Trabalho Do Sistema Límbico Pronto
Trabalho Do Sistema Límbico Pronto
Trabalho Do Sistema Límbico Pronto
Seminrio apresentado a Prof. Maria do Carmo Leal, como exigncia da disciplina Neurofisiologia, pelos alunas(os): Bruna Souza, Dulcilene Maurcio, Eduardo Frana, Gessica Natalia, Suelen Brito, Suelen Oliveira, Valria Siqueira, 1 C, do curso de Psicologia.
Recife, 26/09/2008.
Sumrio
Contra Capa.......................................................................................................................................1 Sumrio ...........................................................................................................................................2 Introduo .........................................................................................................................................3 Sistema Lmbico ..............................................................................................................................4 Estrutura Relacionadas s Emoes ............................................................................................6 Hipotlamo............................................................................................................................6 Tlamo e Amgdala......................................................................................................7 Hipotlamo....................................................................................................................8 rea Septal e rea Pr-frontal...................................................................................9 Tronco Enceflico e Giro do Cngulo ...................................................................10 Conexes do Sistema Lmbico......................................................................................................10 Conexes Intrnsecas.................................................................................................................11 Conexes Extrnsecas............................................................................................................12 Bases Neurais do Comportamento Emocional ...........................................................................12 Medo.........................................................................................................................................12 Agresso...............................................................................................................................13 Prazer e Recompensa.......................................................................................................14 Funes do Controle Vegetativo e Endcrino do Hipotlamos .................................................14 Regulao cardiovascular..........................................................................................................15 Regulao da temperatura corporal.......................................................................................15 Regulao da gua corporal.............................................................................................15 Regulao da contratibilidade uterina e ejeo de leite pelas mamas............................16 Regulao gastrointestinal e da alimentao..........................................................16 Controle Hipotalmico da Hiptese anterior .....................................................16 Algumas Patologias do Sistema Lmbico ....................................................................................16 Esquizofrenia............................................................................................................................16 Doena de Alzheimer............................................................................................................17 Autismo...........................................................................................................................17 Sndrome de Karsakoff...............................................................................................17 Concluso ................................................................................................................................19 Referenciam Bibliogrficas .........................................................................................................20
Introduo
H muito tempo a humanidade se preocupa com as bases biolgicas das emoes. Apesar de estarmos longe de um quadro bem definido, cada vez mais as neurocincias obtm dados indicando o envolvimento de determinadas estruturas cerebrais na gnese das emoes. O estudo da base neural das emoes, alm de colaborar para a compreenso e tratamento dos distrbios emocionais, nos oferece a possibilidade de comprovar cada vez mais a participao do crebro em aspectos antes considerados como desvinculados da atividade cerebral. Funcionalmente, o sistema lmbico est relacionado regulao dos processos emocionais, regulao do sistema nervoso autnomo e tambm dos processos motivacionais essenciais sobrevivncia da espcie e do indivduo (fome, sede, sexo). Tambm est ligado ao mecanismo da memria e da aprendizagem, bem como regulao do sistema endcrino Neste trabalho vamos verificar as caractersticas de cada estrutura, conexes e bases das emoes para tentar compreender o seu funcionamento na parte biolgica e psicolgica.
