Brasil Eterna Colnia de Banqueiros?

Marcelo Silveira

No dia 18 de maro de 2007, o Estado de So Paulo estampou na primeira pgina: Gasto do governo triplica em 20 anos e trava crescimento. Apenas alguns dias depois do anncio do lucro recorde dos bancos no ltimo ano, atingindo 22,9% do patrimnio lquido, num montante de R$ 33,4 bilhes, o maior jornal do Brasil responsabilizava o tamanho do Estado para o crescimento medocre do pas... O argumento parcial, circular e velho conhecido de todos que acompanham os noticirios: tendo o Estado inflado pelos gastos com o funcionalismo ao lado de privilgios injustificados e demais despesas do setor pblico, o governo precisa tomar novos emprstimos, aumentando mais ainda a dvida pblica e pressionando os juros para cima. Devemos acrescentar que so estes os juros, por sua vez, que acabam por favorecer os mesmos bancos que, como em poucos pases do mundo, desfrutam de liberdade incomum para remeter capital ao exterior.

Sendo verdade, por um lado, que ningum em s conscincia pode negar a existncia de favorecimentos escandalosos em certos setores do nosso funcionalismo; em relao dvida pblica brasileira, devemos retroagir um pouco, e notar que seu crescimento recorde deu-se aps o embuste denominado Plano Real e durante toda era FHC. A combinao nefasta de grandes aumentos na carga tributria e da dependncia ao capital estrangeiro, somados com o maior programa de entrega de patrimnio pblico da histria do Brasil envolvendo a venda a preo de banana de empresas pblicas vitais para grupos aliengenas, no fez cumprir o objetivo a que alegadamente se destinavam: a reduo da mesma dvida pblica. Na verdade, ao lado da destruio de boa parte do parque industrial de capital nacional com a abertura irrestrita dos mercados, a dvida lquida do setor pblico brasileiro aumentou de forma espantosa entre 94 e 2002, passando de cerca de 30% para quase 60% do PIB at 2003 e se mantendo em nveis acima de 50% at os dias atuais, comprometendo mais da metade do errio do Tesouro Nacional para sua manuteno. Esse aumento demonstrou muito claramente que a justificativa para as privatizaes, no sentido de se diminuir o tamanho do Estado para diminuir a dvida pblica, sempre foi fraudulenta. Tomemos como exemplo apenas o prejuzo ocasionado ao pas pela doao da Companhia Vale do Rio Doce por 3,3 bilhes de dlares. Costuma-se apontar os xitos recentes da empresa e os seus indicadores positivos em defesa dessa privatizao. E, de fato, apenas no primeiro trimestre do ano passado, a Vale atingiu um lucro que bateu a casa dos R$ 6,1 bilhes (quase o valor de venda em apenas trs meses!), representando um crescimento de 19,5% em relao ao ano anterior e aumentando significativamente as exportaes. Em outubro, a empresa adquiriu 75,66% do capital da mineradora canadense de nquel Inco, tornando-se a segunda maior mineradora do planeta, atrs apenas da anglo-australiana BHP Billiton. Faz-se necessrio notar, porm, que antes da privatizao, o cenrio internacional j apontava para um crescimento na demanda mundial por ao no setor da construo civil, possibilitando Vale pressionar o mercado internacional por melhores preos. O mais importante, de qualquer maneira, que com a transferncia do controle para a iniciativa privada, os gigantescos lucros da empresa ficaram totalmente concentrados nas mos dos acionistas (no por acaso banqueiros) e com isso as estratgias da mesma tambm foram revistas. No podemos perder de vista que grande parte desse lucro vai parar em setores no produtivos, com remessa significativa para o exterior. Alm disso, enquanto antes, grande parte do lucro era aplicada no investimento interno, qualificao de empregados e desenvolvimento da sociedade brasileira; agora temos apenas o objetivo do lucro com uma ampla terceirizao de quadros advindos em grande parte de consultorias estrangeiras. Por fim, enquanto historicamente a CVRD sempre procurou agregar valor transformando minrio de ferro em chapas de ao para carros, navios, ferrovias, avies e etc, agora temos um retrocesso que se afigura no simples extrativismo para exportao. Ou seja, uma enorme quantidade minrio tirada do nosso subsolo que poderia ser agregada e direcionada para a infra-estrutura do Brasil (como na urgente recuperao das nossas ferrovias e construo de novas, por exemplo), ou no caso do Nibio (minrio fundamental para a tecnologia aeroespacial e do qual somos detentores de nada menos que 98% das reservas mundiais), mas que acabam em sua maior parte saindo do pas. Ou seja, simples espoliao dos recursos naturais dos brasileiros para garantir o lucro de alguns especuladores aptridas.

