Farmacologia Humana Da Oasca - Chá Preparado de Plantas
Farmacologia Humana Da Oasca - Chá Preparado de Plantas
Farmacologia Humana Da Oasca - Chá Preparado de Plantas
DA PREPARADO DE PLANTAS
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ALUCINÓGENAS USADO EM CONTEXTO RITUAL NO BRASIL
O Chá Hoasca é obtido a partir da mistura de duas plantas alucinógenas que, sob
diversos nomes, é largamente utilizada por populações indígenas e mestiças na região da
bacia do alto Amazonas. No Brasil, onde a mistura é conhecida como Hoasca, ou Santo
Daime, o uso ritualístico deste chá alucinógeno tem sido um instrumento para diversos
movimentos de sincretismo religioso, entre os quais destacam-se o culto ao Santo Daime e
um outro grande grupo, conhecido como União do Vegetal (UDV).
De forma interessante, estes grupos religiosos, apesar de sua origem cabocla no
interior da selva amazônica, hoje encontram-se espalhados em praticamente todas as
capitais do país e seus adeptos abrangem desde pessoas humildes, iletradas nas regiões de
sua origem, até representantes da classe média urbana, pessoas altamente intelectualizadas,
profissionais liberais como médicos, advogados, pesquisadores e professores universitários
nos grupos localizados nas áreas urbanas. Estes membros participantes bebem a Hoasca em
rituais em grupo em intervalos regulares que se assemelham a serviços religiosos
convencionais. Alguns membros antigos participam há 30 anos ou mais sem danos
aparentes à saúde.
O Chá Hoasca é a única preparação botânica, no que diz respeito à atividade
farmacológica, dependente de uma interação sinérgica entre os alcalóides ativos existentes
nas plantas. Um dos componentes, a Banisteriopsis caapi, contém alcalóides de Beta-
carbolina, que são potentes inibidores MAO-A; o outro componente, as folhas da Psychotria
viridis ou espécies correlatas, contém um potente alucinógeno de ação rápida, o N, N-
dimetiltriptamina (DMT). O DMT não é ativo quando ingerido oralmente, mas pode se
apresentar oralmente ativo quando na presença do inibidor periférico da MAO - e esta
interação é a base da ação alucinógena do chá Hoasca. Assim, propõe-se uma investigação
dos efeitos agudos e prolongados causados pelo uso deste chá nos membros pertencentes
ao grupo da União do Vegetal (UDV).
Objetivos Específicos
1 - Classificação taxonômica e avaliação fitoquímica das plantas utilizadas na
preparação do Chá Hoasca.
2 - Avaliação quantitativa das substâncias psicoativas no Chá Hoasca e seus
metabolismos no plasma.
3 - Avaliação das alterações neuro-endócrinas dos efeitos agudos pós ingestão do
Chá Hoasca.
4 - Avaliação dos efeitos psicológicos e fisiológicos agudos e a longo prazo da Hoasca
em seres humanos.
5 - Avaliação dos efeitos clínicos de uso a longo prazo do Chá Hoasca em Humanos.
6 - Avaliação das funções serotoninérgicas em usuários regulares do Chá por dez ou
mais anos.
7 - Ensaios de neurotoxicidade aguda e DL50 em animais.
1
Texto Extraído e adaptado da Primeira Versão do Protocolo de Pesquisa redigido por McKenna, D.J., Grob
C.S., Brito G.S., Callaway J.C. Human Pharmacology of Hoasca - Research Protocol - unpublished 1992.
2
Médico Sanitarista, Epidemiologista da S.E.S. de São Paulo, Consultor da Organização Mundial da Saúde,
Diretor Médico-Científico do C.E.B. União do Vegetal.
Conceito e Significado Atual
Os alucinógenos, ou substâncias psicodélicas, são uma classe de agentes
psicofarmacológicos capazes de causar profundas mudanças no pensamento, no humor, na
emoção e na percepção. Os estados experienciais produzidos pela ingestão de substâncias
alucinógenas carregam alguma semelhança com sonhos, com estados meditativos da mente
e também com estados psicóticos, embora não possam ser identificados ou igualados com
nenhum destes estados (Hollister 1984).
Quimicamente, os alucinógenos dividem-se primariamente em duas classes:
derivados de feniletilamina e derivados do indol (Shulgin 1982). O protótipo alucinógeno
feniletilamina é a mescalina enquanto os indols são representados pelo LSD (ácido lisérgico
da dietilamida), psiloscibina e N, N-dimetiltriptamina (DMT). Todos esses exemplos, exceto
LSD, são componentes encontrados em forma natural, e todos têm servido de base para o
desenvolvimento de inúmeros análogos sintéticos ou semi-sintéticos.
