Curso Instalador de Sistemas Fotovoltaicos
Curso Instalador de Sistemas Fotovoltaicos
Curso Instalador de Sistemas Fotovoltaicos
INTRODUÇÃO
5
HISTÓRICO
6
MÓDULO BÁSICO
7
1 - Fundamentos de eletricidade – 40H
7
1.2 - Elementos fundamentais dos circuitos elétricos
8
1.3 - Circuitos elétricos r os simples 9
1.4 – Potencia e energia elétrica 12
1.5 – Definição de sistemas elétricos em C.A 13
1.6 – Sistemas elétricos trifásicos 13
1.7 – Instrumentos de medidas elétricas 14
1.8 – Elementos e componentes de uma instalação elétrica 18
1.9 - Elementos Fotovoltaicos 21
1.10 – Instalação de Equipamentos Elétricos 23
1.11 – Sistemas elétricos prediais 24
1.12 – Normas técnicas e de Segurança aplicáveis 25
MODULO ESPECÍFICO 40
3 – Tecnologia fotovoltaica: Módulos, Arranjos e Células – 16H 40
3.1 – Células Fotovoltaicas 40
3.2 – Tipos de células fotovoltaicas 41
3.3 – Módulos fotovoltaicos 43
45
3.4 – Car tricas dos módulos fotovoltaicos 46
3.5 – Fatores de influencia na geração fotovoltaica 47
3.6 – Associações de módulos fotovoltaicos 51
3.7 – Efeitos fotovoltaicos 55
3.8 – Caixa de Junção (J ox) 57
3.9 – Aspectos Relevantes para a Seleção de um Módulo Fotovoltaico 57
3.10 – Iden Técnicas dos Módulos Fotovoltaicos 58
3.11 – Manutenção e Conservação
3
4 – Fundamentos de Energia Solar Fotovoltaica – 24H 59
4.1 – Sistemas Fotovoltaicos 59
4.2 – Sistemas Fotovoltaicos isolados 59
4.3 – Bateria 60
4.4 – Controlador de Carga 64
4.5 – Inversores 67
4.6 – Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede Elétrica 71
4.7 – D os de Pro istemas Fotovoltaicos 75
MÓDULO AVANÇADO
BIBLIOGRAFIA 121
4
INTRODUÇÃO
A energia solar pode ser conver da diretamente em eletricidade u lizando-se das tecnologias de
células fotovoltaicas. É vista como uma tecnologia do futuro, visto que se u liza uma fonte limpa e
inesgotável que é o Sol. No cenário atual desta tecnologia, ela só encontra viabilidade econômica
em aplicações de pequeno porte, seja sistemas rurais isolados (Iluminação, bombeamento de
água etc), serviços profissionais (retransmissores de sinais, aplicações marí mas) e produtos de
consumo (relógio,
calculadoras, entre outros).
Porém, sabe-se que o mercado fotovoltaico tem um enorme potencial, visto que existe uma
parcela
significa va da população mundial, cerca de 1 bilhão de habitantes ou aproximadamente 20% da
população mundial, localizadas principalmente nas áreas rurais, que não têm acesso a
eletricidade.
Pesquisas feitas nos úl mos 10 anos, demonstram um aumento da eficiência dos módulos e
diminuição considerável nos custos de produção, sinalizando boas perspec vas futuras,
inclusive para
aplicações de maior porte. Este futuro depende também do aumento das pressões mundiais
para a
u lização de fontes energé cas renováveis e limpas e a mudança de condutas e pensamento
governamental dos países industrializados que buscam uma diversificação das fontes de
suprimento
energé co.
5
HISTÓRICO
como
Lange,
clara Grondahl e Scho kl, também apresentaram importantes caminhos para se obter uma
compreensão do efeito fotovoltaico em junção do estado sólido.
No ano de 1949, Billing e Plessnar medem a eficiência de fotocélulas de silício cristalino, porém
apenas
em
com1954 que surge a fotocélula de silício com as caracterís cas semelhantes às encontradas hoje
eficiência de 6%. O ano de 1958 marca o início, com grande sucesso, da u lização de fotocélulas
nos programas
espaciais,
impulso foisendo este o principal uso das células solares até o final da década de 70. Grande
dado à u lização terrestre da geração fotovoltaica a par r da crise mundial de energia em
1973/1974.
A par r do fim da década de 70, o uso terrestre supera o uso espacial, sendo que esta diferença
tem
aumentado em grande escala. Este uso crescente vem sendo acompanhado por inovações que
permitem o aumento da eficiência de conversão de energia das fotocélulas, bem como uma
significa va redução de seus custos.
O problema da eficiência de conversão e custo de material, e ainda o grande conhecimento
adquirido
pela teoria sica das células têm impulsionado a pesquisa de células solares produzidas com
materiais
diferentes do silício monocristalino. No entanto, o conhecimento da tecnologia que emprega o
silício, em par cular o monocristal e a
abundância
tornaram o da matéria prima que lhe dá origem, tem sido as razões mais importantes que
silício o material predominante no processo de desenvolvimento tecnológico, iniciando assim, o
processo fotovoltaico.
6
MÓDULO BÁSICO
Grandezas elétricas no SI
No Sistema Internacional (SI) tema-se as seguintes grandezas elétricas com suas unidades:
Tensão elétrica ou DDP - (diferença de potencial)
Definição: É a diferença de potencial entre dois pontos, ou seja, é a “força” necessária para
que haja o movimento de carga elétrica.
Representa tra U
Unidade: Volt (V)
Corrente elétrica
Definição: É a relação entre a quan
condutor em um dado intervalo de tempo. ga elétrica que atravessa uma seção do
Representa tra I
Unidade: Ampère (A)
Resistência elétrica
Definição: É uma resistência que se opõem ao fluxo da corrente elétrica.
Representa tra R
Unidade: Ohm (Ω)
Potência elétrica
Definição: É uma grandeza ob
orrente elétrica.
Representa tra P
Unidade: Wa
7
1.2 ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DOS CIRCUITOS ELÉTRICOS
Nos circuitos elétricos tem-se os seguintes elementos básicos abaixo, os quais são as representações
matemácas dos componentes elétricos reais.
Fonte de tensão
8
Resistência
Corrente elétrica
OBS.: Nos circuitos Elétricos normalmente é indicado o sendo convencional da corrente elétrica, ou
seja, do polo posivo para o polo negavo no caso de uma fonte CC, porém sabe-se que o sendo real
da corrente elétrica é do polo negavo para o polo posivo de uma fonte CC.
(II) U = R x I
9
Exercício: Considerando um circuito elétrico resisvo simples, qual o valor da corrente elétrica
solicitada por uma carga (Resistência) de 24 Ω, quando esta está submeda a uma tensão de 12 V.
Solução: Representando matemacamente tem-se o circuito abaixo:
Associação de resistores
Serie
10
Paralelo
Exercício: Indicar a Resistência Elétrica Equivalente entre os pontos A e B das figuras abaixo.
11
Solução B: Observa-se que a associação anterior é em Paralelo, portan
a Fórmula (IV):
Assim, a potência elétrica é uma grandeza que não necessita do tempo, portanto sua unidade é
dada em W (Potência Ava). A energia é uma grandeza obda através da mulplicação da potência pelo
tempo. Portanto:
(VIII) E=P x t
Assim, a energia é uma grandeza que necessita do tempo, portanto sua unidade é dada em Wh
(Potência A a).
Exemplo: Uma lâmpada que possui uma potência de 60 W, fica ligada por um período de 8h diárias.
Considerando um mês de 30 dias, calcule a energia consumida em 1 mês.
12
Solução: U VII) tem-se:
E= 60 W x 8h x 30 dias
E= 14400Wh
E= 14,4 kWh/mês
O sistema elétrico em CA (Corrente Alternada) é um sistema onde a fonte de tensão gera um sinal
alternado. Este sinal de tensão tem a forma de uma onda senoidal, conforme figura posterior:
Neste sistema tem-se um fluxo e refluxo de energia, assim a corrente elétrica altera o seu sen
a cada meio ciclo.
Para alguns equipamentos é importante essa variação do fluxo para o correto funcionamento dos
mesmos, como por exemplo: transformadores, motores e etc. Lembrando que os transformadores
são equipamentos de grande importância no sistema elétrico, pois através dos mesmos é possível
deslocar grandes blocos de energia desde a geração (Hidrelétricas, termelétricas, etc) até o
consumidor final evitando, dentre outras coisas, que o sistema necessite de bitolas de cabos com
maiores dimensões que dificultariam a sua manipulação e instalação.
13
Figura: Circuito Trifásico
No setor industrial brasileiro, normalmente, a tensão entre duas fases disntas é 220 V, 380 ou
440 V alternada, dependendo da região. Assim, esta tensão é ulizada para acionar motores
elétricos trifásicos.
M o
Figura: M o Digital
Amperímetro analógico
Instrumen a medição de corrente elétrica.
14
Figura: Amperímetro Analógico
V o analógico
Instrumen a medição de tensão elétrica.
Figura: V o Analógico
Terrômetro
Instrumen a medição de resistência de malha de aterramento e r
15
Medidor de relação de transformação
Instrumento u lizado para medição de relação de espiras em transformadores.
Microhmimetro
Instrumento u lizado para medição de con nuidade em circuitos elétricos. Pode ser u lizado para
medir con nuidade em sistemas de aterramento de máquinas e SPDA (Sistema de Proteção Contra
Descargas Atmosféricas).
Microhmimetro
Instrumento u lizado para medição da intensidade de radiação proveniente dos circuitos e
equipamentos elétricos. Através desse equipamento é possível iden ficar pontos quentes nos
circuitos elétricos.
Figura: Termovisor
16
Megômetro
Instrumento u lizado para medir resistência de isolação, principalmente em buchas de
transformadores.
Figura: Megômetro
Alicate amperímetro
Instrumento u lizado para medição de corrente elétrica em condutores (cabos).
17
1.8 ELEMENTOS E COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO ELÉTRICA
Cabos
Os cabos são condutores onde ocorre o deslocamento da corrente elétrica. Os mesmos possuem
uma determinada bitola (área da seção transversal) em função da capacidade de condução de
corrente elétrica bem como também nível de isolação para a tensão elétrica os quais são subme dos.
Disjuntores
São equipamentos u lizados para proteção dos condutores e circuitos elétricos com intuito de
desligamento de um circuito quando ocorre uma sobrecarga ou curto circuito. Disjuntores
Termomagné cos:
Atuam na proteção contra fuga de corrente elétrica dos circuitos protegendo os usuários
contra possíveis choques elétricos.
18
Figura: Disjuntores DR
Contactores
Equipamentos u lizados em conjunto com disjuntores para abertura do circuito controlando
principalmente motores elétricos. O Contactor é considerado uma chave de abertura e fechamento
do circuito elétrico, onde o fechamento é ob do quando se energiza a bobina do Contactor com
tensões normalmente de 24V ou 220V, dependendo do po de Contactor.
Figura: Contactores
Medidores de energia
19
Lâmpadas
Equipamentos ulizados para iluminação arficial de um determinado ambiente onde a luz natural
não é suficiente para atender a necessidade do usuário.
Atualmen te lâmpadas fluorescentes e há um crescimen s de alto
brilho culminando em uma boa economia no consumo de energia elétrica, pois os LEDs possuem baixa
potência para o mesmo nível de iluminação quando compara-se o mesmo com lâmpadas fluorescentes ou
incandescentes.
Lâmpadas
Figura: Luminárias
20
Eletrodutos e canaletas
Equipamentos u lizados para armazenamentos e acomodação e proteção mecânica dos condutores
elétricos.
Figura: Eletrodutos
Eletrodutos e canaletas
Equipamentos u lizados para transformação da energia elétrica através de aumento ou redução da
tensão elétrica. Neste equipamento a corrente elétrica é inversamente proporcional a tensão, ou
seja, se o transformador elevar no secundário a tensão elétrica aplicada no primário do mesmo,
então irá diminuir a corrente do secundário quando comparada à corrente elétrica do primário.
Figura: Transformadores
21
Nos painéis fotovoltaicos, é possível ter a seguinte divisão conforme descrito abaixo:
Célula fotovoltaica: Unidade elementar capaz de converte energia solar incidente em energia
elétrica
Assim, a célula fotovoltaica é capaz de converter a energia solar incidente em energia elétrica.
Normalmente, as células fotovoltaicas são fabricadas u lizando o material silício, podendo ser
cons tuídas de cristais monocristalinos, policristalinos ou silício amorfo.
Na figura posterior, observa-se um sistema solar fotovoltaico não conectado (sistema isolado) a
rede
elétrica da concessionária local.
Esse sistema necessita de um banco de baterias para armazenamento de energia com intuito de
O lização
u inversorem
tem a finalidade
períodos de converter
e horários a tensão
em que haja con
pouca ounua em alternada,
nenhuma visto
incidência que os módulos
solar.
fotovoltaicos convertem a energia solar para energia elétrica em forma con nua.
O controlador de carga tem a finalidade de regular o carregamento das baterias.
22
Na próxima figura, é possível observar um sistema conectado a rede de energia da concessionária
local, onde é necessário um medidor de energia especifico para medição dos dois sen dos (geração
e consumo).
Neste sistema o banco de baterias não é necessário, visto que quando há pouca ou nenhuma
incidência
solar o consumidor consome a energia elétrica da rede referente a concessionária local.
Aterramento elétrico
O sistema de aterramento elétrico é um dos pontos mais importantes quando se trata em
segurança em instalações e serviços em eletricidade.
O aterramento tem a finalidade de escoar as cargas elétricas excedentes para a terra, devido a
sinistros nas instalações.
O equipamento u lizado para medição de malha de aterramento é o Terrômetro, onde o mesmo
calcula
elevada a resistência de malha de terra, com intuito de garan r que a resistência não seja muito
e que as cargas elétricas possam ser escoadas para a terra quando for necessário.
Um sistema de aterramento bem dimensionado e funcionando corretamente é de extrema
importância
para os sistemas de proteção dos circuitos elétricos.
Diâmetro da Haste: Quanto maior o diâmetro da haste menor será a resistência elétrica.
Hastes em Paralelo: Quanto mais hastes em paralelo menor será a resistência elétrica equivalente.
23
Comprimento da haste: Quanto maior o comprimento da haste menor será a resistência elétrica.
Tratamento Químico do solo: Através do tratamento químico do solo pode-se reduzir o valor da
resis vidade do mesmo.
Super cies equipotenciais de uma Haste: Se as hastes es verem em paralelo, as mesmas devem estar
distantes o suficiente para que a super cie equipotencial de cada haste não seja cancelada pela super cie
equipotencial proveniente de uma segunda haste.
Caso, haja o cancelamento parcial das super cies equipotenciais, o aterramento teria uma menor eficácia,
pois haveria uma redução na capacidade de escoamento de uma determinada carga elétrica.
Ligação Monofásica
Unidades consumidoras
Conectadas à rede aérea de BT (Baixa Tensão):
Carga Instalada até o limite de 10kW.
Conectadas à rede Subterrânea de BT: Carga instalada até o limite de 15kW.
Estas unidades consumidoras devem ser atendidas através de condutor fase e neutro, onde a
tensão fase- neutro seja 220 V.
NOTA: Em áreas rurais, onde a unidade consumidora for suprida através de transformador
monofásico exclusivo para o cliente, admite-se a ligação de motor monofásico com potência
individual até 5 CV.
Ligação Bifásica
Unidades consumidoras
Conectadas à rede aérea de BT (Baixa Tensão):
Carga Instalada até o limite de 20kW.
Conectadas à rede Subterrânea de BT: Carga instalada até o limite de 30kW.
24
Estas unidades consumidoras devem ser atendidas através de dois condutores fase e um neutro,
onde a tensão fase-neutro seja 220 V e a tensão de linha seja de 380 V.
Ligação Trifásica
Unidades consumidoras
Para ter o conhecimento das normas de fornecimento de energia elétrica com relação a prédios de múl p
unidades consumidoras referentes a área de atuação da COELCE deve-se analisar a NT-003/2012 R-03
pertencente a mesma distribuidora de energia.
25
• NBR 14039: Instalações Elétricas de Média Tensão
• NBR 14200/1998: Acumulador Chumbo-Ácido estacionário ven lado para o sistema fotovoltaico -
Ensaios
• NBR 15389/2006: Bateria de Chumbo-Ácido estacionária regulada por válvula – Instalação e
Montagem
• NBR 11704/2008: Sistemas fotovoltaicos –Classificação
• NBR 10899/2013: Energia Solar fotovoltaica –Terminologia
• NBR IEC 62116/2012: Procedimentos de Ensaio de An -ilhamento para inversores de Sistemas
Fotovoltaicos
• Conectados à rede Elétrica.
