A valorização do ensino bíblico no contexto da Pregação: curso sobre elaboração de sermões a partir de elementos estruturadores
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Sobre este e-book
Kunz Z. Marivete, Mestre e Doutora em Teologia pela Escola Superior de Teologia. Pós-doutorado na Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Atualmente é professora da Faculdade Batista Pioneira (Ijuí/RS) e do curso de Mestrado Profissional em Teologia das Faculdades Batista do Paraná (Curitiba/PR).
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A valorização do ensino bíblico no contexto da Pregação - Odeir Rodrigues dos Santos
1 INTRODUÇÃO
Neste trabalho aprecia-se o entendimento que Martins teve acerca do ensino bíblico no contexto da pregação, afirmando: O sermão tem papel essencial durante o culto cristão, é o momento quando o pregador, inspirado e com a visão espiritual que Deus lhe confere, passa para a Igreja a vontade divina para aquela comunidade
(2002, p. 122). Com essa consciência, ressalta-se que os sermões apresentados pelos pregadores são, muitas vezes, elaborados a partir de experiências pessoais, acontecimentos cotidianos, personagens de filmes e seriados. Não é que essa seja uma atitude negativa, mas deveria ser complementar e não principal. O problema é que o sermão não é valorado na íntegra, alinhado à visão espiritual como vontade divina para aquelas pessoas ouvintes. Afinal, quando a ênfase está nesses fatores desconectados dos propósitos de Deus, o conteúdo bíblico pode ser desconsiderado ou se tornar escasso ou até mesmo inadequado.
Por essa razão, tem-se por finalidade um resgate da valorização do ensino bíblico a partir de pressupostos para sua elaboração, partindo da necessidade de que o processo de preparação e planejamento do sermão precisa ser levado a sério, devido à necessidade de relevância bíblica para o crescimento no conhecimento das verdades e dos princípios bíblicos.
Dito isso, pode-se dizer que atribuir ênfase ao ensino bíblico relevante e significativo no contexto da sociedade atual é um grande desafio, principalmente porque é por seu intermédio que são desenvolvidos os princípios bíblicos a serem concretizados no contexto dos relacionamentos. A fim de que isso possa atingir o objetivo do ensino, faz-se necessário investir tempo no preparo desse sermão.
Este Material tem por finalidade demonstrar a importância do ensino relevante e significativo para a elaboração de sermões com conteúdo prático, sobretudo bíblico. Para isso, será apresentado o valor de um bom sermão bíblico, com ênfase nos objetivos a serem alcançados por intermédio de uma boa escolha de textos bíblicos e da aplicação correta destes ao público.
A proposta é oferecer ao leitor a compreensão sobre a importância do conhecimento bíblico – não apenas no texto escolhido, mas também no seu contexto, ou seja, o fundo histórico que o acompanha –, além de um bom preparo na elaboração deste passo a passo, que se torna essencial, na medida em que se deseja alcançar os objetivos estabelecidos para cada sermão.
Este Material na prática também tem por objetivo a preparação e o treinamento de líderes ministeriais, tendo em vista o público-alvo para o qual o sermão é elaborado. Visa-se aprimorar a qualidade dos sermões, sobretudo buscar sua aplicação na vida dos ouvintes, visto que a proposta é tornar o ensino um princípio a ser observado na vida. Por isso, a responsabilidade do pregador é maximizada, uma vez que ele não está apenas falando de algo, mas de vida para outras vidas.
Como resultado de uma prática significativa, os sermões tornam-se mais relevantes, de fácil entendimento e aplicação para o ouvinte. Portanto, intenciona-se chamar a atenção para a necessidade de buscar um bom ensino teológico fundamentado nas Escrituras Sagradas que se perceba de forma prática e relevante na vida de quem se propõe a pregar a Palavra de Deus. Tal conhecimento teológico se torna imprescindível na elaboração e na pregação de bons sermões.
Foi escolhido esse tema não somente pela relevância que proporciona à vida do ministro do evangelho, mas também pela necessidade de apresentar o cenário atual em que se encontram os líderes que possuem a responsabilidade de ensinar o conteúdo bíblico de forma prática e fiel, no sentido de assegurar os objetivos do ensino bíblico e das bases teológicas que enriquecem o sermão e o tornam relevante.
Muito se tem pregado a respeito de cura, libertação, prosperidade e nada além disso. Esse corolário acarreta o empobrecimento do sermão que poderia trazer mudança de vida, de acordo com os padrões bíblicos, o que levaria o ouvinte a uma prática fiel à Palavra de Deus (Tg 1.22 e 23 ARA). Como consequência dessa fidelidade, ele alcançaria as bênçãos necessárias à vida (Mt 6.33 – ARA).
