Introdução Telefonia Celular

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INTRODUO S COMUNICAES MVEIS

Dayani Adionel Guimares


OUTRAS APOSTILAS EM:
www.projetoderedes.com.br

Resumo
Este tutorial aborda conceitos bsicos relacionados s
comunicaes mveis. Os fundamentos relacionados
transmisso de informao nos canais de rdio mveis
via satlite e terrestre, os fenmenos observados nesses
canais e os mtodos para viabilizao da comunicao
nesses ambientes so descritos. Vrias tcnicas de acesso
em sistemas de comunicao mvel so tambm
apresentadas. So apresentadas ainda as principais
caractersticas de alguns dos sistemas de comunicao
mvel existentes e emergentes em todo o mundo.

Abstract
This tutorial presents basic concepts related to mobile
communications. It is concerned with the fundamentals of
the transmission of information over satellite and
terrestrial mobile radio channels, with the observed
phenomena in these channels and with the methods for
turning the communication feasible in these environments.
Several access techniques for mobile communication
systems are also presented. The work also presents the
main characteristics of some todays and emerging mobile
communication systems around the world.

I. INTRODUO
Vivemos uma poca na qual percebido um avano
tecnolgico mpar nas telecomunicaes. So inmeros os
diferentes sistemas existentes e a cada dia parece nos ser
apresentado um novo. Mas qual a tecnologia adequada?
perguntam, confusos, os profissionais de telecomunicaes.
Cada fabricante defende de forma ferrenha sua idia e ainda
diz que a do concorrente a menos indicada, embora, muitas
vezes, seja a adequada. Se no se conhece a tecnologia,
corre-se o risco de deix-la ditar as decises importantes nas
organizaes, decises estas muitas vezes regadas de um
modismo inerente a um lanamento tecnolgico de impacto.
importante conhecer a tecnologia para bem poder utilizla. Conhecendo-a e tomando as aes em funo do
mercado, as organizaes deixam de simplesmente
empurrar essa ou aquela tecnologia para o cliente. A ele
deve ser oferecido aquilo que lhe necessrio, que realmente
se adeqe s suas necessidades.

No bastasse essa demanda por conhecimento da tecnologia,


o profissional, especialmente o profissional de
telecomunicaes, precisa se adequar nova equao do
mercado: .2.3 = P + L, que significa que metade das
pessoas chave nas organizaes vm sendo pagas duas vezes
mais que antes, tendo que produzir trs vezes mais e ainda
manter (ou at superar) a produtividade e o lucro anteriores
[2]. Para atender a esses requisitos preciso acesso
informao e a capacitao para utiliz-la. De um lado as
organizaes precisam se antecipar s necessidades dos
clientes, estar prximo deles. De outro preciso velocidade
na tomada das decises internas. E nesse cenrio que
surgem as comunicaes mveis. A cada dia h maior
necessidade dos profissionais se deslocarem para fora de
seus escritrios, para perto do cliente e da tecnologia e
apresentarem um desempenho no mnimo igual quele que
seria alcanado se estivessem dentro da organizao. As
informaes precisam ser consultadas e atualizadas quase
que em tempo real, sejam estas informaes de carter
tecnolgico ou relacionadas ao cliente. A variedade de
servios oferecidos a cada dia pelos sistemas de
comunicao mvel o reflexo de toda essa necessidade de
acesso e utilizao da informao como fator determinante
do sucesso das organizaes.
Em 1947 a AT&T Bell Laboratories introduziu o conceito de
telefonia celular com um sistema de comunicao mvel que
utilizava modulao AM. O baixo desempenho desse
sistema levou a AT&T Bell Laboratories, em 1962, a
implementar um sistema com modulao em FM na faixa de
VHF e com canais de 30KHz. Esse sistema teve sua primeira
utilizao comercial em 1979, tendo o nome de sistema
AMPS (Advanced Mobile Phone System). Hoje, atravs da
elaborao de normas mundiais, tem-se buscado
constantemente a interoperabilidade dos sistemas de
comunicao mvel e a possibilidade de comunicao global
que permita a transmisso de voz, dados e aplicaes
multimdia.. Devido principalmente possibilidade de
implementao de novos servios e tambm pela segurana
na comunicao, os sistemas digitais tm se mostrado, cada
vez mais, candidatos a serem a base definitiva dos futuros
sistemas, principalmente com o avano da micro-eletrnica e
com o desenvolvimento das ferramentas de software.
Esse tutorial apresenta-se organizado da seguinte forma: a
seo II aborda os principais fundamentos tericos
necessrios ao entendimento dos sistemas de comunicao
mvel. A seo III dedicada s tcnicas que permitem a um
nmero elevado de usurios o compartilhamento dos
recursos desses sistemas. Na seo IV so ento
1

resumidamente descritos alguns dos principais sistemas de


comunicao mvel e os padres por eles atendidos.
Com sua modesta abrangncia, este trabalho pretende servir
como motivao ao leitor para a busca de novos
conhecimentos no campo das comunicaes mveis. No
houve a pretenso de esgotar aqui o assunto, que seja de
maneira resumida, mas sim de fornecer ao leitor um texto
condensado reunindo conceitos fundamentais e essenciais ao
entendimento de publicaes e norma relacionadas,
abordando ainda as principais caractersticas de alguns dos
sistemas de comunicao mvel atuais e emergentes.

II. A COMUNICAO MVEL CONCEITOS


FUNDAMENTAIS
II.1. CARACTERIZAO DO CANAL DE
COMUNICAO
Pode-se definir como comunicao mvel aquela onde existe
a possibilidade de movimento relativo entre partes ou as
partes sistmicas envolvidas. Como exemplo tem-se a
comunicao entre aeronaves, entre aeronaves e uma base
terrena, entre veculos, a telefonia celular, a computao
mvel, algumas classes de sistemas de telemetria, etc.. Uma
comunicao fixa (por exemplo um link de microondas entre
uma estao rdio base e uma central de comutao e
controle de um sistema de telefonia celular) no caracteriza
uma comunicao mvel, mas pode fazer parte de um
sistema de comunicao mvel. Vrios exemplos dessa
natureza podem ser encontrados na prtica.
Os canais associados a sistemas de comunicao mvel
podem ser agrupados em dois tipos: um pode ser chamado
de canal via satlite e o outro de canal terrestre.
O canal de comunicao via satlite um canal AWGN
(Additive White Gaussian Noise) onde predominam fortes
atenuaes e muitas vezes grandes atrasos de propagao do
sinal. O termo AWGN utilizado em modelamentos
matemticos para caracterizar aqueles canais onde o tipo de
rudo responsvel por degradar a comunicao um rudo
branco adicionado ao sinal. Este tipo de rudo um dos mais
bem comportados e a teoria acerca do desenvolvimento de
receptores timos1 para utilizao em canais AWGN j se
tornou clssica [8]. O rudo branco um sinal aleatrio e tem
um modelamento matemtico que o considera como
possuindo largura de faixa infinita, mdia nula e correlao
nula entre suas amplitudes tomadas a instantes de tempo
distintos, ou seja, o valor da amplitude do rudo em um
determinado instante independe daquele observado em outro
instante de tempo qualquer. O termo gaussiano se deve ao
fato desse tipo de rudo possuir uma funo densidade de
probabilidade gaussiana com mdia nula, com desvio padro
igual sua tenso rms (root-mean-square) e varincia igual
potncia dissipada em um resistor de 1. [11].
1

Um receptor dito timo sob algum critrio de optimalidade, por


exemplo, mxima relao sinal rudo, mnima probabilidade de erro de
deciso (para sistemas de comunicao digital), etc..

H trs categorias nas quais se encaixam todos os sistemas


de comunicao mvel via satlite. A primeira se refere aos
satlites de rbita geossncrona (GEO Geostationary Earth
Orbit). Esses satlites parecem estar parados para um
observador na terra. Os satlites de rbita mdia (MEO Medium Earth Orbit) e os de rbita baixa (LEO - Low Earth
Orbit) esto mais prximos da superfcie da terra e para que
se mantenham nessa rbita necessitam viajar a uma
velocidade superior de rotao da terra, no possuindo,
portanto, cobertura fixa. A distncia dos vrios satlites
terra, a porcentagem da superfcie da terra vista por cada
um (footprint), a largura de faixa de operao e o atraso de
propagao (somente subida ou descida) tpicos podem ser
visualizados na Tabela 1 [2].

Tipo

Altitude

Footprint

Banda (GHz)

Atraso

GEO

~35781Km

34%

20 a 30 (Ka)
11 a 17 (Ku)
4 a 8 (C)

0.25s

MEO

13000Km a
10000Km

~24%

1 a 3 (L)

0.09s a
0.07s

LEO

1390Km a
755Km

5% a 2.5%

20 a 30 (Ka)
1 a 3 (L)
0.8

0.01s a
0.005s

Tabela 1 Caractersticas das rbitas para satlites

O canal de comunicao terrestre tem como caractersticas


principais a propagao por multipercursos e o efeito
Doppler. O sinal recebido pelo terminal mvel composto
pela soma (vetorial) dos vrios sinais oriundos de diferentes
caminhos entre o transmissor e o receptor. Esses
multipercursos so formados pela reflexo e/ou difrao e/ou
espalhamento do sinal transmitido em estruturas prximas ao
receptor, tais como edifcios, rvores, postes, morros, etc.. A
soma vetorial dos vrios sinais dos multipercursos pode
resultar em uma interferncia construtiva ou destrutiva no
sinal recebido. Com o movimento, as estruturas em torno do
receptor vo se modificando e, por conseqncia, as
interferncias passam constantemente da situao construtiva
para a destrutiva, fazendo com que a intensidade do sinal
recebido varie rapidamente. Quanto maior a velocidade de
movimentao, mais rpidas sero as variaes no sinal
recebido. Esse fenmeno de alterao na intensidade do sinal
recebido denominado desvanecimento por multipercursos.
O efeito Doppler a percepo de uma freqncia diferente
daquela que est sendo transmitida por uma determinada
fonte. Esse efeito acontece devido ao movimento relativo
entre a fonte e o receptor. Quanto maior a velocidade de
deslocamento do receptor em relao direo de
propagao da onda de rdio, maior o desvio de freqncia
percebido. Pode-se deduzir o valor do desvio Doppler em
funo da velocidade de movimento atravs de uma
abordagem relativstica [19] ou por simples geometria [14].
Ambos os resultados levam expresso:

fD =

v
cos

(1)

onde fD o desvio Doppler, v a velocidade do mvel e


o ngulo entre a direo do movimento e a direo de
propagao da onda eletromagntica.
Em uma situao real, como o sinal recebido por vrias
direes e como as caractersticas das estruturas variam
conforme a posio do terminal mvel, cada um dos sinais
dos multipercursos sofrer diferentes desvios Doppler e
como resultado tem-se no mais um desvio, mas um espectro
Doppler. Esse espectro formado a partir da variao
aleatria da freqncia percebida em cada multipercurso,
conforme a variao das estruturas ao redor do receptor,
dando origem ao que denominado Rudo FM Aleatrio
(Random FM Noise), rudo esse que o responsvel pela
existncia de um patamar mnimo para a probabilidade de
erro de bit em vrios sistemas de comunicao mvel digital.
Esse patamar no pode ser reduzido mesmo com o aumento
da potncia de transmisso [19].
A resposta ao impulso de um canal de rdio mvel terrestre
pode ser descrita pela expresso (2) e visualizada atravs da
Figura 1.

Figura 1 Ilustrao da resposta ao impulso de um canal de rdio mvel


terrestre para vrios instantes de observao
L

h( t , ) = g l ( t , )( t l ( t ))

( 2)

l =1

Em (2) L o nmero de percursos causados pelo canal, l(t)


o atraso de propagao do l-simo percurso, no instante t e
gl uma varivel aleatria complexa de mdia nula, cuja
envoltria segue uma distribuio de Rayleigh [13]. A
funo densidade de probabilidade de Rayleigh tem o
aspecto ilustrado pela Figura 2 e normalmente caracteriza o
desvaneimento percebido em uma comunicao mvel onde
no h predominncia de visada direta entre a antena
transmissora e a receptora.. Esse desvanecimento indica que
existe uma maior probabilidade da amplitude da envoltria
do sinal recebido estar abaixo de um valor mdio, de acordo
com a interpretao da funo densidade de probabilidade de
Rayleigh da Figura 2.
Na Figura 1 pode-se observar dois efeitos: a variao
temporal do canal (ilustrada pelo eixo em t) e o
espalhamento temporal causado pela propagao por
multipercursos (eixo em ).