A propsito, a cpula do governo Lula, que enquanto era oposio tanto criticou essa privatizao, nada faz agora para revert-la. Afinal, apesar das recentes bravatas do atual Ministro da Fazenda, Guido Mantega, a respeito dos abusos tarifrios dos bancos, este governo permanece, como o anterior, totalmente subserviente aos verdadeiros donos do Brasil (e que continuaro sendo donos at que nosso povo acorde para a realidade). Quem diz isso no so somente os integralistas, os caudilhos da esquerda da Amrica Latina ou os marxista-leninistas jurssicos que ainda gritam caquticos aos quatro ventos por a. O fato foi ratificado por Olavo Setbal, justamente o fundador do banco nacional que mais lucrou no ltimo ano. Durante a ltima corrida presidencial, em entrevista do dia 13 de agosto do ano passado, ele afirmou Folha de So Paulo: No tem diferena do ponto de vista do modelo econmico. Eu acho que a eleio do Lula ou do Alckmin igual. O homem forte do Ita que por sinal previu a reeleio do conservador presidente Lula, ainda fez questo, nessa ocasio, de reforar sua viso malthusiana de mundo como um defensor radical do controle de natalidade no Brasil j que as supostamente altas taxas de natalidade do pas seriam as responsveis pela atual exploso de violncia e no a alta concentrao de renda. Alm disso, depois de ridicularizar a Igreja Catlica e os valores cristos, tambm defendeu o fim de nossas Foras Armadas, pois, segundo ele, a idia do Brasil ter uma populao grande e um Exrcito forte seria algo superado. curioso observar que, enquanto muitos se admiraram com a recepo calorosa do presidente ao seu antigo rival poltico, o ex-presidente Fernando Collor de Melo, a foto inicial deste artigo, exibindo Lula com olhar resignado, junto a Delfim Netto, muito mais significativa e cheia de simbolismo. O economista talvez seja a maior personificao de testa-de-ferro do banquerismo existente no pas. No por acaso, ele foi durante muitos anos um dos repetidos candidatos oficiosos da FEBRABAN (da qual j recebeu verdadeiras fortunas em generosas doaes eleitorais). O longo histrico de sua atuao nos altos escales do governo sempre se deu no sentido de trabalhar para a manuteno do status quo do Brasil como eterna Colnia de Banqueiros. A troca de elogios entre ele e Lula demonstra, mais que mil palavras, o total embuste que sempre foi o PT (ou pelo menos o embuste que tem sido j h muito tempo). Talvez no haja uma sntese mais realista e contundente do que a feita pelo comunista e antigo militante, o professor Said Barbosa Dib, que colocou de forma muito clara e objetiva, como o PT pde construir a mquina poltica que dirige hoje abandonando seus princpios iniciais j no final da dcada de 80: Descobrimos a ecologia, o ambientalismo, a relao Homem/Natureza e esquecemos as relaes conflituosas entre Homem/Homem. Estvamos cansados de derrotas, precisvamos de novos paradigmas para a luta. Tornamo-nos gerenciadores, profissionais de ONGs, e descobrimos que o capital financeiro internacional no era to ruim assim. A grana vinha do PNUD, do Banco Mundial, do FMI, do Consenso de Washington, ou seja, dos antigos Hippies dos Anos 60 que se tornaram os Yuppies dos 90. Pensamos que, provavelmente, tivessem mantido alguma lembrana revolucionria dos tempos das Jornadas de Paris, de Woodstock, etc.. Mas, no importvamos. O que importava era que os companheiros de Wall Street estavam dispostos a ajudar na nossa causa. E quando temos necessidades, qualquer ajuda bem vinda. Assim, tornamo-nos onguistas. Um cabide de emprego para nossos militantes que no se podia desconsiderar. Passamos, assim, a ser considerados voluntariados, no mais revolucionrios, esta viso arcaica e superada pelo rolo compressor da Histria.

