Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

A partir de $11.99/mês após o período de teste gratuito. Cancele quando quiser.

Pregação cristocêntrica
Pregação cristocêntrica
Pregação cristocêntrica
E-book794 páginas12 horas

Pregação cristocêntrica

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Em Pregação Cristocêntrica, Bryan Chapell oferece um guia essencial e transformador para pastores e pregadores que desejam expor as Escrituras com profundidade, clareza e centralidade em Cristo. Este livro é uma ferramenta indispensável para quem busca redescobrir o poder e a relevância da pregação expositiva, ao mesmo tempo em que desafia os pregadores a conectar as verdades eternas da Bíblia com as lutas e realidades do cotidiano.

Chapell defende que toda a Escritura aponta para a redenção através de Jesus Cristo e, por isso, toda pregação fiel deve ser fundamentada nesse foco cristocêntrico. Ele explora com detalhes as técnicas e os princípios que guiam a pregação expositiva, desde a preparação do sermão até sua apresentação, com dicas práticas para alcançar a congregação de forma eficaz e poderosa. Além disso, o autor oferece orientações valiosas sobre como estruturar sermões para ocasiões especiais, como casamentos, funerais e eventos evangelísticos, tornando este livro um recurso completo para ministros.

Mais do que um manual técnico, Pregação Cristocêntrica é uma defesa apaixonada do papel da pregação como meio pelo qual o poder transformador da Palavra de Deus se manifesta. Chapell adverte contra as pregações moralistas ou focadas em "graça barata", e em vez disso, propõe um modelo redentivo que revela a graça de Deus e desafia os crentes a responderem em obediência amorosa ao evangelho.

Se você deseja aprimorar suas habilidades de pregação, aprofundar sua compreensão das Escrituras ou simplesmente conectar sua fé à prática ministerial, este livro é um convite para proclamar o evangelho com autoridade e paixão, sempre apontando para o centro de toda a Bíblia: Jesus Cristo. Prepare-se para ser desafiado, inspirado e equipado a pregar de forma fiel e transformadora.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento13 de set. de 2024
ISBN9786559893423
Pregação cristocêntrica

Leia mais títulos de Bryan Chapell

Relacionado a Pregação cristocêntrica

Ebooks relacionados

Cristianismo para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de Pregação cristocêntrica

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Pregação cristocêntrica - Bryan Chapell

    Pregação cristocêntrica. Um guia prático e teológico para a pregação expositiva. Bryan Chapell. Terceira edição. Cultura Cristã.Pregação cristocêntrica. Um guia prático e teológico para a pregação expositiva. Bryan Chapell.

    Pregação cristocêntrica © 2002, Editora Cultura Cristã. © 1994, 2005, 2018 by Bryan Chapell. Originalmente publicado em inglês com o título Christ-Centered Preaching, pela Baker Books, uma divisão da Baker Books House Company, Grand Rapids, Michigan, 49516, USA. Todos os direitos são reservados.

    1ª edição – 2002

    1ª reimpressão – 2007

    2ª edição – 2016

    3ª edição – 2024

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

    Sueli Costa - Bibliotecária - CRB-8/5213 (SC Assessoria Editorial, SP, Brasil)

    C462p

    Chapell, Bryan

    Pregação cristocêntrica / Bryan Chapell; tradutores: Oadi Salum, Vagner Barbosa. - São Paulo: Cultura Cristã, 2024.

    Recurso eletrônico (ePub)

    Título original: Christ-centered preaching

    ISBN: 978-65-5989-342-3

    1. Homilética. 2. Exposição bíblica. 3. Estudo bíblico. I. Salum, Oadi. II. Barbosa, Vagner. III. Título.

    CDU-251

    A posição doutrinária da Igreja Presbiteriana do Brasil é expressa em seus símbolos de fé, que apresentam o modo Reformado e Presbiteriano de compreender a Escritura. São esses símbolos a Confissão de Fé de Westminster e seus catecismos, o Maior e o Breve. Como Editora oficial de uma denominação confessional, cuidamos para que as obras publicadas espelhem sempre essa posição. Existe a possibilidade, porém, de autores, às vezes, mencionarem ou mesmo defenderem aspectos que refletem a sua própria opinião, sem que o fato de sua publicação por esta Editora represente endosso integral, pela denominação e pela Editora, de todos os pontos de vista apresentados. A posição da denominação sobre pontos específicos porventura em debate poderá ser encontrada nos mencionados símbolos de fé.

    ABDR. Associação brasileira de Direitos Reprográficos. Respeite o direito autoral.Editora Cultura Cristã

    Rua Miguel Teles Júnior, 394 – CEP 01540-040 – São Paulo – SP

    Fones 0800-0141963 / (11) 3207-7215 – Whatsapp (11) 97133-5653

    www.editoraculturacrista.com.br – [email protected]

    Superintendente: José Inácio Ramos

    Editor: Cláudio Antônio Batista Marra

    Para minha esposa, Kathy,

    pelo amor, família, lar e amizade

    que a graça do Senhor nos permitiu compartilhar.

    A cabana na qual este livro foi escrito

    era um palácio por sua causa.

    As terras e gerações nas quais esta obra foi semeada produzem o fruto de seu amor a Cristo em nossa família e em nossa igreja.