Sistema Lmbico
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Em 1878, o neurologista francs Paul Broca observou que, na superfcie medial do crebro dos mamferos, logo abaixo do crtex, existe uma regio constituda por ncleos de clulas cinzentas (neurnios), a qual ele deu o nome de lobo lmbico (do latim limbus, que traduz a idia de crculo, em torno de etc.), uma vez que ela forma uma espcie de borda ao redor do tronco enceflico. Esse conjunto de estruturas, mais tarde denominado sistema lmbico, surgiu com a emergncia dos mamferos inferiores (mais antigos). ele que comanda certos comportamentos necessrios sobrevivncia de todos os mamferos. Que tambm cria e modula funes mais especficas, as quais permitem ao animal distinguir entre o que lhe agrada ou desagrada. Aqui se desenvolvem funes afetivas, como a que induz as fmeas a cuidarem atentamente de suas crias, ou a que promove a tendncia desses animais a desenvolverem comportamentos ldicos (gostar de brincar). Emoes e sentimentos, como ira, pavor, paixo, amor, dio, alegria e tristeza, so criaes mamferas, originadas no sistema lmbico. Este sistema tambm responsvel por alguns aspectos da identidade pessoal e por importantes funes ligadas memria O sistema lmbico esta em intima relao anatmica e funcional com o hipotlamo, regulando-o. Em termos de evoluo, esse sistema a parte mais antiga do crebro. Ele constitudo por uma multiplicidade de estruturas corticais, ncleos e conexes de fibras nervosas, que se comunica reciprocamente, atravs de feixe de fibras nervosas com o hipotlamo e o tronco cerebral superior tambm recebem informaes provenientes das diversas regies sensrias. Este sistema tido como substrato do comportamento caracterstico das espcies, pois controla a expresso das emoes, esse controle diz respeito aos sistemas somatomotor vegetativo e endcrino. Alm domina o aspecto afetivo que percebido subjetivamente. Em 1937 houve grande avano com relao aos conhecimentos sobre o sistema lmbico, quando J. W. Papez levantou a hiptese de que as estruturas do lobo lmbico constituiriam o substrato neural das emoes. Mais tarde, Papez foi influenciado por experimentos que sugeriam que o hipotlamo desempenha um papel crtico nas emoes, e pela noo de que as emoes tm um componente cognitivo, e, portanto, a experincia subjetiva da emoo requer a participao do crtex, enquanto que a expresso das emoes recruta circuitos hipotalmicos.
O circuito de Papez foi resposta pergunta de como os centros corticais comunica-se com o hipotlamo. De acordo com este esquema, as influncias corticais so enviadas para o hipotlamo atravs de projees do giro do cngulo para a formao hipocampal. O hipocampo processa a informao que chega e a projeta via frnix para os corpos mamilares do hipotlamo. O hipotlamo, por sua vez, fornece informaes ao tlamo atravs do fascculo mamilo-talmico e da ao giro do cngulo. Deste, vai para o giro para-hipocampal e da para o hipocampo, fechando o circuito. A partir de seus experimentos, deixou-se de considerar as emoes como um produto mgico do crebro como faziam muitos psiclogos, para elev-las categoria de um processo fisiolgico.
Outros pesquisadores publicaram um trabalho experimental que veio confirmar as idias de Papez so eles Mclean (1949) e Arnold (1945-1960). H. Klver e P. Bucy. Eles fizeram uma ablao bilateral da parte anterior dos lobos temporais em macacos Rhesus. Em virtude da leso de estruturas lmbicas, como o hipocampo, giro para-hipocampal e o corpo amigdalide, houve a maior modificao de comportamento de um animal, j obtida experimentalmente. Tais alteraes de comportamento so conhecidas como sndrome de Klver e Bucy. Ela pode se manifestar at no homem, e foi observado o seguinte: Tendncia excessiva a examinar objetos; Perda do medo; Diminuio da agressividade; Mansido; Alteraes nos hbitos dietticos; Algumas vezes, cegueira psquica; Tendncia hipersexual.
Acredita-se que esses estados comportamentais sejam decorrentes do fato de que os portadores desta sndrome no sejam mais capazes de fazer uma associao correta entre os estmulos que recebem do ambiente e os sentimentos e atitudes adequados para a ocasio (dissociao sensrio-emocional). Quadros semelhante a este j foi observados no homem, devido ablao bilateral da parte anterior do lobo temporal para tratamento de formas agressivas de epilepsia. Estes resultados despertaram grande interesse pela pesquisa sobre a participao de componentes do sistema lmbico nos fenmenos emocionais. Discutiremos, agora, sobre outras estruturas do sistema lmbico (e aquelas relacionadas a ele), suas funes e sua relao com os processos emocionais.
