Apostila Transformadores
Apostila Transformadores
Apostila Transformadores
Transformadores ou trafos são dispositivos elétricos que têm a finalidade de isolar um circuito, elevar ou
diminuir uma tensão.
Servem também para casar impedância entre diferentes circuitos ou como parte de filtros em circuitos
de rádio freqüência.
Existem transformadores de diversos tipos, cada um com uma finalidade, construção e tamanho
específicos.
Teoricamente, um transformador tem de transferir toda a potência do ( primário e secundário são
enrolamentos de entrada e saída, respectivamente).
Na prática, observa-se certa perda de potência nessa transferência de potência, ocasionada por
motivos, como a resistência de fio, correntes pelo núcleo, chamados de correntes de Foucault, etc.
Um transformador é constituído pelo menos por dois enrolamentos.
Na maioria dos casos, esses enrolamentos são independentes, entre si, mas sofrem a ação do campo
eletromagnético, que é mais intenso quanto esses transformadores possuem um núcleo de material
ferromagnético.
O enrolamento em que aplicamos a tensão que desejamos transformar chama-se primário e o
enrolamento onde obtemos a tensão desejada se chama secundário.
A tensão do secundário depende da relação de espiras entre o primário e o secundário e de tensão
aplicada no primário.
Embora esta literatura se resuma ao cálculo e dicas de trafos monofásicos e bifásicos com núcleo de
ferro, apresentamos, a seguir, alguns símbolos de outros tipos de transformadores e suas respectivas
aplicações.
Trafo com núcleo de ferro com dois enrolamentos secundários. Empregado quando são necessárias
duas tensões de saída.
1
Trafo com center tap, (tomada central ou apenas tap), no secundário.Utilizado quando se deseja
trabalhar com retificação em onda completa, porém com apenas dois diodos.
Trafo com center tap nosecundário. Trafo com center tap no primário e secundário.
Trafo com núcleo de ferrite. Utilizado em fontes chaveadas, bobinas de pulso e filtros de linha.
Observação
Cabe lembrar que não foram citados todos tipos de transformadores, muito menos as suas utilidades.
Quanto mais alta a potência retirada nos secundários de um trafo, maior será o aquecimento do
mesmo.
Os núcleos devem ser feitos de chapas de ferro silício, não servindo para o mesmo fim, ferro doce ou
outro ferro comum, assim como também não é possível um núcleo de ferro maciço.
A qualidade do ferro empregado é um fator que deve ser considerado no projeto de um trafo.Em trafos
de forç ça, usamos chapa de ferro silício de 0,7/1,7/2 Watts/Kg e chapas de baixo carbono e 3,7Watts/Kg.
Se o ferro for de qualidade inferior, a secção do núcleo deverá ser aumentada para um mesmo
transformador.
Para determinada tensão variável aplicada no primário do transformador teremos uma tensão
induzida no secundário.
2
Dado o esquema de um transformador, teremos:
I1 I2
V1 N1 N2 V2
V1 = tensão no primário
V2 = tensão no secundário
I1 = corrente no primário
I2 = corrente no secundário
N 1= espiras do primário
N2 = espiras do secunário
E = 0,000.000.044 x N x B x S x F
Onde teremos:
E = tensão elétrica
N= núcleo de espiras do primário
B= densidade de fluxo magnético em Gauss
S= secção magnética eficaz do núcleo
F= freqüência da tensão alternada
8
N= E x 10
4,44 x B x S x F
Onde teremos:
N= 10 8
4,44 x B x S x F
3
Dessa forma encontramos uma relação chamada de espira por Volt, o que quer dizer que, o N
encontrado deve ser multiplicado pela tensão do primário; para encontrarmos o número de espiras
necessário no primário.
N= E x 10 4
266,4 x S
Que simplificando ainda mais encontramos a fórmula abaixo com uma pequena margem de erro:
N= E x 38
S
Atenção
A densidade do fluxo magnético B, que é dada em Gauss, terá o seu valor entre 8.000 a 12.000.
