Apostila de Segurança, Meio Ambiente, Saúde - SMS

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Curso Tcnico em Automao e Controle de Processos

Mdulo I Bsico

SMS - Sade, Meio Ambiente e Segurana do Trabalho

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SUMRIO
1 - SEGURANA E HIGIENE DO TRABALHO 1.1 INTRODUO 1.2 - SEGURANA DO TRABALHO 1.3 - ACIDENTE DE TRABALHO 2 - EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL 2.1 INTRODUO 3 - RISCOS AMBIENTAIS 3.1 - CLASSIFICAO DOS RISCOS 3.2 - RISCOS DE ACIDENTES 4 - NOES BSICAS DE COMBATE INCNDIO 4.1 - PRINCPIOS BSICOS DO FOGO 5 USO SEGURO DE EQUIPAMENTOS 5.1 - ESMERILHADEIRA PORTTIL 5.2 - SEGURANA EM PROCESSOS OXI-COMBUSTVEIS 5.3 - SEGURANA NAS ATIVIDADES DE TRANSPORTE E MOVIMENTAO DE CARGAS 5.4 - ANLISE DE RISCO DE ACIDENTES EM PROCESSO INDUSTRIAIS 6 - MEIO AMBIENTE 6.1 POLUIO 7 - RESPONSABILIDADE DAS EMPRESAS EM ACIDENTES DE TRABALHO 7. 1 - DEFINIES LEGAIS 8 - REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 02 02 02 03 23 23 28 29 29 37 37 56 56 57 60 67 71 71 78 79 85

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1 - SEGURANA E HIGIENE DO TRABALHO


1.1 - INTRODUO Nas sociedades mais antigas, o homem j sofria acidentes enquanto trabalhava para prover as necessidades de sua subsistncia. Todavia, esses acidentes s chamaram a ateno dos governantes quando, em virtude do seu elevado numero, adquiriram as dimenses de um problema social. Isto ocorreu aps a Revoluo Industrial resultante das descobertas de novas fontes de fora, como o vapor e a eletricidade, provocando o aparecimento de grandes concentraes de trabalhadores em torno das empresas que empregavam grandes quantidades de mo-de-obra. Era uma situao bem diferente daquela que caracterizava a Idade-Mdia: artesos realizando trabalho manual dentro de pequenas oficinas. No sculo passado, o clamor contra as condies de vida do trabalhador cresceu a ponto de levar os homens pblicos a pensarem no cerceamento da liberdade das partes na celebrao do contrato de trabalho. Era o comeo da interveno do Estado no mundo do trabalho assalariado. No era possvel, no que tange ao acidente do trabalho, continuar adotando os princpios do direito clssico, para exigir do empregado acidentado a prova de que o patro era o culpado. Na maioria dos casos essa prova no podia ser produzida ou o fato tivera como causa excludente a fora maior ou caso fortuito. Pouco a pouco, a legislao foi se modificando at chegar teoria do risco social: o acidente do trabalho um risco inerente prpria atividade profissional exercida em beneficio de toda a comunidade, devendo esta, por conseguinte, amparar a vitima do acidente. No se cogita da responsabilidade deste ou daquele pelo acontecimento. Atravs de um seguro social, o empregado protegido quando incapacitado para o trabalho em virtude de um acidente. Em nosso pais, tudo se passou mais ou menos da mesma maneira. Em 1919 tivemos a primeira lei estabelecendo que o empregado acidentado no precisava obter qualquer prova da culpa do patro para ter direito indenizao. Desde ento no nos afastamos desse principio fundamental.

1.2 - SEGURANA DO TRABALHO Segurana do trabalho pode ser definida como os conjuntos de medidas que so adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenas ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador. A Segurana do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introduo Segurana, Higiene e Medicina do Trabalho, Preveno e Controle de Riscos em Mquinas, Equipamentos e Instalaes, Comunicao e Treinamento, Administrao aplicada Engenharia de Segurana, O Ambiente e as Doenas do Trabalho, Higiene do Trabalho, Legislao, Normas Tcnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Proteo do Meio Ambiente, Ergonomia e Iluminao, Proteo contra Incndios e Gerncia de Riscos.

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Os empregados da empresa constituem a CIPA - Comisso Interna de Preveno de Acidentes, que tem como objetivo a preveno de acidentes e doenas decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatvel permanentemente o trabalho com a preservao da vida e a promoo da sade do trabalhador. A Segurana do Trabalho definida por normas e leis. No Brasil a Legislao de Segurana do Trabalho compe-se de Normas Regulamentadoras, Normas Regulamentadoras Rurais, outras leis complementares, como portarias e decretos e tambm as convenes Internacionais da Organizao Internacional do Trabalho, ratificadas pelo Brasil. A Segurana do Trabalho exigida por lei e faz com que a empresa se organize, aumentando a produtividade e a qualidade dos produtos, melhorando as relaes humanas no trabalho.

1.3 - ACIDENTE DE TRABALHO A legislao brasileira define acidente do trabalho como todo aquele decorrente do exerccio do trabalho e que provoca, direta ou indiretamente, leso, perturbao funcional ou doena. Como se v, pela lei brasileira, o acidente confundido com o prejuzo fsico sofrido pelo trabalhador (leso, perturbao funcional ou doena). Do ponto de vista prevencionista, entretanto, essa definio no satisfatria, pois o acidente definido em funo de suas conseqncias sobre o homem, ou seja, as leses, perturbaes ou doenas. Visando a sua preveno, o acidente, que interfere na produo, deve ser definido como "qualquer ocorrncia que interfere no andamento normal do trabalho", pois alm do homem, podem ser envolvidos nos acidentes, outros fatores de produo, como mquinas, ferramentas, equipamentos e tempo. Assim, as trs situaes apresentadas so representativas de acidente: Na primeira, o operrio estava transportando manualmente urna caixa contendo certo produto; em certo momento, deixa cair a caixa, o que j um acidente (queda da caixa), embora no tenha ocorrido perda material (a caixa no se danificou) ou leso no trabalhador; nesse caso, ocorreu to somente, perda de tempo. Na segunda, a queda da caixa, embora no tenha ocasionado leso, tambm um exemplo de acidente, em que ocorreu, alm da perda de tempo, perda de material, pois este se danificou. Na ltima, a queda da caixa exemplificativa de acidente do qual resultaram, a leso no homem, a perda do material e a conseqente perda de tempo. E claro que a vida e a sade humana tem mais valor do que as perda naturais, da serem considerados como mais importantes os acidentes com leso. Por exemplo, se a caixa ao cair atingir o p da pessoa que a estava carregando, provocando sua queda e causar-lhe uma leso, teremos um acidente mais grave porque, alm da perda de tempo e/ou perda material, houve dano fsico.

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1.3.1 - Diferena fundamental entre a definio legal e a tcnica Na definio legal, ao legislador interessou, basicamente e com muita propriedade definir o acidente com a finalidade de proteger o trabalhador acidentado, atravs de uma compensao financeira, garantindo-lhe o pagamento de dirias, enquanto estiver impossibilitado de trabalhar em decorrncia do acidente, ou de indenizao, se tiver sofrido leso incapacitante permanente. Nota-se por a que o acidente s ocorre se dele resultar um ferimento, mas, devemos lembrar que o ferimento apenas uma das conseqncias do acidente A definio tcnica nos alerta que o acidente pode ocorrer sem provocar leses pessoais. A experincia demonstra que para cada grupo de 330 acidentes de um mesmo tipo, 300 vezes no ocorre leso nos trabalhadores, enquanto que em apenas 30 casos resultam danos integridade fsica do homem. Em todos os casos, porm, haver prejuzo produo e sob os aspectos de proteo ao homem, resulta serem igualmente importantes todos os acidentes com e sem leso, em virtude de no se poder prever quando de um acidente vai resultar, ou no, leso no trabalhador. Do exposto, conclumos que devemos procurar evitar todo e qualquer tipo de acidente. Deveremos evitar os acidentes sem leso porque, se forem eliminados estes, automaticamente, estar afastado a quase totalidade dos outros. Por exemplo, se o trabalhador tivesse evitado que a caixa casse no cho, ela no teria atingido o seu p. Teria sido mais seguro e mais fcil evitar a queda da caixa, do que tirar o p na hora em que casse. Devemos lembrar ainda que estudos realizados no Brasil e no exterior, tem revelado que o custo de acidentes leves igual ao dos acidentes sob o encargo do INSS, em virtude, de como j vimos, aqueles serem muito mais numerosos que estes. A poltica governamental dos ltimos anos, no sentido de dinamizar esforos de empresrios e empregados e de atualizar a legislao trabalhista, em muito tem colaborado para a diminuio dos percentuais de acidentes do trabalho em relao populao trabalhadora do Pas. Embora a preveno de acidentes industriais vise basicamente a manuteno da integridade fsica do trabalhador, no se pode esquecer a influencia dos custos de qualquer programa na implantao ou , manuteno do mesmo. Em outras palavras, qualquer ocorrncia no programada que interfira no processo produtivo, causando perda de tempo, constitui um acidente do trabalho. Deve-se destacar que a preveno de acidentes torna-se economicamente vivel, a partir de um bom programa de preveno de acidentes. Um empregado acidentado, aposentado precocemente por incapacidade permanente, afeta indiretamente a toda a populao pois um a menos a colaborar no aumento da produo. Quanto mais especializada a sua funo, mais caro se torna substitu-lo. Em sntese, ocorre uma reduo na capacidade produtiva da nao e um aumento dos custos de treinamento da populao economicamente ativa. Restringindo-se o campo de estudo a uma empresa, a diminuio no numero de acidentes pode e deve levar a um aumento na produo, bem como a um custo menor, o que, inclusive, pode baixar o preo do produto final a nvel de consumidor ou elevar o lucro do empresrio O empregado encontra na empresa inmeros fatores de risco, que podem criar condies para a ocorrncia de um acidente e conseqente leso.

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Equipamentos eltricos, operaes de soldagens, manuseio de lquidos combustveis ou inflamveis, veculos de transporte so exemplos desses riscos. Sua utilizao de forma inadequada pode incapacitar ou at matar o elemento acidentado. O primeiro passo na preveno de acidentes e saber o que se entende por acidente do trabalho. Sua definio legal diz que: Acidente do trabalho aquele que ocorre no exerccio do trabalho, a servio da empresa, ou ainda pelo exerccio do trabalho dos segurados especiais, provocando leso corporal ou perturbao funcional que cause a morte, a perda ou reduo da capacidade para o trabalho, permanente ou temporria'. Tal definio pode ser encontrada no artigo 131 do "Regulamento dos Benefcios da Previdncia Social", institudo pelo Decreto n0 2172 de 05 de maro de 1997. Tambm so igualados, para efeito de lei, os acidentes que ocorrem no local e no horrio de trabalho; as doenas do trabalho, constantes ou no de relaes oficiais; os acidentes que ocorrem fora dos limites da empresa e fora do horrio normal de trabalho, estes sob certas condies. Para a legislao previdenciria, portanto, somente o acidente do trabalho que cause prejuzo fsico ou orgnico enquadrado como tal. Analisando o problema do ponto de vista prevencionista qualquer ocorrncia anormal que prejudique a produtividade j pode ser considerado um acidente. Se uma pilha de sacas de caf, mal estocada, desabar e atingir um empregado, causando-lhe alguma leso, temos caracterizado o acidente do trabalho legal. Se no atingir nenhum empregado e apenas tivermos perda de tempo para recolocar o material em seu respectivo local, do ponto de vista prevencionista o acidente do trabalho tambm ocorreu. Em outras palavras, qualquer ocorrncia no programada, que interfira no processo produtivo, causando perda de tempo, constitui um acidente do trabalho.

1.3.2 - Causas dos acidentes Em principio, temos trs causas principais causadoras de acidentes: 1. Comportamentos inadequados, entendidos como atitudes inadequadas. 2. Condies inseguras, inerentes s instalaes, como mquinas e equipamentos. 3. Fator pessoal de segurana, relativo ao comportamento humano, que leva a pratica do ato inseguro. Estudos tcnicos, principalmente no campo da engenharia, so capazes de, com o tempo, eliminar as condies inseguras. Quando se fala, porm, do elemento homem, apenas tcnicas no so suficientes para evitar uma falha nas suas atitudes. Sob o ponto de vista prevencionista, causa de acidente qualquer fator que, se removido a tempo teria evitado o acidente. Os acidentes no so inevitveis, no surgem por acaso, eles, na maioria das vezes, so causados, e, portanto possveis de preveno, atravs da eliminao a tempo de suas causas. Estas podem decorrer de fatores pessoais (dependentes, portanto, do homem) ou materiais (decorrentes das condies existentes nos locais de trabalho). Vrios autores, na analise de um acidente, consideram como causa do acidente o ato ou a condio que originou a leso, ou o dano. No nosso entendimento, devem ser analisadas todas as causas, desde

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a mais remota, o que permitir um adequado estudo e posterior neutralizao ou eliminao dos riscos. Existe ento a necessidade do envolvimento de profissionais de outras reas, principalmente de Cincias Humanas para se obter uma evoluo neste setor. At o presente momento, nenhuma das mquinas construdas, nenhum dos produtos qumicos obtidos por sntese e nenhuma das teorias sociais formuladas alterou fundamentalmente a natureza humana. As formas de comportamento, que devem ser levadas em considerao no esforo de prevenir atos inseguros, dever ser analisadas de modo bastante abrangente. No treinamento de integrao baseado na funo a ser desenvolvida pelo novo empregado ou na reciclagem dos funcionrios mais antigos, dever ser reforado o conhecimento das regras de segurana, instrues bsicas sobre preveno de incndio e treinamento peridico de combate ao fogo, informaes sobre ordem e limpeza, cor na segurana do trabalho, sinalizao, cursos de primeiros socorros, levantamento, transporte e manuseio de materiais, integram uma poltica de segurana, visando a diminuio dos acidentes causados por atos inseguros. Sendo a segurana do trabalho basicamente de carter prevencionista, recomenda-se, ainda, uma pesquisa bibliogrfica, no sentido de identificar possveis riscos no processo de produo, antes mesmo que ocorram acidentes, isto , a simples analise de risco ou estatstica , mesmo que no acuse nenhum acidente, deve ser encarada como mais um subsidio para a preveno de acidentes e eliminao de causas.. A ocorrncia de uma nica morte, alm da perda para a famlia do trabalhador, representa um prejuzo para a nao de 20 anos ou 6.000 dias, em mdia, de trabalho produtivo.

1.3.3 - Fatores de acidentes Para fins de preveno de acidentes, h cinco tipos de informaes de importncia fundamental em todos os casos de acidentes. So os chamados fatores de acidentes que se distinguem de todos os demais fatos que descrevem o evento Eles so: o agente da leso; a condio insegura; o acidente tipo; o ato inseguro e o fator pessoal inseguro. Agente da Leso Agente da leso aquilo que, em contato com a pessoa determina a leso. Pode ser por exemplo um dos muitos materiais com caractersticas agressivas, uma ferramenta, a ponta de uma mquina. A leso e o local da leso no corpo, o ponto inicial para identificarmos o agente da leso. Convm observar qual a caracterstica do agente que causou a leso. Alguns agentes so essencialmente agressivos, como os cidos e outros produtos qumicos, a corrente eltrica, etc., basta um leve contato para ocorrer a leso. Outros determinam ferimentos por atritos mais acentuados, por batidas contra a pessoa ou da pessoa contra eles, por prensamento, queda, etc. Por exemplo: a dureza de um material no essencialmente agressiva, mas determina sempre alguma leso quando entra em contato mais ou menos violento com a pessoa. O mesmo se pode dizer do peso de objetos; o peso, em si, no constitui agressividade, mas um fator que aliado dureza do objeto, determina ferimentos ao cair sobre as pessoas. Condio insegura Condio insegura em um local de trabalho so as falhas fsicas que comprometem a segurana do trabalhador, em outras palavras, as falhas, defeitos, irregularidades tcnicas, carncia de

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dispositivos de segurana e outros, que pem em risco a integridade fsica e/ou a sade das pessoas, e a prpria segurana das instalaes e dos equipamentos. Ns no devemos confundir a condio insegura com os riscos inerentes a certas operaes industriais. Por exemplo: a corrente eltrica um risco inerente aos trabalhos que envolvem eletricidade, ou instalaes eltricas; a eletricidade, no entanto, no pode ser considerada uma condio insegura, por ser perigo Sa. Insta1aes mal feitas ou improvisadas, fios expostos, etc., so condies inseguras; a energia eltrica em si, no. A corrente eltrica, quando devidamente solada do contato com as pessoas, passa a ser um risco controlado e no constitui uma condio insegura. Apesar da condio insegura ser possvel de neutralizao ou correo, ela tem sido considerada responsvel por 16% dos acidentes. Exemplos de condies inseguras: Proteo mecnica inadequada; Condio defeituosa do equipamento (grosseiro, cortante, escorregadio, corrodo, fraturado, qualidade inferior, etc.), escadas, pisos, tubulaes (encanamentos); - Projeto ou construes inseguras; Processos, operaes ou disposies (arranjos) perigosos (empilhamento perigoso, armazenagem, passagens obstrudas, sobrecarga sobre o piso, congestionamento de maquinaria e operadores, etc.); Iluminao inadequada ou incorreta; Ventilao inadequada ou incorreta. Comportamento inadequado Comportamento inadequado a maneira pela qual o trabalhador se expe, consciente ou inconscientemente a riscos de acidentes. Em outras palavras um certo tipo de comportamento que leva ao acidente. Vemos que se trata de uma violao de um procedimento consagrado, vio1ao essa, responsvel pelo acidente. Segundo estatsticas correntes, cerca de 84% do total dos acidentes do trabalho so oriundos do prprio trabalhador. Portanto, os atos inseguros no trabalho provocam a grande maioria dos acidentes; no raro o trabalhador se serve de ferramentas inadequadas por estarem mais prximas ou procura limpar mquinas em movimento por ter preguia de deslig-las, ou se distrai e desvia sua ateno do local de trabalho, ou opera sem os culos e aparelhos adequados. Ao se estudar os atos inseguros praticados, no devem ser consideradas as razes para o comportamento da pessoa que os cometeu, o que se deve fazer to somente relacionar tais atos inseguros. Veremos os mais comuns: Levantamento imprprio de carga (com o esforo desenvolvido a custa da musculatura das costas); Permanecer embaixo de cargas; Permanecer em baixo de cargas suspensas; Manuteno, lubrificao ou limpeza de mquinas em movimento; Abusos, brincadeiras grosseiras, etc.; Realizao de operaes para as quais no esteja devidamente autorizado e treinado; Remoo de dispositivos de proteo ou alterao em seu funcionamento, de maneira a torna-los ineficientes; Operao de mquinas a velocidades inseguras;

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Uso de equipamento inadequado, inseguro ou de forma incorreta (no segura); Uso incorreto do equipamento de proteo individual necessrio para a execuo de sua tarefa. Fator pessoal de insegurana a caracterstica mental ou fsica que ocasiona o ato inseguro e que em muitos casos, tambm criam condies inseguras ou permitem que elas continuem existindo. Na prtica, a indicao do fator pessoal pode ser um tanto subjetiva, mas no cmputo geral das investigaes processadas, e para fim de estudo, essas indicaes sero sempre teis. Os fatores pessoais mais predominantes so: atitude imprpria (desrespeito s instrues, m interpretao das normas, excesso de confiana, falta de conhecimento das prticas seguras incapacidade fsica para o trabalho.

1.3.4 - Determinao das causas Os cinco fatores relatados so de suma importncia na determinao das causas do acidente. Ocorrem eles em determinada seqncia, para determinar o resultado final. O melhor mtodo de por em prtica a anlise das causas de um acidente com a finalidade de preveno, reside na utilizao dos fatores como guia de anlise das condies de trabalho, e determinao das fontes de acidentes, de modo a permitir a adoo de medidas preventivas. Isso pressupe, a identificao de cada agente para o competente levantamento das causas de acidente. Resumindo podemos dizer que na determinao da causa devemos levar em conta: fatores pessoais, que so dependentes do homem, os quais originam o ato inseguro e fatores materiais que so dependentes das condies existentes nos locais de trabalho e que originam a condio insegura; os dois fatores se encadeiam o que nos leva a dizer que o acidente resulta do ato mais condio insegura. Impropriedade do termo "Descuido O descuido foi e continua sendo apresentado como a maior causa de acidentes do trabalho. Em vrios levantamentos de acidentes com perda de tempo, examinados, tivemos oportunidade de constatar que as causas mais freqentes dos acidentes investigados eram o descuido, a falta de ateno, a distrao e outras mais, nenhuma porm, relacionada a condies inseguras. Sem dvida, o caminho mais fcil a seguir numa anlise de acidentes seria atribuir ao descuido do operrio a ocorrncia do acidente. Devemos lembrar que como o "descuido" no e uma causa direta de acidentes devemos procurar as causas reais, ou mais diretas, que podem resultar em um ato inseguro. Em geral iniciamos nossa investigao, pelas conseqncias da leso, tais como: cortes, queimaduras, escoriaes, fraturas sseas, choque, etc. Estes so os resultados de acidentes, no causas. A seguir, passamos para o tipo de acidente, tal como estudamos anteriormente.

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Ento procuramos quaisquer condies inseguras que possam ter sido inteira ou parcialmente responsveis pelo acidente. Estas poderiam ser: impropriedade dos anteparos das mquinas ou transmisses; equipamento defeituoso; arranjo fsico perigoso; iluminao deficiente; etc. Tambm procuramos quaisquer atos inseguros que possam ter procedido ao acidente, tais como: Falta de uso de equipamento de segurana; Uso do equipamento de modo incorreto; Execuo da tarefa sem autorizao; Trabalho a uma velocidade insegura; Uso de equipamento defeituoso; Carregamentos de risco; Postura inadequada; Conserto ou lubrificao de maquinaria em movimento; Brincadeiras; Dispositivos de segurana tornados inoperantes. Conclumos dizendo que o termo descuido no deve ser empregado com referncia causa de um ato inseguro ou de um acidente. Devemos procurar a causa real entre as atitudes falhas.