Figura 2 Ilustrao da funo densidade de probabilidade Rayleigh (de


Feher, 1995, p. 448)

Para se avaliar um sistema de comunicao digital em um


canal de rdio mvel terrestre, ou mesmo para que seja
projetado um outro sistema, faz-se necessria a utilizao de
parmetros que forneam o maior nmero de informaes
acerca das caractersticas e do comportamento do canal.
Uma breve sntese desses parmetros abordada a seguir
[5].
Quando um sinal transmitido em um canal de rdio mvel
terrestre, no receptor tem-se rplicas desse sinal oriundas de
vrios multipercursos. O resultado um espalhamento
temporal do sinal, espalhamento este que pode ser
quantificado (valor mdio, rms ou mximo) atravs do Perfil
de Intensidade de Potncia, mais conhecido como MIP
(Multipath Intensity Profile) e de onde se obtm o
Espalhamento por Atraso entre Multipercursos (Multipath
Delay Spread) ou simplesmente Espalhamento Temporal. O
MIP fornece o comportamento da energia recebida durante
um intervalo de tempo correspondente ao mximo
espalhamento do sinal recebido causado pelos
multipercursos do sinal transmitido.
Sempre que existe espalhamento temporal pode haver a
alterao de amplitude das vrias componentes do espectro
do sinal transmitido. Esta alterao poder ocorrer de
maneira uniforme em toda faixa de freqncias do sinal,
configurando o chamado Desvanecimento Plano, ou poder
afetar somente uma determinada faixa de freqncias,
configurando o que conhecido como Desvanecimento
Seletivo ou Canal Seletivo em Freqncia. A possibilidade
de ocorrncia de desvanecimento plano ou seletivo pode ser
determinada pela Largura de Faixa de Coerncia do canal.
Este parmetro fornece uma medida estatstica da faixa de
freqncias em que o canal pode ser considerado plano ou,
de forma anloga, a faixa de freqncias dentro da qual as
componentes espectrais do sinal recebido possuem grande
correlao de amplitude. A Largura de Faixa de Coerncia
inversamente proporcional ao Espalhamento Temporal do
canal e o seu valor exato depende da definio de um valor
para a correlao entre as amplitudes das componentes
espectrais, no existindo, portanto, uma fronteira ntida que
separe um canal seletivo daquele que possa ser considerado
plano.
O espalhamento temporal leva possibilidade de ocorrncia
de desvanecimento seletivo e, nessa situao, em sistemas
digitais, pode ocorrer o que conhecido como Interferncia
Intersimblica. Essa interferncia a sobreposio temporal
de smbolos vizinhos recebidos na sada do canal no
momento de deciso dos bits e leva necessidade de reduo
da taxa de transmisso atravs desse canal ou
implementao de tcnicas que minimizem os seus efeitos.
3

Em um canal de rdio mvel pode ocorrer o movimento


relativo entre transmissor e receptor e/ou os objetos que
circundam o transmissor e o receptor esto em movimento.
Em qualquer dos dois casos h variao nos caminhos
tomados pelo sinal que trafega do transmissor ao receptor.
Essa variao faz com que o sinal recebido apresente uma
correspondente variao de fase cuja taxa pode ser vista
como uma variao de freqncia do sinal recebido em cada
multipercurso, formando o j citado Espalhamento Doppler
ou Espectro Doppler. Dessa caracterstica pode-se retirar um
parmetro que informe a variabilidade temporal do canal.
Tal parmetro denominado Tempo de Coerncia uma
medida estatstica do intervalo de tempo durante o qual a
resposta ao impulso do canal pode ser considerada como
invariante ou, de maneira anloga, o intervalo de tempo
dentro do qual os sinais recebidos possuem grande
correlao de amplitude. O Tempo de Coerncia
inversamente proporcional ao Espalhamento Doppler e, de
maneira anloga anterior, no fornece uma fronteira ntida
entre um canal que varia rapidamente, configurando um
Desvanecimento Rpido, e aquele que varia lentamente,
configurando um Desvanecimento Lento. Na prtica assumese que um canal pode ser considerado lento se suas
caractersticas no se alteram entre dois intervalos de
sinalizao consecutivos do sinal transmitido [13].
importante citar que os parmetros do canal podem ser
separados em parmetros de disperso temporal e parmetros
de variao temporal. So efeitos independentes, ligados a
comportamentos distintos do canal.
Outra caracterstica importante do canal de rdio mvel
terrestre est relacionada atenuao mdia do sinal em
funo da distncia entre transmissor e receptor. Uma
propagao no espao livre segue a conhecida lei quadrtica
de variao da potncia recebida com a distncia, ou seja

d
Prm ( d ) = Prm ( d 0 ) 10.log
d0

(3)

onde n = 2, Prm(d) a potncia mdia recebida a uma


distncia d qualquer da antena transmissora e Prm(d0) a
potncia mdia recebida a uma distncia de referncia d0,
distncia essa igual ou superior distncia de Fraunhoffer
ponto fora da regio de campo prximo da antena
transmissora [14].
No canal de rdio mvel terrestre o expoente de perdas no
percurso, n, diferente de 2 (entre 2.5 e 6, tipicamente), e
seu valor depende das caractersticas estruturais da regio
onde a comunicao se estabelecer. Rappaport em [14]
apresenta um simples mtodo para estimao desse expoente
a partir de algumas medidas em campo na rea sob anlise.
Existem vrios mtodos de predio de perdas no percurso
para canais de rdio mvel terrestres, mtodos esses
comumente utilizados durante o planejamento de sistemas
celulares, onde alguns so a base dos softwares de
planejamento utilizados e encontrados no mercado. Entre
tais modelos pode-se citar o Modelo de Durkin, o Modelo de
Okumura, o Modelo de Hata e o Modelo de Lee [9], [14].

Devido grande variabilidade das estruturas tipicamente


encontradas em canais de rdio mvel terrestres, a uma
mesma distncia de um transmissor a potncia recebida
varivel. Quando grandes obstculos, como edifcios, morros
e similares se situam entre transmissor e receptor de um
sistema de comunicao mvel aparece o efeito denominado
sombreamento (shadowing), efeito esse que pode provocar
considerveis vales na potncia recebida e interromper
instantaneamente a comunicao. Medidas comprovam que a
variabilidade do sombreamento segue uma distribuio
gaussiana em escala logartmica, ou seja, segue uma
distribuio logonormal. Assim, pode-se rescrever a equao
de perdas no percurso de forma a considerar esse novo
efeito:
n

d
Pr( d ) = Prm ( d 0 ) 10.log + X
d0

( 4)

onde Pr(d) a potncia mdia recebida em um ponto


qualquer a uma distncia d da antena transmissora e X
uma varivel aleatria com distribuio logonormal (em dB).
O desvio padro dessa varivel se situa normalmente na casa
dos 7 a 15 dB [14]. Vale observar que o valor da potncia
Pr(d) no considera as variaes causadas pelos
multipercursos.

II.2. VIABILIZAO DA COMUNICAO NO


CANAL DE RDIO MVEL
Em qualquer sistema de comunicao desejada a
transmisso da maior quantidade de informao possvel no
menor intervalo de tempo. Cada tipo de informao (voz,
dados, vdeo) necessita, para uma qualidade esperada na
recepo, uma determinada largura de faixa e uma potncia
de transmisso. Por outro lado, se esta informao est sendo
transmitida na forma analgica ou digital, os requisitos para
o sistema so diferentes. Em uma comunicao mvel
analgica, para um determinado tipo de informao
qualquer, o aumento na qualidade da transmisso
alcanado s custas de um proporcional aumento da
potncia de transmisso, recurso este normalmente limitado
nesses sistemas. Com relao largura de faixa ocupada,
modulaes do tipo FM Faixa Estreita e AM-SSB so as que
melhor utilizam o espectro disponvel [19]. Contudo,
sabido que uma transmisso analgica tem como grandes
desvantagens a pequena imunidade a rudos e o reduzido
nmero de possibilidades de servios a serem oferecidos,
alm do pequeno grau de segurana na comunicao. A
atratividade da comunicao digital frente analgica h
muito tempo notvel e hoje certa a substituio da maioria
dos sistemas de comunicao analgicos pelos seus
equivalentes digitais.
Ainda objetivando transmitir a maior quantidade de
informao por unidade de tempo, o que se traduz em uma
maior taxa de transmisso para os sistemas digitais e/ou uma
melhor qualidade do servio oferecido, vrias tcnicas foram
desenvolvidas. Dentre elas pode-se citar a codificao de
fonte, a codificao de canal, o processo de interleaving,
4

tcnicas de modulao digital adequadas, a diversidade, a


equalizao de canal, os processos de controle de potncia e
de utilizao do ciclo de atividade da voz em sistemas
celulares e os processos de cancelamento de interferncia.
Os pargrafos a seguir apresentam, de forma resumida, as
principais finalidades de cada uma dessas implementaes.

um canal com rudo. Em se tratando de uma comunicao


digital em um canal AWGN, foi demonstrado que a maior
taxa de transmisso que pode trafegar nesse canal dada
por:

II.2.1. CODIFICAO DE FONTE

onde C a capacidade do canal em bits por segundo (bps), P


a potncia do sinal enviado atravs desse canal e N a
potncia de rudo branco na largura de faixa disponvel B.

Segundo define a teoria da comunicao, a quantidade de


informao est diretamente ligada incerteza contida no
que se pretende transmitir ou comunicar [6]. Para melhor
entender esse raciocnio, imagine uma nica frase escrita em
uma folha de papel vrias vezes. O nmero de caracteres
pode ser elevado, mas seria suficiente ler nessa folha a frase
escrita somente uma vez. Na prpria frase pode haver
palavras que podem ser descartadas sem que se perca sua
inteligibilidade. Assim acontece com quase todo tipo de
informao que se deseja transmitir h sempre alguma
redundncia inerente.
As tcnicas de codificao de fonte tem o objetivo de
reduzir, tanto quanto possvel, a redundncia existente nos
dados, antes que estes sejam transmitidos. A codificao de
fonte a base terica que levou implementao dos
algoritmos de compresso de voz, dados e imagens hoje
existentes nos sistemas de comunicao digital e
armazenamento.
No caso dos sistemas de telefonia mvel digital so
utilizadas vrias tcnicas de codificao de fonte nos
denominados vocoders (codificadores de voz). Esses
codificadores tm o poder de reduzir a taxa de transmisso
necessria para representar um sinal de voz dos conhecidos
64Kbps utilizados nos sistemas PCM para a casa dos 5 a
15Kbps, sem grande prejuzo para a qualidade na
comunicao. Com essa reduo pode-se economizar
drasticamente o espectro ocupado pelo sinal de rdio
freqncia que ir transportar essa voz.
No caso de transmisso de dados e imagem h tambm
vrias tcnicas de codificao de fonte (compresso). O
ganho que se obtm com essa compresso reflete
diretamente na largura de banda ocupada pelo sinal
modulado ou na taxa de transmisso atingvel em uma dada
banda disponvel.
As tcnicas de codificao de fonte tm sido objeto de
constante pesquisa e grandes avanos para a rea de
telecomunicaes tem sido alcanados.

II.2.2. CODIFICAO DE CANAL


Claude E. Shannon, em 1948, publicou o artigo sobre a
teoria matemtica da comunicao que se tornou clssico e
at hoje referncia bibliogrfica de qualquer texto que
aborde esse assunto [15]. Segundo Shannon haveria um
limite na quantidade de informao que poderia trafegar por

C = B log 2 1 +
N

( 5)

Shannon demonstrou que, adicionando uma redundncia


controlada informao, poder-se-ia reduzir a quantidade de
erros na recepo induzidos pelo rudo a um patamar to
pequeno quanto se quisesse, desde que a taxa de transmisso
estivesse abaixo do limite determinado pela expresso (5).
A codificao de canal justamente o processo atravs do
qual a redundncia anteriormente citada adicionada
informao de modo a permitir a deteco e correo de
erros. O termo redundncia controlada est relacionado
restrio das possveis seqncias de bits de informao na
recepo. Tendo uma seqncia detectada um padro
diferente das possveis seqncias, o decodificador de canal
procura dentre elas a seqncia que mais se assemelha
seqncia detectada. Essa semelhana obtida atravs da
correta utilizao de critrios de deciso, sendo que os mais
conhecidos so o critrio do mximo a-posteriori - MAP
(Maximum a-posteriori) e o de mxima verossimilhana ML (Maximum Likelihood) [8]. Ambos tm como objetivo
minimizar o erro de deciso sobre os bits transmitidos.
Existem duas grandes famlias de cdigos detetores e
corretores de erros: os cdigos de bloco e os convolucionais.
A codificao de bloco atribui a cada bloco de n bits de
informao uma palavra cdigo com k bits codificados, k >
n. Um cdigo assim formado descrito na literatura como
cdigo de bloco (n,k), sendo que a relao entre o nmero de
bits de um bloco de informao e o nmero de bits da
palavra cdigo correspondente, n/k, denominada taxa do
cdigo. De maneira geral, quanto menor a taxa de um
cdigo, maior a sua capacidade de deteco e correo de
erros.
A outra famlia de cdigos se refere aos convolucionais.
Nesse tipo de codificao uma seqncia contnua de bits de
informao, com tamanho varivel, mapeada em uma
seqncia tambm contnua de bits codificados. Um
codificador convolucional dito com memria, pois um
determinado bit codificado depende de um ou mais bits de
informao anteriores combinados linearmente.
Existem vrios algoritmos de decodificao para cdigos de
bloco e convolucionais. Destaque maior dado queles
caracterizados como algoritmos de decodificao suave (soft
decision decoding algorithms). Nesse tipo de decodificao
no so utilizados os bits 0s e 1s detectados no receptor,
como acontece nos algoritmos de decodificao abrupta
(hard decision decoding algorithms), e sim os valores reais
dos sinais recebidos. Esse processo apresenta considerveis
ganhos em relao ao processo de decodificao abrupta.
5

Para os cdigos convolucionais, o algoritmo de


decodificao suave que minimiza a probabilidade de erro na
deciso sobre os bits de informao transmitidos e que,
portanto, utiliza o critrio de mxima verossimilhana j
citado, o algoritmo de Viterbi [8], [18].
Para os cdigos de bloco os processos de decodificao
suave podem utilizar o algoritmo de Viterbi, mas ateno
maior vem sendo dada a algoritmos de decodificao por
trelia menos complexos que o algoritmo de Viterbi [7].

Vale citar que o processo de interleaving causa um atraso


adicional na comunicao, atraso este que pode ou no ser
prejudicial, dependendo da natureza da informao que se
deseja transmitir. Uma comunicao em tempo real oferece
limites menores para o atraso no processo de interleaving,
enquanto uma comunicao de dados onde h
armazenamentos momentneos menos restrita em termos
desse atraso.

Em vrios sistemas de comunicao mvel so utilizadas


codificaes em cascata. Essa cascata pode conter somente
codificadores de bloco, codificadores de bloco e
convolucionais ou somente codificadores convolucionais
so os denominados cdigos concatenados.

II.2.4. DIVERSIDADE

importante nesse momento ressaltar a diferena entre os


processos de codificao de fonte e de codificao de canal.
O primeiro tem como objetivo reduzir a quantidade de bits
necessrios representao da informao, ou seja, diminuir
a redundncia existente na informao. O segundo adiciona,
de maneira controlada, outro tipo de redundncia na
informao, objetivando a deteco e a correo de erros
causados pelo canal. Esses dois processos normalmente
esto presentes nos sistemas de comunicao digital.