Várias plantas e fungos onde estes componentes são encontrados têm sido utilizado
como drogas recreativas e complemento para práticas religiosas nas sociedades ocidentais
antigas e contemporâneas e nas sociedades aborígenes (Schultes & Hofmann 1980); o uso
do peyote na Igreja Nativa Americana representa um exemplo bem conhecido (La Barr
1964).
O mecanismo farmacológico dos alucinógenos ainda não é totalmente compreendido,
apesar de ser o foco de intensos estudos há mais de 40 anos. Alucinógenos como o LSD são
conhecidos por interagirem com a serotonina, neurotransmissor da indolamina (5-TH) (Heym
& Jacobs 1987). Estudos radiográficos invitro têm obtido sucesso localizando populações
receptoras de serotonina que apresentam alta afinidade pelo LSD e outros alucinógenos
(McKenna et al. 1987a, 1987b, 1989).
Além disso, estudos de pontes radioligantes e experiências funcionais usando
cérebros homogeneizados evidenciam a função dos alucinógenos como agonistas 5-HT2 e
possivelmente aos receptores 5-HT1a (McKenna & Peroutka, 1989: McKenna. et al.. 1990;
Glennon, et al.. 1984; Johnson et al.. 1990; Pierce & Peroutka 1989). Estudos em modelos
animais acrescentam evidências de que as ações comportamentais, psicológicas e fisiológicas
dos alucinógenos são transmitidos via mecanismos serotoninérgicos.
O paradigma de discriminação da droga, no qual um animal é treinado para
manifestar um paradigma de discriminação da droga, no qual um animal é treinado para
manifestar um comportamento especializado em resposta ao LSD ou a um agente similar,
tem sido usado extensivamente para caracterizar as especificações e as relações
estrutura/atividade dos análogos do alucinógeno em cada uma das principais classes
estruturais (Glennon 1983).
Estes estudos também demonstram que a resposta comportamental para
alucinógenos é bloqueada ou fortemente atenuada por um pré-tratamento com antagonistas
5-HT2 como a Ketanserina (Winter e Rabin 1988; Arnt 1989). Outros estudos em animais
demonstram que a exposição crônica ou aguda a alucinógenos resulta em uma baixa-
regulação seletiva dos receptores do 5-HT2, um fenômeno que pode ser relacionado ao
desenvolvimento da rápida tolerância a esses agentes (McKenna 1989; Buckholtz 1985).
Enquanto o uso ílicito dos alucinógenos sofrem um declínio desde o apogeu de sua
popularidade nos anos 60, estes agentes continuam a ser usados excessivamente por uma
significante parcela da população, particularmente na faixa de 18 a 25 anos (NIDA 1987;
Jones e Battjes, s/d). Recentemente, o LSD e outros alucinógenos começaram a ser usados
novamente entre os grupos de adolescentes (Pope 1990) e o uso de plantas alucinógenas,
incluindo a ayahuasca nos rituais de cerimônias depois que o xamanismo americano nativo
tornou-se popular em alguns grupos new age (Krajick, 1992). Desde a proibição por lei dos
alucinógenos em meados dos anos 60, as investigações clínicas usando objeto humano
cessaram virtualmente.
Exceção a isto é a investigação clínica dos efeitos psicológicos e neuro-
endocrinológicos da DMT (N,N-dimetiltriptamina) que foram experimentados em pessoas e
foi recentemente concluída pelo Dr. Rick Strassman na Universidade do Novo México (NIDA
grant # DA06524-02; Strassman & Qualis, editado em 1992). Entretanto, questões
significativas relacionadas às possíveis reações adversas ao uso agudo ou prolongado não
estão incluídas no conteúdo do estudo de Strassman e até o momento permanecem sem
resposta.
O presente estudo enfoca uma oportunidade única de investigar algumas dessas
questões em um grupo de pessoas que utilizam um alucinógeno derivado de planta dentro
de um contexto ritualístico controlado. O alucinógeno em questão é a Hoasca, Vegetal ou
simplesmente "o Chá", e o grupo referente é um movimento sincrético brasileiro conhecido
como União do Vegetal (UDV).
A UDV é o maior dos diversos movimentos sincréticos religiosos que conquistaram
certa evidência na sociedade brasileira ao longo das últimas duas décadas. O fator que
distingue a UDV dos outros movimentos é a adoção de um alucinógeno aborígene
amazônico, conhecido como ayahuasca ou yagé, como um sacramento. O ritual onde o chá
Hoasca é ingerido dentro do grupo e as experiências que dele resultam são a fonte das
experiências religiosas para cada indivíduo do culto. Os aspectos botânicos, químicos e
farmacológicos da Hoasca, e seu uso dentro do contexto religioso, serão discutidos nos
tópicos que se seguem.