    SUMÁRIO

    Lista de figuras

    Lista de tabelas

    Prefácio à terceira edição norte-americana

    Agradecimentos

    Introdução

    PARTE 1 • Princípios para a pregação expositiva

    Palavra e testemunho

    Obrigações do sermão

    A prioridade do texto

    Os componentes da exposição

    PARTE 2 • Preparação de sermões expositivos

    O processo de explicação

    Esboço e estrutura

    O modelo de ilustração

    A prática da aplicação

    Introduções, conclusões e transições

    PARTE 3 • Uma teologia de mensagens cristocêntricas

    Uma abordagem redentiva da pregação

    Desenvolvendo sermões redentivos

    Apêndices

    Outras formas homiléticas

    Uma filosofia de execução e indumentária

    Uma filosofia de estilo

    Métodos de preparação

    Métodos de apresentação

    Divisões e proporções

    Mensagens nupciais

    Mensagens fúnebres

    Mensagens evangelísticas

    Entendendo e alcançando ouvintes contemporâneos

    Leitura da Escritura

    Modelo de formulário de avaliação de sermão

    Exemplo de sermão expositivo em estrutura formal

    Bibliografia selecionada

    LISTA DE FIGURAS

    1.1 Componentes de uma mensagem do evangelho

    4.1 Mensagem com prioridade na informação

    4.2 Mensagem com prioridade na exposição

    4.3 Exposição equilibrada de dupla hélice

    4.4 Variações dos componentes da exposição

    5.1 Exemplos de esboços gramaticais

    5.2 Esboço mecânico tradicional de 2Timóteo 4.1-2

    5.3 Esboço mecânico alternativo de 2Timóteo 4.2

    7.1 Perspectiva de ilustração de dupla hélice

    8.1 O sermão como alavanca da aplicação

    8.2 Aplicação como alvo da exposição

    8.3 Desenvolvimento da aplicação do ponto principal

    8.4 Aplicação ampliada

    8.5 Focando a aplicação com especificidade situacional

    8.6 O ponto de ruptura da aplicação

    9.1 A corrente da introdução

    9.2 Um padrão comum para o início eficaz do sermão

    9.3 Diagrama de intensidade do sermão

    9.4 Perspectiva de transição de dupla hélice

    10.1 O salto imaginativo para Cristo

    11.1 Exposição cristocêntrica

    11.2 Os problemas de três pontos mais

    11.3 Pregação direcionada para a graça

    A1.1 Os movimentos da comunicação

    A1.2 Comparações entre o sermão tradicional e o sermão de comunicação de massa

    A2.1 Uso do microfone

    A4.1 Pirâmide de preparação de sermão

    LISTA DE TABELAS

    4.1 Termos-chave do Antigo Testamento

    4.2 Termos-chave do Novo Testamento

    9.1 Análise da introdução de um sermão

    9.2 Exemplo de uma introdução à Escritura

    A6.1 Proporções e divisões do sermão

    PREFÁCIO À TERCEIRA EDIÇÃO NORTE-AMERICANA

    Considero esta terceira edição da Pregação cristocêntrica uma doce dádiva do Senhor, que me permite melhorar minhas tentativas de preparar outros para honrarem sua palavra e proclamarem sua graça. Nas décadas seguintes à primeira publicação deste livro, pastores, seminaristas e colegas de muitas nações e múltiplas gerações têm oferecido ideias, sugestões e esclarecimentos que tentei incorporar nesta edição. Agradeço a amigos e colegas pela ajuda e encorajamento.

    Sou especialmente agradecido aos meus alunos. Mais de 30 anos ensinando vocês a pregar, ouvindo seus sermões e tendo prazer nos modos como Deus está ministrando, por meio de vocês, ao refinarem meu pensamento, aprofundarem minha apreciação pela Palavra de Deus e fazerem de mim um pregador melhor. O empenho e cuidado de vocês me ajudaram e ajudarão muitas outras pessoas por meio desta nova edição do livro que me ajudaram a escrever.

    Assim como uma geração de pregadores amadureceu desde a primeira edição de Pregação cristocêntrica, assim também o campo da Teologia bíblica que deu origem a muitas das ênfases do meu trabalho inicial também amadureceu. Na época da primeira edição, poucas vozes estavam chamando para uma renovação das perspectivas redentoras que inspiraram os primeiros Pais da Igreja, estimularam a pregação da Reforma e fortaleceram grandes despertamentos do evangelho neste país. Teólogos liberais tinham sequestrado aspectos-chave da Teologia bíblica, tornando os evangélicos céticos ou opostos ao seu uso.

    Então, a obra pioneira de mestres de pregação como Sidney Greidanus, Edmund Clowney e John Sanderson lembrou aos pregadores do século 20 que a unidade da Escritura não é simplesmente uma abstração doutrinária. Esses pioneiros apontaram para os primeiros Pais da Igreja, que levaram a sério o que o evangelho diz sobre toda a Escritura revelar o ministério de Cristo (e.g., Lc 24.27; Jo 5.39). Houve óbvios abusos desse entendimento nos métodos alegóricos medievais, que tentavam fazer Jesus aparecer magicamente em cada passagem bíblica por meio de acrobacias exegéticas que esticavam a lógica, a imaginação e a credulidade. Mas Lutero e Calvino, entre outros, reconheceram os abusos e tentaram oferecer correções que tentavam fazer toda a pregação bíblica descansar sobre o ministério de Cristo.

    As distinções entre lei e evangelho de Lutero e os esforços de Calvino para unificar os Testamentos não eram métodos perfeitos para capturar a mensagem redentora da Escritura. Mas os anteriores e posteriores escritos de Bullinger, Ecolampádio e Beza ajudaram a refinar e a sistematizar uma perspectiva escriturística que deveria ter determinado o padrão para interpretação redentiva nas eras seguintes. Infelizmente, as batalhas da Contrarreforma a respeito da natureza da igreja, da justificação e dos sacramentos eclipsaram a discussão de como a unidade da mensagem redentiva da Escritura deve guiar nossa pregação.

    Reformadores holandeses posteriores revisitaram a Teologia bíblica e influenciaram os puritanos, que retomaram a discussão por meio de pensadores-chave, como Jonathan Edwards. Seu esforço para entender como as afeições religiosas eram estimuladas pela graça do evangelho levou a um projeto de escrever uma história da redenção que unificasse toda a Bíblia – um projeto que não foi cumprido em razão de sua morte prematura.

    A disciplina adormecida foi revivida na América por meio dos escritos de Geerhardus Vos, mas declinou rapidamente no favor evangélico quando os teólogos liberais usaram aspectos selecionados da Teologia bíblica para enfraquecer a veracidade da Escritura. Eles argumentavam que, assim como a trajetória da Escritura do Antigo Testamento apontava para um Cristo que estava além das expectativas antigas, assim também os pregadores modernos podiam apontar para além do cânon da Escritura para revelar o espírito de Jesus para novos conceitos de fé e ética. Em outras palavras, a Teologia bíblica foi usada indevidamente para rejeitar o claro ensino da Escritura e defender novas ideias, que vão além dos limites bíblicos. Como consequência, a Teologia bíblica se tornou uma arma do liberalismo na batalha pela Bíblia entre modernistas e fundamentalistas no início do século 20.

    Somente depois que o evangelicalismo ganhou terreno mais firme, nos anos 1960 e 1970, vozes importantes começaram a lembrar à igreja que crê na Bíblia as implicações de grande alcance da nossa convicção de que a correta interpretação de um texto requer respeito pelo seu contexto. Esse contexto inclui não somente seu cenário literário e histórico, mas também seu lugar no plano redentivo de Deus. As disciplinas exegéticas e doutrinárias começaram a registrar a importância da unidade orgânica da Escritura para a boa interpretação, e essas ideias inevitavelmente afetaram nossa abordagem à pregação.

    No campo da homilética, a instrução de Greidanus, Clowney e Sanderson – cujas vozes pareciam ser meros clamores no deserto por décadas – encontrou nova defesa nos sermões de pregadores como Don Carson, Joel Nederhood, Sinclair Ferguson, John Piper, Steve Brown, Jim Boice, Skip Ryan, Tony Merida, Jerry Bridges, Ray Ortlund, Joe Novenson, David Calhoun, Danny Aiken, Ray Cortese e, mais notavelmente, Tim Keller. Alguns de um impulso em direção à graça, enquanto outros tinham abordagens mais sistemáticas; alguns eram defensores consistentes, enquanto outros eram mais hesitantes em seu avanço – mas todos estavam contribuindo para um movimento que agora ultrapassou todos os limites acadêmicos, denominacionais ou geracionais.

    No presente contexto, é quase inimaginável que um novo comentário bíblico seja publicado sem contextualizar o livro ou seu conteúdo dentro do fluxo redentivo da história bíblica. Mesmo se pregadores elementares estiverem inseguros sobre como pregar redentivamente sobre uma passagem específica, eles agora são sensíveis para detectar sermões que são nada menos que desafios moralistas para fortalecer, voar reto e fazer melhor. Minha contribuição para essa onda gigantesca de graça foi somente escrever um manual de pregação em um estágio inicial do desenvolvimento do tsunami, no qual resumi e organizei o que outros me ensinaram.