1 Hipotlamo
Constitudo fundamentalmente de substncia cinzenta que se agrupa em ncleos, s vezes de difcil individualizao. O frnix percorre de cima para baixo cada metade do hipotlamo, terminando no respectivo corpo mamilar, representa menos de 1% da massa cerebral, uma das mais importantes vias eferentes motoras do sistema lmbico. o principal centro integrador das atividades dos rgos viscerais, sendo um dos principais responsveis pela homeostase corporal. Ele faz ligao entre o sistema nervoso e o sistema endcrino, atuando na ativao de diversas glndulas endcrinas. Alm de todas essas funes o hipotlamo desempenha um importante papel nas emoes. Especificamente, as partes laterais parecem envolvidas com o prazer e a raiva, enquanto que a poro mediana parece mais ligada averso, ao desprazer e tendncia ao riso (gargalhada) incontrolvel. Em animais, a estimulao do hipotlamo lateral no apenas provoca a sede e o desejo de ingesto de alimento, mas tambm aumenta o nvel geral de atividade do animal, o que por vezes leva raiva franca e briga. A estimulao do ncleo ventromedial e das reas circunvizinhas provoca em grande parte efeitos opostos aos da estimulao da estimulao da rea hipotalmica lateral, isto , sentimento de saciedade, com reduo da ingesto de alimento e tranqilidade. A funo sexual pode ser provocada pela estimulao de diversas reas do hipotlamo, em especial das mais anteriores e posteriores. Leses no hipotlamo causam, em geral, efeitos opostos. Por exemplo, leses bilaterais do hipotlamo lateral diminuem, quase a zero, a ingesto de gua e alimento, levando muitas vezes desnutrio letal. Ao mesmo tempo, essas leses produzem grau extremo de passividade do animal, com perda da maioria das suas funes francas. Leses bilaterais das reas ventromediais do hipotlamo produzem efeitos que, em sua maioria, so opostos aos decorrentes de leses do hipotlamo lateral (ingesto excessiva de gua ou alimento, hiperatividade e, muitas vezes, selvageria contnua, acompanhada de surtos freqentes de raiva extrema, desencadeados por provocao bastante discreta). A leso de outras reas do sistema lmbico, em especial a amgdala, rea septal e reas do mesencfalo causam muitas vezes efeitos semelhantes aos evocados no hipotlamo. Funes comportamentais:
I) Hipotlamo lateral: relaciona-se com a sede, fome e agressividade; II) Hipotlamo ventromedial: relacionado com a saciedade da fome e da sede e tranqilidade; III) Regio periventricular do hipotlamo: relaciona-se com a postura de medo ou de reao de punio; IV) Hipotlamo anterior e posterior: relacionado com a atividade sexual.
II - Tlamo
Consiste de duas massas ovais, cada encaixada em um hemisfrio cerebral, ligados por uma ponte. Ele contm clulas nervosas que levam a informao de quatro sentidos (viso, audio, paladar e tato) para o crtex cerebral. Somente o sentido de olfato envia sinais diretamente para o crtex, sem passar pelo tlamo. Sensaes de dor, temperatura e presso tambm so enviadas atravs do mesmo. A sua funo est relacionada com sensibilidade, motricidade e comportamento emocional e passa as informaes para o crtex cerebral. As principais funes do tlamo so: integrao motora e sensorial O tlamo tem uma fundamental importncia na regulao do comportamento emocional possivelmente decorre, no de uma de uma atividade prpria, mais das conexes com outras estruturas do sistema lmbico.
III Amgdala
Pequena estrutura em forma de amndoa, situada dentro da regio ntero-inferior do lobo temporal, se interconecta com o hipocampo, os ncleos septais, a rea pr-frontal e o ncleo dorsomedial do tlamo. Recebe impulsos neuronais de todas as partes do crtex lmbico, das superfcies orbitais dos lobos frontais do giro do cngulo e do giro hipocampal, bem como do neocrtex dos lobos temporal, parietal e occipital, em especial das reas associativas, visuais e auditivas. Devido a isso, a amgdala tem sido chamada de a janela atravs da qual o sistema lmbico v o lugar da pessoa no mundo. Pois esta relacionada com a rea de conhecimento comportamental, que atua a nvel semiconsciente est relacionado aos aprendizados emocionais e o armazenamento da memria. Tambm parece projetar para o sistema lmbico o estado atual da pessoa, tanto com relao a seu ambiente, quanto a seus pensamentos. A amgdala parece, pois, ajudar a organizar a resposta comportamental da pessoa, adequadamente a cada situao. Em humanos, a leso da amgdala faz, entre outras coisas, com que o indivduo perca o sentido afetivo da percepo de uma informao vinda de fora, como viso de uma pessoa conhecida. Ele sabe quem est vendo, mas no sabe se gosta ou desgosta da pessoa em questo.
As numerosas conexes desta regio com o crtex, o hipotlamo e a formao reticular sugerem que est estrutura efetua a medio das funes elevadas do hipotlamo e das respostas autnomas e emocionais.