Metodologia do Estudo
As investigações experimentais apresentadas no presente protocolo são em parte
semelhantes ao estudo clínico prévio conduzido por Strassman & Qualls (1992, in press), no
qual a DMT sintética foi administrada por via endovenosa (I. V.) a indivíduos experientes em
condições controladas. O agente alucinógeno ativo sob investigação, neste estudo proposto,
é também a DMT.
Entretanto, o presente estudo diferencia do estudo conduzido por Strassman & Qualls
em vários aspectos importantes. O enfoque este estudo é uma preparação botânica, uma
infusão aquosa preparada a partir de plantas que contêm ambas, DMT e Beta-Carbolinas. O
componente alucinogicamente ativo é a DMT, não administrada parenteralmente; ou melhor,
o chá Hoasca exibe uma farmacologia única, na qual a atividade oral da DMT, conforme
vimos, é catalizada por uma inibição periférica da MAO resultante da ação das beta-
carbolinas, pois ambas estão presentes na mistura.
Esta combinação resulta num perfil clínico-farmacocinético que difere marcadamente
daquele observado após a administração parenteral da DMT. Ao invés de um efeito intenso e
transitório de intoxicação que se inicia imediatamente e dura de alguns dez ou até trinta
minutos, a DMT oral potencializada pelas beta-carbolinas resulta num "bem-controlado"
estado alucinógeno que se desenvolve em até uma hora e dura aproximadamente de quatro
a seis horas. Sem dúvida, a vira oral de administração, bem como os efeitos sobre os
metabolismos da indolaminas que poderia resultar do bloqueio da MAO, permite as
alterações da meia vida no plasma, e o perfil de excreção metabólica da DMT e seus
metabólicos.
Nenhum destes parâmetros foi até o momento estudado em seres humanos nestas
condições.
Os dados obtidos neste estudo proposto complementarão e ampliarão os já
encontrados por Strassman & Qualls sobre a farmacologia da DMT administrada
parenteralmente.
Um fator significante que configura este estudo diferente de estudos clínicos
convencionais é o fato de se tratar de uma preparação botânica, melhor que uma
combinação sintética da DMT e beta-carbolinas, como o foco de investigação. Assim sendo,
por não se tratar de administração de compostos puros, o presente estudo não é,
estritamente falando, uma condição clínica controlada. O chá Hoasca, e não a combinação
sintética de DMT e beta-carbolinas, é a forma pela qual as substâncias são ingeridas pelas
pessoas nas circunstâncias comuns.
Existe precedentes bem estabelecidos para este tipo de abordagem, particularmente
para drogas que são usadas comumente na forma botânica como café, tabaco e maconha. O
perfil farmacológico com uma forma botânica da droga pode diferir significantemente do(s)
seu(s) principal(is) constituinte(s) ativo(s), e esta forma botânica é a maneira predominante
pela qual estas substâncias são realmente utilizadas.
Uma preocupação que merece consideração é o fato de que as doses das
preparações botânicas a serem administradas no teste em voluntários (membros da UDV,
que consomem regularmente em seus rituais religiosos) podem ser de difícil titulação em
termos de seus constituintes ativos. Com o objetivo de solucionar este problema, será
conduzida uma análise fitoquímica quantitativa em amostras do chá Hoasca que será
utilizado nos testes do estudo.
As amostras serão analisadas usando-se HPLC quantitativa e o conteúdo de
alcalóides ativos, DMT, Harmina, tetrahidroharmina e harmalina serão determinadas e
expressa em termos de mg/100mL. Assim, será possível conhecer as quantidades e os tipos
de alcalóides presentes numa dose típica do chá Hoasca, e o problema da titulação estará
prontamente solucionado.
Os objetivos experimentais deste projeto enfocarão a obtenção de um perfil basal de
dados relacionados aos efeitos agudos e a longo prazo do chá Hoasca em usuários
experientes. Os dados psicológicos serão obtidos através de entrevistas e questionários; os
parâmetros fisiológicos serão medidos usando-se métodos padronizados como medidas de
freqüência cardíaca, pressão arterial e análise sorológicas. Um perfil basal das avaliações
fisiológicas e psicológicas serão realizadas com usuários experientes antes da ingestão do
chá Hoasca.
As mensurações fisiológicas serão então repetidas durante e após a ingestão do chá
Hoasca; estes dados serão comparados como os dados basais sem a ingestão da Hoasca. É
possível que efeitos bioquímicos a longo prazo possam ser avaliados nas amostras de
plaquetas e plasma obtidos de usuários experientes com ingestão regular por longos
períodos do chá Hoasca; um quadro comparativo de parâmetros será estabelecido em grupo
controle estabelecido por parâmetro de idade, sexo, tabagismo, alcoolismo e dieta em
indivíduos que não fazem uso do chá Hoasca.
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