Transformadores
Transformadores
Transformadores
núcleo
Lado 1 Lado 2
Figura 6 1. Transformador
φ (t )
i1 (t ) • • i2 (t )
v1 (t ) v2 (t )
Figura 6 2. Convenções
114 6. TRANSFORMADORES
Grandezas envolvidas:
v1 ( t ) : Tensão no primário, normalmente imposta pela fonte;
v 2 ( t ) : Tensão no secundário;
i1 ( t ) : Corrente no primário;
i 2 ( t ) : Corrente no secundário;
φ : Fluxo magnético mútuo aos dois enrolamentos.
φ R
F1 = N1i1 F2 = N 2i2
N1i1 + N 2 i 2 = Rφ (6.1)
Grandezas envolvidas
F1 = N1i1 : Força magnetomotriz (f.m.m.) do Primário [Aesp];
F2 = N 2 i 2 : Força magnetomotriz (f.m.m.) do Secundário [Aesp];
φ : Fluxo magnético mútuo aos dois enrolamentos [Wb];
1 L
R= : Relutância do Circuito Magnético [Aesp/Wb].
µS
ELETROTÉCNICA GERAL 115
Características:
N 1i 1 + N 2 i 2 = 0
Logo:
i1 N 1
=− 2 =− (6.2)
i2 N1 a
Como r1 = r2 = 0 resulta:
116 6. TRANSFORMADORES
v1 e1
= =a (6.4)
v2 e2
N1
a= : Relação de Transformação
N2
CONCLUSÕES:
v1 (t ) v2 (t ) ZL
Relações importantes:
v 1 e1
= =a
v2 e2
i1 1
=
iL a
v 2 = ZLi L (6.5)
a
A partir de (6.5) e das demais relações pode-se escrever:
v1
= Z L (ai1 )
a
ou ainda,
v1 = a 2 Z L i 1
Fazendo Z 'L = a 2 Z L resulta:
v1
v1 = Z 'L i1 ou = Z 'L (6)
i1
118 6. TRANSFORMADORES
i2 (t )
iL (t )
i1 (t )
v1 (t ) v2 (t ) ZL
i1 (t )
v1 (t ) Z L′ = a 2 Z L
Exercício 1
Um transformador ideal com N1=500 espiras e N2=250 espiras alimenta uma carga
resistiva de resistência 10Ω. O primário é alimentado por uma fonte de tensão senoidal
dada por: v1 ( t ) = 2 .200 cos(377 t )( V ) . Determine:
iL (t )
i1 (t )
v1 (t ) N1 N2 v2 ( t ) R = 10Ω
Figura 6: Exercício 1
ELETROTÉCNICA GERAL 119
a) A tensão no secundário;
b) A corrente na carga;
c) A corrente no primário;
d) A potência aparente fornecida ao primário;
e) A potência aparente consumida pela carga.
OBS.: Resolva o exercício utilizando notação complexa.
Solução:
&
V
a) Lembrando que 1 & = 200e j0 (V) resulta:
= a e sendo V
& 1
V2
200e j0 & = 100e j0 (V)
= 2 ou V2
&
V2
S& L = V
& .&I * = 100e j0 .10e j0 C = 1000e j0 (V)
2 L
OBS.: A potência aparente fornecida ao primário e a consumida pela carga são iguais
pelo fato do transformador ser ideal.
Exercício 2
I&L
I&1
Z& L = 30 + j 40(Ω )
V1 = 13800∠0o ( V ) V2
Figura 7: Exercício 2
Solução:
b) Corrente no primário:
&I 440 440
1
= portanto &I1 = 88e − j53,13 = 2,8e − j53,13 (A)
&I 13800 13800
L
Exercício 3
Amplificador
10Ω(caixa )
8Ω
10Ω(caixa )
N1 N2
Figura 8: Exercício 3
Solução:
8Ω
a 2 ⋅10(Ω )
Potência Nominal: Potência aparente para a qual o transformador foi dimensionado para
operação contínua em toda a sua vida útil. Na placa de identificação estas grandezas são
fornecidas em VA ou múltiplas tais como kVA, igual a103VA e MVA, igual a 106VA.
esta. Qualquer operação fora destas condições implica redução da vida útil do
equipamento.
É importante destacar que operando fora das suas condições nominais a vida útil do
transformador é reduzida sensivelmente.
Exercício 4
Solução:
20 x10 6 20 x10 6
I NOM1 = = 61,5(A) I NOM 2 = = 227,3( A)
325x10 3 88x10 3
Exercício 5
• •
• •
Solução:
b) Correntes Nominais
250x10 3
Da Alta Tensão: I AT = = 18,1(A)
13,8x10 3
250x10 3
Da Baixa Tensão: I BT = = 568,2(A)
0,44x10 3
Note que as tensões nominais do banco de transformadores são idênticas às tensões
nominais dos transformadores, ao passo que suas correntes nominais são iguais à soma
das correntes nominais dos transformadores constituintes do banco.