Colocando em pratos limpos, o Partido dos Trabalhadores como um todo no passou de uma ferramenta utilizada por escusas ONGS que, sob pretexto de ambientalismo e ecologia (tal qual o Greenpeace, o WWF, entre outras); tm por objetivo principal embora camuflado a internacionalizao da Amaznia e a alienao de cerca de metade do territrio nacional junto com suas fabulosas riquezas naturais, para agncias controladas pelos poderosos grupos oligrquicos internacionais e pelas naes hegemnicas que eles representam. Fato que hoje, ao lado de uma enorme promiscuidade desses ecologistas em nossos setores governamentais, existe uma injeo anual de capital do exterior no sentido de preservar a Amaznia brasileira criando obstculos para a realizao de obras e projetos de infra-estrutura, por exemplo que chega a superar o que destinado para o mesmo fim pelos Estados que integram a regio! E afinal, o aumento da influncia de certas ONGS ambientalistas no Brasil, em paralelo ao notrio sucateamento das Foras Armadas do pas, coincide exatamente com o pice do poder poltico do PT e do partido da suposta oposio. Embora haja quem tente convencer a sociedade brasileira que no existe aqui uma enorme ameaa nossa soberania, seja por m f ou ingenuidade, sabemos que a realidade bem diferente. Diversas denncias j foram feitas a respeito das motivaes dessas organizaes verdadeiramente criminosas, assim como, da verdadeira origem dos interesses em transformar as Foras Armadas do Brasil em mera fora policial. Infelizmente, tais denncias no recebem a divulgao que deveriam por parte da mdia de massa por motivos imaginveis. E voltando questo do crescimento pfio do Brasil, muito menor do que a mdia dos chamados pases emergentes; e a eterna subservincia dos nossos governantes, aos banqueiros, que se repita o bvio: se as despesas no-financeiras do Estado tm sido realmente um empecilho para o nosso desenvolvimento, muito mais danosas nos tm sido as despesas relativas j citada dvida pblica, aliada com as escorchantes taxas de juros aqui praticadas. comum ouvirmos dizer que as taxas de juros tm que cair, para que o pas possa crescer. At Alberto Furuguem, ex-diretor do BC, afirmou recentemente que as taxas de juros no Brasil so um p no freio para o crescimento. uma pena que ele no tenha sido capaz de explicar o porqu disso ocorrer, j que no haveria, segundo ele, justificativa lgica ou plausvel para juros to altos. Em contradio ao que tem sido ultimamente propagandeado, normalmente em noticirios de TV, dando populao a falsa percepo de que as taxas de juros caram recentemente a um patamar aceitvel, o mesmo Estado de So Paulo publicou um estudo que prope uma queda maior nas taxas de juros reais, j que as mesmas permanecem muito acima da realidade econmica domstica e das prprias expectativas internacionais (grficos baseados em estudo realizados por Edmar Bacha do Instituto de Estudos de Poltica Econmica, Mrcio Holland da Escola de Economia da Fundao Getlio Vargas e Fernando Gonalves do Fundo Monetrio Internacional):

Alis, o mesmo estudo mostrou que a mdia das nossas taxas de juros reais tem sido, nos ltimos dez anos, mais de quatro vezes superior a de outros 66 pases analisados e cerca do dobro dos pases com alto ndice de investimentos diretos estrangeiros:

espantoso ento, notar que at economistas admoestados como Gustavo Loyola, ex-presidente do BC, e economistas ligados ao prprio FMI, j defendem uma queda mais radical nas taxa de juros no Brasil, enquanto aqueles que tm ocupado as equipes econmicas que permanecem levando o pas para o abismo invariavelmente utilizam-se, ainda, de toda sorte de sofismas em defesa dessa poltica suicida: culpam a inflao, sendo que esta est oscilando um pouco acima da mdia mundial e, porm, temos as maiores taxas de juros do mundo (alm destas estarem, como vimos, muito acima da mdia dos outros pases). Houve o momento em que a moda era culpar justamente o nvel da dvida pblica e o nvel do dficit pblico brasileiro, o que tambm pode ser descartado levando em conta a existncia de muitos pases com maior dficit e dvidas pblicas proporcionais, mas com taxas de juros bem menores. Finalmente, existem aqueles ainda mais cnicos, que tm o desplante de culpar a moratria do j longnquo ano de 1987. Mas esta ltima impostura tambm pode ser automaticamente descartada, notando que a Rssia, em 1998, e a Argentina, em 2001, empreenderam moratrias mais radicais e nem por isso aplicam taxas de juros sequer prximas das brasileiras. Podemos voltar-nos, ento, para uma explicao mais coerente e lgica. Deve-se continuidade dessas taxas de juros exorbitantes, que remuneram ativos de liquidez imediata, o fato de nossa dvida pblica estar quase totalmente merc de uma minoria de banqueiros com influncia desmedida nos crculos governamentais e, desta maneira, na conduo da poltica econmica do pas. Obviamente que a culpa no s dos banqueiros. Isto tambm ocorre porque uma grande parcela daqueles que tm assumido as reas de gesto econmica no Brasil se corrompem muito facilmente (quando j no so indicados pelos seus prprios amigos banqueiros para os cargos que ocupam). Falta patriotismo e falta honestidade.

