    Apesar de não ser perfeito, ele funciona como filme de origem bem diferente de outros como Superman, Batman e Homem-Aranha se tornando referência para contar histórias de outros filmes do Marvel Studios, apoiado ainda no equilíbrio entre drama, ação e humor, além do elenco afiado com seus personagens, não só Downey Jr. e Howard, mas também Gwynett Paltrow e Paul Bettany como Peppert Potts e o mordomo eletrônico Jarvis.

    O que pesa contra o filme são os vilões. O Obadiah Stane de Jeff Bridges além de desperdiçar seu intérprete já parecia se tratar de um sujeito malvado desde sua primeira cena. O personagem de Faran Tahir também é maniqueísta, sendo somente um capanga ganancioso e inconsequente.

    No entanto, as razões que fazem os vilões perseguirem Stark fazem muito sentido, principalmente por toda a trama envolvendo o mercado de armas. A ideia de não antecipar a trama envolvendo o Máquina de Guerra nesse filme foi inteligente, pois dá espaço para o herói ser desenvolvido sozinho, ainda que ele não tenha um antagonista à altura. A presença de Clark Gregg como Agente Coulson só ganha importância nos quarenta minutos finais, e o mistério que o envolve faz muito sentido, ainda mais quando é  revelado.

    Os aspectos visuais são bem trabalhados por Favreau, e sua duração é o suficiente para entreter e introduzir o vingador dourado como pontapé inicial desse universo. Ainda assim, o momento mais espirituoso ficou para o final, com Tony Stark assumindo publicamente a alcunha de Homem de Ferro, seguido logo depois pelo clássico Iron Man do Black Sabath, acompanhado de uma disposição de créditos bem estilizada, e claro, pela participação especial de Samuel L. Jackson, na cena pós-crédito, embrião do Universo Compartilhado da Marvel.

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  • Os Vingadores | As Aparições da equipe no Audiovisual

    Os Vingadores | As Aparições da equipe no Audiovisual

    O maior grupo de heróis da Marvel surgiu nas revistas em quadrinhos The Avengers, no ano de 1963, e entre altos e baixos, foram retratados algumas dezenas de vezes nas telas da TV, cinema e outras mídias. Confira nossa lista sobre essas aparições.

    O Incrível Hulk (1966) e Capitão América (1966)

    A primeira aparição do supergrupo se dá em um dos desenhos que adaptavam as histórias clássicas de Jack Kirby e Stan Lee, em especial dois deles, O Incrível Hulk e Capitão América, ambos de 1966. Os heróis se reúnem para discutir ações, em alguns momentos são apenas Capitão, Hulk, Thor e Homem de Ferro (no episódio de Capitão América) e em outro (Hulk) são acompanhados da Vespa e Homem-Formiga, mas o herói bandeiroso não aparece.

    Homem-Aranha (1981)

    O desenho do Homem-Aranha que começou em 1981 mostrava as aventuras do cabeça de teia pela cidade de Nova York enfrentando seus vilões clássicos. A aparição dos Vingadores é rápida, na verdade é um cameo, uma vez que não há falas para eles. O grupo formado por Feiticeira Escarlate, Homem de Ferro, Thor, Capitão América e Visão aparecem de relance em uma televisão vista por Peter e tia May, e a velhinha destaca que eles são mais respeitáveis que o repulsivo Aranha.

    Quarteto Fantástico: A Série Animada (1996)

    No último capítulo da segunda temporada, Doomsday, há uma aparição do supergrupo no desenho animado do Quarteto Fantástico. O grupo aparece enfrentando o Doutor Destino e depois, reunidos em seu  esconderijo. Os que aparecem são Mulher-Hulk, Homem de Ferro, Hércules, Capitão América, Visão e Cristallys, além de outros tantos personagens da Marvel, como os  Novos Guerreiros.

    X-Men – A Série Animada (1995)

    No episódio, One Man’s Worth: Part 1, há um conflito entre X-Men e Vingadores. Nele, Tempestade e Wolverine acabam sendo pegos por uma anomalia espaço-temporal, indo para um versão alternativa do presente, onde os humanos e mutantes estão em uma guerra franca, e no esforço doa homo sapiens, são utilizados os Vingadores, com versões alternativas do Capitão, Homem de Ferro, Gigante, Vespa e Hulk. Eles sequer possuem qualquer diálogo, e isso só ocorreu por conta de um plano de Bishop de alterar o tempo.

    Os Vingadores (1999)

    Originalmente chamada de The Avengers: United They Stand, foi o primeiro desenho totalmente focado no grupo, ainda que não tivesse seus principais heróis por motivos até hoje não explicados, há rumores de que isso é devido a contratos para o cinema que estavam sendo negociados, mas são apenas boatos. A qualidade era sofrível e reza a lenda que um dos argumentos de Bruce Timm para não trabalhar em um desenho da Liga da Justiça  antes era o exemplo que essa animação dava, bastante confusa e sem o brilho dos principais heróis da Casa das Ideias. Seus dubladores eram Rod Wilson como Homem Formiga, Linda Ballantyne como Vespa, Hamish McEwan como Magnum, Lenore Zann como Tigresa, Martin Roach como Falcão, Ron Rubin Visão, Tony Daniels como Gavião Arqueiro, Stravoula Logothettis como Viúva Negra.

    Os Supremos (2006)

    Esta foi uma tentativa da Marvel Studios de competir com a DC Animated, que havia ido muito bem com Universo DC Animado (DCAU) com Batman – Tas, Superman – Tas e o crossoverde heróis em Liga da Justiça e Liga da Justiça Sem Limites e que passou a fazer filmes em longa-metragem direto para o mercado de home video. Esse longa condensava os arcos de Bryan Hitch e Mark Millar  no Universo Ultimate da Marvel, onde os Vingadores chamavam-se Supremos (ou Ultimates no original) e onde os herois eram menos maniqueístas e mais raivosos, em especial o Capitão América, que estava longe de ser um escoteiro. Nessa versão, conduzida por Curt Geda e Steven E. Gordon os personagens não são tão viscerais, são bem mais comedidos (em especial Hulk e Capitas), mas ainda assim o filme é bem legal. Aparecem nele Homem de Ferro (Marc Worden), Thor (David Boat), Capitão América (Justin Gross), Vespa (Grey Griffin), Viuva Negra(Olivia d’Abo), Gigante/Homem Formiga (Nolan North), Nick Fury (Andre Ware) e Hulk (Fred Tatasciore como o monstro, também dublando Jarvis) e sua contra parte Bruce Banner (Michael Massee).

    Os Supremos 2 (2006)

    Não demorou para ser lançado um segundo filme dos Supremos, e Ultimate Avengers 2 saiu no mesmo ano, em Agosto (o primeiro era de Fevereiro de 2006), e é bem menos inspirado que o primeiro. A equipe de dublagem é praticamente a mesma, com o acréscimo do Pantera Negra, feito por Jeffrey D. Sams.

    Os Novos Vingadores: Heróis do Amanhã (2008)


    Em 2008 foi lançado um longa-metragem diferente, conduzido por  Jay Oliva (o mesmo que viria  a comandar inúmeros longas do universo DC animado recente) e Gary Hartle, onde uma nova geração de heróis surgiriam, os filhos dos Vingadores. Next Avengers: Heroes of Tomorrow como foi chamado originalmente, mostra as crianças decidindo agir para salvar seus pais. São eles James Rogers (Noah Crawford), Torunn (Brenna O’Brien) , Azari (Dempsey Pappion), Henry Pym Jr. (Aidan Drummond) ,Francis Barton (Adrian Petriw). Há aparições breves do Homem de Ferro, Ultron, Visão, Thor, Betty Ross e Hulk.

    Vingadores – Os Maiores Heróis da Terra (2010)

    De 2010 até 2012, foi exibida no canal Disney XD, teve um total de 52 episódios e era bem legal, com um traço bem cartunesco e característico, mas infelizmente foi descontinuada pela época do filme dos Vingadores, o que é uma pena, pois era uma boa rival (ainda que tardia) a Liga da Justiça e Liga da Justiça Sem Limites. A outra animação, que ocupou de certa forma seu lugar é bem mais quadrada que esta, o que é uma pena. Os dubladores eram Eric Loomis como Homem de Ferro, Colleen O’Shaughnessey como Vespa, Brian Bloom como Capitão América, Rick D. Wasserman como Thor, Chris Cox como Gavião Arqueiro, Fred Tatasciore como Hulk, James Mathis III como Pantera Negra, Wally Wingert como Homem Formiga, Jennifer Hale como Ms Marvel, Peter Jessop como Visão e Alex Desért como Nick Fury.

    Os Vingadores (2012)

    E em 2012, também foi lançado o mais óbvio alvo dessa lista, o longa de Joss Wheddon, Os Vingadores, onde os maiores heróis da Marvel lidam com uma invasão Chitauri, comandada por Loki. O grupo é formado por Viuva Negra, Gavião Arqueiro, Capitão America, Homem de Ferro, Thor, Hulk, e foi o fim da fase 1 da Marvel. Obviamente os fãs conhecem de cor o elenco do filme.

    Homem de Ferro a Nova Série Animada (2012)

    No desenho iniciado em 2008, originalmente chamado Iron Man: Armored Adventures, há uma aparição do grupo, num dos ultimos capitulos, e ele é formado pelo heroi protagonista do desenho, Gavião Arqueiro, Fury, Viuva, Máquina de Guerra, Hulk, Pantera Negra, além de Pepper Potts como a heroína Rescue.