1.3.5 - Teoria de Heinrich Entre os vrios estudos desenvolvidos no campo da segurana do trabalho, ns encontramos a teoria de Heinrich. O que nos diz a teoria de Heinrich? Nos mostra que o acidente e consequentemente a leso so causados por alguma coisa anterior, alguma coisa onde se encontra o homem, e todo acidente causado, ele nunca acontece. E causado porque o homem no se encontra devidamente preparado e comete atos inseguros, ou ento existem condies inseguras que comprometem a segurana do trabalhador, portanto, os atos inseguros e as condies inseguras constituem o fator principal na causa dos acidente. Heinrich imaginou, partindo da personalidade, demonstrar a ocorrncia de acidentes e leses com o auxilio de cinco pedras de domins; a primeira representando a personalidade; a segunda as falhas humanas, no exerccio do trabalho; a terceira as causas de acidentes (atos e condies inseguras); a quarta, o acidente e a quinta, as leses Personalidade: ao iniciar o trabalho em uma empresa, o trabalhador traz consigo um conjunto de caractersticas positivas e negativas, de qualidades e defeitos, que constituem a sua personalidade. Esta se formou atravs dos anos, por influncia de fatores hereditrios e do meio social e familiar em que o indivduo se desenvolveu. Algumas dessas caractersticas (irresponsabilidade, irrascibilidade, temeridade, teimosia, etc.) podem se constituir em razes prximas para a prtica de atos inseguros ou para a criao de condies inseguras. Falhas humanas: devido aos traos negativos de sua personalidade, o homem seja qual for a sua posio hierrquica, pode cometer falhas no exerccio do trabalho, do que resultaro as causas de acidentes. Causas de acidentes: estas englobam, como j vimos, as condies inseguras e os atos inseguros. Acidente: sempre que existirem condies inseguras ou forem praticados atos inseguros, pode-se esperar as suas conseqncias, ou seja, a ocorrncia de um acidente.

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Leses: toda vez que ocorre um acidente, corre-se o risco de que o trabalhador venha a sofrer leses, embora nem sempre os acidentes provoquem leses.

Desde que no se consegue eliminar os traos negativos da personalidade, surgiro em conseqncia, falhas no comportamento do homem no trabalho, de que podem resultar atos inseguros e condies inseguras, as quais podero levar ao acidente e as leses, quando isso ocorrer, tombando a pedra "personalidade" ela ocasionar a queda, em sucesso de todas as demais.(Veja figura abaixo)

Considerando-se que impraticvel modificar radicalmente a personalidade de todos que trabalham, de tal sorte a evitar as falhas humanas no trabalho deve-se procurar eliminar as causas de acidentes, sem que haja preocupao em modificar a personalidade de quem quer que seja, para tanto, deve-se buscar a eliminao tanto das condies inseguras, apesar da avareza, do desprezo pela vida humana ou quaisquer outros traos negativos da personalidade de administradores ou supervisores como tambm, deve-se procurar que os operrios, apesar de teimosos, desobedientes, temerrios, irascveis, no pratiquem atos inseguros, o que se pode conseguir atravs da criao nos mesmos, da conscincia de segurana, de tal sorte que a prtica da segurana, em suas vidas, se transforme em um verdadeiro hbito.

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Eliminadas as causas de acidentes administradores, supervisores e trabalhadores continuaro, cada um com a sua personalidade, de que resultaro falhas no comportamento no trabalho, mas o acidente e as leses no tero lugar.

1.3.6 - Eliminao das causas de acidentes Tendo em vista que as causas de acidentes se devem a falhas humanas e falhas materiais a preveno de acidentes deve visar: A eliminao da prtica de atos inseguros A eliminao das condies inseguras. Os primeiros, podero ser eliminados inicialmente atravs de seleo profissional e exames mdicos adequados e posteriormente atravs da educao e treinamento e as segundas, atravs de medidas de engenharia que garantam a remoo das condies de insegurana no trabalho. Nesse particular, convm lembrarmos da "Regra EDE", relativa aos problemas de segurana do trabalho: E" (engenharia, medidas de ordem tcnicas); "D" (disciplina, medidas que visam que os mtodos de trabalho seguro sejam devidamente observados); "E" (educao, o ensino da segurana a todo o pessoal), deve convencer a administrao a corrigir as condies inseguras reveladas pela "engenharia", instalar e subvencionar um programa de segurana, treinar os trabalhadores, obter seu apoio para o programa e conquistar a cooperao de todos os supervisores. "A segurana do trabalho no somente um problema de pessoal, mas envolve uma engenharia, um conhecimento de legislao especfica, cujo sucesso funo direta da habilidade de vender o programa gerncia e aos trabalhadores".

1.3.7 - Comunicao do acidente Como ponto de partida para qual quer estudo de Preveno de Acidentes, necessrio se faz definir o que seria o acidente do trabalho. Legalmente, a definio dada pelo Decreto n0. 2.172, de 05 de maro de 1997, no "Regulamento dos Benefcios de Previdncia Social. Art. 131 - Acidente do trabalho o que ocorre pelo exerccio do trabalho a servio da empresa, ou ainda pelo exerccio do trabalho dos segurados especiais, provocando leso corporal ou perturbao funcional que cause a morte a perda ou reduo da capacidade permanente ou temporria. Pode-se notar, portanto, que a legislao especifica "exerccio do trabalho a servio da empresa", e, mais ainda, que esse acidente cause incapacidade para o trabalho ou a morte do empregado. H casos, porm, de acidentes que, embora no se enquadrem na definio de acidentes do trabalho, podem ser encarados como tal: "I - a doena profissional ou do trabalho, assim entendida a inerente ou peculiar a determinado ramo de atividade e constante do anexo v; II - o acidente que, ligado ao trabalho, embora no tenha sido a causa nica, haja contribudo diretamente para a morte ou a perda, ou a reduo da capacidade para o trabalho; III - a doena proveniente de contaminao acidental de pessoal da rea medica, no exerccio de sua atividade;

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IV - o acidente sofrido pelo empregado no local e horrio do trabalho, em conseqncia de: a) ato de sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiro, inclusive companheiro de trabalho; b) ofensa fsica intencional, inclusive de terceiro motivo de disputa relacionada com o trabalho; c) ato de imprudncia, de negligencia ou de impercia de terceiro, inclusive companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razo; e) desabamento, inundao ou incndio; f) outros casos fortuitos ou decorrentes de fora maior. V - o acidente sofrido pelo empregado ainda que fora do local e horrio de trabalho: a) na execuo de ordem ou na realizao de servio sob a autoridade da empresa; b) na prestao espontnea de qualquer servio empresa para lhe evitar prejuzo ou proporcionar proveito; c) em viagem a servio da empresa, seja qual for o meio de locomoo utilizado, inclusive veiculo de propriedade do empregado d) no percurso da residncia para o trabalho ou deste para aquela. e) no percurso para o local de refeio ou de volta dele, em intervalo do trabalho. Para a Segurana do Trabalho, o acidente do ponto de vista prevencionista ocorre sempre que um fato no programado modifica ou pe fim a realizao de um trabalho, o que ocasiona sempre perda de tempo. Outras conseqncias podem advir, tais como danos materiais (aos equipamentos, produtos fabricados, etc.) e leses (ao operador e/ou colegas prximos ao local). A esquematizao do sistema de comunicao de acidentes ser elaborada a partir das conseqncias do acidente, que podem ser classificadas em: sem leso; leso leve (acidente sem afastamento) ; leso incapacitante (acidente com afastamento). Essa classificao feita no sentido de facilitar o entendimento. A Associao Brasileira de Normas Tcnicas editou uma norma de cadastro de acidentes (NB-18) em 1958, a qual j passou por duas reformulaes, em 1967 e 1975, as quais no tm carter legal apenas normativo. Os conceitos aqui apresentados envolvem no s uma compilao dessa Norma mas tambm aspectos legais. Qualquer acidente, mesmo aquele sem leso j ocasiona perda de tempo para normalizao das atividades podendo ocasionar ainda, danos materiais. No existe a necessidade legal de comunicao aos rgos da Previdncia Social quando no ha leso que ocasione o afastamento do trabalhador, se este retornar ao trabalho no mesmo dia ou no dia seguinte, no horrio normal. O acidente sem afastamento seria aquele que o acidentado, embora tenha sofrido uma leso, pode retornar ao trabalho no mesmo dia ou no dia seguinte, em seu horrio regulamentar de entrada. Ocorrido o acidente e no acontecendo o retorno do acidentado ao trabalho no mesmo dia ou dia seguinte de trabalho, no horrio normal, passamos a considerar esse acidente como acidente com afastamento, cuja conseqncia uma incapacidade temporria total, ou uma incapacidade permanente parcial ou total, ou mesmo a morte do acidentado. Esquematizando, os acidentes com leso ou perturbao funcional compreendem: Acidente : Sem afastamento Com afastamento

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o acidente que provoca a: incapacidade temporria incapacidade parcial incapacidade total. Incapacidade temporria a perda total da capacidade de trabalho por um perodo limitado de tempo, nunca superior a um ano. aquela em que o acidentado, depois de algum tempo afastado do servio, devido ao acidente, volta ao mesmo servio executando suas funes normalmente, como fazia antes do acidente Incapacidade parcial a reduo parcial da capacidade de trabalho do acidentado, em carter permanente: Exemplos: Perda de um dos olhos. Perda de um dedo. Incapacidade total a perda da capacidade total para o trabalho em carter permanente. Exemplo: Perda de uma das mos e dos dois ps, mesmo que a prtese seja possvel. A comunicao de acidentes ser tanto mais complexa quanto mais grave for a sua conseqncia. Os acidentes que no ocasionam leso (como a simples queda de um fardo de algodo da respectiva pilha) tornam-se importantes pela possibilidade de que, no caso do exemplo citado, havendo repetio do fato, o fardo pode atingir algum operrio. Devero, portanto , ser estudadas as causas dessa queda para evitar fatos semelhantes, acionando-se o encarregado do setor, o chefe do departamento e o Servio Especializado de Segurana do Trabalho, quando houver, ou ento a CIPA. No caso de um acidente sem afastamento, com uma leso leve, portanto, alem dos elementos citados anteriormente tambm o enfermeiro ou mdico ser envolvido. Quando em virtude do acidente ocorre leso ou perturbao; funcional que cause incapacidade temporria total, incapacidade permanente parcial ou total, ou a morte do acidentado, as providencias a serem tomadas quanto sua comunicao no mbito da empresa so: a) da prpria vitima ou de colegas ao encarregado do setor (normalmente oral); b) do encarregado do setor ao chefe do departamento (normalmente oral ) c) do chefe de departamento direo da empresa e ao departamento de segurana (por escrito). A empresa dever comunicar ao INSS, em, no mximo, vinte e quatro horas, da ocorrncia do acidente, atravs do preenchimento da ficha de Comunicao de Acidente do Trabalho. (ver anexo 1) Essa ficha (conhecida como CAT) solicita uma serie de informaes, tais como: - Nome, profisso, sexo, idade, residncia, salrio de contribuio. - Natureza do acidente sofrido. - Condies. - Local, dia e hora do evento, nome e endereo de testemunhas. - Tempo decorrido entre o incio do trabalho e a hora do acidente. - Indicao do hospital a que eventualmente foi recolhido o acidentado. Se doena profissional, quais os empregadores acometidos anteriormente nos ltimos dois anos.

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Observaes: O INSS exige duas testemunhas (CAT) oculares ou circunstanciais, e quando ocorrer a morte do acidentado dever ser informada a autoridade policial. O sistema de comunicao de acidentes, portanto, difere de acordo com as conseqncias.

1.3.8 - Investigao de acidentes As peculiaridades inerentes a cada industria, tais como espao fsico, produto fabricado, processo, tipo de mquinas e equipamentos, caractersticas socioeconmicas da regio onde se localiza essa industria, etc., podem criar riscos de acidentes de difcil deteco. Em casos de acidentes do trabalho, somente uma investigao cuidadosa, isto , uma verificao dos dados relativos ao acidentado (comportamento, atividade exercida, tipo de ocupao data e hora do acidente), possibilita a descoberta de determinados riscos. Temos, ento, determinada outra atividade de preveno de acidentes, baseada no s em conhecimentos tericos, mas tambm na descoberta de novos riscos e solues, com base na capacidade de deduo e/ou induo. A partir da descrio do acidente, de informaes recolhidas junto ao chefe de seo ou encarregado, de um estudo do local do acidente, da vida pregressa do acidentado, poder o responsvel pela investigao determinar causas do acidente que originem uma nova atividade para o Servio de Segurana; podemos investigar. por exemplo, a possibilidade de problemas psicolgicos levaram o trabalhador a se acidentar. Surge, ento, a figura do assistente social, do psiclogo, entre outros, para, em conjunto com o Servio de Segurana, desenvolver um novo programa de preveno de acidentes. A seguir, damos exemplo de uma ficha de investigao de acidentes. FICHA DE INVESTIGAO DE ACIDENTES SETOR:____________________________________________________ NOME DO ACIDENTADO: __________________________________________________________ IDADE:__________ TEMPO DE EMPRESA: _______________________ OCUPAO: ______________ TEMPO NA FUNO: ________________ SERVIO EXECUTADO POR OCASIO DO ACIDENTE______________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ O EMPREGADO FOI ORIENTADO ATRAVS DA ANLISE DE RISCO DO TRABALHO - SIM ( ) NO ( ) O EMPREGADO J ACIDENTOU-SE ANTERIORMENTE: __________________________________________________________ DADOS DO ACIDENTE LOCAL DA OCORRNCIA: __________________________________________________________ TESTEMUNHAS: NOME __________________________________________________________ NOME __________________________________________________________ DESCRIO DO ACIDENTE: __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________

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__________________________________________________________ __________________________________________________________ INFORMAES DO RESPONSVEL PELO ACIDENTADO: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ _______________________________ ____________________________ DATA ____/____/____ ASSINATURA DO RESPONSVEL MEDIDAS RECOMENDADAS:____________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ __________________________________________________

DATA: ____/____/____

ASSINATURA DO RESP. PELA SEGURANA

1.3.9 - Estatsticas de acidentes As estatsticas de acidentes no so compiladas unicamente com fins de investigao e estudo da preveno dos acidentes. Embora seja esta a razo principal, tambm importante que todos os interessados conheam devidamente qual a situao existente no tocante aos acidentes, para alertlos e estimular seu interesse, ajudando-os a adquirir a conscincia da segurana. Para esses elementos pode ser conveniente apresentar os dados estatsticos no somente em cifras, mas tambm em forma grfica, que indiscutivelmente chama-se melhora ateno que os nmeros. Num pas como o nosso, em que grande parte da populao desprovida de preparo adequado, a publicao de figuras que exponham informaes sobre os acidentes e seus efeitos resulta em arma de grande eficcia para convencer os trabalhadores sobre a importncia de sua segurana. As figuras que se seguem contm exemplos de representao grfica de estatstica de acidentes. A CIPA, de acordo com a NR-5 da Portaria no 3214/78, e obrigada a preencher uma ficha com dados sobre o acidente (ver anexo II). Essa ficha dever ser aberta quando da ocorrncia de acidente com afastamento e ser discutida em todas as reunies at que as medidas propostas para evitar repetio do acidente tenham sido adotadas. Ao tomar conhecimento da ocorreria o Departamento de Segurana dever providenciar a investigao do acidente. Um elemento do Departamento dirigir-se- ao local onde far uma inspeo detalhada e colher depoimentos dos operrios da seo e, posteriormente, do encarregado. Quando houver vtima, esta dever tambm descrever o ocorrido. A descrio do acidente e a identificao de suas causas sero apresentadas pelo encarregado da investigao ao Departamento de Segurana, que verificar a convenincia de alguma medida j adotada em carter provisrio e procurara encontrar as solues mais cabveis.

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Qualquer programa de Segurana deve incluir mtodos de controle e avaliao dos resultados. A reunio das informaes e dados relativos as ocorrncias, a partir dos diversos formulrios, tais como a Ficha de Comunicao de Acidentes (CAT) Ficha de Investigao de Acidentes e Ficha de Inspeo de Segurana, possibilita a fixao das metas e objetivos. Para um resumo dos acidentes em tabelas e grficos que possibilitem controle e avaliao mais rpidos e precisos, podem ser estimados resumos peridicos, por exemplo, mensais e anuais. Em termos gerais, considera-se o ano estatstico de 1o de janeiro a 31 de dezembro e o ms estatstico do 1o ultimo dia desse ms. Vrios coeficientes e taxas podem ser utilizados. Os ndices citados a seguir so os mais comuns, e embora alguns autores critiquem uns em defesa de outros, acreditam que todos so vlidos em termos estatsticos. Aspectos Legais A Portaria n. 32, do Departamento Nacional de Segurana e Higiene do Trabalho, de 29 de novembro de 1968, no seu artigo 8, letra 1 diz que a C.I.P.A. deve analisar as estatsticas que devero constar de atas das reunies. O artigo 16 da referida Portaria diz que das estatsticas devero constar os seguintes dados: 1. Nmero de empregados. 2. Nmero de acidentes, com perda de tempo ocorrido no ms. 3. Nmero de dias perdidos com os acidentes. 4. Nmero de homens-horas trabalhado. 5. Coeficiente de Freqncia 6. Coeficiente de Gravidade. Pargrafo nico: Os dias debitados sero calculados de acordo com a tabela anexa Portaria. O art.17 menciona que as estatsticas que acompanharem a documentao a ser enviada mensalmente s Delegacias Regionais do Trabalho obedecero ao Modelo B. Visto isso, devemos enumerar com exatido, as leses que se incluiro na determinao do grau de segurana de qualquer indstria. Incluiremos o acidente sem afastamento ou aquele com afastamento? A prtica corrente a de incluir, apenas os acidentes com leses e entre estes, somente os chamados acidentes com afastamento. Vrios coeficientes e taxas podem ser utilizados. Os ndices citados a seguir so os mais comuns, e embora alguns autores critiquem uns em defesa de outros, acreditam que todos so vlidos em termos estatsticos. Basicamente, so utilizados dois coeficientes: de freqncia, que nos d idia do nmero de acidentes, e o de gravidade, que nos d idia da extenso das leses sofridas pelos trabalhadores. Para possibilitar comparaes entre diversos perodos de tempo ou entre diversas empresas, os dados obtidos sobre os acidentes do trabalho so considerados em relao como tempo de exposio ao risco dos empregados da empresa ou a soma das horas efetivamente trabalhadas. Assim, temos: Coeficiente de Freqncia (C. F.)

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Suponhamos duas fbricas; uma que chamaremos de A e outra de B. No ano passado, 10 trabalhadores se acidentaram na fbrica A e 20 na B. Qual das duas fbricas teve uma proporo mais alta de acidentados? A fbrica B? Mas suponhamos, que na fbrica A trabalhem 100 pessoas e na B um nmero duas vezes maior. Cada fbrica, portanto, teve o mesmo nmero de acidentados para cada 100 trabalhadores. Mas, suponhamos agora que a fbrica A trabalhe 40 horas por semana e a fbrica B 44 horas. Isso, nos faz concluir, que em termos de preveno de acidentes, a B melhor do que a A, j que cada operrio trabalhando mais horas, a exposio ao risco maior. Assim, com o objetivo de podermos fazer urna verdadeira comparao das leses ocorridas na fbrica A e na fbrica B durante um mesmo perodo (ano passado) devemos levar em considerao o total de homens-horas trabalhadas (H.H.T.) em cada fbrica, no mesmo perodo. Isto se logra por meio do chamado coeficiente de freqncia. O coeficiente de freqncia (C. F.) expressa o nmero de acidentes com perda de tempo (a.c.p.t.) ocorridos em um milho de horas-homem trabalhadas. Este o nmero padro adotado para possibilitar a comparao entre coeficientes de empresas que possuem diferentes nmeros de empregados. A expresso do coeficiente de freqncia : C. F. = _x_ x 106 Y onde x: nmero de a.c.p.t. y: nmero de H.H.T. Se na fbrica A, citada no caso acima, ocorreram 10 acidentes com perda de tempo, no ano passado e, se foram trabalhadas 200.000 horas-homem durante o ano, obtemos, aplicando a f6rmula: C.F. = _ 10__ x 106 = 50,00 2 x105 Isto significa, que durante o ano os trabalhadores da fbrica A sofreram leses que provocaram uma perda de tempo razo de 50, por cada milho de horas que trabalharam. O coeficiente de freqncia indica apenas a quantidade de acidentes, mas no indica a gravidade das leses. Assim por exemplo, numa empresa pode ter havido 50 acidentes com leses de pequena importncia, enquanto que numa outra empresa poderia ter havido apenas 5 acidentes com perda de falanges e perda de viso de um olho. Portanto, como o nmero de acidentes no expressa realmente a gravidade dos acidentes, torna-se necessrio levantar o coeficiente de gravidade. Coeficiente de Gravidade (C.G.) O coeficiente de gravidade representa a perda de tempo resultante dos acidentes em nmero de dias, ocorridos em um milho de horas-homens trabalhadas. A gravidade das leses , dessa forma, medida pelos dias de trabalho perdidos pelos trabalhadores, em decorrncia de acidentes. Aos dias efetivamente perdidos pelo acidentado que sofreu leso, incapacitado permanentemente, somam-se os dias debitados correspondentes leso. A expresso do coeficiente de gravidade : C.G. = (a + b) x106 y onde: a = nmero de dias perdidos b = nmero de dias debitados y = nmero de H.H.T.

