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O Cortiço

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Se O Cortiço é dos romances mais contundentes da literatura brasileira, este volume possui atributos que o convertem na melhor edição do clássico de Aluísio Azevedo. Além de texto estabelecido conforme a última edição em vida do autor, contém iconografia histórica e notas de rodapé por Leila Guenther. O ensaio de apresentação foi escrito por Paulo Franchetti, que, revisando noções consagradas, oferece argumentos para uma nova leitura do romance.

384 pages, Paperback

First published January 1, 1890

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About the author

Aluísio Azevedo

80 books110 followers
Era filho do português David Gonçalves de Azevedo e de Emília Amália Pinto de Magalhães. Seu pai era viúvo e a mãe era separada do marido, algo que configurava grande escândalo na sociedade da época. Foi irmão do dramaturgo e jornalista Artur Azevedo.

Desde cedo dedicou-se ao desenho através de caricaturas e à pintura. Em 1876 viaja ao Rio de Janeiro, a fim de estudar Belas Artes, obtendo desde então sustento com seus desenhos para jornais.

Com o falecimento do pai em 1879, volta para o Maranhão, onde começa finalmente a escrever. E em 1881, publica O Mulato, obra que choca a sociedade pela sua forma crua ao desnudar a questão racial. O autor já era abolicionista convicto.

O sucesso desta habilita-o a voltar para a Capital do Império, onde escreve incessantemente novos romances, contos, crônicas e até peças teatrais.

Sua obra é vista como irregular por diversos críticos, uma vez que oscilava entre o Romantismo açucarado, com cunho comercial e direcionado ao grande público, e outras mais elaboradas, pois deixava a sua marca de grande escritor naturalista.

Feito diplomata, em 1895, serve em diversos países, inclusive o Japão. Chega finalmente, em 1910, a Buenos Aires, cidade onde veio a falecer menos de três anos depois.

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Community Reviews

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3,332 (22%)
2 stars
957 (6%)
1 star
313 (2%)
Displaying 1 - 30 of 474 reviews
Profile Image for Amanda Alexandre.
Author 1 book51 followers
March 2, 2017
So do you want to read a book that defines Naturalism better than the books that created Naturalism themselves?

Then read this.
Profile Image for Paula Mota.
1,285 reviews433 followers
January 21, 2021
3,5*

“O número dos hóspedes crescia, os casulos subdividiam-se em cubículos do tamanho de sepulturas, e as mulheres iam despejando crianças com uma regularidade de gado procriador."

“O Cortiço” é um formigueiro repleto de vida, cheiros e cores, habitado por negros, mulatos e brancos, por portugueses e brasileiros, por lavadeiras e trabalhadores braçais numa perpétua agitação, construído graças à manha e esperteza do João Romão, um taberneiro português, mas paredes meias com o casarão de outro português, o Miranda, um comerciante burguês que não vê com bons olhos aquele bulício e aquela mistura de raças, que dá origem a todo o tipo de conflitos e celebrações.
Nesta enorme montra de personagens, não há muito espaço para o desenvolvimento individual de cada uma, que é um dos aspectos que mais valorizo numa obra, dando antes lugar a uma espécie de caricaturas onde não falta o corno, a burguesa, o português com o seu faduncho, a virgem, o efeminado, a bruxa, a prostituta, o parasita.
É um retrato muito colorido de Botafogo no final do século XIX, traçado através de uma linguagem extremamente expressiva, vibrante e até sensual.

