Aula Mutaes

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Mutações

Disciplina: Genética
Docente: Profa. Dra. Daniela de Melo e Silva
Mestranda: Vanessa Soares da Silva

Goiânia/2023
Mutações Genéticas
A mutação é a fonte básica de toda variabilidade genética, fornecendo a matéria-
prima para a evolução.

o Mutações: modificação súbita e hereditária no conjunto gênico de um organismo


não explicável pela recombinação da variabilidade genética pré-existente.

o Mutante: organismo possuidor de uma forma alterada como resultado da presença


de uma mutação.
Mutações Genéticas
Tipos

o Mudanças dos genes individuais.

o Aneuploidias: mudanças no número cromossômico.

o Aberrações cromossômicas: mudanças grosseiras na estrutura dos cromossomos.

Atualmente, o termo mutação tem sido utilizado quando da presença de alterações


detectadas em nível de genes individuais.
Mutações Genéticas
Mutação: Espontânea ou Induzida

Mutação: geralmente um processo aleatório, não adaptativo

Mutação: Um processo reversível

RETROMUTAÇÃO MUTAÇÃO SUPRESSORA

Segunda mutação no mesmo Segunda mutação em local


sítio restaura a sequência diferente do genoma anula os
selvagem de nucleotídeos. efeitos da primeira mutação.
Mutações Genéticas
Como ocorrem?

o Por erros na replicação de DNA que antecede uma divisão celular (mitose ou meiose);
o Por erros relacionados com a individualização dos cromossomos, por exemplo no
crossing-over, na separação de cromossomos ou de cromátides, durante uma divisão
celular (mitose ou meiose).

Onde ocorrem?

o Nas células somáticas (durante a mitose) refletindo-se nas células, desse indivíduo,
descendentes da que sofreu a mutação (ex: tumores).
o Na formação dos gametas (meiose) – células da linhagem germinativa – e serão
transmitidas hereditariamente.
Mutações Gênicas
Classificação das mutações
1. Quanto a origem:
. Espontâneas;
. Induzidas.

2. Quanto a localização:
. Somáticas;
. Germinativas.

3. Quanto a expressão fenotípica:


. Substituição;
. Silenciosa;
. Sentido trocado;
. Sem sentido.
Mutações Genéticas
Qualquer alteração herdável e permanente na sequência de bases do DNA, que não
seja explicável por recombinação.

Genômica: adição ou perda de cromossomos (aneuploidias e euploidias);

Cromossômica: aberrações cromossômicas (adição, perda ou mudança de local/orientação de


segmentos cromossômicos);

Gênica: alterações em genes individuais.

Fonte de toda variabilidade genética!


Mutações Gênicas
Mutações Gênicas

Mutante: organismo que exibe característica diferente de seu ancestral, a qual é resultado da
presença de uma mutação.

Tipo selvagem (wild type): organismo que apresenta o gene não mutado.

Fenótipo: características observáveis de um organismo.

Alelos: diferentes formas de um mesmo gene.

Células Somáticas X Células Germinativas


Mutações Gênicas

Classificação das mutações


Erros DNA polimerase

Modificações tautoméricas
➢ 1. Quanto a origem:

o Espontâneas
HOTSPOTS

Locais do genoma nos com maior propensão a mutações


do que o esperado se comparado a distribuição aleatória
Mutações Gênicas
Erros na DNA polimerase

Mutações pontuais

1 - Substituição de base
5’ ATT CGA TAT TCA 3’
5’ ATT CCA TAT TCA 3’

Silenciosas

Neutras
Diretas
Mutações Gênicas
Erros na DNA polimerase

Mutações pontuais

2 - Adição de base
5’ ATT CGA TAT TCA 3’
Modificam a fase de leitura dos códons, após o sítio de mutação
5’ ATT CGC ATA TTC 3’

3 - Deleção de base
5’ ATT CGA TAT TCA 3’
5’ ATT C_AT ATT CA 3’
Mutações Gênicas
Mutações pontuais

Transversão
Transição

A-T T-A A-T T–A


C-G G-C
C-G G-C

Transição: substituição
Transversão: substituição
de purina/purina ou
de purina/pirimidina ou
pirimidina/pirimidina
pirimidina/purina
Mutações Gênicas
Modificações tautoméricas

- Watson e Crick (1953);


- Formas raras e instáveis;
- Átomos de H movem-se de uma
posição para outra nas moléculas,
modificando a forma química –
CETO e AMINO para ENOL e IMINO.
- Alteração no pareamento

T=A A=C
C=G G=T
Mutações Gênicas

Classificação das mutações

➢ 1. Quanto a origem:

o Induzidas.