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Se no caso da fbrica A, as 10 leses provocaram um total de 200 dias perdidos, obteremos empregando a expresso de coeficiente de gravidade: C.G. = 200 x 106 = 1.000 2 x105 Isto , o tempo perdido devido aos acidentes ocorridos na fbrica A, no ano passado, foi de 1.000 dias para cada 1.000.000 horas trabalhadas. Supondo-se que cada trabalhador, trabalhou 2.000 horas por ano, a mdia de tempo perdido foi de 2 dias por homem, por ano. No devemos nos esquecer, que nesse exemplo, no levamos em considerao as incapacidade permanentes. bvio, que quando figura uma incapacidade permanente, como por exemplo perda de um dedo, perda de um olho, a perda real de tempo enquanto a leso cicatriza, no constitui urna medida exata da gravidade. Para sanar esse problema, adota-se a chamada "tabela de dias debitados" que um dos anexos da Portaria DNSHT - 32, de 29 de novembro de 1968. Tabelas de Dias Debitados A tabela de dias debitados permite a comparao de reduo de capacidade devido ao acidente. Representa uma perda econmica, tendo a vida mdia do trabalhador, sido estimada em 20 anos ou 6.000 dias. E usada internacionalmente e foi organizada pela "Internacional Association of Industrial Accident Bord and Comissions". Se no nosso exemplo incluirmos uma leso da qual resultou a perda de 2 dedos da mo, a carga correspondente de 750 dias, os quais acrescidos perda de tempo proveniente das 9 leses restantes, que eqivalem a 180 dias, nos d um total de 930 dias, e o coeficiente de gravidade ser: C.G. = (180 + 750) x 106 = 4.650 2 x 105 Coeficiente de gravidade Expressa a perda de tempo (dias perdidos + dias debitados) por um milho de homens-horas trabalhadas. FORMULA C = (dias perdidos + dias debitados) x 1.000.000 nmero de homens-horas trabalhadas Tabela de Dias Debitados A tabela de dias debitados uma tabela utilizada com o fim exclusivo de permitir a comparao da reduo da capacidade resultante dos acidentes entre Departamento de uma mesma Empresa, entre diversas Empresas e entre Empresas de pases que adotem a mesma tabela. A perda de tempo constante da tabela representa uma perda econmica tendo por base a vida mdia ativa do trabalhador, estimada em 20 anos ou 6.000 dias. A tabela, que constitui o Anexo 1 da Portaria 32/68, usada internacionalmente e foi organizada pela "International Association of Industrial Accident Bord and Commission". TABELA DE DIAS DEBITADOS AVALIAO PERCENTUAL DIAS DEBITADOS

NATUREZA

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Morte Incapacidade total e permanente Perda da viso de ambos os olhos Perda da viso de um olho Perda do brao acima do cotovelo Perda do brao abaixo do cotovelo Perda da mo Perda do 1 quirodtilo (Polegar) Perda de qualquer outro quirodtilo (dedo) Perda de dois outros quirodtilos (dedos) Perda de tres outros quirodtilos (dedos)

100 100 100 30 75 60 50 10 5 12 1/2 20

6.000 6.000 6.000 1.800 4.500 3.600 3.000 600 300 750 1.200 1.800 1.200 1.500 2.000 2.400 4.500 3.000 2.400 300 600 0 600 3.000

Perda de quatro outros quirodtilos (dedos) 30 Perda do 1 quirodtilo (polegar) e qualquer 20 outro quirodtilo (dedo) Perda do 1 quirodtilo (polegar) e dois outros quirodtilos (dedos) Perda do 1 quirodtilo (polegar) e trs outros quirodtilos (dedos) Perda do 1 quirodtilo (polegar) e quatro outros quirodtilos (dedos) Perda da perna acima do joelho Perda da perna, no joelho ou abaixo dele Perda do p 25 33 1/2 40 75 50 40

Perda do 1 pododtilo (dedo grande do p) 6 ou de dois ou mais podtilos (dedos do p) Perda do 1 pododtilo (dedo grande) de ambos os ps. Perda de qualquer outro podtilo (dedo do p) Perda da audio de um ouvido Perda da audio de ambos os ouvidos 10 0 10 50

Variveis dos coeficientes segundo a A.B.N.T. No Brasil, a norma NB-18, R, de 1951, da A.B.N.T. Associao Brasileira de Normas Tcnicas, define as variveis dos coeficientes que intervm nos clculos. Assim temos: Acidente sem perda de tempo (a. s. p. t.) o acidente em que o acidentado, segundo opinio do mdico, pode exercer sua funo normal no mesmo dia do acidente, ou no dia imediato ao dia do acidente, no horrio regulamentar. Nota: O a.s.p.t. no entra nos clculos do C.F. e dos C.G. Incapacidade Temporria

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a perda total da capacidade para o trabalho para um perodo limitado de tempo, nunca superior um ano. Portanto, aquela em que o acidentado depois de algum tempo afastado do servio devido ao acidente, volta ao mesmo executando suas funes normalmente como as fazia antes do acidente. Incapacidade Permanente a incapacidade temporria que ultrapassa um ano. Pode ser parcial ou total. Assim: Incapacidade Parcial Permanente. Perda de qualquer membro ou parte dele, perturbao permanente de qualquer membro ou parte do mesmo. Exemplo: perda de um dos olhos. Perda de um dedo. Incapacidade Total e Permanente Perda anatmica ou impossibilidade funcional, em suas partes essenciais, de mais de um membro, conceituando-se como partes essenciais a mo e o p. Perda da viso de um olho e reduo simultnea de mais da metade da viso do outro. Leses orgnicas ou perturbaes funcionais graves e permanentes de qualquer rgo vital, ou quaisquer estados patolgicos reputados incurveis, que determinem idntica incapacidade para o trabalho. Nota: As incapacidades definidas e classificadas no item 6.3 referem-se incapacidade profissional para o trabalho em que estava classificado. Empregado toda pessoa fsica que presta servio de natureza no eventual ao empregador sob a dependncia deste e mediante remunerao. Nmero Mdio de Empregados Nmero mdio de empregados num intervalo de tempo a relao entre a soma das duraes do trabalho dos diversos empregados nestes intervalos, e a durao normal do trabalho no intervalo. Assim: Nmero mdio de empregados dias, por ano, a relao entre a soma dos dias de trabalho no ano e durao normal do trabalho num ano, que de 300 dias. Dias Computados Dias computados para cada acidentado: o nmero de dias atribudos a cada acidentado, num s acidente, conforme: Acidente com incapacidade permanente parcial: os dias computados correspondem soma dos dias debitados por Reduo de Capacidade, at o mximo de 4.500 dias. Acidente com incapacidade permanente total: os dias computados correspondem a 6.000 dias (dias debitados). Acidente com morte: os dias computados correspondem a 6.000 dias (dias debitados). Dias computados por acidentes: o nmero que exprime a soma dos dias computados de cada acidentado no mesmo acidente. Dias computados no ms: o total de dias perdidos, dias debitados e dias transportados durante o ms considerado. Dias computados acumulados: a soma dos dias computados a contar. desde 1 de janeiro. Assim, os dias computados acumulados em fevereiro correspondem soma dos dias computados em janeiro com

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os de. fevereiro; quando em marco, correspondem soma dos dias computados em janeiro, fevereiro e marco. Estatstica Mensal Corno o nome indica, a estatstica elaborada durante um ms, com a finalidade de obter dados comparativos que permitem confronto com as estatsticas de outros locais de atividades semelhantes. Data de Encerramento da Estatstica O ms estatstico se encerra no ltimo dia de cada ms. O ano estatstico se encerra no dia 31 de dezembro. Nmero mdio de empregados dias por ms a relao entre a soma dos dias de trabalho num ms e a durao normal do trabalho num dia que de 8 horas. Esse nmero mdio referir-se- totalidade dos empregados de uma empresa devendo-se, em caso contrrio, mencionar a seo da empresa. Homens-horas Trabalhadas o nmero que exprime a soma de todas as horas efetivamente trabalhadas por todos os empregados do estabelecimento inclusive do escritrio, de administrao, de vendas ou de outras funes; so horas em que os empregados esto sujeitos a se acidentarem em trabalho. Notas: No nmero de horas/homens trabalhadas devem ser includas as horas extras e excludas as horas remuneradas no trabalhadas tais como as decorrentes de faltas abonadas, licenas, frias, enfermidades e descanso remunerado. Nmero de horas/homens trabalhadas referir-se- totalidade dos empregados da empresa, devendose em caso diferente, mencionar a seo ou o departamento a que se referir. Para o empregado cujas horas efetivamente trabalhadas sejam de difcil determinao, sero consideradas 8 horas por dia de trabalho. Dias Perdidos: o total de dias em que o acidentado fica incapacitado para o trabalho em conseqncia de acidente com incapacidade temporria. - os dias perdidos so dias corridos contados do dia imediato ao dia do acidente at o dia da alta mdica, inclusive. - portanto, na contagem dos dias perdidos se incluem os domingos, os feriados ou qualquer outro dia em que no haja trabalho na empresa. - conta-se tambm qualquer outro dia completo de incapacidade, ocorrido depois do retorno ao trabalho e que seja em conseqncia do mesmo acidente. - contar-se-o os dias de afastamento do acidentado, cujo acidente fora inicialmente considerado sem afastamento e que, por justa razo, passar a ser includo entre os acidentes com afastamento. - no caso do item anterior, a contagem dos dias perdidos ser iniciada no dia da comunicao do agravamento da leso. Dias Perdidos Transportados So os dias perdidos durante o ms por acidentado do ms anterior (ou de meses anteriores). Dias Debitados por Reduo de Capacidade ou Morte:

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o nmero de dias que convencionalmente se atribui aos casos de acidentes de que resulte morte, incapacidade permanente total ou incapacidade permanente parcial, representando a perda total ou a reduo da capacidade para o trabalho, conforme a tabela anexa Portaria 32. Tabela Cumulativa HORAS HOMEM TRABALHAD AS 850.000 1.740.000 910.000 2.650.000 965.000 3.615.000 ACIDENTE COM PERDA DE TEMPO 20 25 45 18 63 15 78 DIAS PERDIDOS DO MES ATUAL 310 350 740 240 1.030 405 1.455 DIAS DIAS PERDIDOS DEBITAD DO MES OS ANTERIOR -80 -50 -20 --900 900 -900 3.000 3.900 COEFICIENT COEFICIN E DE TE DE FREQUNCI GRAVIDADE A 22,47 29,41 25,88 19,78 23,77 15,54 21,57 348 1.470 942 318 728 3.549 1.481

MES

JAN. 890.000 FEV AC. MAR AC. ABR. AC.

1.3.10 - Normas Regulamentadoras - Portaria 3.214/78 do MTE As Normas Regulamentadoras - NR, relativas segurana e medicina do trabalho, so de observncia obrigatria pelas empresas privadas e pblicas e pelos rgos pblicos da administrao direta e indireta, bem como pelos rgos dos Poderes Legislativo e Judicirio, que possuam empregados regidos pela Consolidao das Leis do Trabalho - CLT. A observncia das Normas Regulamentadoras - NR no desobriga as empresas do cumprimento de outras disposies que, com relao matria, sejam includas em cdigos de obras ou regulamentos sanitrios dos estados ou municpios, e outras, oriundas de convenes e acordos coletivos de trabalho. A Secretaria de Segurana e Sade no Trabalho - SSST o rgo de mbito nacional competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as atividades relacionadas com a segurana e medicina do trabalho, inclusive a Campanha Nacional de Preveno de Acidentes do Trabalho CANPAT, o Programa de Alimentao do Trabalhador - PAT e ainda a fiscalizao do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurana e medicina do trabalho em todo o territrio nacional. A Delegacia Regional do Trabalho - DRT, nos limites de sua jurisdio, o rgo regional competente para executar as atividades relacionadas com a segurana e medicina do trabalho, inclusive a Campanha Nacional de Preveno dos Acidentes do Trabalho - CANPAT, o Programa de Alimentao do Trabalhador - PAT e ainda a fiscalizao do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurana e medicina do trabalho. NR NR NR NR 1 Disposies Gerais 2 Inspeo Prvia 3 Embargo ou Interdio 4 Servios Especializados em Engenharia de Segurana e em Medicina do

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NR NR NR NR NR NR NR NR NR NR NR NR NR NR NR NR NR NR NR NR NR NR NR NR NR NR NR

Trabalho 5 Comisso Interna de Preveno de Acidentes 6 Equipamentos de Proteo Individual 7 Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional 8 Edificaes 9 Programa de Preveno de Riscos Ambientais 10 Instalaes e Servios em Eletricidade 11 Transporte, Movimentao, Armazenagem e Manuseio de Materiais 12 Mquinas e Equipamentos 13 Caldeiras e Vasos de Presso 14 Fornos 15 Atividades e Operaes Insalubres 16 Atividades e Operaes Perigosas 17 Ergonomia 18 Condies e Meio Ambiente de Trabalho na Industria da Construo 19 Explosivos 20 Lquidos Combustveis e Inflamveis 21 Trabalho a Cu Aberto 22 Segurana e Sade Ocupacional na Minerao 23 Proteo Contra Incndios 24 Condies Sanitrias e de Conforto nos Locais de Trabalho 25 Resduos Industriais 26 Sinalizao de Segurana 27 Registro Profissional do Tcnico de Segurana do Trabalho no MTE 28 Fiscalizao e Penalidades 29 Segurana e Sade no Trabalho Porturio 30 Segurana e Sade no Trabalho Aquavirio 31 Norma Regulamentadora de Segurana e Sade no Trabalho na Agricultura,

Pecuria, Silvicultura, Explorao Florestal e Aqicultura

2 - EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL


2.1 - INTRODUO Podem existir nos locais de trabalho, condies que podero ocasionar danos sade ou integridade fsica do empregado. Estes riscos devem ser neutralizados ou eliminados por meio da utilizao dos equipamentos de proteo, que oferecem: Proteo Coletiva: beneficiam a todos os empregados indistintamente. Proteo Individual: protegem apenas a pessoa que utiliza o equipamento. Nota: A empresa obrigada fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservao e funcionamento, nas seguintes circunstncias:

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a) Sempre que as medidas de proteo coletiva forem tecnicamente inviveis ou no oferecerem completa proteo contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenas profissionais e do trabalho; b) Enquanto as medidas de proteo coletiva estiverem sendo implantadas; c) Para atender situao de emergncia. Equipamento de Proteo Coletiva - EPC So os que, quando adotados, neutralizam o risco na prpria fonte. As protees em furadeiras, serras, prensas; os sistemas de isolamento de operaes ruidosas; os exaustores de gases e vapores; as barreiras de proteo; aterramentos eltricos; os dispositivos de proteo em escadas, corredores, guindastes e esteiras transportadoras so exemplos de proteo coletivas. Equipamento de Proteo Individual - EPI O equipamento de proteo individual (EPI) todo dispositivo de uso individual, de fabricao nacional ou estrangeira, destinado a proteger a sade e a integridade fsica do trabalhador. Seleo do EPI A seleo deve ser feita por pessoal competente, conhecedor no s dos equipamentos como, tambm, das condies em que o trabalho executado. preciso conhecer as caractersticas, qualidade tcnicas e, principalmente, o grau de proteo que o equipamento dever proporcionar. Caractersticas e Classificao dos EPI Pode-se classificar os EPI, agrupando-os segundo a parte do corpo que devem proteger: Proteo da Cabea Capacete: Protege de impacto de objeto que cai ou projetado e de impacto contra objeto imvel e somente estar completo e em condies adequadas de uso se composto de: *Casco: o capacete propriamente dito; *Carneira: armao plstica, semi-elstica, que separa o casco do couro cabeludo e tem a finalidade de absorver a energia do impacto; *Jugular: presta-se fixao do capacete cabea. O capacete de celeron se presta, tambm, proteo contra radiao trmica.

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Proteo dos Olhos culos de segurana: Protegem os olhos de impacto de materiais projetados e de impacto contra objetos imveis. Os culos de segurana so, comprovadamente, muito eficazes quanto proteo contra impactos. Para a proteo contra aerodispersides (poeira), existem os culos ampla viso, que envolvem totalmente a regio ocular. Onde se somam os riscos de impacto e intensa presena de aerodispersides (poeira), a afetiva proteo dos olhos se obtm com o uso dos dois EPI - culos de segurana (culos basculavel) culos ampla viso, ao mesmo tempo.

Proteo Facial Protetor facial: Protege todo o rosto de impacto de materiais projetados e de calor radiante, podendo ser acoplado ao capacete. articulado e tem perfil cncavo e tamanho e altura que permitem cobrir todo o rosto, sem toc-lo, sendo construdo em acrlico, alumnio ou tela de ao inox.

Proteo das Laterais e Parte Posterior da Cabea Capuz: Protege as laterais e a parte posterior da cabea (nuca) de projeo de fagulhas, poeiras e similares. Para uso em ambientes de alta temperatura, o capuz equipado com filtros de luz, permitindo proteo tambm contra queimaduras. Proteo Respiratria Mscaras: Protegem as vias respiratrias contra gases txicos, asfixiantes e contra aerodispersides (poeira). Elas protegem no somente de envenenamento e asfixias, mas, tambm, da inalao de substncias que provocam doenas ocupacionais (silicose, siderose, etc.). H vrios tipos de mscaras para aplicaes especficas, com ou sem alimentao de ar respirvel.

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Proteo de Membros Superiores Protetores de punho, mangas e mangotes: Protegem o brao, inclusive o punho, contra impactos cortantes e perfurantes, queimaduras, choque eltrico, abraso e radiaes ionizantes e no ionizantes. Luvas: Protegem os dedos e as mos de ferimentos cortantes e perfurantes, de calor, choques eltricos, abraso e radiaes ionizantes. Proteo Auditiva Protetor auricular: Diminui a intensidade da presso sonora exercida pelo rudo contra o aparelho auditivo. Existem em dois tipos bsicos: *Tipo Plug (de borracha macia, espuma, de poliuretano ou PVC), que introduzido no canal auditivo. *Tipo Concha, que cobre todo o aparelho auditivo e protege tambm o sistema auxiliar de audio (sseo). O protetor auricular no anula o som, mas reduz o rudo (que o som indesejvel) a nveis compatveis com a sade auditiva. Isso significa que, mesmo usando o protetor auricular, ouve-se o som mais o rudo, sem que este afete o usurio.

Proteo do Tronco Palet: Protege troncos e braos de queimaduras, perfuraes, projees de materiais particulados e de abraso, calor radiante e de frio. Avental: Protege o tronco frontalmente e parte dos membros inferiores - alguns modelos (tipo barbeiro) protegem tambm os membros superiores - contra queimaduras, calor, radiante, perfuraes, projeo de materiais particulados, ambos permitindo uma boa mobilidade ao usurio.

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Proteo da Pele Luva qumica: Creme que protege a pele, membros superiores, contra a ao dos solventes, lubrificantes e outros produtos agressivos. Proteo dos Membros Inferiores Calado de segurana: Protege os ps contra impactos de objetos que caem ou so projetados, impactos contra objetos imveis e contra perfuraes. Por norma, somente de segurana o calado que possui biqueira de ao para proteo dos dedos. Perneiras: Protegem a perna contra projees de aparas, fagulhas, limalhas, etc., principalmente de materiais quentes.

Proteo Global Contra Quedas Cinto de segurana: Cintures antiquedas que protegem o homem nas atividades exercidas em locais com altura igual ou superior a 2 (dois) metros, composto de cinturo, propriamente dito, e de talabarte, extenso de corda (polietileno, nylon, ao, etc.) com que se fixa o cinturo estrutura firme.

Guarda e Conservao do EPI

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Quando na troca de usurio De um modo geral, os EPI devem ser limpos e desinfetados, cada vez em que h troca de usurio. Guarda do EPI O empregado deve conservar o seu equipamento de proteo individual e estar conscientizado de que, com a conservao, ele estar se protegendo quando voltar a utilizar o equipamento. Conservao do EPI O EPI deve ser mantido sempre em bom estado de uso. Sempre que possvel verificao e a limpeza destes equipamentos devem ser confiados a uma pessoa habilitada para esse fim. Neste caso, o prprio empregado pode se ocupar desta tarefa, desde que receba orientao para isso. Muitos acidentes e doenas do trabalho ocorrem devido no observncia do uso de EPI. A eficcia de um EPI depende do uso correto e constante no trabalho onde exista o risco. Exigncia Legal para Empresa e Empregado O uso de equipamento de proteo individual, alm da indicao tcnica para operaes locais e empregados determinados, exigncia constante de textos legais. A Seo IV, do Captulo V da CLT cuida do Equipamento de Proteo Individual em dois artigos, a saber: Art. 166 - A empresa obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteo individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservao e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral no ofeream completa proteo contra os riscos de acidentes e danos sade dos. empregados." Art. 167 - O equipamento de proteo s poder ser posto venda ou utilizado com a indicao do Certificado de Aprovao do Ministrio do Trabalho - CA. Por outro lado, a regulamentao de segurana e medicina do trabalho em sua Norma Regulamentadora 1 - item 1.8, cuida minuciosamente do Equipamento de Proteo Individual, mencionando, entre outras coisas, as obrigaes do empregado, que incluem o dever de utilizar a proteo fornecida pela empresa.

3 - RISCOS AMBIENTAIS

Os ambientes de trabalho podem conter, dependendo da atividade que neles desenvolvida, um ou mais fatores ou agentes que, dentro de certas condies, iro causar danos sade do pessoal. Chamam-se, esses fatores, riscos ambientais. Os riscos ambientais exigem a observao de certos cuidados e a tomada de medidas corretivas nos ambientes, se pretende evitar o aparecimento das chamadas doenas do trabalho. A Portaria 3214 de Segurana e Medicina do trabalho do Ministrio do Trabalho na sua Norma Regulamentadora de n 09, contempla o Programa de Proteo aos Riscos Ambientais - PPRA - que tem como objetivo de antecipao, identificao, avaliao e controle de todos os fatores do ambiente de trabalho que podem causar doenas ou danos sade dos empregados.

