Artigo de Opinião

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Artigo de opinio: texto jornalstico que caracteriza-se por expor claramente a opinio do seu autor.

Tambm chamado de matria assinada ou coluna (quando substitui uma seo fixa do jornal). As CARACTERSTICAS do artigo de opinio so: Contm um ttulo polmico ou provocador. Expe uma idia ou ponto de vista sobre determinado assunto. Apresenta trs partes: exposio, interpretao e opinio. Utiliza verbos predominantemente no presente. Utiliza linguagem objetiva (3 pessoa) ou subjetiva (1 pessoa). PROCEDIMENTOS ARGUMENTATIVOS DE UM ARTIGO DE OPINIO:

Relaes de causa e consequncia. Comparaes entre pocas e lugares. Retrocesso por meio da narrao de um fato. Antecipao de uma possvel crtica do leitor, construindo antecipadamente os contra-argumentos. Estabelecimento de interlocuo com o leitor. Produo de afirmaes radicais, de efeito.

EXEMPLO DE ARTIGO DE OPINIO: BALEIAS NO ME EMOCIONAM, DE LYA LUFT.


Hoje quero falar de gente e bichos. De notcias que freqentemente aparecem sobre baleias encalhadas e pinguins perdidos em alguma praia. No sei se me aborrece ou me inquieta ver tantas pessoas acorrendo, torcendo, chorando, porque uma baleia morre encalhada. Mas certamente no me emociona. Sei que no vo me achar muito simptica, mas eu no sou sempre simptica. Alis, se no gosto de grosseria nem de vulgaridade, tambm desconfio dos eternos bonzinhos, dos politicamente corretos, dos sempre sorridentes ou gentis. Prefiro o olho no olho, a clareza e a sinceridade desde que no machuque s pelo prazer de magoar ou por ressentimento. No gosto de ver bicho sofrendo: sempre curti animais, fui criada com eles. Na casa onde nasci e cresci, tive at uma coruja, chamada, sabe Deus por qu, Sebastio. Era branca, enorme, com aqueles olhos que reviravam. Fugiu da gaiola especialmente construda para ela, quase do tamanho de um pequeno quarto, e por muitos dias eu a procurei no topo das rvores, doda de saudade. Na ilha improvvel que havia no mnimo lago do jardim que se estendia atrs da casa, viveu a certa altura da minha infncia um casal de veadinhos, dos quais um tambm fugiu. O outro morreu pouco depois. Segundo o jardineiro, morreu de saudade do fujo minha primeira viso infantil de um amor romeu-e-julieta. Tive uma gata chamada Adelaide, nome da personagem sofredora de uma novela de rdio que fazia suspirar minha av, e que meu irmo pequeno matou (a gata), nunca entendi como uma das primeiras tragdias de que tive conhecimento. De modo que animais fazem parte de minha histria, com muitas aventuras, divertimento e alguma tristeza. Mas voltemos s baleias encalhadas: pessoas torcem as mos, chegam mquinas variadas para iar os bichos, aplicam-se lenis molhados, abrem-se manchetes em jornais e as televises mostram tudo em horrio nobre. O pblico, presente ou em casa, acompanha como se fosse algum da famlia e, quando o fim chega, lamentado quase com psames e orao. Confesso que no consigo me comover da mesma forma: pouca sensibilidade, uma alma de gelos nrdicos, quem sabe? Mesmo os que no me apreciam, no creiam nisso. No que eu ache que sofrimento de animal no valha a pena, a solidariedade, o dinheiro. Mas eu preferia que tudo isso fosse gasto com eles depois de no haver mais crianas enfiando a cara no vidro de meu carro para pedir trocados, adultos famintos dormindo em bancos de praa, famlias morando embaixo de pontes ou adolescentes morrendo drogados nas caladas. Tenho certeza de que um mendigo morto na beira da praia causaria menos comoo do que uma baleia. Nenhum Greenpeace defensor de seres humanos se moveria. Nenhuma manchete seria estampada. Uma ambulncia talvez levasse horas para chegar, o corpo coberto por um jornal, quem sabe uma vela acesa. Curiosidade, rostos virados, um sentimentozinho de culpa, possivelmente irritao: cad as autoridades, ningum toma providncia? Diante de um morto

humano, ou de um candidato a morto na calada, a gente se protege com uma armadura. De modo que (perdo) vejo sem entusiasmo as campanhas em favor dos animais pelo menos enquanto se deletarem to facilmente homens e mulheres.

(Revista Veja, abril de 2005.)

ARTIGO DE OPINIO
O QUE UM ARTIGO? Artigo, segundo a Associao Brasileira de Normas Tcnicas ( 1994, p.1 ), um texto com autoria declarada, que apresenta e discute idias, mtodos, processos, tcnicas e resultados nas diversas reas do conhecimento . Os artigos contm comentrios, anlises, crticas, contrapontos, e s vezes ironia e humor. H artigos tanto na mdia impressa ( jornais, revistas ) quanto em rdioe televiso ( nesse caso, so lidos no ar pelo articulista ). Como o nome diz, Artigo de Opinio aquele que exprime a opinio do autor. Caractersticas: * Texto argumentativo. Argumentao uma forte caracterstica do artigo de opinio, em que o autor tenta a todo tempo convencer, persuadir o leitor acerca de sua opinio, sua posio. No h como ficar neutro em um Artigo de Opinio. * Exprime a opinio, o posicionamento do autor sobre determinado assunto. * uma redao geralmente curta cujo tamanho quem determinar ser o autor. Para fins didticos, escolares, cerca de 15 a 30 linhas. * Normalmente feito em 1 pessoa, mas tambm pode aparecer em 3 pessoa. * O artigo de opinio assinado. Observao: Em exames vestibulares e concursos, no se assinada para no haver identificao do candidato. * As ideias defendidas no artigo de opinio so de total responsabilidade do autor, e, por este motivo, ele deve ter cuidado com a veracidade dos elementos apresentados.