• ABNT NBR 16149/2013: Sistemas Fotovoltaicos (FV)
26
2. FUNDAMENTOS DE ENERGIAS SOLAR FOTOVOLTAICA – 24H
2.1 SOLARIMETRIA – GENERALIDADES
pireliômetro,
vejamos:
Piranômetro: U lizado para medições da irradiação global. Os pos principais de piranômetro são o
termoelétrico e o piranômetro fotovoltaico. O piranômetro do po fotovoltaico tem a vantagem de
possuir
um menor custo, porém com uma menor precisão quando comparado ao piranômetro
termoelétrico.
Segundo a WMO – World Meteorological Organiza on, os instrumentos possuem a seguinte classificação
Assim, os piranômetros termoelétricos são classificados como de boa qualidade enquanto que os piranô
fotovoltaicos são classificados como de qualidade razoável. Veja a imagem abaixo:
Figura: Pireliômetro
27
Com as medições realizadas é possível elaborar um trabalho com um índice maior de acerto na fase de pr
Os dados coletados devem ser verificados, observando a veracidade dos mesmos mediante alguns parâm
como os valores ob dos por modelos, bem como se existe proximidade de valores entre sensores diferent
Em primeiro momento os dados coletados, após os filtros descritos anteriormente, serão reduzido
culminando em várias formas de apresentação, dentre elas pode-se citar as curvas de distribuição
frequência da irradiância.
As estações de medição de dados e técnicas de medição da radiação solar a par r de satélites estão
aprimoradas proporcionando maior abrangência das áreas estudadas.
Os sistemas computacionais são grandes aliados nas obtenções dos dados de medição da irradiação so
porém deve-se observar que estes dados são normalmente indicados em super cies horizontais, enquan
que os painéis fotovoltaicos geralmente são colocados em planos inclinados e com diferentes orientaçõ
Irradiância X Irradiação
.Curiosidades: A Irradiância que chega à terra advinda do Sol possui valor médio de aproximadamente 1.3
W/m²
• Irradiação Solar: É a relação entre a quan dade de energia solar incidente e a área de determinada supe
durante um período de tempo definido. Assim, a mesma é expressa por kWh/(m².dia) ou kWh/(m².mês)
kWh/(m².ano).
OBS: Para instalação solar fotovoltaica a irradiação solar anual em determinada localidade é considerada
parâmetro fundamental.
• Radiação direta: incide diretamente na super cie sem ter sido espalhada pela atmosfera
• Radiação difusa: radiação incidente na super cie após ter sido dispersada de raios solares diretos po
moléculas em suspensão na atmosfera.
• Radiação refle da: radiação que incide na super cie após reflexão (devida ao albedo).
rad. difuso
rad. direta
albedo
28
Figura: Espectro Eletromagné co
Quando se compara o Brasil com outros países da Europa com relação a incidência de radiação solar
verifica-se que aquele possui um índice mais elevado, facilitando a instalação de estruturas com intu
captação da energia solar para conversão em energia elétrica.
No Brasil, o desenvolvimento de módulos fotovoltaicos foi iniciado em meados dos anos 50 no INT–
Ins tuto Nacional de Tecnologia e no CTA - Centro Tecnológico de Aeronáu ca. Por volta de 1970, o I
Ins tuto Militar de Engenharia com parceria internacional iniciou o desenvolvimento de tecnologias d
filmes finos.
No final dos anos 70 e inicio da década de 80, duas fábricas de módulos fotovoltaicos (Silício Cristalino)
iniciaram suas a vidades no Brasil, porém as mesmas veram baixa produ vidade devido a falta de incen vo
e consequente migração da pesquisa para outras áreas.
Nos anos 80 e 90 houve pesquisas des nadas à purificação do Silício com intuito de u lização em células
fotovoltaicas.
Na década de 90, países como a Alemanha e Japão veram grande desenvolvimento na área de tecnologia
fotovoltaica enquanto que a difusão da tecnologia no Brasil ficou defasada.
Atualmente, o Brasil possui várias linhas de pesquisas em universidades bem como laboratórios des nado
a testes e análises de módulos fotovoltaicos, inversores e controladores de carga, porém o Brasil ainda
está bastante defasado em relação ao desenvolvimento de países europeus no quesito u lização da
energia solar.
Abaixo tem-se um gráfico mostrando os maiores fabricantes de módulos fotovoltaicos do mundo em 201
29
Para além disso, tem-se uma figura demonstrando as médias anuais dos níveis de irradiação solar
no Brasil.
30
2.5 ORIENTAÇÃO E INCLINAÇÃO DE MÓDULOS FOTOVOLTAICOS
Para que ocorra a máxima captação da energia solar, deve-se observar tanto a orientação como a inclinaç
dos módulos fotovoltaicos.
Com relação a orientação, os módulos devem ser orientados em direção à linha do equador.
• Instalações localizadas no hemisfério Sul
A face do módulo voltada para o norte verdadeiro.
• Instalações localizadas no hemisfério Norte
A face do módulo voltada para o Sul verdadeiro.
Normalmente, a direção do Sul verdadeiro (ou do Norte Verdadeiro) não coincide com a do Sul
Magné co (ou Norte Magné co). Assim, deve ser realizada a correção do referencial magné co, para
tanto u liza-se a Declinação magné ca do local de instalação. A declinação Magné ca pode ser
encontrada através de mapas e programas computacionais.
31
Bússola
É uma ferramenta de orientação com uma agulha magné ca onde a mesma é atraída pelo magne smo
terrestre, assim é possível localizar-se através dos pontos cardeais. Desde a an guidade, a bússola foi u liz
para navegação, porém com o crescimento da tecnologia, hoje é possível se localizar através de sistem
como GPS – “Global Posi oning System”.
Figura: Bússola
Com relação ao ângulo de inclinação dos módulos fotovoltaicos, com o intuito de obter a máxima
geração de energia ao longo do ano, o mesmo deve ser igual à la tude onde o sistema será instalado.
Portanto, os módulos em alguns casos devem ser montados sobre essas estruturas para que o sistema
funcione da melhor forma possível garan ndo a eficiência do módulo e correta orientação e angulação de
inclinação.
32
Vejamos a figura:
33
Sistema Fotovoltaico Conectado à Rede
Para um sistema fotovoltaico conectado à rede não é necessário um banco de baterias, pois este sistem
fornece energia elétrica para o consumidor em conjunto com a rede elétrica tradicional.
Assim quando há incidência de radiação solar o consumidor será abastecido com energia
proveniente do módulo fotovoltaico e quando não há incidência solar o consumidor é abastecido
pela rede da concessionária local.
Através da resolução 482 da ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica, quando ocorre uma
geração de
energia elétrica superior ao que o consumidor necessita através de módulos fotovoltaicos, esse
excedente
irá para a rede elétrica da concessionária local e gera-se um crédito de energia que pode ser
u lizado como
2.7 SISTEMAS
desconto HÍBRIDOS
na próxima fatura deQUE UTILIZAM
energia ENERGIA
elétrica do SOLAR
consumidor.
contribuição
no sistema dependendo dos seguintes fatores:
•Inves mento inicial
•Custo de Manutenção
•Dificuldade de Obtenção do Combus vel
•Poluição do ar
•Poluição sonora do grupo gerador a diesel
•Área ocupada pelo sistema fotovoltaico
•Curva de Carga
34
Figura: "Sistema Híbrido - Eólica Solar
Na página anterior a demonstra um sistema Híbrido onde o mesmo é composto por módulos fotovoltaico
em conjunto com uma turbina eólica.
É importante observar que na figura passada é importante o armazenamento de energia através de banco
de baterias.
Normalmente, os sistemas híbridos são u lizados para atendimento de cargas em corrente alternada (CA
portanto é necessário um inversor para converter o sistema CC em CA.
Quando o empreendimento se localiza em regiões remotas, o sistema hibrido torna-se desvantajoso
considerando que esse sistema possui uma maior complexidade em termos de operação e manutençã
Quando há um sistema hibrido através da combinação de painéis fotovoltaicos e aerogeradores pode- s
ter tanto geração durante o dia como durante a noite, pois o aerogerador poderia gerar principalmente ene
elétrica no período noturno.
Nas figuras abaixo, também pode ser u lizado um sistema de aquecimento de água (Solar Térmica).
35
A instalação de um sistema hibrido proporciona um maior rendimento e retorno econômico quando se
compara com sistemas independentes de energia solar, hídrica, eólica ou biomassa.
É possível também ser encontrado um sistema combinado entre painéis fotovoltaicos em conjunto com g
gerador diesel e aerogeradores conforme figura abaixo:
Assim, diversas combinações de fontes dis ntas podem ser ob das, cons tuindo assim um
sistema híbrido.
Como visto anteriormente, os módulos fotovoltaicos localizados no hemisfério Sul devem está com a fac
orientada para o Norte Verdadeiro. Neste caso, é importante que o clima local não varie muito ao longo d
Quando o local da instalação esteja no hemisfério norte, os módulos fotovoltaicos devem estar com sua f
voltada para o Sul verdadeiro.
Com relação a inclinação dos módulos fotovoltaicos observa-se que a mesma deve estar no máximo ent
-10⁰ e +10⁰ em torno da la tude do local com intuito obtenção do máximo desempenho dos módulos.
Para áreas localizadas próximas ao equador, onde a la tude varia entre -10⁰ e +10⁰ é importante que a
inclinação mínima do módulo seja de 10⁰, com intuito de facilitar a limpeza dos módulos em períodos de
chuva.
As impurezas como poeira reduzem a capacidade de captação de luz dos módulos, portanto a limpeza pe
desses torna-se essencial para um bom funcionamento do sistema.
Atualmente, já existem geradores fotovoltaicos onde ocorre o rastreamento do movimento aparente do s
proporcionando melhorias na captação da radiação solar.
Quando se compara em termos de custos, os sistemas automá cos possuem o custo mais elevado de
implantação e manutenção em relação aos sistemas manuais, porém aqueles possuem um maior desem
no sistema.
36
2.9 SUPORTES PARA CORREÇÃO DE ÂNGULOS
37
Conforme figura abaixo, tem-se as formas usuais de instalação de módulos fotovoltaicos.
1.Solo
2.Poste
3.Fachada
4.Telhado
Figura: Estruturas
de sustentação
fotovoltaico
Dentre as vantagens e desvantagens das diferentes formas de instalação podem-se citar as que
estão na tabela abaixo.
38
Figura: Formas de instalação de módulos fotovoltaicos
39
MODULO ESPECÍFICO
3. TECNOLOGIA FOTOVOLTAICA – 16H
3.1 CÉLULAS FOTOVOLTAICAS
u lizado para a
fabricação
eletricidadedas mesmas é o silício. No entanto, o silício por si só não é capaz de gerar muita
quando exposto à luz. Para conseguir níveis elevados de corrente elétrica o silício é misturado com
outros materiais (a exemplo do
fósforo e boro) para conseguir gerar eletricidade a níveis sa sfatórios.
A mistura desses materiais com o silício faz com que a célula fotovoltaica gere corrente elétrica
em apenas
um sen do, em outras palavras as células fotovoltaicas geram corrente con nua.
Veja abaixo uma ilustração que mostra uma célula fotovoltaica recebendo radiação solar e
convertendo em
eletricidade
inferior é o para alimentar uma carga. Note que a parte superior é o pólo nega vo e a parte
pólo posi vo da célula fotovoltaica.
Se expusermos uma célula fotovoltaica ao sol e ligarmos uma carga formando um circuito elétrico
fechado podemos medir com um amperímetro a corrente gerada e com um vol metro a tensão da
célula aplicada a essa carga.
De forma geral podemos dizer que a tensão nominal de uma célula fotovoltaica é da ordem de
0,5V e que
sua corrente varia de acordo com a sua potência nominal.
Exemplo: Dadas duas células fotovoltaicas, sendo uma de 2W e a outra de 3,6W, calcule a corrente
40
nominal
que essas células podem fornecer.
Sabendo que a tensão nominal de uma célula fotovoltaica é de aproximadamente 0,5V, para
calcular a corrente basta tomar mão da clássica equação de potência. Sendo assim, para a
célula de 2W, teremos:
As células fotovoltaicas mais comuns encontradas atualmente no mercado são de três pos, as
de silício monocristalino, as de silício policristalino e as de filme fino de silício. Vejamos a
seguir as diferenças entre essas tecnologias.
Silício Monocristalino
As células de silício monocristalino são as mais eficientes devido ao material ulizado apresentar um
grau de pureza bastante elevado. Essas células podem apresentar uma eficiência na ordem de 18%
comercialmente e chegar aos 25% de eficiência em laboratório, mas para que o silício apresente um
rau de pureza muito elevado o seu processo de fabricação demanda de muito invesmento e energia,
o que eleva o preço final desse po de célula, tornando-a a mais cara dentre as três. Essas células
costumam apresentar uma aparência e coloração uniforme como podemos notar na imagem abaixo.
41
Silício Policristalino
As células de silício policristalino apresentam uma desuniformidade em sua coloração devido ao proces
de purificação do material ser menos exigente e mais barato. Essa produção menos exigente faz com qu
eficiência desse po de célula seja mais baixa em relação a das células de silício monocristalino, poden
ficar em torno dos 13 e 15% nas células comerciais.
Podemos notar na imagem abaixo o aspecto de cor desuniforme em uma célula de cilício policristalin
A tecnologia das células de filme fino de silício é mais recente que a tecnologia monocristalina e policrist
O seu processo de fabricação se dá por meio do depósito de finas camadas de material a base de silício s
uma super cie que pode ser rígida ou flexível. A tecnologia de filme fino mais empregada é a desilício am
Essa tecnologia apresenta um baixo rendimento (entre 5 e 8%) e a desvantagem de diminuir sua eficiênc
primeiro ano de uso devido à degradação pela exposição a radiação solar.
Essa redução tende a se estabilizar após o primeiro ano de uso. Devido ao seu baixo custo de fabricação
po de célula é muito u lizada em calculadoras, brinquedos e pequenos aparelhos eletrônicos que
demandam uma baixa energia em seu funcionamento.
As células de silício amorfo apresentam uma coloração escura e uniforme como mostrado na imagem ab
Vimos que as células fotovoltaicas geram tensões muito baixas (da ordem de 0,5V) se forem
u lizadas individualmente. Em aplicações prá cas se faz necessário o uso de tensões mais
elevadas para alimentar cargas habituais.
Vimos que as células fotovoltaicas geram tensões muito baixas (da ordem de 0,5V) se forem
u lizadas
individualmente. Em aplicações prá cas se faz necessário o uso de tensões mais elevadas para
alimentar
cargas habituais. Os módulos fotovoltaicos (também chamados de painéis fotovoltaicos ou
placas fotovoltaicas) são
estruturas
maior em rígidas que comportam várias células interligadas em série para se obter uma tensão
seus terminais. Quando vamos representar um módulo fotovoltaico em um diagrama elétrico
u lizamos
a simbologia abaixo:
43
Os módulos fotovoltaicos de silício Monocristalino e Policristalino apresentam conexões em série
entre suas células, onde a parte superior de uma célula (pólo nega vo) é conectada ao pólo inferior
(pólo posi vo) da próxima célula. O número de células conectadas em série depende da tensão final
desejada para o módulo. A figura abaixo ilustra uma conexão em série pica entre 36 células
fotovoltaicas:
É muito comum encontrarmos módulos fotovoltaicos com 36 células para aplicações de baixa e média p
onde a tensão requerida dos módulos não é tão elevada. Para aplicações de maior potência é comum o u
de módulos fotovoltaicos de até 60 células, pois os equipamentos de condicionamento de potência em
sistemas de maior porte u lizam tensões mais altas em suas entradas, com isso o número de módulos no
projeto se torna reduzido.
Já os módulos de filme fino apresentam uma única célula, pois o material é depositado sobre toda a áre
módulo desejado. Os módulos de filme fino geralmente apresentam uma tensão maior que os módulos
silício monocristalino e policristalino podendo chegar até 70V, no entanto a corrente de saída geralment
reduzida.
Na construção de um módulo fotovoltaico as células são recobertas com lâminas plás cas transparen
para evitar o contato direto com a lâmina de vidro que fica na parte superior. A parte inferior do módulo
reves da com um material plás co um pouco mais rígido e a moldura é feita com peças de alumínio para d
rigidez e não comprometer o peso do módulo.