Em um canal de rdio mvel terrestre, devido aos efeitos dos


multipercursos, em um determinado instante pode-se ter um
sinal recebido com intensidade insuficiente para a
recuperao do sinal transmitido. Porm, sabido que
quando dois sinais iguais so transmitidos atravs desse
canal em instantes de tempo distintos e transportados por
portadoras distintas, na recepo ter-se- a situao: quanto
maior a separao temporal entre as rplicas do sinal e
quanto maior a separao entre as portadoras utilizadas,
menor ser a correlao entre as envoltrias dos sinais
recebidos. Essa observao de fundamental importncia
para o entendimento da diversidade, ou seja, se de alguma
forma possvel disponibilizar ao receptor rplicas da
informao transmitida, sendo essas rplicas afetadas
diferentemente (de maneira descorrelacionada) pelo canal,
em determinado instante uma rplica poder estar em
situao de desvanecimento profundo, mas ser grande a
probabilidade de que outras rplicas no estejam nessa
situao. Assim, elas podem ser combinadas para fornecer
ao processo de deteco um sinal mais estvel que aquele
obtido se no houvesse rplicas no correlacionadas, ou seja,
se no houvesse diversidade.

II.2.3. ENTRELAAMENTO TEMPORAL INTERLEAVING


Um dos fatores que reduzem o desempenho dos
decodificadores e, por conseqncia, a qualidade do servio
oferecido pelo sistema de comunicao est ligado ao canal
de comunicao. Um canal de comunicao dito sem
memria quando afeta de maneira independente bits
adjacentes. Ao contrrio, quando vrios bits consecutivos
so afetados, diz-se que se trata de um canal com memria.
Um canal de rdio mvel terrestre essencialmente um canal
com
memria.
Nos
momentos
de
profundos
desvanecimentos, uma grande quantidade de bits pode ser
destruda. Os decodificadores, de maneira geral, no tm
capacidade de corrigir essas longas seqncias de erros em
rajada (ou erros em burst).
O que feito para minimizar esse problema o chamado
interleaving. Esse processo embaralha os bits codificados
de tal sorte que bits anteriormente adjacentes sejam
colocados distantes no tempo. Isso faz com que, na
ocorrncia de erros em burst, no sejam afetados bits
adjacentes, facilitando o processo de deteco e correo de
erros.
Um simples processo de interleaving aquele no qual a
seqncia de bits codificados preenche linha a linha uma
memria de tamanho definido e os bits entrelaados so
lidos coluna a coluna dessa memria. Na recepo o
processo inverso executado.

A diversidade uma tcnica na qual rplicas de um sinal so


combinadas na recepo no intuito de se obter maior
confiabilidade na deteco desse sinal.

So vrias as formas de diversidade. Dentre elas pode-se


citar a diversidade espacial, a diversidade temporal, a
diversidade em freqncia, etc..
Na diversidade espacial, antenas receptoras so fisicamente
separadas de tal sorte que os sinais recebidos por cada uma
delas estejam descorrelacionados. Os sinais provenientes
dessas antenas so ento combinados pelo receptor.
Na diversidade temporal, rplicas da informao so
enviadas em instantes de tempo distintos, sendo que o
intervalo de separao entre essas rplicas deve ser superior
ao tempo de coerncia do canal para que haja sinais
descorrelacionados na recepo.
A diversidade em freqncia utiliza o mesmo princpio, ou
seja, rplicas da informao so transportadas por portadoras
distintas, portadoras estas separadas em freqncia de um
valor superior largura de faixa de coerncia do canal,
tambm para que haja descorrelao entre as rplicas obtidas
na recepo.
6

Outros tipos de diversidade so encontrados na prtica, mas


sempre com propsitos similares queles aqui apresentados.
Com relao s regras de combinao utilizadas no processo
de diversidade, a literatura cita vrias. Umas apresentam
desempenho superior, mas so mais complexas; outras so
extremamente simples, mas no apresentam desempenho
timo. Apenas em carter informativo pode-se citar a regra
de combinao com ganhos iguais, EGC (Equal Gain
Combining), a regra de combinao de mxima razo, MRC
(Maximum Ratio Combining) e a regra de Seleo [3, p.
335]. A regra EGC simplesmente soma os sinais a serem
combinados, eventualmente ponderando-os com ganhos
iguais. A regra MRC, antes de somar os sinais a serem
combinados pondera suas amplitudes por um valor
proporcional relao entre o nvel de tenso do sinal
recebido e a potncia de rudo associada. Essa regra de
combinao considerada tima para canais com
desvanecimento Rayleigh [13], [19], pois maximiza a
relao sinal rudo instantnea na sada do combinador e,
portanto, minimiza a probabilidade de erro na deciso
posterior. A regra de seleo, como o nome indica, seleciona
dentre os sinais a serem combinados aquele com maior
intensidade (e em aplicaes mais avanadas aquele que
produza a menor probabilidade de erro na deciso).
A utilizao de diversidade em sistemas de comunicao
mvel vital para que se alcance desempenhos aceitveis.
Pesquisas recentes tm enfocado a implementao de
diversidade em freqncia com o uso de multiportadoras.
Algumas dessas implementaes tm demonstrado a
possibilidade de superar o desempenho alcanado com os
convencionais receptores RAKE. Basicamente, ao invs de
transmitir o sinal modulado fazendo uso de uma nica
portadora, vrias portadoras transportam paralelamente um
determinado nmero de bits, sendo que a taxa de transmisso
em cada portadora reduzida e a taxa total tem a
possibilidade de superar aquela atingvel com uma nica
portadora. Uma possvel estrutura que combina o uso de
multiportadoras e codificao de canal pode ser vista em [5],
onde tambm so citadas vrias outras implementaes
correlatas.

sabido que existe um compromisso a ser atendido entre a


eficincia espectral de um tipo de modulao e a sua
eficincia de potncia. Por um lado, aumentando-se o
nmero de pontos em uma constelao PSK aumenta-se a
eficincia espectral, mas necessrio um aumento na energia
de cada smbolo para que o desempenho, em termos da
probabilidade de erro de bit, seja equiparvel ao anterior. Em
um canal de rdio mvel terrestre, devido aos grandes
desvanecimentos por multipercursos e ocorrncia de
sombreamento, modulaes do tipo M-QAM ou M-PSK com
M acima de 4 so inviveis devido sua pequena eficincia
de potncia, ou seja, para se atingir uma probabilidade de
erro de bit aceitvel em um sistema de comunicao mvel
que utiliza essas modulaes seria necessria uma grande
potncia de transmisso. Um valor elevado para essa
potncia faz com que as baterias dos terminais portteis
tenham vida reduzida e tamanho elevado, alm de tornar
complexos os estgios de amplificao dos transmissores,
elevando os custos de aquisio e operao do sistema.
Nesse aspecto so preferidas modulaes com no mximo
quatro pontos em sua constelao.
Em um canal de rdio mvel via satlite, canal este que pode
ser considerado essencialmente gaussiano (AWGN),
modulaes com maior eficincia espectral podem ser
implementadas.

II.2.5. TCNICAS DE MODULAO DIGITAL

Ainda objetivando reduzir o consumo de energia dos


transceptores, desejvel a utilizao de amplificadores de
potncia no lineares (Classe C, por exemplo),
amplificadores estes que apresentam elevado rendimento.
Contudo, quando sinais de amplitudes variveis so
injetados nesses amplificadores, sua no linearidade faz com
que o espectro de sada apresente componentes de freqncia
fora da faixa de interesse. Em um transmissor, antes do sinal
modulado ser amplificado, executada a filtragem,
objetivando limitar o espectro do sinal transmitido. Ao
passar por um amplificador no linear, esse sinal pode voltar
a apresentar um espectro com largura superior desejada.
Esse efeito acontece quando o sinal a ser amplificado no
possui envoltria constante, com o caso de sinais
modulados em fase quando passam pelo filtro de transmisso
(antes da etapa de amplificao de potncia). Ento, nesse
aspecto, desejvel que as tcnicas de modulao sejam
baseadas em FSK ou em alguma modulao PSK que no
apresente grandes transies de fase.

Um sistema de comunicao mvel apresenta algumas


exigncias no que diz respeito aos esquemas de modulao.
Dentre essas exigncias pode-se citar: reduzida
complexidade de implementao, robustez contra
desvanecimentos por multipercursos, envoltria filtrada
constante e eficincia espectral adequada.

Devido escassez do espectro de rdio freqncias, uma


caracterstica fundamental de qualquer esquema de
modulao para comunicaes mveis a eficincia
espectral adequada. Todas as tcnicas utilizadas em
comunicaes mveis procuram ao mximo reduzir a largura
de faixa ocupada pelo sinal modulado.

Os terminais mveis devem possuir dimenses reduzidas e


baixo custo e, para que isso seja possvel, a complexidade do
circuitos utilizados tambm deve ser reduzida. Nesse
aspecto, ateno especial dada tcnicas de modulao
baseadas em FSK (Frequency Shift Keying) e PSK (Phase
Shift Keying).

II.2.5.1. MODULAO MSK


A modulao MSK (Minimum Shift Keying) uma
modulao FSK com a separao mnima entre as portadoras
utilizadas de modo a garantir a ortogonalidade entre elas.
Essa ortogonalidade imprescindvel a uma deteco
7

confivel do sinal recebido, pois sinais ortogonais so


independentes, ou seja, facilmente diferenciveis.
Das tcnicas de modulao digital para comunicaes
mveis a MSK apresenta menor complexidade de
implementao. Por se tratar de uma modulao em
freqncia, a tcnica MSK apresenta envoltria filtrada
constante, o que viabiliza a utilizao de amplificadores de
potncia no lineares nos transceptores. A robustez contra os
efeitos do canal de comunicao tambm uma
caracterstica da modulao MSK. O espectro do sinal
modulado o que possui largura de faixa do lbulo principal
maior dentre as demais tcnicas utilizadas em comunicaes
mveis, mas apresenta queda de energia com a freqncia
relativamente abrupta, facilitando o processo de filtragem na
transmisso [3].

as portadoras utilizadas. O efeito do filtro o de conformar


os pulsos de entrada do modulador MSK tornando as
transies de freqncia mais suaves e, com isso, reduzindo
a largura de faixa do lbulo principal do sinal modulado [3],
[14].
Um parmetro que caracteriza a modulao GMSK o
produto BT, onde B a largura de faixa (3 dB) do filtro
gaussiano e T a durao de um bit de entrada do
modulador. A Figura 3 ilustra a resposta a um pulso
retangular do filtro conformador da modulao GMSK.
Nota-se que para BT = a modulao GMSK se reduz
modulao MSK.

II.2.5.2. MODULAO /4-DQPSK


A modulao /4-DQPSK (/4 Differential Quaternary
Phase Shift Keying) formada a partir de duas constelaes
QPSK deslocadas de /4 radianos. feito um mapeamento
dos bits de entrada do modulador nos 8 smbolos da
modulao de forma a no permitir a ocorrncia de
transies de fase superiores a 135 no sinal modulado.
Ainda, cada smbolo transmitido depende daquele
transmitido anteriormente, ou seja, o valor de cada dibit de
entrada do modulador no est associado diretamente ao
valor absoluto da fase da portadora, como acontece na
modulao PSK convencional, mas diferena entre fases
consecutivas. Essa implementao caracteriza uma
modulao diferencial e permite a implementao de
demoduladores que no utilizam a informao de fase da
portadora recebida no processo de deteco demodulao
no coerente. O emprego de portadora piloto pode auxiliar
na implementao de um eventual esquema de demodulao
coerente, onde as variaes causadas pelo canal nessa
portadora servem como referncia para o circuito de
recuperao e rastreamento da fase da portadora.

II.2.5.3. MODULAO OQPSK


A modulao OQPSK (Off-set Quaternary PSK) tambm
baseada na modulao QPSK e tem como objetivo a reduo
das transies de fase do sinal modulado, limitando-as a um
mximo de 90 e possibilitando assim a sua utilizao com
amplificadores no lineares [14].

II.2.5.4. MODULAO GMSK


A modulao GMSK (Gaussian Minimum Shift Keying)
uma modificao da tcnica MSK, na qual a seqncia de
bits de entrada do modulador filtrada por um filtro passabaixas com resposta a um pulso retangular gaussiana. A
sada desse filtro ento responsvel por modular em MSK

Figura 3 Resposta de um filtro gaussiano a um pulso retangular para


alguns valores de BT (de Feher, 1995, p. 166)

II.2.5.5. ESPALHAMENTO ESPECTRAL


Um sinal espalhado espectralmente aquele que ocupa uma
largura de faixa muitas vezes superior necessria,
independentemente da largura de faixa do sinal original [20].
Um sinal que ocupa uma largura de faixa muito maior que a
taxa de transmisso de informao no configura,
necessariamente, um sinal espalhado espectralmente, caso
este que acontece com algumas modulaes com baixa
eficincia espectral.
Existem duas formas bsicas de se gerar um sinal espalhado
espectralmente: o espalhamento por seqncia direta e o
espalhamento por saltos em freqncia.
O espalhamento espectral por seqncia direta, DS-SS
(Direct Sequence Spread Spectrum), uma tcnica na qual a
seqncia de smbolos de informao bipolar {1}
multiplicada por uma seqncia pseudo aleatria, PN2,
tambm bipolar {1} ou, equivalentemente, a seqncia de
smbolos de informao unipolar {0,1} somada (mdulo 2)
a uma seqncia PN tambm unipolar {0,1}. O resultado de
uma das operaes anteriores modula uma portadora
senoidal, normalmente em fase (PSK) [13]. A seqncia PN
possui taxa muitas vezes superior taxa de bits originais, de
tal forma que o espectro resultante possua uma largura de
faixa correspondentemente elevada. A Figura 4 ilustra uma
possvel implementao do processo.

Uma seqncia PN uma sucesso peridica de bits de curta durao


(chips) com comportamento similar a um comportamento aleatrio dentro
de cada perodo.

O espalhamento espectral por saltos em freqncia, FH-SS


(Frequency Hopping Spread Spectrum) uma tcnica na
qual a seqncia de smbolos de informao bipolar modula,
normalmente em freqncia (FSK) [13], uma portadora que
possui sua freqncia varivel em funo de uma seqncia
pseudo aleatria. Se a seqncia PN possui taxa muitas
vezes superior taxa de bits de informao, tem-se a
implementao de um sistema FH-SS Rpido (Fast
Frequency Hopping Spread Spectrum). Se, ao contrrio, a
seqncia PN possui taxa inferior taxa de bits originais,
tem-se a implementao do sistema FH-SS Lento (Slow
Frequency Hopping Spread Spectrum). A Figura 5 ilustra
uma possvel implementao do processo.

Figura 4 - Ilustrao do processo de gerao de um sinal DS-SS (a) por


multiplicao e (b) por soma mdulo 2.