Um valor de B baixo (próximo a 8.000) deixará o transformador grande, enquanto que um B elevado
próximo a 12.000 , fará com que o trafo fique menor.
Nunca use valores acima do valor máximo de B, pois você irá saturar o núcleo.
Hoje em dia é mais comum encontramos chapas tipo gno ( grão não orientado) de 10.000 Gauss
com perda de 1,7W/Kg, chapas tipo (grão orientado ou sinterizada) de 16.000 Gauss e perda de
0,7W/Kg.
Devido ao custo, muitos transformadores para aplicações onde as perdas no núcleo, que gerão calor,
não são importantes se usam chapas de baixo carbono que chegam a ter uma perda de 3,7W/Kg.
Quanto maior o valor de Gauss, menor ficará fisicamente nosso transformador, pois menor será o
número de espiras por Volts, e menos o transformador se aquecerá.
- Quanto maior o valor de W/Kg, maior será a perda por aquecimento no transformador, na prática ele se
aquecerá mais.
Sm= 1,2 Ps
4
E a secção geométrica (Sg) será calculada por:
Sm
Sg =
0,9
Agora que já vimos como calcular a secção e o número de espiras por Volts, vamos saber secção
deverá ter nosso fio.
1
D=
onde :
Dados:
Vp= 127V
Vs = 10V
Is = 1A
Diagrama do transformador :
5
Ps= (Vs x Is ) x 1,15
Ps= 10 x 1 x 1,15
Ps= 11,5 W
Sm = 1,2 Ps
Sm = 1,2 11,15
Seria ideal já termos uma (área A x B ) próxima de uma figura de um quadrado, para nos aproximarmos
disto, usamos a formula da raiz quadrada ( ) , para determinar as chapas (que definem A ) e o
empilhamento, definido B .
4,06 = 2 cm (aproximadamente)
Sm = 2 cm x 2 cm =4 cm2
Sg = Sm = 4 = 4,44 cm2
0,9 0,9
Temos agora que escolher um carretel padrão que seja próximo, e sempre superior a esta secção.
E que também possua uma forma próxima a de um quadrado. Para isto usaremos novamente a raiz
quadrada:
4,44 = 2,10 cm
É necessário agora recalcular o Sm, pois o tamanho do carretel é quem definirá o número de chapas e
o tamanho do núcleo, e existem perdas neste núcleo devido ao espaçamento entre as chapas.
6
Sm = Sg x 0,9
Sm = 4,4 x 0,9
8
N= 10
4,44 x B x S x F
N= 100.000.000
4,44 x 10.000 x 3,96 x 60
N= 100.000.000
10.549.440
O fator de correção usado na fórmula anterior, deve variar de acordo com a potência do
transformador.
Ns = (10 x 9,47 ) x 1,20 Lembre-se este fator de correção é para baixa potência
Cálculos empiricos e ensaios práticos demonstram que para transformadores de baixa potência,
devemos usar 1,20 e para transformadores de alta potência podemos abaixar este valor para 1,10.
Veja a figura:
7
Chamamos 100 Watts ou mais de alta potência, pois esta literatura foi escrita com intuito de ajudar
na construção de transformadores e será necessario muitos ensaios se quiser se aprofundar mais..
Usando 1,20 para trafos de 10 0 Watts teremos uma tensão na saída, maior que a calculada, mesmo
com consumo.
Usando 1,10 para trafos de 3W, teremos uma tensão menor que a calculada na saída quando o
tivermos consumo.
Ip = Nes x Is
Nep
Ip = 114 x 1,15
1203
lembre-se da corrente corrigida
Ip = 0,108 A ou 108 mA
0,108
Sfp fio do =
primário
3
Sfp fio do
primário
= 0,036 mm2 Densidade de corrente
adotada para trafos de até
100W ou um pouco mais
Observando a tabela T 3, vemos que este valor corresponde ao fio 32 AWG que tem uma secção,
de um valor imediatamente superior, 0,041mm2.