“Abatidos pelo fadinho harmonioso e nostálgico dos desterrados, iam todos, até mesmo os brasileiros, se concentrando e caindo em tristeza; mas, de repente, o cavaquinho do Porfiro, acompanhado pelo violão do Firmo, romperam vibrantemente com um chorado baiano. Nada mais que os primeiros acordes da música crioula para que o sangue de toda aquela gente despertasse logo, como se alguém lhe fustigasse o corpo com urtigas bravas. E seguiram-se outras notas, e outras, cada vez mais ardentes e mais delirantes. Já não eram dois trumentos que soavam, eram lúbricos gemidos e suspiros soltos em torrente, a correrem serpenteando, como cobras numa floresta incendiada; eram ais convulsos, e chorados em frenesi de amor; música feita de beijos e soluços gostosos; carícia de fera, carícia de doer, fazendo estalar de gozo. E aquela música de fogo doidejava no ar como um aroma quente de plantas brasileiras, em torno das quais se nutrem, girando, moscardos sensuais e besouros venenosos, freneticamente, bêbados do delicioso perfume que os mata de volúpia."
Profile Image for Laurinha Lero.
75 reviews499 followers
June 2, 2022
os juros absurdos que o joão romão cobra de empréstimo na taverna são um pouquinho menores que o cheque especial do itaú
Profile Image for Ferris.
1,505 reviews22 followers
September 16, 2011
The novel, "The Slum" provides a 19th century glimpse of Brazilian society via the misadventures of the founder and residents of a slum. Somehow Azevedo is able to convey a myriad of social tensions across multiple levels and he does so with incredible vividness, wonderful prose, and memorable characters. The reader is immersed in the tension between Portuguese immigrants and Brazilians, between mulattoes and blacks, between men and women, between upper and lower classes resulting in a rather head-spinning sensation. Azevedo's descriptions are at times disturbing and always revealing. At the end, I felt like I had just returned from a journey into a new culture which left me changed forever!
Profile Image for Thomé Freyre.
196 reviews8 followers
December 13, 2019
Faço minhas as palavras de Fernando Pessoa quando diz que a sua pátria é a língua portuguesa, ou seja, o mundo, acrescento eu humilde. Daqui surge imediatamente uma vantagem para mim, que é poder ler Aluísio Azevedo no original, apesar da distância temporal de cem anos e dos sete mil quatrocentos e oitenta e dois quilómetros que separam Portugal do Brasil.
Aluísio Azevedo é, sem dúvida alguma, o melhor representante do naturalismo na língua portuguesa, assim sendo, deveria pelo menos ser mencionado nos manuais escolares de Português, cá em Portugal. Nos de História porque: O Cortiço, é também sobre os imigrantes portugueses no Rio de Janeiro.
Profile Image for Oziel Bispo.
537 reviews80 followers
October 9, 2018
Rio de janeiro , Século XIX

João Romão era  um imigrante Português  avarento e obcecado por se tornar rico. Economizava  ao máximo, andava maltrapilho, economizava na comida , roubava materiais de construção.   Se amasiou com uma escrava (Bertoleza) se apossando de todas as suas economias , enganando -a , dizendo que iria com esse dinheiro  comprar sua carta de alforria. Devido a esse esforço e exploração , conseguiu construir uma pequena venda e dentro de pouco tempo um cortiço com mais de 100 casas ,tudo isso ao lado da casa do Miranda que tinha uma condição econômica muito maior que a de João Romão e não queria saber de um cortiço perto de sua propriedade. Desde esse momento começam as brigas entre João Romão e Miranda bem como tantas outras confusões que ocorrem no cortiço, Tais como brigas, traições e mortes. Há outras várias histórias de outros personagens :como a de Pombinha que espera a menstruação para se casar,ou de Jerônimo um português trabalhador bem casado mas que se rende ao calor de Rita baiana,uma mulata chocolate com pimenta, também temos a história de Piedade e a traição de seu marido e várias outras histórias,mas na verdade todas elas formam um único personagem, que é o próprio cortiço.

Um ótimo livro que me surpreendeu muito pelo lado positivo, um livro que faz parte do naturalismo Brasileiro .Foram 23 capítulos de muito riso, diversão e também apreensão. Recomendo!!
Profile Image for Beatriz Almeida.
11 reviews5 followers
April 2, 2013
Desgraçado. A qualquer momento que você me perguntar o que eu achei do livro naturalista O Cortiço de Aluízio de Azevedo, escrito em 1890 eu irei responder apenas: Desgraçado!

Acham que eu sou exagerada? Então vamos lá: O livro retrata a vida de um cortiço do Rio de Janeiro do século XIX junto com todos os seus problemas sociais, os personagens são formados de mulatos, negros, burgueses e portugueses e são comparados a animais. A intenção de Azevedo era fazer uma crítica coerente de uma realidade corrompida, combatendo a degradação causada pela mistura de raça.