    Os Vingadores Unidos(2013)

    Após a injustiça de terem terminado com Os  Maiores Heróis da Terra, Os Vingadores Unidos (Avengers Assemble) chegou, 2013, após o primeiro filme live  action e ainda está em exibição, tendo tido seu ultimo episódio em Fevereiro de 2019. A equipe tem algumas alterações ao longo de suas temporadas, mas tem normalmente Homem de Ferro (Adrian Pasdar, e Mike Wingert), Capitão América (Roger Craig Smith), Hulk (Fred Tatasciore),Thor (Travis Willingham), Gavião (Troy Baker), Viúva ( Laura Bailey), Homem Formiga (Grant George).

    Ultimate Homem Aranha (2014)

    Ultimate Spider-Man foi descontinuada, em nome da nova animação do Cabeça de Teia, Spider-Man, mas antes de terminar, no começo da terceira temporada, os Vingadores aparecem com o mesmo elenco de Vingadores Unidos, em The Avenging Spider-Man: Part 1 em 2014, basicamente para interromper os planos de Loki e Doutor Octopus que se juntaram para fazer o mal.

    Vingadores Confidencial: Viúva Negra & Justiceiro (2014)

    Outro longa da lista, de nome original Avengers Confidential: Black Widow & Punisher foi lançado em 2014, dirigido por Kenichi Shimizu, e é focado basicamente no Justiceiro e Viuva Negra, feitos por Brian Bloom e Jennifer Carpenter. Castle faz uma ação com tecnologia da SHIELD, e para ter perdão, Fury (John Eric Bentley) propõe que ele faça um serviço para a organização. Apesar de ter os Vingadores no nome do filme, o grupo aparece bem brevemente, entre eles, Hulk, Homem de Ferro,

    Marvel Disk Wars: The Avengers (2014)

    Esta é uma aparição curiosa, por se tratar de um anime em parceria entre Walt Disney Japan  com a Toei Animation. O seriado teve 27 capítulos. A formação é curiosa, tem muitos personagens dos X-Men (Homem de Gelo, Dentes de Sabre, Magneto, Deadpool), além de Nick Fury, Wolverine, Homem de Ferro, Vespa, Gavião, Capitão America, Máquina de Guerra.

    Super Aventuras Marvel: Batalha Gelada (2015)

    Este foi um filme em longa-metragem, lançado em 2015, que mostra os herois agindo na época natalina, onde Homem de Ferro, Thor, Capitão, Hulk e cia tentam deter Loki, que por sua vez, quer pegar os poderes do Papai Noel. Há também participação do Rocket Raccon e Groot.

    Vingadores: A Era  de Ultron (2015)

    A continuação de Joss Wheddon empolgou muita gente (incluindo esse que vos fala), mas não sobreviveu bem a revisão, apesar disso, Vingadores 2 pega emprestado um pouco da historia da Saga A Era de Ultron, traz um bom vilão mas que é sub aproveitado, e insere novos elementos, como Visão e Feiticeira Escarlate, além dos já citados anteriormente. Foi a última colaboração de Wheddon na Marvel Studios, depois ele foi para a DC para realizar Batgirl (projeto engavetado até o momento) e refilmou boa parte das cenas de Liga da Justiça.

    Capitão America: Guerra Civil (2016)

    Para muitos, esse foi o Vingadores 2.5, dado que apesar de um filme solo, havia um número enorme de heróis, mais até que em Capitão América 2: O Soldado Invernal. Brincadeiras a parte, o grupo de super seres é de certa forma dissolvido aqui, na briga entre Tony Stark e Steve Rogers a respeito do registro de heróis. É um bom filme de ação, principalmente pelo embate que existe entre os heróis, além de ser conduzido pelos irmãos Russos, que fariam Vingadores 3 e 4.

    Guardiões da Galáxia (2017)

    Guardiões tem um seriado animado, com três temporadas até agora, e foi no começo da Segunda  Temporada que os Vingadores apareceram, com os mesmos dubladores e equipe de Vingadores Unidos, sendo que aqui, apareciam
    Homem Formiga, Capitão, Capitã Marvel, Hulk, Homem de Ferro.

    Marvel Future Avengers (2017)

    Mais um anime japonês, dessa vez do Estúdio Madhouse, o programa acompanha a história de Makoto, um jovem que ganhou poderes após um experimento da HYDRA, até que ele decide mudar seu destino se unindo aos maiores heróis da Terra, os Vingadores, Hulk, Homem de Ferro, Capitão, Vespa, Thor etc. A série ainda está sendo exibida e já teve duas temporadas.

    Vingadores: Guerra Infinita (2018)

    Guerra Infinita foi talvez o momento mais épico do grupo no audio visual. O evento reuniu não só a equipe clássica, como praticamente todos os personagens que tiveram filmes solos e de equipe, como Pantera, Dr Estranho e os Guardiões, tudo para enfrentar a chegada de Thanos, o Titã Louco. Baseado na trilogia de Jim Starlin, Desafio Infinito, Guerra Infinita, Cruzada Infinita , ainda que tenha mais elementos da primeira historia citada. O hype foi tanto que gravamos um podcast, sobre Guerra Infinita, e a expectativa por sua continuação é enorme.

    Capitã Marvel (2019)

    Na cena pós crédito de Capitã Marvel, os Vingadores aparecem, tentando descobrir do que se trata o pager que Nick Fury segurava. Entre eles, há o Capitão América, Viuva Negra e Máquina de Guerra, em trajes civis, que assistem atõnitos a chegada de Carol Danvers entre eles, basicamente como um prelúdio para o esperado Vingadores: Ultimato.

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  • Resenha | Homem de Ferro Comanda a Força-Tarefa

    Resenha | Homem de Ferro Comanda a Força-Tarefa

    Um dos fatores mais interessantes nas histórias em quadrinhos das duas grandes editoras americanas, Marvel e DC Comics, é que não há nenhuma estabilidade constante para seus personagens. O conflito é parte primordial das tramas, motivo que justifica mortes, renascimentos e outras ações costumeiras ao universo de super-heróis. O tempo se torna responsável por registrar quais mudanças foram bem realizadas, bem como quais ideias se tornaram presentes em outras histórias e quais foram esquecidas.

    Em 1994, a equipe dos Vingadores, mais uma vez, encontrava-se em crise. Após a dissolução do grupo, Homem de Ferro reúne uma nova equipe. Criado por Dan Abnett e Andy Lanning, a Força-Tarefa é a nova equipe de Tony Stark. Porém, basta observar que a série mensal durou apenas 22 números para concluir que o novo grupo não vingou (perdão pelo trocadilho).

    Na trama inicial, publicada no país na trimestral Grandes Heróis Marvel da Editora Abril, em março de 1997, o grupo recém formado por Feticeira Escarlate, Magnum, Mulher-Aranha e Agente Americano tem de lidar com uma invasão Kree. Em apenas três edições, os roteiristas provocam um excesso de informação.

    Parte dos vilões da trama foram criados especialmente para essa história. Dessa forma, há muita novidade na leitura sem nenhuma base narrativa coerente. Mesmo que consideremos que a dissolução dos Vingadores possibilitaria o surgimento de novos vilões, não há equilíbrio na história pela presença exagerada de novos personagens aliados a vilões antigos. Além do excesso, os novos personagens são semelhantes a outros vistos como, por exemplo, o Registrador, um observador Kree que age de maneira idêntica ao Vigia, um personagem cósmico que sempre surge em ameaças iminentes.

    O lançamento de uma nova revista sempre necessita de atenção especial. O primeiro número tem potencial para se tornar uma boa novidade. Porém, o que se lê nesta história é uma narrativa que exagera nos vilões e na ação para mascarar a falta de sustentação do roteiro. Aliado a personagens pouco conhecidos do público, salvo exceção de Stark e a Feiticeira, falta harmonia e carisma para esse início.

    Lembrado somente em uma história da saga Guerra Civil, a Força-Tarefa foi uma das tentativas da Marvel em promover mudanças breves em seus personagens, dentro do citado ciclo de instabilidade e conflitos constantes para os super-heróis. Nesse caso, falhou, figurando como um exemplo quase esquecido do público.

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  • Vingadores: Guerra Infinita | Confira a descrição do fantástico trailer exibido na D23

    Vingadores: Guerra Infinita | Confira a descrição do fantástico trailer exibido na D23

    A  Disney é tão enorme que precisa de um evento nos mesmos moldes das Comic Cons para anunciar novidades e imagens exclusivas de seus mais aguardados projetos.

    Felizmente, o terceiro filme dos Vingadores, intitulado de Guerra Infinita, promete ser o maior filme da história do cinema, não só pela quantidade absurda de heróis (todos aqueles que já apareceram até então), mas também por ser um ambicioso projeto trazido pela Marvel.

    O painel do filme contou com o presidente Kevin Feige e o co-diretor, Joe Russo, que conseguiu reunir no palco ninguém mais, ninguém menos que os Vingadores, Robert Downey Jr., Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Paul Bettany, Elizabeth Olsen, Don Cheadle, Anthony Mackie, Tom Holland, Benedict Cumberbatch, Chadwick, Boseman, Sebastian Stan, os Guardiões da Galáxia, Karen Gillan, Dave Bautista, Pom Klementieff e o vilão, Josh Brolin.

    O trailer foi exibido somente para o público presente no salão e foi fantástico. Confira a descrição.