    Desde então, o movimento se tornou mais profundo e mais amplo, multiplicando ferramentas e abordagens que precisamos levar em conta nesta terceira edição de Pregação cristocêntrica. Quando escrevi a primeira edição, quase toda a Teologia bíblica estava sendo explorada no contexto de um método histórico-redentivo. Essa abordagem ainda é fundamental para a nossa prática, mas alguns pregadores cristocêntricos têm se tornado mais inclinados a abordagens doutrinárias, literárias ou relacionais que também desenterram eficazmente a graça de toda a Escritura.

    Trataremos de todas essas abordagens nesta terceira edição, bem como continuaremos a introduzir ideias e pesquisas dos melhores pensadores em homiléticas contemporâneas. Alguns desses colegas também levantaram desafios à Pregação cristocêntrica que precisam ser discutidos. Alguns, ainda, questionam se uma abordagem à Escritura orientada pelo evangelho é antinomiana (que dá pouca atenção à lei de Deus), alegórica (um esforço imaginativo para encaixar Jesus em cada verso da Escritura, o que, na verdade, obscurece a intenção do autor), egocêntrica (tão focada na graça de Deus aos indivíduos que as responsabilidades coletivas e comunitárias são esquecidas) ou cristomaníaca (tão focada na segunda pessoa da Trindade que o Pai e o Espírito são marginalizados).

    Assim, como esta edição dá a oportunidade de renovar citações, esclarecer pensamentos confusos, corrigir erros e conceituar melhor as palavras, também tenho o privilégio de interagir com aqueles que apresentaram novas perspectivas e perguntas familiares. Essa interação tem benefícios maravilhosos para esta terceira edição, estimulando-me a explorar novas ideias, ao mesmo tempo em que aprofundo meu compromisso de ajudar a ensinar a outra geração como pregar mensagens expositivas que garimpam a graça em toda a Escritura – graça que liberta do pecado e alimenta a vida cristã.

    AGRADECIMENTOS

    Escrevi este livro com profunda apreciação por aqueles cuja contribuição foi significativa para meu próprio pensamento e a minha vida.

    Agradecimentos são devidos especialmente ao Dr. Robert G. Rayburn, meu professor de homilética, firme na busca exclusiva da excelência ao longo do tempo em que ensinou ser a glória de Deus o único foco da tarefa da pregação, e ao Dr. John Sanderson, professor de Teologia bíblica que abriu meus olhos à necessidade da focalização central de Cristo em toda exposição digna de fé.

    Sou profundamente devedor à família Rayburn por permitir meu acesso aos escritos e notas não publicados do Dr. Robert G. Rayburn. Merecer a confiança de compartilhar algumas ideias do Dr. Rayburn é um grande privilégio.

    Fiz o texto e a pesquisa originais para a primeira e a segunda edições deste livro durante dois períodos sabáticos proporcionados pelo Covenant Theological Seminary. Expresso meus agradecimentos ao Conselho de Curadores por ter me concedido essa esplêndida oportunidade de escrever. Tive o privilégio de produzir esta terceira edição durante meus anos de pastorado na Grace Presbyterian Church (PCA), em Peoria, Illinois, onde minha família e minha pregação foram carinhosamente recebidas e encorajadas. Sou profundamente agradecido a essa comunidade cristã que também expandiu sua missão para me permitir servir à próxima geração de pregadores bíblicos escrevendo e lecionando em numerosas instituições, nacionais e internacionais.

    INTRODUÇÃO

    As duas palavras que poderiam conter a totalidade deste trabalho são autoridade e redenção.

    Nos tempos atuais, dois poderes antagônicos desafiam a exposição eficaz da Palavra de Deus. O primeiro inimigo comprovado do evangelho é a erosão da autoridade. As filosofias do subjetivismo caminham de mãos dadas com os céticos da verdade transcendente para forjarem um clima cultural antagônico a qualquer forma de autoridade. No entanto, como o apóstolo Paulo percebeu há muito tempo, esse repúdio aos padrões bíblicos, inevitavelmente, torna as pessoas escravas de suas próprias paixões e vítimas do egoísmo dos outros (Rm 6.19-22).

    Nossa cultura e a igreja estão desesperadas em busca de verdades fidedignas que proclamem ao mundo dilacerado essa perda crescente de autoridade. Nem todas as respostas fornecidas pelos pregadores da igreja proclamam boas-novas. Alguns pregadores simplesmente abandonaram toda esperança de encontrar uma fonte da verdade eterna ou de serem capazes de comunicá-la a este mundo heterogêneo. Outros, conscientes da aversão da cultura a todos aqueles que se apresentem como tendo respostas definitivas, respostas que restringem valores e comportamentos, têm preferido pregar sem autoridade. Embora mantenham o desejo de curar, esses pregadores, muito frequentemente, contentam-se em reembalar teorias de aconselhamento e administração em palavras que parecem religiosas. Ao oferecer o consolo subjetivo de respostas humanas que são sujeitas a mudança com a próxima onda de filosofia ou terapia popular, tal pregação mais dissimula que cura o sofrimento da alma (1Co 2.4-5; 1Tm 6.20; 2Tm 4.3).

    A pregação expositiva, que explica precisamente o que a Palavra de Deus afirma acerca dos acontecimentos do nosso tempo, dos interesses da nossa vida e do destino de nossa alma, oferece uma alternativa. Em harmonia com os mandatos da Escritura, tal pregação apresenta uma voz de autoridade que não procede do homem e assegura respostas não sujeitas a fantasias culturais (Is 40.8; 1Ts 2.13; Tt 2.15). Tão óbvia quanto esta solução possa parecer, sua ampla difusão enfrenta grandes desafios. Nas duas últimas gerações, o sermão expositivo foi estigmatizado (nem sempre injustamente) como representante de um estilo de pregação que requer citações estéreis de trivialidades bíblicas ou que, indevidamente, faz defesas dogmáticas de características doutrinárias que têm pouca conexão evidente com nossas lutas diárias. Esse desafio tem se tornado ainda mais acentuado porque todas as formas de pregação têm sido cada vez mais acusadas de empregar métodos antiquados que são acadêmicos e entediantes de mais para os gostos e as necessidades de uma cultura orientada pelo impacto, por inovações e pelo ritmo da comunicação e da tecnologia modernas.

    Chegou o tempo de restaurar o sermão expositivo – não apenas reivindicar uma voz necessária de autoridade bíblica para a nossa época, mas também para resgatar a abordagem expositiva de pregadores inconscientes (ou descuidados) de forças culturais, recursos comunicativos e princípios bíblicos que devem ser usados para conectar os presentes propósitos da Palavra de Deus e as pessoas. Este livro pretende fornecer uma abordagem que satisfaça a essa reivindicação e resgate. Inicialmente, o texto oferece instrução prática que liga o sermão expositivo às verdades da Escritura, ao mesmo tempo em que o livra de atitudes ligadas à tradição e de práticas de comunicação ingênuas que podem desnecessariamente negar aos pastores e aos membros da igreja o poder e a esperança de uma mensagem acessível da Palavra de Deus.