IV Hipocampo
Existe uma parte do crtex cerebral, este rgo desempenha um papel fundamental, mas ainda no esclarecido, na memria, portanto, uma leso do hipocampo pode afetar severamente a memria. Ter memria significa reproduzir o mesmo padro espacial e temporal de estimulao do sistema nervoso num tempo futuro. Existem vrios graus de memria, algumas no duram mais do que segundo, outras duram horas, dias, meses ou anos. A maioria dos autores acredita que temos trs tipos de memria: abMemria sensorial - a memria dos sinais sensoriais. Memria de curto prazo ou primria - este tipo de memria que se relaciona com o sistema
lmbico, j que a memria em longo prazo no possui lugar definido e est espalhada por todo o crtex. medida que se acrescentam novas memrias apenas parte da memria de curto prazo fica armazenada e boa parte se perde no esquecimento. cMemria de longo prazo, a qual pode ser dividida em memria secundria e terciria - A
memria de longa durao pode ser fixa, os traos de memria so tambm chamados de engramas. Memria secundria e terciria, a memria secundria est bastante relacionada com a compreenso em contraste com a memria de curto prazo ou primria, que se relaciona mais com a fontica e a verbalizao. A memria secundria aquela armazenada por um trao de memria fraco ou moderadamente fraco, por esse motivo pode ser esquecida e dificilmente lembrada, alem disso o tempo necessrio para se acessar a memria mais longo. A memria terciria a forma mais durvel e mais resistente de memria, sendo tambm de muito fcil acesso, pois composta de traos de memria muito fortes. Uma leso bilateral do hipocampo pode ocasionar uma a amnsia antergrada, que se caracteriza pelo fato do indivduo no conseguir mais processar novas memrias, o que refora a funo do hipocampo de preparao da mensagem que chega para um armazenamento constante. Indivduos com amnsia antergrada no tem dficit na memria de curto prazo nem nas de longo, esses indivduos, portanto vive tanto o presente quanto o passado remoto com as memrias que foram armazenadas antes da leso, se a eles for apresentado uma situao tipo teste, eles s sabero responder enquanto estiverem diante do objeto, se este lhe for tirado eles esquecero a resposta do teste. Deve ser mencionada a importncia do hipocampo na organizao dos episdios vivenciados, como um conjunto de informaes coerentes em um tempo e um espao.
V rea Septal
Nessa rea tem um importante papel de despertar o hipocampo, tem a funo de suprimir o excesso de emotividade. A regio exerce um efeito calmante sobre o comportamento, situam-se nessa rea os centros do orgasmo (quatro para a mulher e um para o homem). Certamente por isto, esta regio se relaciona com as sensaes de prazer, mormente aquelas associadas s experincias sexuais.
VI - rea Pr-frontal
Compreende toda a regio anterior no motora do lobo frontal, no faz parte do circuito lmbico tradicional, mas suas intensas conexes bi-direcionais com o tlamo, amgdala e outras estruturas subcorticais, explicam o importante papel que desempenha na gnese e, especialmente, na expresso dos estados afetivos. Quando o crtex pr-frontal lesado, o indivduo perde o senso de suas responsabilidades sociais, bem como a capacidade de concentrao e de abstrao. Em alguns casos, a pessoa, conquanto mantendo intactas a conscincia e algumas funes cognitivas, como a linguagem, j no consegue resolver problemas, mesmo os mais elementares. Quando se praticava a lobotomia pr-frontal, para tratamento de certos distrbios psiquitricos, os pacientes entravam em estado de "tamponamento afetivo", no mais evidenciando quaisquer sinais de alegria, tristeza, esperana ou desesperana. Em suas palavras ou atitudes no mais se vislumbravam quaisquer resqucios de afetividade.
Regio responsvel pelas reaes emocionais (choro, alteraes fisionmicas, etc.). As vias que atravessam o tronco enceflico (descendentes), ou nele se originam, ativaro os neurnios medulares, desencadeando fenmenos emocionais atravs de nervos espinhais, do simptico ou do parassimptico sacral. Isso destaca o papel efetuador do tronco enceflico. Outras estruturas do tronco cerebral, os ncleos dos pares cranianos, estimuladas por impulsos provenientes do crtex e do estriado (uma formao subcortical), respondem pelas alteraes fisionmicas dos estados afetivos: expresses de raiva, alegria, tristeza, ternura, etc.