Por fim é instalada uma caixa de conexões elétricas, também conhecida como caixa de junção (do in
Junc on Box), na parte inferior do módulo onde são conectados os cabos de saída. Veja na figura abaixo u
vista explodida de um módulo fotovoltaico.
Figura: Vista explodida de um módulo fotovoltaico para iden ficar suas partes
44
3.4 CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS DOS MÓDULOS FOTOVOLTAICOS
Um módulo fotovoltaico pode ser especificado por sua potência elétrica de pico nominal (Wp), no
entanto, as caracterís cas de tensão e corrente para módulos de mesma potência e de fabricantes
diferentes podem variar um pouco.
A potência nominal ou potência de pico que é informada pelo fabricante é a potência que o
módulo pode
fornecer levando em consideração as condições de teste padrão realizadas em laboratório (STC –
do inglês
Standard Test Condi ons).
Após a fabricação de um módulo, o fabricante realiza testes de desempenho elétrico para traçar
a curva
caracterís cauma
do módulo e extrair alguns parâmetros importantes. Nesse teste, o módulo é
colocado em
câmara que simula níveis de radiação solar, temperatura e massa de ar fixa. A Irradiância na qual o
módulo é
subme do é de 1000W/m², a temperatura das células fotovoltaicas controlada em 25°C e a massa
de ar (AM)
Curva caracterís ca I x V de um módulo fotovoltaico
de 1,5.
O módulo fotovoltaico apresenta uma curva caracterís ca diferente das curvas de fontes de tensão
A seguir vamos entender o funcionamento dos módulos fotovoltaicos e compreender as
convencionais. Mantendo um nível de Irradiância fixa sobre o plano frontal do módulo fotovoltaico, a ten
e a corrente do
informações mesmo dependem da carga que está conectada em seus terminais.
técnicas
fornecidas
A pelosa fabricantes.
relação entre tensão e a corrente de um módulo fotovoltaico é mostrada na figura abaixo.
45
O ponto de operação do módulo pode excursionar por toda a curva traçada acima a depender da car
conectada. Podemos notar alguns pontos singulares nesta curva, tais como:
• ISC – Corrente de Curto Circuito: Corrente máxima que um módulo fotovoltaico pode fornecer.
Como o próprio nome diz, a mesma é ob da a par r de um curto circuito em seus terminais. Para
realizar amedição de ISC basta fazer um curto circuito nos terminais do módulo e medir a
corrente que flui com um amperímetro. Na curva acima esse valor é de aproximadamente 2,7A.
• VOC – Tensão de Circuito Aberto: Máxima tensão entre os terminais de um módulo. É quando o mesmo
está fornecendo corrente elétrica. Pode ser medida com um vol metro ligado aos terminais do módulo fo
sem que o mesmo esteja alimentando qualquer carga, ou seja, em circuito aberto. Na curva acima essa t
é de 21V.
• IMP –Corrente de Máxima Potência: Valor de corrente que corresponde à situação na qual o módulo fo
máxima potência. Na curva essa corrente vale 2,5A.
• VMP – Tensão de Máxima Potência: Valor detensão que corresponde à situação na qual o módulo forne
máxima potência. Na curva essa tensão é de 17V.
• PMP – Ponto de Máxima Potência: Máxima potência que o módulo fotovoltaico pode entregar para um
determinado nível de irradiância solar. É calculado como sendo o produto VMP x IMP, portanto, se levarm
em consideração que essa curvafoi traçada a par r das condições de teste padrão (STC = irradiância de
1000W/m², temperatura de célula de 25°C e massa de ar de 1,5), podemos es mar que a potência desse
é de aproximadamente 17A x 2,5A = 42,5W.
O principal fator que influencia a geração fotovoltaica é o nível de Irradiância solar que chega até as célu
fotovoltaicas, mas existe outro fator que pode também influenciar na geração que é a temperatura das c
46
Notamos que à medida que a irradiância solar diminui a corrente gerada pelo módulo cai quase que
proporcionalmente enquanto a tensão do módulo pouco sofre com esse efeito. Concluímos que quanto m
a irradiância solar incidente no módulo menor será a potência gerada pelo mesmo.
Influência da temperatura
A temperatura tem influência sobre a tensão que o módulo apresenta em seus terminais e, conseguintem
na potência fornecida pelo mesmo. Em temperaturas mais baixas a tensão aumenta e em temperaturas
altas a tensão diminui. Veja no gráfico abaixo como a tensão pode variar para diferentes temperaturas de
células.
No dimensionamento da geração fotovoltaica, o proje sta tem que iden ficar as caracterís cas
elétricas do módulo fotovoltaico a ser instalado no sistema. Com exceção de pequenos sistemas
de baixa potência, costuma-se associar módulos fotovoltaicos para a ngir uma faixa de tensão,
corrente ou potência na qual um único módulo não é capaz de produzir.
47
A figura abaixo ilustra a associação série entre dois módulos fotovoltaicos:
48
O produto VMP x IMP resulta na potência de pico Wp da associação, se calcularmos com os resultados o
anteriormente, teremos:
• Wp = VMP x IMP= 35,4V x 7,91A= 280W
Com isso concluímos que a potência também é somada na associação série.
Exemplo: U lizando os mesmos módulos fotovoltaicos da tabela 1 anterior, teremos como resultado de u
associação paralela o seguinte:
As tensões permanecem as mesmas:
• VOC = 22,1V
• VMP = 17,7V
Já as correntes geradas pelos módulos serão somadas resultando em:
•ISC = 8,68A + 8,68A = 17,36A
•IMP = 7,91A + 7,91A = 15,82A
Ao mul plicarmos os resultados de VMP por IMP chegaremos na seguinte potência de pico dessa associa
• Wp = 140W + 140W = 280W
Notamos que a potência de cada módulo também foi somada como na associação série.
49
Associação mista (série – paralela)
É muito comum a associação mista entre módulos fotovoltaicos aplicados a projetos de médio/grande p
para a ngir níveis de tensões e potências mais altas do que um simples string pode chegar.
Ao conectarmos strings em paralelo estaremos somando as correntes de cada string e no final de tu
somando as potências de todos os módulos fotovoltaicos.
Note na figura abaixo como é feita uma associação mista:
50
3.7 EFEITOS DO SOMBREAMENTO
Quando um módulo fotovoltaico é sombreado parcialmente, onde apenas uma ou mais células
passam a receber menos radiação solar em relação as demais, o mesmo diminui sua
capacidade de geração elétrica. Como as células em um módulo fotovoltaico são conectadas
em série, a célula sombreada que teve sua capacidade de geração reduzida acaba limitando a
passagem de corrente das demais comprometendo toda a geração do módulo.
O efeito de sombreamento parcial pode ser gerado por uma folha de uma árvore que caiu sobre o
módulo, pela sombra causada por uma antena ou por qualquer outro objeto que venha gerar
sombra.
Esse efeito pode causar danos à célula sombreada e, conseguintemente, ao módulo fotovoltaico, pois e
célula passará a funcionar como uma carga elétrica consumindo energia e dissipando em forma de calo
Caso a energia dissipada por essa célula seja demasiadamente elevada poderão surgir pontos
permanentemente danificados, nos quais chamamos de pontos quentes, podendo chegar a destruir a
e inu lizar o módulo.
Para iden ficarmos pontos quentes em células fotovoltaicas podemos u lizar uma câmera termográfic
Diodos de desvio
Para diminuir os problemas causados pelo sombreamento parcial em módulos fotovoltaicos são u lizado
diodos semicondutores conectados em an paralelo a um conjunto de células ou ao próprio módulo fotovo
Diodos são disposi vos eletrônicos que permitem a passagem de corrente elétrica em apenas um sen do.
Quando o diodo está diretamente polarizado, ou seja, quando existe um potencial posi vo entre o
seu Ânodo e o seu Cátodo, o mesmo passa a conduzir corrente funcionando como uma chave
fechada. Já quando aplicamos um potencial nega vo entre o Ânodo e o Cátodo do diodo, dizemos
que o mesmo está inversamente polarizado e dessa forma passa a não conduzir corrente,
funcionando como uma chave aberta.
51
Veja na figura abaixo a simbologia de um diodo e como o mesmo funciona diretamente e inversamente
polarizado.
Note que a seta do seu símbolo indica o sen do que a corrente elétrica pode percorrer. Na polarização
direta o diodo passa a conduzir corrente funcionando como uma chave fechada como na figura
abaixo:
Já na polarização inversa o diodo passa a funcionar como uma chave aberta, não conduzindo
corrente como ilustra a figura.
Agora que entendemos um pouco como funciona um diodo, veremos quatro casos, de forma
simples e ilustrada, como é o funcionamento de um conjunto de células em série onde uma delas é
sombreada e o que acontece sem a conexão dos diodos e em seguida com a conexão dos diodos.
52
As setas vermelhas indicam o caminho percorrido pela corrente elétrica.
No momento em que uma das células é sombreada ou danificada a mesma passa a limitar a
corrente gerada pelas outras células, gerando aquecimento e diminuindo a quan dade de energia
gerada pelo conjunto. Veja figura:
53
Caso 4 – Com sombreamento e com diodos
Notamos o efeito dos diodos de desvio quando uma ou mais células são sombreadas ou
apresentam defeito, pois a corrente é desviada pelo diodo aproveitando assim a geração das
demais células que estão em perfeito funcionamento. Um detalhe importante é que com o desvio
da corrente a célula que estava sombreada evita de dissipar muita energia atuando como uma
carga, preservando sua vida ú l.
Os diodos de desvio também são muito úteis quando conectamos módulos fotovoltaicos em série
formando strings. Caso um módulo seja sombreado ou apresente defeito a corrente gerada pelos
demais será desviada pelo diodo aproveitando a energia gerada pelos módulos não sombreados.
Diodos de bloqueio
Os diodos também podem ser conectados em série a um módulo fotovoltaico ou string quando há
ligações em paralelo para evitar que um módulo (ou string) injete corrente em outro caso as
tensões
entre el e.s sejam diferentes. A esse diodo damos o nome de diodo de bloqueio.
54
Figura: Diodos conectados em série aos módulos para evitar corrente reversa.
Outra vantagem dos diodos de bloqueio ocorre quando são instalados em sistemas fotovoltaicos
com armazenamento de energia através de baterias.
À noite, quando os módulos fotovoltaicos não estão gerando energia, as baterias passam a injetar
corrente nos módulos caso a conexão entre eles seja de forma direta.
Mesmo essa corrente sendo a níveis baixos acaba contribuindo com o descarregamento das
baterias. Com o uso dos diodos de bloqueio evitamos esse po de efeito.
Figura: O diodo de bloqueio evita que a bateria injete corrente nos módulos durante a noite.
55
Figura: Caixa de junção com três diodos.
56
3.9 ASPECTOS RELEVANTES PARA A SELEÇÃO DE UM MÓDULO FOTOVOLTAICO
Devido à grande oferta de módulos fotovoltaicos no comércio atual, é de grande importância que
os módulos fotovoltaicos escolhidos para os projetos sejam cer ficados pelo INMETRO e atendam
as normas nacionais e internacionais, pois só assim podemos garan r boa qualidade no
funcionamento desses módulos e durabilidade por maior tempo. Veja abaixo algumas normas
(nacionais e internacionais) e regulamentações que tratam de testes e ensaios de módulos
fotovoltaicos:
• IEC – 61215 : 2005 – Estabelece ensaios de qualificação para módulos fotovoltaicos de silício
monocristalino e policristalino.
Outro ponto relevante na escolha de módulos fotovoltaicos é a sua eficiência, pois quanto maior a
eficiência dos módulos u lizados, menor será o espaço a ser des nado à instalação para uma dada
potência.
Todo módulo fotovoltaico tem em sua traseira uma e queta que apresenta suas caracterís cas
técnicas.
Nessa e queta podemos encontrar as seguintes informações:
• Nome do fabricante
• Modelo do módulo
• Potência nominal ou potência de pico (Wp)
• Tensão de circuito aberto (VOC)
• Tensão de máxima potência (VMP)
• Corrente de curto circuito (ISC)
• Corrente de máxima potência (IMP)
• Tensão máxima do sistema (Maximum system voltage) – máxima tensão por string
• Peso
• Dimensões
• País de origem
57
As caracterís cas elétricas informadas geralmente valem para as condições de teste padrão STC
(1000W/m² e 25°C). Outras informações adicionais também podem constar na e queta.
Essa e queta é muito importante, pois garante que o modelo do módulo escolhido tenha passado
pelos testes e ensaios realizados em laboratórios credenciados. Vejamos:
Limpeza dos vidros: A poeira acumulada sobre os vidros dos módulos fotovoltaicos diminui a
quan dade de radiação solar que chega até as células. A limpeza dos vidros deve ser realizada
periodicamente com água e materiais de limpeza apropriados para vidros.
Muitas vezes a própria chuva se encarrega de re rar a poeira acumulada. Não devem ser u lizados
materiais abrasivos, raspantes ou cortantes, pois o uso desses materiais pode levar a perda da
garan a do fabricante.
Conexões elétricas: Periodicamente devem ser verificadas as conexões elétricas dos módulos.
Como tempo algumas conexões podem oxidar ou ficar frouxas e gerar mal contato o que pode
ocasionar pontos quentes, faíscas e uma diminuição na geração.
Portanto, é aconselhável que de ano em ano sejam verificadas todas as conexões elétricas e cabos
dos módulos para que seja corrigida qualquer imperfeição.
58
4. FUNDAMENTOS DE ENERGIAS SOLAR FOTOVOLTAICA – 24H
4.1 SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
Sistemas isolados
•Sem armazenamento de energia
•Com armazenamento de energia
Sistemas híbridos
Veremos nesse capítulo como é o funcionamento de cada sistema bem como a iden ficação dos
elementos que compõem cada um.
Os sistemas fotovoltaicos isolados não têm nenhuma ligação com a rede elétrica. Em outras
palavras, são sistemas autônomos, capazes de gerar toda energia que será consumida pelas carga
sem haver a necessidade de outra fonte geradora de energia. São sistemas muito u lizados em
localidades remotas onde não há rede de distribuição de energia elétrica.
Os sistemas isolados ainda podem ser classificados como sistemas sem armazenamento de energia
e sistemas com armazenamento de energia.
Os sistemas isolados sem armazenamento de energia são sistemas de geração direta, onde a
energia gerada pelo sistema é consumida no mesmo instante pela carga.
Por não conter banco de baterias para armazenar energia esse po de sistema se torna barato e
muito viável para localidades remotas onde não há sistema de distribuição de energia elétrica nem
sistema de água encanada.
59
O módulo fotovoltaico pode ser conectado diretamente a uma bomba d'água DC, específica para
uso fotovoltaico, ou conectado a um equipamento de condicionamento de potência, chamado de
inversor, para que a energia gerada pelo módulo chegue à bomba d'água com parâmetros
adequados para seu perfeito funcionamento.
Comercialmente é muito fácil de encontrar kits de bombeamento solar onde a bomba d'água já
vem com seu próprio inversor. Isso é muito bom, pois como o fabricante desenvolve o inversor com
caracterís cas apropriadas para um determinado modelo de motor as perdas na conversão de
potência serão minimizadas, garan ndo maior eficiência no final.
O único inconveniente dos sistemas isolados sem armazenamento de energia é sua forte
dependência da radiação solar. Como a irradiância solar que chega ao plano terrestre é
intermitente, pode ser que em alguns momentos do dia a bomba d'água não tenha força suficiente
para bombear devido o baixo nível de radiação solar que chegou aos módulos.
Os sistemas isolados com armazenamento de energia são muito u lizados em localidades onde não
há abastecimento de energia pela rede elétrica das concessionárias.
Esse sistema conta com um banco de baterias que armazenam a energia gerada pelos módulos para
alimentar cargas em qualquer momento do dia.
4.3 BATERIA
Para garan r que a carga não sofra com as intermitências da geração fotovoltaica é u lizada uma
bateria ou um banco de baterias em paralelo ao módulo e a carga. Isso faz com que a tensão
aplicada à carga se estabilize e garante o fornecimento de energia nos momentos de baixa ou
nenhuma geração fotovoltaica.
Tipos de baterias
Apesar de exis rem vários pos de baterias, como as de Níquel-Cádmio, Níquel-Metal-Hidreto e etc,
as mais u lizadas atualmente em aplicações fotovoltaicas são as baterias de chumbo ácido devido
seu melhor custo x bene cio.