    De início, vemos um momento de tensão, onde os Guardiões da Galáxia, a bordo da Milano, esbarram no corpo inconsciente de Thor (com o uniforme de gladiador de Thor: Ragnarok). Ao ser trazido para dentro da nave, o asgardiano é acordado por Mantis. Assustado, Thor pergunta quem são aquelas pessoas.

    As imagens passam a mostrar a Terra com vários trechos de devastação. Vemos um Loki nada amistoso em posse do Tesseract e Peter Parker, num ônibus, tendo os pelos do braço sendo arrepiados, o que, aparentemente, é o seu sentido de aranha.

    Vemos Thanos pela primeira vez em um planeta alienígena usando a Manopla do Infinito e ele consegue soltar parte de uma lua provocando uma chuva de meteoros. Doutor Estranho, Guardiões da Galáxia e o Homem de Ferro estão na batalha.

    Também vemos em outras imagens o Homem-Aranha vestindo um novo uniforme, o Pantera Negra em Wakanda, alguns Vingadores, juntos do Hulk, apanhando dos asseclas de Thanos e também um Capitão América barbudo e uma Viúva Negra loira.

    O trailer tem um tom dramático, semelhante aos de Homem de Ferro 3 e Vingadores: Era de Ultron.

    Vale destacar que as filmagens do corte principal do filme se encerraram na última sexta-feira e a produção da continuação ainda sem título já teve início de imediato.

    Vingadores: Guerra Infinita estreia em 4 de maio de 2018.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Resenha | Homem de Ferro Noir

    Resenha | Homem de Ferro Noir

    Homem de Ferro Noir

    Como seria se alguns de nossos heróis favoritos vivessem nos anos 1930? Algumas respostas para essa pergunta podemos encontrar na série Noir da Marvel. Criada em 2009 e de forma bastante desbalanceada, diga-se, conta com Demolidor, Homem-Aranha, Wolverine, JusticeiroX-Men, entre outros, que ganharam suas versões ambientadas no universo pulp-noir do período. Mas o resultado dividiu opiniões.

    No caso específico de Homem de Ferro Noir, seria possível dividir essa resenha para tipos diferentes de público: o fã iniciado no universo dos comics ou aquele que é iniciante ou que apenas admira o Homem de Ferro. E o motivo é muito simples: o roteiro.

    Totalmente inspirado em Indiana Jones, Tony Stark nos é apresentado praticamente da maneira que o conhecemos: um bon vivant, engenheiro, milionário, que herdou a herança do pai e que sofre de um problema crônico no coração, que precisa ser recarregado por uma bateria. Tony é um explorador, que assim como “o velho Indi”, busca encontrar os mais famosos tesouros mitológicos. Ocorre que essa busca desesperada de Tony, na verdade, é a busca para a cura de seu problema. O interessante é que Stark é uma espécie de Bear Grylls da década de 1930 e tem todas as suas expedições aventurescas publicadas numa revista serial chamada Marvels.

    E é aí que a trama começa.

    Numa espécie de prólogo, durante uma dessas expedições, os planos de Tony são frustrados quando a Dra. Gialetta Nefaria, amante de Tony, se revela uma nazista e o entrega ao Dr. Zemo e o Barão Strucker. Durante o conflito, Stark perde parte de sua equipe, sobrevivendo somente seu fiel amigo, Rhodes. Ao voltarem para a América somos apresentados a Jarvis, que volta a ser um mordomo, como nas histórias clássicas do ferroso, e à armadura do Homem de Ferro, que se assemelha à Mark I, porém, com um visual muito mais polido e agradável aos olhos. Vale destacar que o problema no coração de Tony, bem como os motivos que o levaram a construir a armadura, não é revelado. E não podemos colocar a culpa por preguiça de roteiro, uma vez que as histórias da série Noir são curtas, o que ajudou na omissão das origens do herói.

    Dando continuidade, o protagonista encontra na gaveta de Nefaria algumas pistas que fazem ele reunir uma nova equipe em busca de Atlântida, o assunto principal da trama que fica um pouco mais interessante, já que passamos a conhecer Pepper Pots e o navegador Namor, numa versão completamente diferente da que conhecemos.

    O problema é o que acontece daqui pra frente.

    O verdadeiro fã de quadrinhos provavelmente odiará a história, principalmente por ela ter sido escrita por Scott Snyder, uma vez que o conhecido roteirista foi duramente criticado por ter praticamente copiado um arco e os personagens de Mandrake. E para piorar a situação, ainda tirou uma cena de uma obra sua, o spin-off de Vampiro Americano. E ainda tem o fato de o coração de Tony ser ligado a uma bateria, recurso muito semelhante ao do filme Adrenalina 2: Alta Voltagem, lançado na mesma época.

    Porém, de um modo geral, Homem de Ferro Noir tem tudo que uma história em quadrinhos de aventuras precisa: locais exóticos, natureza, animais selvagens, nazistas, traições e o famoso resgate da mocinha no alto de um castelo. Um amontoado de clichês, mas que acaba por funcionar por tratar-se justamente daquilo que o público gosta.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

    iron man noir

  • Crítica | Capitão América: Guerra Civil

    Crítica | Capitão América: Guerra Civil

    Capitao America - Guerra Civil

    O mundo tem se tornado um lugar cada vez mais complexo, embora menos violento, fazendo com que a tomada de decisões se torne uma função cada dia mais ingrata. Se antes era fácil decidir o que era certo e o que era errado, hoje a matiz se diversificou.

    Após o final da Segunda Guerra Mundial, o cientista Oppenheimer fala a público sobre sua participação no Projeto Manhattan (que formulou as bombas jogadas em Hiroshima e Nagasaki). Com amargura, cita Bhagavad Gitá e o texto Mahabarata da cultura Hindu, quando Vishnu tenta convencer o príncipe a cumprir seu dever, e para impressioná-lo assume sua forma com múltiplos braços: “Agora eu tornei-me a morte, a destruidora de mundos”. Já a visão de parte da tripulação do avião que carregava as bombas atômicas, endossada pelo presidente Truman, era “Eu estava obedecendo ordens. Eu fiz o meu dever”. Escolher o argumento do dever é escolher não conviver com a culpa e a responsabilidade, um mecanismo de defesa frequente no qual se convence que não teve escolha. Em uma visão quase romântica, que só poderia ter sido assim, tal como foi. Exatamente qualquer ato malévolo pode ser igualmente reduzido apenas ao cumprimento do dever, isso, porém, não dissolve as questões éticas e atemporais da maldade. Este tipo de reflexão é crucial para evitar que épocas fascistas de nossa história não sejam hoje vistas com romantismo imaturo ou postura blasé.

    Capitão América: Guerra Civil tem início com o grupo dos Vingadores já estabelecido como uma força civil de combate ao terrorismo em diversos países do mundo sem obedecer fronteiras. Com incidentes recorrentes, como os que se deram em Vingadores: Era de Ultron e a falta de participação de governos nas decisões do grupo, surge o medo de o que é se viver num mundo onde se tem heróis fantásticos. Após uma missão frustrada na Nigéria surge o apelo pela responsabilização dos Vingadores em seus atos, quando entra em ação o então secretário de defesa General Ross (vivido Willian Hurt aqui e em O Incrível Hulk) com a missão de colocar os Vingadores sob sua tutela, e assim obedecer as ordens do conselho de segurança da ONU. Ao trazer a questão para o mundo real, ações moralmente duvidosas como o uso de drones para julgar e executar criminosos no oriente médio recebem aceitação popular simplesmente por estarem atreladas a um governo, mas seriam seriamente repreendidas caso viessem da sociedade civil.

    Vivemos em uma época de prosperidade, mas em cuja inocência se extinguiu. Não é mais possível comprar um item sem sequer estar compactuando com trabalhos escravos, exploração da natureza, ou com o terror em países abandonados à própria sorte.

    Steve Rogers (Chris Evans) une todos esses paradoxos em si. Um homem profundamente solitário que busca lutar pelo coletivo. Descrente de instituições em uma visão foucaltiana, que considera as instituições como naturalmente perversas, compreende que o mundo é obscuro e não há inocência na mais simples ação, mas também acredita poder saber o que é o certo e o que é o errado, sem precisar democratizar suas decisões. Tony Stark (Robert Downey Jr, em uma interpretação muito mais sensível que em suas outras aparições) da mesma forma usa seu ego e genialidade para moldar o mundo à sua imagem e semelhança, como um construtor moderno, um futurista que, pela potência de suas ações, faz o mundo se curvar para elas. Repetidamente se observa Stark, assim como Vishnu, tornar-se o destruidor de mundos.

    A incapacidade de ter certezas e a impossibilidade de não agir destrói o interior desses dois personagens, que no fundo veem a tentativa de controle como uma forma de evitar a profundeza de suas consciências e, assim, lutam para garantir algum propósito a suas existências.

    Os irmãos Russo, diretores de Capitão América 2: O Soldado Invernal e dos próximos Vingadores, conseguem discutir estas questões sem dar respostas, a não ser a de que é necessário cuidado ao se entregar por completo a uma crença, ou a corrupção e destruição serão o próximo passo. Distante de criar uma dicotomia fácil, buscam tornar crível o embate entre ao dois lados liderados por Capitão América e Homem de Ferro, ao desenvolvê-lo tão humano quanto possível. A referência aqui é Hamlet, de William Shakespeare, primeiro homem moderno da literatura, que no confronto com a morte diante da caveira questiona sua própria existência e aquilo que se é. Capitão América se torna, assim, o príncipe confuso e amargurado, mas de bom coração e ideais tão robustos quanto falhos, que se tornaria rei mesmo que ainda vivesse em uma casca-de-noz.