Na verdade, tambm em decorrncia de uma secular ausncia de formao cultural da nossa gente, o que nos tm faltado so informao e discernimento para eleger nossos verdadeiros representantes. Obviamente, no queremos dizer com isso que nosso povo tenha menos capacidade que outros povos quando, muito pelo contrrio, o integralismo sempre exaltou as virtudes do brasileiro. O que estamos dizendo que nosso povo tem sido, por muitas dcadas, enganado e malorientado. Em aspecto imediato, esse processo de desinformao tambm ocorre porque no temos uma imprensa decente e jornalistas no comprometidos com essa libertinagem para dizer toda verdade populao. Paralelamente, a nossa mdia de massa, j h um bom tempo, alm de inundar nossos lares com todo tipo de banalidades, tem se prestado de sobremaneira a promover o consumismo desenfreado, a destruio dos valores familiares, a sexualizao precoce da adolescncia e o homossexualismo como algo absolutamente normal. E, afinal de contas, como essa mesma mdia de massa e seus veculos so controlados pela elite, podemos concluir que carecemos de uma elite comprometida com os interesses do pas e no apenas com seus interesses pessoais. Preferem, sem qualquer tipo de idealismo, que o brasileiro e, em especial, nossa juventude, se mantenha to afastada dos valores mais elevados e to alienada das questes mais fundamentais para o futuro da nao que, conseqentemente, viva apenas para ser uma escrava absoluta dos seus instintos mais baixos e dos seus anseios mais imediatos e fugazes. um verdadeiro ciclo vicioso, estendido a todos os setores da sociedade, que tem levado decomposio e ao esfacelamento de qualquer conceito de Ptria. Recentemente, o economista de orientao nacionalista, Paulo Nogueira Batista Jr., referiu-se, fazendo analogia aos traidores de Franco na Guerra Civil Espanhola, a uma verdadeira QuintaColuna que por aqui habita. Com justia ele compara este fenmeno histrico ao que presenciamos de longa data no Brasil: um conhecido grupo de canalhas influentes no governo, no Congresso e nos meios de comunicao, criadores de poderosos lobbies que subordinam os mais sagrados interesses da Ptria a um tabuleiro de interesses em que sempre o setor financeiro leiase usurrio e especulador leva vantagem e sai ganhador. De fato, so estes os mesmos que, com o intuito de sabotar sistematicamente o pas, nos ltimos anos tm comemorado a globalizao e uma suposta decadncia do conceito Estado-Nao. De forma subjacente, no raro temos ouvido ou lido na imprensa falada e escrita, comprometida com estes mesmos interesses, o argumento de que o nacionalismo seria algo superado, ufanista e perverso. O que tem feito o governo do PT, seno rezar obedientemente essa mesma cartilha? bem verdade que a submisso dos nossos governantes oligarquia financeira internacional, com grande prejuzo ao Brasil, de um continusmo secular. No novidade desde o Primeiro Imprio. O que mais nos entristece, no entanto, perceber como o brasileiro permanece se deixando enganar facilmente. Quem capaz de negar, sem cair em contradio, que toda aquela balela socialista e antiimperialista foi enterrada j no primeiro mandato do governo petista? Voltemos a maio de 2005, num momento de escndalos de corrupo aparecendo em todos os cantos da vida poltica nacional: a visita do secretrio do Tesouro dos EUA, John Snow, e de altos