Agora encontraremos o fio a ser utilizado no secundário, para isto basta fazer o seguinte.
Is
Sfs fio do
secundário
=
1,15
Sfs fio do =
secundário
3
Sfs fio do
secundário
= 0,38 mm2
Usaremos o valor imediatamente superior, (menor diâmetro próximo), pois pode acontecer que
não seja possível fechar o trafo.
8
Vamos desenhar o transformador com as suas características:
127V 10V
1203 espiras 114 espiras
Primário 32 AWG 22 AWG
Secundário
0 0
Caracteristicas elétricas:
Segundário : 10 V - 1A - 12 W
Chapa 1 : GNO
Carretel de 20 mm x 22 mm.
Lâminas padronizadas
1 2 300 0,170
3 3 675 0,380
5 4 1200 0,674
6 5 1880 1,053
9
Como a secção geométrica calculada é de 4,4 cm2 , podemos escolher as lâminas n° 1, que tem
uma largura de 2 cm e usar uma quantidade de lâminas que dê 2,2 cm de altura de empilhamento.
Janela
Chapa E
Chapa I
A altura varia de
acordo com o
número de chapas
“B”
Empilhamento
Carretel
de
Lâminas E chapas
A
B
Janela
“A”
Largura da
perna central
Para termos certeza que podemos montar o transformador, basta calcular as secções dos
enrolamentos, somá-los e verificar se cabem na janela das lâminas nº 1, confira;
Área enrolamento
= ( Nep x D fio do ) + ( Nes x D fio do
primário secundário
)
(lado x lado)
Área enrolamento
= ( 1203 x 0,036 ) + ( 114 x 0,38 )
(lado x lado)
Área enrolamento
= 43,30 + 43,32 = 86,62 mm2
(lado x lado)
Como vimos na tabela ( tabela de lâmina padronizada ), que as lâminas nº 1, têm uma janela com
secção de 300 mm2 . aplicando a relação :
Área janela
=
300 = 3,46
Área enrolamento 86,62
(lado x lado)
Como 3,46 é maior do que 3, podemos montar o trafo. Caso o resultado fosse menor do que 3,
deveríamos usar outro núcleo.
10
Vamos ver mais um exemplo:
Secundário: 12V x 1A
9V x 1A
6V x 1A
Primários Secundários
12V x 1A
110Vca
220Vca
9V x 1A
6V x 1A
A potência desse transformador será a soma das potências dos enrolamentos secundário.
Recalculando as correntes:
11
Agora vamos encontar a secção magnética Sm:
Sm = 1,2 31,05
Sm = 1,2 x 5,57
Sm = 6,68 cm2
O ideal é termos uma secção (A x B do núcleo),que é o mesmo do lado interno do carretel próxima de
um quadrado para isto usamos a raiz quadrada :
Temos que usar chapas nº 3 que tem o valor A igual a 3cm. Mas se usarmos um empilhamento
de 3cm, a área será muito maior do que a calculada, veja :
Olhando a tabela nas ultima páginas nesta literatura, encontraremos um carretel que nos permite
um fator de empilhamento menor. Temos por exemplo, um carretel de 3,2 cm x 2,2 cm, o que dá
um valor de 7,04 cm2 e isto já é o suficiente.
Para termos uma noção do fator de empilhamento podemos usar a equação:
Sm = 6,336 cm2
N= 10 8
4,44 x B x Sm x F
N= 100.000.000
4,44 x 14.000 x 6,336 x 60 Ob: Usamos agora, chapas GO, de alta densidade, por isso na
fórmula usamos, B = 14.000.
N= 100.000.000
23.630.745,6
12
Agora calcularemos o número de espiras do enrolamento primário.
