Economia brasileira segue com dinamismo inferior ao da economia mundial
A OCDE realizou novas projeções sobre o crescimento econômico de várias economias para os anos de 2020 e 2021. A tabela abaixo retrata os valores. Começando pelo Brasil, a previsão é de uma queda de 6,5%, a qual será parcialmente recuperada em 2021, com um crescimento de 3,6%. Em outras palavras, o abalo da atual crise deverá ser recompensado somente por volta de 2022. O crescimento que teremos no próximo ano será mais de recomposição do que de criação.
Essa dificuldade de recolocar a economia nos trilhos não é somente brasileira, outros países também a apresentam, como a Alemanha, a França e o México. Na outra ponta, temos a China e a Índia, que conseguirão mais do que compensar a queda de crescimento desse ano. Dois gigantes asiáticos que vêm crescendo fortemente nos últimos anos. Isso mostra a resiliência de suas economias.
Voltando à América Latina, a Argentina sofrerá fortíssimo abalo nesse ano, de -11,2%. Estatística que pode desanimar os partidários do governo argentino, o qual fez alarido de suas medidas para proteger a população durante a Covid-19, como o congelamento de vários preços e regulamentações relativas ao setor privado, proibindo empresas de despedirem os seus empregados. Como o funcionamento dos mercados não segue intenções benévolas, mas se curva, primordialmente, aos ditames das leis da Ciência Econômica - as quais o governo argentino gosta de ignorar -, não deveria surpreender a forte queda de nosso vizinho.
No agregado dos países (antepenúltima linha da tabela), a economia mundial cresceu 2,6% em 2019, poderá cair por volta de -4,5% nesse ano, e se recuperará com crescimento de 5% em 2021. Veja que ela conseguirá mais do que compensar a queda desse ano. Comparando com o Brasil (terceira linha), crescemos menos do que o mundo em 2019, cairemos mais em 2020 e nos recuperaremos a taxa inferior em 2021. Em resumo, estamos aquém do dinamismo econômico mundial.
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