Físicos
Mutação Indiretamente

Radiação ultravioleta
Mutações Gênicas

Induzidas – Agentes mutagênicos

Químicos

Adicionam grupos etil as bases


o Alquilações alterando seu pareamento.

o Nitrosaminas G=C
*G = T

Ocorre a transferência de grupamento metila ou etila para os sítios


reativos das bases e dos fosfatos da cadeia de DNA
Mutações Gênicas Brometo
de Etídio

Induzidas – Agentes mutagênicos

Químicos

o Acridina laranja
Mutações Gênicas

Classificação das mutações

➢ 2. Quanto a localização:

o Somáticas;
o Germinativas.
Mutações Gênicas

Classificação das mutações

➢ 3. Quanto a expressão fenotípica: 5’ ATT CGA TAT TCA 3’


5’ ATT CCA TAT TCA 3’
o Substituição;
5’ ATT CGA TAT TCA 3’
o Silenciosa; 5’ ATT CGC ATA TTC A 3’
o Sentido trocado;
5’ ATT CGA TAT TCA 3’
o Sem sentido. 5’ ATT GGA TAT TCA 3’

5’ ATT CGA TAT TCA 3’


5’ ATT C _ AT ATT CA 3’
Mutações Cromossômicas

Aneuploidia

➢ Número de cromossomos difere


da espécie:
o Monossomia: 2n-1;
o Trissomia: 2n+1;
o Nulissomia: 2n-2.
Mutações Cromossômicas

Síndrome de Patau

➢ Trissomia do cromossomo 13 (Aneuploidia):


(45A + XX ou 45A + XY) ou 47,XX + 13 ou 47,XY + 13

A expectativa de vida é muito curta (cerca de seis meses), porém


existem casos na literatura médica de sobrevida maior que dez anos.
Mutações Cromossômicas

Síndrome do Triplo X

➢ Trissomia do cromossomo sexual (Aneuploidia):


(44A + XXX) OU 47,XXX

Síndrome da Super Fêmea


Mutações Cromossômicas
Síndrome de Jacobs ou XYY

➢ Trissomia do cromossomo sexual (Aneuploidia):


(44A + XYY)

Síndrome do Super Macho


Mutações Cromossômicas

Euploidia

➢Conjunto de cromossomo de uma espécie:

o Monoploidia: n;
o Diploidia: 2n;
o Triploidia: 3n;
o Poliploidia: mais de dois conjuntos.
Mutações Cromossômicas

Triploidia

o Triploidia: 3n
Efeitos Fenotípicos: Mutações Gênicas

Podem ainda ser letais, quando provocam a morte, ou ainda acarretar doenças ou
anomalias:

• Promovem a evolução já que determinam aumento na variabilidade genética;

• Porém, de maneira direta podem causar inúmeras doenças e disfunções nas


espécies.
Efeitos Fenotípicos: No homem
Anemia Falciforme Autossômica codominante

➢ Sexto AA da cadeia β:
- HbA- ÁCIDO GLUTÂMICO (-)
- HbS- VALINA (neutro)
Mecanismos de Reparo de DNA
São mecanismos enzimáticos que visam reverter processos
mutagênicos, sejam eles naturais ou artificiais

Fotorreativação enzimática Plantas e Bactérias

Reparação de bases alquiladas ❖ Os danos geralmente podem


ser reparados porque a
Reparação por excisão de base informação genética está
presente em ambas as fitas da
hélice dupla;
Reparação de base mal pareadas ❖ Mecanismos universais;
❖ Vários mecanismos podem
atuar ao mesmo tempo no DNA
Reparação por desvio lesado.
Mecanismos de Reparo de DNA

Reversão direta da lesão no DNA o Fotorreativação


o Reparo de bases alquiladas

o Excisão de bases
Reparo por Excisão o Excisão de nucleotídeos
o Reparo de mal pareamentos

o Reparo por recombinação


Reparo pós-replicação o Reparo sujeito a erros

Não remove a lesão, mas possibilita a continuidade


da replicação.
Mecanismos de Reparo de DNA
FOTORREATIVAÇÃO ENZIMÁTICA

o Dímeros de pirimidina: impedem a Etapas


replicação e a expressão gênica.
1ª: Reconhecimento da enzima ao dímero na ausência de
o Fotoliase: catalisa uma segunda reação luz
fotoquímica, na presença de luz visível,
desfazendo a mutação e refazendo as 2ª: Após a absorção de luz, a energia é fornecida para a
bases pirimídicas individuais. conversão do dímero em monômeros de pirimidina

3ª: Dissociação da enzima do DNA


Mecanismos de Reparo de DNA

FOTORREATIVAÇÃO ENZIMÁTICA

o Enzima fotoliase (gene phr);


o Presença de luz branca;
o Comum em procariotos e plantas.
Mecanismos de Reparo de DNA
REPARAÇÃO DE BASES
ALQUILADAS Reconhece a alteração do DNA
e remove o grupamento
metila causador de mutação

o Enzima O6-metilguanina-metiltransferase;

o Não há meios de recuperação da enzima


metilada: necessidade de novas enzimas
para cada grupamento metil removido.