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Situado na face medial do crebro, entre o sulco cingulado e o corpo caloso (principal feixe nervoso ligando os dois hemisfrios cerebrais), esta associado com o hipocampo, os corpos mamilares e o tlamo. H ainda muito por conhecer a respeito desse giro, alm das suas funes extremamente biolgicas, na parte emocional sabe-se que a sua poro frontal coordena odores, e vises com memrias agradveis de emoes anteriores. Esta regio participa ainda, da reao emocional dor e da regulao do comportamento agressivo. A ablao do giro cingulado (cingulectomia) em animais selvagens domestica-os totalmente. A simples seco de um feixe desse giro (cingulotomia), interrompendo a comunicao neural do circuito de Papez, reduz o nvel de depresso e de ansiedade pr-existentes.
Conexes Intrnsecas
As intercomunicaes do sistema lmbico foram, e objeto de estudo de muitos pesquisadores.
Vrias teorias foram formuladas no intuito de explic-las. -Teoria de James - Lange: teoria de um psiclogo americano com um dinamarqus que propunha que as emoes consistiam na percepo das alteraes fisiolgicas desencadeadas pelo estmulo emocional. - Teoria de Cannon e Bard: propuseram baseados em experincias, a hiptese que o tlamo seria o responsvel pela coordenao da emoo a qual se manifestaria atravs do hipotlamo. A importncia dessa teoria se deve ao fato de implicar os mecanismos dienceflicos na elaborao dos processos emocionais. - Teoria de Papez: Papez levantou a idia de que as estruturas do lobo lmbico constituam o substrato neural da emoo e da memria: esse mecanismo consiste em um circuito fechado que une os componentes do sistema lmbico cuja disposio mostrada encontra-se na ordem de predominncia dos impulsos nervosos: HIPOCAMPO: liga-se s pernas do frnix por um feixe de fibras situadas ao longo de sua borda medial, a fmbria do hipocampo; FRNIX: liga-se ao corpo mamilar atravs de suas colunas que cruzam a parede lateral do III ventrculo; CORPO MAMILAR: liga-se aos ncleos anteriores do tlamo pelo fascculo mamilo-talmico;
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NCLEO ANTERIOR DO TLAMO: projeta fibras para o crtex do giro do cngulo; GIRO DO CNGULO: envia fibras atravs do fascculo do cngulo ao giro para-hipocampal; * GIRO PARA-HIPOCAMPAL: liga-se ao hipocampo fechando o circuito
Conexes Extrnsecas
Para exercer as funes a ele atribudas, o sistema lmbico precisa ter acesso a informaes sensoriais (atravs de conexes aferentes) e aos mecanismos efetuadores (atravs de conexes eferentes). 1 - Conexes Aferentes - As emoes so desencadeadas pela entrada no sistema nervoso central de informaes sensoriais (visuais,auditivas, olfatrias ou somestsicas) penetram no sistema lmbico por vias que chegam ao giro para-hipocampal passando ao hipocampo e assim ao circuito de Papez. 2 - Conexes eferentes: desencadeia o componente perifrico e expressivo dos processos emocionais e controlam ao mesmo tempo a atividade do sistema nervoso autnomo. O hipotlamo o principal brao executivo do sistema lmbico. As conexes com a formao reticular do mesencfalo se fazem atravs de trs sistemas de fibras: feixe prosenceflico medial, fascculo mamilo-tegumentar e estria medular.
Analisaremos, agora, as bases neurais do comportamento emocional, como manifestao do medo (por extenso, ansiedade e pnico), da agresso (e correlatos de raiva) e do prazer (associado recompensa).
Medo
As relaes entre a amgdala e o hipotlamo esto intimamente ligadas as sensaes de medo e raiva. A amgdala responsvel pela deteco, gerao e manuteno das emoes relacionadas ao medo, bem como pelo reconhecimento de expresses faciais e coordenao de respostas dadas por meios de ameaa e ao perigo Segundo Joseph Le Doux, da Universidade de Nova Iorque, a amgdala parece exercer um papel de interface entre as sensaes e as emoes. Nela avaliado o nvel de ameaa representado pelos sinais de perigo, e onde eles ganham colorido afetivo, o que facilita o armazenamento de informaes. Esta idia apoiada pelo fato de que leses da amgdala atenuam as reaes a estmulos
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potencialmente perigosos, aliado ao fato de que ela mantm importantes conexes anatmicas com o hipocampo. De uma maneira geral, admite-se que os estmulos aversivos ou aqueles associados ao prazer podem desencadear dois tipos de processos: 1) disparam eventos que so integrados pelo hipotlamo e resultam em alteraes do estado interno que prepara o organismo para a ao adequada (ataque, fuga, comportamento sexual, etc.) e no requerem um controle consciente; 2) acionam mecanismos prosenceflicos que preparam o organismo para as interaes com o meio externo, modulando o repertrio comportamental a fim de dirigir respostas esqueletomotoras adequadas. Finalmente, devemos lembrar que o modelo corrente da base neural do comportamento emocional no se distancia muito daquele proposto por uma estrutura central na gerao e elaborao dos elementos que compem o comportamento emocional adequado para cada estmulo. A interface entre a atividade neural de centros cortical superiores resulta na experincia emocional qual ns associamos denominaes como medo, raiva, prazer ou sofrimento. O comportamento de pacientes nos quais o crtex pr-frontal foi removido d suporte a esta idia. Estes pacientes no se importam com a dor crnica. Algumas vezes, eles percebem a dor e manifestam as suas caractersticas reaes autonmicas, mas a percepo no est mais associada experincia emocional que normalmente acompanha este estado neuropatolgico.