Exercício 6
• •
• •
Solução:
Na qual:
na qual:
A representação das Perdas Joule nos enrolamentos é realizada através da inserção das
resistências r1 e r2 , como mostra a Figura 13, as quais são iguais, respectivamente, as
resistências próprias dos enrolamentos do primário e do secundário.
Representando o efeito das resistências dos enrolamentos por dois resistores externos ao
transformador, os enrolamentos do transformador da Figura 13 são ideais, isto é, suas
resistências são nulas.
I1 r1 r2 I2
V1 E1 E2 V2
I1 r1 jx1 jx2 r2 I2
V1 E1 E2 V2
dφ
e = −N
dt (6.9)
Supondo , resulta:
e = ω Nφ M senω t ,
ou ainda,
e = E M senω t
na qual,
E M = ω Nφ M = 2πf Nφ M
EM
E= = 4,44fNφ M
2 (6.10)
Como as perdas no ferro, sob condições próximas as nominais, podem ser consideradas
proporcionais ao quadrado do valor máximo do campo magnético, isto é:
PFE = PH + PF ≈ K f B 2M
E = K E BM
De modo que:
Kf 2
PFE = E
K 2E
Por esta razão, essas perdas podem ser representadas por uma resistência, denominada
resistência de perdas no ferro, em paralelo com a f.e.m. induzida pelo fluxo mútuo, tal
que:
E2 Kf 2
= E
R F K 2E
ou ainda,
K 2E 2
RF = E (11)
Kf
I1 r1 jx1 jx2 r2 I2
V1 Rf V2
N1i1 + N 2 i 2 = Rφ
i1 = i 0 + i '2
de modo que:
N1i1 + N 2 i '2 = 0
resulta:
N1i 0 = Rφ
Inserindo uma reatância indutiva em paralelo com a f.e.m. induzida do primário, pela qual
flui a corrente i 0 , resulta o circuito da Figura 16. Esta reatância é denominada reatância
de magnetização do transformador.
132 6. TRANSFORMADORES
Isto posto, o transformador indicado no circuito da Figura 16, possui enrolamentos com
resistências próprias nulas, isento de dispersão, sem perdas no ferro e com
permeabilidade infinita, que são as características de um transformador ideal.
I2
I1 r1 jx1 ja 2 x2 a 2 r2 I'2 = a
Io
V1 a V2
Rp jxn
Ocorre, no entanto, que em determinados estudos nos quais a precisão dos resultados não
é tão rigorosa, algumas simplificações podem ser feitas face as seguintes evidências:
I2
I1 R cc jX cc I'2 = a
V1 a V2
Na qual:
R CC = r1 + a 2 r2
X CC = x 1 + a 2 x 2
Desprezando as resistências dos enrolamentos, chega-se ao mais simples dos circuitos
equivalentes:
I2
I1 jX cc I'2 = a
V1 a V2
Exercício 7
6.600
Relação de transformação: a= = 17,37
380
X CC = x 1 + a 2 x 2 = 12 + (17,37 ) 2 (0,04) = 24Ω
I2
I1 a
j24
V1 a V2
Figura 20 – Circuito equivalente do transformador
Exercício 8
Solução:
13,8
a) Sendo a= = 31,36 resulta:
0,44
x '2 = a 2 x 2 = 30,5Ω
r2' = a 2 r2 = 3,0Ω
Figura 22 – Exercício 8
S NOM 250.000
IL = = = 568,2(A)
V2 440
logo obtemos:
IL
I '2 = = 18,11(A)
a
Como o fator de potência de carga é 0,8 indutivo, a corrente da carga está atrasada em
relação a tensão do ângulo ϕ = arccos(0,8) = 36,87 0 .
E& 1 = V
& ' + (3 + j30,5).18,11e − j36,87 = 14.175e j1, 65 (V)
2
Temos então:
& j1, 65
&I = E1 = 14.175e = 0,16e j1, 65 (A)
P
R FE 90.000
& j1, 65
&I = E1 = 14.175e = 0,7e j88,35 (A)
M
jX M j20.000
Resulta então:
&I = &I ' + &I + &I = 18,11e − j36,87 + 0,16e j1, 65 + 0,7e j88,35 = 18,7e − j38,3 (A)
1 2 P M
De modo que:
& = E& + (3 + j30).18,7e − j38,3 = 14.586e j3, 2 (V)
V1 1
c) Cálculo de rendimento:
E12 14175 2
Perdas no Ferro: PFE = = = 2.232( W )
R FE 90.000
S B = S NOM .
Potência de base = Potência Nominal, isto é:
Tensão de Base = Tensão Nominal do Secundário: VB 2 = VNOM 2 .