Para isto usaremos a tensão de 220 VAC e faremos uma entrada ou tap no meio do enrolamento
que será a entrada para 110 VAC.
Nep = Vp x Relação e/ v
220
12V x 1A
110 Vac
465 espiras
220 Vac
110
931espiras
9V x 1A Figura 14
110 Vac
465 espiras
0 6V x 1A
Exemplo:
Se Sfp (secção do fio do primário), for igual a 0,0127 mm2, Sfp1/2 será igual a 0,0063 mm2 , ou seja, se
SFp110 = 0,0127 mm2, SFp220 = 0,0063 mm2, que equivalem aos fios 36 AWG e 39 AWG
Com isto economizaremos, pois o trafo ficará mais barato, além de diminuirmos o tamanho do
enrolamento primário.
Ip = Ns x Is
Np
Ip = (61+46+31) x 3,45
930
Ip = 0,511 = 511mA
13
Agora, vamos calcular a bitola do fio do primário
Ip 0,511
Sfp fio do = = = 0,170 mm2
primário
3
Esta secção corresponde ao fio nº 25 AWG que tem uma secção de 0,16 mm² e deve ser o fio
adotado para o enrolamento de 0 a 110 VAC. O fio entre 110 a 220 VAC deve ter a metade da secção.
Sfp fio do
primário
Sfp = 220V = 0,085 mm2
2
Esta secção corresponde ao fio nº 28 AWG, que tem uma secção de 0,80 mm²
Atenção
Sempre consultar a tabela com secção dos fios, e usar um fio de secção imediatamente superior.
Is 1,15
Sfs3 fio do = = = 0,383 mm2
secundário
3
61 espiras
220
Fio 21 AWG 12V x 1A
110 Vac
465 espiras
28
220 Vac
110 46 espiras
931espiras
9V x 1A
110 Vac Fio 21 AWG
465 espiras
25
0 31 espiras
6V x 1A
Fio 21 AWG
FIGURA 15
14
Agora vamos calcular a secção dos enrolamentos ( S enrolamento )
S enrolamentos= ( Np1 x SFp1) + ( Np2 x SFp2 ) + ( Ns1 x SFs1 ) + ( Ns2 x SFs2 ) + ( Ns3 x Sfs3)
S enrolamentos= ( 465 x 0,16 ) + ( 465 x 0,08 ) + ( 61 x 0,41 ) + ( 46 x 0,41 ) + ( 31 x 0,41 )
S enrolamentos= 74,4 + 37,2 + 25,01 + 18,86 + 12.71
S enrolamentos= 168,18mm²
Observações:
Esses cálculos têm alguns valores aproximados e servem para transformadores simples com 2
enrolamentos, primário e no máximo 3 enrolamentos secundário.
Transformadores baseados nestes cálculos deram bons resultados quando construídos e testados no
dia-à-dia e em equipamentos.
15
Relações entre as Medidas dos Núcleos de um transformador
Lâminas E
x 2x x
janela
x
3x
Varias lâminas E
Varias chapas
formam
formam o núcleo
perna central
5x
6x
Figura 16
16
DICAS PRÁTICAS
Isto significa que o primário do transformador pode ser ligado em 110 ou 220V e que ele tem um,
doisou mais enrolamentos no secundário que fornecem diferentes voltagens, nas mais diversas correntes
e potências
Esses enrolamentos no secundário do transformadores, podem ser um só ou, um enrolamento com
uma divisão ou tap central, como mostra a figura 17.
Se pegarmos um transformador como exemplo teremos, entrada 110/220 - saída 12V x 1A.
A máxima corrente que o secundário pode fornecer corresponde a 1A ou 1000mA, que é a mesma
coisa.
A máxima tensão que o secundário pode fornecer corresponde a 12V ou 12.000mV, que é amesma
coisa.
A máxima potência que o secundário pode fornecer corresponde a mais de 90% da potência do
primário.
Perceba que sempre que existe (+) o trafo tem um tap central.
