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Vida e carreira: Um equilíbrio possível?
Vida e carreira: Um equilíbrio possível?
Vida e carreira: Um equilíbrio possível?
E-book109 páginas2 horas

Vida e carreira: Um equilíbrio possível?

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Sobre este e-book

Desejo utópico? Seria apenas um sonho conciliar de maneira satisfatória a vida pessoal e familiar com uma carreira bem-sucedida?
Cortella e Mandelli defendem que não se trata de nenhuma espécie de delírio. Ao contrário, lembram o leitor de que nem mesmo é possível separar a "vida pessoal" da "vida profissional" – elementos que compõem o cotidiano de cada um de nós.
Mas, então, como lidar com os problemas no trabalho sem ser atropelado pelo estresse? E como responder ao alto nível de demanda familiar se há sempre trabalho acumulado à nossa espera?
Eis algumas das questões que esses dois experientes consultores da área empresarial discutem aqui. Além disso, diversos temas importantes passam em revista: a trajetória profissional e a construção da carreira; as conexões entre estabilidade e segurança; valores e felicidade; a contribuição da tecnologia e muito mais.
Ao final, valiosas dicas e virtudes que podemos e devemos cultivar para que realmente seja possível realizar esse sonho tão fundamental de aliar um modo de vida agradável com uma carreira gratificante! - Papirus 7 Mares
IdiomaPortuguês
Data de lançamento2 de abr. de 2015
ISBN9788561773717
Vida e carreira: Um equilíbrio possível?

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    Vida e carreira - Mario Sergio Cortella

    vida e

    UM EQUILÍBRIO POSSÍVEL?

    carreira

    Mario Sergio Cortella

    Pedro Mandelli

    >>

    Mario Sergio Cortella por Pedro Mandelli

    Um grande pensador que conseguiu transferir a profundidade dos conceitos e das palavras para o cotidiano empresarial. Ele sempre tem uma moldura forte e bem fundamentada para qualquer tema ou postura de qualquer nível organizacional. Um incansável professor e um hábil debulhador das confusões originadas do pragmatismo do dia a dia. Uma pessoa que sempre está por perto, mesmo estando invisível, e sabe lá em qual parte deste país. Um artista no palco, ao vivo ou na televisão.

    Produtor (sim, produtor de conhecimento) e escritor também, pois consegue colocar de forma simples a compreensão filosófica – e alguns ainda perguntam se ele trabalha! Muito, muito mais do que precisa: sua voluntariedade e seu inconformismo o movem sempre, não deixando os que o cercam se acomodarem.

    Bom de boca, pois adora um belo churrasco com bom vinho, mas, para mim, simplesmente um GRANDE AMIGO, como gosta de ser tratado pela sua simplicidade.

    Pedro Mandelli por Mario Sergio Cortella

    Nasceu no ABC paulista, mas, homem decidido a elevar a si e a outros, acabou se distribuindo por todo o abecedário, no Brasil e fora daqui, em centenas de lugares nos quais ensina, aprende, orienta e partilha afeto, alegria e competência robusta.

    O que mais se ouve (e se diz) sobre Madelli é verdade verdadeira: qualquer boa lista que traga os mais requisitados palestrantes e consultores organizacionais tem lá, na letra P, seu nome inicial, do pai herdado. Melhor ainda? Por inúmeras vezes é lembrado como o professor mais querido em excelentes projetos de educação executiva; querido e requerido, estimado e inestimável, animado e reanimante.

    Os livros que publica, os artigos que divulga, as aulas que oferta, as palestras que faz, as consultorias que atende: tudo carrega ânimo e incisão funda. Não é de meias-palavras (dever ético), nem as diz por inteiro sempre (dever diplomático), exatamente por ser gentil e hábil na edificação do desenvolvimento de pessoas, lideranças e organizações comprometidas com um futuro fértil.

    Mandelli, bela carreira e vida admirável!

    Sumário

    Vida pessoal e vida profissional

    Trajetórias

    A esperança e a história de cada um

    A única coisa permanente é a mudança

    A construção da carreira

    Estabilidade x segurança

    Para onde queremos ir?

    É possível ser feliz na carreira?

    Geração ou carreira Y, Z...?

    Carreira e felicidade

    Será que carreira tem fim?

    A construção do valor da carreira

    E os insights, as grandes jogadas?

    A tecnologia e a carreira

    Você chegou lá? E com alegria?

    O que eu quero da minha vida?

    Cinco dicas básicas + três virtudes indispensáveis

    O sabor da conquista

    Glossário

    Notas

    Sobre os autores

    Outros livros de Mario Sergio Cortella

    Redes sociais

    Créditos

    N.B. As palavras em destaque remetem para um glossário ao final do livro, com dados complementares sobre as pessoas citadas.