Além dos pos citados acima, podemos ainda classificar as baterias de acordo com sua aplicação,
sendo para uso automo vo ou uso estacionário.
60
As baterias automo vas são desenvolvidas para fornecer níveis elevados de corrente em um
período de tempo curto, situação caracterís ca de par da em automóveis. Geralmente não são
desenvolvidas para ciclos profundos de descarga, podendo descarregar no máximo 20% de sua
carga nominal sem prejudicar sua vida ú l.
Já as baterias estacionárias são ideais para aplicações fotovoltaicas, pois permitem geralmente uma
profundidade de descarga maior do que as automo vas.
No entanto, baterias do po estacionárias são geralmente mais caras que as baterias automo vas.
Podemos encontrar ainda dois pos diferentes de baterias, as seladas e as não seladas. As baterias
seladas são ditas livres de manutenção, pois o fabricante garante que o eletrólito em seu interior
dura por toda sua vida ú l sem a necessidade de ser reposto.
Já as baterias não seladas requerem manutenção periódica onde o usuário deverá verificas o nível do
eletrólito e, caso esteja baixo, realizar a reposição.
Existem também as baterias de chumbo ácido com eletrólito em gel, comumente chamadas de
baterias de gel. São baterias um pouco mais caras que as de chumbo ácido convencionais mas
apresentam algumas vantagens como maior tempo de vida ú l.
Vida ú l
A vida ú l de uma bateria de chumbo ácido é influenciada por dois fatores: quan dade ciclos de
carga e descarga e sua temperatura de trabalho.
À medida que a bateria vai sendo u lizada, o material de suas placas metálicas vai sendo transferido
para seus terminais. Ao se separar das placas, esse material não pode ser reposto nem u lizado
novamente, o que diminui sua capacidade de armazenamento de energia ao longo do tempo de
uso.
Descargas profundas diminuem a quan dade de ciclos de carga e descarga e, conseguintemente, a
vida ú l da bateria. O aumento da temperatura de trabalho das baterias influencia nega vamente
sua vida ú l. Temperaturas de trabalho acima de 40°C acarretam numa forte diminuição de sua vida
ú l.
Vamos agora iden ficar as caracterís cas elétricas das baterias informadas pelo fabricante:
• Tensão nominal: Tensão média de uma bateria. Geralmente 12V, mas também podemos
encontrar baterias com tensão nominal de 24V.
• Capacidade: Expressa em ampéres-hora (Ah), indica a quan dade de corrente que pode ser
re rada da bateria em uma hora. Como exemplo, uma bateria de 120Ah pode fornecer 120 ampéres
em uma hora, ou 60 ampéres em duas horas, ou 30 ampéres em quatro horas, ou 1 ampére em
cento e vinte horas. Note, nesse exemplo, que ao mul plicarmos o valor da corrente pelo tempo
sempre vai dar os 120Ah.
61
• Tensão de flutuação: Nível de tensão que deve ser man do na bateria para manter o estado de
carga no máximo sem sobrecarregá-la. Nas baterias de chumbo ácido essa tensão gira em torno
dos 13,2V e 13,8V.
• Tensão de carga: Tensão que deve ser aplicada para carregar a bateria. Valores indicados pelos
fabricantes estão entre 14,4V e 15,5V.
Banco de baterias
Podemos associar baterias para a ngir níveis de tensão ou capacidade nas quais não encontramos
em uma única bateria comercial. Ao conjunto de baterias associadas eletricamente damos o nome
de banco de baterias.
Para ilustrar os resultados das associações de baterias, vamos u liza nos exemplos, baterias de 12V
de tensão nominal e capacidade de 150Ah.
Associação Série
Na associação série o pólo nega vo de uma bateria deve ser conectado ao pólo posi vo da outra e
assim sucessivamente. Nessa associação as tensões são somadas enquanto que a capacidade se
mantém a mesma.
Figura: Associação de baterias em série. As tensões se somam enquanto que a capacidade permanece a mesma.
62
Associação Paralela
Na associação paralela os pólos de mesma polaridade devem ser unidos. Os pólos posi vos são
conectados entre si e o mesmo dever ser feito com os pólos nega vos, tomando cuidado para não
unir pólos de diferentes polaridades para não gerar um curto circuito e provocar algum acidente.
Para esse caso as tensões permanecem as mesmas enquanto que as capacidades se somam.
Na associação mista duas ou mais fileiras de baterias em série são conectadas em paralelo. A tensão
do banco é igual à tensão das fileiras e a capacidade será a soma das capacidades de cada fileira.
63
Em sistemas isolados com armazenamento a bateria (ou o banco de baterias) é conectada em
paralelo ao módulo e à carga. A figura ao lado ilustra um sistema isolado simples com
armazenamento de energia:
• O módulo fotovoltaico pode fornecer energia para a bateria mesmo após o nível de carga ter
a ngido o nível máximo. Isso acarreta o que chamamos de sobrecarga e pode gerar aquecimentos
indesejáveis e diminuir o tempo de vida ú l das baterias.
• Caso a carga fique ligada por um tempo maior, demandando mais energia do que o determinado,
sem que haja recarga do banco, o nível de carga das baterias pode chegar a níveis muito baixos, o
que também provoca uma diminuição na sua vida ú l. Esse fato pode acontecer no período noturno
onde os módulos não geram energia e a carga pode ser u lizada por um tempo maior do que o
especificado no projeto.
Para evitar sobrecargas no banco de baterias e níveis de descarga muito baixos é necessário realizar o
controle da carga e da descarga da bateria constantemente.
Quando o nível de carga da bateria a nge seu máximo, o controlador “desliga” o carregamento para
evitar sobrecarga na bateria. No entanto os módulos fotovoltaicos con nuam fornecendo energia
para as cargas. Caso a demanda de energia aumente de tal forma que a potência entregue pelos
módulos fotovoltaicos seja menor que a potência das cargas a bateria passa também a fornecer
energia somando com a dos módulos. Nesse momento o nível de carga da bateria torna a cair e o
controlador de carga volta a permi r o carregamento da bateria.
Monitoramento do sistema
Durante a noite as baterias podem fornecer energia aos módulos fotovoltaicos caso não haja o
diodo de bloqueio. Alguns controladores de carga contam com a função de proteção contra
corrente reversa que evita o fornecimento de corrente das baterias para os módulos fotovoltaicos
mesmo sem a presença do diodo em série.
Alguns controladores de carga contam com circuito de proteção contra sobrecorrente. Esse po de
proteção evita com que níveis de corrente muito elevados danifiquem o controlador. Alguns deles
vêm com fusíveis externos para facilitar a reposição.
No entanto, se o módulo fotovoltaico for conectado diretamente a uma bateria seu ponto de
operação ficará restrito a faixa de tensão da mesma. Para exemplificar o que foi dito, o gráfico
ao lado ilustra a operação de um módulo fotovoltaico que tem sua tensão de máxima potência
(VMP) de 17V conectado em paralelo a uma bateria de tensão nominal de 12V.
A par r do gráfico acima podemos concluir que o ponto de operação do módulo ficará restrito à
faixa de tensão de 10V a 14,5V, que dessa maneira nunca poderá chegar aos 17V e extrair a sua
máxima potência.
Alguns controladores de carga contam com a função MPPT que significa Rastreador do Ponto de
Máxima Potência (do inglês Maximun Power Point Tracking). Os equipamentos com essa função
conseguem manter o ponto de operação do módulo fotovoltaico na região de máxima potência
conseguindo extrair mais energia do que os controladores de carga comuns. Estudos indicam um
aumento médio de 30% na geração quando se u lizam equipamentos com MPPT.
65
Controle e acionamento automá co de cargas
Uma função muito interessante e que pode evitar a compra de outros equipamentos é a de controle
e acionamento automá co de cargas. Controladores que apresentam essa função podem acionar e
ou desacionar cargas sem a intervenção do usuário. Uma das mais conhecidas é a função
fotocélula, muito u lizada em postes de iluminação por energia solar fotovoltaica. Durante a noite o
controlador iden fica que os módulos fotovoltaicos não estão gerando energia e aciona a luminária.
Quando o sol nasce e os módulos começam a gerar energia o controlador iden fica que é dia e
desliga a luminária. Com isso pode ser evitado o uso dos relés fotoelétricos que são equipamentos
que vez por outra estão dando defeito.
Compensação de temperatura
Como já foi visto, o aumento da temperatura das baterias implica numa diminuição de sua vida ú l.
Para minimizar isso alguns controladores de carga vêm com a função de compensação de
temperatura. O controlador de carga realiza a medição de temperatura da bateria para fazer o
controle da tensão que será aplicada para carregá-la de forma a minimizar os danos causados pelo
efeito da temperatura.
Segue abaixo um layout de um sistema fotovoltaico isolado com armazenamento por bateria.
Os controladores de carga geralmente são especificados por tensão de trabalho e a máxima corrente
que os mesmos suportam.
Tensão: A tensão dos controladores de carga é especificada de acordo com a tensão da bateria ou
do banco de baterias que vai ser ligado a ele. Podemos encontrar controladores de carga com
tensão de 12VDC, 24VDC ou 48VDC com certa facilidade no comércio brasileiro. Existem
controladores de carga que funcionam com tensão automá ca, a maioria sendo de 12 ou 24 volts.
66
Corrente: Podemos encontrar controladores de carga que suportam níveis de corrente de 5A, 10A,
15A, 20A, 40A e até 60A. Outros valores também podem ser encontrados, no entanto é mais di cil
de encontrar controladores de carga de corrente acima de 60 ampéres devido a fiação elétrica na
instalação ser muito cara.
A par r do que foi mostrado até aqui, pudemos notar que o controlador de carga é o elemento
central do sistema, que recebe a energia proveniente dos módulos fotovoltaicos, realiza o controle
de carga e descarga da bateria e libera energia para as cargas.
Esse po de sistema fotovoltaico é muito u lizado quando temos cargas de baixa potência, baixa
tensão (da ordem de 12V, 24V ou 48V) e de corrente con nua (DC).No entanto, a dificuldade em
encontrar cargas com essas caracterís cas faz com que esse sistema seja pouco u lizado.
4.5 INVERSORES
Na maioria dos casos os equipamentos eletroeletrônicos que u lizamos funcionam com tensão de
127V ou 220V e de corrente alternada, que são caracterís cas da rede elétrica local. Vimos que o
sistema fotovoltaico apresentado até o então era de baixa tensão e de corrente con nua.
Dessa forma, é intui vo imaginar que, para fazer funcionar equipamentos eletroeletrônicos que
funcionam com tensões da rede (127V ou 220V) em corrente alternada, é necessário um
equipamento que converta a energia fornecida pelos módulos e baterias (corrente con nua em
baixa tensão) para valores adequados às novas cargas (corrente alternada em tensão elevada).
Os equipamentos que convertem energia de corrente con nua em corrente alternada são chamados
conversores DC/AC ou simplesmente inversores.
Os inversores podem ser classificados como: Inversores isolados – Convertem tensão con nua em
alternada sem haver a necessidade de estar conectado a uma rede elétrica. Inversores
conectados à rede – Convertem tensão con nua em alternada com a necessidade de estar
conectado a uma rede elétrica para fazer a leitura dos parâmetros de tensão e frequência da
mesma. Podemos encontrar inversores de variadas potências a depender de sua aplicação, sendo
os de baixa potência (até algumas dezenas de kilowa ) para aplicações simples como em
residências, por exemplo, e os de alta potência, chamados de inversores centrais, u lizados em
usinas fotovoltaicas com potência de centenas de kilowa .
Por enquanto vamos nos deter ao estudo dos inversores para sistemas isolados, mas logo em breve
estudaremos também os inversores para sistemas conectados à rede.
Note que esse sistema só apresenta polaridade definida (posi va e nega va) até a entrada do
inversor. Na sua saída a tensão é alternada, o que gera uma corrente também alternada.
São várias as formas de onda que podemos encontrar nos inversores isolados. Os inversores
comerciais mais comuns podem ser de onda quadrada, retangular (senoide modificada), PWM ou
senoidal.
Onda quadrada
Os inversores de onda quadrada fornecem uma saída AC com harmônicos elevados e baixa regulação
de tensão. A onda quadrada é ob da simplesmente alternando-se a tensão e corrente.
Os inversores de onda quadrada são picamente mais baratos, devido seu circuito simplificado e de
grande facilidade de montagem, porém não devem ser usados para alimentar cargas
predominantemente indu vas como motores.
68
Entretanto, são muito adequados para cargas puramente resis vas.
São inversores adequados para uma maior variedade de cargas, incluindo lâmpadas, equipamentos
eletrônicos e motores, embora não consigam operar um motor tão eficientemente quanto um
inversor de onda senoidal.
Figura: Note que a mudança de polaridade é menos brusca devido maior tempo de repouso no zero.
69
De forma geral, podemos dizer que esse po de inversor é o que apresenta melhor custo x bene cio.
Apenas cargas muito sensíveis a ruído não devem ser alimentadas com esse po de inversor.
Onda PWM
Inversores com saída PWM (do inglês Pulse Width-Modula on que significa Modulação por Largura
de Pulso), apesar de seu aspecto visual de forma de onda, possuem níveis de distorção harmônica
muito baixa, principalmente em configurações trifásicas. Pode ser ob da a par r de uma senóide
“misturada” com outra forma de onda chamada de portadora.
A tecnologia PWM é muito u lizada no acionamento de motores na indústria onde são u lizados os
chamados Inversores de Frequência. Os inversores com saída PWM são adequados para
pra camente todo po de cargas CA, exceto equipamentos muito sensíveis.
Onda senoidal
A tensão que chega até as tomadas de nossas casas apresenta a forma de uma senóide. Os
inversores de onda senoidal conseguem reproduzir fielmente uma senóide e assim fornecer uma
energia mais limpa, com baixíssimo teor de harmônicos.
Geralmente u lizam a técnica PWM com um filtro elétrico bem dimensionado para “limpar” o sinal e
deixar passar somente a senóide na frequência de 50Hz ou 60Hz. Com isso podem alimentar
qualquer equipamento eletroeletrônico de corrente alternada, desde que seja respeitada a
potência do inversor. Os inversores de onda senoidal para sistemas isolados são os mais caros da
categoria.
70
Caracterís cas elétricas dos inversores isolados comerciais
Vejamos algumas caracterís cas elétricas que podemos encontrar nos inversores comerciais:
Tensão de entrada: Os inversores isolados de pequeno ou médio porte geralmente podem receber
em sua entrada 12VDC ou 24VDC. Inversores de porte maior podem apresentar uma tensão de
entrada maior, da ordem de 100VDC ou mais, isso é feito pra diminuir a corrente na entrada do
inversor.
Tensão de saída: No comércio brasileiro podemos encontrar inversores com saída de 127VAC ou
220VAC devido à diferença de tensão que podemos encontrar entre as regiões do país. É
importante sempre observar a tensão de trabalho das cargas que serão ligadas ao inversor para
evitar qualquer problema.
Frequência da onda: Podemos encontrar inversores com frequência de onda de 50Hz ou 60Hz. No
Brasil a frequência da rede é de 60Hz e muitos equipamentos eletroeletrônicos desenvolvidos e
vendidos no país só funcionam nessa frequência. Por isso a importância de verificar a frequência da
onda do inversor.
Potência de pico: Outra caracterís ca importante é a potência de pico que o inversor pode
suportar, pois indica o quanto de sua potência nominal poderá ser ultrapassada por um curto
período de tempo sem que o mesmo seja danificado. Muito importante quando vamos ligar cargas
elétricas que demandam muita potência na sua par da, como é o caso dos motores elétricos.
• Microgeração: Sistemas de potência de pico instalada de até 75kW. Comprende a maioria dos
sistemas fotovoltaicos residenciais.
• Minigeração: Sistemas de potência de pico instalada entre 75W e 5MW. São, na maioria dos
casos, empregados em indústrias onde o consumo de energia é muito elevado.
71
Funcionamento dos sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica
Os sistemas conectados à rede elétrica são instalados em paralelo à rede local e seu funcionamento é
muito simples.
No momento em que o sistema fotovoltaico gera mais energia do que está sendo consumido, o
excesso de energia que sobra é injetada na rede elétrica e registrada por um medidor do po
bidirecional.
Figura: O excesso de energia gerada pelos módulos é injetada na rede elétrica e registrada pelo medidor bidirecional.