    Com uma melhora clara na direção com relação ao filme anterior, em belas cenas de câmera à mão e na opção por usar planos ligeiramente mais longos sem cortes aparentes em diversas cenas, o ritmo de Capitão América: Guerra Civil é impecável, embora o tempo de projeção seja sentido devido ao volume de informação. O trunfo para lidar com tantos personagens é fazer do antagonista uma face alternativa da moeda que será jogada, tornando-o mais um conceito do que um personagem. Tal aposta traz algo recorrente nos filmes do Universo Marvel: a falta de vilões poderosos e capazes de seduzir o espectador, compensada pela boa atuação e os ideais cativantes do Barão Zemo (Daniel Brühl em boa atuação). A impressão é que tudo é gerado pelo caos e aleatoriedade, mas cinema é narrativa, e mesmo que não seja a grande peça de cultura pop que foram outros filmes, claramente inferiores a este, essas opções elevam Guerra Civil como obra.

    Os irmãos Russo lidam bem com o desafio de balancear os protagonismos melhor do que ninguém, conseguindo tornar críveis as opções de roteiro que são puramente funcionais e, com a melhora na direção, as atuações se mostram acima dos diálogos eventualmente verborrágicos de filmes anteriores do Universo Marvel, e com alívios cômicos capazes de contribuir para a dramaturgia vista na tela.

    É o dilema filosófico clássico: uma ideia contra uma ação. O quanto um ideal se sustenta frente às questões práticas de um mundo onde tudo que se pode fazer é uma contenção de danos? De certo modo, o dilema é o mesmo mostrado em Batman vs Superman: A Origem da Justiça, ao mostrar heróis afogados pelo niilismo e em busca de sua própria humanidade, podendo refletir um caminho revisionista do super-herói no cinema — tal qual Deadpool, embora numa direção diferente. Em Guerra Civil, porém, o respiro alcançado é dado de maneira mais carismática e redentora que na obra da DC Comics / Warner, alcançando a luz por meio do sacrifício daquele que é capaz de apanhar o dia inteiro por pura fibra moral, por aquele que prevê um mundo melhor aos seus filhos, pela nobreza herdada, ou pela simplicidade da ótica de um menino de 16 anos que passou a vida apanhando e hoje é capaz de fazer a diferença com seus dons. Com destaque para James Rhodes (finalmente bem utilizado), o Pantera Negra (Chadwick Boseman), Viúva Negra (Scarlett Johansson) e para o excelente Homem-Aranha/Peter Parker, os diversos personagens trazidos aqui são o fio de entusiasmo que faz com que se siga em frente sem perder seu caminho.

    Texto de autoria de Marcos Paulo Oliveira.

     

  • Resenha | Homem de Ferro: O Demônio da Garrafa

    Resenha | Homem de Ferro: O Demônio da Garrafa

    Demonio da Garrafa - capa

    O resgate de antigas histórias de um personagem heroico é fundamental para que se compreenda, em totalidade, as diferentes abordagens realizadas desde sua criação. Ainda que hoje o vasto material da Marvel Comics, desde seu lançamento, possa impedir uma leitura completa, republicações e edições especiais pontuam com qualidade obras que se destacaram na época e hoje permanecem no cânone.

    Homem de Ferro: O Demônio da Garrafa é o primeiro número cronológico da Coleção Marvel Graphic Novels lançada pela Salvat (a história também já foi lançada em versão com capa cartonada pela Panini Comics em 2008). No prefácio desta edição, o editor da Panini Italiana, Marco Lupoi, analisa a trama como um novo movimento dentro do estúdio e uma das bases fundamentais da personagem. Até o lançamento desta história em 1979, Homem de Ferro era considerado um herói aventureiro e, embora com certo índice de vendas, não se destacava como outras revistas, como Hulk e Homem-Aranha, histórias que já traziam breves conflitos internos além da luta contra vilões.

    A trama dividida em nove partes aborda o alcoolismo de Tony Stark. e foi responsável por reconfigurá-lo diante do público. Um drama que adensava a personagem, indo além da impressão de um frívolo playboy milionário. O roteiro de David Michelinie e Bob Layton com traços de John Romita, Jr. Bob Layton e Carmine Infantino se desenvolve de maneira bem distinta das sagas contemporâneas. Hoje o tema da história é apresentado com começo, meio e fim em um arco específico. Nesta época, porém, a história do alcoolismo atravessa aventuras diversas, mostrando pequenos indícios do abuso da personagem até uma edição derradeira – com a icônica capa de Stark suando com uma bebida ao lado – quando constata sua condição.

    Em comparação, é evidente que o impacto narrativo é diferente do das histórias atuais, principalmente na abordagem sobre este problema, sutil e pontual. Três histórias atravessam a problemática como um crescendo, em uma trama que aborda uma sequência narrativo-temporal como se acompanhássemos os dias de Tony Stark, missão após missão. Fator que justifica um desequilíbrio maior quando a bebida começa a dificultar seu trabalho heroico.

    Mesmo de estilo claramente diferente da atual editoria da Marvel, O Demônio da Garrafa acrescentou uma nova camada dramática a um personagem explorando um vício comum, fator inerente à condição humana, desconstruindo a perfeição do conceito super e aproximando Stark do leitor pelo viés humano. Um ganho que deu maior destaque para o Homem de Ferro.

    Compre: Homem de Ferro – O Demônio da Garrafa (Salvat)

  • Resenha | Os Supremos 2

    Resenha | Os Supremos 2

    Os Supremos 2 Definitivo 1

    Começando a partir de uma ação do Capitão América, mergulhando em meio ao nordeste do Iraque em período de Guerra, o segundo volume de Os Supremos se estabelece semelhante, de certa forma ao primeiro, com a mesma equipe criativa formada por Mark Millar nos roteiros, Bryan Hitch nos desenhos e Paul Neary como arte finalista. As primeiras dez páginas são a síntese da proposta de Ultimates, com heróis distantes da figura de paladinos, com métodos violentos e repletos de frases de efeito, que convencem até os “agentes do terror” estrangeiros.

    Segue a temática de misturar elementos reais da opinião pública estadunidense, como Larry King entrevistando Tony Stark sobre o intervencionismo da equipe em questões mundiais, driblado pela genialidade do Homem de Ferro que conduz suas respostas de modo muito satisfatório e maduro, apelando para a caridade como justificativa das ações mais agressivas.

    O panorama inicial do grupo é bem diferente, com a Vespa (Jannet Pym) divorciada e namorando o Steve Rogers; Thor bem longe de seus antigos aliados; Banner preso e Hank Pym mudando sua postura, assumindo a “nova” identidade de Homem-Formiga, tentando assim retornar ao grupo. A atualidade continua como métrica do texto de Millar, utilizando-se do vazamento de informações – como em Wikileaks – que basicamente torna público através das grandes emissoras de TV que o super grupo já tinha conhecimento das atividades de Banner como Hulk.

    Este paradigma muda muito o quadro geral, mostrando um Steve Rogers culpado: “o mundo pensava que nós os salvamos, mas só estávamos limpando a nossa bagunça”, sucedido por uma atitude bastante desonesta dos mandatários da S.H.I.E.L.D., abandonando o doutor deprimido à sua própria sorte, isolando-o do mundo após ser sentenciado como culpado. Este é só o começo do colapso da equipe, que ainda incorre em uma luta visceral contra Thor. Uma questão dúbia que surge com a suspeita sobre o vazamento da informação, assim como o resultado final de um embate iniciado pela indisciplina do asgardiano.

    A derrocada moral se torna motivo de comédia, com a empreitada de Pym como Homem-Formiga e como principal figura principal desta versão de Os Defensores. A partir dali se estabelecem alguns pontos cruciais: primeiro com um easter egg mostrando a Feiticeira Escarlate sendo indagada (ciumentamente) por seu irmão Mercúrio, por estar flertando com uma máquina, em uma clara referência ao seu romance com Visão, no universo 616. A tentativa do Homem-Formiga evidentemente dá errado, e ainda que esse fracasso não sirva tanto para a trama principal, funciona para denunciar humoristicamente o que se propagava entre os super-heróis, que se tornavam franquias internacionais, tendo seus Capitães na Inglaterra, Itália e Espanha; também o uso indiscriminado da marca e poderes do Gigante por subalterno; além de uma armadura cibernética como a do Homem de Ferro para a russa Viúva Negra, símbolos da globalização e capitalismo.

    Como em poucas histórias feitas por estadunidenses, Os Supremos 2 se vale positivamente da paranoia do país, engendrando um vilão formidável, que ataca a confiança de seus inimigos e os faz desunir. A influência do “deus nórdico” Loki se vê presente muito além da prisão de seu irmão e da culpabilidade do Capitão América, mas também da construção da ideia por trás dos Libertadores. Apesar de óbvia a questão em relação à queda desses opositores, a questão é verossímil, e a saída para isso é magnânima, trazendo um retorno sensacional.