O romance contém muitos personagens, todos são importantes, mas nenhum é o principal, se você analisar bem, o próprio cortiço é o centro de tudo, a construção é o personagem principal!

A narração começa falando de João Romão, um português ganancioso que engana uma escrava, a Bertoleza que vira sua amante e trabalha com ele de domingo a domingo sem descanso. Com essa exploração ele junta muito dinheiro e constrói um cortiço com cem casas. Como nada é perfeito surge à figura de Miranda, um comerciante rico que quer comprar o cortiço para aumentar o seu quintal, sua riqueza causa inveja em Romão que trabalha muito mais que antes para ter mais dinheiro que o primeiro e os dois acabam virando inimigos.

O tempo passa e Miranda vira um barão, João Romão percebe que não adianta ter só mais dinheiro, tem que também ter uma posição social de importância. Logo começa a cuidar mais da aparência usando roupas finas, frequentar teatros e eventos sociais aproximando-se da família de Miranda. No cortiço a vida corre na simplicidade, com sambas noturnos e barulho. Dos moradores, destaca-se Rita Baiana, uma mulata que ama festas e é namoradeira e Jerônimo, um português que mora com sua esposa e uma filha que vive em um colégio interno. A transformação desses dois começa quando ele se encanta por ela e passa de um trabalhador, fiel e que sabe controlar o seu dinheiro para o típico malandro brasileiro.

O cortiço sofre um incêndio e João Romão o constrói novamente, porém agora mais voltado para a classe média, o lugar perde a visão desorganizada e miserável e recebe o nome de Vila João Romão. O proprietário recebe finalmente o título de barão e supera Miranda definitivamente na riqueza. Assim, ele surge o interesse de se casar com a filha do Miranda, mas lembra-se de Bertoleza, que se torna um grande empecilho. Além de ser sua amante ainda trabalha incessantemente nos negócios dele. A negra percebe os truques de Romão e exige usufruir também de todos os bens possuídos. Lembra que eu disse sobre ele tê-la enganado? Pois o salafrário, vendo seus planos pessoais destruídos, denuncia a escrava fugida para a família que vai a busca da pobre, que vendo toda a situação finca a faca com a qual cortava peixe em seu ventre, cometendo suicídio e deixando o caminho livre para o novo casamento de Romão.

E essa é só uma das muitas outras desgraças que acontecem. Você acompanhará o cientificismo, a miséria, crimes, adultérios, dilemas sociais, sexuais e desejos carnais. Nesta obra, Aluízio quis apresentar questões pertinentes que o Brasil carrega em sua história, como a desigualdade social, o pobre e o rico morando lado a lado, a vivência do explorador com o explorado, o livro é muito mais do que um romance naturalista. Uma surpresa a cada página, ânsia em ler logo, devorar o texto, impressionante como você sente emoções de acordo com cada personagem, é uma leitura que vale muito a pena.

Mais resenhas: http://www.queridaprateleira.com.br
Profile Image for Rita.
757 reviews147 followers
November 27, 2020
Aluísio de Azevedo (São Luís, 14 de abril de 1857 — Buenos Aires, 21 de janeiro de 1913) foi um romancista, caricaturista e diplomata brasileiro. Aos 19 anos sai de São Luís e ruma à capital, Rio de Janeiro, onde prossegue os estudos na Academia Imperial de Belas-Artes. Com a morte do Pai em 1878 regressa a casa, e começa a carreira literária para ganhar a vida.
Em 1881 publica o seu primeiro romance, O Mulato , que causa bastante incómodo na sociedade maranhense.
Regressa ao Rio de Janeiro, em 1881, decidido a iniciar a vida de escritor, mas em 1895, já depois de ter publicado diversos escritos abandona a literatura e dedica-se à diplomacia. É um dos fundadores – cadeira nº 4 - da Academia Brasileira de Letras.

O Cortiço é uma das principais referências da escola literária realista-naturalista brasileira, e é sem dúvida um clássico a não perder.
É uma história recheada de personagens, em que cada uma vive um drama diferente. Há amores e desamores, injustiças sociais, escravidão disfarçada, preconceitos, adultério, prostituição, homossexualidade, assassinatos, etc.