representantes da finana global, foi prova cabal do total apoio de Washington reeleio do mximo mandatrio brasileiro. Alis, esta visita foi amplamente badalada na mdia internacional. Apesar de vinte anos de discursos populistas inflamados, tnhamos, afinal, a comprovao definitiva da subservincia que antecederia e prepararia terreno para a reeleio e, alis, daria aval posterior e recente visita do Presidente Bush objetivando o etanol brasileiro. H pouco citamos o processo de desmonte do Estado. Tamanho foi o prejuzo causado ao pas pelas privatizaes indiscriminadas da era FHC, que foram utilizadas como carro-chefe de campanha contra o candidato Alckmin, pelo poderoso marketing do PT, para garantir a reeleio do inepto que ocupa hoje a cadeira da Presidncia da Repblica. Como tambm j mencionamos, visvel que dentro dos ditames atuais, as privatizaes desta e de tantas outras empresas so fatos consumados e no podero ser revistas por mais lesivas e duvidosas que tenham sido. De qualquer forma e, apesar de no ter ocorrido qualquer reviso, como o partido do governo foi um antigo combatente radical do processo de desestatizao, muitos acreditam hoje que a poltica entreguista tenha sido suspensa e que o restante das empresas que no foram privatizadas tenha permanecido intacto. Mas ser isso mesmo verdade? Ainda na poca de FHC, e voltando a falar novamente sobre a CVRD, quando esta foi privatizada, houve uma srie de irregularidades. Sem qualquer debate com a sociedade brasileira, a companhia foi entregue em cerca de metade a testas-de-ferro nacionais e a outra metade diretamente a investidores estrangeiros. A coordenadora global desta transao foi a Merrill Lynch & Co. ABN AMRO Rothschild: a empresa que fez a avaliao do valor de venda e, depois, ela mesma, acabaria por tornar-se uma das acionistas (algo no s ilegal como imoral). Algo muito diferente deste tipo de fraude em benefcio dos Donos do Mundo tm sido conduzido pelo governo atual? Em 31 de maio de 2006, o Presidente Lula sancionou o aumento da participao societria estrangeira no capital do Banco do Brasil de 5,6% para 12,5%. Historicamente, quem a maior interessada na aquisio de aes do Banco do Brasil? a City londrina, comandada justamente pela dinastia judaica Rothschild. Este um interesse que remonta aos tempos do Baro de Mau, o fundador do banco, no tempo de D. Pedro II. A Histria nos ensina que o Baro foi falncia por defender os interesses nacionais em ferrovias, em detrimento dos negcios dos Rothschild (que foram seus parceiros de empreendimentos). Gustavo Barroso, um dos mais brilhantes intelectuais j paridos em solo brasileiro, aps exaustivo estudo, publicou em 1934 o libelo integralista Brasil Colnia de Banqueiros. Esta obra foi, em seu tempo, sem dvida, uma das obras mais importantes para o Integralismo e o trabalho pioneiro a substanciar um nacionalismo econmico no Brasil. No ano da morte de Gustavo Barroso, em 1959, Plnio Salgado, em discurso no plenrio, enquanto Deputado Federal, afirmara que antes deste livro notvel, o problema da escravizao econmica do Brasil nunca havia sido colocado como se devia, e ainda acrescentava: (...) quando surge em nossa Ptria uma corrente nacionalista a lutar contra as injunes do capitalismo internacional, que objetiva a nossa conservao como pas subdesenvolvido, num cruel e doloroso colonialismo, o