Agresso
Cannon, em 1925, j relatava que gatos descorticados apresentavam grande irritabilidade, conhecida como falsa raiva. Mais tarde, P. Bard observou que a raiva desaparecia quando o hipotlamo era includo na ablao; atualmente sabemos que o aparecimento da raiva est condicionado remoo de estruturas corticais que inibem os mecanismos subcorticais responsveis pela raiva, particularmente o hipotlamo. Cabe salientar a importncia dos estudos de Klver e Bucy, com relao compreenso que temos acerca do fenmeno da agresso. Leses da rea septal, em vrias espcies estudadas, inclusive a humana, levaram hiperatividade acentuada e facilitao da agresso. As fibras serotominrgicas ascendentes que se originam nos ncleos da rafe e projetam-se na amgdala, sistema septo-hipocampal e hipotlamo medial desempenham um papel essencial na associao de significado aos dados objetivos da informao sensorial e na gnese da reao emocional. De um modo geral, o aumento da conduo nervosa nessas vias tem o efeito de atenuar a responsividade do organismo s estimulaes do meio ambiente e, em especial, quelas associadas experincia afetiva de natureza aversiva. A destruio dos ncleos da rafe provoca um aumento ntido na ocorrncia do
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comportamento agressivo. As evidncias de um controle neural da agresso do homem so ainda esparsas. Alguns neurocirurgies relatam que a estimulao da amgdala e do crtex temporal induz violento comportamento agressivo. A autpsia de pacientes com episdios incontrolveis de raiva mostrou que eram portadores de neoplasias nas paredes do terceiro ventrculo associadas ao hipotlamo ventromedial. Finalmente, muito se tem falado na psicocirurgia como tratamento para o comportamento agressivo. Entretanto, as evidncias obtidas relativas a este procedimento so ainda controversas.
Prazer e Recompensa
So as sensaes de recompensa (prazer, satisfao) e de punio (desgosto, averso), tendo sido caracterizado, para cada uma delas um circuito enceflico especifico. O centro da recompensa est relacionado principalmente, ao feixe prosenceflico medianos ncleos e ventromedial do hipotlamo, havendo conexes com septo, a amgdala e algumas reas do tlamo e gnglios da base. O centro das punies descrito com localizao na rea cinzenta central que rodeia o aqueduto cerebral de sylvius, no mesencfalo, estendeu-se as zonas periventriculares do hipotlamo e tlamo estando relacionado a amgdala e ao hipocampo. O sistema cerebral de recompensa passou a ser representado pelo prprio feixe. Em muitos aspectos, a estimulao cerebral parece atuar como um reforo comum, como alimento ou gua, mas com uma diferena fundamental: o reforo convencional s eficaz se o animal se encontra em um estado motivacional particular (por exemplo, o alimento s refora o animal faminto), enquanto que a estimulao eltrica destas reas promove os efeitos reforadores positivos caractersticos. Essas evidncias sugerem que a estimulao cerebral reforadora, alm de ativar os sistemas que so normalmente acionados pelos estmulos reforadores comuns, ainda evoca um determinado estado motivacional.
considerado por muitos anatomistas, como sendo uma estrutura distinta do resto do sistema lmbico, mas que sob o ponto de vista fisiolgico um dos elementos centrais deste sistema.