A vida das personagens vai-se entrelaçando com o Cortiço, tornando-o o protagonista do livro.

E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a minhocar, a esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma geração, que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, e multiplicar-se como larvas no esterco.
(…)
Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.
Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de chumbo.


O dono do cortiço é João Romão, um português ambicioso, pouco escrupuloso, e cuja ascensão social acompanhamos ao longo do romance.

João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro que enriqueceu entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do bairro do Botafogo; e tanto economizou do pouco que ganhara nessa dúzia de anos, que, ao retirar-se o patrão para a terra, lhe deixou, em pagamento de ordenados vencidos, nem só a venda com o que estava dentro, como ainda um conto e quinhentos em dinheiro.

Paredes meias com o cortiço vive Miranda, um português aristocrata cuja mulher tem como ocupação dos tempos livres traí-lo.

Bertoleza é uma escrava negra fugida a quem João Romão enganou com uma falsa carta de alforria.

Jerônimo é um português, casado com Piedade, que administra a pedreira de João Romão. Mais tarde apaixona-se por Rita Baiana e no final O português abrasileirou-se para sempre; fez-se preguiçoso, amigo das extravagâncias e dos abusos, luxurioso e ciumento; fora-se-lhe de vez o espírito da economia e da ordem; perdeu a esperança de enriquecer, e deu-se todo, todo inteiro, à felicidade de possuir a mulata e ser possuído só por ela, só ela, e mais ninguém.

Firmo, o atual amante de Rita Baiana, era um mulato pachola, delgado de corpo e ágil como um cabrito; capadócio de marca, pernóstico, só de maçadas, e todo ele se quebrando nos seus movimentos de capoeira. Teria seus trinta e tantos anos, mas não parecia ter mais de vinte e poucos. Pernas e braços finos, pescoço estreito, porém forte; não tinha músculos, tinha nervos. A respeito de barba, nada mais que um bigodinho crespo, petulante, onde reluzia cheirosa a brilhantina do barbeiro; grande cabeleira encaracolada, negra, e bem negra, dividida ao meio da cabeça, escondendo parte da testa e estufando em grande gaforina por debaixo da aba do chapéu de palha, que ele punha de banda, derreado sobre a orelha esquerda.

Rita Baiana é inicialmente a amante de Firmo, mas posteriormente troca-o por Jerônimo.

Ela saltou em meio da roda, com os braços na cintura, rebolando as ilhargas e bamboleando a cabeça, ora para a esquerda, ora para a direita, como numa sofreguidão de gozo carnal, num requebrado luxurioso que a punha ofegante; já correndo de barriga empinada; já recuando de braços estendidos, a tremer toda, como se se fosse afundando num prazer grosso que nem azeite, em que se não toma pé e nunca se encontra fundo. Depois, como se voltasse à vida, soltava um gemido prolongado, estalando os dedos no ar e vergando as pernas, descendo, subindo, sem nunca parar com os quadris, e em seguida sapateava, miúdo e cerrado, freneticamente, erguendo e abaixando os braços, que dobrava, ora um, ora outro, sobre a nuca, enquanto a carne lhe fervia toda, fibra por fibra, tirilando. (…) só ela, só aquele demônio, tinha o mágico segredo daqueles movimentos de cobra amaldiçoada; aqueles requebros que não podiam ser sem o cheiro que a mulata soltava de si e sem aquela voz doce, quebrada, harmoniosa, arrogante, meiga e suplicante.