No momento em que a geração é menor que o consumo de energia, a rede elétrica passa a fornecer a
energia que falta às cargas e o consumo de energia da rede é registrado pelo medidor.
Figura: Geração menor que o consumo. Parte da energia é re rada da rede elétrica e registrada pelo medidor.
Durante a noite, momento em que os módulos fotovoltaicos não geram energia, toda energia
consumida pelas cargas é fornecida pela rede elétrica local e todo consumo é também
registrado pelo medidor bidirecional de energia elétrica
72
Figura: Durante a noite toda energia é consumida da rede elétrica e registrada pelo medidor.
A fatura de energia elétrica que chega mensalmente ao usuário deve informar a quan dade de
energia elétrica injetada na rede e a quan dade de energia elétrica consumida da rede naquele
mês. A energia cobrada ao usuário será o valor líquido entre o que foi injetado na rede e o que
foi consumido da rede elétrica. Caso o saldo do mês seja posi vo para a geração, ou seja, a
quan dade de energia injetada na rede tenha sido maior do que a energia consumida da rede
naquele mês, será creditada em sua fatura de energia o excedente resultante da geração desse
mês que poderá ser u lizado nos meses seguintes. Esse crédito tem validade máxima de 3 anos.
Observação: Muito embora o usuário feche o mês com saldo posi vo na sua geração, ainda deverá
ser cobrado um valor mínimo devido o estabelecido em contrato de prestação de serviços, como
por exemplo iluminação pública entre outros.
Vejamos um exemplo numérico que pode melhorar o entendimento sobre esse assunto:
Exemplo: Em uma residência foi registrado 100kWh de consumo de energia elétrica, enquanto que a
energia gerada pelo sistema fotovoltaico nesse mês foi de 60kWh.
O valor líquido entre o que foi gerado e o que foi consumido será de:
Exemplo 2: Nessa mesma residência houve um mês em que a energia consumida foi de 80kWh
enquanto a energia gerada pelo sistema fotovoltaico foi de 90kWh.
Concluímos que nesse mês foi creditado 10kWh na fatura de energia do usuário e que poderá ser
u lizado durante o prazo máximo de 3 anos.
Os inversores conectados à rede podem apresentar caracterís cas elétricas de entrada bem
diferentes em comparação aos inversores isolados. Começando pela tensão de entrada, os
inversores isolados apresentam uma tensão de entrada bem definida, geralmente 12VDC ou
24VDC, enquanto que os inversores conectados à rede geralmente trabalham com uma faixa de
tensão mais elevada. Talvez fique mais fácil de notar a diferença e as par cularidades dos
inversores conectados à rede com um exemplo.
Exemplo: A tabela abaixo mostra os dados fornecidos por um fabricante de inversores conectados à
rede:
VDCmax: Indica o valor máximo da tensão de entrada do inversor. Tensões de strings maiores que a
especificada pode levar a queima do inversor. Nesse inversor a máxima tensão por string é de 500V.
VDC MPP: Faixa de tensão de entrada na qual o inversor opera extraindo a máxima potência do
arranjo fotovoltaico.Para esse inversor essa faixa de tensão vai de 200 a 400 volts. Com tensões
entre 400 e 500 volts o inversor opera normalmente, no entanto a função MPPT não irá atuar.
74
IDCmax: Máximo valor de corrente DC na entrada do inversor. Valores acima do especificado
podem provocar a queima do inversor. Para o inversor desse exemplo a corrente DC máxima de
entrada é de 20 ampéres.
VAC: Tensão nominal da rede elétrica no qual o inversor será interligado. Geralmente existe uma
tolerância da variação dessa tensão na qual o inversor aceita para funcionar. Se considerarmos
que a variação de tensão aceitável pelo inversor seja de ±5%, então valores de tensão abaixo de
209VAC e 231VAC fazem com que o inversor deixe de funcionar e entre em modo de segurança.
PAC: Potência máxima que o inversor pode fornecer a rede elétrica. É comum a u lização de um
arranjo fotovoltaico que tenha potência nominal igual a do inversor para que o mesmo opere com
máxima eficiência. Para esse inversor a potência máxima é de 3800 wa s.
FAC: Valor nominal de frequência da tensão da rede no qual o inversor pode operar. Como na
tensão AC, existe uma tolerância na qual essa frequência pode variar sem que o inversor deixe de
operar. Se considerarmos para esse inversor uma variação máxima de ±4Hz, a frequência da rede
pode variar entre 56Hz e 64Hz que o inversor funcionará normalmente.
IAC max: Máximo valor de corrente que o inversor pode injetar na rede elétrica. Para esse inversor a
máxima corrente é de 18 ampéres.
Pelo que foi visto até agora podemos resumir um sistema fotovoltaico em três partes:
No entanto é muito importante que sejam empregados disposi vos de proteção elétrica no sistema,
tanto na parte DC quanto na parte AC.
Vejamos onde devem ser inseridos os disposi vos de proteção nos sistemas fotovoltaicos isolados:
75
Segue abaixo um digrama em blocos de um sistema fotovoltaico conectado a rede com proteções DC
e AC:
Figura: Diagrama em blocos de um sistema fotovoltaico conectado a rede com proteções DC e AC.
Chave de seccionamento sob carga DC: Tem como finalidade desconectar os módulos
fotovoltaicos do resto do sistema. As chaves de seccionamento sob carga em corrente con nua são
mais robustas que as de corrente alternada por possuírem internamente uma câmara de ex nção
de arco que ameniza os efeitos gerados pelo arco voltaico dentro delas.
Chaves comuns para uso em corrente alternada podem ser danificadas rapidamente caso sejam
u lizadas na interrupção de corrente con nua.
Fusíveis: São disposi vos de proteção contra sobrecorrente que rompem seu filamento ao serem
percorridos por uma corrente maior que a especificada nominalmente. Os fusíveis u lizados em
aplicações fotovoltaicas são dos pos que têm areia em seu interior para ex nguir o arco voltaico
gerado pela interrupção do circuito.
Em certas aplicações podemos u lizar porta fusíveis que são instalados sob o mesmo trilho que os
demais disposi vos de proteção de modo a facilitar a troca desses fusíveis quando houver
necessidade.
As figuras abaixo ilustram a simbologia do fusível e um porta fusível que é montado sob trilho po
DIN:
76
Disposi vo de proteção contra surtos – DPS: Os raios provenientes de descargas atmosféricas
podem causar sobre tensões em redes elétricas podendo danificar os equipamentos ligados a
mesma. O disposi vo de proteção contra surtos, comumente chamado de DPS, tem a finalidade
de limitar sobre tensões a níveis adequados aos equipamentos e desviar altas correntes
provenientes das descargas atmosféricas.
Os DPS são necessários em qualquer instalação elétrica que tenha riscos de sofrer danos por sobre
tensão (raios diretos, indiretos e surtos por chaveamento).
São u lizados em instalações industriais, comerciais e residenciais. Nas aplicações de energia solar
fotovoltaica o uso do DPS é jus ficado devido os módulos fotovoltaicos estarem expostos ao tempo,
aumentando o risco de sofrer uma descarga atmosférica.
Os DPS u lizados em aplicações fotovoltaicas devem ser próprios para corrente con nua e de
preferência uma combinação de dois pos de tecnologia, o de varistor e o centelhador como
descrito abaixo:
Varistor – limita o nível de tensão a um dado valor desde que seja respeitada sua corrente nominal. É
u lizado na proteção contra descargas indiretas;
77
Centelhador (spark gap) – atuam como um curto circuito desviando toda corrente para a terra. É
u lizado na proteção contra descargas diretas.
Dessa forma o sistema ficará protegido tanto por descargas atmosféricas indiretas quanto por
descargas diretas. Comercialmente encontramos DPS para uso fotovoltaico com as duas
tecnologias encapsuladas, bastando apenas conectar os cabos posi vo, nega vo e de terra ao
disposi vo como podemos ver na ilustração abaixo:
Em aplicações mais simples não se faz necessário o uso de DPS do po centelhador, podendo ser
u lizado apenas o do po varistor entre cada pólo e o terra.
Podemos ver na ilustração abaixo o diagrama elétrico de um quadro de proteção DC com todos os
disposi vos de proteção citados acima:
78
Proteção ac
Nos sistemas com inversores é importante o uso de disposi vos de proteção no lado CA, tanto para
proteção do inversor e dos condutores quanto para proteção dos usuários. Veja abaixo quais os
disposi vos de proteção mais u lizados na parte de corrente alternada:
Disjuntor termomagné co: Disposi vo de proteção capaz de interromper a corrente quando surgem
condições anormais de trabalho no circuito que resultam em sobrecorrente, como uma sobrecarga
ou um curto-circuito.
Podemos ver na imagem abaixo um disjuntor monopolar com sua respec va simbologia:
Os disjuntores são fabricados em três modelos: monopolar, bipolar e tripolar como mostra a imagem
abaixo:
Diferencial Residual – DR: O disposi vo diferencial residual – DR atua desligando o circuito elétrico
caso haja uma fuga de corrente de pelo menos 30mA que coloque em risco a vida de pessoas e
animais. A u lização do DR em instalações elétricas de baixa tensão nos circuitos elétricos que
atendam às áreas molhadas ou sujeitas as lavagens e às áreas externas é obrigatório no Brasil.
Quando há uma diferença de corrente entre o condutor de entrada e o de saída de pelo menos
30mA o DR é desarmado desligando o circuito. O mesmo ainda conta com um botão que simula um
desvio de corrente para teste do disposi vo.
Caso o DR esteja em perfeito estado de funcionamento, após apertar o botão de teste o DR deverá
desarmar desligando o circuito. Por mo vos de segurança é aconselhável que esse teste seja
realizado mensalmente.
79
A imagem a seguir ilustra um DR tetrapolar544 e sua simbologia:
IDR – Interruptor Diferencial Residual: Atua somente quando há diferença de corrente entre o
condutor de entrada e o de saída. Em caso de curto-circuito ou
sobrecorrente esse disposi vo não tem a capacidade de desconectar o circuito elétrico.
DDR – Disjuntor Diferencial Residual: Além de atuar como DR também atua como disjuntor
termomagné co desarmando em casos de curto-circuito ou sobrecorrente.
Nos sistemas fotovoltaicos esses disposi vos são ligados na saída dos inversores, seja em sistemas
conectados a rede ou em sistemas isolados.
O diagrama ao lado mostra como é a ligação dos disposi vos de proteção DPS e DDR após o
inversor.
Caso o instalador não disponha de um DDR (disjuntor DR) a proteção contra sobrecorrente e curto-
circuito pode ser feita com um disjuntor bipolar em série com um IDR (interruptor DR).
80
Note que nos circuitos de proteção do lado AC também são instalados DPS. Diferente dos DPS
u lizados na proteção do lado de corrente con nua, esses agora devem ser próprios para tensão
alternada.
Figura: Circuito de proteção no lado de corrente alternada com DPS, disjuntor bipolar e IDR.
81
5. MEDIDAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO – 16H
5.1 MEDIDAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO APLICADAS AO SETOR
FOTOVOLTAICO
Tendo em vista os módulos passados, abordaremos agora alguns aspectos gerais de saúde e
segurança do trabalho em serviços em energia solar fotovoltaica.
De acordo com o Balanço Energé co Nacional (BEN) e divulgado pela Associação Brasileira de
Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), a representação da energia solar no país e seus estados,
na matriz energé ca nacional, mesmo com todos os incen vos e inves mentos cada vez maiores
no Brasil, ainda é bastante remoto.
No ano de 2016 em comparação com o ano de 2015, foi feito um levantamento e constatou que a
energia solar brasileira contribuí para a geração de energia elétrica no patamar de 60GWh, o que
corresponde a apenas 0,01% de nossa matriz energé ca..
Tendo em vista os baixos dados de energia sustentável (fotovoltaica), têm havido grandes esforços
e incen vos diretos do governo es mulando a micro e minigeração distribuída, de forma que no
cenário atual, uma pessoa sica pode instalar painéis fotovoltaicos em sua residência, comercio ou
condomínio, contribuindo para a injeção de energia elétrica na rede, par cipando do processo de
geração e distribuição de energia, consequentemente, ganhando créditos para posterior uso da
energia elétrica.
Essa resolução foi publicada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) em 2012, que
ins tuiu os primeiros itens regulatórios para mini e microgeração distribuída. Neste contexto, no
ano de 2015, houve uma reformulação e aprovaram uma resolução, através da REN 687/2015,
a qual representou avanços significa vos para o incen vo da geração de energia solar
fotovoltaica, incluindo:
No que se refere a variedade dos aspectos de saúde e segurança do trabalho nessa área, incluindo
as etapas ou fases de fabricação e/ou produção dos painéis e disposi vos solares, bem como a
instalação, montagem, operação, manutenção e inspeção, como é uma a vidade nova, ainda se tem
muito pouco conhecimento das etapas das prestações de serviço e suas peculiaridades.
NR.6 - Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR, considera-se Equipamento
de Proteção Individual - EPI, todo disposi vo ou produto, de uso individual u lizado pelo
trabalhador, des nado à proteção de riscos susce veis de ameaçar a segurança e a saúde no
trabalho.
Neste contexto, os EPI´s u lizados numa a vidade que gere riscos a saúde e segurança do
trabalhador podem variar, tudo vai depende do ambiente de trabalho que o profissional esta
inserido, condições de laboro e a parte do corpo que se pretende proteger, tais como:
Para além disso, devemos entender que os Equipamentos de Proteção Cole va, assim como os EPI
´s, são disposi vos u lizados no u lizados no ambiente de trabalho com o obje vo de proteger os
trabalhadores dos riscos inerentes aos processos, tais como o enclausuramento acús co de fontes
de ruído, a ven lação dos locais de trabalho, a proteção de partes móveis de máquinas e
equipamentos, a sinalização de segurança, dentre outros.
Como o EPC não depende da vontade do trabalhador para atender suas finalidades, este tem maior
preferência pela u lização do EPI, já que colabora no processo minimizando os efeitos nega vos de
um ambiente de trabalho perigoso, que apresenta diversos riscos aos profissionais em laboro.
Portanto, o EPI será obrigatório somente se o EPC não atenuar os riscos completamente ou se
oferecer proteção parcialmente. Neste compasso, vamos detalhar a função do empregador na
questão dos equipamentos de proteção.
83
• fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança
e saúde no trabalho; • orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
• subs tuir imediatamente, quando danificado ou extraviado; • responsabilizar-se pela higienização
e manutenção periódica; e, • comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada. h) registrar o
seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico.
(Inserida pela Portaria SIT/DSST 107/2009) É aceitável que o trabalhador não se adapte ao EPI
que precisa ser usado, porém é de responsabilidade do SESMT, fomentar um Equipamento de
Proteção Individual adequado e que seja compa vel com o trabalhador, pois o mesmo não pode
proceder com suas a vidades sem o uso dos equipamentos de proteção.
Norma Regulamentar 10
• 10.2.2 As medidas de controle adotadas devem integrar-se às demais inicia vas da empresa, no
âmbito da preservação da segurança, da saúde e do meio ambiente do trabalho.
Medidas de proteção cole va
Vamos entender agora a questão de medidas prote vas de segurança, in tuladas ao profissional que
executa serviços de instalações elétricas e projetos como um todo.
• 10.2.9.1 Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção cole va forem
tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos, devem ser adotados
equipamentos de proteção individual específicos e adequados às a vidades desenvolvidas.
• 10.2.9.2 As ves mentas de trabalho devem ser adequadas às a vidades, devendo contemplar a
condu bilidade, inflamabilidade e influências eletromagné cas.
• 10.2.9.3 É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou em suas
proximidades.
• 10.4.2 Nos trabalhos e nas a vidades referidas devem ser adotadas medidas preven vas
des nadas ao controle dos riscos adicionais, especialmente quanto a altura, confinamento, campos
elétricos e magné cos, explosividade, umidade, poeira, fauna e flora e outros agravantes, adotando-
se a sinalização de segurança.
• 10.4.3 Nos locais de trabalho só podem ser u lizados equipamentos, disposi vos e ferramentas
elétricas compa veis com a instalação elétrica existente, preservando-se as caracterís cas de
proteção, respeitadas as recomendações do fabricante e as influências externas. · • 10.4.3.1 Os
equipamentos, disposi vos e ferramentas que possuam isolamento elétrico devem estar
adequados às tensões envolvidas, e serem inspecionados e testados de acordo com as
regulamentações existentes ou recomendações dos fabricantes.