Regulao cardiovascular: a estimulao de diferentes reas em todo o hipotlamo pode provocar todo e qualquer tipo de efeito neurognico conhecido sobre o sistema cardiovascular, incluindo elevao ou baixa da presso arterial e aumento ou diminuio da freqncia cardaca. Em geral, a estimulao do hipotlamo posterior ou lateral aumenta a presso arterial e a freqncia cardaca, enquanto que a estimulao da rea pr-ptica produz efeitos opostos, como diminuio da freqncia cardaca e da presso arterial. Esses efeitos so mediados, em sua maior parte, pelos centros de controle cardiovascular nas regies reticulares da ponte e do bulbo.
Regulao da temperatura corporal: a parte anterior do hipotlamo, em especial a rea prptica, est relacionada com a regulao da temperatura corporal. O aumento da temperatura do sangue que flui por esta rea, aumenta a atividade de neurnios sensveis temperatura, enquanto que a reduo da temperatura diminui sua atividade. Por sua vez, esses neurnios controlam o mecanismo de aumento e diminuio da temperatura corporal.
Regulao da gua corporal: o hipotlamo regula a gua corporal por dois meios distintos. Um por criar a sensao de sede, o que leva o animal a beber gua. Tambm controla a perda de gua atravs da urina. Uma rea chamada de centro da sede fica situada no hipotlamo lateral. Quando os eletrlitos no interior dos neurnios, tanto os do centro da sede como os de reas associadas ao hipotlamo, ficam muito concentrados, o animal apresenta desejo intenso de beber gua. Ele procurar a fonte mais prxima de gua e beber dela, em quantidade suficiente para fazer com que a concentrao de eletrlitos dos neurnios do centro da sede retorne ao seu valor normal. O controle da excreo renal de gua est restrito, em grande parte, ao ncleo supraptico. Quando os lquidos corporais ficam excessivamente concentrados, os neurnios dessa regio ficam estimulados. As fibras nervosas desses neurnios se projetam para baixo, passando pelo infundbulo, at a hipfise posterior, onde secretam o hormnio ADH, tambm conhecido como vasopressina. Esse hormnio absorvido para o sangue, e atua sobre os tbulos coletores dos rins, promovendo reabsoro macia de gua, o que reduz a perda de gua pela urina. Regulao da contratibilidade uterina e ejeo de leite pelas mamas: a estimulao dos ncleos paraventriculares faz com que as suas clulas neuronais secretem o hormnio oxitocina, que por sua vez provoca o aumento da contratibilidade uterina a ao mesmo tempo contrao das clulas mioepiteliais, que revestem os alvolos das glndulas mamrias, fazendo com que elas lancem o leite pelo exterior pelos mamilos. Ao trmino da gravidez, so secretadas
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grandes quantidades de oxitocina, que participam da produo das contraes do parto que expulsam o feto. Quando o beb suga a mama materna, um sinal reflexo sai do mamilo indo para o hipotlamo, liberando a oxitocina, que exerce sua funo essencial de ejeo do leite pelos mamilos, de modo que o beb obtenha a nutrio que precisa. Regulao gastrointestinal e da alimentao: a estimulao de diversas reas do hipotlamo faz com que o animal experincia fome extrema apetite voraz e desejo intenso pela busca de alimento. A rea mais associada fome a rea hipotalmica lateral; a destruio desta faz com que o animal perca o desejo de alimento, levando por vezes desnutrio letal. O centro que se ope ao desejo de alimento, chamado centro da saciedade, fica situado no ncleo ventromedial. Quando estimulado, o animal que estiver comendo interrompe abruptamente a ingesto de alimento e se torna indiferente a ele. De outro modo, se esta rea for destruda bilateralmente, o animal nunca poder ser saciado. Ao contrrio, o centro hipotalmico da fome fica hiperativo, de modo que o animal passa a ter apetite voraz, o que resulta em grau extremo de obesidade. Outra rea intimamente relacionada ao hipotlamo, que participa do controle global da atividade gastrointestinal, corresponde aos corpos mamilares, que controlam os padres de muitos reflexos alimentares, como o lamber dos lbios e a deglutio. Controle hipotalmico da hipfise anterior: a estimulao de certas reas do hipotlamo tambm leva a hipfise anterior a secretar seus hormnios. A hipfise anterior recebe sua vascularizao principalmente pelo sangue venoso, que flui para os seios da hipfise anterior, aps ter passado pela parte inferior do hipotlamo. medida que esse sangue flui para o hipotlamo, antes de atingir a hipfise anterior, diferentes hormnios liberatrios e inibitrios so secretados para ele por diversos ncleos hipotalmicos. Em seguida, esses hormnios so levados pelo sangue para a hipfise anterior, onde atuam sobre as clulas glandulares para o controle da liberao dos hormnios da hipfise anterior. Os corpos celulares dos neurnios que secretam esses hormnios liberatrios ou inibitrios ficam localizados, em sua maioria, nos ncleos mediais basais do hipotlamo, de modo especial na zona paraventricular, no ncleo arqueado e em parte no ncleo ventromedial. Todavia, os axnios destes ncleos se projetam para a eminncia mediana, uma rea alargada do infundbulo, em seu ponto de emergncia da borda hipotalmica. nesse ponto que, na verdade, as terminaes nervosas liberam seus hormnios liberatrios ou inibitrios. Esses hormnios so, ento, absorvidos pelo sangue que flui pelos capilares da eminncia mediana, e levados pelo sangue venoso ao longo do infundbulo, ao longo da hipfise anterior.