livro de Gustavo Barroso (Brasil Colnia de Banqueiros) a bandeira que todos deveriam desfraldar porque foi a primeira que se ergueu no Brasil, nestes ltimos tempos, a despertar a conscincia nacional para a luta pelos interesses econmicos da Nao contra as organizaes internacionais que nos tm escravizado e pretendem permanentemente escravizar-nos. Passados mais de setenta anos da primeira edio do livro de Gustavo Barroso a situao permanece inalterada. Em 1934, o intelectual que foi posteriormente colocado no anonimato pelas mesmas foras inimigas do Brasil, contra as quais ele que ele lutou de corpo e alma, escrevia: No manifesto de 6 de agosto de 1822, o Prncipe D. Pedro clamava, referindo-se s Cortes de Lisboa: Lanou mos roubadoras aos recursos aplicados ao Banco do Brasil, sobrecarregado de uma enorme dvida nacional. Estendemos a sacola aos banqueiros judeus de Londres, pedindo o favor dum emprstimo e combinamos que seria lanado naquela praa em duas vezes. O contrato da primeira foi passado a 20 de agosto de 1824, entre o marechal de campo Felisberto Caldeira Brant, mais tarde marqus de Barbacena, e o conselheiro Manuel Rodrigues Gameiro Pessoa, mais tarde visconde de Itabaiana, e as casas bancrias Baseth Farquhar Chrawford & Cia, Fletcher, Alexander e Cia. E Thomas Wilson & Cia. O da segunda foi realizado pelos mesmos com o banqueiro Nathan Mayer Rotschild. A autorizao para o contrato de emprstimo foi dada pelo decreto de 5 de janeiro de 1824, sendo ministro da fazenda Mariano Jos Pereira de Fonseca, mais tarde visconde e marqus de Marica. a primeira vez que esse nome, famoso por muitos ttulos nos anais da finana internacional, aparece na nossa histria. Nunca mais sair dela. Os brasileiros devem guardar bem guardada a lembrana desta data: 12 de janeiro de 1825. Nesse dia, os banqueiros puseram o p sobre o nosso corpo, passamos a pertencer-lhes e para eles trabalhamos. Entretanto, embriagada pela v palavra de liberdade, a nao se divertiu com a Abdicao, as rebeldias da Regncia, a Maioridade, as guerras do 2 Imprio, a Abolio e as revoltas da Repblica, entremeadas de quedas de gabinetes, de mudanas de regimes, de sucesses governamentais e de ditaduras, enquanto que, por trs dos bastidores, os banqueiros de mos dadas aos polticos, a governavam e a exploravam. J tempo de dizer a verdade ao povo brasileiro; ela no consta, seno veladamente, das mensagens oficiais. Calou-se sempre a boca mentirosa ou covarde dos politices do liberalismo. Embora acoimados pelos comunistas de servirem ao capitalismo, os Integralistas so os que at hoje tm tido a coragem de preg-la para que o colosso acorde, se espreguice, quebre as cadeias e, erguendo o tacape duma verdadeira liberdade, espatife os dolos e os bezerros de ouro. J basta de se dizer que a casa Rothschild presa tanto aos ttulos brasileiros que com eles constitui o dote das suas filhas casadouras. J basta de consider-los nossos amigos, como eu prprio me penitencio de o haver feito, levado por essas balelas e por ainda no ter estudado a fundo os nossos emprstimos (no discurso em que saudei na Academia Brasileira de Letras, como seu Presidente, o escritor teatral Baro Henri de Rothschild). Tudo isso muito bom para embair os tolos atravs da leitura dos jornais. Mas a verdade outra e bem trgica: essa propaganda, contumaz e esperta, oculta to somente o trabalho forado de geraes e geraes de brasileiros.