A partir destas grandezas, podemos deduzir as demais grandezas de base que são a
corrente e a impedância de base, como seguem:
Para o Primário:
Corrente de base:
138 6. TRANSFORMADORES
S NOM
I B1 =
VNOM1
Impedância de base:
2
VNOM1 VNOM
Z B1 = = 1
I NOM1 S NOM
Para o secundário:
Corrente de base:
S NOM
I B2 =
VNOM 2
Impedância de base:
2
VNOM 2 VNOM
Z B2 = = 2
I NOM 2 S NOM
Exercício 9
Solução:
S CARGA 100
s= = = 1p.u.
SB 100
2
VNOM 6600 2
ZL = 2
= = 435,6Ω
S NOM 100x10 3
2
VNOM 6600 2
Sendo Z B 2 = = = 435,6Ω resulta:
2
SB 100x103
z& L = 1e j45, 6 p.u.
2
⎛ 220 ⎞
Z& 'L = a 2 Z& L = ⎜ ⎟ 435,6e
j45, 6
= 0,484e j45, 6 Ω
⎝ 6600 ⎠
2
VNOM 220 2
Sendo: Z B1 = 1
= = 0,484Ω , resulta:
SB 100x10 3
z& 'L = 1e j45, 6 p.u.
Exercício 10
Solução:
S NOM 250.000
I B1 = = = 18,1(A)
VNOM1 13.800
2
VNOM1 VNOM 13.800 2
Z B1 = = 1
= = 762Ω
I NOM1 S NOM 250.000
S NOM 250.000
I B2 = = = 568,2(A)
VNOM 2 440
2
VNOM 2 VNOM 440 2
Z B2 = = 2
= = 0,774Ω
I NOM 2 S NOM 250.000
Resulta, portanto:
ELETROTÉCNICA GERAL 141
3 0,003
r1 = = 0,004pu r2 = = 0,0038pu
762 0,774
30 0,031
x1 = = 0,04pu x2 = = 0,04pu
762 0,774
90.000 20.000
rF = = 118pu xM = = 26,2pu
762 762
ip im
V1 V2'
118 j26,2
Figura 23 – Exercício 10
Como o fator de potência da carga é 0,8 indutivo, a corrente da carga está atrasada em
relação a tensão do ângulo:
ϕ = arccos(0,8) = 36,87 0
Temos então:
e& 1 1,006e j1, 65
iP = = = 0,0085e j1, 65 ( p.u.)
rF 118
142 6. TRANSFORMADORES
Resulta então:
i1 = i '2 + i P + i M = 1,0326e − j38,3 (p.u.)
De modo que:
v& 1 = e& 1 + (r1 + jx 1 ).i1 = 1,057e j3, 2 (p.u.)
Convém, para garantir uma distribuição uniforme da carga entre os transformadores, que
as novas unidades sejam, os mais próximos possíveis, semelhantes às antigas. Isto é
parcialmente garantido se as impedâncias de curto-circuito ( R CC , X CC ), em p.u., forem
iguais.
Cuidados adicionais devem ser tomados nas conexões, para evitar circulação de correntes
entre os enrolamentos. Assim, ao se associar em paralelo dois enrolamentos, devem-se
conectar os pontos de polaridades semelhantes, como indicado na Figura 24.
ELETROTÉCNICA GERAL 143
A A’
B B’
C C’
O único cuidado nesta conexão é observar que os terminais da estrela são os terminais de
mesma polaridade das unidades monofásicas.
Sejam:
SNOM : Potência nominal;
VNOM1 : Tensão nominal do primário;
VNOM2 : Tensão nominal do secundário
os valores do transformador monofásico.
A A’
B B’
C C’
A A’
B B’
C C’
Exercício 11
A A’
B B’
C C’
Determine:
Solução:
&I
150kVA
&
V &
V
1 2 cosϕ =0,80 ind.
V1 6600∠0o
Como o primário está conectado em estrela a tensão de linha necessária para estabelecer
6940 (V) na fase é tal que:
VLINHA1 = 3V1 = 3x6940 = 12.020(V)
φ3 ( t )
φ1 ( t )
φ1 ( t )
φ2 ( t )
φ1 ( t ) = φMAX cos[ω t ]
φ2 (t) = φMAX cos[ω t −120O ]
φ3 ( t ) = φMAX cos[ω t − 240O ]
φR
Como o fluxo resultante é nulo, não há razão para a existência do braço comum, de modo
que podemos construir os três transformadores com mostra a Figura 33.
6.7 EXERCÍCIOS
1. Um transformador monofásico ideal apresenta as grandezas instantâneas indicadas.
Complete a tabela indicando os terminais de mesma polaridade e os sentidos reais das
tensões e correntes envolvidas.
Núcleo
138 A I2
440 V N1 N2 13800 V
Lado 1 Lado 2
Exercício 1
RESPOSTAS
1. I2=44(A)
2. 80 A; 0,6; 23,2 (A); 952,2 (W); 0,6; 192 kW; 192 kW.
3. 797 (A); 16,7 (A).
4. 13.800/440; 20 kVA; 1,45 (A); 45,45 (A).
ELETROTÉCNICA GERAL 155