Discorreremos agora sobre alguns estados patolgicos que mantm relao com estruturas lmbicas.
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Esquizofrenia As reaes da doena se caracterizam por coexistncia de pensamentos, tendncia e potenciais totalmente contraditrios, de tal modo que ocorre um rompimento de personalidade. Estudos apontam para possveis defeitos na funo de filtro, localizada no tlamo. Isto explicaria porque o paciente esquizofrnico no pode se proteger de vrios bombardeamentos de estmulos. Isto leva a uma deficincia no processamento da informao. As disfunes das estruturas tmporo-lmbicas seriam explicadas por problemas na embriognese.
Doena de Alzheimer Doena em que ocorre a perda gradual da memria recente, com completa deteriorao de todas as funes psquicas, com amnsia total. Dois fatores podem estar ligados aos problemas de memria: alm da degenerao dos neurnios colinrgicos do ncleo basal de Meynert, que leva a perda das fibras colinrgicas que exercem ao moduladora sobre a atividade dos neurnios do sistema lmbico e do neocrtex relacionados com a memria, existe outro fator provavelmente mais importante. Este, descoberto recentemente, diz respeito degenerao de dois grupos de neurnios do sistema lmbico. Um deles localiza-se no hipocampo, nas reas que do origem as suas principais fibras eferentes; o outro est na rea entorrinal, no giro para-hipocampal, que constitui a porta de entrada das vias que, do neocrtex, se dirigem a esse giro e da ao hipocampo. Assim, essas leses gradualmente levam a um total isolamento do hipocampo, com conseqncias sobre a memria equivalentes s de uma ablao do hipocampo (quadro moderado de amnsia). importante destacar que a amnsia antergrada (incapacidade de memorizar eventos ou informaes surgidas aps a remoo) s aparece se, alm do hipocampo, for lesado tambm o corpo amigdalide simultaneamente.
Autismo: Sndrome com etiologia mltipla, o autismo encerra mecanismos obscuros que a tendncia ao isolamento em seu mundo interno, e se trava a qualquer tipo de conato com algum. Os pacientes autistas apresentaram, alm de problemas no cerebelo, um packing (tamponamento) neuronal aumentado em regies especficas do sistema lmbico, amgdala e hipocampo. De acordo com os autores, tais alteraes poderiam razoavelmente produzir comportamentos do autismo
Sndrome de Korsakoff: Ocorre devido degenerao dos corpos mamilares, causada por alcoolismo crnico. A amnsia antergrada o sinal clnico de maior relevncia.
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Concluso
Com a elaborao desse trabalho, podemos concluir que as diversas teorias a respeito da origem das emoes foram formuladas, sendo o crtex e o hipotlamo mencionados primeiramente em algumas delas, e posteriormente estruturas do sistema lmbico, como, a amgdala, foi tendo grande relevncia no comportamento emocional. Hoje, aps algumas pesquisas, sabemos que o sistema lmbico est associado s respostas autonmicas e junto com o hipotlamo relacionam-se ao comportamento sexual, s emoes de raiva e medo, motivao e memria. Embora saibamos a importncia do sistema lmbico no que concernem as emoes e ao comportamento instintivo, tais pesquisas ainda so muito incipientes, pois a maioria delas realizada em animais, que mesmo tendo alguns aspectos fisiolgicos semelhantes a dos humanos, no possuem a subjetividade, cultura e convvio social que influenciam veementemente nos comportamentos emocional e instintivo no ser humano.
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Referncias Bibliogrficas
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