220 220
0 0
Center tap
Figura 17
17
Podemos ter outras configurações para transformadores
110 220
12V x 1A 9V x 3A
0 0
Figura 18
110
12V x 1A
9V x 0,5A
0
Figura 19
220
110
0
110 30 + 30 x 5A
Perceba que sempre que existe (+) o trafo tem um tap central.
0
Figura 21
Transformador com dois primário separados e dois secundário com center tap.
110
0
127
30 + 30 x 5A Figura 22
110
18
Vamos ligar o enrolamento primário de um transformador em rede de 127 ou 220V?
Figura 23
19
Perceba nos modos de ligações 1 e 4 na chave 110/220 que, para 220V, ligamos os dois enrolamentos
em série, e para 127V ligamos os dois enrolamentos em paralelo.
Veja como fazer essa ligação com uma chave 110/220, chamada de (chave H-H).
110
110
220
220
Unir para a
ligação em
220 volts
Figura 24
0
25 + 25 x 3A
110
220
0
Figura 25
Com essas simples explicações e figuras já apresentadas, percebemos que temos trafos de diferentes
modelos e para diversos tipos de usos, vejamos mais alguns:
Figura 26
20
Transformador adaptador de tensão rede Auto-transformador adaptador de tensão rede
Saída 220 V
Figura 27
Primário Secundário
220 V Vermelho
Vermelho
(
(
Más poderia ser
de qualquer cor
110 V
(
Marrom Preto
No caso do secundário, poderia ser
de qualquer cor e, para diferenciar o
(
(
(
Más poderia ser fabricante coloca os fio da extremidade
com a mesma cor
de qualquer cor
Preto 0
Vermelho
(
(
Más poderia ser
de qualquer cor
Figura 28
ve
rm
rm
Pre
elh
elh
to
o
o
12
12
0
Secundário
110
220
0
Primário
Pre
Ma
ve
rm
to
rro
elh
m
Figura 29
21
Alguns transformadores não possuem fios de saídas, mais apresentam alguns terminais para
soldagem.
Exemplo:
110 V 15 V
0
0
110 V
0 15 V
Figura 30
Observação :
110 V
15 V
0
Ligação para 127 V 0
correta 110 V
0
15 V
Figura 31
110 V
15 V
0
0
Ligação para 127 V 110 V Ligação para 127 V em contra-fase,
ligando assim o transformador irá
0
15 V queimar colocando a rede em curto.
incorreta
Figura 32
22
O mesmo jeito deve ser adotado para as ligaçõesem rede de 220 V.
Exemplo:
110 V
15 V
0
Ligação para 220 V 0
correta 110 V
0
15 V
Figura 33
110 V
15 V
0
Ligação para 220 V 110 V
incorreta
0
15 V
Figura 34
É sempre aconselhável a ligação de um fusível na entrada do trafo para proteção dele e da rede
elétrica.
Fusível
110 V
15 V
0
0
110 V
0
15 V
Figura 35
23
MÃO À OBRA, VAMOS AOS ENROLAMENTOS E A MONTAGEM DO NÚCLEO
Hoje em dia existem carretéis padrão para a confecção de transformadores de chapas de ferro
silício.
O ideal é adaptarmos nossos transformadores calculados a estes carretéis, para faclitar a montagem
dos transformadores.
Nesta leitura estaremos trabalhando com núcleos E I, a medida para a escolha do tamanho do
carretel é feita pela medida A, dada pela tabela 2 ( vista nas figuras 11 e 12 ). A altura ou empilhamento
das chapas, que chamamos de B, será calculada levando-se em conta a secção geométrica (Sg) do
núcleo.
Devemos adotar um carretel tenha uma seção geométrica mais próxima da calculada.
No exemplo em que dimensionamos um transformador de 120 Volts de entrada para 6 Volts de saída e
com uma capacidade de corrente de 500mA.