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Segue-se uma srie de informaes bsicas relativas aos Riscos Ambientais, com enumerao dos principais fatores, das condies possveis de risco para a sade e das medidas gerais para o controle desses fatores nos ambientes de trabalho.

3.1 - CLASSIFICAO DOS RISCOS Os riscos ambientais esto divididos em trs grupos: riscos qumicos, riscos fsicos e riscos biolgicos. 3.1.1 - Riscos Qumicos So representados por um grande nmero de substncias que podem contaminar o ambiente de trabalho. 3.1.2 - Riscos Fsicos So representados por fatores do ambiente de trabalho que podem causar danos sade, sendo os principais: o calor, o rudo ou barulho, as radiaes, o trabalho com presses anormais, a vibrao e a m iluminao. 3.1.3 - Riscos Biolgicos So representados por uma variedade de microrganismos com os quais o empregado pode entrar em contato, segundo o seu tipo de atividade, e que podem causar doenas. 3.1.4 - Riscos Ergonmicos Esforo fsico, levantamento e transporte manual de peso, exigncia de postura inadequada, controle rgido de produtividade, imposio de ritmos excessivos, trabalho em turno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e repetividade.

3.2 - RISCOS DE ACIDENTES Arranjo fsico inadequado, mquinas e equipamentos sem proteo, ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminao inadequada, eletricidade, probabilidade de incndio ou exploso, armazenamento inadequado, animais peonhentos e outras situaes de riscos. Fatores que colaboram para que os Produtos ou Agentes causem danos Sade. Nem todo produto ou agente, presente no ambiente, ir causar obrigatoriamente um dano sade. Para que isso ocorra, preciso que haja uma inter-relao entre os fatores que sero expostos a seguir: O tempo de exposio Quanto maior o tempo de exposio, de contato, maior so as possibilidades de se desenvolver um dano sade e vice-versa. A concentrao do contaminante no ambiente Quanto maiores as concentraes, maiores as chances de aparecerem problemas. O quanto a substncia txica

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Algumas substncias so mais txicas que outras se comparadas em relao a uma mesma concentrao. A forma em que o contaminante se encontra Isto , se em forma de gs, lquido ou neblina, ou poeira. Isto tem relao com a forma de entrada do txico no organismo, como ser visto adiante. A possibilidade de as pessoas absorverem as substncias Algumas substncias s so capazes de entrar no organismo por inalao ou, ento, pela pele. Deve-se acentuar que importante conhecer cada caso em separado. Havendo dvida quanto existncia ou no de perigo, o interessado deve procurar um membro da CIPA ou do Servio Especializado ou, ainda, o seu gerente. Vias de Entrada dos Materiais Txicos no Organismo Trs so as formas pelas quais os materiais txicos podem penetrar no organismo humano: Por inalao Quando se est num ambiente contaminado, pode-se absorver uma substncia nociva por inalao, isto , pela respirao.

Por contato com a pele, ou via cutnea A pele pode absorver certas substncias se houver contato, mesmo que por poucos instantes. Dessa forma, o txico pode atingir o sangue e causar dano sade.

Por ingesto

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Ou seja, ao se engolir, acidentalmente, o txico Isso acontece muito quando so comidos ou bebidos alimentos que esto contaminados com quantidades no visveis de substncias nocivas. por essa razo que nunca se deve fazer as refeies no prprio posto de trabalho. E, tambm, no se deve ir para o refeitrio ou para casa sem antes efetuar um perfeito asseio pessoal: lavar as mos e rosto com sabo e bastante gua.

Riscos Qumicos As substncias qumicas podem estar na forma de gases, vapores, lquidos, fumos, poeiras e nvoas ou neblinas. Por exemplo: Vapores Emanados de solventes como o benzol, o toluol, "thinners" em geral, desengraxantes como o tetracloreto de carbono, o tricloroetileno. Gases Monxido de carbono, gases dos processos industriais como o gs sulfdrico. Lquidos Que podem ser corrosivos, como os cidos e a soda custica, ou irritantes, causando doenas da pele. Muitos lquidos tambm podem ser absorvidos pela pele, causando prejuzo sade.

Nvoas ou neblinas Nos banhos de galvanoplastia, fosfatizao e outros processos, onde se formam nvoas ou neblinas de cidos. Fumos Nos banhos de metais fundidos como o chumbo. Os fumos so pequenas partculas de metal ou de seus compostos, provenientes do banho que ficam suspensos no ar. Poeiras ou ps P de serragem, poeira de rebarbao de peas fundidas no jateamento de areia ou granalha de ao. Principais Efeitos no Organismo Dentre os efeitos dos riscos qumicos no organismo, destacam-se, como principais, os seguintes: Irritao Irritao dos olhos, nariz, garganta, pulmes, da pele. Geralmente, as substncias que causam irritao se encontram na forma de gs ou vapor, mas podem, tambm, estar no estado lquido ou slido. Exemplos: vapores de cidos, a amnia (amonaco), certas poeiras. A irritao da pele causada pelo

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contato direto com lquidos ou poeiras, sendo exemplos os solventes "thinners", e a poeira de cavina. Asfixia Seja, a falta de oxignio no organismo. Exemplos: monxido de carbono (CO), gs carbnico (CO2), acetileno. Anestesia Isto , uma ao sobre o sistema nervoso central, causando estado de sonolncia ou tonturas. Geralmente, as substncias anestsicas esto no estado de gs ou vapor. Exemplos: vapores de ter etlico, acetona. Intoxicao Pode ser causada tanto por inalao como por contato com a pele ou ingesto acidental do txico, que pode estar na forma slida, lquida ou gasosa. Exemplos: benzol, toluol, tricloroetileno, metanol, gasolina, inseticidas, fumos de chumbo, p de chumbo (nas tipografias). Pneumoconiose Isto , uma alterao da capacidade respiratria devido a uma alterao no pulmo da pessoa. As substncias que causam esse tipo de doena esto na forma de poeira. Exemplos: poeira de slica livre cristalizada, contida no p de mrmore, areia, carepa de fundio (areia), poeira de amianto ou asbesto, ps de algodo. Riscos Fsicos H fatores no ambiente do trabalho cuja presena, tendendo aos limites de excesso ou falta, podem tornar-se responsveis por variadas alteraes na sade do empregado. Calor O calor ocorre geralmente em fundies, siderrgicas, cermicas, indstrias de vidro, etc. Quanto aos efeitos, sabe-se que o organismo pode adaptar-se aos ambientes quentes, dentro de certos limites. Quando h exposio excessiva ao calor, pode ocorrer uma srie de problemas, como cimbras, insolao ou intermao, ou, ainda, uma afeco nos olhos chamada de catarata. Rudo ou barulho Ocorre na indstria em geral, mas, principalmente, nas tecelagens, estamparias, no rebarbamento por marteletes nas fundies, etc. O rudo excessivo tem vrios efeitos no ser humano, variando de pessoa para pessoa, como a irritabilidade, entre outros. Entretanto, seu efeito principal, comprovado quando as pessoas so expostas a altos nveis de rudo por tempos longos, o dano audio, que leva a vrios graus de surdez. Radiao infravermelho o calor radiante cujos efeitos so, justamente, os mencionados acima em "calor". Onde h corpos aquecidos, h calor radiante que emitido em todas as direes. Radiao ultravioleta um tipo de radiao que est presente principalmente nas seguintes operaes: solda eltrica, fuso de metais a temperatura muito alta, nas lmpadas germicidas, nos geradores de ozona. Seus efeitos so trmicos, causando queimaduras, eritemas (vermelhido) na pele, e, tambm, inflamao

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nos olhos (conjuntivite). Os efeitos so retardados, aparecendo com maior fora 6 a 12 horas aps a exposio. Radiaes ionizantes Podem ser provenientes de materiais radioativos ou de aparelhos especiais. Exemplos: aparelhos de raio-x (quando indevidamente utilizados), radiografias industriais de controle (gamagrafia). Os efeitos das exposies descontroladas a radiaes ionizantes, por mau controle dos processos, so em geral srios: anemia, leucemia, certos tipos de cncer e efeitos que s aparecem nas geraes seguintes (genticos). Trabalhos com presses anormais So os trabalhos em que o homem submetido a presses diferentes da atmosfrica, na qual vive normalmente. Esses trabalhos exigem um controle rgido das operaes, principalmente na etapa de descompresso e volta presso normal. Ocorrncia: em trabalhos submarinos, no trabalho em tubulaes e caixes pneumticos. Os efeitos so: problemas nas articulaes, desde dores at paralisia, e outros problemas mais graves que podem ser fatais. Vibraes As vibraes ocorrem, principalmente, nas grandes mquinas pesadas: tratores, escavadeiras, mquinas de terraplanagem, que fazem vibrar o corpo inteiro, e nas ferramentas manuais motorizadas que fazem vibrar as mos, braos e ombros. Os problemas provenientes das vibraes aparecem em geral aps longo tempo de exposio (vrios anos). No caso de vibrao do corpo inteiro, podem aparecer dores na coluna, problemas nos rins, enjos (mal de mar); no caso de vibraes localizadas nas mos e braos, podem aparecer problemas circulatrios (m circulao do sangue) e problemas nas articulaes. O tempo longo de exposio e fatores como o frio tm muita influncia no aparecimento desses problemas. M iluminao A iluminao inadequadas nos locais de trabalho pode levar, alm de ser causa de baixa eficincia e qualidade do servio, a uma maior probabilidade de ocorrncia de certos tipos de acidentes e a uma reduo da capacidade visual das pessoas, o que um efeito negativo muito importante em alguns tipos de trabalho que exigem ateno e boa viso. Riscos Biolgicos So os microrganismos presentes no ambiente de trabalho que podem trazer doenas de natureza moderada e, mesmo, grave. Eles se apresentam invisveis a olho nu, sendo visveis somente ao microscpio. Exemplos: as bactrias, bacilos, vrus, fungos, parasitas e outros. Todos esto sujeitos contaminao por esses agentes, seja em decorrncia de ferimentos e machucaduras, seja pela presena de colegas doentes ou por contaminao alimentar. Exemplo: Nos ferimentos e machucaduras, pode ocorrer, entre outras, a infeco por ttano que pode at matar o empregado. Os colegas podem trazer ao ambiente de trabalho os micrbios que causam hepatite, tuberculose, micose das unhas e da pele. Se o pessoal da copa e cozinha no tiver higiene e asseio, pode ocorrer contaminao das refeies, tendo como possvel conseqncia as diarrias. Para preveno, usam-se as seguintes medidas: Vacinao;

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Equipamento de proteo individual;

Rigorosa higiene pessoal, das roupas e dos ambientes de trabalho;

Controle mdico permanente.

Principais Medidas de Controle dos Riscos Ambientais As principais medidas de controle dos riscos ambientais podem referir-se ao ambiente ou ao pessoal: Medidas relativas ao ambiente Substituio do produto txico O produto txico pode ser substitudo por outro produto menos txico ou inofensivo. Esta a medida ideal, desde que o substituto tenha qualidades prximas s do original. Tambm, deve-se tomar cuidado para no se criar um risco maior, substituindo um produto txico por outro menos txico, mas altamente inflamvel. Exemplos de substituies corretas: benzeno substitudo pelo tolueno;

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substituio de tintas base de chumbo por tintas base de zinco; jateamento com areia substitudo por jateamento de xido de alumnio, etc. Mudana do processo ou equipamento Certas modificaes em processos ou equipamentos podem reduzir muito os riscos ou, at, eliminlos. Exemplos: pintura a imerso ao invs de pintura a pistola (diminuindo-se a formao de vapores dos solventes); rebitagem substituda por solda (menor barulho). Enclausuramento ou confinamento Consiste em isolar determinada operao do resto da rea, diminuindo assim o nmero de pessoas expostas ao risco. Exemplos: cabine de jateamento de areia; enclausuramento de uma mquina ruidosa. Ventilao Pode ser exaustora, retirando o ar contaminado no local de formao do contaminante, ou diluidora, que aquela que joga ar limpo dentro do ambiente, diluindo o ar contaminado. Exemplos: nos tanques de solventes, nas operaes com colas, nas operaes geradoras de poeiras, nos rebolos de rebarbamento de peas fundidas.

Umidificao Onde h poeiras, o risco de exposio pode ser eliminado ou diminudo pela aplicao de gua ou neblina. Muitas operaes, feitas a mido, oferecem um risco bem menor sade. Exemplos: mistura de areias de fundio, varredura a mido. Segregao Segregao quer dizer separao. Nesta medida de controle, separa-se a operao ou equipamento do restante, seja no tempo seja no espao. Separar no tempo quer dizer fazer a operao fora do horrio normal do resto do pessoal; separar no espao significa colocar a operao a distncia, longe dos demais. O nmero de pessoas expostas ficar bastante reduzido e aqueles que devem ficar junto operao iro receber proteo especial. Boa manuteno e conservao Rigorosamente, estas medidas no podem ser consideradas formas especficas de preveno de riscos. Entretanto, so complementos de quaisquer outras medidas. Muitas vezes, a m manuteno a causa principal dos problemas ambientais. Os programas e cronogramas de manuteno devem ser seguidos risca, dentro dos prazos propostos pelos fabricantes dos equipamentos. Exemplos: rudo excessivo em estruturas e mancais; vazamentos de produtos txicos; superaquecimento. Ordem e limpeza

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Boas condies de ordem e limpeza e asseio geral ocupam um lugar-chave nos sistemas de proteo ambiental. O p, em bancadas, rodaps e pisos, que se deposita nas horas calmas, pode rapidamente ser redispersado, no ar da sala, por correntes de ar, movimento de pessoas ou funcionamento de equipamentos. O asseio sempre importante e onde h materiais txicos importantssimo, primordial. A limpeza imediata de qualquer derramamento de produtos txicos importante medida de controle. Para a limpeza de poeira, deve ser preferida a aspirao a vcuo; nunca o p deve ser soprado com bicos de ar comprimido, para efeito de limpeza. impossvel manter um bom programa de preveno de riscos ambientais sem uma preocupao constante nos aspectos de ordem e limpeza.

Medidas relativas ao pessoal Equipamento de Proteo Individual O equipamento de proteo individual deve ser sempre considerado como uma segunda linha de defesa, aps serem tentadas medidas relativas ao ambiente de trabalho. Nas situaes onde no so eficientes medidas gerais e coletivas relativas ao ambiente, a critrio tcnico, o EPI a forma de proteo, aliada limitao da exposio.

O uso correto do EPI por parte do empregado, o conhecimento das suas limitaes e vantagens, so aspectos que todo empregado deve conhecer atravs de treinamento especfico, coordenado pelo pessoal especializado em Segurana e Medicina do Trabalho. Especial cuidado deve ser tomado na conservao da eficincia do EPI, sob pena de o mesmo se tornar uma arma de dois gumes, fornecendo ao empregado confiana numa proteo inexistente. Limitao de exposio A reduo dos perodos de trabalho tornam-se importante medida de controle onde e quando todas as outras forem impraticveis por motivos tcnicos, locais (fsicos) ou econmicos, no se conseguindo reduzir ou eliminar o risco. Assim, a limitao daexposio, dentro de critrios bem definidos tecnicamente, pode tornar-se uma soluo eficiente em muitos casos. Exemplos: controle do tempo de exposio ao calor. s presses anormais, s radiaes ionizantes. Controle Mdico Exames mdicos pr-admissionais e peridicos so medidas fundamentais de carter permanente, constituindo-se numa das atividades principais dos servios mdicos da empresa. Uma boa seleo na admisso pode evitar a contratao de pessoas que tm maior sensibilidade e que poderiam adquirir doenas relacionadas com certas atividades. Os exames mdicos peridicos dos empregados possibilitam, alm de um controle de sade geral do pessoal, a descoberta e a deteno de fatores que podem levar a uma doena profissional, num estgio ainda inicial e com pouca probabilidade de danos.

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4 - NOES BSICAS DE COMBATE INCNDIO


4.1 - PRINCPIOS BSICOS DO FOGO Para nossa prpria segurana, deve-se conhecer os dois aspectos fundamentais da proteo contra incndio. O primeiro aspecto o da preveno de incndios, isto , evitar que ocorra o fogo, utilizando certas medidas bsicas, as quais envolvem a necessidade de se conhecerem, entre outros itens:

a) as caractersticas do fogo; b) as propriedades de risco dos materiais; c) as causas de incndios; d) o estudo dos combustveis. Quando, apesar da preveno, ocorre um princpio de incndio, importante que ele seja combatido de forma eficiente, para que sejam minimizadas suas conseqncias. A fim de que esse combate seja eficaz, deve-se, ainda:

a) conhecer os agentes extintores; b) saber utilizar os equipamentos de combate a incndios; c) saber avaliar as caractersticas do incndio, o que determinar a melhor atitude a ser tomada. Pode-se definir o fogo como a conseqncia de uma reao qumica denominada combusto, que produz calor ou calor e luz. Para que ocorra essa reao qumica, dever-se- ter, no mnimo, dois reagentes que, a partir da existncia de uma circunstncia favorvel, podero combinar-se. Os elementos essenciais do fogo so: combustvel (carbono, hidrognio) comburente (oxignio); calor (energia de ativao).

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Combustvel Em sntese, combustvel todo material, toda substncia que possui a propriedade de queimar, de entrar em combusto.

Os combustveis podem apresentar-se em 3 estados fsicos: slido (madeira, papel, tecidos, etc.); lquido (lcool, ter, gasolina, etc.); gasoso (acetileno, butano, propano, etc.).

Comburente Normalmente, o oxignio combina-se com o material combustvel, dando incio combusto. O ar atmosfrico contm, na sua composio, cerca de 21% de oxignio. Para demonstrar a importncia do oxignio na reao, recomendamos a seguinte experincia: 1 acender uma vela; 2 colocar um copo de material resistente ou um recipiente de vidro sobre a vela. Observe que a chama diminuir gradativamente at a extino do fogo; isso porque o oxignio existente no recipiente vai sendo consumido na reao, at atingir uma quantidade insuficiente para mant-la.

Genericamente, o comburente definido como "mistura gasosa que contm o oxidante em concentrao suficiente para que em seu meio se desenvolva a reao de combusto". Calor o elemento que fornece a energia de ativao necessria para iniciar a reao entre o combustvel e o comburente, mantendo e propagando a combusto, como a chama de um palito de fsforos. Note-se que o calor propicia: a) elevao da temperatura;

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b) aumento do volume dos corpos; c) mudana no estado fsico das substncias.

H casos de materiais em que a prpria temperatura ambiente j serve como fonte de calor, como o magnsio, por exemplo. Condies Propcias para a Combusto Alm dos elementos essenciais do fogo, h a necessidade de que as condies em que esses elementos se apresentam sejam propcias para o incio da combusto. Se uma pessoa trabalha em um escritrio iluminado com uma lmpada incandescente de 100 watts e, alm disso, ela fuma, haver no ambiente: Combustvel: mesa, cadeira, papel, etc.; Comburente: oxignio presente na atmosfera; Calor: representado pela lmpada incandescente ligada e pelo cigarro acesso. Apesar de esses trs elementos estarem presentes no ambiente, s ocorrer incndio, se, por distrao da pessoa que est trabalhando, uma folha de papel, por exemplo, encostar no cigarro aceso. Neste caso, o calor do cigarro aquecer o papel e este comear a liberar vapores que, em contato com a fonte de calor (brasa do cigarro), se combinar com o oxignio do ar e entrar em combusto.

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Importante: Somente quando o combustvel se apresentar sob a forma de vapor (ou gs), ele poder, normalmente, entrar em ignio. Se esse combustvel estiver no estado slido ou lquido, haver necessidade de que seja aquecido, para que comece a liberar vapores ou gases. Esquematicamente, pode-se considerar vrios casos: aquecimento a) slido ----------------------------------> vapor Exemplo: Papel

b) slido -------------------------> lquido --------------------------> vapor Exemplo: Parafina c) lquido ----------------------------------> vapor Exemplo: leos combustveis d) gs (j se apresenta no estado fsico adequado combusto) Exemplo: Acetileno Quanto ao oxignio, ele dever estar presente no ambiente, em porcentagens adequadas. Para cada combustvel haver a necessidade da presena de uma porcentagem mnima de oxignio, a partir da qual a mistura poder entrar em combusto. A concentrao de oxignio abaixo desse limite inviabiliza a combusto, pois a mistura combustvel comburente estar muito "rica". Reao em Cadeia Toda reao qumica envolve troca de energia. Na combusto, parte da energia desprendida dissipada no ambiente, provocando os efeitos trmicos derivados do incndio; o restante continua a aquecer o combustvel, fornecendo a energia (fonte de calor)) necessria para que o processo continue. Didaticamente, representa-se a reao qumica da seguinte forma: COMBUSTVEL + COMBURENTE FONTE DE IGNIO LUZ + CALOR + FUMOS + GASES (vapor) Essa reao vai ter uma velocidade de propagao relacionada com diversos fatores, tais como temperatura, umidade do ar, caractersticas inerentes ao material combustvel, forma fsica desse material (slido bruto ou particulado, lquido, etc.), condies de ventilao aspectos que sero adiante analisados:

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ER - Energia das substncias reagentes EA - Energia de ativao EI = ER + EA = Energia do processo que desencadeia a reao EP = Energia final dos produtos da reao E1 = parte da energia desprendida que reaproveitada no processo, continuando a aquecer as substncias reagentes; E2 = parte da energia desprendida que dissipada no ambiente. Tringulo do Fogo Os trs elementos bsicos para que um fogo se inicie so, portanto, o material combustvel, o comburente e a fonte de ignio ou fonte de calor. A representao grfica desse conjunto tradicionalmente chamada de Tringulo do Fogo.