• 10.4.4 As instalações elétricas devem ser man das em condições seguras de funcionamento e
seus sistemas de proteção devem ser inspecionados e controlados periodicamente, de acordo com
as regulamentações existentes e definições de projetos.
• 10.4.5 Para a vidades em instalações elétricas deve ser garan da ao trabalhador iluminação
adequada e uma posição de trabalho segura, de acordo com a NR 17 - Ergonomia, de forma a
permi r que ele disponha dos membros superiores livres para a realização das tarefas.
85
• 10.4.6 Os ensaios e testes elétricos laboratoriais e de campo ou comissiona mento de instalações
elétricas devem atender à regulamentação estabelecida nos itens 10.6 e 10.7, e somente podem
ser realizados por trabalhadores que atendam às condições de qualificação, habilitação,
capacitação e autorização estabelecidas nesta NR.
• 18.18.1 Para trabalho em telhados e coberturas devem ser u lizados disposi vos dimensionados
por profissional legalmente habilitado e que permitam a movimentação segura dos trabalhadores.
• 18.18.1.1 É obrigatória a instalação de cabo guia ou cabo de segurança para fixação de mecanismo
de ligação por talabarte acoplado ao cinto de segurança po paraquedista.
• 18.18.1.2 O cabo de segurança deve ter sua(s) extremidade(s) fixada(s) à estrutura defini va da
edificação, por meio de espera(s) de ancoragem, suporte ou grampo(s) de fixação de aço
inoxidável ou outro material de resistência, qualidade e durabilidade equivalentes.
• 18.18.2 Nos locais sob as áreas onde se desenvolvam trabalhos em telhados e ou coberturas, é
obrigatória a existência de sinalização de advertência e de isolamento da área capazes de evitar a
ocorrência de acidentes por eventual queda de materiais, ferramentas e ou equipamentos.
• 18.18.3.1 Havendo equipamento com emanação de gases, o mesmo deve ser desligado
previamente à realização de serviços ou a vidades em telhados ou coberturas.
Para além disso, não devemos nos esquecer da Norma Regulamentar número 35, que exemplifica
o Trabalho em Altura, onde o profissional de energia fotovoltaica vai trabalhar com bastante
intensidade, vejamos:
86
Norma Regulamentar N°35
NR - 35: Esta Norma estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho
em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garan r a segurança
e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta a vidade.
• NR 35.1.2 Considera-se trabalho em altura toda a vidade executada acima de 2,00 m (dois
metros) do nível inferior, onde haja risco de queda. Sobre a u lização de Equipamentos de Proteção
Individual e cole va, vejamos o diz a norma:
• 35.5.1.1 Na seleção dos EPI devem ser considerados, além dos riscos a que o trabalhador está
exposto, os riscos adicionais.
• 35.5.2 Na aquisição e periodicamente devem ser efetuadas inspeções dos EPI, acessórios e
sistemas de ancoragem, des nados à proteção de queda de altura, recusando-se os que
apresentem defeitos ou deformações.
• 35.5.2.1 Antes do início dos trabalhos deve ser efetuada inspeção ro neira de todos os EPI,
acessórios e sistemas de ancoragem.
87
Primeiros Socorros
Embora cada incidente/acidente tenha caracterís cas próprias, alguns procedimentos essenciais
devem ser observados em todas as situações de emergência. É importante saber que as duas
primeiras horas após o acidente são decisivas para o tratamento eficaz dos ferimentos e a
sobrevivência da ví ma. Portanto, uma leitura cuidadosa das técnicas possibilitará mais segurança
e controle emocional na hora de prestar socorro.
Compreenda a situação:
• Mantenha sempre a calma;
• Procure o auxílio de outras pessoas, caso seja necessário, e peça que chamem um médico;
• Ligue para emergência em sua cidade;
• Mantenha os curiosos à distância, pois assim o socorrista terá espaço suficiente para trabalhar;
• Faça o exame primário para a avaliação completa do estado da ví ma.
• Manter a calma.
• Ter em mente a seguinte ordem quando prestar socorro: eu (o socorrista) — minha equipe ví ma.
• Checar se há riscos no local de socorro.
• Conservar o bom senso.
• Manter o espírito de liderança.
• Distribuir tarefas.
• Evitar a tudes impensadas.
•Havendo muitas ví mas, dar preferência àquelas com maior risco de vida (sofrendo de parada
cárdio-respiratória ou sangramento excessivo, por exemplo).
88
• Agir como socorrista, não como herói.
• Pedir auxílio, especialmente do Corpo de Bombeiros local.
Estes são alguns itens que devem constar na caixa de primeiros socorros, e que podem ser
necessários em situações diversas. A caixa deve ser man da sempre em lugar de fácil acesso, tanto
em casa quanto no carro: • Alfinetes de fralda; • Caixa de fósforos; • Esparadrapo; • Frasco de água
oxigenada; • Frasco de álcool; • Frasco de amônia; • Gazes esterilizadas; • Lanterna; • Luvas de
látex. • Pacote de algodão; • Pomada contra irritação da pele; • Sabão líquido; • Saco para água
quente; • Sacos de plás co; • Termômetro; • Tesoura; • Tubo de vaselina esterilizada.
Transporte de vi mas:
Para aumentar as chances de recuperação, o ideal é que a ví ma seja atendida no local do acidente.
Caso isto não seja possível por falta de segurança, tanto para ela como para o socorrista, deve-se
transportá-la para um local seguro, porém respeitando certos cuidados específicos. Veja como:
Antes de re rar a ví ma do local do acidente:
O transporte da ví ma pode ser feito por maca, que é a melhor forma. Se por acaso não houver este
instrumento disponível, ela pode ser improvisada com duas camisas ou um paletó e dois bastões
resistentes, ou até mesmo enrolando-se um cobertor várias vezes em uma tábua larga. Desde
forma, será suficiente para o transporte e/ou socorro da vi ma.
89
MÓDULO AVANÇADO
6. MONTAGEM DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS – 60H
Para enfrentar esse desafio, nesta disciplina com uma carga horária de 60 horas, terá destaque a
montagem e instalação de um sistema FV residencial em condições reais.
Esse capitulo visa englobar pos de estruturas para a fixação de sistemas FV na cobertura e suas
par cularidades, a integração do microgerador FV no sistema elétrico do edi cio, a interpretação e
análise de um projeto fotovoltaico (diagramas e documentação técnica), avaliação do local da
instalação, métodos de trabalho e preparação dos materiais e ferramentas, noções de seguidores e
finalmente as normas vigentes para a montagem e instalação de sistemas FV em edi cios.
Existe uma grande variedade de soluções adi vas e integra vas para estruturas de suportes para
sistemas FV.
Na figura abaixo, todos as possíveis formas de montagem de um sistema FV num edi cio estão
ilustrados.
90
Em caso de soluções adi vas os módulos fotovoltaicos estão fixados em cima numa estrutura de
suporte, em geral metálica. Normalmente estas soluções, também chamado de “retrofi ng”,
financeiramente, estão mais aplicadas do que soluções integra vas.
O montador deve ser familiarizado com as nomenclaturas dos elementos de uma cobertura
conforme a ilustração abaixo.
Tesoura – o elemento principal de sustentação, que transfere o peso do telhado para a estrutura; seu
espaçamento depende do vão do telhado.
Terça – apoiada sobre as tesouras; sustenta os caibros; o espaçamento geralmente é de 1,5 – 2,5 m;
existem dois tamanhos padronizados 6 x 12 cm ou 6 x 16 cm.
Ripas – pregadas sobre os caibros, servem de apoio para as telhas; as dimensões padronizadas da
ripa são 5 cm (largura) x 1 – 2 cm (espessura); o espaçamento fica em torno de 30 cm.
As coberturas mais u lizadas no Brasil são telhas cerâmicas, telhas de fibrocimento ou telhas de aço-
91
zincado, cujas ilustrações estão abaixo:
92
Figura: Telhas de aço zincado.
Está ca de um telhado/cobertura
A está ca é um importante tema para a montagem de sistemas FV e deve ser avaliada em cada
instalação, resguardando especialmente o vigente na norma da construção civil NBR 6123/1988
“Forças devidas ao vento em edificações”.
A está ca de um telhado define a forma que o sistema FV deve ser montado, como, por exemplo, a
distância entre os ganchos de fixação, espessura das calhas de suportes.
Cuidado especial deve ser tomado com sistemas fotovoltaicos em relação as cargas adicionais e a
ação de vento, sobretudo quando os módulos estão montados em coberturas planas. O sistema FV
aumentará a área exposto ao vento e consequentemente as forças e cargas agindo na cobertura.
Em princípio existem duas forças/cargas agindo na cobertura:
Assim surgem forças compressivas e forças de sucção como ilustrado na figura abaixo. Geralmente
as cargas de vento dependem da inclinação do telhado e são maiores perto da borda do telhado ou
da empena.
Na figura abaixo, as diferentes opções desses três componentes principais estão ilustradas. Para a
fixação no telhado pode ser u lizado um gancho de fixação, parafusos passadores ou adaptações
especiais para um determinado po de telhado.
As calhas/perfis de suporte pode ser montadas de uma ou duas camadas. Para a fixação dos
módulos na estrutura de suporte existe uma grande variedade de aplicações. Em geral os módulos
FV podem ser fixados pontual, linearmente ou enganchado na própria calha.
Fixação no telhado
Ganchos de fixação
No caso de telhados com telhas cerâmicas, geralmente ganchos metálicos em formato de “Z” são
u lizados. Esses ganchos estão fixados no caibro do telhado e passa para fora do telhado entre
duas telhas. Esse gancho de fixação também é chamado de “salva telha”, porque ele preserve a
telha.
94
Figura: Gancho de fixação.
Parafusos passadores
Uma alterna va em vez de ganchos de fixação são parafusos passadores. Normalmente esse po de
fixação é u lizado para telhas de fibrocimento ou metálicas.
Para telhas metálicas trapezodial existem fixações especificas no formato da própria telha. A
u lização desses disposi vos permite a montagem do sistema FV no telhado sem furar a cobertura.
Calhas/perfis de suporte
As calhas/perfis de suporte servem para sustentar os módulos FV e podem ser montadas de uma ou
duas camadas.
Eles estão fixados nos pontos de fixação da estrutura no telhado (ganchos ou parafusos passadores).
Na montagem das calhas deve se considerar a boa ven lação dos módulos FV para garan r a
eficiência dos mesmos e a redução da carga de vento. Irregularidades do telhado devem ser
compensado para obter uma super cie plana. Deve ser garan do um bom acesso aos módulos
FV e permi do um acesso facilitado para remoção individual de módulos FV. A espessura e o
material das calhas dependem da carga total do sistema FV e do local de instalação.
Fixação dos módulos FV A forma mais difundida para a fixação de módulos no suporte metálico é
o aperto pontual. Nos dois lados, os módulos são fixados com grampos. No início e final do arranjo
FV grampos terminadores, e entre dois módulos FV grampos intermediários, são u lizados.
95
Fixação dos módulos FV
A forma mais difundida para a fixação de módulos no suporte metálico é o aperto pontual. Nos dois
lados os módulos estão fixados com grampos como ilustrado nas figuras abaixo.
Em caso de módulos FV sem moldura grampos laminados são u lizados. Em geral esses grampos são
mais largos e possuem borrachas de EPDM (E leno- -Propileno-Dieno).
Uma alterna va para a fixação pontual com grampos curtas, é o encaixe dos módulos FV na calha.
Porém, deve ser verificado com o fabricante dos módulos FV, se essa forma de fixação é permi da.
Tetos planos oferecem a liberdade para um planejamento o mizado de um sistema FV. Por exemplo
em relação a escolha da inclinação ou orientação do sistema FV. Porém antes da instalação do
sistema FV deve ser conferido, se a cobertura suporta a carga adicional, sobretudo considerando a
carga de vento, que é consideravelmente aumentada.
O instalador deve tomar cuidado a não danificar a cobertura na montagem do sistema FV. Na figura
abaixo mostra as diversas opções para montagens de sistemas FV em tetos planos:
96
Figura: Opções de montagem de sistemas FV em tetos planos.
No caso de sistemas FV com estruturas autoportantes, o sistema FV é segurado pelo próprio peso ou
pesos adicionais. A vantagem desse po de sistema é que não precisa fixar o suporte no teto.
Noções de qualidade
Combinações de metais devem ser u lizados somente quando não houver perigo de reações
eletroquímica entre eles. Metais galvanizados não devem ser perfurados ou serrados
posteriormente. No caso se for preciso, o lugar deve ser galvanizado a frio e controlado
periodicamente. As calhas de alumínio devem ser resistentes à corrosão ( po 6061 ou 6063) e não
devem ter contato direto com materiais de concreto.
97
Também pode ser u lizado aço inoxidável.
Cantos, onde sujeira, folhas ou outros depósitos podem se juntar, devem ser evitados. Tanto como
águas paradas, que acontece muitas vezes em bandejas de cabos.
Variações de montagem
No caso em que os módulos FV serão montados em orientação horizontal, as calhas devem ser
fixadas ver cal. Nem sempre, isto é possível, devido a distância dos caibros. Vejamos:
Neste caso, duas camadas de calhas devem ser instaladas, como ilustrado na figura abaixo:
98
Para sistemas FV maiores uma pré-montagem de módulos antes de montar o sistema no telhado é
ú l. Os módulos podem ser grupados e montados em cima do suporte já no chão e em seguida
levantados e montados na estrutura de suporte em cima do telhado.
• Planilha de strings: A planilha de strings serve para iden ficar os módulos FV que serão
interligados e formam um string (módulos FV interligados em série). Par cularmente para sistemas
FV maiores essa planilha é essencial para a instalação e manutenção do sistema de forma eficaz.
99
Dica: Para iden ficar os módulos FV de uma string mais fácil e rápido, os módulos interligados em
série são desenhados em diferentes cores.
Relatório técnico
Este relatório serve para o acompanhamento da operação e para a manutenção do sistema FV. Uma
via deve ser entregue para o cliente.
Antes da montagem do sistema FV o local deve ser vistoriado para iden ficar possíveis obstáculos e
divergências com o projeto. Qualquer divergência ou mudança do projeto deve ser anotado no
relatório técnico.
Ao seguir, os métodos de trabalho com o passo- -a-passo da montagem e a listagem das ferramentas
e instrumentos u lizados, estão descritos.
Métodos De Trabalho
É recomendado que a montagem e instalação de um sistema FV seja realizada por equipe de pelo
menos duas profissionais. Eles devem ter familiaridade com a sequência da montagem e as
medidas de segurança aplicáveis, além de trabalhar em sintonia.
Passo-a-passo da montagem
A montagem do sistema FV pode ser dividido em sete passos, que serão apresentados a seguir:
• Marcação da área de instalação: A posição desejada para a instalação do sistema FV foi definido
na fase do planejamento do sistema. O topo das bordas exteriores da primeira fila e a borda inferior
dos módulos FV da úl ma fila serão marcados no telhado com giz, para receber uma noção do
espaço u lizado.
• Montagem dos ganchos de fixação: Para a montagem dos ganchos de fixação, primeiramente tem
que ser definido em qual fileira das telhas os ganchos devem ser fixados e qual será a distância
entre eles. Depois, a telha será removida e o gancho fixado no caibro com pelo menos quatro
parafusos, conforme figura abaixo:
100
Em seguida a telha será colocada de volta.
Atenção: Deve-se tomar cuidado para que o gancho de fixação não encosta na telha inferior.
Fixação dos perfis metálicos nos ganchos: Os perfis de suporte serão fixados nos ganchos de
fixação conforme figura abaixo. Em seguida, o alinhamento dos perfis deve ser conferido com uma
corda. Caso preciso, os ganchos de fixação devem ser reposicionados.
Dica: O alinhamento exato do perfil inferior, que serve como referência para o alinhamento dos
outros perfis, garante uma aparência limpa do sistema FV.
101
A distância de um perfil para o outro depende do tamanho dos módulos FV e do local da instalação.
Normalmente procura-se montar as calhas de tal forma, que a distância entre os perfis seja a
metade do tamanho dos módulos FV, conforme figura abaixo.
Dica: Em geral as molduras do módulo FV estão perfurados no lado inferior. Isso pode servir como
indicação, onde os perfis devem ser posicionados.
• Montagem dos módulos FV: No próximo passo, os módulos FV serão fixados nos perfis de suporte
com grampos fixadores ou disposi vos similares. Entre dois módulos FV grampos intermediários
estão fixados.