    Além de fornecer instrução prática, este livro também tenta confrontar o segundo inimigo da comunicação prática do evangelho. Muito frequentemente, esse inimigo surge como um incompreendido efeito colateral do primeiro. Pregadores evangélicos, reagindo à secularização da cultura e da igreja, podem, erroneamente, fazer da instrução moral ou da reforma da sociedade o foco primário de suas mensagens. Ninguém deve culpar esses pregadores por pretenderem desafiar os males da época. Quando o pecado se aproxima, pregadores fiéis têm o direito, a responsabilidade e o desejo de dizer: Pare!

    Todavia, se a cura real ou percebida desses pregadores para um mundo espiritualmente quebrado for mera mudança de comportamento ou melhoria social, então eles inadvertidamente apresentam uma mensagem contrária à do evangelho. A Bíblia não diz como podemos melhorar a nós mesmos para obter a aceitação de Deus ou aperfeiçoar nosso mundo (Gl 2.15-20). Se a Bíblia tivesse a ver simplesmente com melhorar o nosso desempenho ou refinar a nossa competência, então seríamos nossos próprios salvadores. Fundamental e amplamente, as Escrituras ensinam a insuficiência de todo e qualquer esforço estritamente humano para garantir a aprovação divina. Somos absolutamente dependentes da misericórdia e do poder fornecidos por meio do nosso Salvador para sermos o que ele deseja e fazermos o que ele requer. A graça reina!

    Por mais bem-intencionado e biblicamente fundamentado que a instrução de um sermão possa ser, se a mensagem não incorporar a motivação e capacitação da graça de Deus que culmina no ministério de Jesus Cristo, o pregador proclama mero desenvolvimento pessoal. A pregação que é fiel à totalidade da Escritura não apenas estabelece as reivindicações de Deus, mas também enfatiza os meios redentivos que Deus fornece para tornar possível a santidade. A tarefa pode parecer impossível. Como pode toda a Escritura focar na obra redentora de Cristo quando uma vasta porção nem sequer o menciona? A resposta consiste em aprender a ver toda a Palavra de Deus como uma mensagem unificada da necessidade humana e da provisão divina (Lc 24.27; Rm 15.4).

    Explorando o modo como o evangelho se revela em toda a Escritura para motivar e capacitar a obediência cristã, este livro também estabelece princípios para a redenção do sermão expositivo de dois erros polares na pregação evangélica bem-intencionada, mas mal concebida. O primeiro erro é o moralismo, pregação cujo foco único é a promessa de uma vida melhor por meio de um comportamento melhor. O erro oposto é a graça barata, que prega as promessas de um Deus gracioso sem levar em conta o custo do amor de Deus por nós ou a resposta da nossa lealdade.

    A pregação cristocêntrica desafia o moralismo lembrando que nossas melhores obras são trapos sujos para Deus e substitui a graça barata por exortações a se obedecer a Deus como uma resposta amorosa à obra redentora do Filho. Moralismo e graça barata são enfraquecidos pela pregação cuja esperança está precisamente arraigada na exposição da mensagem da misericórdia infalível de Deus e cujo fruto é ação de graças oferecida em vidas que honram a Deus fortalecidas pelo Espírito Santo. A verdadeira santidade, obediência amorosa, força espiritual e alegria perene fluem dessa forma precisa e poderosa de exposição bíblica (1Tm 2.1; Tt 2.11-15).

    PARTE 1. Princípios para a pregação expositiva

    SUMÁRIO DO CAPÍTULO 1

    A nobreza da pregação

    O poder na Palavra

    O poder de Deus inerente à Palavra

    O poder da Palavra manifestado em Cristo

    O poder da Palavra aplicado à pregação

    A pregação expositiva apresenta o poder da Palavra

    A pregação expositiva apresenta a autoridade da Palavra

    A pregação expositiva apresenta a operação do Espírito

    A eficácia do testemunho

    Distinções clássicas

    Corroboração da Escritura

    1Tessalonicenses 2.3-8, 11-12

    2Timóteo 2.15-16, 22-24

    Tito 2.7-8

    2Coríntios 6.3-4

    Tiago 1.26-27

    Tiago 3.13

    Implicações do ethos

    Preserve seu caráter

    Ame a graça

    Pregue confiantemente

    Perguntas para revisão e discussão

    Exercícios

    Objetivo do capítulo 1

    Comunicar quanto a pregação é importante e o que é verdadeiramente essencial na pregação.

    1

    PALAVRA E TESTEMUNHO

    A nobreza da pregação

    [...] não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual; a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus. A oração de todo pregador que ama a Palavra de Deus e o povo de Deus reflete essa oração do apóstolo Paulo pela igreja de Colossos (Cl 1.9-10). Oramos para que Deus também use nossa pregação para produzir tal conhecimento da vontade de Deus, que outros vivam para agradá-lo e produzam fruto espiritual, resultando em um conhecimento sempre crescente do seu Deus. Essas prioridades indicam que o objetivo da pregação não é meramente comunicar informação, mas fornecer os meios de transformação ordenados pelo Deus soberano que afetarão a vida e o destino de almas submetidas ao cuidado espiritual de um pregador.

    O pregador inglês Ian Tait certa vez ironizou quem estuda a Bíblia somente para adquirir mais informações, crendo que sua mente esteja se desenvolvendo quando, de fato, apenas sua cabeça está inchando. Conhecer simplesmente por amor ao conhecimento ensoberbece (1Co 8.1). As riquezas da Palavra de Deus não são tesouros particulares de ninguém, e, quando compartilhamos suas riquezas, estamos participando de seus mais elevados propósitos. Quer seus estudos ocorram por meio de um seminário, de um instituto bíblico ou de um programa de leitura pessoal, eles serão mais recompensadores quando você perceber como cada elemento o prepara para pregar com precisão e autoridade para o crescimento de outras pessoas em graça. Cada disciplina bíblica alcança seu propósito máximo quando a usamos não meramente para expandir nossa mente, mas também para promover as prioridades do evangelho. Essa é a razão pela qual Robert G. Rayburn ensinou, por mais de um quarto de século, aos seminaristas: Cristo é o único Rei dos seus estudos, mas a rainha é a homilética.1

    Elevar a pregação a um pedestal tão sublime pode intimidar até mesmo o mais leal estudante da Escritura. Provavelmente, nenhum pregador consciente tenha deixado de questionar se essa tarefa nobre não é maior do que o servo humilde que ousa ficar atrás do púlpito. Sabemos serem insuficientes nossas habilidades para uma tarefa de tão amplas consequências. Reconhecemos que nosso coração não é puro o bastante para guiar outros à santidade. Uma honesta avaliação inevitavelmente nos leva à conclusão de que não temos eloquência, sabedoria ou caráter suficientes para sermos capazes de afastar pessoas da morte espiritual para a vida eterna. Essa percepção pode ser a causa de jovens pregadores fugirem de sua primeira pregação e de pastores experientes se desesperarem em seus púlpitos.