Conforme ao exposto no item anterior, a propagao do fogo vai depender da existncia de energia suficiente para manter a reao em cadeia. Combusto A combinao dos trs elementos do tringulo do fogo sob condies propcias permite a ignio e a continuao das reaes qumicas, as quais podem ser classificadas em: oxidao lenta, combusto simples, deflagrao, detonao, exploso. O parmetro empregado para classificar as combustes a velocidade de propagao. A velocidade de propagao definida como a velocidade de deslocamento da frente de reao, ou a velocidade de deslocamento da fronteira entre a rea j queimada (zona dos produtos da reao) e a rea ainda no atingida pela reao (zona no destruda).

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Classificao Oxidao lenta - A energia despendida na reao dissipada no meio ambiente sem criar um aumento de temperatura na rea atingida (no ocorre a reao em cadeia). o que ocorre com a ferrugem (oxidao do ferro) ou com o papel, quando fica amarelecido. A propagao ocorre lentamente, com velocidade praticamente nula. Combusto simples - H percepo visual do deslocamento da frente de reao, porm a velocidade de propagao inferior a 1 metro por segundo (m/s). Os incndios normais, como a combusto de madeira, papel, algodo, so exemplos de combusto simples, onde a energia desprendida na reao dissipada, indo parte para o ambiente e sendo parte utilizada para manter a reao em cadeia, ativando a mistura combustvel comburente. Deflagrao - A velocidade de propagao superior a 1 m/s, mas inferior a 400 m/s. Surge o fenmeno de elevao da presso com valores limitados entre 1 e 10 vezes a presso inicial. Ocorre a deflagrao com a plvora, misturas de ps combustveis e vapores lquidos inflamveis. Detonao - A velocidade de propagao superior a 400 m/s. Pela descontinuidade das ondas de presso geradas, cria-se uma onda de choque que pode atingir at 100 vezes a presso inicial. Ocorre com explosivos industriais, como a nitroglicerina, e, em circunstncias especiais, com mistura de gases e vapores em espaos confinados. Exploso - O termo pode ser aplicado genericamente aos fenmenos onde o surgimento de ondas de presso produzem efeitos destrutivos, quando o ambiente onde ocorre a reao no pode suportar a presso gerada. Comportamento do Combustvel Pelos efeitos possveis de uma combusto em funo da velocidade de propagao, fica evidente a necessidade de se conhecerem os fatores que influem na velocidade de propagao, para que o tcnico prevencionista possa calcular os riscos oriundos de determinada mistura combustvelcomburente. Estado Fsico Para avaliao do risco de incndio, o estado fsico do combustvel o primeiro aspecto a ser analisado: Combustvel slido - em condies normais, o aquecimento de um combustvel no estado slido provoca inicialmente a vaporizao da umidade, obtendo-se um resduo slido (carbono fixo); posteriormente, pela ao do calor, so liberados compostos gasosos que reagiro com o oxignio em presena do calor, at que seja consumida toda a matria combustvel.

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Combustvel lquido - a combusto dos lquidos, de composio CN Hm, decorrente de dois processos: Teoria da Hidroxilizao Os hidrocarbonetos pulverizados so decompostos, quando sob a ao do oxignio e do calor, em compostos hidroxilados (tipo aldedo) de cadeia menor. A ao contnua do calor e do oxignio acaba por transformar estes compostos em espcies qumicas mais simples, como monxido de carbono e hidrognio, que sofrero nova combusto, produzindo, finalmente, dixido de carbono e gua. Assim, a chama azul produzida no Bico de Bunsem, indicativa de combusto de monxido de carbono e hidrognio, teria explicao atravs desta teoria, pois no interior do Bico teramos um gradiente de temperatura e a conseqente formao de compostos hidroxilados complexos. Teoria do "Craking" Os hidrocarbonetos pulverizados, em mistura com o ar, ao serem submetidos a um aquecimento brusco, cindem, produzindo diretamente carbono e hidrognio, que reagiro com o oxignio, resultando dixido de carbono e gua como produtos finais. Esta teoria pode ser explicada atravs da queima de uma vela, pois a parafina liqefeita, ao se vaporizar no pavio, cinde diretamente em carbono e hidrognio, quando em contato com a chama. A presena do carbono pode ser facilmente detectada por meio de introduo de uma superfcie fria no interior da chama, o que implicar um deposito de fuligem (carbono) sobre aquela. Convm notar que na prtica, esses dois processos ocorrem simultaneamente, com predominncia de um ou outro, dependendo do caso. Combustvel gasoso - em mistura com o oxignio em propores adequadas pode entrar em combusto pela ao de um pequeno arco voltaico, ou fasca gerada por atrito. Pelas teorias apresentadas, conclui-se que o combustvel slido ou lquido entra em combusto somente aps a vaporizao ou produo de gs, a partir de sua decomposio, resultante da ao do calor e do oxignio. No entanto, h substncias que so excludas da regra geral, como o carvo vegetal e os metais pirforos, que, expostos ao oxignio, entram espontaneamente em combusto. Temperatura Todo material possui certas propriedades que o diferenciam de outros, em relao ao nvel de combustibilidade. Por exemplo, pode-se incendiar a gasolina com a chama de um isqueiro, no ocorrendo o mesmo em relao ao carvo coque. Isso porque o calor gerado pela chama do isqueiro no seria suficiente para levar o carvo coque temperatura necessria para que ele liberasse vapores combustveis. Cada material, dependendo da temperatura a que estiver submetido, liberar maior ou menor quantidade de vapores. Para melhor compreenso do fenmeno, definem-se algumas variveis, denominadas: ponto de fulgor; ponto de combusto; temperatura de ignio.

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Ponto de fulgor - a temperatura mnima em que um combustvel comea a desprender vapores que, se entrarem em contato com alguma fonte externa de calor, se incendeiam. S que as chamas no se mantm, no se sustentam, por no existirem vapores suficientes. Se aquecermos pedaos de madeira dentro de um tubo de vidros de laboratrio, a certa temperatura a madeira desprender vapor de gua; esse vapor no pega fogo. Aumentando-se a temperatura, em certo ponto comearo a sair gases pela boca do tubo. Aproximando-se um fsforo aceso, esses gases transformar-se-o em chamas. Por a, nota-se que um combustvel slido (a madeira), a acerta temperatura, desprende gases que se misturam ao oxignio (comburente) e que se inflamam em contacto com a chama do fsforo aceso. O fogo no continua porque os gases so insuficientes, forma-se em pequena quantidade. O fenmeno observado indica o "ponto de fulgor" da madeira (combustvel slido), que de 150C. O ponto de fulgor varia de combustvel a combustvel: para a gasolina ele de -42C, j para o asfalto de 204C.

Ponto de combusto - Na experincia da madeira, se o aquecimento prosseguir, a quantidade de gs expelida do tubo aumentar. Entrando em contato com a chama do fsforo, ocorrer a ignio, que continuar, mesmo que o fsforo seja retirado. A queima, portanto, no para. Foi atingido o "ponto de combusto", isto , a temperatura mnima a que esse combustvel slido, a madeira, sendo aquecido, desprende gases que, em contacto com fonte externa de calor, se incendeiam, mantendo-se as chamas. No ponto de combusto, portanto, acontece um fato diferente, ou seja, as chamas continuam. Temperatura de ignio - Continuando o aquecimento da madeira, os gases, naturalmente, continuaro se desprendendo. Em certo ponto, ao sarem do tubo, entrando em contato com o oxignio (comburente), eles pegaro fogo sem necessidade da chama do fsforo. Ocorre, ento, um fato novo: no h mais necessidade da fonte externa de calor. Os gases desprendidos do combustvel, apenas ao contato com o comburente, pegam fogo e, evidentemente, mantm-se em chamas. Foi atingida a "temperatura de ignio", que a temperatura mnima em que gases desprendidos de um combustvel se inflamam, pelo simples contacto com o oxignio do ar. O ter atinge sua temperatura de ignio a 180C e o enxofre a 232C. Uma substncia s queima quando atinge, pelo menos, o ponto de combusto. Quando ela alcanar a temperatura de ignio, bastar que seus gases entrem em contacto com o oxignio para pegar fogo, no havendo necessidade de chama ou de outra fonte de calor para provoc-lo. Convm lembrar que, mesmo que o combustvel esteja no ponto de combusto, se no houver chama ou outra fonte de calor no se verificar o fogo. Grande parte dos materiais slidos orgnicos, lquidos e gases combustveis contm grandes quantidades de carbono e/ou de hidrognio. Citamos como exemplo o gs propano, cujas porcentagens em petracloreto de carbono, considerado no combustvel, tem aproximadamente, 82% de carbono e

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18% de hidrognio. O tetracloreto de carbono, considerado no combustvel, tem aproximadamente, em peso, 8% de carbono e 92% de cloro. Ventilao Quanto mais ventilado for o local onde ocorre a combusto, mais viva ela ser, pois haver renovao do ar com a entrada de mais oxignio, permitindo manter a reao em cadeia.

por esse motivo que se recomenda pessoa cujas roupas estejam em chamas, que no corra, pois, dessa forma, aumentar a ventilao e, conseqentemente, as chamas. A pessoa deve deitar-se e rolar pelo cho at abafarem-se as chamas.

Forma fsica Quanto mais subdividido estiver o material, mais rapidamente entrar em combusto. A figura mostra um exemplo clssico, pois a velocidade de propagao muito maior na serragem do que na madeira macia, embora a composio seja a mesma. Isso se deve a maior superfcie de contato entre combustvel e comburente.

Outro exemplo o da gasolina em recipientes com aberturas de dimenses diferentes. Na figura seguinte a queima ser muito mais rpida e intensa no 2 caso, embora a quantidade de lquido seja a mesma.

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Comportamento do Comburente Considerando genericamente a combusto como uma reao de oxidao, a composio qumica das substncias determinar o grau de combustibilidade do material. H substncias que liberam oxignio em certas condies, como o cloreto de potssio. Outras podem funcionar como comburentes: por exemplo, uma atmosfera contendo cloro. Tais casos so mais espordicos e seu estudo envolveria uma complementao de conhecimentos. Em condies normais, a maior fonte de comburente ao prprio ar atmosfrico que em sua composio, possui cerca de 21% de oxignio. A partir de 16% de O2 (oxignio) no ambiente, j pode haver combusto com labaredas, e quanto maior a presena de oxignio, mais via ser essa combusto. Com a presena de oxignio numa proporo entre 8 e 16%, no haver labaredas, e numa proporo ainda menor, praticamente no haver combusto. Em ambientes hospitalares ou industriais, onde se manipule oxignio puro (100%), deve ser feita uma anlise de riscos mais severa. Na presena de gases combustveis, como propano, butano, metano, o limite inferior de concentrao de oxignio necessrio para a combusto est prximo a 12%, e para o hidrognio esse limite est prximo a 5%. Dessa forma, as medidas de preveno devem ser intensificadas. Fontes de Calor As fontes de calor em um ambiente podem ser as mais variadas: a chama de um fsforo; a brasa de um cigarro aceso; uma lmpada; a chama de um maarico, etc. A prpria temperatura ambiente j pode vaporizar um material combustvel; o caso da gasolina, cujo ponto de fulgor de, aproximadamente, -40C. Considerando-se que o ponto de combusto superior em apenas alguns graus, a uma temperatura ambiente de 20C j ocorre a vaporizao. O calor pode atingir determinada rea por conduo, conveco ou radiao. Conduo A propagao do calor feita de molcula para molcula do corpo, por movimento vibratrio. A taxa de conduo do calor vai depender basicamente da condutividade trmica do material, bem como de sua superfcie e espessura. importante destacar a necessidade da existncia de um meio fsico.

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Conveco uma forma caracterstica dos fludos. Pelo aquecimento, as molculas expandem-se e tendem a elevar-se, criando correntes ascendentes a essas molculas e correntes descendentes s molculas mais frias. um fenmeno bastante comum em edifcios, pois atravs de aberturas, como janelas, poos de elevadores, vos de escadas, podem ser atingidos andares superiores. Radiao a transmisso do calor por meio de ondas. Todo corpo quente emite radiaes que vo atingir os corpos frios. O calor do sol transmitido por esse processo. So radiaes de calor as que as pessoas sentem quando se aproximam de um forno quente.

Classes de Incndio Os incndios em seu incio so muito mais fceis de serem controlados e extintos. Quanto mais rpido for a ataque s chamas, maiores sero as possibilidades de reduzi-las, de elimin-las. E a principal preocupao, no ataque, consiste em desfazer, em romper o tringulo do fogo. Mas que tipo de ataque se faz ao fogo em seu incio? Qual a soluo que deve ser tentada? Como os incndios so de diversos tipos, as solues sero diferentes e os equipamentos de combate tambm sero de tipos diversos. preciso conhecer, identificar bem o incndio que se vai combater, para escolher o equipamento correto. Um erro na escolha de um extintor pode tornar intil o esforo de combater as chamas ou pode piorar a situao, aumentando as chamas, espalhando-as ou criando novas causas de fogo (curtos-circuitos). Os incndios so divididos em quatro (4) classes: Classe A - Fogo em materiais slidos de fcil combusto, como tecidos, madeira, papel, fibras, etc., que tm a propriedade de queimar em sua superfcie e profundidade, e que deixam resduos. Classe B - Fogo em lquidos combustveis e inflamveis, como leos, graxas, vernizes, tintas, gasolina, etc., que queimam somente em sua superfcie, no deixando resduos. Classe C - Fogo em equipamentos eltricos energizados, como motores, transformadores, quadros de distribuio, fios, etc. Classe D - Fogo em elementos pirofricos como o magnsio, o zircnio, o titnio, etc. Os incndios em equipamentos eltricos energizados (classe C) so fogos de qualquer tipo de combustvel em instalaes eltricas o em suas proximidades. So classificados separadamente pelo risco suplementar envolvido.

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Atualmente, no so considerados como classe de incndio pelas normas de alguns pases, exigindo-se apenas que substncias extintoras que conduzam eletricidade no sejam utilizadas em instalaes eltricas.

Riscos Inerentes A avaliao dos riscos deve considerar ainda caractersticas inerentes a cada substncia. As principais so: Limite de Inflamabilidade ou Explosividade So concentraes de vapor ou gs em ar, abaixo ou acima das quais a propagao da chama no ocorre, quando em presena de fonte de ignio. O limite inferior a concentrao mnima, abaixo da qual a quantidade de vapor combustvel muito pequena (mistura pobre) para queimar ou explodir. O limite superior a concentrao mxima acima da qual a quantidade de vapor combustvel muito grande (mistura rica) para queimar ou explodir). Intervalo de Inflamabilidade ou Explosividade o intervalo entre os limites inferior e o superior de inflamabilidade ou explosividade. Densidade de Vapor ou Gs a relao entre os pesos de iguais volumes de um gs ou vapor puro e o ar seco, nas mesmas condies de temperatura e presso. Combusto Expontnea Reao exotrmica que ocorre com algumas substncias como os metais pirforos ou pirofricos, ao entrarem em contato com o oxignio do ar ou com agentes oxidantes. Por um processo de aquecimento espontneo, ao atingir a sua temperatura de ignio, entram em combusto. Esse aquecimento, na maioria dos casos, processa-se lentamente, como, por exemplo, em estopas embebidas em graxa. O controle de elevao da temperatura e a armazenagem em recipientes de segurana so medidas recomendadas. Combate Incndio Quando, por qualquer motivo, a preveno falha, os trabalhadores devem estar preparados para o combate ao princpio de incndio o mais rpido possvel, pois quanto mais tempo durar o incndio, maiores sero as conseqncias. Para que o combate seja eficaz, necessrio que: existam equipamentos de combate a incndios em quantidade suficiente e adequados ao tipo de material em combusto;

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o pessoal, que eventual ou permanentemente circule na rea, saiba como usar esses equipamentos e possa avaliar a

Capacidade de Extino. Como j foi visto, o fogo um tipo de queima, de combusto, de oxidao; um fenmeno qumico, uma reao qumica, que provoca alteraes profundas na substncia que se queima. Um pedao de papel ou madeira que se inflama transforma-se em substncia muito diferente.. O mesmo acontece com o leo, com a gasolina ou com um gs que pegue fogo. A palavra oxidao significa tambm queima. A oxidao pode ser lenta, como no caso da ferrugem. Trata-se de uma queima muito lenta, sem chamas. J na combusto de papel, h chamas, sendo uma oxidao mais rpida. Na exploso do dinamite, a queima, a oxidao, instantnea e violenta. Chamase oxidao porque o oxignio que entra na transformao, ajudando na queima das substncias. O tipo de queima que interessa a este estudo o que apresenta chamas e/ou brasas. Mtodos de Extino Consideremos o tringulo do fogo:

Eliminando-se um desses elementos, cessar a combusto. Tem-se a uma indicao muito importante de como se pode acabar com o fogo. Pode-se eliminar a substncia que est sendo queimada (esta uma soluo que nem sempre possvel). Pode-se eliminar o calor, provocando o resfriamento no ponto em que ocorre a combusto e a queima. Pode-se, ainda, eliminar ou afastar o comburente (o oxignio) do lugar da queima, por abafamento, introduzindo outro gs que no seja comburente. O tringulo do fogo como um trip; eliminando-se uma das pernas, acaba a sustentao, isto , o fogo extingue-se. De tudo isso, conclui-se que, impedindo-se a ligao dos pontos do tringulo, ou seja, dos elementos essenciais, indispensveis para o fogo, este no surgir, ou deixar de existir, se j tiver comeado. Quando num poo de petrleo que est em chamas provocada uma exploso para combater o incndio, o que se deseja afastar momentaneamente o oxignio, que o comburente, um dos elementos do tringulo do fogo, para que o incndio acabe, se extinga. Em lugares onde h material combustvel o oxignio, l-se um aviso de que proibido fumar; com isso, pretende-se evitar a formao do tringulo do fogo, isto , combustvel, comburente e calor. O calor, neste caso, a brasa do cigarro. Sem este calor, o combustvel e o comburente no podero transformar-se em fogo.

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Basicamente, a extino de um incndio feita por uma ao de resfriamento ou abafamento, ou por uma unio das duas aes. Ao de resfriamento: diminui-se a temperatura do material incendiado a nveis inferiores ao do ponto de fulgor ou de combusto dessa substncia. A partir deste instante, no haver a emisso de vapores necessrios ao prosseguimento do fogo. Ao de abafamento: resultante da retirada do oxignio, pela aplicao de um agente extintor que deslocar o ar da superfcie do material em combusto. Dependendo do tipo de agente extintor, ou da forma como alguns deles so empregados, outros efeitos podem ser conseguidos, como a diluio de um lquido combustvel em gua ou a interferncia na reao qumica. A retirada do material combustvel (o que est queimando ou o que esteja prximo) evita a propagao do incndio, sem a necessidade de se utilizar um agente extintor. Agentes Extintores So considerados agentes extintores, em virtude da sua atuao sobre o fogo, conforme os mtodos expostos anteriormente, as seguintes substncias: gua; espuma; p qumico seco; gs carbnico; gases halogenados. A gua apresenta como caracterstica principal a capacidade de diminuir a temperatura dos materiais em combusto, agindo, portanto, por resfriamento, quando utilizada sob a forma de jato. Pode tambm combinar uma ao de abafamento, se aspergida em gotculas, isto , sob a forma de neblina. A espuma pode ser qumica, quando resultante da mistura de duas substncias (p. ex., bicarbonato de sdio e sulfato de alumnio, ambos em soluo aquosa) ou mecnica (extrato adicionado gua, com posterior agitao da soluo para formao da espuma). Sua ao principal de abafamento, criando uma barreira entre o material combustvel e o oxignio (comburente). Outro agente que atua por abafamento o gs carbnico, tambm conhecido por dixido de carbono ou CO2. mais pesado que o ar; no entanto, no eficiente em locais abertos e ventilados. mais pesado que o ar; no entanto, no eficiente em locais abertos e ventilados. O p qumico seco comum (bicarbonato de sdio) atua por abafamento; prefervel ao CO2 em locais abertos. Quando se trata de ps especiais, utilizados na chamada "classe D", eles se fundem em contato com o metal pirofrico, formando uma "camada protetora" que isola o oxignio, interrompendo a combusto. Tipos de Equipamento para Combate a Incndios Os mais utilizados so:

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extintores; hidrantes.

Tipos de Extintor preciso conhecer muito bem cada tipo de extintor, pois para cada classe de incndio h um agente extintor mais indicado. Extintor de espuma Funciona a partir da reao qumica entre duas substncias: o sulfato de alumnio e o bicarbonato de sdio dissolvidos em gua.

A figura mostra, de modo simplificado, esse extintor. Dentro do aparelho esto o bicarbonato de sdio e um agente estabilizador de espuma, normalmente o alcauz; num cilindro menor, carregado o sulfato de alumnio. Ao ser virado o extintor, as duas misturas vo encontrar-se, acontecendo a reao qumica. O manejo do extintor de espuma bastante simples: O operador aproxima-se do fogo com o extintor na posio normal; Inverte a posio do extintor; Ataca o fogo de classe A dirigindo o jato para a sua base, e o fogo de classe B, dirigindo o jato para a parede do recipiente.

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Quando o agente estabilizador no colocado, a espuma formada pela reao rapidamente se dissolve, perdendo o seu efeito de abafamento. Esse tipo de extintor utilizado apenas em incndios classe A, denominando-se "carga lquida". No comrcio, so vendidos extintores de 10 litros ou carretas de 50, 75, 100 e 150 litros. Embora simples, o extintor de espuma necessita de uma srie de cuidados para que, quando houver necessidade, ele possa ser eficazmente usado: A cada 5 anos, dever sofrer um teste hidrosttico, em firma idnea. um teste em que usada a presso da gua para verificao da resistncia do extintor presso da gua para verificao da resistncia do extintor presso que se forma dentro dele, quando em uso; A cada 12 meses, dever ser descarregado e recarregado novamente; Semanalmente, dever sofrer inspeo visual e o bico do jato dever ser desobstrudo, ou desentupido, se for o caso. um extintor relativamente barato e d boa cobertura, evitando que, num fogo j dominado, recomece a ignio, ou seja, que voltem as chamas. Extintor de gua O agente extintor a gua. H dois tipos comerciais: Pressurizado um cilindro com gua sob presso. O gs que d a presso, que impulsiona a gua, geralmente o gs carbnico ou o nitrognio. Existem alguns a ar.