A base primariamente afetada pelos


agentes alquilantes é a guanina
Mecanismos de Reparo de DNA
Excisão de bases o Remove lesões pontuais

Excisão de nucleotídeos o Remove lesões maiores

Uracila-DNA-glicosilase o Criação de sítios AP: apurínicos ou apirimídicos.

AP Endonuclease o Excisam os grupos de açúcar e fosfato da base


mal pareada.

DNA Polimerase o Substitui a fita danificada.

o Junção de cadeias de DNA por catalisar a


DNA Ligase
formação de uma ligação fosfodiéster.
Mecanismos de Reparo de DNA
REPARAÇÃO POR EXCISÃO DE BASES

o A citosina do DNA é desaminada espontaneamente sendo, portanto, percebida pela uracil.

o Evento mutagênico potencial → formação de filamento apresentando pares de bases


errôneos (AU no lugar de GC)

■ Etapas de reparo:
1. Hidrólise da ligação glicosídica entre uracil e as moléculas de
desoxirribose pela enzima uracil-DNA-glicosilase;
2. Liberação da base nitrogenada errônea (formação do sítio AP);
3. Excisão da cadeia em regiões adjacentes à base perdida pela enzima
AP endonuclease;
4. Inserção de citosina no local mutado pela enzima DNA-polimerase I;
5. Ligação da fita corrigida pela enzima DNA-ligase.
Mecanismos de Reparo de DNA
REPARAÇÃO POR EXCISÃO DE NUCLEOTÍDEOS

1.Reconhecimento da lesão;

2. Incisão da fita lesada em ambos


os lados da lesão;

3.Excisão do segmento contendo


a lesão;

4.Síntese de um novo seguimento


de DNA e Ligação.

# reação, a princípio, livre de erro


Mecanismos de Reparo de DNA
REPARAÇÃO DE BASES MALPAREADAS

Complexo de enzimas Mut (S, L, e H)

Se liga as bases mal pareadas mut S

Reconhecimento da sequência GATC


mut H
Cliva fita não metilada na porção 5’ do G no
GTAC marcando a fita para ser reparada

Se liga ao mut S e mut H do complexo mut L

DNA Polimerase I

DNA Ligase
Mecanismos de Reparo de DNA

REPARAÇÃO POR DESVIO

Não remove a lesão, mas possibilita a continuidade da replicação

o Reparação por Recombinação Pós-Replicação ou Homóloga;

o Reparação Sujeito a Erro.


Mecanismos de Reparo de DNA
Reparação por Recombinação Pós-Replicação ou Homóloga

Complexo de enzimas Rec

Ação na Helicase e na Endonuclease

Controle pelo sistema SOS


Mecanismos de Reparo de DNA

Reparação Sujeito a Erro

o Utilizado em casos extremos, quando o dano ao DNA é


total e não há meios de correção da molécula de maneira
precisa;

o Uma das quatro bases é inserida aleatoriamente no local


lesado, a fim de garantir a continuidade da replicação; Controle pelo sistema SOS

o Chance de erro 3:4


Mecanismos de Reparo de DNA

Sistema SOS RecA ligada a fita simples de


DNA (lacuna – dímero) degrada
a proteína repressora dos genes
SOS (LexA)

Genes SOS: grupo de


aproximadamente 15 genes,
incluindo uvr-A-D, umuC e D, SSB

Genes Uvr (A, B, C e D)


o Sua expressão aumenta
no DNA lesado;
Genes umuC e umuD
o Podem codificar genes
Genes dinA, dinB e dinC envolvidos na síntese e
Genes SOS reparo de DNA.
Defeitos no Reparo do DNA
Doenças causadas por mutações nos genes
que ativam ou produzem os 455 complexos
enzimáticos de reparo

Câncer é a doença mais frequentemente


associada aos erros no defeito dos
mecanismos de reparo
Defeitos no Reparo do DNA

Leucemia Mielóide Crônica

t(9;22)
Defeitos no Reparo do DNA

Anemia de Fanconi

Doença genética onde há falha nos


sistemas de reparo de DNA –
especialmente falhas de reparo de
quebra em dupla fita.

Aberrações Instáveis
Quebras Cromatídicas
Mecanismos de Reparo de DNA
o O que é Mutação? ✓ Alteração do código genético;
✓ Efeito benéfico x Efeito maléfico;
o Quais os tipos de Mutação?

o E para diminuir a mutação acelerada, existe os mecanismos de reparo quais


são eles?
✓ Sistemas enzimáticos complexos que removem vários tipos de
erros;
✓ Manutenção da integridade do DNA.
Pela atenção, obrigada!

[email protected]
@labmut_

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