Poluição Aquática: Derrame Petróleo

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Poluio aqutica: Derrame de petrleo

Trabalho realizado no mbito da disciplina de Cincias Naturais Professora: Anabela Fonseca Aluno: Diogo Zany

Abril de 2013

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ndice

1. Introduo ........................................................................................................................................1 2. Desenvolvimento ..............................................................................................................................1 2.1. Limpeza por jacto de areia.......................................................................................................... 3 2.2. Conteno e disperso da mancha .............................................................................................. 3
2.2.1. Conteno ....................................................................................................................................... 3 2.2.2. Disperso mecnica ........................................................................................................................ 3 2.2.3. Disperso qumica........................................................................................................................... 3

2.3. Queima controlada e fios de cabelo ............................................................................................ 4 2.4. Caso especfico ........................................................................................................................... 5 2.5. Impacto ambiental ...................................................................................................................... 5 3. Concluses ........................................................................................................................................6 4. Referncias .......................................................................................................................................7

Disciplina: Cincias Naturais

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1. INTRODUO
Aps a aula de dia 03-04-2013, fiquei curioso sobre o que sucede aps uma catstrofe de derrame de petrleo no mar, quis saber um pouco mais sobre os mtodos e tcnicas utilizados no combate da poluio e qual o impacto ambiental deste tipo de catstrofes. Tentei dar resposta a uma questo que me veio ao pensamento: O que fazer aps um derramamento de petrleo? Descobri que existem diversos mtodos, mas que os especialistas ainda no so consensuais quanto ao melhor mtodo e que o impacto ambiental da explorao do petrleo ou gs no se resume aos momentos de catstrofe, de derrame de petrleo no mar. Existem sempre riscos para o ambiente desde a fase inicial de mapeamento at fase final de transporte do produto.

2. DESENVOLVIMENTO
Quando se verifica uma fuga ou derramamento de petrleo bruto ou crude de um navio petroleiro, de um oleoduto ou de uma plataforma de explorao, as equipas de limpeza tm de agir de imediato, a rapidez fundamental para minimizar os danos de tal catstrofe ambiental, nomeadamente rea atingida pela poluio, nmero de animais martimos mortos, e nmero de aves atingidas. Quanto mais rpida for a interveno menores sero as consequncias desta poluio e tambm menor o nmero de dias gastos em conter a catstrofe, menor o nmero de recursos gastos para proceder ao seu controle e supresso (nomeadamente em termos de nmero de pessoas que iro formar as equipas de combate, menor nmero de quantidade de litros de detergentes, menor quantidade de metros de boia isoladora, isto , menos dinheiro gasto, no geral). Para diminuir o impacto do acidente, as equipas tm j definido procedimento, em duas fases, que consiste em,
1. 2. Cercar a mancha de leo para evitar que o vazamento se espalhe. Iniciar a recuperao da rea.

Com o objetivo final, de recolher o crude ou leo derramado, de o separar da gua, da areia ou rochas, depois de processado, pode vir a ser usado de novo. A explorao de petrleo considerada uma atividade de alto risco ambiental, apesar dos cuidados acrescidos que, hoje em dia, as grandes petrolferas tm. De fato, os acidentes ainda so constantes, por exemplo:
S nos Estados Unidos, registam-se cerca de 14 mil derramamentos, por ano. No Brasil, um dos acidentes mais graves aconteceu em janeiro de 2000, na baa de Guanabara, quando um oleoduto se rompeu e lanou ao mar 1,3 milhes de litros de petrleo, como consequncia foram afetadas dezenas de quilmetros de manguezal. Depois deste acidente, a Petrobras, empresa que controla a maior parte do mercado de petrleo do pas, investiu cerca de 5 bilhes de reais em segurana, reduzindo o volume de vazamentos de quase 6 milhes de litros em 2000 para 250 mil litros em 2003.

Por exemplo para prevenir este tipo de catstrofes a Petrogas, no Brasil, instalou nos 7 mil quilmetros de Page1 extenso, da sua malha principal de oleodutos, um controlo automtico, que interrompe o transporte de

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produtos quando h falhas. Alm disso, criou nove centros de defesa ambiental, com equipas constitudas por 19 tcnicos de planto para combater os derrames. As entidades ambientalistas reconhecem os avanos, mas consideram que os derrames so s um dos problemas do uso do petrleo como combustvel, referindo que a explorao de leo e gs tm consequncias negativas, no meio ambiente, ao longo de todas as suas fases de explorao, desde o mapeamento at ao transporte final. Guilherme Fraga Dutra, ambientalista da ONG Conservation International, afirma que preciso prevenir acidentes e preservar reas ecologicamente sensveis retirada do produto (Globo, 2011). Atualmente, so diversas as tcnicas utilizadas para conter a poluio e consequentes desastres ambientais derivada das catstrofes dos derrames de petrleo no mar. Os procedimentos que se referem na figura seguinte, e que irei abordar mais detalhadamente, depois, foram estudados e colocados em prtica, mas ainda no existe um consenso quanto sua eficcia a longo termo.