O extintor de gua pressurizada deve ser operado da seguinte forma: O operador leva o extintor ao local do fogo; Retira a trava ou o pino de segurana; Empunha a mangueira; Ataca o fogo (classe A), dirigindo o jato d' gua para a sua base.

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Pressurizar H uma ampola de gs e, uma vez aberto o registro da ampola, o gs liberado, pressionando a gua. A ampola pode ser interna ou externa ao cilindro que contm a gua. Sua manuteno mais simples que a do anterior; porm devem ser tomados os seguintes cuidados: Reviso e teste hidrosttico a cada 5 anos; Anualmente, deve ser descarregado. So fornecidos extintores portteis ou em carretas. O extintor de gua a pressurizar (gua-gs) deve ser operado da seguinte forma: O operador leva o extintor ao local do fogo; Abre o cilindro de gs; Empunha a mangueira; Ataca o fogo (classe A), dirigindo o jato d' gua para a sua base. Extintor de gs carbnico (CO2) O gs carbnico encerrado num cilindro com uma presso de 61 atmosferas. Ao ser acionada a vlvula de descarga, o gs passa por um tubo sifo, indo at o difusor, onde expelido na forma de nuvem. Como h possibilidade de vazamentos, este extintor dever ser pesado a cada 3 (trs) meses, e toda vez que houver perda de mais de 10% (dez por cento) no peso, dever ser descarregado e recarregado novamente (a norma tcnica estabelece o prazo de 6 (seis) meses para a pesagem). Como no deixa resduo, ideal para equipamentos eltricos comuns. So fornecidos extintores portteis de 1 kg at carretas de 50 kg ou mais. Ao utilizar o extintor de gs carbnico (CO2), o operador: Leva o extintor ao local do fogo; Retira o pino de segurana; Empunha a mangueira; Ataca o fogo, procurando abafar toda a rea atingida.

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Extintor de p qumico seco Utiliza bicarbonato de sdio no higroscpico (que no absorve umidade) e um agente propulsor que fornece a presso, que pode ser o gs carbnico ou o nitrognio. fornecido para uso manual ou em carretas, e pode ser sob presso permanente (p qumico seco pressurizado) ou com presso injetada (p qumico seco a pressurizar). Estes extintores so mais eficientes que os de gs carbnico, tendo seu controle feito pelo manmetro e, quando a presso baixa devem ser recarregados. So semelhantes, no aspecto, aos extintores de gua. Os extintores de p qumico seco devem ser operados da seguinte forma: Pressurizado O operador leva o extintor ao local do fogo; Retira a trava ou o pino de segurana; Empunha a mangueira; Ataca o fogo procurando formar uma nuvem de p, a fim de cobrir a rea atingida.

A pressurizar O operador leva o extintor ao local do fogo;

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Abre o cilindro de gs; Empunha a mangueira; Ataca o fogo procurando formar uma nuvem de p, a fim de cobrir a rea atingida. H outros tipos de extintores de p qumico seco, que podem ser utilizados com eficincia nos incndios classe A. So chamados extintores de p tipo ABC ou Monex.

NOTA: Variante para Classe "D": usar o mtodo de abafamento por meio de areia seca ou limalha de ferro fundido. * No utilizada como jato pleno, porm pode ser usada sob a forma de neblina. ** Pode ser usado em seu incio. *** Existem ps qumicos especiais (tipo ABC) Hidrantes As empresas que possuem sistemas de hidrantes - instalaes de gua com reservatrios apropriados - normalmente tm direito a descontos na tarifa de seguro-incndio. Para tanto, devem estar enquadrados nas especificaes do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) e posteriores recomendaes da Susep. Devem ser distribudos de forma que protejam toda a rea da empresa por meio de dois jatos simultneos, dentro de uma raio de 40 metros (30m das mangueiras e 10m do jato). Alm da tubulao 1 1/2" ou 2 1/2"), dos registros e das mangueiras (30 m ou 15 m), devem-se escolher requintes que possibilitem a utilizao da gua em jato ou sob a forma de neblina (requinte tipo universal).

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5 USO SEGURO DE EQUIPAMENTOS


5.1 - ESMERILHADEIRA PORTTIL Cuidados com seu Manuseio As emerilhadeiras portteis so mquinas com altas rotaes destinadas a acabamentos superficiais, largamente usadas em atividades industriais de obras estruturais, caldeiraria pesada e na construo naval. So fabricadas com todos os requisitos e padres de segurana, porm se forem modificadas as especificaes do fabricante, tais como, retirada das protees de disco, uso de disco de capacidade inferior rotao nominal da mquina, uso de disco aps a queda do mesmo, uso da mquina por pessoa inabilitada, a esmerilhadeira torna-se uma arma mortal, que expe no somente o operador, mas tambm as outras pessoas que trabalham ou transitam nas imediaes de suas operaes. Com o objetivo de contribuir para a preveno de acidentes por todos aqueles que utilizam no seu dia-a-dia emerilhadeiras portteis, e que ainda no atentaram para os riscos das improvisaes e falta de cuidado com o equipamento, seguem algumas instrues. Elas podem ser teis ao pessoal nas oficinas e canteiros de obras, e tambm para dar subsdios aos supervisores e encarregados de grupos de trabalho. 1- Verifique o tipo de esmerilhadeira porttil que ir utilizar: Pneumtica usando ar comprimido; Eltrica ligada a tenso de 110 ou 220 volts. 2- S utilize o equipamento de estiver devidamente habilitado e autorizado. Em caso de dvidas consulte o supervisor. 3- Verifique sempre a rotao nominal localizada na placa da esmerilhadeira. 4- Use somente disco de desbaste com rotao nominal superior especificada na placa da esmerilhadeira. Por exemplo: Esmerilhadeira de 12.000 rpm, o disco a ser usado o de 13.000 rpm. Esmerilhadeira de 8.000 rpm, o disco a ser usado o de 9.000 rpm. 5- No retire em hiptese alguma a proteo do disco da esmerilhadeira, pois ela assegura a proteo do Operador. 6- Qualquer rudo anormal da mquina motivo de paralisao da mesma e verificao por mecnico de manuteno qualificado. 7- No tente reparar a esmerilhadeira ao suspeitar de defeito. 8- Use culos de segurana e protetor facial para trabalhar com esmerilhadeira.

5.1.1 - Ocorrncias de Acidentes Dois casos de acidentes com empregados utilizando emerilhadeiras portteis, atravs de prticas inseguras, so relatados a seguir: Um empregado de caldeiraria ao utilizar esmerilhadeira pneumtica, foi atingido por diversos estilhaos de disco que partiu durante o servio. A causa do acidente foi que o empregado como objetivo de atingir o local de desbaste retirou a proteo do disco e colocou um disco fora da especificao da mquina. O disco era de 13.000 rpm, com um dimetro de 90 mm e o empregado utilizou um disco de 9.000 rpm com dimetro de 150 mm. O disco por ser de rotao nominal inferior

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rotao da mquina, estilhaou atingindo o empregado. O mesmo sofreu ruptura de tendo e de vaso sangneo no brao esquerdo, tendo permanecido um ano afastado das atividades. Um empregado de canteiro de obra ao utilizar uma esmerilhadeira eltrica foi atingido pelo disco de desbaste, quando o mesmo encostou nele. O que ocasionou o acidente foi o uso da esmerilhadeira sem a proteo do disco. O empregado sofreu fratura exposta de dedo e permaneceu 45 dias afastado de suas atividades.

5.2 - SEGURANA EM PROCESSOS OXI-COMBUSTVEIS 5.2.1 - Introduo Apresentamos neste trabalho, alguns conhecimentos sobre os processos de reverso do fluxo gases e retrocesso de chama durante a utilizao dos processos oxi-combustveis. Em virtude estes serem os principais fatores de incidentes nas operaes de solda e corte, o Ministrio Trabalho e Emprego editou uma Norma Regulamentadora NR-18, a qual obriga a utilizao mecanismos de preveno contra estas ocorrncias.

de de do de

Processo Oxi-combustvel O processo oxi-combustvel baseado nos seguintes princpios> o primeiro consiste na queima de um gs combustvel cujo poder calorfico seja suficiente para produzir uma chama quente e concentrada, capaz de fazer com que o metal ferroso a ser trabalhado atinja a temperatura de ignio; e o segundo se refere ao jato do oxignio dirigido contra a obra previamente aquecida, causando uma acelerada reao de oxidao do metal ferroso. Os princpios deste processo so utilizados em inmeras aplicaes, dentre as principais temos: corte, solda, aquecimento, tmperas superficiais, conformao mecnica, etc. Devemos ressaltar que todos os consumveis usados nos equipamentos que aplicam o processo oxi-combustvel 9bicos de corte, extenses de solda, bicos de aquecimento, etc) sempre devem ser mantidos em boas condies de uso. Reverso do Fluxo de Gases A reverso do fluxo de gases pode ocorrer como resultado de alguma obstruo nos consumveis (aderncia de escria, mossa por queda, limpeza incorreta, etc), presso excessiva/insuficiente do gs combustvel, oxignio ou de ambos, ou procedimentos incorretos durante o acendimento ou apagamento da chama. As presses de trabalho dos consumveis, foram especificadas para proporcionar a correta relao entre a velocidade de sada dos gases com a taxa de propagao da chama. Se o fornecimento dos gases ou algum problema externo provocar um desequilbrio nas presses de forma significativa, um dos gases pode caminhar em sentido contrrio pela mangueira, provocando uma mistura indesejvel que pode gerar acidente. A mistura dos gases pode propagar-se at os cilindros de gs combustvel ou oxignio, e, podem reagir violentamente nas mangueiras ou reguladores, caso sejam expostos a alguma fonte de ignio. Engolimento de Chama O engolimento da chama pode ser gerado por vrios motivos, os principais so: toque da ponta do bico na obra ou respingo de escria na ponta; provocando a obstruo dos orifcios, mesmo que parcial. O retrocesso do fluxo de gases descrito anteriormente propicia o avano da chama para o ponto de

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mistura dos gases. Se as presses estiverem corretas e o maarico em bom estado de conservao, a chama se apagar ou simplesmente produzir um estalo permanecendo acesa. Quando ocorre o engolimento de chama, o maarico poder ser usado imediatamente aps sua ocorrncia. Retrocesso de Chama Da mesma forma que o engolimento, a chama entra pelo bico at atingir o ponto de mistura dos gases, permanecendo neste ponto produzindo um rudo agudo assobio bastante caracterstico. Quando ocorrer o retrocesso, feche imediatamente a vlvula de oxignio e, em seguida a de gs combustvel para extinguir a chama e evitar que o maarico seja danificado, ou que a chama venha a atingi os cilindros. A ocorrncia do retrocesso de chama indica que alguma coisa est radicalmente errada com o maarico ou com o modo de operao deste. Um bico com o orifcio entupido ou presses incorretas de oxignio ou gs combustvel so freqentemente os fatores responsveis. Depois da ocorrncia e um retrocesso, espere que o maarico esfrie totalmente, e verifique se as presses dos gases utilizados esto dentro das recomendaes do fabricante, e que no exista indcio de vazamento ou obstruo dos furos de escoamento dos gases. Caso haja um novo retrocesso, consulte os Servios de Assistncia Tcnica WMS. Dispositivos de Segurana As vlvulas de reteno PROTEFLUX evitam a reverso do fluxo dos gases, mas no so projetadas para reter um retrocesso de chama. Os acessrios oxi-combustveis (conexes, mangueiras, unies, vlvulas) devem ser freqentemente verificados quanto a vazamentos, sempre utilizando espuma de sabo neutro. Os funcionamentos das vlvulas PROTEFLUX esto esquematizados abaixo: As vlvulas de reteno PROTEFLUX so os primeiros dispositivos de segurana a evitar a reverso dos fluxos de gases.

Testes de Vlvulas PROTEFLUX As vlvulas de reteno PROTEFLUX devem ser testadas pelo menos a cada seis meses, e com incidncia maior se as mangueiras forem freqentemente desconectadas dos reguladores e maaricos.

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O teste de verificao consiste no seguinte procedimento: Afrouxe o parafuso de regulagem do regulador de gs combustvel e abra a vlvula do maarico para esgotar todo o gs contido na mangueira. Desconecte a ponta da mangueira de gs combustvel que est fixada no regulador e mergulhe a ponta dentro de um recipiente com gua; Coloque um bico com a ponta bloqueada, abra as duas vlvulas de regulagem do maarico; Gire o parafuso de regulagem do regulador de oxignio at obter 0,35kgf/cm e observe se aparecem bolhas na ponta da mangueira que est dentro dgua. Faa a operao inversa, para testar a outra vlvula; Troque as vlvulas que apresentarem vazamento superior a 12 bolhas por minuto; Aps teste das vlvulas, purgue o sistema com gs inerte antes de acender o maarico. Vlvula Seca Corta Chama Dispositivo de segurana que protege contra o retrocesso de chama, as vlvulas secas, cujo princpio de funcionamento mostrado na figura a seguir:

Norma Regulamentadora NR-18 O item 18.11 desta norma trata dos cuidados nas operaes de soldagem e corte a quente, os quais descrevemos a seguir: As operaes de soldagem e corte a quente somente podem ser realizadas por trabalhadores qualificados; Quando forem executadas operaes de solda e corte em chumbo, zinco ou materiais revestidos de cdmio, ser obrigatria a remoo por ventilao local exaustora dos fumos originados no processo de solda e corte, bem como na utilizao de eletrodos revestidos;

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O dispositivo usado para manusear eletrodos deve ter isolamento adequado corrente usada, a fim de se evitar a formao de arco eltrico ou choques ao operador; Nas operaes de solda e corte, obrigatria a utilizao de anteparo eficaz para a proteo dos trabalhadores circunvizinhos. O material utilizado nesta proteo deve ser do tipo incombustvel; Nas operaes de solda e corte de vasilhame, recipiente, tanque ou similar, que envolvam gerao de gases confinados ou semiconfinados, obrigatria a adoo de medidas preventivas adicionais para eliminar riscos de exploso e intoxicao. As mangueiras devem possuir mecanismos contra o retrocesso de chama na sada do cilindro e chegada do maarico; proibida a presena de substncias inflamveis e/ou explosivos prximo aos cilindros; Os equipamentos de soldagem eltrica devem ser aterrados; Os fios condutores dos equipamentos, as pinas ou os alicates de soldagem, devem ser mantidos longe de locais com leo, graxa ou umidade, e devem ser deixados em descanso sobre superfcies isolantes.

5.3 - SEGURANA NAS ATIVIDADES DE TRANSPORTE E MOVIMENTAO DE CARGAS 5.3.1 - Definies Pontes rolantes e talhas eltricas: So mquinas transportadoras utilizadas, em meio industrial, no iamento e locomoo de cargas de um local para o outro. Basicamente uma Ponte rolante composta de viga, carro e talha.

Viga: Uma ou mais Vigas (realiza o movimento na longitudinal para frente - para trs).

Carro / Trole Um carro (realiza o movimento na Transversal para esquerda para direita)

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Talha Uma talha eltrica (realiza o movimento na Vertical para cima para baixo )

Componentes e Acessrios As Pontes rolantes e talhas eltricas possuem componentes e acessrios cujas finalidades so garantir o perfeito funcionamento da mquina e a mxima segurana na operao. Principais Componentes: Freio Sua finalidade garantir a parada do equipamento mesmo depois de cessado o comando na botoeira. A mquina tende a continuar em movimento devido a inrcia adquirida por sua massa durante a movimentao. Devido a este fato, os freios so utilizados para eliminar a inrcia adquirida pela mquina durante a sua movimentao. Botoeira de comando Emergncia: Libera os comandos da botoeira somente se estiver destravada. No momento que o boto de emergncia for travado o circuito interrompido. Cabo de ao de elevao Cabo inteirio que responsvel pela sustentao da carga durante o iamento. Devido os cabos de ao estar sob constante processo de deteriorao, o operador dever observar se os cabos no possuem rompimentos de fios, reduo de dimetro, oxidao, desgaste, corroso, fadiga, dobras ou ns, ferrugem, ou quaisquer anormalidades que comprometam a resistncia do cabo durante a operao. Gancho Pea em ao forjado em formato de anzol, cujo a finalidade garantir a mxima conexo com a carga.

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Antes de realizar a amarrao da carga, o operador dever observar se o gancho gira em torno do tornel / distorcedor. Caso o gancho esteja travado, a carga ao ser iada, poder girar e imprimir presso ao tornel/distorcedor e torcer os cabos de ao da talha.

Trava de segurana

Limite fim de curso So pequenas chaves que ao serem acionadas abrem o circuito, finalizando a operao. Este componente impede a coliso acidental da mquina com a carga ou da mquina com a estrutura da usina. Batente So instalados no final do percurso das vigas de sustentao da mquina, para que no hajam colises/queda da mquina. Chave ON-OFF ou de Tagueamento So chaves instaladas prximas as mquinas para que possibilite rapidamente o desligamento do circuito eltrico em casos de emergncia. Sirene Audiovisual De acordo com a exigncia da NR - 11, toda mquina transportadora dever possuir sinalizao de advertncia durante a sua movimentao. Esta sinalizao pode ser udio (sirenes/alarmes) e/ou visual (lmpadas com acionamento alternado). O ideal que seja usados os dois tipos de sinalizao em conjunto: Sirene Audiovisual, para maior segurana do operador e das pessoas que possam estar prximas ao equipamento durante a sua movimentao.

Sirene Audiovisual: acionada assim que o boto de emergncia destravado. Enquanto a mquina estiver em operao a sirene estar ligada. Operao da Mquina com Segurana fundamental para o operador, antes de qualquer coisa, ter conhecimento da capacidade mxima do equipamento. Utilizar um equipamento com capacidade inferior a carga a ser suspensa cometer um ato inseguro que provocar srios danos ao equipamento e o mais grave: o acidente. Outra medida importante verificar se a rea na qual a carga ir passar est livre e desobstruda, j que o operador dever se deslocar olhando para a carga. Isole a rea com fita zebrada e/ou coloque

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placas de advertncia nos acessos ao local por onde a carga ser iada. CARGAS SUSPENSAS SOBRE PESSOAS Corda Guia amarrada a carga

NUNCA PASSE COM

Um auxiliar do operador ir controlar o giro da carga durante o iamento. Para utilizar este recurso necessrio que o operador e o auxiliar verifiquem se a corda possui comprimento maior que a altura a qual a carga ser iada, pois se a corda for menor, o auxiliar ter que se posicionar debaixo ou muito prximo da carga. Ateno: extremamente proibido realizar quaisquer tarefas sob cargas suspensas por mquinas transportadoras. Amarrao da Carga com Segurana O Operador dever realizar a amarrao da carga, procurando distribuir os acessrios de amarrao de maneira tal, que a fora resultante passe pelo centro de gravidade da carga, proporcionando assim uma maior distribuio do peso, evitando sobrecarga no acessrio e o giro da carga durante o iamento. Acessrios de Amarrao So dispositivos utilizados para a melhor conexo (engate) do gancho e carga. Dentre diversos tipos de acessrios empregados no meio industrial podemos destacar os seguintes: Estropos, cintas, sapatilhas, cabos de ao, estribos, anis, aneles, manilhas, grampos, soquetes, esticadores. O Operador dever ter conhecimento do acessrio adequado para o tipo de carga a ser iada. importante ressaltar que a primeira providncia para escolher adequadamente um acessrio de amarrao verificar se ele compatvel com o peso da carga a ser iada. Outro ponto a ser verificado so as dimenses da carga. Caso a carga tenha uma dimenso muito maior que as outras (Ex: tubos), devero ser iadas preferencialmente com cintas. Operador ter que enforcar o acessrio no tubo ao invs de pass-lo por fora. Quando terminar a amarrao levante a carga alguns centmetros para verificar se est bem equilibrada. Caso a carga possua muitas quinas-vivas devero ser colocados protees entre as quinas e o acessrio evitando assim o seu amassamento e/ou rompimento.

Proteo de papelo, flanela, madeira, tiras de borracha.

Ateno: nunca utilize o cabo de ao do gancho para realizar amarrao da carga. Falhas de Operao: Durante o iamento e locomoo da carga existem alguns erros que so freqentes aos operadores 1) Picoteios no Comando

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So impulsos (toques) rpidos e sucessivos dados na botoeira. Este tipo de ao provoca danos aos componentes eltricos do painel (queima e desarme), alm de fazer que a carga ganhe movimento pendular (balano). Para evitar este erro, calcule a posio da parada da carga e acione de maneira contnua os comandos da botoeira. 2) Movimento Pendular da Carga Caso a carga comece a balanar espere a carga ficar em prumo com a mquina e avance com a mquina no sentido do movimento do pndulo da carga.

Movimento Pendular
3) Posio Incorreta do Gancho

Errado

Certo

Nunca faa o iamento de uma carga se o gancho no estiver posicionado na vertical em relao carga, ou ento o ponto de sustentao da carga estiver fora da sela do gancho. O operador ao usar o acessrio de iamento, dever deix-los com folga para o engate correto do ganho.