    As consequências do último embate fazem um sentido tremendo, e as conclusões de Rogers são tão maduras que soam quase irreais, principalmente com a base de comparação com Supremos Volume Um. A discussão a respeito do intervencionismo contumaz dos Estados Unidos faz uma bela combinação com a arte de Hitch, nos esforços do início e próximo ao final. Há uma queda de qualidade enorme, tanto de história, com a péssima inclusão de pares malvados dos heróis, em referências imbecis a seriados japoneses animados e vividos por atores, assim como os desenhos, que se tornam claramente desleixados, denegrindo sem dúvida o que seria o resultado final da revista.

    A importância dada aos coadjuvantes faz a história se tornar mais grave, dando um nível de importância ao Gavião Arqueiro e Viúva Negra poucas vezes vistas nos quadrinhos até aquela época. A reverência de Millar a Jack Kirby e Stan Lee é tamanha que ao final do encadernado há uma dedicatória a eles, completamente desnecessário, já que a atualização vista nesse tomo já é homenagem suficiente aos mentores da Casa das Ideias, ajudando a deixar os personagens em figuras mais imortais ainda, sobrevivendo até aos vícios de sua época, passando por pouco pela linha de mediocridade vigente nos produtos pós exploitation do estilo utilizado no auge da popularidade da Image Comics.

    Ouça: VortCast 37: Os Supremos 2 (Vingadores)

    Compre: Os Supremos 2: Edição Definitiva

  • VortCast 37 | Os Supremos 2 (Vingadores)

    VortCast 37 | Os Supremos 2 (Vingadores)

    vortcast37Bem-vindos a bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Filipe Pereira, André Kirano (@kiranomutsu), Bruno Gaspar (@hecatesgaspar) e Rafael Moreira (@_rmc) retornam para comentar sobre o segundo arco dos Supremos, versão Ultimate dos Vingadores, o supergrupo organizado e mantido pelo governo americano para estabelecer a ordem interna e intervenções em outros territórios. Considerado um épico dos super-heróis nos anos 2000, escrito por Mark Millar, arte de Bryan Hitch, Andrew Currie e Paul Neary e cores de Paul Mounts.

    Duração: 107 min.
    Edição: Victor Marçon
    Trilha Sonora: Victor Marçon
    Arte do Banner: 
    Bruno Gaspar

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    Comentados na edição

    VortCast 13: Os Supremos (Vingadores)
    VortCast 05: Filmes Marvel
    Resenha Os Supremos  – (Edição de 1 a 13) – Compre Aqui
    Resenha Os Supremos  2 – (Edição de 1 a 13) – Compre Aqui
    Resenha Homem de Ferro – O Demônio na GarrafaCompre Aqui
    Crítica Os Vingadores | Crítica 2
    Crítica Os Vingadores: Era de Ultron | Crítica 2
    Crítica X-Men: Dias de um Futuro Esquecido | Crítica 2

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  • Resenha | A Era de Ultron

    Resenha | A Era de Ultron

    A Era de Ultron - Marvel Deluxe - Panini Comics

    No período entre 2004 a 2013, Brian Michael Bendis foi responsável pelos roteiros das revistas mensais dos Vingadores e derivados, promovendo, desde sua primeira edição à frente dos heróis mais poderosos da terra, uma série de reestruturas que em um primeiro arco dissolveu a equipe para apresentá-la em uma nova versão, que permaneceu durante um tempo considerável e dialogava com a intenção da Marvel Comics em acrescentar mais uma camada de realidade às suas narrativas.

    Despedindo-se do grupo para se dedicar aos X-Men, Bendis compôs uma última saga especial, lançada em seis edições, revisitando um dos vilões mais conhecidos da equipe: Ultron, a inteligência artificial criada por Hank Pyn, o Homem-Formiga. Depois de uma longa sequência de grandes sagas envolvendo diversas edições da Casa das Ideias, A Era de Ultron, relançada em edição de luxo pela Panini Comics, poderia ser uma edição fechada, uma interpretação do roteirista sobre um futuro possível e isolada da cronologia. Porém, mantendo o exagero de grandes sagas lançadas em um curto período de tempo, a série situa-se logo após o início da Nova Marvel (leia também Os Vingadores – Mundo dos Vingadores), o ponto de partida que zerou as edições e apresentou novas equipes criativas na maioria dos títulos da casa.

    Em um futuro provável, o vilão Ultron conseguiu destruir a humanidade e derrotar a comunidade heroica. Desde sua criação, o robô investiu diversas vezes contra Os Vingadores, mas sempre fora subjugado. O argumento situa-se em um momento após a queda dos heróis em um planeta parcialmente destruído por seu domínio. Anteriormente à saga, logo após “A Era Heroica”, na edição #12 de Avengers, publicado no país em Os Vingadores nº 100, o roteirista trazia pistas do que estava por vir em uma trama que resgata Mulher-Aranha de um grupo de vilões e confirma que Ultron foi reativado. Tony Stark prevê uma batalha futura com Ultron, afirmando que, devido a sua capacidade de evoluir racionalmente, o vilão poderia vencer cedo ou tarde.

    O início se sustenta bem nesse cenário desolado, fazendo-nos perguntar como o vilão foi bem-sucedido em um plano que transformou grandes heróis como Thor, Senhor Fantástico, entre outros, em baixas de guerra. A omissão proposital do roteiro intensifica a gravidade do acontecimento, e as poucas personagens heroicas sobreviventes rebaixaram-se a viver escondidas, sem nenhum plano de ação urgente. Após o resgate de Homem-Aranha por Gavião Negro, a equipe ganha um incentivo para discutir uma retaliação. A partir desde ponto, a história perde qualquer lampejo criativo.

    Capitão América - UltronA cena mais simbólica da edição com um Capitão América derrotado

    As primeiras edições sustentam a dúvida dos acontecimentos. Porém, Bendis utiliza justificativas inverossímeis dentro das estruturas da cronologia Marvel e impede a qualidade de sua história. Sem um plano concreto de como destruir Ultron e com poucos heróis sobreviventes em cena, a solução encontrada usa um antigo recurso de outras grandes sagas: a modificação do passado para transformar o presente.

    Em um universo munido de tecnologia avançada de fontes diversas, com máquinas possíveis de acessar o passado e o futuro, é confortável utilizar este argumento para modificar histórias, tanto como um apelo narrativo de fácil solução quanto para revistas cujas vendas baixas exigem uma reestruturação (Mefisto e Homem-Aranha são exemplos). Neste caso, retornar ao passado é o argumento mais comum, e não há nenhuma vontade de Bendis em procurar originalidade neste aspecto. Assim como em Dias de Um Futuro Esquecido, clássico dos X-Men envolvendo paradoxos temporais, o baixinho Wolverine assume o comando da missão, mesmo contra a vontade do resto da equipe.

    Nick Fury, o original, que depois foi dado como morto e de alguma maneira transformado em seu filho negro baseado no Fury da linha Ultimate (oficialmente, são pai e filho, mas é notável a intenção de que sejam uma só personagem), surge na trama como um homem incapaz de liderar, mas que se escondeu durante toda a ação de Ultron para investigar uma maneira de detê-lo. Outro aspecto questionável da história: se a destruição de Ultron foi agressiva a ponto de heróis não formularem uma defesa eficaz, Fury não deveria sair de cena para dedicar-se a uma investigação. E mesmo que a ausência seja plausível, seria mais eficiente direcionar um herói conhecido pela inteligência para estudar um meio de parar o vilão. Fury é muito mais um soldado do que um cientista racional.

    Pelo uso do paradoxo temporal, a trama talvez fosse mais bem-sucedida se não estivesse dentro da cronologia Marvel. Poderia ser lida apenas como um exercício final da passagem de Bendis pelos Vingadores e se tornaria uma saga possível de um futuro em que Ultron venceu. Lançado logo após a Nova Marvel e simultaneamente ao começo da saga Infinito, tornou-se evidente o exagero do estúdio em produzir mega sagas em sequência, sem nenhum respiro para o leitor acompanhar histórias mensais breves.

    A sequência de tantas bases vistas anteriormente nos quadrinhos em um roteiro que não busca nenhuma inovação reduz a história a uma obra média e um tanto oportunista, voltada para novos leitores ávidos em conhecer o vilão do novo filme da equipe. Bendis se despede dos Vingadores com um saldo positivo nas edições mensais, em bons arcos narrativos, mas nesta ultima aventura transforma um bom argumento em uma história déjà vu que abusa de preceitos chaves de outras aventuras para desenvolver-se como trama.

    Compre aqui: Vingadores – A Era de Ultron

    A Era de Ultron - destaque

  • Resenha | Homem de Ferro: Rapto

    Resenha | Homem de Ferro: Rapto

    HOMEM-DE-FERRO-RAPTO

    Quando quadrinhos e cinema se unem, a rentabilidade é alta. Além de produtos licenciados para o filme, a procura pelas HQs aumenta e, consequentemente, surgem edições especiais para apresentar a um novo público a personagem como vista nas telas.

    Além de relançamentos na época das estreias, surgem mini séries especiais fechadas com uma aventura que não interfere na cronologia oficial e que poderiam, a principio, render uma boa leitura.

    Homem de Ferro – Rapto foi lançado em 2010. Alguns meses após o lançamento de Homem de Ferro 2 nos cinemas americanos. Aproveitando o lançamento do terceiro filme no Brasil, a Panini Comics coloca a edição no mercado.

    A maioria das histórias em quadrinhos com arcos fechados tem como base um possível bom argumento, destruído em seguida após vinte e cinco ou cinquenta páginas. Nesta trama, Tony Stark sofre um ataque do coração e, incomodado com as limitações que um transplante lhe ocasionaria, desenvolve uma tecnologia própria para realizar um coração artificial.