Jesus, quando pregava para multidões com diversas necessidades, não buscava saciar os desejos de cada um, mas expunha a vontade do Pai, que o enviara para apresentar ao ser humano elementos que lhe dariam estruturas, promoveriam mudanças e salvação. Seus ensinos eram objetivos, práticos e causavam mudança de vida. Os apóstolos tinham a mesma conduta, eles buscavam levar aos mais distantes povoados o ensino bíblico, um evangelho simples e de fácil entendimento, que causava mudança de vida.
Como contribuição teórica, este Material busca valorizar o ensino bíblico, ampliar o conhecimento sobre o processo de elaboração de sermões, no contexto da pregação propriamente dita. Para isso, é preciso delinear os passos que devem ser seguidos, a fim de se elaborarem sermões significativos, que atinjam o objetivo proposto, no sentido de que possam induzir o ouvinte a buscar um relacionamento mais afetivo com Deus e, assim, obter a oportunidade de uma vida melhor, com significado, com qualidade no dia a dia. Esses passos são o propósito de ser desta pesquisa, já que podem auxiliar o processo da elaboração do sermão. Por conseguinte, o tema é de suma importância para a sociedade atual, que se contenta e se sacia com sermões não significativos, sem objetivo específico, enquanto que ela poderia obter mudança de vida através do bom ensino.
As mudanças podem ser alcançadas por meio do aperfeiçoamento e do aprendizado, que começam na valorização do ensino e vão até a exposição da Palavra de Deus bem-preparada e aplicada. O conteúdo a seguir, tem a finalidade de desenvolver passos estruturadores para a elaboração de sermões significativos e relevantes para a sociedade, no sentido de que possam trazer vida e ser aplicáveis às situações gerais do dia a dia das pessoas, a partir do envolvimento do ouvinte com os ensinos transmitidos no sermão.
Para que esse objetivo se concretize, apresentar-se-á um curso para aperfeiçoamento tanto de pregadores quanto de líderes e estudiosos cristãos que tenham o propósito transformar vidas por meio do ensino e da prática da Palavra de Deus. O quesito problematiza a melhor maneira de preparar um sermão bíblico para alcançar objetivos específicos, de forma que seja significativo na vida dos ouvintes.
A hipótese da pesquisa é que, se a melhor forma para preparar um bom sermão relevante é ter conhecimento bíblico e, em sua elaboração, delimitar os objetivos desejados ao público ouvinte, logo, o processo de elaboração precisa ser projetado com responsabilidade, tempo e dedicação do pregador quanto à exposição do assunto.
A metodologia deste trabalho é bibliográfica e pode ser considerada qualitativa. A pesquisa de cunho bibliográfico levanta o conhecimento disponível na área, identifica as teorias produzidas, analisa e avalia sua contribuição para auxiliar a compreensão ou explicar o problema objeto da investigação (KOCHE, 2014, p. 122). Como base para a abordagem a se realizar, ela está pautada na leitura e no fichamento de escritos de diferentes autores que analisam e discutem questões sobre a valorização do ensino nos sermões.
Entende-se que o conhecimento bíblico é essencial para aqueles que desejam elaborar seus sermões, a fim de que outros sejam alcançados pela Palavra de Deus pregada, sensibilizados e transformados por meio dela –como está escrito na Bíblia: ... a tua palavra é a verdade
(Jo 17.17 – ARA). Toda a Escritura foi dada por inspiração de Deus (2 Pd 1.20-21 – ARA) e é útil para ensinar o que é verdadeiro, com a intenção de fazer compreender o que está errado em cada vida. Ela endireita e ajuda a fazer o que é correto (2 Timóteo 3.16 – BV), podendo ser aplicada em todos os tempos (Rm 15.4 – BV). Martins disse que: A Bíblia sempre tem algo para pesquisar, revisar e reinterpretar. Não basta ler o texto; é mister interpretá-lo corretamente
(2016, p. 5). Esse é o ponto fundamental para dar início ao sermão e obter resultados significativos de transformação, a partir de bom envolvimento e relacionamento com a Palavra de Deus, considerada como verdade absoluta para todos os tempos (Is 40.8; Ec 3.14).
SERMÃO - O pregador ou mensageiro que tem esse conhecimento atingirá o objetivo de alcançar, auxiliar e tratar pessoas, por meio do ensino, apresentando respostas embasadas que solucionem ou ao menos amenizem o sofrimento ou a necessidade dessas pessoas (Jo 8.32). Identifica-se nas palavras de Martins que:
O sermão tem papel essencial durante o culto cristão, é o momento quando o pregador, inspirado e com a visão espiritual que Deus lhe confere, passa para a Igreja a vontade divina para aquela comunidade. E o momento quando paramos para ouvirmos a voz de Deus. O pregador possui uma responsabilidade muito grande, porquanto ele é o transmissor das verdades divinas ao coração dos fiéis e dos infiéis
(2002, p. 122).
Segundo ele, isso tem que partir de uma vida íntima com o Espírito Santo. Sabendo dessa importância e da responsabilidade que recai sobre si, o agente transmissor deve ter também entendimento e zelo por Deus (Rm 10.2 – ARA); caso contrário, estará sujeito à repreensão divina (Ap 3.19).