É uma radiografia da sociedade brasileira da época, uma constatação de que o homem é produto do meio em que vive. Uma crítica social mordaz.
Gostei muito da escrita minuciosa com descrições detalhadas das personagens e dos ambientes, dos assuntos abordados como o racismo, o conservadorismo, a homossexualidade ou mesmo as relações entre os ricos e os pobres

Um classicão!
14 reviews
May 26, 2018
Apesar de ter uma escrita brilhante e estilo que particularmente me agrada, acho que a quantidade de racismo e banalização do assédio e violência contra a mulher deveria ser mais discutido atualmente. Muitos por classificarem esse livro como clássico da literatura brasileira ignoram que este na verdade é muito problemático.
Profile Image for Isis.
277 reviews16 followers
October 8, 2022
Essa história é de fofoca, intriga, traição, festa e briga.
Profile Image for Andre.
94 reviews7 followers
March 23, 2016
In the beginning I thought the main character would be João Ramão, but I soon realized there is no main character in this novel; each and every character is just as important and just as insignificant as the other in this cortiço, which is a perfect metaphor for that era's society. We get to know some people, get deeply involved in their personal lives, their loves, their suffering, their problems, their joy and sorrow, but they might simply die or cease to exist inside the cortiço's walls, but life in there goes on; those who remain might grief, but they don't stop carrying on. I quickly concluded that the main character is the cortiço itself, which is portrayed like a living, breathing entity. It wakes up every morning, slowly, and goes to sleep at night after an arduous day. It reflects the mood of its people, tiring with their hard work and rejoicing on Sundays. It gets destroyed and renewed often, just like people die as others are born. The cortiço is society, it is life.

I absolutely loved all the parallels that exist in the novel: João Ramão and Miranda, the Portuguese and the Brazilians, Jeronimo and Firmo, Rita and Piedade, the cortiço and cabeca-de-gato, prosperity and misery, slavery and freedom, life and death; they all coexist in extreme tension, about to explode at any moment (some of them do), and create this everlasting conflict within and beyond the walls of the cortiço. The author, who introduced the naturalist genre, masterfully focuses on the lower classes: the poor, blacks, immigrants, prostitutes and homosexuals, people who, while ever present in Brazilian culture, had little to no representation in literature up to this point. It was refreshing to read about it, people who are closer to normal and way more relatable than the white upper class in Imperial Rio de Janeiro, which is the center of most literature books.
Profile Image for Beth.
281 reviews
July 12, 2020
The Slum is a poignant portrayal of Brazilian life in the late 19th century. Issues related to ethnicity, social class and women’s role comprise the key elements in this impassioned novel by Aluisio Azevedo. Azevedo uses his characters to reveal how people are changed by their social position, environment and race relations. Men step on one another, discard women and disregard blacks as they move up the social ladder. Portraits of married women are dim. Portraits of black women fare worse. Somewhere, within this seemingly unenlightened view of Brazilian life, one finds passion, beauty and imagination. That is, an artist’s unique ability to paint a harsh view of reality with a palate of colors that imbibes beauty; the beauty of life translated into a symphony of the written word. This is the magic of Azevedo. An outstanding novel.
Profile Image for Júlia.
129 reviews4 followers
October 31, 2022
O Meio Muda Alguém?

“E, naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a minhocar, a esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva uma geração, que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, e multiplicar-se como larvas no esterco.”

Aluísio Azevedo decidiu contar uma história sobre um cortiço. Não um cortiço qualquer, mas O Cortiço. O livro, escrito no final do século XIX, traz questionamentos muito contemporâneos para a sociedade em que vivemos atualmente.

Antes de começar falando sobre o livro, gostaria de comentar sobre a geniliade que o autor faz ao personificar um lugar e zoomorficar as pessoas. Ele dá vida ao cortiço para que ninguém ao redor seja mais importante que ele. sim, no livro a gente se depara com inúmeros personagens vivendo histórias diferentes, mas todas estão interligadas com o local em que elas moram. todas se unem no cortiço, trazendo assim vida ao seu personagem principal.

falando em lugar, um dos questionamentos desse livro é "o lugar em que a pessoa vive, vai fazer com ela mude suas atitudes e princípios?". necessariamente? não! mas concorda que é mais fácil se habituar com o seu redor, do que fingir ser diferente e acabar ficando pra trás? nós fazemos muito isso quando mudamos de casa, trabalho e até cidade. fomos representados pelo Jerónimo nesse quesito que, um português muito bem de vida, muito vistoso trai a esposa com a mulher mais desejada do lugar. estou falando que assim que nós chegamos em um lugar, nós vamos trair sei lá quem com Deus e o mundo? nunca!!! pelo contrário. o ser humano é representado pelo Jerónimo a partir do momento Em que ele deseja ter Rita como um troféu pois ele sabia que ao seu redor, vários outros homens também queriam. e, convenhamos, é muito mais legal chegar em um lugar onde você tem o destaque. Rita Baiana querer ficar com você, mero mortal, é muito mais legal.