    O poder na Palavra

    O que precisamos diante dos limites da nossa eficácia pessoal e em uma época em que cada vez mais se questiona a validade da pregação2 é nos lembrar do desígnio de Deus para a transformação espiritual. No final das contas, a pregação cumpre seus objetivos espirituais não por causa das habilidades ou da sabedoria do pregador, mas por causa do poder da Escritura proclamada (1Co 2.4-5). Os pregadores exercem seu ministério com grande zelo, confiança e liberdade quando compreendem que Deus retirou de suas costas as artimanhas da manipulação espiritual. Deus não depende da suficiência da nossa destreza ou do nosso caráter para a realização dos seus propósitos (2Co 3.5). Por certo, Deus pode usar a eloquência e deseja vidas que correspondam à santidade do assunto em questão, porém, seu Espírito usa a própria Palavra para cumprir seus propósitos de salvação e santificação. Os esforços pessoais dos maiores pregadores são ainda demasiado fracos e manchados pelo pecado para serem responsáveis pelo destino eterno das pessoas. Por essa razão, Deus infunde sua Palavra com poder espiritual. A eficácia das verdades na mensagem de Deus, não qualquer virtude do mensageiro, transforma corações.

    O poder de Deus inerente à Palavra

    Não podemos dizer precisamente como o Espírito Santo usa a verdade da Escritura para converter almas e mudar vidas, mas devemos discernir a dinâmica que nos dá esperança quando pregamos a Palavra de Deus. A Bíblia deixa claro que a Palavra não é somente poderosa, mas age sem par literário ou limitação humana. A Palavra de Deus:

    Cria: Disse Deus: Haja luz; e houve luz (Gn 1.3). Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir (Sl 33.9).

    Controla: Ele envia as suas ordens à terra, e sua palavra corre velozmente; dá a neve como lã e espalha a geada como cinza. Ele arroja o seu gelo em migalhas [...]. Manda sua palavra e o derrete (Sl 147.15-18).

    Persuade: "[...] mas aquele em quem está a minha palavra fale a minha palavra com verdade [...] diz o

    Senhor

    . Não é a minha palavra fogo, diz o

    Senhor

    , e martelo que esmiúça a penha?" (Jr 23.28-29).

    Cumpre seus propósitos: Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que reguem a terra, [...] assim será a palavra que sair da minha boca; não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei (Is 55.10-11).

    Anula os motivos humanos: Na prisão, o apóstolo Paulo se regozijava, porque quando outros pregavam a Palavra, quer por pretexto, quer por verdade, a obra de Deus seguia adiante (Fp 1.18).

    A descrição da Escritura acerca da sua potência nos desafia a lembrar sempre que a Palavra pregada, não a pregação da Palavra, cumpre os propósitos do céu. A pregação que é fiel à Escritura converte, convence e muda eternamente a alma de homens e mulheres, pois ela é o instrumento da compulsão divina, não porque pregadores tenham em si mesmos qualquer poder para provocar transformações piedosas (embora poderes humanos certamente possam produzir todos os tipos de mudança terrena, inclusive aqueles que se disfarçam de produtos do céu).

    O poder da Palavra manifestado em Cristo

    Deus manifesta plenamente o poder dinâmico de sua Palavra no Novo Testamento, ao identificar seu Filho como o Logos, ou Palavra divina (Jo 1.1). Por meio da identificação do seu Filho como sua Palavra, Deus revela que a mensagem do Filho e a pessoa do Filho são inseparáveis. A Palavra o incorpora. Isso não quer dizer que as letras e o papel da Bíblia são divinos, mas que as verdades que a Escritura sustenta são o meio que Deus usa para tornar sua Palavra e sua presença reais para o seu povo.

    A Palavra de Deus é poderosa porque ele exerce seu poder por meio dela e está presente nela. Por meio de sua Palavra, Deus trouxe o mundo à existência (Gn 1), e Jesus é a palavra por meio da qual todas as coisas foram feitas (Jo 1.3; Cl 1.16) e que continua sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder (Hb 1.3). A Palavra é empregada para levar a cabo todos os seus desígnios.

    O poder redentor de Cristo e o poder da sua Palavra unem-se no Novo Testamento, com Logos (a encarnação de Deus) e logos (a mensagem acerca de Deus) tornando-se termos tão reflexivos a ponto de formarem uma identidade conceitual. Da mesma forma que a obra da criação procede da palavra que Deus articula, assim também a obra da nova criação (i.e., redenção) procede da Palavra viva de Deus. Tiago afirma: [...] ele [i.e., o Pai] nos gerou pela palavra da verdade (Tg 1.18). A expressão palavra da verdade reflete a mensagem sobre a salvação e aquele que opera o novo nascimento. O mesmo jogo de palavras é empregado por Pedro: [...] pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus (1Pe 1.23). Nessas passagens, a mensagem e o ministério de Cristo são unificados. Ele é a viva e eterna Palavra de Deus, pela qual nascemos de novo.

    Assim, não é algo meramente prosaico insistir que o pregador deve servir ao texto.3 Já que a Palavra é a presença mediada de Cristo, o serviço é necessário. Paulo instrui corretamente o jovem pastor Timóteo a ser um obreiro que maneja bem a palavra da verdade (2Tm 2.15), pois a Palavra de Deus é viva, e eficaz (Hb 4.12a). A verdade da Escritura não é objeto passivo para nossa investigação e apresentação. A Palavra nos examina. Ela é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração (Hb 4.12c). Cristo permanece ativo em sua Palavra, cumprindo tarefas divinas que o apresentador da Palavra não tem o direito ou a capacidade pessoal de cumprir. A pregação é um ato redentivo no qual o próprio Cristo ministra ao seu povo, por meio do Espírito, abrindo e transformando seu coração com a verdade que o próprio Espírito inspirou nas páginas da Escritura.4

    Essas perspectivas sobre a Palavra de Deus culminam no ministério do apóstolo Paulo. O estudioso missionário que não se tornou conhecido pela habilidade no púlpito, no entanto, escreveu: Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16). Como os estudantes de grego elementar logo aprendem, a palavra poder, nesse versículo, é dunamis, da qual nos vem o termo dinamite em português. A força do evangelho transcende o poder do pregador. Paulo não se envergonha de suas habilidades de pregação porque confia que o Espírito de Deus usará a palavra que ele proclama para quebrar a dureza do coração humano de tal forma que nenhuma técnica de palco ou elaboração filosófica pode competir com ela.

    De certo modo, o processo como um todo parece ridículo. Pensar que o destino eterno sofrerá mudança só porque anunciamos conceitos de um texto antigo desafia o bom senso. Quando Paulo elogia a loucura da pregação – não pregação louca –, ele reconhece a aparente insensatez de tentar transformar atitudes, estilos de vida, perspectivas filosóficas e compromissos de fé por meio de meras palavras sobre um rabino crucificado (veja 1Co 1.21). No entanto, a pregação persiste e o evangelho se expande porque o Espírito Santo usa os débeis esforços humanos como condutores para a força de sua Palavra. Pela bênção do Espírito de Deus, a palavra transforma (i.e., faz nosso coração amar a Deus e nossa vontade buscar a sua vontade).

    A cada ano repito aos novos estudantes do seminário sobre uma ocasião em que a realidade do poder da Palavra atingiu-me com força excepcional. A obra do Senhor me dominou quando entrei na classe de novos membros da igreja. Sentadas juntas na primeira fileira estavam três jovens mulheres – todas primas. Embora tivessem prometido ir à aula, o fato de estarem ali me surpreendeu.