A seção geométrica calculada foi de 2,50 cm ², mas o carretel padrão, mais próximo que
encontramos a isto foi , o de 1,6 cm por 1,6 cm, e que dá uma seção de 2,56 cm ².
Para preenchermos toda esta seção precisaremos de mais chapas e nosso trafo ficará maior, porém
funcionará.para termos noção do tamanho de A basta tirarmos a raiz quadrada da seção geométrica
calculada.
Normalmente um carretel que tenha A, que corresponde a largura da “ perna central ” da chapa E,
terá um empilhamento mínimo, que chamamos de B, igual a este A.
Exemplo:
E assim por diante, lembrando que a medida B será dada pelo tamanho do empilhamento das
chapas para uma determinada seção geométrica.
Estes são apenas alguns exemplos de carretéis ( Veja outros exemplos na tabela a seguinte).
Um enrolamento deve ser isolado do outro com um papelão próprio que é vendido em casas que
trabalham com materiais para transformadores.
Para fixarmos o papelão usamos verniz apropriado, também vendido em casas que revendem
materiais para transformadores ou goma laca.
Se for usar goma laca, lembre-se que ela pode atacar a isolação do fio de cobre esmaltado.
O transformador deve ser envolvido por uma abraçadeira metálica.Tanto a abraçadeira como as
chapas de ferro silício são esmaltadas para minimizarem as correntes de FOUCALT e o aquecimento
indesejado do transformador.
Caso o carretel necessário ou disponível tenha uma seção geométrica maior do que a calculada,
podemos colocar mais chapas empilhadas ( aumentando B ) para que o núcleo permaneça bem fixo no
carretel. Mas sempre use o menor carretel possível.
24
MEDIDAS DOS CARRETÉIS MAIS COMUNS, ( em milímetro )
Exemplo:
Carretel de medidas 6 x 9 :
“B”
Medida do lado “A” Medida do lado “B” Empilhamento
Carretel
de
chapas
Figura 36 “A”
Largura da
perna central
Para montar o trafo enrolamos primeiro o enrolamento primário, que normalmente se localiza em
baixo do carretel e em seguida o enrolamento secundário ( s ).
Cada enrolamento deve ser isolado com papel para transformadores, mesmo os diferentes
secundários. Podemos prender o papel com, cola, fita adesiva ou com verniz.Depois de terminados os
enrolamentos, devem colocar uma folha de papel especial de transformador.
Neste ponto seria ideal a ligação dos fios coloridos e com capa nos fios dos enrolamentos ..
Estes fios é que seriam as entradas e saídas do trafo. Isto é fundamental quando o fio de cobre
esmaltado do enrolamento é bem fino.Depois de feito isto, prender com verniz ou fita adesiva as
emendas e colocamos mais uma folha de pape para o acabamentol.
0 V Abraçadeira
22 12
0
11 Figura 37
0 0 Figura 38
- Carretel
- Fio coloridos para ligação externa determinando primário (s) e secundário (s).
- Cisel
Fone (11) 3864 - 4358
- Ficael
Fone (11) 5667-2022
- Transformadores Líder
Fone (11) 3221-1211
- Tessin
Fone: (011) 4748-8191
26
Transformadores
O campo magnético pode induzir uma tensão noutro indutor, se este for enrolado sobre uma mesma
forma ou núcleo.
Pela Lei de Faraday, a tensão induzida será proporcional à velocidade de variação do fluxo, e ao
número de espiras deste indutor.
E2 = N2 df/dt
Aplicando aos dois enrolamentos, a lei permite deduzir a relação básica do transformador.
E1/E2 = N1/N2
I1/I2 = N2/N1
O índice um se refere ao indutor ao qual se aplica tensão, o primário, e dois, àquele que sofre indução,
o secundário.
Perdas em um transformador
Além das perdas no cobre dos enrolamentos (devidas à resistência), os transformadores e bobinas
apresentam perdas magnéticas no núcleo.