João Romão traz a luxúria das pessoas que, a todo tempo, almejam o sucesso, o poder e o dinheiro em tudo em que fazem. eu tenho dentro de mim que o naturalismo só coloca ali as coisas que a sociedade normalizou e achamos natural. ponto. atire a primeira pedra quem não tem os desejos que Romão e Miranda possuem.

hipocrisia seria alguém ler esse livro e falar que não vê nada do que está descrito na realidade. sério mesmo? todos os dias é noticiado um caso onde a desigualdade social é evidente, pessoas ricas lucrando em cima de pessoas pobres, pessoas em trabalho análogo à escravidão. além das inúmeras histórias que a gente ouve sobre traição, o preconceito com pessoas que precisam se protutuir ou então a sexualização de mulheres pretas. sério mesmo que o livro não é tao real assim?

como diria uma professora minha:"um clássico só se torna um clássico porque mesmo depois de muito tempo escrito, o livro ainda tem algo para nos dizer" e é isso! basta olhar ao redor para perceber que tudo o que Aluísio trata, é tão atual quanto em 1890. as favelas continuam do mesmo jeito, a desigualdade e preconceito seguem sendo pauta e nunca vão deixar de ser. a gente já normalizou todos esses problemas.

sinto um pouco de frustação quando lembro ter dado uma estrela para esse livro. meu entendimento de mundo era escasso e, realmente, não r um livro pra crianças. hoje dou 4,5 estrelas porque a leitura me cansou. mas espero sempre poder trabalhar e entender um pouco mais sobre aquele cortiço no bairro do Botafogo que conta tanta história pra gente e muitas vezes nem vemos. ou fechamos nossos olhos para elas.
Profile Image for Dusty.
808 reviews224 followers
February 28, 2010
If O Cortiço, which translated into English is closer to "the tenement" than "the slum", as it appears in this Library of Latin America edition, were set in the United States, it would look something like Gangs of New York. Set in Río de Janeiro's Botafogo neighborhood, the book chronicles the rise and fall of a multiethnic tenement community -- and its eventual transformation into a bourgie suburb.

Its story revolves around that community's three prominent white Portuguese men: (1) João Romão, the parsimonious slumlord who builds the cortiço with solely material gain in mind and rules over his creation heartlessly; (2) Miranda, João's neighbor, a penniless social climber who marries a promiscuous and vain Brazilian heiress; and (3) Jerônimo, the foreman at João's quarry, who is driven wild by the intoxicatingly beautiful "mulatta" woman Rita and abandons, eventually, his stuffy Portuguese wife and all pretensions of moral living. For a 19th Century author, Aluísio Azevedo is strikingly progressive in his blunt dealings with race and sexuality. He foregrounds the issues of racial mixing and physical desire as -- how do I say this? -- the basis for Brazil's cultural modernization?

Despite its relatively progressive stance on race and sexuality -- relative, that is, to Anglophone literature written under the reign of Queen Victoria -- today O Cortiço reads as a very dated, and very politically incorrect piece of work. The author's use of words like "Negress" and "mulatto" or "mulatta", often in place of his character's names, is certainly something no 21st-Century author would get away with -- rightfully so. Similarly, though less importantly, the character's dialogue, in particular in the climactic verbal spar between Jerônimo's Portuguese wife and Brazilian mistress, is extremely cheesy -- but perhaps that's more a problem with this translation than Azevedo's original.