Um sinal de faixa estreita, quando transmitido em um canal


de rdio mvel, est sujeito a grandes variaes temporais e
espaciais. Se, ainda, sua largura de faixa no for
consideravelmente inferior largura de faixa de coerncia do
canal, estar sujeito ao desvanecimento seletivo e tornar-se-
inevitvel a utilizao de elaborados equalizadores nos
receptores.

Figura 5 - Ilustrao do processo de gerao de um sinal FH-SS

Quando recebido, o sinal de faixa estreita composto pela


soma vetorial de vrios sinais vindos de multipercursos que
se sobrepem temporalmente. Como as portadoras utilizadas
na prtica possuem elevada freqncia (pequenos
comprimentos de onda), pequenos deslocamentos espaciais
do receptor ou pequenos movimentos dos objetos vizinhos
podem causar alteraes nas fases dos sinais nos vrios
multipercursos levando possibilidade de uma mudana
brusca de situao de interferncia construtiva para
interferncia destrutiva entre esses sinais na recepo. To

maior ser a taxa de variao da envoltria do sinal recebido


quanto maior for a velocidade de movimentao do receptor
ou dos objetos vizinhos, o que pode levar situao de
desvanecimento rpido, dificultando o processo de
demodulao e deteco do sinal.
Um sinal espalhado espectralmente possui, quase sempre,
uma largura de faixa muitas vezes superior largura de faixa
de coerncia do canal. Dessa forma, grande a possibilidade
desse sinal sofrer desvanecimento seletivo. Porm, como
essa diferena entre a largura de faixa do sinal e a Largura de
Faixa de Coerncia do canal grande, uma pequena parcela
do espectro total do sinal ser afetada. Por esse ngulo,
intuitivamente pode-se supor que um desvanecimento
seletivo seja menos prejudicial a um sinal espalhado
espectralmente do que o a um sinal de faixa estreita.
No domnio do tempo esta anlise se torna mais palpvel.
Suponha, para isto, que um sinal de um usurio em um
sistema de comunicao que utiliza espalhamento espectral
seja transmitido simultaneamente com outros usurios e que
o canal seja dispersivo. No receptor desejado ter-se- os
sinais dos vrios usurios, suas rplicas por multipercursos,
o sinal de interesse e tambm suas rplicas. Atravs do
processo de correlao do sinal recebido com a seqncia
PN conhecida no receptor pode-se separar o sinal desejado
dos demais. Por se tratar de um sinal de faixa larga, as
rplicas do sinal desejado com atrasos maiores que a durao
de um chip da seqncia PN no sero sobrepostas e, se
estas forem adequadamente combinadas, ter-se- o efeito de
diversidade. Ainda, medidas demonstram que um sinal
espalhado espectralmente possui grande correlao de
amplitude em um espao de at 5, onde o comprimento
de onda do sinal [14]. Estas caractersticas tornam esse sinal
apropriado para a transmisso no severo canal de rdio
mvel.
A Figura 6 ilustra o resultado de um experimento realizado
para verificao de um sinal em banda bsica recebido em
um sistema com espalhamento espectral com 5 usurios,
durante um intervalo de tempo correspondente durao de
1 bit de informao (ou 1 bit codificado) para uma seqncia
PN de comprimento igual a 800 , onde foram considerados
quatro percursos significativos para o sinal transmitido.
Observa-se que os quatro percursos foram afetados por
"ganhos" diferentes do canal, sofreram atrasos diferentes e
foram separados pelo sistema devido elevada largura de
faixa do sinal transmitido.
Observa-se ainda que o sinal recebido, aps sofrer o
processo de correlao com a seqncia PN adequada,
permitir a combinao dos multipercursos - uma
caracterstica indesejvel do canal explorada para se obter
melhor desempenho do sistema de comunicao,
configurando o que conhecido como diversidade de
percursos (path diversity). O receptor que executa este
processo de combinao de multipercursos o receptor
RAKE [13], [14], [17].

aproximadamente invariantes no tempo, como pares


metlicos e fibras pticas.
Em um canal de rdio mvel, devido sua variabilidade
temporal, necessria a utilizao dos equalizadores
adaptativos. Estes possuem sua resposta em freqncia
varivel em funo da resposta em freqncia do canal. Essa
resposta do canal constantemente estimada pelos
equalizadores adaptativos atravs da utilizao de
processamento digital de sinais, DSP (Digital Signal
Processing).
Figura 6 - Ilustrao do sinal recebido em um sistema com espalhamento
espectral (grfico superior) e da possibilidade de separao dos
multipercursos demonstrada pela funo de correlao do sinal recebido
com a seqncia PN adequada (grfico inferior em escala ampliada).

Outra caracterstica importante de um sinal espalhado


espectralmente se refere Interferncia Intersimblica.
Como pode ser visto na Figura 6, se o atraso provocado pelo
canal no for superior durao de um smbolo transmitido,
a interferncia intersimblica ser nula. Porm, mesmo que
haja certa sobreposio temporal de smbolos vizinhos,
pouco provvel que os multipercursos se sobreponham. No
processo de deteco os parmetros do canal so estimados
de maneira a informar ao receptor em que instantes de tempo
ele deve considerar cada multipercurso como vlido para a
combinao e posterior deciso. No receptor RAKE, por
exemplo, os atrasos entre os multipercursos so estimados
atravs da anlise do prprio sinal recebido e dessa forma o
receptor consegue combinar somente aqueles percursos que
devem ser combinados [17]. Obviamente existem erros e
imprecises no processo de estimao dos parmetros do
canal, mas a possibilidade de diminuio dos efeitos da
interferncia intersimblica ntida e pode levar
possibilidade de um aumento efetivo da taxa de transmisso
atravs do canal.

II.2.6. EQUALIZAO
Como j citado, em um canal dispersivo a sobreposio
temporal de smbolos adjacentes recebidos caracteriza a
interferncia intersimblica. Tanto mais prejudicial ser essa
interferncia, quanto mais seletivo em freqncia for o canal,
ou seja, quanto maior a probabilidade de ocorrncia de
desvanecimento seletivo.
Se o canal no apresenta resposta em freqncia plana em
toda a faixa de freqncias ocupada pelo sinal transmitido,
inevitvel a utilizao dos equalizadores. Estes tm a funo
de compensar as distores em freqncia causadas pelo
canal ou, de maneira mais rigorosa, apresentam uma resposta
em freqncia inversa resposta do canal.
Os equalizadores podem ser classificados em duas famlias:
a dos equalizadores fixos e a dos equalizadores adaptativos.
Na primeira famlia, como o prprio nome indica, a resposta
em freqncia dos equalizadores fixa. Tais equalizadores
so aplicveis em sistemas de comunicao fixos em canais

importante citar que a formatao dos pulsos transmitidos


atravs do canal tambm de fundamental importncia na
reduo da interferncia intersimblica. Os filtros de
transmisso e recepo devem, sempre que possvel, atender
ao critrio de Nyquist para interferncia intersimblica nula,
critrio este que estabelece as condies, em termos de
resposta ao impulso do conjunto filtro de transmisso, filtro
de recepo e canal, que garantem a inexistncia de
interferncia intersimblica. Um dos formatos de pulso mais
utilizados so os denominados pulsos coseno levantado
(raised cosine pulses) e o filtro responsvel pela formao
desses pulsos chamado filtro coseno levantado (raised
cosine filter) ou filtro de roll-off (roll-off filter) [6].

II.2.7. CANCELAMENTO DE
INTERFERNCIAS
Um dos grandes problemas em sistemas de comunicao
mvel o elevado grau de auto-interferncia, ou seja, aquela
interferncia gerada pelo prprio sistema.
Basicamente pode-se caracterizar as interferncias em um
sistema de comunicao mvel como Interferncia Co-canal
e Interferncia de Canal Adjacente.
A interferncia no sinal desejado causada por sinais
adjacentes em freqncia denominada interferncia de
canal adjacente. Esse tipo de interferncia ocorre,
principalmente, devido produtos de intermodulao
gerados nos amplificadores dos transmissores e no
eliminados pelos filtros de canal dos receptores. Esse tipo de
interferncia pode ser minimizado atravs de elaborados
filtros de recepo e de uma adequada alocao de
freqncias para cada usurio. Uma alocao adequada
implica na utilizao de faixas de freqncia no contguas
em uma mesma regio geogrfica.
Alguns sistemas de comunicao mvel reutilizam um
determinado conjunto de freqncias em reas diferentes. A
interferncia em um sinal desejado causada por um sinal de
mesma freqncia denominada interferncia co-canal. A
reduo da interferncia co-canal se d pela adequada
separao fsica entre as fontes dos sinais interferentes. Em
um sistema de comunicao mvel celular, por exemplo, se
o tamanho de cada clula aproximadamente o mesmo, a
interferncia co-canal independente da potncia de
transmisso e torna-se funo do raio da clula (R) e da
distncia ao centro da clula que utiliza o mesmo set de
10

freqncias (D), clulas estas denominadas de co-clulas.


Aumentando a relao D/R a separao entre as co-clulas
relativa rea de cobertura das mesmas torna-se maior.
Um outra forma de reduo do nvel de interferncias em um
sistema de comunicao mvel baseada no controle de
potncia. A idia utilizar nos transceptores,
dinamicamente, a menor potncia necessria a uma
qualidade aceitvel do servio. Alm de elevar a vida til de
eventuais baterias utilizadas nos terminais mveis, a
quantidade de interferncia drasticamente reduzida.
Hoje, com o aumento considervel da velocidade de
processamentos dos DSPs (Digital Signal Processsors),
sofisticadas tcnicas de reduo de interferncias em um
sistema de comunicao mvel tm sido consideradas. So
basicamente duas as tcnicas que utilizam processamento
digital de sinais: as antenas adaptativas e o cancelamento
direto do sinal interferente. No primeiro caso um arranjo
(array) de antenas colocado nas estaes de rdio base tem
as amplitudes e fases das correntes em cada elemento
constantemente monitoradas/controladas de forma a
maximizar a potncia recebida/transmitida de/para um
determinado usurio, conformando de maneira adaptativa o
padro de irradiao do arranjo de antenas. Elaborados
algoritmos so implementados com a funo de maximizar a
relao sinal-interferncia em um sinal recebido de um
determinado usurio, independente da sua posio espacial
em relao ao arranjo de antenas.
Em recentes pesquisas, tcnicas de codificao de canal tm
sido utilizadas com algoritmos de processamento digital de
sinais objetivando, por exemplo, estimar os sinais (ou alguns
sinais) interferentes no receptor de forma a subtra-los do
sinal recebido e assim minimizar a probabilidade de erro de
deciso sobre o sinal desejado.

Os sistemas de comunicao mvel podem ser divididos em


sistemas de faixa estreita e sistemas de faixa larga. A
distino entre eles feita baseada na comparao entre a
largura de faixa de cada canal de usurio e a largura de faixa
de coerncia esperada para o canal de comunicao.

III.1. ACESSO FDMA


No mtodo de Acesso Mltiplo por Diviso em Freqncia
(FDMA Frequency Division Multiple Access), a largura de
faixa total disponvel subdividida e a cada usurio
alocada uma dessas sub-faixas, normalmente por demanda.
So caractersticas principais dos sistemas que utilizam
FDMA:

III. TCNICAS DE ACESSO PARA SISTEMAS


DE COMUNICAO MVEL

As tcnicas de acesso so utilizadas para permitir o


compartilhamento de uma determinada faixa de rdio
freqncia
entre
vrios
terminais
mveis.
O
compartilhamento se faz necessrio, pois objetiva-se
maximizar o nmero de usurios simultneos nessa faixa de
freqncias [10], [14].

Em se tratando de uma comunicao bidirecional, o canal


pode ser dividido temporalmente ou na freqncia. No
primeiro caso tem-se a duplexao por diviso de tempo
(TDD Time Division Duplexing). Quando o canal
dividido em freqncia, tem-se a duplexao por diviso em
freqncia (FDD Frequency Division Duplexing). Em
ambos os casos uma parcela do canal destinada
transmisso e outra recepo, independente do canal estar
dividido temporalmente ou na freqncia. A tcnica de
duplexao TDD elimina a necessidade de utilizao de
faixa de freqncia distintas para transmisso e recepo,
mas possui um atraso inerente a comunicao no fullduplex no sentido real.

Se um canal no est sendo utilizado h literalmente um


desperdcio de recurso, posto que nenhum usurio o
estar utilizando, o que acarretaria em um aumento da
capacidade.
A largura de faixa de cada canal normalmente
pequena, ou seja, um sistema com FDMA normalmente
um sistema de faixa estreita.
Sendo cada canal de faixa estreita, em uma transmisso
digital tem-se longas duraes dos smbolos
transmitidos em relao ao espalhamento temporal
causado pelo canal, o que leva a uma pequena
interferncia intersimblica. Esse fato permite a
implementao de equalizadores no muito sofisticados
nos receptores.
A comunicao contnua no tempo, o que leva
necessidade de poucos bits de overhead com o propsito
se sincronizao e delimitao de frames em uma
transmisso digital.
Os filtros de canal so normalmente caros, pois
necessitam apresentar seletividade suficiente para
reduzir a interferncia entre canais adjacentes a
patamares aceitveis.
Por transmitir e receber ao mesmo tempo, os
transceptores necessitam de duplexers, o que eleva o
custo do sistema.
Nos casos em que muitos canais compartilham uma
mesma antena e, portanto, o mesmo amplificador de
potncia, pode ocorrer intermodulao. Esse efeito se
deve passagem dos vrios canais pelo amplificador de
potncia que, objetivando maximizar a eficincia de
potncia, trabalham com os dispositivos de amplificao
perto da regio no linear. [19]

III.2. ACESSO TDMA


No mtodo de Acesso Mltiplo por Diviso de Tempo
(TDMA Time Division Multiple Access) o espectro
disponvel dividido em intervalos (slots) de tempo de tal
forma que cada usurio possa transmitir ou receber durante o
intervalo de tempo a ele reservado, e que disponibilizado a
cada usurio, periodicamente, a cada frame. Ao contrrio dos
sistemas com FDMA, que podem acomodar tanto sinais
analgicos quanto digitais, sistemas com TDMA necessitam
11

operar somente com sinais digitais, pois a transmisso feita


em rajadas uniformemente espaadas no tempo.
Em sistemas com TDMA/TDD, metade dos slots so
destinados transmisso e metade recepo. No caso de
TDMA/FDD um mesmo slot utilizado na transmisso e
recepo, sendo a separao feita na freqncia.
Principais caractersticas da tcnica TDMA:

Devido s descontinuidades na transmisso, o processo


de handoff 3 do usurio mvel se torna mais simples,
pois ele pode utilizar os intervalos de tempo sem
transmisso para ouvir outros transmissores (de outras
estaes base, por exemplo, no caso de telefonia
celular).
Tcnicas de equalizao elaboradas normalmente
precisam ser implementadas nos receptores, pois a taxa
de transmisso em cada intervalo de tempo alta se
comparada com o caso de sistemas com FDMA.
Os slots de tempo podem ser alocados por demanda para
diferentes usurios, baseado em uma prioridade. Dessa
forma compartilha-se melhor o espectro e tem-se um
aumento na capacidade do sistema.