    Estudando as limitações físicas do corpo humano, Stark inicia a construção de um sistema eletrônico que, ao se tornar autônomo com inteligência artificial programada, toma posse de seu corpo e decide promover uma guerra contra os humanos, perecíveis, e transformá-los em seres robóticos eternos.

    A história de Alexander C. Irvine (Demolidor Noir) é uma grande bobagem risível que destaca as personagens que o público conhece nos cinemas. Pepper Potts ao lado de Rhodes, o Máquina de Combate, são a resistência que luta em vão contra Stark, tentando trazê-lo de volta a consciência. A arte de Lan Medina faz dos traços realistas personagens bem semelhantes com os atores que a interpretaram no cinema, uma alusão evidente de parte do público alvo dessa edição especial.

    Uma história que serve para atrair leitores ocasionais e que, ao lado dos tradicionais, só os fazem sofrer mais pelo argumento ruim. Em certo ponto, a história é tão semelhante com a vista em Homem de Ferro 2 que há uma batalha envolvendo Tony Stark e Máquina de Combate. Porém, nesta edição há um discurso de Stark dominado pela máquina que diz que a carne humana é perecível em relação a máquina imortal, cujo ápice, no último quadro antes da luta, nos premia com a seguinte pérola: Vamos acabar logo com isso. A Carne está no ponto. E assim, partem para a briga que não é maior que o desejo de fechar a revista, respirar fundo pela piada sem graça para, enfim, conseguir prosseguir na leitura.

    Homem de Ferro – Rapto é a típica história fechada que engana. Em um primeiro momento poderia ser uma interessante aventura solo, sem a obrigação da cronologia, que poderia divertir tanto os leitores novos como quem está afastado da linha mensal. Mas que decepciona a ambos por uma história mal executada e sem graça.

  • Crítica | Homem de Ferro 3

    Crítica | Homem de Ferro 3

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    Atenção, texto contendo spoilers.

    Para muitos, a questão primordial era pra onde ir após Os Vingadores. A grandiosidade alcançada pelo grupo não poderia ser repetida nos filmes solo dos heróis, mas isso não é um problema. Boas histórias sempre podem ser contadas, em diferentes escalas. Além do mais, o anúncio da chamada Fase 2 da Marvel no cinema indicava mais uma vez um planejamento bem controlado sobre as futuras produções, conduzindo a Vingadores 2 em 2015. Porém, tudo isso parece ter sido deixado completamente de lado. Entre uma ânsia incontrolável em dar um “fechamento” à trilogia (não deveria ser um reinício?), e questionáveis direcionamentos de roteiro, Homem de Ferro 3 na verdade deveria se chamar “As Aventuras de Tony Stark”. E não, isso não é uma coisa boa.

    A intenção básica de Shane Black, que assumiu a direção no lugar de Jon Favreau e também co-assina o roteiro, foi de humanizar Tony Stark. O que começa muito bem, mostrando o bilionário sofrendo uma espécie de estresse pós-traumático devido aos eventos de Nova York. Entre pesadelos, privação de sono e ataques de pânico, ele se dedica a aperfeiçoar suas armaduras, para estar preparado pra qualquer coisa que o mundo jogar contra ele ou seu amor agora assumido, Pepper Potts. E o próximo perigo já desponta no horizonte: o terrorista Mandarim, com seus ataques sem deixar pistas e seus vídeos ameaçando os EUA. Também entram na jogada dois cientistas presentes no passado de Tony, Aldrich Killian e Maya Hansen, trazendo o projeto Extremis, uma espécie de terapia genética capaz de dar superpoderes a humanos normais.

    A partir do ataque à mansão de Stark é que as coisas começam a desandar. O ritmo fica confuso, cria-se uma barriga na história (nada no universo explica ou justifica a presença a daquele garotinho), surgem furos gritantes no roteiro, como os planos e ações do vilão que se contradizem e parecem mudar de uma hora pra outra. Porém, o erro fatal do filme acaba sendo mesmo a velha mania de TIRAR A ARMADURA. Entende-se a necessidade de usar Robert Downey Jr ao máximo, até pra fazer valer o milionário cachê que ele está levando. Mas é forçado demais ver Stark transformado num James Bond, invadindo locais e combatendo bandidos com apenas alguns apetrechos, demonstrando incríveis habilidades físicas. As cenas de ação envolvendo as armaduras são ótimas, o resgate dos passageiros do avião e a batalha final quase valem o ingresso. Mas é pouco, ainda mais quando se esperava que esse terceiro capítulo redimisse o maior defeito dos dois anteriores. Se ficava um gostinho de quero mais em relação às lutas, principalmente no segundo, pelo menos as histórias eram bem amarradas. Neste, nem isso.

    Outro fator prejudicado foi o humor. Como o trailer sugeria, a trama tentou ser mais séria, densa. Contudo, não quiseram deixar as piadinhas de lado, e o resultado é que elas ficaram parecendo mais bobinhas do que o habitual, e com um timing terrível. A cada momento pretensamente dramático, entrava alguma gracinha pra quebrar o clima. O destaque foi perto do clímax do filme, onde isso ficou inacreditavelmente ruim. Até por conta disso, a tal humanização não convenceu, pois não houve drama ou perigo real. Tudo se resolve facilmente para Tony Stark, com ou sem armadura. Aliás, ele ter que se virar sem seus trajes por tanto tempo também acaba se revelando uma forçada de barra incoerente, em grande parte por Jarvis ser retratado cada vez mais como uma entidade onipresente e onisciente, e não como uma inteligência artificial.

    Citando algo positivo, os aspectos técnicos são impecáveis como sempre. Ficou bacana o visual dos soldados Extremis, apesar de meio genérico, pareceu ameaçador. O trabalho de Shane Black enquanto diretor não compromete. Se a menos a Marvel o tivesse controlado melhor enquanto roteirista… os atores também fazem um bom trabalho. Nada de novo a ser dito sobre O CARA, nem sobre Gwyneth Paltrow. Já Don Cheadle, coitado, esse sofreu. A marqueteira “atualização” do Máquina de Combate para Patriota de Ferro até rendeu uma zoada legal. Mas Rhodes também foi vítima do ódio dos realizadores contra armaduras, e só fez pose até perder a sua também. A ele restou uma curta participação como o sidekick que combate o mal usando camisa polo. Rebecca Hall não teve muito a fazer com sua personagem sem muita utilidade na trama, enquanto Guy Pearce mandou bem fazendo o seu canastrão habitual.

    Já o Mandarim merece uma análise a parte. Ele parece estar concentrando quase toda a polêmica sobre o filme, cegando as pessoas para os problemas muito mais graves. Este vilão não é, MESMO, o temível nemesis do Homem de Ferro que é nos quadrinhos. Mas embora o fã tenha razão em bradar “nãããooo, o Mandarim é muito mais foda do que isso”, foi uma adaptação interessante. Coerente na proposta do filme de criticar (ainda que de forma rasa) a indústria armamentista e a manipulação da mídia, além de um sensacional tapa na cara de quem diz que os trailers entregam tudo e não existem mais surpresas guardadas para o cinema. E Ben Kingsley merece aplausos.

    Por outro lado, houve incoerência no modo como o filme tratou a postura do protagonista diante do Extremis. Na ótima saga de Warren Ellis e Adi Granov, Tony usa o vírus aprimorado em si mesmo, para adquirir maior controle sobre armadura e poder vencer o inimigo. Faria todo o sentido do mundo ver algo parecido no cinema, ainda mais no cenário criado do herói passando a temer ameaças desconhecidas. E nem precisou de algo cósmico, mágico, nada disso, ele viu surgir em seu próprio mundinho científico um adversário que não poderia superar só com suas armaduras tradicionais. Mas eis que então, indo na contramão de absolutamente tudo que o próprio filme havia plantado, Stark segue outro caminho.

    Que$tõe$ contratuais e a vontade de Downey Jr em si (ainda indefinida, é bom que se diga) são possíveis explicações, claro. Mas nada de bom resultou disso: Homem de Ferro 3 contradiz a si mesmo, se coloca fora da Fase 2 e nada faz para introduzi-la, e ainda prejudica monstruosamente Vingadores 2. Fica a expectativa que esse tropeço, o primeiro, não tire a Marvel Studios dos trilhos, e que os próximos filmes voltem a acertar a mão. E que essa não seja a última vez que vemos o Homem de Ferro/Tony Stark/Robert Downey Jr nos cinemas, pois seria uma despedida melancólica, ao som de uma marcha fúnebre ao invés do bom e velho AC/DC. Aliás, caramba, até isso faltou…

    Ps: cena pós-créditos fazendo ligação com os próximos filmes, tendo alguma relevância? Pra quê, né?

    Texto de autoria de Jackson Good.

  • Crítica | Os Vingadores

    Crítica | Os Vingadores

    Após uma longa espera, repleta de ansiedade e expectativa crescentes, chegou o evento mais importante da História da humanidade. E a conclusão (sim, já na segunda frase) é que é ótimo estar vivo nessa época. Os Vingadores finalmente chega aos cinemas, e o fato de todo mundo estar falando incansavelmente sobre o filme deixa mais difícil fazer uma análise “original”, então ligarei o foda-se pra isso e tratarei simplesmente de apresentar minha opinião.