A recommended book if you're interested in 19th-Century Brazil or in multi-ethnic American narratives. Otherwise...?
1,153 reviews141 followers
October 25, 2017
Sex, Lies and Rio-scape

I've been a fan of Brazilian literature for a long time, but had never heard of THE SLUM until 2016. It is definitely under the radar in the USA but it's a really rich novel. First of all, it grants the reader a look at Brazilian (or at least Rio de Janeiro) society in the 19th century. At that time, Machado de Assis wrote of more refined, delicate circles, Euclides da Cunha wrote specifically of a certain 19th century historical incident. Azevedo focuses instead mostly on lower class manners and existence with a rich soup of food, music, dress, work, love and sex. As far as the last goes, the contrast with Anglo-Saxon writers of the same period is amazing. Secondly, the novel doesn't focus on one person alone, but on a whole group---a miserly Portuguese immigrant who scrounges and scrimps his way to the top, his black slave mistress, a Portuguese stonecutter who falls for a Bahian mulatta, numerous laundrywomen and numerous lesser characters. The sum of their lives is the main topic of the book. Thirdly, the author covers the hot topics of Brazil of that period---slavery and racism, the contrast between European immigrants and native-born or mixed race Brazilians. The realism is palpable on every page, the dialogue lively, and the characters well-drawn. It seemed to me that Jorge Amado owed a lot to Azevedo in both style and content. If you like realist novels of any nationality, you'll definitely fall for this one. The ending, highly ironic, is totally unexpected---it is as if the whole book takes a sudden turn. It's hard to believe that Azevedo is so completely unknown in the English-speaking world.
Profile Image for Luan Dalmas.
157 reviews
July 27, 2021
o gossip girl brasileiro-naturalista do final do império

Que o brasileiro gosta de fofoca eu já sabia, mas os personagens desse livro elevam a futrico a outro nível (o soco em quem acredita que fofoca não edifica. Clássico também tem essas coisa, viu!?)

Não vou falar sobre a história ou contexto histórico, porque a Taty do canal do youtube Vá Ler um Livro fez várias lives explicando tudo isso (elas estão salvas e eu recomendo muito que veja quem tem tempo ou quer saber mais sobre as teorias que influenciaram esse livro, como determinismo, racismo científico, naturalismo, etc).

Apesar de todo o clima racista e preconceituoso que o livro tem, fiquei surpreso com a profundidade de algumas descrições. Elas foram tão intensas e poéticas (mesmo sendo preconceituosa para os dias atuais) que me deixaram com inveja, porque eu nunca vou conseguir escrever algo dessa forma :(

E vamos para a lista de gatilhos: estupro, racismo, assassinato, vários tipos de violência (psicológica, física, etc.) e europeus brancos.

E repetindo: assistam às lives do Vá Ler um Livro, eu imploro
Profile Image for Laura.
7,025 reviews597 followers
September 10, 2015
'O Cortiço' é a síntese do Naturalismo brasileiro, sua melhor e mais acabada expressão. A obra recria a realidade dos agrupamentos humanos sujeitos à influência da raça, do meio e do momento histórico. O predomínio dos instintos no comportamento do indivíduo, a força da sensualidade da mulher mestiça, o meio como fator determinante do comportamento são algumas das teses naturalistas defendidas pelo autor ao lado de fortes denúncias sociais. O protagonista do romance é o próprio cortiço, onde se acotovelam lavadeiras, trabalhadores de pedreira, malandros e viúvas pobres.
Profile Image for Tassia.
6 reviews1 follower
May 5, 2012
Preciso reler para descobrir se foi uma apaixonite de adolescência ou se este permanece sendo um dos melhores livros que já li.
Profile Image for Rolando S. Medeiros.
136 reviews6 followers
April 19, 2023
São diversas as ressalvas quanto ao naturalismo do Aluísio de Azevedo, há de se fazer uma leitura mais fria para tecê-las. O Cortiço, no entanto, é uma leitura quente; é um espasmo muscular, uma contração involuntária no corpo do Rio de Janeiro; pulsa, em intervalos indefinidos, até hoje, sobretudo em nós, cariocas, que mesmo dentro de um laboratório naturalista de mais de cem anos atrás — com todas as conotações problemáticas que inescapavelmente caio ao dizer isso — se vê refletido no Cortiço.