Nathan Mayer Rothschild! Este nome est preso a toda engrenagem financeira mundial do comeo do sculo (Nota: Sc. XX). Seu portador assiste, de longe, a batalha de Waterloo, v a derrota de Napoleo, corre costa belga, paga a peso de ouro o barco dum pescador, atravessa a Mancha em pleno temporal, arrebenta at alcanar Londres e surge na Bolsa com a mais tranqila fisionomia deste mundo. Sorri e comea a vender seus ttulos. Todos pensam que deve estar a par de novas terrveis de guerra, pois nada ainda transpirava o fatal encontro de Napoleo com Wellington e Blcher. S ele conhecia o de visu. O pnico ganha os portadores de aes, de bnus e de aplices. Baixa pavorosa! Os agentes de Nathan compram tudo por dez reais de mel coado. Mais tarde, chega a notcia da estrondosa vitria e todos aqueles papeis, como natural, sobem vertiginosamente. Esto na quase totalidade em mos da casa Rothschild, que realiza um ganho colossal e, sombra dessa formidvel riqueza comea a dominar a Europa. Cara o imprio militar de Napoleo, a maior potncia militar da poca, e nascia o argentrio de Rothschild, a maior potncia financeira dos novos tempos. (Gustavo Barroso, Brasil Colnia de Banqueiros). Realmente, o golpe de mestre de Nathan Mayer Amschel Rothschild, foi fundar seus bancos alicerados em uma transnacionalidade estratgica, colocando nas suas agncias os prprios filhos na administrao e as estabelecendo nos grandes centros financeiros europeus, num processo que se iniciou a partir do sculo XVIII: ele e seu filho mais velho, em Frankfurt; Nathan Mayer filho, em Londres; Jacob, em Paris; Salomon, em Viena; e Karl, em Npoles. j dessa poca, tambm, que remonta um forte relacionamento familiar dos Rothschild com outros cls do banqueirismo internacional e com as oligarquias europias (tendo especiais vnculos com as aristocracias britnica, francesa e holandesa). necessrio tambm ter uma noo da amplitude da influncia dos Rothschild, participando direta ou indiretamente, de acontecimentos histricos de grande relevncia que vo muito alm de explorar nosso Brasil e os interesses embutidos nas revolues liberais que precederam os arroubos napolenicos na Guerra Franco-Prussiana (1870-71): a colonizao da ndia (17571947); a Guerra do pio na China (1840-42); o financiamento do Sul e do Norte na Guerra Civil Americana (1861-1865); a Guerra do Paraguai (1864-1870); a compra do Canal de Suez pela Inglaterra (1882); a tomada da frica do Sul e suas riquezas atravs da Segunda Guerra dos Beres (1899-1902) alm do financiamento de diversos outros conflitos no continente africano de olho em minas de ouro e diamantes; a guerra vitoriosa do Japo contra a Rssia czarista (19041905); a I e II guerras mundiais (1914-1918 /1939-1948); as recentes incurses de coalizes lideradas pelo EUA na Iugoslvia, Afeganisto e Iraque; etc, etc e etc... O mesmo poder do ouro, emanado do cl Rothschild, que exerceu carter decisivo na impulso do sionismo como movimento poltico, financiando colnias judias na Palestina como pontas de lana durante 1917, com a formalizao da Declarao Balfour; e da Revoluo Socialista, atravs de seus entes, no mesmo ano, representando a plutocracia que controla completamente, j h muitas dcadas, a Casa da Moeda norte-americana e, conseqentemente, a emisso do Dlar, atravs do Federal Reserve Board (fundado em 1913). Esta poderosssima famlia usurria que sempre esteve, ao lado dos seus prprios interesses, alinhada s causas judaicas e sionistas na condio de uma linhagem aristocrtica que hoje continua decidindo os destinos das naes completamente revelia dos seus povos, comandando e definindo metas e objetivos em ordens secretas como o Royal Institute of International Affairs ou atravs dos seus aliados nos encontros da chamada comisso Bilderberg; facilitada, em muito, como mencionamos, pela secular infiltrao e participao nas oligarquias europias a partir da consolidao da sua hegemonia financeira atravs dos sculos.

Situando-nos novamente no Brasil e no presente, observemos com ateno, como nossos governantes continuam se subordinando aos antigos algozes do nosso sofrido povo. O jornalista e radialista carioca Jorge Serro, em corajosa denncia publicada no veculo independente Alerta Total, cobriu a recente operao de venda das aes do Banco do Brasil aos grupos estrangeiros, na Bovespa. Operao na qual o governo do PT, contando com o trunfo de comandar a maior fundao de previdncia privada do Pas (o fundo de penso Previ, dos funcionrios do BB, que tem um patrimnio de R$ 82 bilhes), e mantendo o petista Srgio Rosa, at 2010, na presidncia da Previ, tem podido levar a cabo a reforma da Previdncia e dos fundos.
(Extrado de Histria Secreta do Brasil, de Gustavo Barroso: casamento de Leopoldo Rothschild na Sinagoga Central de Londres Gravura do Crapvillot de Paris, n especial de set/1936. O dote dos noivos foram ttulos da Colnia do Brasil)