    Em sua trajetória até aqui, o Marvel Studios optou por controlar fortemente suas produções, assegurando que tudo sairia de acordo com o planejado. Por conseqüência, os filmes anteriores foram muito mais “do estúdio/produtores” do que de seus respectivos diretores (quem chegou mais perto de colocar uma certa identidade foi Kenneth Branagh em Thor). Discussões artísticas a parte se isso é certo ou errado, o fato é que funcionou.

    Os heróis foram apresentados, o universo foi estabelecido, e chegou a hora do próximo passo. Fácil, alguns poderiam dizer: só juntar todo mundo pra dar porrada em alguém e pronto. Seria “massaveísticamente” divertido, lógico, mas porque não fazer um BOM FILME contendo isso? Então temos uma quebra do padrão, pois é inegável que em Os Vingadores muito do crédito se deve a Joss Whedon.

    Além da direção, ele fez modificações no roteiro quando assumiu o cargo, e conhecendo seu background, conclui-se que o cara acertou a mão. Quase um estreante no cinema, a experiência de Whedon em seriados de Tv e como roteirista de quadrinhos lhe ensinou a trabalhar com vários personagens dando a todos a devida atenção. O que, qualquer ameba deduz, era fundamental neste filme. Muito mais do que uma história mirabolante, o foco aqui é, e devia ser, a interação entre a galera. E numa palavra: SENSACIONAL.

    Quem já leu uma revista em quadrinhos na vida sabe que é lei: heróis saem na porrada quando se encontram pela primeira vez. E não se engane, este é um filme feito pra fãs. Então temos um festival de pequenas lutas, praticamente um todos contra todos. O detalhe positivo é que o roteiro conduz tudo isso de forma muito natural, evidenciando que todos estão acostumados agir sozinhos e não vão confiar de cara em desconhecidos. Inverossímil seria se todos fossem Super Amigos desde o início. Também com naturalidade vem a superação das desavenças quando o momento exige. Outro ponto inteligente do roteiro: não foi todo o planejamento da S.H.I.E.L.D. que botou os heróis pra trabalharem juntos. Foi a necessidade, o surgimento de “uma ameaça grande demais pra qualquer um deles enfrentam sozinho”. Como é bom quando os realizadores do cinema LÊEM os quadrinhos…

    Mesmo os personagens mais irrelevantes encontram seu espaço. Começando pelo melhor de todos (ironia mode on), o Gavião Arqueiro. Um zé ruela com arco e flechas no meio dos outros, muita gente questionava. Pois bem, amiguinhos: os caras não são idiotas, Barton é naturalmente colocado como um peixe fora d’água. Mas graças a um esperto artifício de roteiro, logo no início ele adquire uma posição diferente, ganhando uma participação mais ativa do que teria. E no fim das contas, ele é um agente fodão, que ta lá pra fazer aquilo que puder numa situação onde qualquer ajuda é bem vinda. E ele manda bem, simples assim. Jeremy Renner é um ator em ascensão, competente apesar de (na minha opinião) supervalorizado.

    Passemos então a (aaahhh…) Scarlet Johansson. Uma das boas surpresas do filme, devo dizer. Gostosa como sempre, mais uma vez com espertos enquadramentos de sua lendária e maravilhosa bunda, nenhuma novidade aí. Mas deu pra perceber uma boa atuação por parte dela, aliada a um desenvolvimento interessante da personagem Viúva Negra. Muito legal sua origem russa ser citada aqui (algo ignorado em Homem de Ferro 2), da mesma forma que seu passado com o Gavião. Ficou a curiosidade em saber mais sobre isso, de repente um spin off estrelado pela dupla seja uma idéia a ser pensada com carinho.

    Outro que surpreendeu foi o Hulk/Banner de Mark Ruffalo, um ator meio “mais do mesmo” que aqui conseguiu achar um tom que me agradou muito: algo entre a insegurança de um cientista meio loser em relações pessoais e a tranqüilidade de alguém que há anos convivendo com uma maldição, conseguiu controla-la. Ao contrário do que imaginei, Bruce Banner aparece bastante (o que não fica chato!) e o Hulk é usado com moderação, garantido níveis épicos de fodacidade quando parte pra ação. E na boa, pessoal, chega do eterno mimimi sobre o CGI do bicho ficar ruim, etc. Ele não é um ser humano grande e forte, é um monstro deformado. Não dá pra ficar “realista”. Algumas pessoas parecem desejar uma tecnologia que não existe. Vamos parar com a frescura e seguir em frente.

    Thor foi um personagem que me decepcionou um pouco, no sentido de sua relação com os outros. Lindos os quebra-paus contra Homem de Ferro e depois contra o Hulk, sem dúvida. Mas o fato do loirão já estar estabelecido e auto afirmado como “protetor da Terra” deixou pouco espaço pra um drama pessoal, uma evolução, além dele surgir um tanto abruptamente na meio da história. Seu interesse maior foi mesmo em relação a Loki, ainda tentando convencer o irmão a parar com as maldades. Postura recorrente nas hq’s, então não dá pra reclamar muito. Mas a impressão final é que, no caso dele, rolou um ctrl c no roteiro de Thor 2 e um ctrl v no meio da trama de Os Vingadores, fazendo com a jornada deste herói destoasse da dos demais. Chris Hemsworth mais uma vez manda bem.

    O outro Chris, o Evans, eternamente criticado por boa parte do público, também faz um bom trabalho. O que prejudica, e muito, o Capitão América, é a inexplicável mudança de sua roupa maneira pra um cosplay bem ridículo. Modernizar o uniforme pra que, após todo esforço que o filme solo teve pra combinar o aspecto super-heroístico com um visual militar? Pelo menos partissem pra algo mais sóbrio, talvez uma roupa de couro com um tom mais escuro, sóbrio. Aquele azul berrando deixou-o deslocado em meio aos outros heróis. Por outro lado, vê-lo muito mais ágil foi excelente, aproximando o personagem dos quadrinhos. Outra discussão pré-filme sempre foi sobre sua liderança (ou não) da equipe. Aqui ele não é, de fato, um líder inquestionável, apesar de ter seu momento de comandante de campo, visto sua experiência na Guerra. Isso se deve, porém, muito mais o fato do grupo ainda estar se formando (e o próprio Rogers ainda estar deslocado no presente) do que ter esse posto roubado por outro personagem de mais sucesso, como muitos imbecis pregaram aos quatro ventos.

    Pois o Homem de Ferro NÃO lidera a equipe, não comanda nada. Não aconteceu um fenômeno Wolverine aqui. Stark é o personagem mais legal, mais carismático, tem as melhores tiradas, Robert Downey Jr rouba a cena? Com certeza, mas sabiamente (graças a Deus) os caras não botaram o Ferroso pra dar ordens por conta disso. Ele ainda é o rebelde piadista, que apenas toma consciência da grandiosidade da situação e de sua própria importância no meio de tudo, e age de acordo. Sem nunca perder o humor mordaz. Se o herói se destaca, é naturalmente, não por ser “O” protagonista.

    Finalmente, o vilão. Tom Hiddleston mais uma vez ótimo no papel de um Loki eternamente movido pela inveja de Thor, isso é intrínseco do personagem. Muitos dos que estão criticando provavelmente desconhecem isso. Sem dúvida que todo seu plano, e movimentos para executa-lo, são bem “qualquer coisa” pra fazer a trama andar e os heróis brigarem entre si e depois se unirem. Sem dúvida um ponto pouco trabalhado do roteiro e o grande defeito do filme, porém perdoável. Como citado antes, o importante são os heróis interagindo, então a ameaça não ser tão bem desenvolvida é uma simples questão de falta de tempo. Falando em falhas, outro elemento que me incomodou foi a S.H.I.E.L.D. Emocionante ver o porta-aviões aéreo, nosso querido Samurai L Jackson tendo mais espaço pra ser mothafucka, hilário o agente Coulson se revelando um nerdão vergonha alheia, até Maria Hill em sua micro participação consegue ser legal. Mas a agência parece conseguir informações precisas das coisas muito rápida e facilmente, como que por mágica. Tudo bem que é uma central de Inteligência, mas esse é outro aspecto de um roteiro apressado. Mais uma vez, nada que comprometa a diversão.

    E esse é ponto principal, o filme é insanamente divertido. Ação desenfreada com toques de humor, a marca do Marvel Studios, agora numa escala maior. Pois Os Vingadores só pode ser classificado como um novo nível no cinema do gênero. Antes ficávamos feliz com qualquer adaptação, em seguida vimos que era possível ter bons filmes, e agora está provado que dá pra juntar um bando de heróis sem ficar galhofa. Se for algo bem planejado e executado, lógico. Então, Warner, já passou da hora de se coçar. Um mega filmaço com a Liga da Justiça é sim possível, e é o que todos enxergam e esperam pro futuro. Mas por enquanto, serei babaca ao encerrar o texto com um #ChupaDC.

    Texto de autoria de Jackson Good.

  • Crítica | Os Vingadores

    Crítica | Os Vingadores

    Há muito tempo venho largando aqui pelo Vortex Cultural um carinhoso apelido que foi inventado para o filme dos Vingadores. Esta mega produção da divisão cinematográfica da Marvel Studios vinha sendo carinhosamente chamada de “evento cinematográfico do ano” por várias pessoas, e eu resolvi aderir à causa.

