Dinho Ouro Preto não se furta de discutir política ao receber a reportagem em sua casa, em São Paulo, para apresentar o retorno aos palcos do Capital Inicial para uma turnê em comemoração dos 40 anos do grupo. Política, afinal, está na gênese da banda, criada a partir da dissolução do Aborto Elétrico, da qual fazia parte Renato Russo.
Durante a entrevista, Dinho Ouro Preto diz que se arrepende de ter apoiado a Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro, que, depois de ter cogitado disputar a Presidência e o governo do estado, agora quer concorrer a uma vaga no Senado pelo Paraná.
O vocalista relembra que, cerca de dois meses antes da concretização do impeachment de Dilma Rousseff, o Capital Inicial se apresentava em Curitiba quando ele decidiu dedicar "Que País É Este" a Moro, que, do camarote, foi ovacionado pela plateia.
"Mordi minha língua", ele diz. "Eu via a Lava Jato como uma operação independente, que alcançaria todos os políticos, mas virou perseguição ao PT. Mais tarde, o cara ainda virou ministro da Justiça justamente da pessoa beneficiada pela Lava Jato. Não houve isenção, e eu me oponho à falta de isenção."
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.