III.3. ACESSO CDMA


No mtodo de Acesso Mltiplo com Diviso por Cdigo
(CDMA Code Division Multiple Access) utilizada a
tcnica de espalhamento espectral sendo que o transceptor de
cada usurio no sistema utiliza uma seqncia pseudo
aleatria (cdigo) diferente. Todos os usurios transmitem
ao mesmo tempo e utilizam a mesma faixa de freqncia. O
receptor, atravs do processo de correlao do sinal recebido
com a seqncia PN extrai o sinal do usurio desejado. Os
sinais dos demais usurios parecero rudo para o receptor
em questo, pois suas seqncias PN no so
correlacionadas com o sinal desejado.
comum ouvir falar na eterna incerteza na comparao
entre as vrias tcnicas de acesso mltiplo hoje existentes em
termos do nmero mximo de usurios suportado. Mas,
afinal, qual tcnica a superior? - a pergunta que se ouve.
O CDMA tem-se mostrado promissor a superar as demais
tcnicas de acesso mltiplo existentes, medida que sua
implementao se torna menos onerosa com o domnio de
sua tecnologia. Pode-se verificar que o CDMA possui mais
mritos que demritos nesse sentido [4]. A capacidade de um
sistema CDMA o que se pode chamar de limitada pelas
interferncias (ao contrrio dos concorrentes FDMA e
TDMA que podem ser classificados como limitados em
largura de faixa). Assim, qualquer melhoria nesse sentido
reflete diretamente em um aumento no nmero de usurios
no sistema.
Em sistemas FDMA ou TDMA cada faixa de freqncias ou
slot de tempo alocado a uma chamada. Durante a chamada
3

Handoff o processo atravs do qual o sistema transfere a comunicao


com um terminal mvel de um canal ou estao base para outro canal ou
estao base.

nenhum usurio poder utilizar aquela faixa de freqncias


ou aquele intervalo de tempo. Pode-se facilmente verificar
que, para um sistema celular FDMA ou TDMA com padro
de reuso igual a 7, considerando-se como interferentes as
seis clulas co-canais mais prximas (ver Figura 7), a
capacidade em termos de canais por clula pode ser
aproximadamente expressa por [9]

m=

Bt Bc
2
3

( )
C
I

(6)

Na expresso acima Bt a largura de faixa total de


transmisso ou recepo, BC a largura de faixa equivalente
por canal e (C/I) a mnima relao portadora / interferncia
por canal ou por slot de tempo necessria uma qualidade
aceitvel de recepo. Na Figura 7 mostrada uma
configurao tpica para um sistema celular com reuso de
freqncias. Para a geometria da Figura 7 e para um
expoente de perdas no percurso igual a n, a C/I para o pior
caso pode ser determinada por [9]
C
R n
=
(7)
I 2( D R) n + ( D R 2) n + ( D + R 2) n + ( D + R) n + D n

importante citar que as expresses (6) e (7) consideraram a


perda por propagao variando com a n-sima potncia da
distncia e, como j citado, o valor de n dependente das
caractersticas de propagao de cada rea considerada.

Figura 7 - Ilustrao da primeira camada de co-clulas para cluster com N


= 7. Quando o mvel est localizado no limite de uma clula (ponto X), est
sujeito ao pior caso de interferncia co-canal no link direto. As distncias do
desenho foram obtidas por simples aproximaes

O aumento da capacidade dos sistemas FDMA e TDMA


alm daquela demonstrada por (6) pode ser conseguido
atravs da utilizao de tcnicas como Diviso de Clulas,
Setorizao e a implementao de Microclulas [14]. Vale,
porm, ressaltar que, no caso da setorizao, tcnica esta
comumente empregada, tem-se como efeito colateral a
reduo da eficincia de entroncamento do sistema [19],
[14], pois o nmero de canais por clula ser distribudo
12

pelos setores, ou seja, a capacidade no ser multiplicada


pelo nmero de setores por clula, como normalmente se
acredita.
No caso dos sistemas CDMA, o clculo exato da capacidade
envolve um nmero de variveis extremamente superior ao
nmero de variveis envolvidas na anlise dos sistemas
FDMA ou TDMA [4]. Vrios fatores podem ser explorados
e levarem a capacidade do CDMA a patamares
consideravelmente superiores s tcnicas de acesso mltiplo
FDMA e TDMA. Isto faz do CDMA um sistema complexo,
mas com gradativa facilidade de implementao medida
que o avano tecnolgico permite.
O controle de potncia realizado nos sistemas FDMA e
TDMA tem como principais objetivos a reduo do consumo
de energia e do nvel de interferncias. O primeiro leva a um
aumento do tempo de vida das baterias dos terminais
mveis, enquanto o segundo melhora a qualidade do servio
(melhor qualidade de voz). Nos sistemas CDMA, que so
sistemas inerentemente limitados pela quantidade de
interferncia, um eficaz controle de potncia leva a uma
possibilidade de aumento direto na capacidade do sistema.
Como citado anteriormente, nos sistemas de telefonia celular
FDMA e TDMA, enquanto ocupados uma faixa de
freqncia ou um slot de tempo durante uma chamada,
mesmo que o usurio no esteja transmitindo informao
(falando) aquele canal no poder ser utilizado por outro
usurio, a no ser atravs da utilizao de elaboradas
tcnicas de alocao dinmica de canais. No CDMA,
estando um usurio em silncio, pode-se desligar ou reduzir
a potncia transmitida nesses instantes. Isto pode levar a uma
reduo na quantidade de interferncia no sistema,
permitindo um proporcional aumento na capacidade. Os
modernos vocoders naturalmente podem fazer uso deste
ciclo de atividade da voz, que normalmente se encontra na
casa de 35% a 40% do tempo, enviando comandos de
desligamento ou reduo da potncia transmitida nos
intervalos de silncio. Um aumento mdio de capacidade de
cerca de 35% pode ser conseguido [4].
A setorizao nos sistemas FDMA ou TDMA tem como
principal objetivo a reduo do nvel de interferncias com
um pequeno aumento na capacidade de trfego. Nos sistemas
CDMA pode-se utilizar a setorizao para uma diminuio
efetiva do nvel de interferncias, levando a um aumento
direto na capacidade do sistema. Para trs setores por clula,
a capacidade pode ser realmente triplicada.
Outros fatores importantes a considerar esto relacionados
tecnologia de espalhamento espectral utilizada no CDMA e
que permite: sigilo na comunicao, robustez contra as
degradaes causadas pelo canal rdio mvel, pequena
densidade espectral de potncia (baixa Interferncia
Eletromagntica), imunidade a interferncias, etc.. Gilhousen
e outros em [4] fornecem justificativas tcnicas interessantes
que, se no convincentes, ao menos demonstram as
potencialidades da tecnologia CDMA e indicam o caminho
que ela poder traar de agora em diante, tornando-se,
provavelmente, a mais utilizada para sistemas de
comunicao multiusurios.

III.4. ACESSO HBRIDO


As tcnicas hbridas combinam as trs tcnicas citadas
anteriormente. Elas so: FDMA/TDMA, FDMA/CDMA e
TDMA/CDMA.
Na tcnica hbrida FDMA/TDMA o espectro disponvel
dividido em sub-faixas onde cada uma transporta a
comunicao de um determinado nmero de usurios que
compartilham essa sub-faixa em instantes de tempo distintos.
Na tcnica FDMA/CDMA o espectro disponvel dividido
em sub-faixas onde cada uma transporta a comunicao de
um determinado nmero de usurios que compartilham essa
sub-faixa ao mesmo tempo, porm utilizando seqncias
pseudo-aleatrias distintas (cdigos distintos).
Na tcnica hbrida TDMA/CDMA cada clula utiliza uma
seqncia pseudo-aleatria comum, sendo que em uma
determinada clula a cada usurio alocado um instante de
tempo distinto dos demais.

III.5. ACESSO ALOHA


As tcnicas de acesso aleatrio alocam recursos de rdio
dinamicamente a um conjunto de terminais que apresentam
trfego tipicamente em rajadas (bursty traffic).
Nos anos 70, a tcnica ALOHA foi proposta por Norman
Abramson como uma soluo efetiva para prover acesso via
rdio a sistemas de computadores. A rede ALOHA na
Universidade do Hawaii empregava transmissores fixos em
ilhas localizadas a dezenas de quilmetros. A principal
vantagem da tcnica ALOHA a simplicidade. Cada
terminal permitido transmitir a qualquer momento, sem
levar em conta se o canal est ocupado ou no. Se um pacote
de dados recebido corretamente, a estao rdio base
transmite uma mensagem de reconhecimento. Se nenhum
reconhecimento recebido pelo terminal mvel ele
retransmite o pacote aps esperar por um intervalo de tempo
aleatrio. O retardo na comunicao principalmente
determinado pela probabilidade de um pacote de dados no
ser recebido devido interferncia de outras transmisses
(colises) e pelo tempo mdio esperado antes de uma
retransmisso.
Estudos realizados mais tarde revelaram que para uma
populao de usurios tendendo a infinito e sob certas
condies dos canais o sistema ALOHA torna-se instvel.
Pacotes perdidos devido a uma coliso so retransmitidos,
mas essa retransmisso novamente sofre uma coliso, o que
pode desencadear um processo de retransmisses sem fim.
Um mtodo de eliminar a instabilidade dinamicamente
adaptar o tempo de espera aleatrio de todos os terminais se
a estao rdio base percebe a ocorrncia de um nmero
muito elevado de colises. Exemplos de mtodos que
asseguram estabilidade em uma rede ALOHA so o DFLALOHA (Dynamic Frame Lenght ALOHA) e o algoritmo
Stack. O primeiro utiliza controle centralizado pela estao
13

rdio base enquanto


descentralizado [10].

segundo

utiliza

mtodo

importante citar que o processo de inicializao de


chamada em quase todos os sistemas de telefonia celular
utiliza um certo tipo de acesso aleatrio ALOHA.
Em um canal de rdio mvel, pacotes de dados podem ser
destrudos devido aos severos desvanecimentos do sinal,
mesmo na ausncia de colises. Por outro lado, pacotes
podem ser recebidos com sucesso a despeito da interferncia
de outros usurios devido ao denominado efeito captura.
Em sistemas que utilizam modulaes lineares, como AM e
AM-SSB, a razo entre a relao sinal rudo (RSR) na sada
do detetor e a relao portadora rudo (C/I) linear.
Contudo, em modulaes no lineares, como as modulaes
em fase e em freqncia, a RSR aps a deteco pode ser
abruptamente melhorada se comparada com as modulaes
lineares. Essa melhoria abrupta ocorre sempre que a RSR
antes da deteco est acima de um determinado limiar,
configurando o chamado efeito captura. Esse efeito tem forte
influncia no throughput do sistema.
O conceito de reuso de freqncias em redes com acesso
aleatrio ALOHA difere daquele explorado em redes de
telefonia, devido diferena entre os critrios de avaliao
de desempenho desses sistemas. O primeiro leva em conta o
throughput versus a probabilidade do sinal recebido cair
abaixo do limiar de captura do receptor (outage probability)
e o segundo considera o atraso versus aquela probabilidade.
O melhor padro de reuso para um sistema ALOHA aquele
que utiliza a mesma freqncia em todas as clulas.
Na tcnica denominada Unslotted ALOHA uma transmisso
pode iniciar a qualquer tempo. Na Slotted ALOHA o eixo de
tempo dividido em slots. assumido que todos os
terminais conhecem os instantes de tempo onde comeam
novos slots e permitido que os pacotes sejam enviados
somente no incio de um novo slot. O throughput no Slotted
ALOHA significativamente maior que no Unslotted
ALOHA.

III.6. ACESSO CSMA


Em situaes com trfego intenso a tcnica de acesso
aleatrio ALOHA reduz o throughput do sistema e pode
levar a instabilidade devido constantes colises nas
retransmisses. A tcnica CSMA (Carrier Sense Multiple
Access) minimiza esse problema.
No acesso CSMA todos os terminais ouvem o canal de
comunicao terminal - estao rdio base e a transmisso de
um novo pacote no iniciada enquanto este canal se
encontra ocupado. Esse procedimento requer que cada
terminal possa receber os sinais dos demais terminais
naquela freqncia.

escondido evitado no mtodo ISMA (Inhibit Sense


Multiple Access), atravs do qual a estao rdio base
transmite um sinal de ocupado inibindo a transmisso por
parte de todos os outros terminais. A desvantagem do ISMA
reside na necessidade de um canal de feedback em tempo
real (contnuo).
Em uma variao do CSMA mais simples, o CSMA-CD
(CSMA Collision Detection), o receptor continuamente
informa todos os terminais sobre o sinal que est recebendo.
Se uma coliso detectada, a transmisso de todos os
terminais abortada imediatamente. Esse procedimento
eleva o throughput do sistema em relao quele que
reconhece a recepo aps a transmisso de um pacote
inteiro.
Outras variaes do CSMA so o CSMA 1 persistente, o
CSMA no persistente, o CSMA p persistente e o
DSMA. No CSMA 1 persistente o terminal ouve o canal
e espera para transmitir quando o canal estiver ocioso.
Quando isso acontece o terminal transmite sua mensagem
com probabilidade igual a 1. No CSMA no persistente,
aps receber um reconhecimento negativo, o terminal espera
por um tempo aleatrio antes da transmisso do pacote. A
estratgia CSMA p persistente aplicada a canais com
diviso temporal. Quando um canal encontra-se ocupado, o
pacote transmitido no primeiro slot de tempo disponvel
com uma probabilidade p ou no prximo slot de tempo com
probabilidade 1 - p. No DSMA (Data Sense Multiple Access)
cada terminal tenta detectar uma mensagem do tipo ociosoocupado em um canal de controle no link direto (estao
rdio base para terminal). Quando a mensagem ociosoocupado indica que nenhum usurio est transmitindo no
link direto (terminal para estao rdio base), a transmisso
pelo terminal permitida.