Figura 1. Tcnicas de utilizadas para limpeza aps um derrame


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2.1. Limpeza por jacto de areia


No processo por jacto de areia, so lanados jatos de areia sobre a mancha de leo, levam a um acrscimo de peso (tornam-na mais pesada), levando-a a desaparecer da superfcie, com o consequente afundamento do produto. Esta tcnica apresenta riscos, nomeadamente, contaminao do fundo do mar e respetivas consequncias sobre toda a vida martima (flora e fauna). Steve Lehmann, coordenador de apoio cientfico do programa de resposta a emergncias da Administrao Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (cuja sigla inglesa NOAA), que trabalhou na conteno do vazamento do Golfo do Mxico, em 2010, explicou que, tecnicamente, possvel usar areia ou outros materiais para afundar o petrleo. No entanto, ele alega que isso no permitido nos Estados Unidos por causa do dano ambiental que pode causar no fundo do mar. Este cientista afirma que Nenhum produto que afunde o leo legal e o uso de areia para afundar o leo ou crude , segundo ele, uma prtica condenvel.

2.2. Conteno e disperso da mancha


Podem ser efetuados trs procedimentos diferentes:
1. 2. 3. Conteno; Disperso mecnica; e Disperso qumica.

2.2.1. Conteno
Strauch, um especialista, explica que alguns dos procedimentos utilizados no Brasil, em casos de derrame de leo, so: a conteno, a disperso mecnica e a disperso qumica para limpeza. E segundo ele, a conteno ir possibilitar que se recolha o leo concentrado, para tal so utilizados dois barcos a partir dos quais se esticam as barreiras (boias) que cercam a mancha, e o crude , posteriormente, recolhido por um equipamento chamado skimmer, cuja funo filtrar a gua.

2.2.2. Disperso mecnica


A disperso mecnica, uma tcnica que descrita pela Chevron como estando dividida em duas formas:
Disperso feita por barcos, quando eles navegam atravs da mancha para a quebrar; E a disperso que utiliza jatos de gua para quebrar a concentrao, tambm chamado de hidrojateamento. O oceangrafo David Zee, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, afirma que o lanar um jato de gua contribui para que a mancha dilua e seja absorvida mais facilmente pelo oceano, refere ainda que se no ocorrerem outros derrames, a mancha de crude pode desaparecer num prazo de sete dias. H vozes discordantes, por exemplo, o secretrio Carlos Minc, refere que este mtodo no soluciona o problema j que o crude teria tendncia para dar costa, posteriormente, e poluir as praias e isso tanto poderia ocorrer dali por duas semanas ou um ms. Segundo os tcnicos do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) dois teros de todo o leo ainda no afloraram, e esto abaixo da coluna de gua (Globo, 2011).

2.2.3. Disperso qumica


A disperso qumica, ocorre quando produtos que reagem com a mancha so lanados em cima do leo, o que aumenta a possibilidade de a dissoluo ocorrer no mar.
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Relativamente ao caso do derrame de crude, na Bacia de Campo foi utilizado o procedimento de disperso mecnica por jacto de gua, os especialistas do INEA (Instituto Estadual do Ambiente) estimam que a chegada do leo costa e praias, depender das condies climticas, e estavam esperanados que os danos fossem controlados, j que o vento soprava para leste, na direo oposta da costa brasileira.

Figura 2. Exemplo de um derrame

2.3. Queima controlada e fios de cabelo


Outra tcnica utilizada para controlar os derrames a queima controlada do leo. Segundo Ricardo Cabral de Azevedo, professor de Engenharia de Minas e Petrleo da Universidade de So Paulo (USP), a metodologia consiste em eliminar grandes quantidades de petrleo de maneira rpida. Este especialista refere que a principal desvantagem deste mtodo, o impacto ambiental, devido libertao de gases para a atmosfera, o aquecimento da gua, e as consequncias negativa para a vida marinha prxima, alm dos riscos de acidentes, inerentes. O especialista da NOAA, Steve Lehmann, refere que aquando do derrame do Golfo do Mxico, originado na sequncia da exploso da plataforma de explorao a cargo British Petroleum, a queima s foi possvel para o leo que chegava recentemente superfcie e que fosse concentrado. Este especialista de opinio que se a camada de leo no mar for muito fina, no possvel manter a chama acesa. Considera, no entanto, que queimar leo no mar muito difcil, mas um mtodo efetivo (Globo, 2011). Naquele que ainda hoje, considerado o maior desastre ambiental da histria dos Estados Unidos, dada a gravidade da mar negra na costa do pas, uma organizao no-governamental sugeriu que a utilizao de fios de cabelo seria a metodologia mais eficaz para controlar os prejuzos j que iri contribuir para reduzir a mancha de leo no oceano, no entanto, o governo americano no aderiu a esta sugesto. Especialistas concordam que este tipo de material poderia ser colocado no mar para ajudar a recolher e absorver parte do leo. Esta tcnica teria sido utilizada em episdios anteriores, de pequenos derrames. Aquando da catstrofe dos EUA, uma instituio sem fins lucrativos, levou a cabo uma campanha de sensibilizao para doao de cabelo, e recolha de plos de animais, e similares. No entanto, professores, engenheiros e especialistas em geral, concluram que a prtica no era vivel pois poderia aumentar a quantidade de detritos no mar.
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2.4. Caso especfico


