A Educação na História: a classe dominante usufruindo da educação
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A Educação na História - Gilberto José de Melo
1. INTRODUÇÃO
No meio das trevas, sorrio à vida, como se conhecesse a fórmula mágica que transforma o mal e a tristeza em claridade e em felicidade. Então, procuro uma razão para esta alegria, não a acho e não posso deixar de rir de mim mesma. Creio que a própria vida é o único segredo.
(Rosa Luxemburgo)
O homem, em sua realidade concreta, presente, tem a necessidade de relembrar e reviver seu passado, construindo uma ponte ligando os momentos separados no tempo. Busca-se, assim, elucidar comportamentos sociais, políticos, morais, educacionais, entre outros, que confirmem o momento presente de forma a analisar, validando ou não, as atitudes, a infraestrutura e a superestrutura, bem como as ideologias predominantes no presente.
Através da história, do fazer a história, a humanidade realiza uma atividade que possibilitará entender o presente e a partir daí traçar caminhos e objetivos para o futuro. A história não prevê o futuro, mas, permite que, de acordo com a análise do processo histórico, tenhamos subsídios para vislumbrar um mundo em que as transformações ocorridas, devido nossas ações, possam servir à humanidade para que esta usufrua o que ela mesma produziu. Compreendendo que, quem produz é a classe trabalhadora. Afirmando essa possibilidade Cambi aponta como isso pode ser feito:
Compreendendo minuciosamente aquele passado em cada uma de suas formas. Inclusive nas formas educativas que constituem talvez o trait d’union fundamental entre o passado e o presente: elas são o meio pelo qual o passado age no futuro através das sedimentações operadas sobre o presente. (CAMBI, 1999, p. 37, grifo do original)
A história não é simplesmente uma sucessão de fatos. Ela precisa ser percebida como, em um dado momento, um conjunto de acontecimentos que caracterizam uma determinada época, bem como perceber que esses acontecimentos proporcionam construções e transformações econômicas, políticas, sociais e culturais no seio da sociedade, que são capazes de construir uma nova época.
Sendo assim, a humanidade, no estágio atual, também é resultado de um processo linear de acontecimentos. Os resultados das transformações são devido ao processo contraditório que o materialismo histórico nos proporciona. Ou seja, para compreendermos a contemporaneidade precisamos voltar à modernidade e analisá-la diante das transformações proporcionadas pelos renascimentos, comercial, urbano, científico e cultural, além das reformas protestante e católica desse período. E, para compreender a Idade Moderna precisamos realizar um retorno à Idade Média, mergulhando no Cristianismo, tendo na Igreja Católica, nesse momento, a maior referência da cristandade. Que, por sua vez, para compreender o período Medieval, se faz necessário uma análise da Antiguidade Clássica tendo Na Grécia e em Roma suas principais bases de referência para essa análise. Também se faz necessário um estudo do período primitivo para chegarmos com clareza à Idade Antiga. Enfim, a história da humanidade é resultado, também, de um encadeamento de acontecimentos que nos faz ter a obrigação de rememorar, de revivermos nosso passado para compreender nosso presente e ter a possibilidade de buscarmos a construção de mundo diferente no futuro, desde que o mundo presente não esteja atendendo às nossas necessidades. Confirmando o exposto Cambi assim escreveu:
Por trás de nosso presente, como infraestrutura condicionante unitária e dotada de sentido orgânico no tempo, opera a Modernidade. Por trás da Modernidade, coloca-se a idade Média, e por trás desta a idade Antiga; e, antes ainda, o Mediterrâneo como encruzilhada de culturas, o oriente como matriz de muitas formas culturais do Ocidente, a grande revolução do Neolítico e o advento das sociedades hidráulicas. (CAMBI, 1999, p. 37)
Contudo, e diante do exposto, nos deparamos com uma história que atende aos interesses daqueles que estão no poder tanto econômico quanto político, por consequência. Assim, constrói-se a história oficial que tem por objetivo salientar os fatos que justifiquem e enalteçam a classe dominante, pois, se esta está no poder e, consequentemente, exerce o poder, este precisa ser avalizado de forma que a classe dominada aceite sua situação de explorada, entendendo essa situação como natural.
Com isso, grande parte da sociedade é excluída das benesses do sistema vigente, bem como da história oficial. E, assim, Aranha se pronunciou:
a chamada história oficial silencia o pobre, o negro, a mulher e os excluídos da escola, cujas histórias são interpretadas apenas segundo os interesses dos que ocupam o poder (ARANHA, 1996, P. 18, grifo do original)
O homem, a partir do trabalho, se constrói como ente histórico. As transformações ocorridas no e com o passar dos tempos, são resultado dessa ação do homem na natureza para sua sobrevivência. Isso proporcionará transformações políticas, sociais, econômicas e culturais que serão a base do processo histórico que conduzirá a humanidade a novas transformações como resultado do processo dialético da história. Esse materialismo histórico-dialético, com a inevitável luta classes, proporcionará e demonstrará que as transformações também são inevitáveis. Contudo, as classes dominantes, no processo histórico, como vencedoras, possibilitam a construção de uma sociedade claramente excludente, na qual os vencidos servirão aos vencedores. Nesse sentido, Marx e Engels afirmaram:
o primeiro pressuposto de toda a existência humana e, portanto, de toda a história, é que os homens devem estar em condições de vier para poder fazer história
. Mas, para viver, é preciso antes de tudo comer, beber, ter habitação, vestir-se e algumas coisas mais. O primeiro ato histórico é, portanto, a produção destas necessidades, a produção da própria vida material, e de fato este é um ato histórico, uma condição fundamental de toda a história, que ainda hoje, como há milhares de anos, deve ser cumprido todos os dias e todas as horas, simplesmente para manter os dias e todas as horas, simplesmente para manter os homens vivos. (MARX, ENGELS, 1996, P.39, grifo do