ENSINO – Godoi faz uma exposição do uso das cartas dos apóstolos, as quais, segundo esse teórico, são permeadas de ensinos apologéticos
(2000, p. 7). Os presbíteros e os bispos foram encarregados dessa função também (At 20.28-30; Tt 1.9). Compreenderam que o ensino está atrelado a todos os envolvidos, ainda mais sobre aquele que diretamente recebe a autoridade da palavra.
Sobre o ensino, esse é de fundamental importância a todos. Nas palavras de Marivete Kunz: O ensino envolve um esforço em conjunto de várias partes
(2016, p. 7). Basta averiguar o texto de Atos 2 que logo é identificada a necessidade dele, os seguidores de Jesus precisariam dedicar tempo ao ensino de novos convertidos. Desse modo, poder participar desse movimento, para que o ensino bíblico seja aplicado aos interessados no conhecimento divino, proporcionará grande impacto na igreja e para ela, a partir dos púlpitos para pequenos grupos, células ou lares. É possível também fazer uso das redes sociais para aplicação desse ensino, ou seja, todo esforço empreendido na formação de alguns resultará no alcance de outros, em diferentes locais.
Por outro lado, embora toda a preocupação de alguns seja a de trazer um conteúdo bíblico contextualizado às necessidades atuais, Santos apresenta certos cuidados relacionados ao ensino por meio do diálogo, indicando-o como soluções para o impasse:
"Diante do surgimento de uma moral com características antagônicas aos pressupostos cristãos, neste contexto, o dilema evidente é o de como dialogar com esta geração e ser ouvido por ela, a fim de promover a devida orientação e manter vivos os princípios éticos cristãos, pois trata-se de uma batalha ideológica onde a sabedoria é essencial para o diálogo e a demonstração de quão significativa e importante é a ética cristã. (2015, p. 104).
Hendricks identificou o seguinte: O que se vê hoje – seja em escolas, igrejas, templos, seminários – não é ensino, mas apenas apresentação de um conteúdo programático
(1991, p. 9), e isso tem levado muitos a não desejar, acreditar, ou mesmo buscar mudanças por meio do conhecimento. Porém, os conselhos bíblicos se estendem indistintamente: Examinai as Escrituras
(Jo 5.39 ARC), pois elas fornecem respostas aos questionamentos gerais: ... aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para vossa alma
(Mt 11.29 ARA).
Quanto à escolha de elementos para a elaboração de sermão, este projeto apresenta como caminho seguro, as Escrituras Sagradas, considerando, também, as análises relacionadas ao texto bíblico escolhido. Um exemplo básico está nesta leitura em Romanos 10.8-15:
Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação. Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido. Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!
(ARA).
No que tange à produção de um sermão significativo, é necessário fazer algumas observações e análises, quanto, por exemplo, ao que se segue no texto de Romanos 10.8-15: o verbo pregar
se repete por três vezes, sendo, no versículo 8, pregamos
; no versículo 14, pregue
, e no versículo 15, pregarão
. O pregador da Palavra precisa ter um conhecimento da língua pela qual ele entrega a mensagem, de forma que esteja apto a salientar passagens em que a colocação das palavras ofereça algo a mais no contexto, como a passagem citada acima.
Um verbo conjugado em tempos e pessoas diferentes acrescenta informações importantes que precisam ser destacadas pelo pregador. Segundo Vine (2009, p. 408), na língua grega, trata-se da palavra apregoar, kerussõ, com o sentido de pregar, descarregar, ou mesmo gritar e proclamar. Essas mesmas palavras podem significar o resultado da pregação, aquilo que é clamado pelo arauto, o comando, a comunicação, do propósito redentor de Deus
(HEBERT, 2009, p. 24). É importante, porque se refere a um tipo de pregação ou proclamação específica, usado para designar, especialmente, a mensagem trazida ou a proclamação feita através do arauto. Na antiguidade, quando um rei precisava passar uma mensagem ao povo, usava o arauto.
Esse era o mensageiro, o porta-voz que fazia proclamações oficiais para o rei (LACHLER, 1990, p. 33). Nessa função, ele falava em nome do monarca. Para tanto, precisava ser amigo íntimo do rei, porque tinha de conhecer o coração do seu senhor para entender a sua mensagem; precisava também saber a linguagem do povo para poder transmitir-lhes a mensagem real bem clara. Assim, quando falasse, seria como a própria boca do rei, a fim de que todos entendessem.
A valorização do sermão é alcançada quando este atinge seu objetivo e passa a ser significativo na vida dos ouvintes, gerando mudanças. Como o arauto de um Rei, o pregador deve ter intimidade com ele, a ponto de entender qual é a mensagem que levará ao povo e ainda dominar bem a língua na qual será transmitida. Esse texto supracitado traz uma mensagem clara: todo cristão é um arauto e traz consigo a