Estrutura: * Ttulo. * Assinatura.

* Introduo. * Desenvolvimento. * Concluso.

Procedimento: Escolher o tema, levantar todos os aspectos sobre o assunto, prs, contras, estatsticas, colher diferentes opinies, diferentes pontos de vista, buscar informaes em publicaes. Definir sua opinio sobre o assunto e para qual lado ir pender, qual idia ir defender. Aspectos persuasivos so as oraes no imperativo ( seja, compre, ajude, favorea, exija etc.. ) e a utilizao de conjunes que agem como elementos articuladores ( e, mas, contudo, porm, entretanto, uma vez que, de forma que etc.. ) e do maior clareza s ideias. Lembre-se que o Artigo de Opinio tem o objetivo de contribuir para o enriquecimento cultural, assim, transmite conhecimento, novas leituras de mundo e exige conhecimento e cultura do autor. Quem l um artigo, quer aprender mais. Aps o trmino do Artigo, sempre importante fazer a releitura.

Para uma boa redao: Coeso, Coerncia, Clareza e Conciso.


TTULO Aps escolher o tema ( atual, polmico, de interesse coletivo, discutido na sociedade, que exige posicionamento, opinio formada ) crie um ttulo que desperte interesse e curiosidade do leitor. Coloque-o na parte central superior da folha. ASSINATURA Coloque seu nome completo aps o ttulo na parte direita da folha. INTRODUO Primeiro pargrafo do texto. Exposio do assunto a ser tratado. Na introduo, no vale ainda opinar, mas apenas situar o leitor no assunto. A introduo no pode ter um pargrafo muito grande, ser retomada no desenvolvimento e concluso.

DESENVOLVIMENTO No desenvolvimento, voc vai poder misturar suas opinies com os dados que voc recolheu sobre o assunto, vai argumentar, expor seu ponto de vista, tentar convencer,

sempre com o foco no pblico alvo, pensando em quem vai ler. Voc pode citar o que j disseram, apresentar estatsticas, se tiver mais espao e mais tempo para fazer. Caso no tenha, use o que voc leu e d uma cara prpria ao texto. A parte do desenvolvimento tambm pede seu raciocnio crtico. Nunca use a emoo para escrever, sempre seja centrado, no se exalte. A emoo pode comprometer a seriedade que a opinio deseja. No desenvolvimento haver retomada do ttulo e introduo, de modo a argumentar, ou dar suporte argumentao. O desenvolvimento pode ter vrios pargrafos, para fins didticos, de um a trs.

CONCLUSO A concluso feita em um nico pargrafo, com dicas suas para que algo possa melhorar, apresentao de solues curtas ou para que seja evitado o que aconteceu, pode manifestar seus temores e seu otimismo. uma nota para o futuro, ainda que, com pessimismo, dependendo do seu humor, mas nunca se exalte, otimista ou pessimista. Na concluso haver retomada do ttulo, introduo e desenvolvimento, de modo a concluir, confirmando a ideia principal.

VEJA O EXEMPLO ABAIXO:

Desordem e progresso Fulano de Tal condenvel a atitude que grande parte da sociedade desempenha no que diz respeito preservao do meio ambiente. Apesar dos inmeros desastres ecolgicos que ocorrem com demasiada freqncia, a populao continua cega e o pior que essa cegueira por opo. No sou especialista no assunto, mas no preciso que o seja para perceber que o Planeta no anda bem. Tsunamis, terremotos, derretimento de geleiras, entre outros fenmenos, assustam a populao terrestre, principalmente nos pases desenvolvidos maiores poluidores do Planeta seria isso mera coincidncia? Ou talvez a mais clara resposta da natureza contra o descaso com o futuro da Terra? Acredito na segunda opo. Enquanto o homem imbudo de ganncia se empenha numa busca frentica pelo progresso, o tempo passa e a situao adquire propores alarmantes. Onde est o tal desenvolvimento sustentvel que ou era primordial? Sabemos que o progresso inevitvel e indispensvel para que uma sociedade se desenvolva e atinja o estgio clmax de suas potencialidades, mas vale a pena conquistar esse progresso s custas da destruio da fauna, da flora, da qualidade de vida que a natureza nos proporciona? No podemos continuar cegos diante dessa realidade. Somos seres racionais em pleno exerccio de nossas faculdades, no temos o direito de nos destruirmos em troca

de cdulas com valores monetrios que ironicamente estampam espcies animais em seus versos. Progresso e natureza podem, sim, coexistir, mas para isso, preciso que ns populao terrestre nos conscientizemos de nossa responsabilidade sobre o lugar que habitamos e ponhamos em prtica o que na teoria parece funcionar.

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