Rememora-se uma infância e adolescência num Rio que, para o bem ou para o mal, não se distancia um palmo do microcosmo — argúi-se, preconceituoso, artificial, positivista — construído pelo Aluísio; lá se foram mais de cem anos, e pouco mudou.
Profile Image for Laura.
16 reviews4 followers
May 9, 2016
tinha que ter uma forma de classificar o livro além das estrelinhas. se eu desse 5 pra esse, estaria mentindo: não gostei do livro. Me deixou deprimida com relação à situação. As pessoas são ruins, burras, manipuladoras.Os malvados se dão bem. Mas isso é da Escola à qual pertence o livro.Não tem como dizer que ele é ruim . É marcante. Eu li há vários anos e me lembro dele quase todo. E isso significa muito. Acho que os piores livros são aqueles esquecíveis. A questão não é gostar ou não, mas de te marcar.
Profile Image for Andrea Phillips.
107 reviews21 followers
December 23, 2017
Esse livro e um grande estudo a respeito da formacao do povo brasileiro, da origem de toda a desigualdade social, cultural.. da exploracao do homem pelo homem (cliché). Eu simplesmente amei esse livro e acho que se tivesse lido quando crianca, durante os tempos de escola, seguramente nao teria aproveitado todas as nuances, as ironias e a critica social contida nele. Valeu muito a pena ter lido esse livro. Ja estou preparando-me para ler outro livro do mesmo autor.
Profile Image for Carlos Silva.
62 reviews15 followers
April 8, 2019
Assim como o teatro da vida real, o final não foi muito satisfatório, ficando a impressão de uma história não concluída, o que de certo ponto não tão ruim assim, só me pareceu estranho... :D
Profile Image for Cristian de Lima.
56 reviews2 followers
June 14, 2020
por um lado que considera a vertente literária do naturalismo brasileiro pode ser entendível o excesso de descrições, nomeações e inferências muito problemáticas como uma ferramenta de exposição da condição escravista machista do país nos fins do século XIX. além disso, a constante presença de situações que envolvem violências contra mulheres em agressões físicas, verbais e estupro se aliam aos conteúdos racistas e tornam o livro excessivamente desagradável, pois o autor parece se resignar a todos os conteúdos injustos no decorrer do livro e eu duvido muito do potencial do livro como ferramenta de exposição de desigualdades e outras atrocidades humanas porque não há críticas aos detentores de poder, ao racismo diário, à violência... pelo contrário, há diversas formas com que essas situações são fomentadas. não é querer que o Aluísio Azevedo milite, é querer que ele tivesse se preocupado mais em discutir o que e quem eram os causadores das injustiças, das desigualdades e das violências presentes (infelizmente até hoje).
Profile Image for Jairo Fruchtengarten.
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February 20, 2020
Eu li este livro uns 25 anos atrás, ainda estudante, por ser a tal obra clássica do Naturalismo brasileiro. Um romance que fala de traição, pobreza e injustiças num cortiço...

Confesso que minha releitura dessa obra fora motivada por uma lembrança boa desse livro, que infelizmente não se confirmou. Já li uns 5 livros com temática parecida, e "O Cortiço" não tem papel de destaque entre eles, a não ser talvez pelo ineditismo da abordagem.

Há, de início, uma promessa de entregar grandes histórias e personagens memoráveis, como João Romão e Jerônimo, mas que no final não se concretiza. As histórias e seus personagens são, de certa forma, superficiais e banais, caminhando por uma narrativa linear, sem grandes desvios.   

Uma análise crítica nos dias de hoje poderia ainda somar vários ismos à classificação dessa obra: machismo, sexismo, racismo...não ficaria nada surpreso se este livro for em breve "cancelado" das listas de vestibular.
Profile Image for André Caniato.
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February 4, 2022
Tinha pra mim que daria 4 estrelas ao Cortiço, estava decidido, mas esse final me pegou de surpresa e me deixou no chão (não tanto pela história em si quanto pela narrativa incrível do Aluísio Azevedo, mas que seja). No todo, meu único arrependimento foi não ter corrido atrás de ler esse livro antes.
Profile Image for shay.
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January 19, 2023
we did it joe. sem muitos comentarios porque preciso me guardar pra prova mas o que sao certos tracos naturalistas se nao justificativas cientificas para racismo xenofobia etc etc que doideira
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