O Louco
O Louco
O Louco
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Tarot de Rider-Waite
Simbologia
Busca, desapego, impulso, excitação.
No louco, tudo é leve e solto. Isto pode trazer inquietação e atividade, pode trazer
mudanças àquilo que está estagnado. O cão tenta avisá-lo do precipício que tem à frente,
mas parece que ele nem percebe, por estar distraído a olhar a borboleta, livre. Simboliza
o desligamento da matéria, uma história a ser vivida, continuar vivendo a vida sabendo
que algo surpreendente poderá acontecer e aceitar esse fato despreocupadamente. O
acaso irá resolver tudo. Pode ser interpretado como despreocupação, curiosidade de
experimentar coisas novas ou até mesmo um pouco de confusão. Também pode
significar que o Louco partiu em busca de algo que procurava, como um desejo que de
repente extravasa, uma busca que foi sufocada durante muito tempo. Geralmente o
conselho é seguir a espontaneidade e estar aberto para tudo aquilo que a vida tem a lhe
oferecer. Deve-se aceitar que você é um aprendiz da vida.
Palavras-Chave
Passividade, completo abandono, repouso, deixar de resistir. Irresponsabilidade.
Inocência. Escolha intuitiva acertada. Domínio dos instintos; capacidade mediúnica.
Abstenção.
História e iconografia
Reis e senhores, desde épocas remotas, tinham bufões em seus palácios, verdadeiras
caricaturas da corte. Histórias sobre eles, bem como as representações gráficas desse
personagem, podem ser contadas às dezenas.
Mas a imagem deste Arcano – um louco solitário que atravessa os campos e é agredido
por um animal – não havia sido representada até então: é própria do Tarô e, nesse
sentido, representa uma de suas contribuições mais originais do ponto de vista
iconográfico.
Van Rijneberk arrisca a hipótese de que o espírito burlesco e irreverente da Idade Média
teria parodiado, neste personagem, a classe dos Clerici vagante que, segundo ele, eram
“estudantes migratórios e inquietos, sempre em busca de novos mestres de quem
pudessem aprender ciências e idéias, e de novas tabernas onde pudessem beber fiado um
pouco de vinho bom”.
No desenho feito por Wirth aparece pela primeira vez impresso o termo Le fou (O
Louco) para designar o arcano sem número, embora tradicionalmente fosse conhecido
por este nome desde muito antes. Tanto o baralho Marselha original, bem como seus
numerosos contemporâneos franceses (e os exemplares dos copistas espanhóis) chamam
Le Mat a esta carta.
Paul Marteau levantou a hipótese de que este nome seria uma alusão ao jogo de xadrez,
já que o protagonista está em cheque (pelos outros, pelo mundo), numa situação de
encurralamento semelhante à do cheque mate. A palavra mat, no francês, significa
"fosco, abafado, indistinto" e ainda o "cheque mate", no xadrez. Já o termo mât, quer
dizer "mastro". Outro estudioso do Tarô, Gwen Le Scouézec, sugere duas variantes
etimológicas: o nome viria literalmente do árabe (mat: morto), ou seria uma apócope do
italiano matto (louco, doido), nome com que aparece no tarocchino de Bolonha.