Relativamente ao caso especfico do derrame que ocorreu em Campo de Frade, na Bacia de Campos pode-se ver na imagem os diversos momentos e estratgias utilizadas para controlar, delimitar e retirar o crude derramado, evitando, deste modo, uma catstrofe de maior dimenso ambiental.

Figura 3. Um caso especfico derrame de petrleo em Campo de Frade, Brasil

2.5. Impacto ambiental


O petrleo um produto que encontramos na natureza na forma fssil, sendo um produto de grande importncia econmica, por ser uma fonte de energia e matria-prima para diferentes produtos. um composto natural que ocorre devido mistura de compostos inorgnicos e possui alta toxidade e densidade menor que a da gua. Em contato com a gua do mar, o petrleo degradado e este processo ocorre em vrias etapas. Este composto qumico impacta de forma mais agressiva os ecossistemas costeiros (Ernesto, 2010).
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Em 1989, o petroleiro Exxon Valdez, naufragou na costa do Alasca, despejando toneladas de petrleo, o que causou danos imensos a uma grande rea no litoral do Alasca. O navio tinha partido do terminal petrolfero de Valdez, no Alasca, em 23 de maro de 1989, s primeiras horas do dia 24 de maro, embateu num recife, desconhece-se ainda o que ter provocado tal acidente. Com a rutura do casco do navio, cerca de 11 milhes de gales de petrleo foram derramados no mar, e a rea atingida chegou a 1200 quilmetros quadrados. Muitos foram os acidentes com derrame de crude no mar, um pouco por todo o mundo, mas o acidente com o Exxon Valdez aconteceu em guas remotas, onde se abrigava uma abundante e espetacular diversidade de vida selvagem, pelo que o impacto ambiental foi enorme. Esta catstrofe causou a morte de 36000 aves marinhas, 3000 focas, 2.800 lontras, e 150 guias-pesqueiras a quantidade de peixe morto com esta catstrofe nunca foi apurada, na totalidade.

Figura 4. Derramamento de petrleo: impacto ambiental

Gastaram-se cerca de 2,1 bilies de dlares americanos, no processo de limpeza, no entanto, as reas ao longo da costa atingidas pelo derramamento, ainda apresentam elevados nveis de contaminao/poluio com petrleo, abaixo da superfcie.

3. CONCLUSES
Os derrames petrolferos tm impactos elevadssimos sobre o meio ambiente, quer em termos da grande dimenso das reas atingidas com este tipo de poluio, como em termos da morte de muitos animais marinhos, de superfcie, ou as consequncias negativas, no fundo do mar que afetam no apenas os animais (fauna) mas tambm os vegetais (flora) muitas aves vivem nas costas martimas e pescam superfcie, pelo que tambm estas aves marinhas so profundamente afetadas. Os ecossistemas sofrem perturbaes profundas, e s ao fim de longos anos podem reencontrar o seu equilbrio. Porque este tipo de catstrofe ainda muito usual, as grandes empresas de explorao petrolfera, tm vindo a dar uma especial ateno segurana e controle, prevenindo que o nmero de acidentes seja ainda maior. E em conjunto, com os maiores investigadores, a nvel mundial e com Associaes de Ambientalistas, tm estudado as melhores estratgias de controlar e minimizar os danos de catstrofes por derrame de petrleo ou crude, apesar disso ainda no existe um mtodo que se possa afirmar como o mais eficaz. Todos eles, de uma forma ou outra permitem um elevado grau de poluio com o respetivo impacto ambiental. Page6
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4. REFERNCIAS
Ernesto, M. F S. (2010). Poluio por petrleo nos ambientes marinho e costeiro. Paran: Universidade Norte do Paran. Globo (2012). Especialistas avaliam mtodos para conter vazamento de leo no Rio. In Globo.com Natureza. URL: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/11/especialistas-avaliam-metodos-para-conter-vazamentode-oleo-no-rio.html. Motta, L., & Viana, M. A. (2012). Cincias Naturais 8 Ano. Bioterra: Sustentabilidade na Terra. Porto: Porto Editora.

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