Certo: Ponto de sustentao da carga sobre a sela do gancho

Errado: Provoca a abertura do gancho

4) Arrastamento da Carga em Solo Erro muito comum entre os operadores iniciantes. O operador no ergue a carga por completo e inicia a movimentao da mquina transportadora com a carga ainda em solo, promovendo tenso nos cabos e na talha eltrica podendo provocar srios danos ao equipamento (queima de motores e rompimento dos cabos de elevao) e o mais grave: a queda do carro ou da talha sobre o operador. Ateno: Acidente com potencial de MORTE. 5) Posicionamento da Ponte/Talha fora do Prumo da Carga Este erro acontece quando o operador realiza a amarrao da carga, estando a mquina transportadora fora do prumo da carga. Ao dar incio a operao, a ponte/talha ir sofrer uma srie

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de tenses para as quais no foi dimensionada. A ponte/talha dimensionada para suportar esforos na vertical. Veja o esquema a seguir: Para evitar este erro siga os seguintes passos :

1) Posicione a ponte/talha em prumo com a carga; 2) Eleve a carga totalmente do solo; 3) Realize a movimentao da carga. 6) Transporte de cilindros de presso Este erro acontece quando o operador realiza a amarrao do cilindro pela vlvula ou pelo capacete (capuz), podendo causar o desprendimento do cilindro durante o iamento e conseqente queda e exploso. Para evitar este erro o operador dever iar os cilindros dentro de suportes (carrinhos) com os cilindros presos ao mesmo e o gancho engatado no suportes (carrinhos) com o auxlio de acessrios de amarrao. 7) Elevar peas fixas no solo ou estruturas Este erro acontece quando o operador tenta extrair uma pea, equipamento ou material que esteja de alguma forma fixo em uma outra estrutura. Este erro poder queimar os motores do equipamento, romper os cabos de elevao e o mais grave: A queda do equipamento sobre o operador. Ateno: Acidente com potencial de MORTE Sinalizao e Comunicao de Segurana Sempre que possvel o operador ter que ter seu campo de viso livre durante a operao. Caso isto no seja possvel, a operao deve ser realizada com auxlio de um Sinaleiro. O sinaleiro e o operador tero que possuir treinamento especfico em sinais para operao de equipamentos de guindar. Para maior eficincia da operao, alm da comunicao via sinais o operador e o sinaleiro devero se comunicar tambm via rdio. O sinaleiro dever solicitar aos demais usurios da faixa que durante o perodo da operao que no ocupem ou interrompam a comunicao. Sinais para operao de ponte rolante e talhas eltricas

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Subir o gancho

Abaixar o gancho

Deslocar o carro da ponte

Utilizar gancho (1, 2 , etc...)

Deslocar a ponte

Parada (Inclusive de emergncia)

Deslocar a ponte (sentido contrrio)

Operar Lentamente (esfregando as palmas das mos)

Manuteno Preventiva e Corretiva De acordo com a NR 11, que trata de Transporte, Movimentao, Armazenagem e Manuseio de Materiais. Todos os transportadores industriais sero permanentemente inspecionados e as peas defeituosas, ou que apresentem deficincias, devero ser imediatamente substitudas. Toda ponte rolante/talha eltrica ter que ser inspecionada periodicamente, em intervalos de tempo de acordo com a freqncia de uso e importncia ao processo. Estas inspees sero feitas seguindo um Check List padro (definido por uma equipe especializada), e depois de realizada a inspeo a equipe de manuteno dever enviar um relatrio aos responsveis pelo equipamento. O operador ao encontrar a ponte rolante/talha eltrica fora de funcionamento, dever entrar em contato imediato com a equipe de manuteno. Em hiptese alguma o operador dever tentar solucionar o problema, pois no conhece os riscos inerentes ao equipamento e, alm disso, poder estar agravando o defeito do equipamento. Cuidados com a ponte rolante/talha eltrica: No deixe o equipamento exposto ao tempo, pois a gua da chuva e agentes agressivos (minrio, carvo, slica, etc) estragam rapidamente o equipamento. Aps o uso posicione o equipamento sob uma rea coberta. Lembre-se: Operando um equipamento com defeito voc est aumentando o risco de acidentes de sua atividade. Inspeo Prvia feita antes de por o equipamento em funcionamento. O operador dever fazer uma inspeo prvia no equipamento, verificando os itens do Check List Pr Operacional. Caso haja a algum item que esteja desconforme, o equipamento deve ser Tagueado e a equipe de manuteno comunicada imediatamente (enviar uma cpia do Check List Pr Operacional).

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Lista de Verificao de Segurana


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 ITENS VERIFICADOS O rolamento do cabo no tambor feito de forma a no oferecer riscos de desgaste para o mesmo ? H algum fio quebrado ? H alguma marca de dano em alguma parte do cabo ? H presena de dobras ou ns ? H sinais de corroses ? H sinais de danos ou forte desgaste das ligaes da extremidade ? Os dispositivos de fim de curso esto funcionando em todos os sentidos ? O sistema de freio est funcionado ( translao da ponte, trlei e gancho ) ? Nas pontes rolantes sem barramento, o cabo de alimentao eltrica apresenta sinais de desgaste ? Ao longo da rea de movimentao do cabo de alimentao eltrica, existe algum objeto que possa ser agarrado pelas ondulaes do mesmo ? A escada e/ou plataforma de acesso apresenta alguma irregularidade ? Na botoeira est com o seu funcionamento normal ? Se a ponte/talha estiver em manuteno, esto sendo usados TAGS e cadeados de segurana ? Existe material estocado muito prximo ao barramento ? O iamento de carga feito com os cabos operando na posio vertical ? Aps desenrolar o cabo de elevao at o limite inferior, restam ainda duas voltas do cabo em cada lado do tambor ? As roldanas do gancho apresentam sinais de desgaste ? Os trilhos e/ou vigas de rolamento esto desgastados ou desalinhados ? A fixao do cabo no gancho e no tambor apresenta alguma irregularidade ? H algum vazamento nos redutores de translao da ponte e do trlei, e no redutor do gancho ? As rodas de translao da ponte e do trlei apresentam irregularidades ? Os cabos do guincho esto lubrificados ? Existe sinal de desgaste no gancho ? O gancho est trincado ou muito aberto ? h deformaes excessivas ? Tores ? H Sirene Audiovisual que indique se a ponte/talha est em operao ? As correntes, estropos e cintas de nylon usados pelo operador esto bem conservados ? O kit de segurana ( trava para cabos instalado no gancho ) est funcionando ? As correntes, estropos e cintas de nylon esto dimensionadas de acordo com o peso a ser iado ? O operador Treinado ? Habilitado ? Qualificado ? Durante a operao a ponte/talha est apresentando sinal de defeitos ? Antes de iar uma carga voc testa os mecanismos da ponte/talha ? O que faz quando constata defeitos na ponte/talha ? O operador executa a pr-inspeo de iamento ? O operador executa a pr-inspeo do acessrio de iamento ? O operador e o sinaleiro conhecem os sinais para operaes de iamento ? A rea de operao est desobstruda ? Existe acmulo de sujeira, leo, graxas nos comandos e botoeiras ?

5.4 - ANLISE DE RISCO DE ACIDENTES EM PROCESSO INDUSTRIAIS um mtodo sistemtico de anlise e avaliao de todas as etapas e elementos de uma determinada atividade para: Desenvolver e racionalizar toda a seqncia de operaes que o trabalhador executa; Identificar os riscos potenciais de acidentes fsicos e materiais; Identificar e corrigir problemas de produtividade; Implementar a maneira correta para execuo de cada etapa do trabalho com segurana. Cria uma base para um desenvolvimento adequado do trabalho levando a um produto que atinge os requisitos de qualidade exigido pelo cliente. Cria uma base para um custo efetivo de produo do produto atravs do direcionamento do empregado para tcnicas sabidamente corretas (testadas e aprovadas).

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Envolve totalmente empregados, supervisores, chefes e profissionais de segurana no desenvolvimento de praticas seguras de trabalho, criando novas motivaes, eliminado o desinteresse. A ART bem implementada torna os trabalhadores mais participativos com: 1) novas sugestes; 2) alertas acerca de outros riscos. 3) certeza de que o programa de segurana confivel e efetivo. A analise de risco de trabalho, como uma tcnica de soluo de problemas, pode ajudar-nos a: Identificar problemas reais que possam ter sido ignorados durante a seleo de equipamentos ou na elaborao do layout do local de trabalho. Encontrar problemas potenciais que podem resultar em mudanas no produto produzido ou etapas do processo. Avaliar possveis maneiras para prevenir acidentes, paradas de produo, deficincias na qualidade e redues no valor do produto. Conhecer tcnicas ocultas de produtividade e qualidade praticadas por operadores. Identificar abusos cometidos no processo produtivo, de qualidade e segurana cometidos por empregados; Usar todas as informaes disponveis em treinamento para empregados novos, transferidos. PORQUE ELABORAR ANALISES DE RISCO DE TRABALHO? Para a empresa ser economicamente saudvel, devemos ser eficientes. Para fazermos as coisas da maneira correta, sem erro, na primeira vez. Para termos um aproveitamento total das pessoas, equipamentos e do local de trabalho. Para proteger os empregados e ter o local de trabalho livre de riscos desconhecidos. Resumindo, uma ART uma maneira sistemtica para o reconhecimento de: Exposies a riscos ou acidentes. Possveis problemas e incluindo produo, qualidade ou desperdcio. Desenvolver maneiras corretas para realizao das tarefas de forma que atos inseguros, condies inseguras, acidentes, falhas, retrabalhos e desperdcios no ocorram. Fazer da maneira certa sem perdas de qualquer espcie. Elaborao Esclarea que a ART apenas quanto tarefa em si, no colocando em jogo o desempenho de trabalho do empregado. Uma vez que uma tarefa tenha sido escolhida para anlise, explique ao trabalhador o propsito da ART e discuta o processo de trabalho com o empregado que desempenha a tarefa. Todas as atividades devero ser analisadas nos seus detalhes, porm deve-se ter como critrio bsico para a anlise os seguintes fatores: Anlise do processo; Atividades que podero gerar leses, esmagamento, cortes, queimaduras, decepamentos de membros, etc., ou at a morte; Atividades que geram acidentes com freqncia; Atividades com produtos qumicos; Riscos ergonmicos; Arrumao e limpeza; Uso de equipamentos de proteo individual; Treinamentos;

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Outros. Etapas do trabalho Envolva o empregado em todas as fases da anlise; desde a discusso de qual a melhor maneira para execuo de cada passo da tarefa at a discusso de riscos em potencial e solues recomendadas. Observe atentamente os detalhes do trabalho antes de iniciar a anlise. Divida o trabalho discriminando suas etapas bsicas. O que feito primeiro, o que feito em seguida e o que feito depois e como fazer corretamente. Voc pode fazer isto: Observando atenta e detalhadamente todos as operaes do trabalho. Conversando com o operador sobre sua experincia no desempenho da funo. Esboando seu conhecimento do trabalho observado. Descreva as etapas na sua ordem normal de ocorrncia. O que realmente feito, no os detalhes de como feito. Implementao 1 - A aprovao final para a Anlise de Risco do Trabalho deve ser dada somente aps revisada pelo gerente, supervisor, empregado e outros responsveis pela designao do procedimento de trabalho. 2 - Para implementar a Analise de Risco do Trabalho aprovada, o supervisor deve treinar aos empregados envolvidos. 3 - A Anlise de Risco do Trabalho deve ser revisada periodicamente com os empregados envolvidos de forma que estes saibam como deve ser executados os trabalhos em qualquer tipo de acidentes. 4 - A qualquer tempo que a Anlise de Risco de Trabalho venha a ser revisada, deve ser providenciado treinamento dos novos mtodos de trabalho ou medidas protetoras para todos os empregados afetados pela mudana. 5 - A Anlise de Risco de Trabalho tambm deve ser utilizada para treinar novos empregados quanto ao processo produtivo e preveno de acidentes. 6 - Documente o envolvimento de todos os participantes ao encerrar o treinamento. 7 - Coloque uma cpia da anlise, quanto o trabalho for em mquinas, prximo do operador para consultas ou fiscalizaes. 8 - Encaminhe uma cpia da anlise de risco do trabalho e o documento assinado por cada trabalhador treinado para ser arquivado em seu departamento, ao setor de segurana do trabalho em seus respectivos pronturios, no departamento pessoal. 9 - A anlise dever ser revista sempre que ocorrer alteraes no processo, no maquinrio, layout ou equipamento. Procedimentos corretos Para cada trabalho analisado, pergunte a voc mesmo: qual o melhor procedimento para que o operador execute sua funo sem erros e sem riscos e com qualidade? Voc poder responder: Observando melhor a seqncia do trabalho. Discutindo com o operador ou com outros trabalhadores mais experientes na funo. Aplicando todo seu conhecimento e experincia. Pesquisando algum acidente ocorrido na atividade para reforar sua concluso. Seja claro ao estabelecer os procedimentos para execuo da tarefa, no procure sofisticao, mas processos rpidos, simples, racionais e eficientes.

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Nos procedimentos que o operador dever seguir, no omita nenhum detalhes da atividade, do maquinrio, de ferramentas, de postura, do prprio processo, de sade, etc. Ao orientar o trabalhador quanto ao procedimento correto e cuidados ao ter ao efetuar a operao, evite generalizar frases como "seja cauteloso", "esteja atento", "tome cuidado", etc. Exemplo: Use luvas de raspa ao invs de "Tomar Cuidado" com a chapa metlica, devido ela ser cortante. Riscos de Acidentes Estude cada etapa de um trabalho separadamente. Pergunte a voc mesmo que acidente poderia acontecer em cada etapa de trabalho. Voc poder responder: Observando o trabalho Conversando com o operador Analisando acidentes ocorridos. Quando voc analisar cada etapa de um trabalho dever dar ateno aos seguintes agentes que causam acidentes: Posicionamento - trabalhos em mquinas cujo ponto de operao permite a introduo de dedos ou da mo. Choque eltrico - Fios expostos, principalmente se o trabalho esta relacionado com eletricidade. Produtos qumicos - contato permanente ou no com qualquer destes produtos. Fogo - cortando ou soldando em locais imprprios, riscos de vazamentos ou derramamentos de produtos inflamveis que possibilitem fogo pela natureza da atividade ou do ambiente. 1 - rea de trabalho Pisos e passagens - irregulares, obstrudas, escorregadias, com salincia ou buracos. Arrumao ou limpeza inadequada. Falta de espao. Pilhas inseguras ou materiais sobre a cabea. Exposio a poeiras, fumos e substncias qumicas. 2 Materiais Pesados - de difcil manejo, cortante, quente, corrosivo, txico, inflamvel, perfurante. 3 - Mquinas ou equipamentos Partes mveis, correias, correntes, engrenagens e roldanas desprotegidos. Pontos de operao que permitem o acesso do operador. 4 - Ferramentas Adaptadas, falta de manuteno, inadequadas ao trabalho, gastas, usadas de formas incorretas. 5 - Equipamento de Proteo Individual (E.P. I) Inadequado ao trabalho, usado incorretamente, falta do E.P.I. 6 Ergonomia Postura incorreta, repetitividade de movimentos, levantamento de peso, monotonia, 7 - Outros riscos de acidentes: Falta de treinamento Layout inadequado

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Fazer reparos em mquinas ou equipamentos em movimento. Falta de planejamento de uma atividade. Transferncia de funcionrios de um setor para outro. Reviso Aps voc ter elaborado seu rascunho da ART, revise-a: 1 Revise, na prtica, cada etapa do trabalho elaborado para ver se as seqncias das operaes, os riscos e os procedimentos para execuo das tarefas e segurana esto corretos ou podem ser melhoradas na sua eficincia, qualidades do trabalho, sem comprometer a segurana. 2 - Encontrar uma nova maneira de fazer o trabalho a fim melhorar a produtividade e de eliminar os desperdcios, melhorando as etapas do processo ou modificando sua seqncia, ou se forem necessrios modificando equipamentos e precaues de segurana e sade para eliminar ou reduzir os riscos; 3 - Modificar as condies fsicas e ambientais que geram os riscos de acidentes, tais como ferramentas, materiais, equipamento, layout, produtos, matrias primas e meio ambiente. 4 - Eliminar riscos presentes modificando o procedimento de trabalho. 5 - Descreva exatamente o que o empregado precisa saber a fim desempenhar a tarefa utilizando-se deste novo mtodo. 6 - Reveja todo o processo com os empregados que executam as tarefas. Anote suas idias sobre o processo, os riscos, e os melhores procedimentos adotados para executar as operaes. 7 - Assegure-se de que os empregados entenderam o propsito da ART e as razes para as modificaes no procedimento de seu trabalho. 8 - Encaminhe para os gerentes, chefes e supervisores dos setores envolvidos as anlises de risco elaboradas para conhecimento e aprovao.

6 - MEIO AMBIENTE
Constitui-se num conjunto de elementos e fatores indispensveis vida, de ordem fsica, qumica e biolgica. 6.1 - POLUIO A poluio uma contaminao do ambiente devido introduo de substncias nocivas. O Homem, na nsia incontrolvel de chegar mais longe, est, na opinio de muitos, a destruir-se. A poluio alastra... - os rios esto cada vez mais sujos; - os barcos petroleiros despejam nos oceanos grandes quantidades de petrleo; - os peixes morrem; - afetam desfavoravelmente a flora e a fauna; - o ar est irrespirvel, principalmente nas grandes zonas industriais; - o rudo provoca graves doenas nervosas; - afetam as condies estticas ou sanitrias do Meio Ambiente; - lanam matrias ou energias em desacordo com os padres ambientais estabelecidos; - as lixeiras conquistam as zonas verdes... Desde a Revoluo Industrial que a poluio existe, pois os fumos que saam das chamins das fbricas matavam muitos seres vivos.

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Em 1972, na conferncia das Naes Unidas sobre o ambiente em Estocolmo, todas asnaes do mundo concordaram em tentar resolver a questo. Porm, ainda hoje esto em circulao produtos qumicos que contribuem para a poluio. 6.1.1 - Poluio das guas As guas podem ser contaminadas por descargas de resduos industriais, por esgotosurbanos e pelos acidentes dos petroleiros, sendo esta ltima a grande causa da poluio das guas. Os esgotos urbanos, das fbricas de papel, da indstria alimentar e dos curtumes estocarregados de materiais orgnicos. Ao serem despejados para a gua, vo formar uma fonte nutritiva que ir provocar o aumento das populaes (bactrias, fungos...). Este fenmeno, chamado eutrofizao, provoca um elevado consumo de oxignio, criando dificuldades vida dos crustceos, aos moluscos, aos peixes... A poluio qumica divide-se em dois tipos: - de matrias biodegradveis - so matrias que rapidamente se decompem (petrleo, fertilizantes e alguns insecticidas); - de matrias persistentes - so matrias que demoram a decomporem-se (mercrio e alguns insecticidas). Os txicos persistentes, ao passarem nos vrios nveis trficos, vo se concentrando em quantidades cada vez maiores, pondo em perigo os ltimos nveis trficos.Muitas fbricas fazem quantias enormes de lixo. Frequentemente, o modo mais fcil de se livrarem do lixo atirando-o para rios mais perto. O Reno tem sido apelidado de "o principal esgoto da Europa". A poluio provocou a morte biolgica de muitos rios e lagos da Amrica do Norte. Umdos exemplos mais conhecidos o do lago Eire, na Amrica. Em anos, foram deitados, neste lago, esgotos e lixos de fbricas, bem como enormes quantidades de nitratos dos fertilizantes usados nas agriculturas nos terrenos vizinhos, at que o lago deixou de ser sustentar qualquer tipo de vida.

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Em 1986, aconteceu um grande acidente numa fbrica de produtos qumicos da Sua,resultou no despegar uma grande quantidade de produtos txicos no Reno. Esta poluio de uma das vias fluviais da Europa ameaou alguns pases vizinhos que o Reno atravessa, faz um enorme recuo nos anos de esforo e trabalho para a limpeza do rio. Em todas as principais correntes ocenicas pode-se encontrar petrleo. Como o petrleo no facilmente degradvel, est a tornar-se um srio risco, pois elas podem andar deriva durante anos volta do mundo. A maior contribuio para a poluio dada pelos motoristas que, ao mudarem o leo do carro, despejam-no para qualquer lado. Este, ao infiltrar-se na terra, h-de atingir o mar atravs das guas subterrneos. Mesmo no meio oceano, a vida selvagem afectada. As gotas de petrleo provocam anomalias nos ovos e nas larvas dos peixes. As aves tambm so muito afectadas, porque confundem os derrames de petrleo com guas calmas e, ao pousarem na gua, as sua penas ficam oleadas impedindo que voem, ficando ali a morrer de desidratao e de cansao. Os esgotos aparecem a cu aberto ou imersos, contaminando as guas martimas. Nos pases ocidentais, os detritos so tratados em centrais, principalmente colocados fora das cidades. Os despejos das guas que foram utilizadas no tratamento podem trazer preocupantes problemas de poluio para as praias, onde se concentra um enorme nmero de doenas. 6.1.2 - Poluio Atmosfrica So alteraes no ar atmosfrico em sua composio natural, por introduo de elemento estranho fora dos padres ambientais, ou por desequilbrio na poro de seus componentes, de maneira a causar prejuzos ambientais com danos a sade e economia. Exemplo: Poeira, fumaa, gases, etc. Controle da Poluio Atmosfrica O controle das emisses atmosfrico industrial deve ser feito atravs de introduo adequada dos equipamentos industriais que so na sua maioria despoeiramento e instalao de sistemas especficos para controle da poluio. Equipamentos de Controle da Poluio Atmosfrica -Precipitadores Eletrostticos - a poeira carregada eletricamente e a seguir retirada por ao magntica. -Filtros de Mangas - indicados para a remoo de poeiras, estas so retidas ao atravessarem um tecido industrial (similar ao aspirador de p). -Ciclones - removem poeiras mais grossas, por ao de fora centrfuga. -Lavadores - a poeira retirado do ar por spray de gua alta presso A maior parte da poluio atmosfrica resultante de algumas atividades humanas, tais como fumos e gases das chamins das fbricas e dos tubos de escape dos motores de automveis, motos... O ar poludo no se encontra nas grandes cidades e nas reas industriais. Desde que as condies atmosfricas sejam favorveis, esta poluio poder se levada para longe, podendo atingir os espaos rurais. Assim, quase todos os seres vivos esto sujeitos a um ar poludo que: - afeta a sade; - altera o ambiente;

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- compromete as culturas; - corri os edifcios. O smog resulta da juno de nevoeiros persistentes com elementos poluentes que existem na atmosfera. As chuvas cidas formam-se devido acumulao de dixido de enxofre libertado por vrias fbricas que utilizam carvo e hidrocarboneto. O dixido de enxofre junto com a gua origina o cido sulfrico que bastante corrosivo.

