Cavalos & Outras Dúvidas
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Sobre este e-book
Mois Benarroch foi agraciado com o Israel Levy Eshkol Prize for
Writers em 2008 e com o Yehuda Amichai Poetry Prize em 2012 e com Jacqueline Kahanoff Prize em 2021.
"Se eu tivesse um voto para o prêmio Nobel ele estaria no páreo." - Klaus
Gërken, editor da Ygdrasil
"Herdeiro de Yehuda Amichai." – Prof. Aviad M. Kleinberg, autor de
Prophets in Their Own Country
"Mois Benarroch é um dos melhores poetas Israelitas escrevendo
atualmente." - Natan Zach
"... transforma o exílio permanente, a impossibilidade de adaptar-se e a
eterna fuga em sua poética vital." - Julio Valcarcel
O Leitor
Quando o poema é lido
pelo bom leitor
sua interação
cria o
eco
que traz
a este poema
alguém que nunca
antes leu poesia.
Este é o melhor.
Mois Benarroch
"MOIS BENARROCH es el mejor escritor sefardí mediterráneo de Israel." Haaretz, Prof. Habiba Pdaya.
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Cavalos & Outras Dúvidas - Mois Benarroch
Cavalos
E
virão correndo
galopando galopando
cinzas negros azuis cavalos
cavalos esquecidos
cavalos de todos os séculos
virão
a destruir tudo o que virem
mulheres homens e crianças
e símios e raposas e cães e gatos
Virão eles virão
cavalos e mais cavalos
e ninguém poderá para-los
bombas atômicas
ou gases ou químicos ou vírus
serão os cavalos mais fortes que já existiram
cavalos que trazem à tona
as injustiças cometidas e a cometer
e o homem perguntará
Porque em meu tempo
Porque em minha casa
Porque minha família e meus filhos
e ninguém poderá responder
os cavalos azuis, os cavalos celestiais
estes serão os piores
destruindo 200 armazéns
destruindo tanques e aviões
explodindo-os
e o presidente irá se acalmar
e os especialistas irão analisar
e as televiões irão falar
mas de nada adianta
mais e mais cavalos virão
de lugar nenhum
cavalos aparecendo repentinamente
defronte às pessoas caminhando nas ruas
e você, na cama, você irá me olhar
desesperada, esperando por resgate
eu irei e olhar e de repente
irei me tornar
um cavalo vermelho.
Contamos nossos mortos
Ao dormirmos
contamos nossos mortos
Ao acordarmos
contamos nossos mortos
Ao encerrarmos o século
contamos nossos mortos
Ao matarmos
contamos nossos mortos
Ao vivermos
contamos nossos mortos
Ao comermos
contamos nossos mortos
Ao rezarmos
contamos nossos mortos
Ao celebrarmos a vida
contamos nossos mortos
Ao escrevermos um poema
contamos nossos mortos
Ars poetica
Porque escrever poesia é admitir nossos erros
Porque poesia é a história exilada dos livros
Porque poesia é a bomba aos pobres
Porque poesia é a linguagem dos mortos
Porque poesia é o escape de nós mesmos
Porque poesia é olhar na cara de nossos erros e dos erros de nossos
antepassados
Ouso dizer:
Estou farto de poetas, poemas e poesia
Estou cansado de mim mesmo e de meu duplo
minha luz e minha sombra
Pois sei
Que quando digo a palavra verdade já estou mentindo
e minha cama é feita de pedras incandescentes.
Auto-definição
Você pede que eu me defina
mas não possuo fronteiras
Sou um país ambulante de um homem só
em alguns dias sou Árabe
em outros Judeu
em outros Europeu
e minha mente vaga
quando você vir a mim em Paris
posso estar no Marrocos
Quando você vir a mim em Jerusalém
posso estar na Espanha
Em alguns dias sou Golias
em outros sou Davi
Em alguns dias escrevo à caneta
em outros uso o computador
Quando você pede que eu me defina
sinto como se estivesse sendo alvejado:
Às vezes o poema é minha casa
Às vezes o poema é meu exílio.
Edifícios
Pode haver riqueza , pode haver pobreza por detrás,
talvez os prédios de um século de idade
assombrados por sombras de moribundos
por gritos dolorosos
pode ser o clima e o ar frio
os longos invernos
pode ser tudo isso junto;
as pessoas aqui tornam-se mais
frias e mais malvadas dia após dia
sem prestar atenção,