Este documento fornece um esquema de 12 passos para resolver casos práticos de Direito Administrativo. Inclui classificar os órgãos envolvidos, analisar atos administrativos, competência, maiorias, prazos, impugnações, providências cautelares e responsabilidade extracontratual do Estado.
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Descrição original:
Esquema de resolução de casos práticos de Aministrativo II
Este documento fornece um esquema de 12 passos para resolver casos práticos de Direito Administrativo. Inclui classificar os órgãos envolvidos, analisar atos administrativos, competência, maiorias, prazos, impugnações, providências cautelares e responsabilidade extracontratual do Estado.
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Esquema de resoluo de um caso prtico de Direito Administrativo II
Duarte Neves Tavares da Silva
Passo 1- classificar os rgos em questo e integr-los na Teoria Geral da Organizao Administrativa (por exemplo, no caso de estar perante um caso que envolva uma cmara Municipal, classific-la como rgo da pessoa colectiva municpio, que uma autarquia local e que pertence Administrao Autnoma do Estado); Passo 2- na presena de um acto administrativo, defini-lo (acto jurdico unilateral praticado, no exerccio do poder administrativo, por um rgos da Administrao ou por outra entidade pblica ou privada para tal habilitada por lei, e que traduz a deciso de um caso considerado pela Administrao, visando produzir efeitos jurdicos numa situao individual e concreta); seguidamente, enquadr-lo, primeiramente, na categoria de actos primrio ou secundrio; seno primrio, se se trata de um acto permissivo ou impositivo; por fim, inseri-lo na categoria respectiva (acto de subveno, licena, autorizao, etc.); Passo 3- no caso de delegao de poderes, analisar os trs pressupostos desta: delegante, delegado e lei habilitante para a delegao; Passo 4- Analisar o processo: iniciativa: pblica ou dos particulares; analisar a devida audincia dos interessados (103 do CPA a contrario); caso no haja, mas fosse legalmente obrigatria, ponderar a existncia de uma nulidade ou de uma anulabilidade (problematizar a consagrao de um direito fundamental no art. 267/5 da CRP; se sim, nulidade (art. 133/2/d) CPA), se no, anulabilidade (art. 135 CPA)); questo do dever de fundamentao (art. 124); caso seja necessrio problematizar, uma vez mais o vcio em questo por via do art. 268/3; se considerarmos direito fundamental, ser nulo; se no, anulvel; analisar os prazos, pois pode exsitir um problema de deferimento ou indeferimento tcito (art. 108 e 109 CPA); Passo 5- competncia: analisar a competncia do rgo que pratica o acto; se no for competente, analisar se se trata de incompetncia relativa (mesma pessoa colectiva) ou absoluta (pessoa colectiva distinta); se for a primeira, anulabilidade; se for a segunda, nulidade( art. 133/2/a) CPA); na delegao de poderes, analisar com pormenor se pode ou no existir delegao, sob pena das invalidades acima referidas; Passo 6- Maiorias analisar as maioria de deliberao, pois se o qurum no estiver reunido, o acto nulo (art. 133/2/g)); analisar as maioria de deliberao e de votao, pela mesma razo de acima (art. 133/2/g) CPA);
Passo 7- acto secundrio:
possibilidade de existncia de um acto confirmativo, de uma revogao ou da previso de uma parecer; no caso de revogao, ter em ateno aos art. 138 a 148 do CPA; no caso de parecer, analisar a sua obrigatoriedade e vinculatividade, sabendo que a regra geral do art. 98/2 do CPA a de que os pareceres so obrigatrios mas no vinculativos. Exemplo problemtico: no caso de ser referido "exige parecer favorvel da entidade X", o parecer, a ser obrigatrio, apenas ser vinculativo caso for negativo, pois se for positivo, a Administrao pode praticar o acto ou no; posteriormente, em termos de impugnao, problematizar acerca da natureza unitria do parecer e do acto final; se ambos forem iguais, ou seja, se o acto final tiver o mesmo contedo que o parecer, deve o particular impugnar os dois como se de um se tratasse; caso a matria de ambos seja diferente, impugnao dos dois em separado; Passo 8- Prazos: a regra geral a de que o procedimento deve ser concludo em 90 dias (art. 58/1 do CPA); este prazo pode prorrogado nos termos do art. 58/2 do CPA por mais 90 dias; ateno ao caso de este prazo ser ultrapassado: caso preencha os pressupostos do art. 108, tratar-se- de um deferimento tcito; caso no seja teremos um indeferimento tcito (art. 109); ateno que o art. 109 encontra-se revogado pelos art. 67/1/a) e art. 46/2/b) ambos do CPA; nos termos destas disposies, embora, materialmente, no exista verdadeiramente um acto, para efeitos de impugnao este existir e o particular pode impugnar esse "acto fictcio", por via das duas disposies acima referidas, alegando a