    Vida pessoal e vida profissional

    Mario Sergio Cortella – Já faz algum tempo, Pedro, que eu pensei na possibilidade de fazer este livro com você. Isso porque, em nosso convívio com executivos dos setores público e privado, em razão de nossa atividade como consultores e palestrantes, muitas vezes percebemos um elevado nível de angústia nas pessoas por causa do desequilíbrio que costuma se estabelecer na vida e, dentro dela, na carreira.

    Aliás, desde já quero deixar claro que não gosto da separação entre vida pessoal e vida profissional, uma vez que o trabalho faz parte da vida pessoal. Sou uma pessoa e, portanto, tenho também uma vida profissional. Não sou um profissional e uma pessoa; sou uma pessoa cuja vida tem várias dimensões. Uma delas é a profissional, a minha carreira, que é uma dimensão muito importante do meu cotidiano, entre outras razões, porque dedico muito tempo a ela. Não sei se você concorda comigo, mas por vezes fico pensando que passamos uma parte inicial da vida estudando para desenvolver uma carreira, depois dedicamos uma parte para a própria carreira, para mantê-la e, quando podemos aproveitar, acabamos não tendo mais tempo vital. Isso gera angústias e conflitos internos no dia a dia. Foi até por causa disso que chegamos a conversar certa vez sobre a possibilidade de produzirmos um material a respeito desse tema. Você também sente isso em sua caminhada? Você nota que várias pessoas estão um pouco amarguradas, achando que há uma incompatibilidade entre essas duas facetas de suas vidas?

    Pedro Mandelli – Bem, eu não lido diretamente com gestão de carreira, não é a minha especialidade. Mas lido com mudança organizacional, com gestão de pessoas. E é nessa situação que sempre fica a pergunta: Vamos fazer essa mudança? Mas e eu, como fico nela? Ou ainda: Vamos fazer a fusão da empresa A com a empresa B? E aí, como fica minha situação no novo conglomerado?. Essa angústia que nasce na pessoa diante da ameaça de perder o mantenedor de sua vida, chamado empresa, é muito profunda. Isso é característico dos últimos 50 anos talvez, quando se coloca esse lastro de esperança na organização. Logo, sempre que esse lastro se abala um pouco surge o questionamento sobre o que se fez certo e o que se fez errado.

    Uma outra vertente que me incomoda muito é o entendimento de que a pessoa é sempre devedora, da perspectiva da empresa. Ela sempre está devendo competência, desempenho, equilíbrio, devendo isso ou aquilo. Mas o fato é que estamos trabalhando um percentual adicional com o aumento da competitividade da década de 1990 para cá, o que levou todo mundo a se esforçar muito mais, a estar mais plugado, mais interligado, e a estudar muito mais para estar apto a enfrentar o mercado.

    Cortella – E aí ficamos devedores em casa – porque é muito comum que na sua casa, na minha, ou na dos executivos em geral, nós nos tornemos devedores. Estamos devendo tempo, presença, companhia, dedicação, alegria... É angustiante só ter credores!

    Mandelli – É verdade: deve-se para os filhos, para os pais, para a religião, para o esporte, para os amigos, para a própria saúde. E o pior: quando a pessoa tenta estabelecer prioridades – o que, na minha opinião, não é equilíbrio, mas escolha –, se ela decide que precisa se dedicar mais à vida familiar, a empresa a penaliza, considera que ela está desmotivada, que não está interessada em crescer profissionalmente. Então considero muito relevante essa questão do eu inteiro. Concordo com você que a divisão de lado pessoal e lado profissional é coisa antiga.

    Cortella – É como declarar: Não levo trabalho para casa. Quer dizer, posso realmente não levar uma atividade de trabalho para dentro de casa. Porém, quando alguém diz que não leva trabalho para casa geralmente está tentando separar vida profissional e vida pessoal, o que indicaria, em primeiro lugar – lamento –, do ponto de vista psiquiátrico, esquizofrenia, ou seja, alguém capaz de se dividir de maneira tão nítida e com fronteiras que, de fato, não existem. Em segundo lugar, quando vou ao trabalho – no sentido de emprego –, levo comigo a minha vida fora do trabalho, e quando vou para a vida fora do trabalho, o trabalho vai junto – a circunstância, a animação, o desespero, o reconhecimento, a chateação...

    Você falou várias vezes em empresa. Quando você diz que somos sempre devedores, na ótica da empresa, acho que não é só na dela, não. Penso que é um entendimento do conjunto das organizações: escola, grupos de trabalho etc. Atualmente, em função dessa competitividade, qualquer organização produz nas pessoas, de maneira geral, essa sensação de que elas têm uma dívida a ser paga. Há sempre um deficit.

    Trajetórias

    Mandelli – Quando falamos em carreira, outra questão

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