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1. |
dezembro
04:08
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um sabor a chumbo
uma pedra no fundo
da boca
que susto
que susto
no ombro colado
eu durmo
nem sonho
ou pior
ou pior
é dezembro
e eu só penso nela
promessa da estação mais fria
tão escura
hora de ponta
mil carros
só com uma pessoa
uma praga fura
o futuro ideal que eu via
mais perto
do que aparecia
é dezembro
e eu só penso
na tua partida
conversa na estação à chuva
tão escura
hora de ponta
mil carros só com uma pessoa
só só só só só só
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2. |
é o fim?
03:34
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se a água do mar
veio aumentar
o espaço entre nós
eu sou maior
não caibo na forma
saio fora
da imagem
que vês
é igual a mim
mas não sou eu
uma prova
uma corda
uma porta
uma mola
espero entender
o que dizes sentir
e não sabes mostrar
quebra na direção
do calor que me davas
é distância clara
uma prova
tu não choras
uma corda
sem amarras
uma porta
trancada
uma mola
estragada
cuidado
vai escapar
cuidado
vai fugir
agarra
estou aqui
tenta
é o fim?
se é o fim
não tens nada
pra mim
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3. |
podias ser tu (the 1)
03:16
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tou bem agora, faço coisas novas
digo talvez em vez de não
ontem achei que eras tu na paragem
mas foi impressão
todas as noites quase vou cair
e ao domingo tento só sair
mas o melhor filme de sempre
ainda está pra vir
tu nunca vais saber
vais saber
e se me querias já é tarde pra dizer
se não deixares doer
nunca vais crescer
mas tá-se bem
e faz-me falta tudo o que era bom
ir a Lagos, ao cinema
lado a lado
a pessoa que eu queria
ainda podia ser minha
não tenho força pra puxar mais
o que era bom deixou de compensar o mau
e podias ser tu
a pessoa que eu via
sonhei contigo, tavas na maior
cheio de planos sem mim
a passear com a tua nova babe
todo querido
nós nunca fomos uma uni-cena
e é tão raro de encontrar
alguém com quem estar tanto tempo
sem nos amarrar
tu nunca vais saber
vais saber
é mais um dia que eu passo sem te ver
e faz-me falta tudo o que era bom
ir a Lagos, ao cinema
lado a lado
a pessoa que eu queria
ainda podia ser minha
não tenho força pra puxar mais
o que era bom deixou de compensar o mau
e podias ser tu
a pessoa que eu via
ah
persisto e resisto
à tentação de imaginar
se tu fosses diferente
será que tudo era diferente
ou eu
e faz-te falta tudo o que era bom
o meu calor, deitar na cama
lado a lado
a pessoa que eu era
ainda podia ser tua
não tenho força pra puxar mais
o que era bom não vai deixar de ser real
e podias ser tu
a pessoa que eu queria
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4. |
partida (poema)
02:20
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5. |
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nem toda a força que eu faça
vai mover esta montanha
fatalismo é o mal de quem tem tudo a perder
o bem de quem se julga impotente
uh uh-uh-uh
dou a mim mesma tarefa pesada
estar sempre em toda a parte a toda a hora
no final do dia, um conjunto de estilhaços
que à noite recolo com minúcia
uh uh-uh-uh-uh
a cada recolagem talvez escape alguma coisa
na falácia de pensar que sou plena
se não parar nem desistir
se me esforçar vou conseguir
vou conseguir
vou conseguir
vou conseguir
talvez outra ilusão
noutra linha de tempo
eu esteja a ser
quem eu quero
talvez outra ilusão
noutra linha de tempo
noutra linha de tempo
eu estou a ser quem eu quero
uh uh-uh-uh-uh-uh
pra ser um grande exemplo
com o jeito que eu tenho
abdicar do meu alento
alimentar o meu medo
vender o segredo
ao vento
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6. |
canção longe (Zeca)
02:51
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ó meu bem se tu te fores
ó meu bem se tu te fores
como dizem que te vais
como dizem que te vais
deixa-me o teu nome escrito
deixa-me o teu nome escrito
numa pedrinha do cais
numa pedrinha do cais
quando o meu mano se foi
quando o meu mano se foi
sete lenços alaguei
sete lenços alaguei
mais a manga da camisa
mais a manga da camisa
e dizem que não chorei
e dizem que não chorei
meu amor vem sobre as ondas
meu amor vem sobre as ondas
meu amor vem sobre o mar
meu amor vem sobre o mar
ai quem me dera morrer
ai quem me dera morrer
nas águas do teu olhar
nas águas do teu olhar
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7. |
novo início
03:08
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escusas de chamar
a voz da razão
pra derrubar a missão
na brecha desta rasura
nasceu a última lição de moral
obrigas-me a pagar
o preço de querer
deitas por terra a utopia
com medo da derrota
cuspi na cara da sorte
raspei a lama do monte
que se erguia
entre a vida e a morte
ali onde começa a doer
não queres viver
nem escolher um caminho
dou-te mais uma chance
novo início
suplício
ainda oiço a melodia
do pássaro brilhante
fazia companhia
só faltas tu nesta festa
nos refrões de pagode
que ainda me restam
dei a lágrima ao bicho
sonhei com a libertação
afundei
as minhas expetativas
auto-consolo
nunca foi solução
cuspi na cara da sorte
raspei a lama do monte
que se erguia
entre a vida e a morte
ali onde começa a doer
não queres viver
nem escolher um caminho
dou-te mais uma chance
novo início
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CAFETRA RECORDS Lisboa, Portugal
Cafetra Records is a portuguese record label based in Lisbon and founded in 2008 by a group of friends who wanted to make and produce music together. Since 2011 and until today, it has released several records, in as many different formats as in various genres, always sharing a common identity. ... more
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