III.7. ACESSO RESERVATION ALOHA


O Reservation ALOHA um esquema de acesso baseado em
muliplexao por diviso de tempo, TDM (Time Division
Multiplexing). Nesse protocolo de acesso certos slots de
tempo so alocados com prioridade e possvel a reserva
de slots pelos terminais. Essa reserva pode ser feita
permanentemente ou requisitada quando necessrio. Em um
tipo de Reservation ALOHA, terminais em situao de
transmisso com sucesso (ausncia de coliso) reservam um
slot permanentemente at que sua transmisso seja
completada, embora transmisses de durao muito longa
possam ser interrompidas pelo sistema. Um outro esquema
permite ao terminal a transmisso de uma requisio em um
subslot reservado em cada quadro (frame). Se durante a
transmisso nenhuma coliso detectada, o prximo slot no
quadro reservado a esse terminal para a transmisso dos
dados.

Em redes de comunicao mvel, um terminal pode no ser


capaz de perceber a transmisso de um outro terminal
remoto. Esse efeito, conhecido como problema do terminal
14

III.8. ACESSO PRMA


A tcnica de acesso PRMA (Packet Reservation Multple
Access) aplica o mtodo TASI (Time Assigned Speech
Interpolation) ou DSI (Digital Speech Interpolation) como
mtodo de acesso em redes sem fio, e similar ao
Reservation ALOHA. O mtodo DSI explora o fato que a
voz humana contm perodos de atividade e perodos de
silncio. Isso permite a multiplexao de N conversaes
telefnicas em Nv canais, onde N pode ser maior que Nv. A
idia bsica a de que uma conversao necessita ocupar um
determinado canal somente nos perodos de atividade.
Durante os perodos de silncio outros usurios podem
utilizar o canal.
O PRMA um mtodo de acesso mltiplo que utiliza
quadros (frames) com um determinado nmero fixo de slots.
Se um terminal tem uma srie de pacotes a transmitir ele
compete com outros terminais por um slot livre. Tendo
capturado um determinado slot, ao terminal so reservados
os slots correspondentes nos prximos quadros, at que ele
libere essa reserva.

III.9. ACESSO STRMA


O STRMA (Space-Time Reservation Multiple Access) um
mtodo de acesso mltiplo que permite que vrios terminais
portteis acessem uma infra-estrutura de comunicaes. Ele
combina reuso de freqncia com acesso mltiplo e utiliza a
tcnica digital de interpolao de voz DSI. O objetivo do
STRMA o de dar suporte ao trfego de aplicaes
multimdia.
O STRMA pode ser interpretado como uma extenso
espacial da tcnica PRMA. No PRMA clulas adjacentes
utilizam freqncias diferentes, de acordo com o
planejamento de reuso do sistema celular, mas no STRMA
h o sincronismo entre estao rdio base e terminais em
nvel de slot. Os slots de tempo so comuns a todas as
clulas e todas as clulas utilizam a mesma freqncia de
portadora. Contudo, se certos slots so reservados a um
terminal em uma clula, as estaes de rdio base do
primeiro conjunto de clulas vizinhas proibir a todos os
outros terminais utilizarem os mesmos slots de tempo.
Assim, as reservas no ocorrem somente no domnio do
tempo, como no PRMA, mas tambm no espao.
Resumindo, no protocolo STRMA a reserva de um slot de
tempo no restrita clula na qual o terminal est
localizado. O slot ser tambm reservado em clulas
vizinhas para evitar colises com pacotes transmitidos
nessas clulas vizinhas e no mesmo slot de tempo.

Apesar da busca constante pela padronizao ou pela


interoperabilidade entre os sistemas de comunicao mvel,
o nmero de diferentes sistemas existentes extremamente
elevado. A rpida evoluo tecnolgica e o surgimento, a
cada dia, de novas necessidades de comunicao so os
principais responsveis por essa miscelnea.
As sees anteriores abordaram fundamentos relacionados s
comunicaes mveis. Esses fundamentos serviro como
requisitos necessrios ao entendimento dos vrios padres e
sistemas atualmente em funcionamento em todo o mundo e
apresentados resumidamente nessa seo. Mais detalhes
sobre cada sistema aqui apresentado podem ser vistos nas
referncias [3], [10], [14], [16], [19] e [20] e recomendaes
pertinentes.
Os sistemas de comunicao mvel podem ser agrupados em
seis grandes categorias: os sistemas de telefonia sem fio
(cordless telephony), os sistemas celulares, os sistemas de
Paging, os sistemas de comunicao de dados mvel LAN e
WAN e os sistemas de comunicao mvel via satlite. Com
relao evoluo tecnolgica e cronolgica tem-se os
sistemas de primeira gerao, segunda gerao e os futuros
sistemas de terceira gerao. Dentre os sistemas de primeira
gerao predominam aqueles com tecnologia analgica. Os
sistemas digitais marcam o incio da segunda gerao e os
servios de comunicao pessoal de voz, dados e multimdia
(PCS Personal Communication Systems) so alvo dos
futuros sistemas de terceira gerao. Para a terceira gerao
existem duas vises at certo ponto contraditrias: uma viso
idealizada da convergncia de todos os servios nos sistemas
PCS e uma realidade prtica tendendo ao desenvolvimento
de inmeros sistemas diferentes, baseados nos sistemas de
segunda gerao, interoperveis e oferecendo as mais
variadas formas de servios.
Um conceito amplamente explorado em sistemas celulares e
que foi brevemente abordado em pargrafos anteriores o
conceito de reuso de freqncias usurios em diferentes
reas geogrficas (diferentes clulas) podem utilizar um
canais com a mesma freqncia. Este conceito se aplica
tanto a sistemas analgicos quanto digitais. O reuso de
freqncia aumenta drasticamente a eficincia de utilizao
do espectro disponvel, mas apresenta como efeito colateral a
interferncia co-canal. Essa interferncia deve ser
considerada quando do planejamento de sistemas celulares
[14].
Um conjunto de clulas que utiliza todo o conjunto de
freqncias disponveis em um sistema celular
denominado de cluster. De um cluster para outro tem-se a
reutilizao de todo o conjunto de freqncias. Para uma
geometria didtica hexagonal das clulas, um cluster pode
somente possuir um nmero N de clulas dado por

N = i 2 + ij + j 2
IV. PADRES EM SISTEMAS DE
COMUNICAO MVEL

(8)

onde i e j so inteiros no negativos.


Em sistemas celulares o valor de N escolhido de forma a
assegurar uma determinada qualidade de servio quando o
terminal mvel se encontra prximo aos limites de cobertura
15

de uma clula. importante citar que no existe um limite


fsico exato para a cobertura de uma determinada clula. O
termo limite aqui utilizado no sentido de identificar as
regies extremas de uma clula com intensidade de sinal
tendendo inoperabilidade do terminal mvel atendido por
aquela clula.
Basicamente tem-se trs tipos de clulas: as macro-clulas,
as micro clulas e as pico-clulas, classificao esta baseada
em seus dimetros tpicos que so, respectivamente, 1 a
30Km, .200 a 2000m e 4 a 200m. O tamanho das clulas
diminui com o crescimento do sistema e com esse
decrscimo no tamanho das clulas tem-se, basicamente:

Aumento na capacidade de usurios.


Aumento do nmero de handoffs por chamada.
Aumento na complexidade de localizao do usurio.
Menor consumo de potncia do terminal mvel.
Diferentes ambientes de propagao, o que leva a
espalhamentos por multipercursos mais curtos.
Diferentes arranjos das clulas, o que leva a maiores
interferncias e maior dificuldade de planejemento do
sistema.

IV.1. SISTEMAS CELULARES ANALGICOS


DE PRIMEIRA GERAO
Os sistemas analgicos de primeira gerao foram
desenvolvidos para prover servios de telefonia celular.
Dentre eles pode-se citar: AMPS, NMT, TACS, C450 e
NTT. As caractersticas bsicas comuns a esses sistemas so:
modulao analgica em FM, sinalizao feita atravs de
modulao FSK, tcnica de acesso FDMA com duplexao
FDD, tamanho das clulas de 0.5Km a 10Km, potncia de
transmisso do terminal mvel de 1 a 8 Watts e reutilizao
de freqncia.
A Tabela 2 resume as principais caractersticas dos sistemas
de telefonia celular analgicos utilizados em todo o mundo
[10].

Sistema
Freqncia de
transmisso (MHz)
Estao rdio base

NTT

Vrios
pases
AMPS

870-885

869-894

917-950

Terminal mvel

925-940

824-849

872-905

Nmero de canais
Raio de cobertura
(Km)
Desvio de freq. da
modulao digital
(KHz)
Desvio de freq. da
modulao
analgica (KHz)
Taxa na sinalizao
(Kbps)

600

832

1320

463 467.5
453 457.5
180

5 a 15

2 - 20

2 - 20

1.8 - 40

5 - 30

4.5

6.4

3.5

2.5

12

9.5

0.3

10

1.2

5.28

Japo

Vrios
pases
TACS

Vrios
pases
NMT

Ale_
manha
C450
461.3 465.74
451.3 455.74
222

Tabela 2 Sistemas de telefonia celular analgicos (de Lee, 1995, p. 100)

IV.2. SISTEMAS CORDLESS ANALGICOS


DE PRIMEIRA GERAO
A diferena bsica entre os sistemas de telefonia celular e os
chamados telefones sem fio podem ser visualizadas na
Tabela 3.

Tamanho das clulas


Velocidade de
movimentao
Cobertura
Complexidade da
estao rdio base
Potncia de
transmisso do
terminal mvel

Celular

Cordless

Grandes clulas
(0.5 a 30Km)

Pequenas clulas
(50 a 500m)

Alta (at 150km/h)

Baixa
(menor que 6Km/h)

rea extensa

Pequena zona

Alta

Baixa

Alta (100 a 600mW)

Baixa (5 a 10mW)

Tabela 3 Diferenciao entre os sistemas celulares e os sistemas de


telefonia sem fio (cordless telephony)

Os principais padres para sistemas cordless so: US


Cordless, MPT1322 (CT0), CEPT/CT1 e NTT. As
caractersticas bsicas desses padres so: modulao de voz
analgica FM, sinalizao digital com modulao FSK,
acesso mltiplo FDMA, duplexao FDD, principal
aplicao em uso residencial e terminais mveis com baixa
potncia de transmisso (sempre inferior a 1W).

IV.3. SISTEMAS DE PAGING


Os servios de paging so aqueles onde h o envio de
pequenas mensagens para um usurio mvel. Estas
mensagens podem ser um simples beep, um nmero ou
mensagens alfanumricas curtas. Esses servios tm
crescentemente sido operacionalizados atravs do uso de
sub-portadoras adicionadas a sinais de rdio difuso FM. A
recomendao 584 (1982) do CCIR define: Paging um
sistema de chamada pessoal, seletivo, unidirecional, sem
transmisso de voz, com alerta do tipo sem mensagem ou
com mensagem numrica ou alfanumrica. Devido ao baixo
custo esse tipo de servio tem sido explorado por um nmero
expressivo de usurios.
Os dois principais padres para os servios de paging so o
POCSAG e o ERMES.
As caractersticas bsicas do POCSAG so:

Hardware consistindo de um chip receptor, um chip


decodificador, um microcontrolador, memria, um
mdulo display de cristal liqido e um circuito de
temporizao (clock). Seu consumo extremamente
pequeno e permite operao a 1.5 Volts.
Freqncia de trabalho na faixa de VHF e UHF (25 a
512MHz) para os pagers (terminais de paging) digitais.
16

Existem chips disponveis no mercado para uso em


pagers extremamente finos do tipo relgios de pulso ou
cartes de crdito.
Modulao FM pelos dados do tipo NRZ (non return to
zero) o que s vezes faz com que o padro POCSAG
seja chamado de analgico.
Receptores mais modernos utilizam demodulao com
converso
direta
(no
utilizam
freqncia
intermediria).
Taxa de operao de at 2400 smbolos por segundo
(bauds).

O padro ERMES (European Radio Message Service) um


padro europeu para servios de paging desenvolvido pela
ETSI (European Telecommunications Standards Institute) e
que comeou a operar em fevereiro de 1996. Utiliza uma
rede terrestre de estaes rdio base transmitindo em 16
canais na faixa de 169 a 170MHz. A largura de faixa de cada
canal de 25KHz. A modulao utilizada do tipo 4-PAM
FM (4FSK) a 6.25Kbps. O pager precisa somente ouvir
um canal por vez.
No padro ERMES, 30 bits formam uma palavra cdigo que
transmitida em 4.8ms. Desses 30 bits, 18 carregam os
dados do usurio e os 12 restantes so utilizados para
deteco e correo de erros.

IV.4. SISTEMAS CELULARES DIGITAIS DE


SEGUNDA GERAO
Dentre os sistemas de comunicao mvel celular digitais
pode-se destacar os padres: GSM, DCS-1800, PCS-1900,
IS-54 D-AMPS e CDMA IS-95.
O sistema GSM foi desenvolvido com o objetivo de
solucionar o problema da fragmentao existente nos
primeiros sistemas celulares na Europa e de proporcionar
uma srie de servios atravs da utilizao de uma Rede
Digital de Servios Integrados (RDSI). Sua introduo na
Europa foi em 1991 e desde ento vrios pases da Amrica
do Sul, sia e Austrlia tm adotado o GSM e sistemas
equivalentes, tal como o DCS-1800.
Dentre os principais servios suportados pelo padro GSM
pode-se destacar:

Servios de telefonia, incluindo fax, videotexto e telex.


Servios de dados com possibilidade de comunicao de
dados por pacotes a taxas de at 9600bps.
Servios de RDSI suplementares tais como desvio de
chamada, identificao de assinante chamador e servio
de mensagem. Esse ltimo, chamado SMS (Short
Message Service) permite a recepo de mensagens
alfanumricas mesmo durante uma conversao e ainda
permite transmitir repetitivamente mensagens ASCII
para todos os assinantes, servio esse muitas vezes
utilizado para fins de segurana e de aviso.