    No ano anterior, cada uma delas, com sérios problemas, havia buscado nossa igreja à procura de socorro. Tomei conhecimento da situação da primeira depois que, frustrada, deixou o marido por causa do alcoolismo dele. Ele era um membro ocasional da igreja e não escondia seu desinteresse por religião, mas com o abandono da esposa, buscou nossa ajuda. Afirmou que faria qualquer coisa para tê-la de volta. Vieram juntos para o aconselhamento. Ele tratou da embriaguez. Reconciliaram-se, e agora ela desejava fazer parte da nossa família de fé.

    A segunda prima tinha também abandonado o casamento antes que viesse pedir auxílio por sugestão da primeira. Tinha sido vítima de abusos do marido e tinha procurado consolo na companhia de outro homem. Embora nenhum desses homens tenha buscado a Deus, nosso ministério a essa mulher aqueceu seu coração para Cristo. Mesmo depois de o marido ter encontrado outra mulher, ela deixou seu amante, submetendo sua vida à vontade de Deus.

    A última das primas era também casada, mas trabalhava como vendedora viajante e vivia com vários homens, como se cada um deles fosse seu marido. Um acidente que feriu seu sobrinho levou nossa igreja para dentro de sua vida. Tendo testemunhado o cuidado dos crentes pela criança e por ela (a despeito de sua hostilidade inicial contra nós), ela descobriu um amor que seus envolvimentos sexuais não poderiam fornecer. Agora ela também vinha para ser parte da família de Deus.

    A presença dessas três primas na classe de novos membros era um milagre. Quão tolo seria pensar que meras palavras que eu tinha dito – algumas consoantes e vogais saídas da boca por uma pequena explosão de ar – poderiam ser responsáveis pela decisão que haviam tomado. Nenhuma soma de persuasão humana poderia tê-las afastado do egoísmo da busca do prazer ou o estilo de vida autodestrutivo e trazê-las para um comprometimento eterno com Deus. Corações antes hostis à sua Palavra, agora sentiam necessidade de comunhão com ele simplesmente porque cristãos tinham amorosa e fielmente expressado sua verdade.

    Deus havia arrancado três almas de um redemoinho infernal de confusão familiar, traição conjugal e pecado pessoal. No entanto, por mais improváveis que esses acontecimentos pareçam ser, eles são prontamente explicados. O Senhor usa a verdade de sua Palavra para transformar corações. Nos termos da Escritura: [...] deixando os ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro e para aguardardes dos céus o seu Filho [...], não por causa de alguma habilidade do pregador, mas por causa do poder da Palavra (1Ts 1.9-10).

    Quando os pregadores percebem o poder que a Palavra possui, a confiança em seu chamado cresce, da mesma forma como o orgulho em seu desempenho murcha. Não precisamos temer nossa ineficácia quando falamos das verdades que Deus revestiu de poder para a realização dos seus propósitos. Ao mesmo tempo, trabalhar como se nossos talentos fossem os responsáveis pela transformação espiritual, torna-nos semelhantes a um mensageiro que reivindica mérito por ter posto fim à guerra por haver ele entregue a declaração escrita de paz. O mensageiro tem uma nobre tarefa a realizar, mas porá em risco sua missão e depreciará o verdadeiro vitorioso se atribuir a si façanhas pessoais. Mérito, honra e glória pelos efeitos da pregação pertencem apenas a Cristo, pois somente a Palavra produz renovação espiritual.

    O poder da Palavra aplicado à pregação

    A pregação expositiva apresenta o poder da Palavra

    O fato de que o poder para a transformação espiritual se baseia na Palavra de Deus argumenta em defesa da pregação expositiva. A pregação expositiva tenta apresentar e aplicar as verdades de uma passagem bíblica específica (veja a definição a seguir e no capítulo 6).5 Outros tipos de pregação que proclamam a verdade bíblica são por certo válidos e valiosos, mas para o pregador principiante e como um sistema de pregação congregacional regular, nenhum outro tipo é mais importante.

    A exposição bíblica liga o pregador e as pessoas à única fonte de transformação espiritual verdadeira. Considerando que os corações são transformados quando as pessoas se deparam com a Palavra de Deus, os pregadores expositivos ficam comprometidos a dizer o que Deus diz.6 O pregador expositivo abre a Bíblia perante o povo de Deus e ousa dizer: Explicarei para vocês o que esta passagem quer dizer. As palavras não devem comunicar a autoridade do pregador, mas confessar humildemente que o pregador não tem palavra melhor que a Palavra de Deus.7 Assim, a missão e chamado do pregador é explicar ao povo de Deus o que a Bíblia quer dizer.

    O modo mais confiável para explicar o que a Bíblia quer dizer é selecionar piedosamente um texto bíblico, dividi-lo segundo seus pensamentos e elementos importantes e explicar a natureza e as implicações de cada um. Explicar o texto segundo a intenção do autor também requer que não pulemos porções da passagem nem negligenciemos elementos importantes de seu contexto que devem ser entendidos para que os princípios que a passagem está ensinando sejam entendidos. Um sermão expositivo pode ser definido como uma mensagem cuja estrutura e pensamento são desenvolvidos a partir de um texto bíblico, cobrindo todo o seu alcance, para explicar como os elementos e o contexto do texto revelam os princípios permanentes para o pensamento, a vida e a adoração fiéis pretendidos pelo Espírito, que inspirou o texto. O sermão expositivo usa os elementos e o contexto do texto para explicar o que a porção da Bíblia originalmente queria dizer e qual é sua importância pra nós hoje.

    Como pregadores expositivos, nosso objetivo final não é comunicar o valor das nossas opiniões, das filosofias de outras pessoas ou de meditações especulativas, mas mostrar como a Palavra de Deus revela sua vontade para aqueles unidos a ele por meio de seu Filho. As verdades de Deus proclamadas de forma que as pessoas possam ver que os conceitos derivam da Escritura e se aplicam à sua vida é aquilo em que o pregador expositivo deve concentrar seus esforços. Essa pregação coloca as pessoas em contato imediato com o poder da Palavra.

    A pregação expositiva apresenta a autoridade da Palavra

    A pregação, em sua essência, fala do eterno problema humano com relação à autoridade e ao sentido. Embora vivamos em época hostil à autoridade, a luta diária por sentido, segurança e aceitação leva cada pessoa a se perguntar: Quem tem o direito de me dizer o que fazer?. Essa pergunta comumente colocada como um desafio, é, de fato, um apelo por socorro. Sem uma autoridade suprema em defesa da verdade, toda luta humana não tem valor fundamental, e a própria vida torna-se fútil. Tendências modernas de pregação que negam a autoridade da Palavra8 em nome da sofisticação intelectual conduzem a um subjetivismo desesperador, em que as pessoas fazem o que é certo a seus próprios olhos – situação cuja futilidade a Escritura já anunciou claramente (Jz 21.25).