Atenção: Os módulos FV devem ser aterrados através dos perfis e ganchos de fixação.
Interligação dos módulos FV: Através da interligação dos módulos FV um com outro, forma se uma
string.
• Montagem do inversor/interligação
Interligação com medidor bidirecional (somente pessoas autorizadas)
• Passo (ganchos “Z”): Parafusadeira, Cabo de Aterramento com parafusos, Moedor de ângulo com
disco de pedra (Winkelschleifer mit Steinschleifer)
• Passo (Perfis metálicos): Chave Allen, fio guia (Richtschnur), open end chave
103
7. ESTUDO DA VIABILIDADE DO NEGÓCIO – 20H
7.1 A GLOBALIZAÇÃO E A AÇÃO EMPREENDEDORA
Ao decidir criar uma empresa, o empreendedor individual, enfrenta grandes desafios e assume
importância vital para a sociedade. É ele quem decide sobre o aumento da produção de
alimentos, a construção de habitações, a fabricação de medicamentos, a implantação de
infraestrutura de saneamento e transportes. Superar esses desafios requer a ação decisiva e,
em alguns casos, heroica de indivíduos capacitados e dispostos a capitanear empresas
industriais, comerciais e de serviços, mesmo em condições turbulentas.
A par r dos anos 1980 as mudanças no cenário econômico mundial em direção à globalização e à
compe vidade internacional vêm exigindo maior agilidade de formulação estratégica e
desenvolvimento de ações das empresas. Para se tornarem ágeis e compe vas as empresas veram
que se estruturar em pequenas unidades de negócio, ou, estabelecer parcerias com pequenas
empresas. Muitas a vidades que eram realizadas por empregados de grandes empresas, passaram
a ser contratadas junto às micro e pequenas empresas independentes, havendo, então, a
terceirização. Uma escolha cada vez mais necessária tem sido a opção por parte de grandes
empresas de realizar parcerias com micro e pequenas empresas, com o obje vo de expansão do
negócio. É usual encontrar alguém que já criou uma empresa, consolidou a marca de um produto
ou serviço e está disposto a transferir, todo o conceito e o modo opera vo do negócio, para outro.
Esta realidade de compar lhamento de um negócio é feita por meio de um contrato de franquia.
As prá cas de subcontratação de serviços externos por grandes empresas são an gas. Entretanto, a
par r dos anos oitenta, estas empresas passaram a adotar uma polí ca de desver calização
associada a uma concentração em a vidades essenciais do seu negócio.
Para implementar esta polí ca empresarial, inicialmente, procederam a uma diminuição das
a vidades de gerência (downsinzing) e de fabricação, até então realizadas por elas próprias,
passando a subcontratar outras empresas para realizá-las. Este processo desencadeou um po
específico de parceria, no contexto brasileiro, denominado de terceirização e que acabou gerando
oportunidades para pessoas interessadas na criação de empresas, especialmente as micro e
pequenas.
Nas úl mas décadas, com os mercados cada vez mais abertos, as empresas com produtos iguais,
mas com diferenciais compe vos substanciais (qualidade e preço) veram a oportunidade de
compe r em diversas regiões do mundo. Por isso a qualidade em nível nacional não basta. Tem sido
preciso, cada vez mais, ter qualidade total em nível global. Sendo assim, neste cenário de
economia globalizada, o desafio dos empreendedores já atuantes ou daqueles que estão pensando
em iniciar seu negócio, tende a ser o de desenvolver a capacidade de criar uma empresa
verdadeiramente compe va.
Os produtos ou serviços que a empresa vier a oferecer à clientela necessitarão de ser produzidos
104
dentro de padrões de qualidade requeridos pelo mercado mundial. Os preços dos produtos a
serem cobrados a clientes e os serviços prestados, deverão de ser iguais ou melhores que aqueles
oferecidos por empresas similares, atuantes em outros países.
A avaliação da qualidade do produto ou serviço oferecido também parte do cliente e, por essa
razão, a empresa deve direcionar o foco para ele. A visão que este cliente tem de suas
necessidades e de seus direitos é sempre um desafio para empresas instaladas ou em fase de
criação. Sabe-se que uma empresa só sobrevive se ver um mercado, ou seja, uma clientela que
busca e adquire seus produtos ou serviços.
A compe ção acirrada e a abertura das importações propiciaram aos clientes muitas opções de
escolha pela livre e variada oferta de produtos e serviços disponíveis. A tendência das empresas
é personalizar seus produtos e serviços, dirigindo-os para segmentos ou nichos específicos de
mercado. Isto implica numa comunicação com o cliente que u lize conceitos e palavras que ele
conhece e vivencia; assim, ela tem de ser direta e ajustada à clientela-alvo pré-selecionada. Com
o nível de informação de natureza global disponível nos meios de comunicação, o cliente tornu-
se mais exigente e consciente da sua importância como centro das decisões empresariais.
7.2 O EMPREENDEDOR
Definir o empreendedor é um desafio, dada a ampla variedade de pontos de vista usada para
estudar o fenômeno. Segundo Filion (1997a), Hélène Vérim estudou o desenvolvimento do termo
“entre- preneur” através da história. No século XII, era usado para se referir àquele que incen vava
brigas. No século XVII, descrevia uma pessoa que tomava responsabilidade e dirigia uma ação
militar. Somente no final do século XVII e início do século XVIII que o termo foi usado para se
referir à pessoa que criava e conduzia projetos ou criava e conduzia empreendimentos.
Finalmente, segundo Dolabela (1999, p. 67) a palavra empreendedor “... atualmente, significa a
a vidade de toda pessoa que está na base de uma empresa, desde o franqueado, um dono de
oficina mecânica, até aquele criou e desenvolveu uma mul nacional”.
A pesquisa acadêmica sobre empreendedorismo é rela vamente recente e está ligada à grande
importância que a pequena empresa exerce no quadro econômico do mundo atual. Esse ramo do
saber está em fase pré-paradigmá ca, já que não existem padrões defini vos, princípios gerais ou
fundamentos que possam garan r de maneira cabal o conhecimento na área.
Dessa forma, questões cruciais, como se é possível ensinar a ser empreendedor, caracterís cas
empreendedoras determinantes do sucesso e quais são elas, não encontraram ainda respostas
defini vas, embora a publicação acadêmica na área seja crescente (DOLABELA, 1999).
Mesmo sem conotações determinís cas, as pesquisas têm contribuído para a iden ficação e a
compreensão de comportamentos que podem levar o empreendedor ao sucesso. Um dos campos
105
centrais da pesquisa em empreendedorismo consiste no estudo do ser humano e dos
comportamentos que podem conduzir ao sucesso.
De acordo com Timmons (1994); Hornaday (1982), no Quadro 1 são listados alguns dos traços do
empreendedor de sucesso.
Quadro 1
Caracterís cas do Empreendedor de Sucesso
Na visão de Guilhon; Lezana; Tonelli (1998), defini vamente, o empreendedor é um ser humano e
seu comportamento obedecerá necessariamente um processo comportamental.
O que o torna diferente são as caracterís cas peculiares da sua personalidade, além do fato de ter à
sua disposição uma empresa (ou futura empresa) a ser usada para sa sfazer suas necessidades,
como qualquer outro instrumento.
Através das pesquisas, chegou-se às principais caracterís cas dos empreendedores de sucesso, que
são apresentadas no Quadro 2.
Contudo, é importante ressaltar que estas caracterís cas podem atuar de forma posi va ou nega va
no contexto empresarial.
106
Quadro 2
Caracterís cas dos Empreendedores
Caracteristica Especificação
Aprovação. Independência.
Desenvolvimento pessoal.
Necessitade Segurança
Auto-realização.
Existenciais.
Estéticos.
Valores Intelectuais.
Morais.
Religiosos.
As pessoas devem u lizar esse perfil para descobrir para onde direcionar seu processo de
desenvolvimento, o que precisa ser aperfeiçoado, onde e o que precisa trabalhar em si mesmo para
ser o empreendedor que espera ser. Para que se possa conhecer melhor o ser humano que se
torna um empreendedor de sucesso, serão listadas no quadro 3 as principais caracterís cas deste
perfil.
107
Quadro 3
Principais Caracterís cas do Perfil Empreendedor de Sucesso
A visão
Os grandes navegadores sempre sabem onde fica o norte. Sabem aonde querem ir e o que fazer
para chegar a seu des no. Com as empresas acontece o mesmo, pois elas têm visão. É isso que lhes
permite administrar a con nuidade e a mudança simultaneamente (COLLINS; PORRAS, 1998).
Alguns conceitos
Con nuando, os autores ressaltam que a visão é ver além, isto significa a construção do futuro –
invenção de um mundo que, caso contrário, não exis ria. A visão verdadeira é algo que você pode
ver mentalmente e deve dis nguir uma organização, destacá-la como ins tuição única. Bennis;
Namus citado por Ahlstrand; Lampel; Mintzberg (2000, p. 107), nos seus estudos, dedicaram uma
atenção especial a visão:
Para escolher uma direção, um líder precisa ter desenvolvido antes uma imagem mental de um
futuro estado, possível e desejado, da organização. Esta imagem, que chamamos de visão, pode
ser vaga como um sonho ou precisa como uma declaração de meta ou missão. O ponto crí co é que
uma visão ar cula uma expecta va de um futuro realista, digno de crédito e atraente para a
organização, uma condição melhor, em alguns aspectos importantes, que aquela atualmente
existente.
Uma visão é um alvo que chama... Note também que uma visão sempre se refere a um estado
futuro, uma condição que não existe presentemente e nunca exis u antes. Com uma visão, o líder
provê a importante ponte para o futuro da organização.
108
Focalizando atenção sobre uma visão, o líder opera sobre os recursos emocionais e espirituais da
organização, sobre seus valores, seu compromisso e suas aspirações. Em comparação, o execu vo
opera sobre os recursos sicos da organização: capital, habilidades humanas, matérias-primas e
tecnologia.
Se existe uma centelha de genialidade na função do líder, ela deve estar na sua capacidade
transcendente, uma espécie de magia, para formar – a par r da variedade de imagens, sinais,
previsões e alterna vas – uma visão claramente ar culada do futuro que seja, ao mesmo tempo,
simples, facilmente entendida, claramente desejável e energizante.
A inspiração do líder visionário não provem tanto da sorte quanto da infinita experiência em
determinado contexto. O que dis ngue os líderes visionários é sua profunda capacidade para usar a
linguagem de forma simbólica – como metáfora.
Eles não só vêem as coisas de uma nova perspec va, mas fazem com os outros também as vejam.
Daí o nome de visão. Mas a visão vai além de palavras, para ações. A visão precisa ser trazida à
vida. E, isto se dá menos através de planos e programas formais do que por ações informais
(AHLSTRAND; LAMPEL; MINTZBERG, 2000).
Para estabelecer metas de um futuro tão distante, é preciso pensar além das capacidades atuais da
organização e do ambiente presente. A descrição do que deve ser a ngido com as metas precisa ser
envolvente e detalhada. Henry Ford, por exemplo, deu vida a meta de democra zação do automóvel
com a seguinte descrição:
A tulo de exemplo, no Quadro abaixo são listadas algumas empresas com suas finalidades básicas e
os respec vos valores básicos.
109
Para Filion (1993, p. 52), “a visão é definida como uma projeção: uma imagem, projetada no futuro,
do lugar que o empreendedor deseja que seu produto venha a ocupar no mercado”. É, também,
uma imagem do po da em- presa necessária para alcançar esse obje vo. Em suma, visão refere-se
aonde o empreendedor deseja conduzir seu empreendimento.
Para finalizar, é importante perceber que a visão parece fornecer ao empreendedor um referencial
que o ajuda a chegar aonde deseja ir. Este referencial pode atrair, es mular, e mo var as pessoas
que trabalham com o empreendedor. As pessoas que compõem seu sistema de relações dentro da
empresa parecem ficar altamente mo vadas e ansiosas para trabalhar arduamente e assim ajudar a
realizar a visão.
Segundo Dolabela (1999), a teoria visionária de Filion ajuda a entender como se forma uma ideia de
empresa e quais elementos que a sustentam. A importância dos estudos de Filion decorre do fato
de que, além de conceituar com simplicidade e profundidade o que é o empreendedor, ele se
preocupa com o seu sistema de a vidades, estudando como o empreendedor realiza seu trabalho.
Para Filion (1994), uma das faculdades dis n vas que caracterizam o empreendedor reside na sua
capacidade de concepção. Desta forma, o empreendedor concebe, define contextos: a princípio, o
lugar que ele quer ocupar no mercado, e em seguida, o po de organização que ele precisa para
chegar a ocupar o espaço desejado. Isto se chama visionar.
Dando sequência, Filion (1994) aponta que, num estudo com mais de cem empreendedores em
vinte países ao longo da década de 80, conseguiu iden ficar o processo visionário como cons tuinte
do coração e da moldura que integra o processo empreendedor, uma vez que é dele que o
empreendedor re ra a raiz de seu sistema, e em seguida os fios condutores em torno dos quais ele
organizará suas a vidades mais tarde.
Neste contexto, a visão é definida como “uma imagem, projetada no futuro, do lugar que se quer
ver ocupado pelos seus produtos no mercado, assim como da imagem projetada do po de
organização da qual se tem necessidade para consegui-lo” (FILION, 1994, p.3).
Quanto ao processo visionário, o autor ressalta que este é resultante da superposição do sistema
de a vidades dos empreendedores estudados a par r da abordagem de Checkland (1981). Implica o
desenvolvimento e a realização de três categorias de visão: emergente, central e complementar.
110
7.4 AS FORÇAS E AS ETAPAS NA CRIAÇÃO DE UM NEGÓCIO
Antes de iniciar um negócio, é preciso que a pessoa faça uma reflexão sobre suas competências e o
seu projeto de vida pessoal como empreendedor, levando em consideração as consequências de
se transformar em um proprietário de empresa.
Se essa reflexão for posi va, o próximo passo é descobrir uma oportunidade de negócio. Para tal,
será necessário, primeiro, desenvolver uma ideia de negócio. Especialmente neste ponto, saber
diferenciar ideia de oportunidade é importante.
Con nuando, a oportunidade é um alvo móvel. Se alguém a vê, ainda ha tempo de aproveitá-la. Um
Empreendedor habilidoso dá forma há uma oportunidade onde outros não vêem, ou vêem muito
cedo ou muito tarde.
O processo de criar um negócio segue uma lógica que pode aumentar significa vamente a
probabilidade de sucesso do novo empreendimento.
Assim, conhecer antecipadamente as etapas da criação de um negócio torna-se uma tarefa quase
que obrigatória para o futuro empreendedor. Nesse sen do, pode-se apontar as seguintes etapas
como necessárias para se criar um negócio:
Na primeira etapa (adquirir a mo vação e a ideia inicial), o empreendedor terá que achar uma ideia,
gerar uma ideia e fundamentalmente terá que avaliar o potencial da ideia e a mo vação para tornar-
se o seu próprio patrão.
Por outro lado, necessitará de treinamento para dominar o processo de criação e avaliação de
ideias, conhecer as fontes de novas ideias, compreender as diferentes maneiras de usar o
conhecimento, competência e habilidade para tornar-se proprietário de uma empresa, perceber as
exigências de trabalho e sa sfação decorrentes do fato de ser capaz de criar o seu próprio emprego,
desenvolver uma visão pessoal sobre os princípios de gerenciamento e obter feedback rela vo ao
desenvolvimento progressivo de sua imagem como empreendedor.
Na segunda etapa (validar a ideia), o empreendedor terá que iden ficar as necessidades que a ideia
tenta atender, testar a ideia e avaliar se ela funciona ou não, validar a ideia nas condições de
negócio esperadas, trabalhar para alcançar um padrão de qualidade aceitável para o produto,
testar as reações dos consumidores, verificar os aspectos legais e iden ficar os concorrentes e usar
a sua experiência.
111
Para tanto, necessitará de treinamento para compreender as caracterís cas de uma ideia válida,
dominar o processo produ vo, desenvolver habilidades técnicas e know how para produzir,
analisar as necessidades dos consumidores, iden ficar os clientes potenciais, iden ficar os
compe dores, elaborar previsões acerca do volume de vendas, do preço de venda e do cálculo do
retorno sobre o inves mento, iden ficar as maneiras de atuar no mercado, estabelecer padrões de
qualidade e analisar a concorrência.