Module) que contm a identificao completa do usurio,


chaves de cdigo de privacidade e outras informaes
especficas sobre o usurio. O SIM pode apresenta-se sob a
forma de um carto de crdito ou de um plug-in que
conectado ao terminal GSM. Sem o SIM o terminal fica
inoperante.
A privacidade outra caracterstica marcante no padro
GSM. Isto possvel atravs da criptografia
(embaralhamento) da seqncia de bits do usurio atravs de
uma chave (regra de embaralhamento) que se altera
freqentemente.
Sumrio das principais caractersticas tcnicas do sistema
GSM:

Acesso FDMA/TDMA com canais de 200KHz e 8 slots


temporais por canal (8 usurios por canal).
Codificao de voz LPC-RPE (13Kbps).
Equalizao adaptativa de canal.
Taxa de transmisso no canal: 270Kbps.
Taxa de transmisso por usurio (incluindo bits de
codificao de canal): 22.8Kbps.
Modulao GMSK com BT = 0.3.
Mximo tamanho das clulas (limitado pelo tempo de
guarda): 30Km.
Potncia de transmisso: equipamento de mo mx.
2W; equipamento porttil mx. 8W.
Sinalizao fora da faixa til.

Os padres DCS-1800 e PCS-1900 so baseados na


arquitetura de rede do sistema GSM, sendo que o PCS-1900
o equivalente nos Estados Unidos do padro GSM.
O padro IS-54, conhecido como D-AMPS (Digital AMPS)
o equivalente digital do sistema analgico AMPS. No
sistema D-AMPS cada canal de 30KHz compartilhado por
trs usurios em slots de tempo distintos. A capacidade
triplicada em relao ao AMPS. A principal motivao para
o desenvolvimento desse sistema foi a possibilidade de
transio suave da tecnologia analgica para a digital,
ocupando a mesma faixa de freqncias. Uma recente
variao do padro IS-54, o IS-136 (anteriormente IS-54
Rev.C), tem as mesmas caractersticas do IS-54,
diferenciando no tipo de modulao utilizada nos canais de
controle (/4 DQPSK) de forma a elevar a taxa de
transmisso nesses canais e prover servios adicionais tais
como paging e envio de mensagens curtas entre usurios em
grupos privados.
Uma outra evoluo do padro D-AMPS e que se encontra
em fase de normalizao o E-AMPS (Extended AMPS).
Nesse padro utilizada alocao dinmica de canais
baseada na atividade da voz, utilizando a tcnica DSI
(Digital Speech Interpolation). Essa tcnica pode elevar a
capacidade em 15 vezes em relao ao sistema analgico
AMPS (ver Acesso Mltiplo PRMA, item III.8.).
Sumrio das principais caractersticas tcnicas do padro IS54 (D-AMPS):

Outra grande inovao do sistema GSM o mdulo de


identificao do usurio, o SIM (Subscriber Identification
17

Mtodo de acesso FDMA/TDMA, com canais de


30KHz e 3 slots de tempo por canal (3 usurios por
canal).
Taxa de transmisso no canal: 48.6Kbps.
Codificao de voz VSELP (13Kbps).
Triplica a capacidade do sistema analgico AMPS.
Modulao /4 DQPSK.
Eficincia de largura de faixa: 1.62bps/Hz.
Complexo processo de gerenciamento temporal.

O padro IS-95, baseado em tecnologia com espalhamento


espectral (acesso mltiplo CDMA), foi desenvolvido
tambm com o objetivo de possibilitar a transio suave da
tecnologia analgica para a digital. No padro IS-95 todos
usurios utilizam a mesma faixa de freqncias, mesmo
aqueles usurios em clulas adjacentes, sendo que cada canal
IS-95 ocupa 1.25MHz (cerca de 10% da banda disponvel
para o padro AMPS). Na prtica as portadoras do sistema
AMPS devem prover uma faixa de guarda de 270KHz (9
canais) em cada lado da faixa dedicada ao IS-95.
Os primeiros terminais dual-mode (IS-95/AMPS) foram
disponibilizados pela Qualcomm em 1994.
No padro IS-95 a taxa de transmisso no canal varivel
em funo dos requerimentos do terminal e do ciclo de
atividade da voz. So possveis 4 taxas de transmisso:
9600bps, 4800bps, 2400bps e 1200bps, sendo que a
transmisso acontece sempre em rajadas de 9600bps em
cada quadro (frame). A cada vez que a taxa reduzida em
funo da atividade da voz so gerados intervalos durante os
quais a potncia de transmisso do terminal mvel
reduzida de no mnimo 20dB em relao ao perodo prvio
de atividade. Esse procedimento reduz significativamente a
quantidade de interferncia no sistema, proporcionando um
correspondente aumento da capacidade em termos do
nmero mdio de usurios ativos.
Sumrio das principais caractersticas tcnicas do padro IS95 (CDMA):

Taxa de chip de 1.2288Mchips/s = 128 vezes 9600bps.


No link direto (base para terminal mvel): Utilizao de
64 cdigos Walsh-Hadamard combinados para
ortogonalidade entre os usurios; utilizao de uma
seqncia PN do tipo m [12] para um espalhamento
efetivo e robustez contra os efeitos dos multipercursos.
No link reverso (terminal mvel para base): Utilizao
de seqncias PN tipo m melhores propriedades para
sincronismo.
Largura de faixa de transmisso: 1.25MHz.
Codificao de canal convolucional com taxa 1/2 no link
direto e taxa 1/3 no link reverso.
Uso de portadora piloto para sincronismo e deteco
coerente nos terminais mveis.
Soft hadoff (mesma portadora para todo o sistema).
Degradao suave na qualidade do link reverso quando
h sobrecarga de usurios no sistema (soft capacity).
Controle de potncia do terminal mvel atualizado a
cada 1ms (ou conforme variao do desvanecimento)
imperfeito devido a desvanecimentos muito profundos e
/ou muito rpidos.

Utilizao do receptor RAKE [13], [14], [17] ao invs


de equalizador de canal.

IV.5. SISTEMAS CORDLESS DIGITAIS DE


SEGUNDA GERAO
Os sistemas de telefonia sem fio digitais tem como
principais padres: CT2, CT2+, DECT, PHS e PACS. Essas
padronizaes surgiram como resposta ao mercado no
padronizado e ilegal que comeou a tomar fora em todo o
mundo. A primeira normalizao nesse sentido teve o nome
de CT1. Nela cada assinante de uma rede de telefonia fixa
convencional poderia comprar sua prpria estao rdio
base e um terminal porttil. A cobertura do sistema CT1
abrange somente as imediaes da base.
Os sistemas CT2 tm as principais caractersticas:

Utiliza mtodo de acesso FDMA.


A separao entre as freqncias das portadoras de
100KHz.
Utiliza duplexao TDD com uma durao de quadro de
2ms.
A taxa de transmisso por canal de 72Kbps.
Utiliza modulao FSK binria.
Utiliza codificador de voz do tipo ADPCM (Adaptive
Differential Pulse Code Modulation) a 32Kbps [6].
Apresenta eficincia espectral de 0.72bps/Hz.
Possibilita acesso rede de telefonia pblica fixa.
No pode receber chamadas, mas pode prover servios
de paging.
Pode prover servios de fax.
Pode ser utilizado como modem de dados oficialmente
anunciado para trabalhar a 2400bps, mas pode
apresentar taxas superiores.
Com antenas para interiores o sistema CT2 tem um
alcance aproximado de 100m. Com antenas exteriores
esse alcance pode subir para cerca de 500m.

Outro importante padro para sistemas cordless, talvez um


dos mais importantes, o padro DECT (Digital Enhanced
Cordless Telephone). Inicialmente este padro foi
desenvolvido para atender somente ao sistema europeu
tambm sob o nome DECT - Digital European Cordless
Telephone. Posteriormente ele foi otimizado para uso
profissional, mas recentemente equipamentos com padro
DECT tem sido encontrados comercialmente para uso
domstico. Suas caractersticas o tornam vivel tambm para
comunicao de dados. Uma verso para esse fim est sendo
desenvolvida nos Estados Unidos com um nome de PWT
(dados de 1997 [10]).
So caractersticas bsicas do padro DECT:

Utiliza acesso TDMA em um sistema com 10


portadoras, cada uma transportando 12 canais de voz.
Utiliza duplexao TDD e alocao dinmica de canais.
Suporta servios de transmisso de dados com taxas de
at 1Mbps por usurio.
A taxa de transmisso no canal de 1.152Mbps.
18

De forma a manter o consumo de potncia do terminal


porttil o menor possvel, o padro DECT no utiliza
equalizao, operando com espalhamentos por
multipercurso rms de at 90ns, ou seja, apresenta melhor
funcionamento em ambientes internos (micro-celulares).
Ainda objetivando baixo consumo de potncia e alta
qualidade de voz, o padro DECT no prev o uso de
sofisticados codificadores de voz, mas um simples
ADPCM de 32Kbps.
A modulao utilizada a GMSK.

Para o padro DECT tambm foram desenvolvidos


protocolos para transmisso de dados que permitem o acesso
a redes sem fio, servios de mensagem e acesso transparente
a servios de dados oferecidos pelo padro GSM.
Equipamentos desenvolvidos a partir do padro DECT
podem incluir:

Adaptadores para redes sem fio para laptops ou PCs


convencionais (desktops).
Pagers.
Sistemas de telemetria.

O sistema PACS , em algumas literaturas, considerado de


segunda gerao [10] e em outras considerado um sistema
de terceira gerao [14] uma das dualidades de
classificao comumente encontradas nas referncias
bibliogrficas.
Originalmente desenvolvido e proposto pela Bellcore em
1992, o sistema PACS pode prover servios de voz, dados e
imagens de vdeo para uso em sistemas de comunicao
interior (indoor) e estruturas com micro-clulas. O principal
objetivo desse sistema o de integrar todos os servios
disponveis em estruturas WLL (Wireless Local Loop) em
um nico sistema.
So caractersticas tcnicas bsicas do sistema PACS:

Acesso mltiplo TDMA com duplexao FDD ou TDD.


Faixa de freqncias de 1 a 3GHz com canais de
300KHz.
Potncia mdia de transmisso do equipamento porttil:
200mW.
Potncia mdia de transmisso da base: 800mW.
Codificao para deteco de erros do tipo CRC (Cyclic
Redundance Check) [18].
Codificao de voz ADPCM [6] a 32Kbps.
Usurios por quadro (2.5ms): 8 para FDD e 4 para TDD.
Taxa de transmisso no canal: 384Kbps com modulao
/4 DQPSK.

O sistema Japons PHS apresenta grande semelhana com o


sistema DECT. Suporta 77 canais de rdio, cada um com
300KHz de banda, na faixa de 1895 a 1918.1MHz, onde 40
canais na faixa de 1906.1 a 1918.1MHz so designados para
sistemas pblicos, enquanto os 37 restantes so utilizados
para comunicao pessoal domstica ou em escritrios.

IV.6. FUTUROS SISTEMAS CORDLESS E


CELULARES DE TERCEIRA GERAO
Dentre os objetivos almejados para a terceira gerao de
sistemas de comunicao mvel celulares e do tipo cordless
espera-se:

Maximizar a semelhana entre as vrias interfaces de


rdio.
Possibilitar operao do tipo dual-mode (analgico e
digital).
Permitir mobilidade global ao usurio.
Se apresentar como uma evoluo das tecnologias de
segunda gerao.

As atividades de normalizao em todo o mundo esto


girando em torno das idias bsicas: os sistema global IMT2000 = FPMTS (Future Public Land Mobile
Telecommunications System), na Europa o UMTS
(Universal Mobile Telecommunications System) e o MBS
(Mobile Broadband System) e nos Estados Unidos o PCS
(Personal Communications System).
O padro UMTS est sendo elaborado pelo ETSI (European
Telecommunications Standards Institute) e pretende ser uma
evoluo dos sistemas GSM, DCS1800 e DECT.
O IMT-2000 est sendo padronizado pelo ITU e pretende ser
uma evoluo dos padres GSM, DECT, IS-54, IS-95 e
DCT1800, nas faixas propostas de 1885 a 2025MHz e 2110
a 2200MHz. O objetivo do sistema IMT-2000 o de unificar
diversos sistemas em um nico, tendo um terminal mvel
mundialmente utilizvel. Os servios propostos incluem voz,
multimdia e dados com taxas de 64Kbps a 2Mbps, para uso
interior e exterior. Pretende-se alcanar desempenho
equiparvel ao de redes locais fixas.
So vrias as possveis configuraes para os sistemas PCS,
mas pode-se dividi-las em duas categorias [14]: os sistemas
que suportam altas velocidades de mobilidade e estruturas de
macro-clulas e os sistemas otimizados para baixo consumo,
baixa complexidade e baixa velocidade de movimentao.
Duas dessas configuraes so baseadas em acesso mltiplo
hbrido TDMA/CDMA com tecnologia W-CDMA
(Wideband CDMA) oferecida pela empresa Interdigital.
Todos os tipos de modulao esto sendo considerados,
inclusive as tcnicas FH-SS e DS-SS.