Este processo consome energia, e ao se aplicar um campo variável, o material tenta acompanhar
este, sofrendo sucessivas imantações num sentido e noutro, se aquecendo.
São devidas à condutividade do núcleo, que forma, no caminho fechado do núcleo, uma espira em
curto, que consome energia do campo.
Para minimizá-las, usam-se materiais de baixa condutividade, como a ferrite e chapas de aço-silício,
isoladas uma das outras por verniz.
Em vários casos, onde não se requer grandes indutâncias, o núcleo contém um entreferro, uma
separação ou abertura no caminho do núcleo, o que elimina esta perda.
27
Tipos de transformadores e suas aplicações
Transformador de alimentação
Seu núcleo é feito com chapas de aço-silício, que tem baixas perdas, em baixas freqüências, por
isto é muito eficiente. Às vezes possuem blindagens, invólucros metálicos.
Sua resposta de freqüência dentro da faixa de áudio, 20 a 20000 Hz, não é perfeitamente plana,
mesmo usando materiais de alta qualidade no núcleo, o que limita seu uso.
Encontrado nos postes e entradas de força em alta tensão (industriais), são de alta potência e
projetados para ter alta eficiência (da ordem de 99%), de modo a minimizar o desperdício de energia e o
calor gerado.
Possui refrigeração a óleo, que circula pelo núcleo dentro de uma carapaça metálica com grande
área de contato com o ar exterior. Seu núcleo também é com chapas de aço-silício, e pode ser
monofásico ou trifásico (três pares de enrolamentos).
Encontra-se nas cabines de entrada de energia, fornecendo a tensão secundária de 220V, em geral,
para alimentar os dispositivos de controle da cabine - relés de mínima e máxima tensão (que desarmam o
disjuntor fora destes limites), iluminação e medição.
O núcleo é de chapas de aço-sílicio, envolvido por blindagem metálica, com terminais de alta tensão
afastados por cones salientes, adaptados a ligação às cabines. Podem ser mono ou trifásicos.
Consiste em um anel circular ou quadrado, com núcleo de chapas de aço-sílicio e enrolamento com
poucas espiras, que se instala passando o cabo dentro do furo, este atua como o primário.
28
Transformador de RF (radio freqüência)
O núcleo é de ferrite, material sintético composto de óxidos de ferro, níquel, zinco, cobalto e magnésio
em pó, aglutinados por um plastificante.
Esta se caracteriza por ter alta permeabilidade, que se mantém em altas freqüências (o que não
acontece com chapas de aço-sílicio). Costumam ter blindagem de alumínio, para dispersar
interferências, inclusive de outras partes do circuito.
Transformadores de pulso
São usados em acoplamentos, isolando o circuito de controle de baixa tensão do circuito de alta
potência dos tiristores, chaves semicondutoras, além de isolarem um tiristor de outro (vários secundários).
Têm núcleo de ferrite e invólucro plástico, em geral.
Auto-transformadores
Se aplicarmos uma tensão a uma parte de um enrolamento (uma derivação), o campo induzirá uma
tensão maior nos extremos do enrolamento. Este é o princípio do autotransformador.
Uma característica importante dele é o menor tamanho, para certa potência, que um
transformador. Isto não se deve apenas ao uso de uma só bobina, mas ao fato da corrente de saída ser
parte fornecida pelo lado alimentada, parte induzida pelo campo, o que reduz este, permitindo um
núcleo menor, mais leve e mais barato.
São muito usados em chaves de partida compensadoras, para motores (circuitos que alimentam
motores com tensão reduzida fornecida pelo autotransformador, por alguns segundos, reduzindo o pico
de corrente durante a aceleração) e em estabilizadores de tensão (autotransformador com várias
derivações, “ tapes ” acima e abaixo do ponto de entrada, o circuito de controle seleciona uma delas
como saída, elevando ou reduzindo a tensão, conforme a entrada)
Símbolos
29
30