Após a definição bem detalhada da ideia de empresa, convém analisar o mercado. Não é
conveniente desenvolver o projeto sem antes estudar seriamente a conjuntura do mercado. A
maior parte das causas de fracassos é devida à ausência ou à insuficiência do mercado, à
dificuldade de iden ficar e de responder às consequências de mudanças socioeconômicas.
Por esta razão o estudo de mercado é importante. A análise rela va a produtos existentes será
diferente daquela referente a um projeto de inovação. Neste úl mo caso, falamos de “teste de
conceito”.
112
E bom lembrar que, nos dois casos, o obje vo é o mesmo. O estudo de mercado ou o teste de
conceito permitem saber se existe uma clientela suficiente e disposta, a um preço dado, a
comprar os seus produtos ou serviços. Somente o método para obter esta informação é
diferente.
No caso de produtos ou serviços existentes, pode-se frequentemente avaliar o mercado a par r das
esta s cas de dados existentes. No caso de um produto ou serviço novo, deve-se pesquisar
diretamente as pessoas ou empresas às quais são dirigidos os produtos ou serviços, para conhecer
a sua reação e assim construir as previsões.
A primeira questão a ser proposta é rela va à importância de se testar a ideia que se quer
desenvolver. A resposta é simples: o teste, se bem feito, deve dar as informações sobre o interesse
dos clientes em potencial para tais produtos ou serviços e, por conseguinte, condicionar
fortemente o sucesso ou insucesso da ideia, antes que se aventure em um processo de fabricação
ou de criação que exija inves mentos importantes. A decisão de se implantar ou abandonar o
projeto dependerá das informações ob das.
A segunda questão que se deve propor é de se saber em que medida a ideia será testada. É
necessário procurar os fatores-chave inerentes ao projeto; estudar, se possível, a evolução desses
fatores; avaliar as forças e fraquezas do projeto em relação a cada um dos fatores mencionados;
conceber, enfim, um projeto capaz de minimizar tais fraquezas.
Deve ser feito antes que o projeto seja totalmente desenvolvido, está bem no início do processo de
criação de um novo produto. Tem por finalidade perguntar aos clientes potenciais o que eles
pensam do projeto e como eles vêem o produto e os serviços que o projeto deverá fornecer.
Em geral este teste é feito antes da realização do protó po. Através dele pode-se “tomar o pulso”
da clientela, mas não assegura 100% de sucesso. Na verdade, não se deve esquecer que tal teste é
abstrato. Quanto mais inovador é o projeto, mais di cil será prever as suas chances de sucesso.
Uma resposta nega va nesta fase, qualquer que seja, permi rá o abandono do projeto sem perda de
muito dinheiro ou ensejará o seu redirecionamento, a fim de obter uma resposta posi va que
permita passar à etapa seguinte.
Este teste requer que o cliente testado esteja de posse do produto. Ele acontece, portanto, após a
realização do protó po. Tem a vantagem de ser mais barato (em comparação ao teste de mercado)
e de proporcionar informações interessantes sobre os seguintes pontos:
Este teste pode ser feito pelo próprio empreendedor, no caso em que se queira evitar custos. Deve-
se reunir um grupo de uma dúzia de pessoas e apresentar- lhes o produto que se deseja testar.
Com a ajuda de um ques onário pré-elaborado deve-se registrar as reações de cada um. A fim de
melhorar a qualidade e quan dade das informações ob das, alguns cuidados devem ser tomados:
U lize uma filmadora. Ela permi rá a concentração sobre a apresentação do projeto e a revisão de
cabeça fria do desenrolar da reunião, quantas vezes forem necessárias;
Reúna outros grupos de 10 a 12 pessoas e recomece o mesmo processo. Isto permi rá confirmar as
respostas observadas e obter as informações que faltam;
Antes de abordar o próximo teste, chamamos a atenção sobre o fato de que este teste, como o
anterior, não tem condições de garan r, caso seja posi vo, o sucesso do seu projeto.
Este teste indica uma tendência. Se as respostas ob das são francamente entusiastas, então o seu
projeto tem boas chances de sucesso. Se as respostas são mi gadas reveja o seu projeto antes de
passar à etapa seguinte.
Este é certamente o mais oneroso e o mais complexo, mas também o mais confiável. Com ele, o
risco de incerteza é reduzido ao mínimo. Ele é feito através de estudos demográficos e geográficos
apropriados à confirmação da existência e amplitude de um mercado, bem como seus limites
territoriais. À luz de tais dados, o resultado do teste recomenda os meios para responder de
maneira adequada e rentável às necessidades reveladas e es ma o volume provável de negócios.
V. O território
O estudo deve determinar um território preciso para a colocação do produto no mercado. Se tratar
de um comércio ou de um serviço, o estudo deve delimitar uma zona primária e uma zona
secundária onde se exercerá a a vidade empresarial.
A zona primária é a zona mais próxima do local visado. Deve ser escolhido, de preferência um local
onde não existam obstáculos sicos ou psicológicos de acesso. Um obstáculo sico pode ser um rio
ou uma rodovia. Um obstáculo psicológico pode estar vinculado a hábitos ou a obstáculos sicos
menores.
A zona secundária é uma zona distante do local ou uma zona próxima, mas prejudicada por
obstáculos sicos ou psicológicos. Aqui é importante considerar os desenvolvimentos futuros,
mesmo que a sua realização não esteja assegurada.
Um grande volume de informações rela vas ao território focalizado pode ser ob do junto aos órgãos
municipais. É indispensável conhecer a vocação da região bem como as posturas municipais que
regulamentam a sua ocupação.
114
VI. A clientela
Uma vez definido o território, é possível, a par r de dados do censo, iden ficar as informações que
interessam: a população, o número de residências, o número de pessoas por residência, o po do
morador (proprietário ou locatário), a idade, faixa de renda, etc.
Como o censo completo é feito a cada dez anos, é recomendável fazer ajustamentos para corrigir
os dados. Os dados do censo permitem conhecer a população por zona, bem como as suas
principais caracterís cas.
Por exemplo, o fato de ser proprietário ou locatário torna- se significa vo para lojas de ferragem.
Com efeito, segundo as esta s cas conhecidas e disponíveis, a compra anual de produtos vendidos
por lojas de ferragens é mais elevada para proprietários do que para locatários. No caso de uma
bu que, a idade e o sexo são essenciais. Em outros casos, a idade da clientela pode ser um dado
fundamental.
Com o número de pessoas por setor e o nível de consumo de um dado produto, é fácil avaliar o
mercado potencial através de uma simples mul plicação. Todo mundo sabe que a procura
potencial é muitas vezes superior à demanda real. Para certos pos de comércio existem clientes
que compram por catálogo de fornecedores situados fora da cidade ou buscam bene cios
oferecidos por empresas situadas em outras praças.
É necessário, desta forma, es mar uma porcentagem de demanda irrecuperável. Através de uma
enquete pode-se avaliar se este comportamento é susce vel a mudanças.
Após ajustar-se a demanda potencial à demanda real, calcula-se a oferta, isto é, o nível de vendas dos
concorrentes.
VII. A concorrência
Quando se trata de comércio, a visita aos concorrentes permite es mar visualmente a extensão e a
disposição sica da a vidade, como também observar o comportamento do pessoal e a tude dos
clientes, além de recolher informações úteis como: produtos e marcas oferecidos, o leque de
preços do varejo, os descontos e aba mentos concedidos, etc. De fato não se pode negligenciar a
importância do grau de compe vidade que hoje existe em todas as áreas. O empreendedor deve
conhecer a reação dos concorrentes diante da chegada de uma nova empresa no seu mercado.
Tome-se como exemplo uma pessoa que decide abrir sua própria loja após ter percebido a
capacidade do mercado. Ela informará a sua existência aos clientes potenciais através de uma
campanha publicitária. A concorrência provavelmente reagirá ao novo concorrente e iniciará alguns
contra-ataques: baixa geral dos preços, melhoria na qualidade dos serviços, aumento da gama de
produtos, lançamento de uma campanha publicitária, etc.
Desta forma, o recém chegado deverá enfrentar, desde o início, dificuldades suplementares e
inesperadas. Muitas vezes não terá a liquidez (capital de giro) suficiente para contra-atacar as
manobras da concorrência. Ainda que tais procedimentos não sejam sistemá cos, é preciso, no
entanto, levá-los em consideração.
115
produto ou serviço a preço compe vo, é conveniente que não se prossiga, a menos que se faça uma
revisão dos preços, ou se possa oferecer um produto ou serviço mais sofis cado e diferenciado,
jus ficando o preço elevado.
Jamais se deve entrar no mercado sem antes ter certeza de que o produto, dada uma certa qualidade,
é compe vo, a menos que esteja preparado para “segurar o tranco” da concorrência.
VIII. Exper se
Para uma pessoa experimentada em estudos de mercado pode ser rela vamente fácil e rápido
encontrar as informações para suportar uma decisão fundamentada. Uma pessoa que se inicia
nesta a vidade provavelmente encontrará dificuldades. Afirmou-se anteriormente que a
ausência de um mercado suficiente cons tui frequentemente uma pedra no caminho das novas
empresas.
Levando em conta as realidades específicas, é primordial:
• Que não se inicie uma empresa antes de se ter ob do os dados seguros sobre o mercado;
• Inves r, se necessário e possível, em um especialista competente para obter dados do mercado.
Mais do que atrair inves dores, um bom plano de negócios é fundamental para guiar a estratégia e
resolver os dilemas dos empreendedores.
De acordo com estudos realizados por diversos pesquisadores, a falta de planejamento é a principal
causa para a mortalidade precoce das empresas.
I. Definição
Existe mais de um caminho para se chegar ao mesmo obje vo e mais de uma solução para os
diferentes problemas. É melhor fazer uma escolha que garanta sucesso no longo prazo que
escolher a solução mais imedia sta de sucesso aparente.
116
O plano de negócios pode também conduzir à conclusão que o empreendimento deva ser adiado ou
suspenso por apresentar alta probabilidade de fracasso.
O plano de negócios descreve a forma de pensar sobre o futuro do negócio: aonde ir, como ir e o que
fazer durante o caminho para diminuir incertezas e riscos.
O plano de negócios não é imutável, ou seja, deve ser constantemente revisto. É mais um processo
do que um produto, mas não é o negócio.
III. Razões
O exercício de planejamento é um componente didá co de imba vel alcance, uma vez que obriga à
reflexão sobre os pontos vitais do empreendimento: são requeridos conhecimentos sobre o
negócio e o contexto mercadológico, percepção gerencial e habilidade em lidar com assuntos
técnicos e legais em diversas áreas e de vencer barreiras no relacionamento interpessoal. A
inicia va, cria vidade e capacidade de vencer obstáculos são requisitos fundamentais.
A taxa de mortalidade de novas empresas, nos anos iniciais, é significa va. As causas deste
desaparecimento precoce podem ser atribuídas, em grande parte, ao lançamento prematuro do
novo produto ou serviço, colocando seus idealizadores em situações financeiras indesejáveis,
acompanhadas do sen mento do fracasso pessoal enquanto empreendedores.
Alguns empreendedores são, sem dúvida, bons técnicos, bons comerciantes, mas dentre eles,
alguns não conhecem bem o mercado, não estão familiarizados com a gestão financeira ou
administra va, não estão acostumados a perscrutar e decifrar o ambiente sócio-econômico ou não
estão afeitos às nuances legais e fiscais. Muitos não fizeram uma análise de viabilidade de seus
negócios, enquanto que outros não reuniram as condições prévias indispensáveis ao sucesso do
empreendimento.
Tais modelos e experiências, decorrentes de negligência ou armadilhas, devem ser evitados. O
novo empreendedor deve almejar o crescimento e sobrevivência do seu negócio. Para isto, é
preciso estar consciente de que o tempo gasto em planejamento representa tempo economizado,
diminuindo riscos e problemas futuros.
117
No Quadro abaixo são apresentadas algumas doenças, sintomas e curas de um plano de negócios.
118
Necessidade de fazer um Estudo de Viabilidade Econômica
Aventurar-se em um novo negócio é sempre um risco, afinal, é preciso de um inves mento pesado
para começar uma empresa do zero. É exatamente por esse mo vo que todo o cuidado é pouco
nesse momento.
Pior ainda é quando uma ideia que parecia ser um sucesso no papel se mostra um fracasso na prá ca,
justamente por não terem sido considerados todos os fatores que envolvem o início de um negócio.
Embora seja indispensável que o estudo de viabilidade econômica e financeira de um negócio seja
realizado antes de uma empresa nascer, também é necessário fazer esse po de análise sempre
que se quiser ampliar a área de atuação da companhia, a ngir um público-alvo novo e lançar um
produto. Em outras palavras, todas as vezes que houver a necessidade de se realizar um novo
projeto. Basicamente, a importância de efetuar esse estudo é que você terá informações
suficientes para medir o real potencial de retorno do inves mento. Dessa forma, conseguirá avaliar
se os fundamentos que foram elaborados são válidos, ou seja, se aquela grande ideia realmente
pode se tornar algo lucra vo e real para o mercado, trazendo retorno no tempo esperado.
O estudo de viabilidade financeira não precisa, necessariamente, obedecer a uma ordem rígida
para que você consiga reunir as informações que precisa. Ele pode começar com uma projeção de
receitas ou dos custos, tudo dependerá da viabilidade de capital para começar o negócio.
É importante lembrar, ainda, que pode ser importante usar alguns indicadores, principalmente os que
remetem a rentabilidade e a lucra vidade do projeto.
Reúna informações
Cada negócio possui uma expecta va de retorno diferente. Em outras palavras, se você pretende
inves r em uma loja online ou em uma empresa de serviços de comunicação, certamente as áreas
de atuação apresentarão mercados bem diferenciados, com caracterís cas e rendimentos próprios.
Por isso, é fundamental realizar, antes de tudo, uma pesquisa de mercado para saber exatamente
qual é a rentabilidade habitual do negócio.
Além disso, pesquisar o público-alvo também é tarefa importante. Por exemplo, se a expecta va é a
venda de camisetas em um mercado local para mulheres adultas, é preciso definir qual é o percentual
119
demográfico desse grupo no bairro onde o comércio estará localizado e em bairros adjacentes,
obtendo, dessa forma, um número exato que poderá ser trabalhado posteriormente. Quanto
mais informações reunir, principalmente da esfera quan ta va, melhor.
Projete as receitas
Agora é o momento de realizar as projeções de receitas, ou seja, o que se espera, com as análises
feitas anteriormente, de retorno no curto, médio e longo prazo. A expecta va de retorno é variável
dependendo do po de negócio.
Se você abrir uma camiseteria, provavelmente poderá estabelecer um horizonte de dois a quatro
anos — ou até menos. No entanto, se começar a fabricar qualquer po de produto mais elaborado,
o retorno poderá ocorrer em um prazo maior. Esse estudo é importante para enquadrar as metas
dentro da realidade do negócio.
Vamos a um exemplo prá co. Imagine que no caso da camiseteria, cujo público-alvo são mulheres
da localidade, você tenha as seguintes informações: o bairro onde estará localizado o negócio e as
adjacências possuem 10 mil habitantes. Destes, seis mil são mulheres.
A par r daí, é possível definir os propósitos. Se a meta for uma taxa de conversão de 10% das
mulheres ao mês, teriam quer ser efetuadas 600 vendas. Além disso, com base em análises
prévias, você saberia que o gasto médio desse público com o seu produto seria de R$40,00.
Assim, a primeira meta estaria definida: obter um faturamento de R$24.000,00 mensais.
Calcule os custos
Os custos também precisam ser avaliados, mas, ao contrário das receitas, cujo estudo basicamente
é realizado por es ma vas, é possível diminuir o grau de elas cidade nesse po de projeção. Isso
porque existem os custos fixos e os variáveis, sendo os primeiros mais fáceis de ser avaliados. Por
exemplo, é possível ter a certeza do quanto será pago com o aluguel, ou saber exatamente quantos
profissionais serão necessários na empresa.
Já os custos variáveis são aqueles que estão in mamente ligados à produ vidade. Logo, precisam
ser considerados. Para a ngir a meta estabelecida anteriormente na projeção de receitas, quantos
produtos precisam ser elaborados?
Será necessário pagar quanto de comissão para os vendedores? Qual montante do faturamento
bruto será descontado de impostos?
Todas essas análises, tanto dos custos variáveis, quanto dos custos fixos, são vitais para descobrir se
o negócio é viável e se há uma taxa de rentabilidade e lucra vidade alta.
120