IV.7. SISTEMAS DE COMUNICAO DE


DADOS MVEL
At muito recentemente a nica possibilidade de transmisso
de dados sobre redes de comunicao mvel era atravs da
conexo de modems de baixa velocidade a terminais
telefnicos mveis analgicos. Isso resultava em altssimas
taxas de erro de bit devido s rpidas flutuaes do sinal
pelo
efeito
dos
multipercursos,
aos
profundos
desvanecimentos ocorridos em momentos de sombreamento
e aos freqentes handoffs inerentes ao sistema. Mesmo com
19

a utilizao de poderosos codificadores de canal o


throughput nessa situao ainda era muito reduzido.
Com o advento do GSM, pensava-se que esse problema seria
resolvido, mas apesar da evoluo tecnolgica desse sistema,
muitos fatores inviabilizam a transmisso de dados atravs
dele. Dentre esses fatores pode-se citar: o processo de
estabelecimento de chamada no GSM muito longo e chega
a ser proibitivo em algumas aplicaes computacionais; com
um adequado esquema de codificao de canal pode-se
transmitir dados j armazenados como arquivos. Por outro
lado, ter que pagar uma conexo telefnica para transmitir
dados pode ser um tanto ineficiente e caro.
O servio de transmisso de pacotes oferecido pelo GSM
aplicvel em situaes como informatizao de transportes
rodovirios. Nessa aplicao tem-se, entre outros servios, a
transmisso de informaes sobre o trfego e guia de rotas
para os motoristas [10].
Dentre os sistemas provedores de servios de comunicao
de dados mvel dedicados pode-se citar: Modacom,
Mobitex, RDS ou RBDS e CDPD.
Modacom uma rede de comunicao de dados mvel
Alem baseada em uma extenso sem fio da rede pblica
de pacotes X.25. A empresa Motorola, com a tecnologia
DataTAC, baseada na utilizao do protocolo LAP RD,
adotou o padro Modacom atravs da empresa Hutchinson,
em Hong Kong a na Ucrnia e da IBM nos EUA e Canada.
A rede Mobitex foi introduzida na Ucrnia, Holanda e
Frana. Aplicaes incluem transmisso de dados por
computadores portteis a taxas de at 19.2Kbps, limite esse
duas vezes maior que o esperado no sistema GSM.
O sistema RDS (Radio Broadcast Data System) um
sistema europeu que usa transmisses de rdio difuso em
FM. Ele prov comunicao unidirecional e as aplicaes
incluem paging e servios para transporte rodovirio a
1200bps. Os receptores RDS podem sintonizar-se
automaticamente a uma determinada estao que transporta
um determinado tipo de mensagem. Nos Estados Unidos a
verso do RDS chamada de RBDS (Radio Broadcast Data
System). Outros sistemas similares ao RDS so o HSDS
(High Speed Data System) da empresa Seiko e os sistemas
FMSS e STIC que esto sendo utilizados nos EUA.
O CDPD (Cellular Digital Packet Data) um sistema de
transmisso de dados por pacotes que utiliza canais ociosos
dos sistemas AMPS e IS-54. Suas aplicaes incluem: email, telemetria, verificao de crdito, fax, servios para
transporte rodovirio e dados adicionais que melhoram o
desempenho do sistema de posicionamento global GPS
(Global Positioning System).
Outras caracterstica tcnicas importantes do sistema CDPD:

Taxa de transmisso de 19.2Kbps com throughput


mximo de 11.8Kbps no link direto e 13.3Kbps no link
reverso.
Acesso similar ao ISMA.

Codificao de canal: cdigo Reed Solomon (63,47)


[18].

IV.8. SISTEMAS DE COMUNICAO MVEL


VIA SATLITE
Os servios oferecidos pelas comunicaes mveis via
satlite e alguns dos correspondentes sistemas podem ser
agrupados nas categorias:

Servios de faixa estreita telefonia e/ou comunicao


de dados: Iridium, redes VSAT, Inmarsat Mini-M, ICO,
GlobalStar, Odyssey, Aries, Ellipso, Super-GEO.
Servios de faixa larga multimdia: Teledesic, M-Star,
Sativod, Spaceway, Astrolink, Cyberstar, KaStar.
Servios de mensagem store and forward: Orbcomm,
GE Starsys, LEO One, KITComm.
Servios de navegao: GPS, Glonass, GNSS-2.

Muitos dos sistemas anteriormente citados ainda esto em


fase de planejamento e, dentre aqueles j implantados, os
sistemas VSAT, Inmarsat, Iridium e GPS so os mais
populares e sero brevemente abordados nos pargrafos
seguintes.
Os VSATs (Very Small Aperture Terminals) so pequenas
estaes de satlite terrenas transportveis e normalmente
conectadas a uma rede VSAT. O tamanho da antena VSAT
limitado
em
aproximadamente
2.4m.
Com
o
desenvolvimento de satlites operando na faixa de 30 ou
20GHz possvel reduzir o tamanho das antenas VSAT,
sendo que os chamados pico-terminais portteis podem
possuir antenas da ordem de 10 a 20cm de dimetro, com
uma capacidade de trfego reduzida, mas que pode permitir
a transmisso de voz codificada a cerca de 4.8Kbps.
As redes VSAT so formadas por um nmero de terminais e
satlites com os quais os terminais se comunicam.
Normalmente existe uma estao de maior porte, chamada
de hub-station, que pode ser utilizada como estao
intermediria e para controle da rede. O acesso pode ser do
tipo hbrido FDMA/CDMA.
Os sistemas VSAT so adequados para transmisso de dados
a at 64Kbps e suas principais aplicaes incluem coleta de
informaes climticas e servios para transporte rodovirio.
O Inmarsat um sistema de faixa estreita com satlites geoestacionrios (GEO) que iniciou sua operao em 1982.
Primeiramente os satlites cobriam regies ocenicas de
modo a atender a comunicao entre navios e portos. Os
satlites Inmarsat eram simples repetidores passivos. Hoje os
terminais so parcialmente portteis, apesar de requererem
um alinhamento rigoroso e uma preparao para o
recebimento de chamadas, e as variaes em relao ao
sistema original so considerveis [2]. Os principais servios
oferecidos so voz, fax, telex e dados.
Originalmente planejado para 77 satlites (nmero de
eltrons do elemento iridium), o sistema Iridium hoje tem
20

lanados um total final de 66 satlites de rbita baixa (LEO).


Nesse sistema os satlites podem comunicar-se entre si e
com os terminais terrestres. A idia foi inicialmente
concebida pela empresa Motorola, mas foram formados uma
srie de consrcios em todo o mundo para o
desenvolvimento e a implantao do sistema.
A cobertura do sistema Iridium global e uma chamada
pode iniciar-se e terminar pela ao do prprio sistema,
apesar de terem sido instalados gateways em vrios pases e
que permitem interconectividade com os sistemas de
comunicao terrestres no Brasil um gateway foi instalado
no Rio de Janeiro.
Os terminais do sistema Iridium so dual-mode e, alm dos
servios de voz, sero oferecidos servios de fax e
transmisso de dados com taxas de at 9600bps.
O sistema Teledesic, suportado por Bill Gates e Craig
McCaw, o mais complexo e caro sistema de comunicao
global at hoje concebido. Originalmente planejado para ter
840 satlites, a constelao est hoje reduzida a
aproximadamente 288 satlites que ocuparo uma rbita
circular a 700Km de altitude (LEO). Estima-se cerca de 20
milhes de usurios em todo o mundo.
Como no Iridium, os satlites do sistema Teledesic se
comunicaro entre si e a terra, utilizando a banda Ka do
espectro. Esto sendo planejados canais com taxas variveis
que vo desde 16Kbps a 1.24Gbps.
O sistema GPS foi desenvolvido para e controlado pelo
Departamento de Defesa dos EUA (DOD Department of
Defence). Apesar de haver milhes de usurios civis em todo
o mundo, o sistema tem carter essencialmente militar.
Atravs dos sinais recebidos e processados pelos terminais
GPS, pode-se computar a posio em trs dimenses
(latitude, longitude e altitude) e tambm a hora local do
terminal. A constelao de satlites do sistema GPS
composta por 24 satlites de rbita baixa (LEO). Cada
satlite descreve uma rbita completa em torno da terra em
12 horas, sendo que a cada 24 horas (aproximadamente)
cada satlite percorre o mesmo caminho em relao terra.
Desses 24 satlites, um nmero de 5 a 8 pode apresentar
visada direta pelo terminal GPS. O sistema conta ainda com
uma rede de controle central localizada na base area Falcon
AFB, no Colorado, EUA. Esta rede de controle tem a funo
de corrigir periodicamente a rbita e o relgio interno de
cada satlite.
Alm de suporte navegao para avies, navios, veculos e
para a navegao pessoal, o sistema GPS utilizado como
fonte de referncia de freqncia e tempo para equipamentos
de propsito especfico (exemplo: geradores de RF), devido
preciso dos dispositivos de temporizao internos de cada
satlite. Pesquisas recentes tm apontado a utilizao do
sistema GPS tambm para medida de parmetros
atmosfricos (fonte: http://www.fugawi.com/gpslinks.html).
A Tabela 4 mostra as principais caractersticas tcnicas de
alguns dos vrios sistemas de comunicao mvel via
satlite.

Uma outra tecnologia de sistemas de comunicao mvel


para interiores em grande escala de pesquisa e j com
propostas de normalizao aquela que utiliza transmisses
na faixa do infravermelho. O IEEE recentemente props uma
padronizao para uma rede local de comunicao mvel por
infravermelho, batizada como padro IEEE 802.11 e com
grande semelhana com o padro IEEE 802.3 (Ethernet),
exceto na interface com o meio de comunicao.

Sistema

INMARSAT M

IRIDIUM

ORBCOMM

rbita

GEO

LEO

LEO

Propsito

Voz, dados

Voz

Dados, paging

Infra-estrutura
fixa

Gateways

Gateways

Gateways

Comunicao

Digital

Digital

Digital

Cobertura

Global

Global

Global

Freqncias

1.6GHz

1.6; 2.4GHz

137, 149,
400MHz

Mtodo de
acesso

FDMA

FDMA/TDMA

Atraso total

500ms

10ms

10ms

Com.
Bidirecional

Sim

Sim

Sim

Acesso rede
fixa

Sim

Sim

Sim

N de satlites

66

26

Altitude da
rbita (Km)

36000

780

765

Lanamento

1980s

1998

1997

Operao

1988

1998

1997

Banda

UHF, VHF

Tabela 4 Caractersticas de alguns sistemas de comunicao mvel via


satlite (de Linnartz, 1997).

V. SUMRIO
Este tutorial abordou conceitos bsicos relacionados s
comunicaes mveis. Os fundamentos relacionados
transmisso de informao nos canais de rdio mveis via
satlite e terrestre, os fenmenos observados nesses canais e
as mtodos para viabilizao da comunicao nesses
ambientes foram descritos. Vrias tcnicas de acesso em
sistemas de comunicao mvel foram tambm
apresentadas. Em carter informativo foram apresentadas as
principais caractersticas de alguns dos sistemas de
comunicao mvel existentes e emergentes em todo o
mundo. Como anteriormente citado, o objetivo desse
trabalho servir como motivao ao leitor para a busca de
novos conhecimentos no campo das comunicaes mveis,
fornecendo um texto condensado reunindo conceitos
fundamentais e essenciais ao entendimento de publicaes e
normas relacionadas e servir tambm como uma fonte de
referncia sobre algumas caractersticas das principais
tecnologias na rea das comunicaes mveis.
21

Referncias
[1] Abramson, N., Multiple Access in Wireless Digital
Networks, Proceedings of the IEEE, vol. 82, No. 9, pp.
1360-1370, September 1994.
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Telephony and Wireless Technologies Future Directions in
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Viterbi, Andrew J., Weaver, Lindsay A. Jr., Wheatley,
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IEEE Transactions on Vehicular Technology, vol. 40, No. 2,
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Sistema DS-CDMA com Portadoras Ortogonais,
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[17] Turim, G. L., Introduction to Spread-Spectrum
Antimultipath Techniques and Their Application to Urban
Digital Radio, Proceedings of the IEEE, vol. 68, No. 3, pp.
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[18] Wicker, Stephen B., "Error Control Systems for Digital
Communication and Storage", Prentice Hall. New Jersey,
1995.
[19] Yacoub, Michel Daoud, Foundations of Mobile Radio
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[20] Ziemer, Rodger E. et. ali., Introduction to Spread
Spectrum Communications, Prentice Hall. New Jersey,
1995.

Sobre o autor

rd

[6] Haykin, S., Communication Systems, 3 edition: John


Wiley and Sons, Inc..New York, 1994.
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Kluwer Academic Publishers, Norwell, Massachusetts,
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1994.
[9] Lee, W. C. Y., Mobile Cellular Telecommunications
Analog and Digital Systems, 2nd edition: McGraw-Hill,
USA, 1995.
[10] Linnartz, J. P., Wireless Communication The
Interactive Multi-Media CD-ROM: Baltzer Science
Publishers. Amsterdam, 1997.
[11] Papoulis, Athanasios, "Probability, Random Variables,
and Stochastic Processes", 3rd edition, McGraw Hill, USA,
1991

Dayani Adionel Guimares, nasceu em Carrancas, MG no ano de 1969. Em


1987, 1994, e 1998 obteve, respectivamente, os ttulos de Tcnico em
Eletrnica pela Escola Tcnica de Eletrnica de Santa Rita do Sapuca, MG
ETE FMC, Engenheiro Eletricista pelo Instituto Nacional de
Telecomunicaes de Santa Rita do Sapuca, MG INATEL e Mestre em
Engenharia Eltrica nas reas de Eletrnica e Comunicaes pela
Universidade Estadual de Campinas UNICAMP. Em 1988 ingressou na
SENSE Sensores e Instrumentos, onde trabalhou por 5 anos em projetos de
sensores e equipamentos para instrumentao industrial e controle e, por 1
ano, como Supervisor de Produo e Supervisor de Engenharia de Produtos.
Em 1996 concluiu o curso de especializao em Administrao com nfase
em Gerncia de Recursos Humanos da Faculdade de Administrao e
Informtica de Santa Rita do Sapuca, MG FAI e vrios mdulos do curso
de especializao em Engenharia de Comunicao de Dados no INATEL.
Tendo sido admitido em janeiro de 1995, hoje Professor Assistente do
INATEL, onde tambm coordena as atividades de ensino prtico. Suas
pesquisas incluem aspectos gerais das comunicaes mveis,
especificamente sistemas CDMA Multiportadoras e esquemas de
codificao para canais com desvanecimento.
Endereo para contato: INATEL - Av. Joo de Camargo, 510, 37540-000,
Santa Rita do Sapuca, MG. Tel. (035)471-9214, e-mail:
[email protected].
_____________________________________________________________

[12] Pickholtz, R. L., Spread Spectrum for Mobile


Communications, IEEE Transactions on Vehicular
Technology, vol. 40, No. 2, pp. 313-322, May 1991.
[13] Proakis, J. G., Digital Communications, 3rd edition:
McGraw Hill. New York, 1995.
[14] Rappaport, T. S., Wireless Communications Principles and Practice: IEEE Press, Inc.. New York and
Prentice Hall, Inc., New Jersey, 1996.

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