condenao a Administrao prtica do acto legalmente devido, por via de uma aco administrativa especial (art. 46 e ss. CPTA); para este efeito, no caso de inrcia da Administrao, aquilo a que antes da reforma de 20022004 do CPA correspondia ao indeferimento tcito, o particular tem o prazo de um ano para condenar a Administrao prtica do acto administrativo devido (art. 69/1 CPTA); Passo 9- deciso da Administrao: caso a Administrao conceda a pretenso do particular, ou seja, caso haja deferimento, termina-se todo o procedimento administrativo; caso haja indeferimento expresso por parte da Administrao, tem o particular um prazo de 30 dias para impugnar o acto, caso queira junto dos tribunais (art. 69/2 do CPTA); Passo 10- garantias dos particulares: o particular tem ao seu dispor, quatro tipos de garantias administrativas a fim de solicitar a modificao ou a revogao de um acto administrativo; relembrar que, nos termos do art. 59/4 e 5 do CPTA, a utilizao de meios de impugnao administrativa suspende o prazo para a impugnao do acto, retomando aquando da notificao da deciso, no impedindo, no entanto, que o particular impugne o acto contenciosamente; se o particular quiser impugnar o acto junto do rgo que produziu o acto, f-lo pela via da reclamao regulada nos art. 161 a 165 do CPA, e tem quinze dias para o fazer (art. 162 CPA) e o rgo 30 dias para o fazer (art. 165);
se o acto a impugnar provier de um rgo administrativo no exerccio da delegao de poderes
ou se esse rgo for subalterno de um outro rgo, pode o particular socorrer-se do recurso hierrquico (art. 166 a 175 do CPA); aqui, h que analisar se o recurso necessrio ou facultativo, ou seja, se necessita do recurso para poder ser impugnado contenciosamente ou no; assim, no primeiro caso obrigatrio, no outro no; o prazo para interposio do recurso de 30 dias (art. 168 CPA); se o particular impugnar o acto junto de um rgo da mesma pessoa colectiva que no tenha uma relao de hierarquia para com o rgo que emanou o acto, socorre-se do recurso hierrquico imprprio; regulado no art. 176; manda aplicar o regime do recurso hierrquico; assim, tem um prazo de interposio de 30 dias, igualmente; se o particular impugnar o acto junto de um rgo de uma pessoa colectiva distinta da do rgo que praticou o acto, em que haja uma relao de tutela entre ambos; art. 177 do CPA; apenas pode ocorrer quando a lei assim o preveja; Passo 11- possvel impugnao contenciosa: duas vias: aco administrativa comum e aco administrativa especial; a comum vem prevista nos art. 37 e ss. e CPTA e os casos que podem ser objecto desta vm previstas no art. 37/1 e 2; de acordo com o art. 41/1, pode ser proposta a todo o tempo; a especial vem prevista nos art. 46 e ss. CPTA; as causas que mais interessam sero a declarao de nulidade e anulao do acto (art. 46/2/a) do CPTA) e a condenao pratica do acto administrativo devido (art. 46/2/b) CPTA); igualmente esta aco a quem se tem de recorrer em caso de cumulao de pedidos (art. 4, 5 e 47 do CPTA); nota para as questes dos processos urgentes previstos no art. 36 do CPTA; Paso 12- possvel providncia cautelar: meio processual ao disposto do particular para que, na pendncia do processo principal (por exemplo, impugnao do acto), o particular possa garantir ou preservar a sua pretenso, da que possam ser conservatrias ou antecipatrias; dois pressupostos de acordo com o art. 120/1: periculum in mora, ou seja, que haja fundado receio da constituio de uma situao de facto consumado ou da produo de prejuzos de difcil reparao para os interesses que o particular visa assegurar no processo principal; e o fumus boni iuris, isto ,que seja evidente a procedncia da pretenso formuladas ou a formular no processo principal (por exemplo, uma ilegalidade manifesta); o prazo para a deciso de cinco dias, art. 119 CPTA; Caso parteResponsabilidade extracontratual do Estado: Passo 1- regime substantivo: analisar se estamos perante um caso de responsabilidade subjectiva (art. 7/1 e art. 8 da Lei 67/2007) ou de responsabilidade objectiva (art. 7/3 e 4 da mesma Lei); analisar a ilicitude com base no art. 9; a culpa tem de ser qualificado em culpa leve, culpa grave ou dolo; na primeira aplicaremos o art. 7/1; na segunda e terceira aplicaremos o art. 8; a indemnizao aferida nos termos do art. 3; prescreve nos termos gerais do Cdigo Civil, ou
seja, trs anos desde o conhecimento da leso;
possibilidade de responsabilidade pelo risco quando os danos decorram de actividades especialmente perigosas, art. 11 ; pode haver ainda responsabilidade por actos lcitos nos termos do art. 16; por exemplo, no caso da emanao de um acto ablativo, como por exemplo, no caso de expropriao, aplicaremos o art. 11; Passo 2- regime processual: i) recorrer a uma aco administrativa comum, prevista no art. 37/2/f) e g) do CPTA;