    Os Vingadores sempre foi um sonho de todos os amantes do universo Marvel e de super-heróis em geral. O encontro da formação mais clássica do grupo nas telonas nunca havia passado disso. Pois bem, começamos a acordar deste sonho em 2008 com o lançamento de Homem de Ferro. Quando Nick Fury aparece na cena pós créditos deste filme, parado no apartamento de Tony Stark, tivemos a certeza de que ele estava vindo: Nosso sonho impossível viraria realidade.

    Então, quatro anos e quatro filmes depois, finalmente essa fantasia impossível tornou-se 100% realidade. São 3 horas da manhã do dia 27 de abril de 2012 e eu acabo de voltar da pré-estréia de Os Vingadores, mas até agora não me bateu um milésimo de sono. Não vou conseguir dormir tranquilo enquanto não contar exatamente o que foi Os Vingadores e por que esse filme é importante, na minha empolgada e nada balizada opinião, para a indústria cinematográfica e para o futuro dos filmes de super-heróis.

    Caso ainda não tenha ficado totalmente claro, Os Vingadores é simplesmente o maior filme de ação/aventura feitos nos últimos 50 nos, e provavelmente não será igualado pelos próximos 50! Um filme espetacular, bem humorado, respeitoso com os fãs e que vai marcar a vida de milhares de pessoas, a começar pela do diretor.

    Joss Whedon será lembrado, para todo o sempre, como o diretor que trouxe o grupo de super-heróis mais famoso da Marvel para as telas do cinema pela primeira vez. É inacreditável, na verdade, que alguém tenha deixado o filme nas mãos deste cara que, pasmem, nunca havia dirigido um filme inteiro antes! Eu não sei o que o pessoal da Marvel fumou antes de ligar pra ele e oferecer o trabalho, mas essa foi a aposta mais arriscada da história, sem dúvidas!

    Antes de entrar no plot, vamos só recapitular rapidinho o que o pessoal da Marvel largou na mão do diretor do cara: um personagem deus, um personagem indestrutível e incontrolável, um escoteiro super forte com um escudo errado, um gênio bilionário com tudo para roubar o filme de seu legítimo dono (leia-se: Capitones!) e dois personagens que nunca haviam sido explorados nos filmes introdutórios. Tudo isso junto no mesmo filme enfrentando um vilão que precisa ser muito foda, mesmo não tendo demonstrado antes fodulência o suficiente para bater de frente com esta galera… Fácil de fazer né?

    No filme, Loki é enviado à Terra por uma entidade desconhecida para roubar o cubo cósmico (que neste filme tem um outro nome que eu não consigo lembrar porque toda vez que ele era dito eu substituía a palavra estranha por “cubo cósmico”) da S.H.I.E.L.D.. Em troca da fonte inesgotável de poder, o meio-irmão de Thor receberia o controle de nosso lindo planetinha azul e seria o que sempre quis ser quando vivia em Asgard: rei do mundo e senhor de escravos.

    Diante do poder incomparável de Loki e seu bastão de energia vindo diretamente dos sets de filmagem de Stargate, Samuel Fury se vê obrigado a reativar o Projeto Vingadores, recutrando os heróis mais poderosos do planeta. Thor, Steve Rogers, Tony Stark, Bruce Banner, Clint Barton e Natasha Romanoff (gostosa) devem aprender a trabalhar em equipe para derrotar Loki e seu exército ciborgue de uma dimensão desconhecida, recuperar o cubo e destruir o máximo possível da ilha de Manhattan.

    O plot não tem nada de espetacular, isso é fato. O que é realmente espetacular é a forma como ele foi trabalhado dentro do roteiro, muito bem elaborado, diga-se de passagem. Whedon participou ativamente da elaboração do roteiro também, o que pode explicar boa parte do excelente resultado que conseguiu trabalhando uma história que não tinha nada de extraordinário. O filme esbanja ação e tem momentos de comédia tão bem localizados que até eu gargalhei no cinema (inclusive fazendo uma referência FANTÁSTICA a uma conhecida empresa do pessoal aqui do blog: O Boston Medical Group). Todos os recursos que estavam a disposição de Whedon e todas as adaptações necessárias foram utilizadas (e muito bem utilizadas) para manter o ritmo e não ofender os fãs no cinema. Vou enumerar as 2 que achei mais interessantes:

    A primeira, mais visível, e talvez mais importante adaptação que fez-se necessária diz respeito ao dono do filme. Quando a Marvel lançou os filmes preparatórios para Os Vingadores, Robert Downey Jr. mostrou ser “o” Tony Stark. Dos filmes anteriores, o que fez mais sucesso e o personagem mais querido da galera foi o Homem de Ferro. Sem ter como colocar outro personagem como chamariz para o filme, a equipe de roteiristas e o diretor deixaram o filme nas mãos do Stark, e ele óbviamente não decepcionou! Ele não é o líder do grupo de super-heróis, como muitos pensaram (este cargo é ocupado relativamente bem pelo Capitas), mas é o cara mais foda, mas engraçado e é o dono do filme.

    O segundo aspecto diz respeito ao cara errado da trupe. O Hulk é um personagem errado para se colocar num filme como este sem que seja modificado totalmente. Talvez pelo fato de ele não trabalhar muito bem em equipe, talvez pelo fato do Hulk de computador estar sempre com cara de dor de barriga, optaram por deixar suas aparições meio de lado. Ele aparece pouco no filme, mas sempre há um momento OMFG quando ele bate em alguém (amigo ou inimigo). O CGI que gerou o mostro não é mal-feito, mas incomoda na telona, ainda que ele seja o protagonista de uma porradaria homérica com o Thor e outra meio decepcionante com o irmão do lourão(ui!).

    Mais alguns pontos merecem destaque como, por exemplo, a bunda atuação da agente Romanoff(gostosa) na trama, a “massaveísse” do Gavião Arqueiro (que, para o desgosto do Jackson, não usou seu uniforme cláááássico), o escudo de vibrânio do Capitas que pára ou rebate as coisas de acordo com a vontade do Chris Evans e, logicamente, as sequências de montagem e desmontagem da armadura do Robert Downey Stark.

    Os Vingadores foi, para mim, uma experiência única no cinema. Chutou nádegas “Nolanianas” e mostrou para Warner/DC que é possível, SIM, fazer um filme de heróis que seja vendável pro público geral e que não desrespeite os fãs. Duas horas de filme que passaram sem que eu pudesse olhar para o lado ou desfazer o sorriso idiota na minha cara. O filme prende, tem boas atuações (destaque para a bunda atuação da Scarlett e sua maravilhosa roupa de couro) e um final interessante. Não preciso dizer que quando digo “final” quero dizer “cena pós-créditos”, não é?

    “The Avenger é o evento cinematográfico do século, Aoshi?”
    CERTEZA!! Desliga essa computador, corre pro cinema e, sendo fã de quadrinhos ou não, tenho certeza que você vai concordar comigo, ou não…

  • VortCast 05 | Filmes Marvel – Parte 1

    VortCast 05 | Filmes Marvel – Parte 1

    Bem Vindos à bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), André Kirano (@kiranomutsu), Jackson (@jacksgood), Jean D’angelo (@jeandangelo), Carlos Tourinho (@touroman), Levi Pedroso (@levipedroso) e Brunno Elias (@brunnoelias)  se reúnem para comentar sobre todos os filmes que a SEGUNDA maior editora de quadrinhos do mundo já colocou nos cinemas. Conheça todas as galhofas que chegaram ao grande público e as atuais grandes produções que viraram sucesso mundial.

    PS: Pedimos desculpas pela qualidade do áudio. Fizemos o possível para melhorá-lo, mas ainda assim ficou aquém do esperado.

    Duração: 126 mins.
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira

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    Pauta Livre News
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    Crítica de Thor por Jackson

    Filmografia Comentada

    Doutor Estranho
    Crítica Capitão América (1990)
    Blade
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    X-Men
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    X-men 3: O Confronto Final
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    Elektra
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    O Incrível Hulk
    Crítica Quarteto Fantástico (1994 – nunca lançado)
    Quarteto Fantástico (2005)
    Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado
    Motoqueiro Fantasma
    Crítica Justiceiro (1989)
    Crítica Justiceiro (2004)
    Crítica Justiceiro: Zona de Guerra
    Crítica Nick Fury: Agente da S.H.IE.L.D.
    Homem de Ferro
    Homem de Ferro 2
    Kick-Ass
    Crítica Thor

  • Agenda Cultural 03 | Bêbados de Lata, Pacifistas no Pacífico e o efeito de Purple Haze

    Agenda Cultural 03 | Bêbados de Lata, Pacifistas no Pacífico e o efeito de Purple Haze

    Terceira edição da Agenda Cultural com Flávio Vieira (@flaviopvieira), Amilton Brandão (@amiltonsena) e Mario Abbade (@fanaticc),  se reúnem para comentar tudo o que está rolando no circuito cultural dessa semana, com as principais dicas em cinema, teatro, quadrinhos e cenário musical. Em uma linha alternativa de dicas atemporais, selecionamos alguns petardos interessantes dentro do ramo literário também. Não perca tempo e ouça agora o seu guia da semana.

    Duração: 48 min.
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira
    Arte do Banner: Gustavo Kitagawa

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    Red Dead Redemption

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    Séries

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    Teatro

    Lente de Aumento – Crítica Lente de Aumento por Mário Abbade

    Cinema

    A Casa Verde
    Os EUA vs John Lennon
    Crítica Tudo Pode Dar Certo
    Crítica Homem de Ferro 2

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