    A resposta ao relativismo radical de nossa cultura com as incertezas que o acompanham é a reivindicação bíblica de autoridade. Paulo elogia os crentes tessalonicenses porque aceitaram sua mensagem não como palavra de homens, e sim como, em verdade é, a Palavra de Deus, a qual, com efeito, está operando eficazmente em vós, os que credes (1Ts 2.13). A afirmação da Escritura e a premissa da pregação expositiva é que Deus falou. Há muito tempo, Agostinho simplesmente resumiu: Quando a Bíblia fala, Deus fala. Nossa tarefa é transmitir o que ele já confiou à Escritura para dar ao povo de Deus a verdade divina pra sua época.9 Tais esforços não são cega adesão a dogmas fundamentalistas, mas um compromisso com aquilo que a fé e a razão confirmam que é a única base de esperança humana – pois sem uma fonte de transcendência e certeza, todos os fundamentos da sociedade, da identidade e da sanidade desaparecem.

    Sem a autoridade da Palavra, a pregação torna-se uma infindável busca de assuntos, terapias e técnicas para granjear aplausos, provocar aceitação, defender uma causa ou aliviar preocupações. A razão humana, as agendas sociais, o consenso popular e as convicções morais pessoais transformam-se em fontes de pregação que carecem da convicção histórica de que o que a Escritura diz, Deus diz.10 As opiniões e emoções que formulam o conteúdo da pregação destituída da autoridade bíblica são as mesmas forças que podem negar sua validade em cultura diferente, em geração subsequente ou num coração rebelde. A pregação expositiva evita essa areia movediça ao prender o pregador no fundamento da Palavra de Deus.11

    Quando pregadores tratam a Bíblia como a própria Palavra de Deus, as questões acerca das coisas que temos o direito de dizer desaparecem. Deus pode dizer ao seu povo o que deve fazer e no que deve crer, e ele diz. A Escritura constrange os pregadores a se certificarem de que as outras pessoas entendam o que Deus diz. Não temos autoridade bíblica para dizer nada além disso. É certo que as nossas expressões são culturalmente condicionadas, mas a transcendência da verdade de Deus e os privilégios que a nossa natureza desfruta por trazer a imagem divina nos permitem receber e transmitir a Palavra.12

    Apenas pregadores comprometidos em proclamar o que Deus diz têm o imprimatur da Bíblia sobre sua pregação. Desse modo, a pregação expositiva se empenha em descobrir e propagar o significado preciso da Palavra. A Escritura exerce domínio sobre o que os expositores pregam, pois eles esclarecem o que ela diz. O significado da passagem é a mensagem do sermão. O texto governa o pregador. Pregadores expositivos não esperam que outros reverenciem suas opiniões. Tais ministros aderem às verdades da Escritura e esperam que seus ouvintes tenham o mesmo cuidado.

    A pregação expositiva apresenta a operação do Espírito

    As expectativas dos pregadores expositivos estão baseadas nas verdades da Bíblia. Se nenhuma soma de eloquência e oratória pode explicar a transformação espiritual, quem, unicamente, pode mudar corações? Os reformadores responderam: O Espírito Santo que, pela Palavra e com a Palavra, testifica em nosso coração.13 A Palavra de Deus é a espada do Espírito (Ef 6.17; cf. At 10.44; Ef 1.13). O meio extraordinário, porém regular, por cujo intermédio Deus transforma vidas é a participação conjunta de sua Palavra com o poder regenerativo e persuasivo do seu Espírito.14

    Quando anunciamos a Palavra, trazemos com ela a obra do Espírito Santo para produzir frutos na vida de outras pessoas. Nenhuma verdade confere maior incentivo à nossa pregação e nos dá mais motivos para esperar resultados dos nossos esforços. A obra do Espírito está inseparavelmente unida à pregação, como o calor está para a luz que a lâmpada emite. Ao apresentarmos a luz da Palavra de Deus, seu Espírito cumpre os propósitos divinos de aquecer, moldar e conformar corações à sua vontade.

    O Espírito Santo usa nossas palavras, mas é o trabalho dele, e não o nosso, que atinge os lugares ocultos da vontade humana. Paulo escreve que Deus resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós (2Co 4.6-7). A glória da pregação é que Deus realiza sua vontade por intermédio dela, mas somos sempre humilhados e ocasionalmente confortados pelo conhecimento de que ele age além das nossas limitações humanas. O nosso é somente o segundo sermão. O primeiro e o último são do Espírito, que deu sua Palavra e lhe dá vida no coração dos ouvintes. Pregadores fiéis de todas as gerações oram por aquilo que outrora era chamado de unção, a obra do Espírito Santo que acompanha sua Palavra com uma unção especial que se eleva acima dos pensamentos e talentos pessoais do pregador para derreter e moldar o coração dos ouvintes por meio da mensagem bíblica ungida com o poder transformador de Deus.15

    Essas verdades desafiam todos os pregadores a conduzir sua tarefa com um profundo senso de dependência do Espírito de Deus. Um verdadeiro ministério público segundo os propósitos de Deus requer devotada oração pessoal.16 Não devemos esperar que nossas palavras façam com que outras pessoas conheçam o poder do Espírito, se não desfrutamos ainda do encontro com ele. Pregadores fiéis rogam a Deus que opere e também oram por sua própria exatidão, integridade e habilidade em proclamar sua Palavra. O sucesso no púlpito pode ser a força que leva um pregador para longe de uma vida piedosa de dependência do Espírito.

    Elogios congregacionais em razão da excelência no púlpito podem levar à tentação de depositar demasiada confiança em talentos pessoais, habilidades adquiridas ou num método pessoal de pregação. A queda diante dessa tentação torna-se evidente não tanto por uma mudança na fé, mas por uma mudança na prática. A negligência em orar é indicativa de sérias deficiências no ministério, mesmo que outros sinais de sucesso não tenham diminuído. Devemos sempre lembrar que aplauso popular não é necessariamente o mesmo que eficiência espiritual.

    As dimensões espirituais da pregação expositiva desautorizam muito do que você pode ser tentado a crer a respeito deste livro, isto é, que se você aprender a falar muito bem pode ser um grande pregador. Não é verdade! Por favor, não deixe que as ênfases necessárias deste livro, comentários de outros ou desejos do seu próprio coração o desencaminhem. Grandes dons não o tornam necessariamente um grande pregador. A excelência técnica da mensagem pode repousar em suas habilidades, mas a eficácia espiritual da sua mensagem reside em Deus.

    A eficácia do testemunho

    A confiança na operação da Palavra e do Espírito de Deus não significa que você vive sem responsabilidade. O antigo pastor americano John Shaw certa vez pregou em um sermão de ordenação:

    É verdade, como se observa, que Deus pode trabalhar mediante qualquer meio: por meio de um pregador escandaloso, dominador, interesseiro; contudo, este não é o seu modo habitual de agir. Raposas e lobos não são instrumentos da natureza para gerar ovelhas. Quem já conheceu o grande bem feito às almas por um pastor senão aqueles que pregam e vivem no poder do amor, que laboram sob uma luz clara e convincente e são conduzidos por uma seriedade santa e viva? Você precisa de fogo para acender fogo.17

    Não é necessário conjeturar sobre a bondade de Deus. Conquanto o poder inerente na Palavra possa trabalhar apesar de nossas fraquezas, não há motivo para, intencionalmente, colocar obstáculos em seu caminho. Uma boa pregação, em certo sentido, envolve sair do caminho para que a Palavra possa fazer seu trabalho. Os comentários de Shaw lembram-nos de que sair do caminho geralmente significa pregar e viver de tal modo a tornar a Palavra clara e digna de crédito.