Os petistas tero controle sobre a bilionria carteira de aes da Previ, que corresponde a 60,8% do patrimnio do poderoso fundo de penso. Srgio Rosa ligado a Jos Dirceu e Luiz Gushiken, os timoneiros dos futuros grandes empreendimentos empresariais no Brasil e que, logo que assumiram o governo Lula, fizeram questo de indicar e nomear seus apadrinhados nas diretorias financeiras dos fundos de penso de estatais. A atuao deles no leilo de venda da Varig um dos mega-negcios anunciados no mercado. O Banco do Brasil divulgou um comunicado ao mercado com a boa notcia aos supostamente investidores estrangeiros. Na verdade, o dinheiro dos investidores de fora, para adquirir aes do Banco do Brasil, seria o dinheiro que especuladores brasileiros investem no exterior. assim que o dinheiro guardado em parasos fiscais (os grandes centros off-shore), retorna ao Brasil lavado e legalizado, com a permisso do Banco Central. Especialistas estimam que cerca de US$ 500 bilhes em dinheiro sujo - cerca de 2% do PIB mundial - transitam anualmente na economia". E aps descrever, em detalhes, o mecanismo de lavagem de dinheiro atravs da remessa ilegal de bilhes e bilhes de dlares ao exterior atravs de uma mfia que envolve doleiros, o trfico de drogas e os jogos legais e ilegais; assim como as bolsas de valores oferecem condies propcias lavagem de dinheiro, por permitirem negcios com caractersticas internacionais ao lado de altos ndices de liquidez e curto espao de tempo (facilitados pelos corretores que cedem sem obstculos sedio de organizaes criminosas), completa o jornalista: Tecnicamente, as bolsas de valores visam a facilitar a compra e venda de aes e direitos. Nas bolsas de valores possvel a realizao de operaes em cinco modalidades: (1) vista; (2) a prazo; (3) a termo; (4) a futuro e (5) por opo. Enquanto nas quatro primeiras formas se negociam aes, no mercado de opes o que se negocia o direito sobre essas aes. Mas os investidores no compram aes diretamente em uma bolsa. Compram-nas atravs das sociedades corretoras membros daquela entidade.

O cliente emite uma ordem de compra ou venda sua corretora e esta se encarrega de execut-la no prego. Para isso, as corretoras mantm, no recinto de negociao, seus operadores, que so habilitados por meio de um exame de qualificao. Para fechar uma operao na bolsa, qualquer pessoa, banco ou empresa tem que usar os servios de uma corretora, que recebe uma taxa de corretagem por realizar essa transao. E os comandantes absolutos das bolsas de valores no mundo desde longa data permanecem sendo os Rothschild, que lideraram recentemente uma das mais ousadas operaes do mercado acionrio internacional (estimada em US$ 20 bilhes): a fuso da Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em ingls) com o grupo europeu Euronext (administrador das Bolsas de Paris, Bruxelas, Amsterd e Lisboa, alm de derivativos em Londres), criando a primeira bolsa de valores transatlntica da histria. Agora mesmo, os Rothschilds esto novamente envolvidos numa das mais notrias fuses bancrias da histria do continente europeu: a venda do ABN Amro, cobiado pelos bancos Barclays, Royal Bank of Scotland, HSBC, Santander e Citibank; numa negociata que envolve espantosa cifra na casa dos 90 bilhes de Euros. Foi o mesmo Serro que narrou como o tucano Acio Neves, um dos favoritos para a candidatura da suposta oposio para o prximo pleito presidencial esteve no dia 16 de maio de 2004 em uma mega-festa na manso inglesa dos Rothschild, em homenagem ao empresrio Mrio Garnero, do grupo Brasilinvest, e teve o privilgio de entrar na famosa Spencer House (sabidamente uma construo do sculo XVIII que pertence ao lorde Jacob Rothschild, pai do jovem Nathanael e decano da famlia de banqueiros mais influente dos ltimos dois sculos, que a usa apenas em ocasies especiais): O Lord considera Garnero um de seus quatro filhos. Acio Neves presenciou o Lorde erguendo taas de cristal para homenagear Garnero e ningum menos que o ex-presidente dos EUA George Bush (pai do presidente dos EUA), no Great Room do andar superior da manso histrica. O denominado controlador do mundo opera com os polticos da maneira que melhor lhe convm aos negcios. Este o quadro poltico que se avizinha para o Brasil num futuro prximo: sem novidades. Pegam uma marionete e a substituem por outra. Os controladores continuam sendo os mesmos: os velhos oligarcas do sistema financeiro internacional. Enquanto no encontrarmos uma liderana nacionalista, com fora poltica e autoridade, para banir os vendilhes da Ptria e construir uma ordem moral a ditar novos rumos para o pas, continuaremos apenas assistindo passivos a grupos aliengenas, aos sabores de interesses que nada tm de comum com os nossos, mantendo o Brasil como uma eterna Colnia de Banqueiros.

So Paulo, 17 de Maio de 2007. Marcelo Silveira Presidente Nacional da Frente Integralista Brasileira.