O vapor da gua, o dixido de carbono, o azoto, entre outros, alm das grandes percentagens tm uma importncia vital, a eles se deve o equilbrio trmico da Terra e a possibilidade de vida. As radiaes solares atravessam a atmosfera antes de atingirem a Terra: uma parte da energia absorvida diretamente pela atmosfera, outra reenviada para o espao e outra atinge o solo. Atravs das medies cientficas, pode observar-se que esto a dar-se alteraes na composio qumica do ar. A concentrao de gases tem aumentado.

6.1.3 - Poluio dos solos So modificaes ocasionais no solo adivinhas de disposio inadequada de materiais slidos, lquidos e gazes. Exemplo: Rejeitos industriais, lixo domstico, etc.

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Controle da Poluio por Resduos O controle de poluio por resduos no pode consistir apenas no controle da sua disposio, mas principalmente na reduo da gerao, reutilizao, reciclagem e comercializao. Sistemtica para Controle da Poluio por Resduos Segregao - Consiste em separar os resduos para que no haja contaminao entre eles. Exemplo: Papel/papelo, vidro, metal, lixo orgnico/rejeito. Acondicionamento - consiste em depositar cada material separadamente em recipientes especficos. Exemplo: Papel/papelo na lixeira de papel; plstico na lixeira de plstico; vidro na lixeira de vidro; metal na lixeira de metal; lixo orgnico/rejeito na lixeira de lixo; leo em tambores; etc. Baias de Conteno - consiste em uma rea com proteo de mureta normalmente em tijolo/bloco ou concreto, para que o material ali depositado, no seja carregado pela a chuva para as pistas e sistema de drenagem. Disposio Adequada - consiste em depositar o material em recipientes apropriados. Exemplo: Lixeira, cestos, tambores, caixas e baias de conteno, etc. Ptios Apropriados Consiste em reas pr-estabelecidas para depositar um determinado tipo de material, e com proteo de muretas, cortinas de proteo com rvores e sistema de drenagem apropriado para o escoamento da gua e recolhimento do material ali depositado. O solo : - a base dos ecossistemas; - um reservatrio de gua; - suporte prioritrio da atividade agrcola; - espao onde o Homem desenvolve as suas atividades e deposita resduos produzidos. A poluio provocada pela existncia de algumas lixeiras a cu aberto e da utilizao de pesticidas e herbicidas na agricultura. Numa cadeia alimentar, o veneno ingerido pelos animais mais pequenos. Outros, de maior porte, comem os mais pequenos. Por fim, as aves de rapina, as raposas, os texugos, acabam a cadeia alimentar. O problema dos pesticidas que, ao passarem pelos vrios nveis trficos, vo-se decompondo muito lentamente, fazendo com que os ltimos nveis trficos recebam uma maior concentrao de pesticidas.

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O Homem tem adicionado fertilizantes artificiais no solo. Com a introduo dos fertilizantes, os lavradores abandonaram as suas prticas tradicionais. Tem-se verificado que as plantas crescem em conseqncia dos fertilizantes artificiais com tendncia para: - diminuir as qualidades nutritivas; - durarem menos quando armazenadas; - ficam contaminadas com resduos agro-qumicos; - estimularem a proliferao das pragas. Os fertilizantes e os biocidas (produtos qumicos que destroem os organismos vivos considerados prejudiciais para as culturas), ao permanecerem no solo so absorvidos pelas plantas e animais, podendo originar um grande risco para a sade. Os insetos absorvem-nos e morrem rapidamente. Alguns pesticidas, fixando-se no solo, impedem a nitrificao (formao dos nitratos na Natureza, atravs de transformao das substncias orgnicas contidas nos dejetos, nos cadveres dos animais e nos detritos vegetais) do solo pelas bactrias. O aumento da populao e os hbitos alimentares originaram grandes quantidades de detritos humanos e animais, sendo a sua eliminao um grave problema de soluo. A agricultura que

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praticada sem se utilizarem fertilizantes nem pesticidas sintticos designa-se por agricultura biolgica. Esta agricultura foi utilizada pelo Homem antes desta ser sido substituda pela agricultura qumica, que se desenvolveu, sobretudo nos ltimos cinqenta anos. Nesta agricultura, os produtos tm maior valor nutriente, no poluindo o solo nem as guas, como acontece como a agricultura qumica. O problema dos resduos outro grave poluidor dos solos.

Esta notcia revela-nos que o problema dos desperdcios tanto ambiental como econmico. Os resduos urbanos so um dos aspectos do grave problema dos detritos. Como no diz a notcia, os resduos industriais so considerados perigosos para a sade, e um dos grandes perigos para a natureza ambiental a nvel no s da Europa, mas de todo o mundo. Para que se aproveite ou elimine os lixos urbanos, importante conhecer-se: - a quantidade de lixos produzidos; - as suas caractersticas; - o destino final. Para que se consigam tomar medidas adequadas quanto as seu tratamento e possvelrecuperao, ainda necessrio saber a sua composio. Esto colocados, em Portugal, cerca de 2500 vidres (em 1989), que servem uma populao de 4 milhes de habitantes, principalmente, nas grandes cidades do litoral. Para embalar lquidos alimentares (leite, cerveja, vinho, refrigerantes, etc.) tem-se utilizado cada vez mais a "tara perdida". Em vez de serem postos num aterro ou numa lixeira, alguns resduos podem ser utilizados novamente, como por exemplo: - as cinzas das centrais trmicas da E.D.P. so aproveitadas no processo de produo de cimento pela Cimpor e pela Secil; - os pneus usados podem ser queimados para produzir energia.

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7 - RESPONSABILIDADE DAS EMPRESAS EM ACIDENTES DE TRABALHO


Quem tem o poder, tem o dever correspondente Quem cria o risco, tem o dever de evitar o dano No sou eu que quero, a norma que exige Eliminao dos riscos, as relaes sociais evoluem muito rapidamente, s esperar. para ver Quem cria o perigo, ainda que no tenha culpa, tem o dever de elimin-lo Se assim , para quem cria o perigo, mesmo que no tenha culpa, com muito maior razo haver de ser responsabilizado quem cria ou mantm em trfego, em movimento, irradiao ou escoamento, algo que seja fonte de perigo Histrico Constituio Federal/88, aspectos de Segurana e Sade do Trabalhador: Captulo II - Dos Direitos Sociais art 6. - So direitos sociais a educao, a sade, o trabalho, o lazer, a SEGURANA, a previdncia social, a proteo maternidade, infncia e assistncia aos desamparados, na forma desta Constituio. art 7. - So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem a melhoria de sua condio social. XXII - Reduo de riscos inerentes ao trabalho, por meio de Normas de Sade, Higiene e Segurana. XXVIII - Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenizao a que este est obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. Lei 8213 de 24 de Julho de 1991 art. 19 - Conceito legal - Acidente do Trabalho Acidente do Trabalho aquele que ocorrer pelo exerccio do trabalho servio da empresa, provocando leso corporal ou perturbao funcional que cause a morte ou perda ou reduo, permanente ou temporria, da capacidade para o trabalho. art. 20 - Conceito legal - Doena Ocupacional/Trabalho Doena Ocupacional aquela produzida ou desencadeada pelo exerccio do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relao elaborada pelo Ministrio do Trabalho e da Previdncia Social. Doena do Trabalho aquela adquirida ou desencadeada em funo de condies especiais em que o

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trabalho realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relao elaborada pelo Ministrio do Trabalho e da Previdncia Social. .1 A empresa responsvel pela adoo e uso de medidas coletivas e individuais de proteo e segurana da sade do trabalhador. . 2 Constitui contraveno penal, punvel com multa, deixar a empresa de cumprir as Normas de Segurana e Higiene do Trabalho.

7. 1 - DEFINIES LEGAIS Responsabilidade - (Lngua Portuguesa) Qualidade de responsvel. Obrigao de responder por certos atos ou fatos. Responsabilidade - (Definio Jurdica) Obrigao jurdica de responder, algum, pelos prprios atos de outrem, em virtude de determinao de lei ou obrigao a qual se vinculou voluntariamente, quando estes atos no implicam em danos a terceiros ou a uma violao da ordem jurdica. Responsabilidade Solidria Consiste na delegao de servios e ou tarefas sem que isso implique a desobrigao de atender conseqncias das aes praticadas pelo subcontratado. Culpa No direito penal a omisso voluntria de diligncia ou cuidado, falta ou demora no prevenir ou obstar um dano. Nada mais grave do que a violao de um dever pr-existente em que o agente procede ou com imprudncia, impercia ou negligncia. Imprudncia a atuao intempestiva e irrefletida. Consiste em praticar uma ao sem as necessrias precaues, isto , agir com precipitao, inconsiderao, ou inconstncia. Impercia a falta de especial, habilidade, ou experincia ou de previso no exerccio de determinada funo, profisso, arte ou ofcio. Negligncia a omisso voluntria de diligncia ou cuidado, falta ou demora no prevenir ou obstar um dano. Graus de Culpa:

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Grave Se d quando o sujeito ativo pratica a conduta com a inteno dolosa, ou por negligncia, imprudncia ou impercia, consideradas imprprias ao comum dos homens. Leve aquela evitvel apenas com ateno ordinria. Levssima s evitvel com ateno extraordinria. Modalidade de Culpa Culpa in eligendo Quando provm da falta de cautela ou providncia na escolha do preposto ou pessoa a quem confiada a execuo de um ato, ou servio. Caracteriza-se, exemplificativamente, o fato de admitir ou de manter o preponente a seu servio, empregado no legalmente habilitado ou sem as aptides requeridas, ou seja, a m escolha do representante ou preposto. Responsabilidade do Diretor, pelo encarregado de obras que descumpre normas de segurana. Culpa in vigilando a que origina da inexistncia de fiscalizao por parte do patro sobre a atividade de seus empregados ou prepostos. Responsabilidade do encarregado de obras, por acidente causado por seu funcionrio, por falta de fiscalizao. Culpa in omitendo a que tem como fonte de absteno, a negligncia. Responsabilidade decorrente da no proibio do incio da construo de uma aleta, no havendo materiais para escoramento. Culpa in custodiendo a que emana da falta de cautela ou ateno do agente a respeito de algo que encontra-se sob a sua responsabilidade e cuidados. Responsabilidade civil do proprietrio de um veculo que o empresta para um terceiro, que causa um acidente. Culpa in comitendo a que o sujeito pratica ato positivo (doloso ou culposo), na forma de imprudncia. Excesso de velocidade. Critrios que tem sido adotados para aferir a culpa Objetivo Tem em vista o homem mdio, quer dizer, sua inteligncia e perspiccia. Previsvel um resultado quando da ocorrncia de seu evento que pode ser exigido do homem comum e normal, da sua ateno pessoal e diligncias ordinrias. Em outras palavras, aquilo que se poderia exigir da maioria das pessoas. Diligncia Ordinria do Cidado Comum: Permitir que o empregado permanea em lugar com risco de queda com diferena de nvel.

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Diligncia Extraordinria do Tcnico: Deixar de cumprir uma Norma Regulamentadora, dentre as que integram as Normas Gerais de Segurana Medicina e Higiene do Trabalho. Subjetivo No aceita o parmetro do homem mdio, que abstrao, e recomenda que se deve levar em considerao a personalidade do indivduo, quer dizer, suas condies personalssimas (idade, sexo, grau de cultura, etc,). Ato ilcito Sua definio foi dada pelo prprio legislador ao dizer que Aquele que por ao ou omisso voluntria, negligncia ou imprudncia, violar direito ou causar prejuzos a outrem, fica obrigado a reparar o dano. art. 159 - Cdigo Civil. O ato ilcito ou omisso pode ser causado por ao ou omisso. Se a ao ou omisso for voluntria, intencional, o ato ilcito praticado DOLOSO. Se a ao ou omisso for involuntria, mas o dano ocorre, o ato ilcito CULPOSO. Espcie de dolo Dolo direto Quando o agente ativo quis o resultado. (art. 18, inciso I - Cdigo Penal). Ex.: Furto. Dolo indireto Quando o sujeito ativo assumiu o risco de produz-lo. (art. 18, inciso I - Cdigo Penal). O dolo indireto comporta duas formas ou seja: Dolo alternativo Quando o sujeito quer um dos eventos que sua ao pode causar. Ex.: Agente desfere tiros contra a vtima, na inteno de mat-la esta, porm, apenas fere. Dolo eventual Quando o agente prev o resultado e, embora no seja esta a razo de sua conduta, aceita-o. Ex.: Motorista que em desabalada corrida, para chegar a um ponto, aceita de antemo o resultado de atropelar uma pessoa. Acidentes decorrentes da atividade da empresa A ao ou omisso voluntria de que resulta danos pessoais, materiais e morais nos prprios empregados ou terceiros, pode ensejar responsabilidade nas seguintes reas: a) Responsabilidade da empresa - Responsabilidade acidentria; - Responsabilidade trabalhista; -Responsabilidade administrativa perante o Ministrio do Trabalho (multas);

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- Responsabilidade civil por danos pessoais, materiais e morais (indenizaes civis); - Responsabilidade perante a coletividade (direitos difusos). b) Outros tipos de responsabilidades - Responsabilidade administrativa perante os rgos que regulamentam a profisso (CONFEA, CREA, CRQ, CRM, OAB, etc,); - Responsabilidade criminal. Responsabilidade Acidentria Tem por mvel assegurar uma fonte alternativa de renda ao acidentado, distribuindo a cobertura do risco empresarial por toda a sociedade. Responsabilidade trabalhista Uma vez ocorrido o sinistro, abre-se ao empregado a possibilidade de, aps o retorno da alta mdica e desde que tenha permanecido ao menos 16 dias em gozo de auxlio doena acidentrio, independentemente de seqelas posteriores deduzir em juzo a estabilidade contida no art. 118 da lei 8213/91, que confere doze meses de emprego e salrio, contados da comunicao da alta mdica. Responsabilidade administrativa perante o Ministrio do Trabalho (multas) No cumprimento das normas obrigatrias de Segurana e Medicina do Trabalho, estabelecidas pela Portaria n 3214/78 - art. 157 - incisos I a IV, da CLT, as empresas encontram-se ao abrigo da legislao repressiva, de ndole punitiva, afastando o inconveniente de serem apenadas com multas e sofrerem embargos de suas obras em andamento, sem prejuzo da responsabilidade civil e criminal superveniente. Responsabilidade civil por danos pessoais, materiais e morais (indenizaes) A responsabilidade da empresa decorrente de sua atividade pode ser de natureza contratual (ilcito contratual) ou extra contratual (tambm denominada culpa aquiliana). Culpa extra contratual Os danos materiais, pessoais e morais causados a terceiros devem ser reparados. Para fins de indenizao, o empregado da empresa que sofrer acidente do trabalho equiparado a terceiro e pode pleitear indenizao civil se o acidente decorreu de culpa que possa ser imputada empresa. (art. 6 - inciso XXVIII da Constituio Federal). Normas e procedimento inseridos nos contratos de trabalho e em regulamentos internos das empresas quanto ao procedimento de seus empregados, podem ser extremamente teis na esfera criminal mas tm defeitos na esfera civil. Em muitos casos, pode-se concluir pela culpa recproca ou concorrente envolvendo a prpria vtima ou terceiros. Entre os danos pessoais, incluem-se tambm o dano esttico, que devido ao acidentado, quando do acidente resulte deformidade ou aleijo. Responsabilidade empresarial, perante a coletividade, direitos difusos/coletivos Da Proteo Constitucional - Constituio Federal/88 - Ao Popular; - Ao Civil Pblica. art. 5Todos so iguais perante a lei, sem discriminao de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes;

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inciso LXXIII Qualquer cidado parte legtima para propor AO POPULAR que vise anular ato lesivo ao patrimnio pblico ou de entidade de que o Estado participe, moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimnio histrico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada m f, isento de custas judiciais e do nus da sucumbncia. art. 129 - So funes institucionais do Ministrio Pblico inciso III Promover o inqurito CIVIL e a AO POPULAR para proteo do patrimnio pblico e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. Acidente decorrente da atividade empresarial em razo da responsabilidade criminal de acidente do trabalho A responsabilidade criminal individual, no se transfere nem pode ser assumida pelo patro, como no caso da responsabilidade civil. Quando do acidente decorre culpa grave, devidamente caracterizada em processo criminal, evidentemente com amplo e irrestrito direito de defesa, assegurado pela Constituio Federal/88 art. 5 - inciso LV: Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so assegurados o contraditrio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, o causador fica sujeito a: Quanto ao Procedimento Criminal - art. 5 e 27 do CPB: 1. Em caso de acidente do trabalho com morte: obrigatrio a abertura de Inqurito Policial - IP. 2. Nos demais casos: - de ofcio; - pela requisio da autoridade judiciria; - pela requisio da autoridade do Ministrio Pblico; - a requerimento do ofendido os seus familiares; - por qualquer pessoa do povo que poder promover a iniciativa do Ministrio Pblico. Viso no Brasil em relao responsabilidade 1 - At 2 horas: Dos Funcionrios; 2 - De 2 at 48 horas: Das Chefias Imediatas; 3 - De 3 at 7 dias: Dos Profissionais Especializados nas reas de Segurana Medicina e Higiene do Trabalho;

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4 - Mais de 7 dias: Da Direo da Empresa. I - Se resulta a morte do trabalhador: Pena: deteno de 1 a 3 anos. . 3 - art. 121 - Cdigo Penal Brasileiro - CPB. Aumento da pena de 1/3 se o crime foi resultante de inobservncia de regra tcnica inerente a profisso. . 4 - art. 121 - Cdigo Penal Brasileiro - CPB. II - Se resulta leso corporal de natureza grave ou incapacidade permanente ao trabalho: Pena: deteno de 2 meses a 1 ano. . 6 - art. 129 - Cdigo Penal Brasileiro - CPB. Aumento da pena de 1/3 se o crime foi resultante de inobservncia de regra da profisso. . 7 - art. 129 - Cdigo Penal Brasileiro - CPB. Recursos extremamente teis para prevenirem acidentes e evitarem as suas conseqncias na esfera judicial Definir uma Poltica Formal de Preveno de Acidentes, Doenas Ocupacionais e Preservao do meio Ambiente; Elaborar um Plano de Segurana/Sade Ocupacional, atravs de um Grupo Multidisciplinar na prpria Empresa; Elaborar e Implementar um Programa de Preveno de Riscos Ambientais especfico para cada rea de trabalho; Elaborar e Implementar um Programa de Controle Mdico e de Sade Ocupacional especfico para cada rea de trabalho; Elaborara e Implementar um Programa de Preveno de Riscos de Acidentes especfico para cada rea de trabalho; Elaborar e Implementar Normas e Procedimentos Internos de segurana / Sade Ocupacional e que constem dos Contratos com Prestadores de Servios; Cumprir e fazer cumprir essas Normas e Procedimentos atravs de Auditorias; Garantir recursos humanos, financeiros e materiais necessrios para a realizao de treinamentos nas unidades industriais; Manter uma equipe especializada de profissionais de Segurana, Higienistas; Realizar Avaliao, Controle e Monitoramento dos Agentes Ambientais; Assessorar os Prestadores de Servios em todos os aspectos tcnicos e operacionais; Sade, Meio Ambiente e de

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Elaborar e Implementar um Programa de Ergonomia especfico para cada tipo de atividade em cada rea de trabalho; Elaborar e Implementar um Programa de Proteo Radiolgica, para cada tipo de material radioativo existente na unidade; Elaborar e Implementar um Programa de Proteo ao Meio Ambiente, principalmente em relao as Emisses Fugitivas; Elaborar e Implementar um Plano de Controle de Emergncias; Elaborar e Implementar um Plano de Preveno e Combate Incndios na unidade industrial; Elaborar e Implementar um Programa de Proteo Respiratria; Manter interface com os demais setores da unidade industrial; Buscar o Benchmarking, adotando postura de lder em todos os seus segmentos;

Informar a todos os seus funcionrios e prestadores de servio, os riscos existentes e as medidas de controle existentes aos quais essa populao est exposta; Proporcionar a sua equipe tcnica visitas tcnicas, visando o desenvolvimento e o aprimoramento de novas tcnicas: bem como cursos de aperfeioamento; Manter banco de dados com todas as informaes pertinentes ao desenvolvimento de suas aes, visando a melhoria contnua; Estabelecer objetivos e metas factveis de serem alcanados; Estabelecer Planos de Aes, para redirecionamento sempre que for necessrio.

8 - REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS: Segurana e Medicina do Trabalho. Manual de Legislao de Normas Regulamentadoras, Portaria 3.214/78. . SENAI Servio Nacional de Aprendizagem Industrial. Procedimento de Segurana e Higiene do Trabalho, Vitria E.S, 1996. . SILVA, Waldecy Antonio da Rocha. Metodologia de Anlise de Risco. Revista CIPA, 2003. . PADO, Mrcio Elmor. Esmerilhadeira Porttil: Cuidados com seu Manejo. Revista Proteo, 1988. . WHITE MARTINS SOLDAGEM. Segurana em Processos Oxi-Combustveis. Informativo Tcnico, 1996. . BRINQUETE, Rui. Poluio das guas, do Ar e dos Solos. Disponvel em: URL:http://www.terravista.pt/nazare/6207. . SIQUEIRA, Hugo Luiz Fagundes. Responsabilidade das Empresas em Acidentes de Trabalho. XI Jornada Latino Americana de Seguridad e Higiene em el Trabajo, Santiago, Chile, outubro, 1997. Revista Proteo, 1998.

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