    Distinções clássicas

    O apóstolo Paulo ensina a eficácia inerente da Palavra, mas ele também relata sua determinação pessoal de não colocar obstáculos ao evangelho no caminho das pessoas (2Co 6.3). Embora certamente não sejam inspiradas, as clássicas distinções retóricas de Aristóteles podem nos auxiliar a entender os componentes básicos de toda mensagem que pregamos para não fazermos outras pessoas tropeçarem desnecessariamente naquilo que falamos ou no modo como falamos.

    Na retórica clássica, três elementos compõem toda mensagem persuasiva:

    Logos – o conteúdo verbal da mensagem, incluindo sua habilidade, organização e lógica.

    Pathos – os traços emotivos da mensagem, incluindo a paixão, o fervor e o sentimento que o orador transmite e os ouvintes experimentam.

    Ethos – o caráter percebido do orador, que os ouvintes avaliam examinando sua credibilidade e compaixão, como evidenciadas em tudo, desde a clareza estrutural até as ilustrações escolhidas e a coerência da vida com a mensagem. Mesmo se a mensagem revelar grande inteligência, os ouvintes tendem a não confiar no orador que não parece se importar suficientemente com eles para tornar a mensagem acessível e útil. A crença de Aristóteles (confirmada em incontáveis estudos modernos) era que o ethos é o elemento mais importante da persuasão.

    Os ouvintes avaliam automaticamente cada um desses elementos de persuasão no sermão para avaliar as verdades que o pregador apresenta.18 Essa percepção deve convencer os pregadores que desejam criar livre acesso à Palavra a se esforçarem seriamente para tornar cada aspecto de sua mensagem uma porta, não uma barreira. Por exemplo, pode ser difícil para homens em uma cultura popular de heróis impassivos, como Harrison Ford, Denzel Washington, Johnny Depp e Aragorn, expressarem emoção (pathos) quando pregam. No entanto, deixar de falar com a convicção apropriada ao tema – parecer ser indiferente ou imune à alegria da salvação ou à condição dos perdidos – realmente mina a Escritura.

    Expressões genuínas de emoção que correspondem à nossa personalidade são parte integrante do nosso testemunho da verdade da mensagem – afirmando que ela é tão verdadeira quanto impactante para nós. Falar sem a paixão ou dor apropriada, como se o evangelho não significasse nada para o pregador, é parecer negar sua importância para os ouvintes. Se sermões fossem apenas ensaios doutrinários, então Spock, de Star Trek, ou nossos computadores poderiam pregá-los bem melhor do que nós. Mas as realidades e as relações do nosso mundo exigem que envolvamos o coração e a mente, a vida e a lógica, a verdade e o amor na proclamação da Palavra de Deus.19

    Paulo reflete a importância de cada um desses componentes em sua primeira carta aos tessalonicenses (veja a Fig. 1.1). Embora seus termos não sejam os de Aristóteles, eles ecoam elementos das categorias clássicas do discurso e nos lembram que a lógica bem elaborada (embora seja importante) não comunica eficazmente o evangelho se expressões do coração e do caráter do pregador forem incoerentes com as verdades do evangelho.

    Paulo deixa claro que, conquanto o Espírito Santo molde o caminho do evangelho, os ouvintes avançam para uma confrontação com a Palavra através das portas que o pregador abre com a mensagem. Paulo cita, significativamente, sua própria vida como afetando a receptividade da mensagem, dando, assim, credencial bíblica à noção de que o ethos é uma força poderosa no processo ordinário da persuasão espiritual.

    FIGURA 1.1

    COMPONENTES DE UMA MENSAGEM DO EVANGELHO

    [...] o nosso evangelho não chegou até vós tão somente em palavra [logos], mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção [pathos], assim como sabeis ter sido o nosso procedimento [ethos] entre vós e por amor de vós (1Ts 1.5).

    Paulo cita sua conduta e sua compaixão não somente como evidências de sua profunda convicção, mas também como recursos integrantes do poder de sua mensagem. Embora este livro de método homilético necessariamente foque nos elementos logos e pathos da pregação, a própria ênfase da Bíblia nos lembra que o caráter pastoral continua sendo o fundamento do ministério.20 A glória terrena da pregação pode ser a eloquência, mas sua pulsação eterna é a fidelidade.

    A observação frequentemente citada de Phillips Brooks de que a pregação é verdade derramada por meio de personalidade reflete princípios bíblicos e o senso comum. Nossos pais ensinaram: Suas ações falam tão alto que não consigo ouvir o que você diz. Os jovens de hoje nos dizem: Não faça o discurso se você não anda no caminho. Cada máxima simplesmente reflete uma sabedoria mais elevada que exorta os líderes cristãos a viverem acima de tudo, por modo digno do evangelho (Fp 1.27). Nossa pregação deve refletir a singularidade da nossa personalidade, mas nossa vida deve refletir as prioridades de Cristo, para que sua mensagem se espalhe sem impedimento.

    Corroboração da Escritura

    Não há falta de registros nas Escrituras que confirmam a importância do ethos para a proclamação mais eficiente. Começando com as passagens preeminentes sobre teologia pastoral, com ênfase acrescentada, os textos a seguir ligam a qualidade da pregação à qualidade do caráter e da conduta do pregador:

    1Tessalonicenses 2.3-8,11-12

    "Pois a nossa exortação não procede de engano, nem de impureza, nem se baseia em dolo; pelo contrário, visto que fomos aprovados por Deus, a ponto de nos confiar ele o evangelho, assim falamos, não para que agrademos a homens e sim a Deus, que prova o nosso coração. A verdade é que nunca usamos de linguagem de bajulação, como sabeis, nem de intuitos gananciosos. Deus disto é testemunha. Também jamais andamos buscando glória de homens, nem de vós, nem de outros. Embora pudéssemos, como enviados de Cristo, exigir de vós a nossa manutenção, todavia, nos tornamos carinhosos entre vós, qual ama que acaricia os próprios filhos; assim, querendo-vos muito, estávamos prontos a oferecer-vos não somente o evangelho de Deus, mas, igualmente, a nossa própria vida; por isso que vos tornastes muito amados de nós. [...]

    E sabeis, ainda, de que maneira, como pai a seus filhos, a cada um de vós, exortamos, consolamos e admoestamos, para viverdes por modo digno de Deus, que vos chama para o seu reino e glória."

    2Timóteo 2.15-16,22-24

    "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. Evita, igualmente, os falatórios inúteis e profanos, pois os que deles usam passarão a impiedade ainda maior.

    Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor. E repele as questões insensatas e absurdas, pois sabes que só engendram contendas. Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e sim deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente."

    Tito 2.7-8

    "Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras. No ensino, mostra integridade, reverência, linguagem sadia e irrepreensível, para que o adversário seja envergonhado [...]."

    2Coríntios 6.3-4

    "[...] não dando nós nenhum motivo de escândalo em coisa alguma, para que o ministério não seja censurado. Pelo contrário, em tudo recomendando-nos a nós mesmos como ministros de Deus. [...]"

    Tiago 1.26-27

    "Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã. A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo."

    Tiago 3.13

    "Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras."

    Implicações do ethos

    Preserve seu caráter

    A

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1