Anais IV Congresso de Física Aplicada À Medicina
Anais IV Congresso de Física Aplicada À Medicina
Anais IV Congresso de Física Aplicada À Medicina
UNESP - Botucatu
[email protected] www.ibb.unesp.br/eventos/confiam
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – UNESP
Câmpus de Botucatu
LIVRO DE RESUMOS
Botucatu – SP
2008
2
Comitê Organizador
3
Comitê Científico
4
Comitê de Programa
5
Apresentação
6
Nesta edição a composição da Comissão de Programa e da Comissão Científica
incluiu pesquisadores brasileiros e alguns pesquisadores de fora do país. Com isto
aumentou a qualidade na seleção dos trabalhos apresentados assim como conseguimos
estimular a participação de pesquisadores de outras regiões do Brasil e da América Latina.
Cordialmente,
7
Programação
Horário Quarta – feira (17/09) Quinta – feira (18/09) Sexta – feira (19/09) Sábado (20/09)
16:15 – 17:00
Mini-Curso III Mini-Curso IV Mesa Redonda:
Fractais na Processamento Situação atual
Medicina: Prof. de Sinais e da pesquisa nas áreas
17:00 – 18:00 Dr. Ivan Guerrini, Imagens: Prof. Dr. Sessão Tecnológica de física
Encerramento
UNESP – Carlos Dias aplicada à medicina no
Botucatu Maciel, EESC – Brasil
USP - São Carlos. e no mundo.
18:30 – 19:00 Cerimonia de Abertura Encerramento
20:30 Cocktail
8
Apoio:
FAPESP
FUNDUNESP
Instituto de Biociências de Botucatu
PROEX-UNESP
VUNESP
Patrocínio:
Pizza Frita Semião
Restaurante Jequitibá
Agradecimentos
Arthur Bemtivenha
Paulo R. Fonseca Filho
9
ÍNDICE
ESTUDO DOSIMÉTRICO COMPARATIVO ENTRE COLIMADOR
MULTILEAF E BLOCOS CONVENCIONAIS
Bárbara Büscher von Teschenhausen Eberlin, Vilma Aparecida Ferrari 15
10
UM PLANEJAMENTO OTIMIZADO EM TOMOTERAPIA POR
PROGRAMAÇÃO LINEAR COM CORREÇÃO DE
HETEROGENEIDADES
Rodrigo Sartorelo Salemi Viana, Helenice de Oliveira Florentino, Ernesto Augusto Bueno da
Fonseca Lima, Paulo Roberto da Fonseca Filho 30
11
MODELO PARA EXPLICAR FENÔMENOS FÍSICOS DO PROCESSO
DE AUDIÇÃO
J. Troll, S. M. Nishida 49
12
CÁLCULO DE DOSE EM FANTOMAS DE VOXELS USANDO O
CÓDIGO GEANT4
Maximiano Correia Martins, Denison de Souza Santos 68
13
INFLUÊNCIA DA RESTAURAÇÃO DE IMAGENS NA
QUANTIFICAÇÃO DE IMAGENS DE BIOSUSCEPTOMETRIA AC
Paulo Roberto da Fonseca Filho, Camila Souza Melo, Lana Tahara Taniguti, Giovana de Sousa
Evangelista, José Ricardo de Arruda Miranda 87
14
ESTUDO DOSIMÉTRICO COMPARATIVO ENTRE COLIMADOR
MULTILEAF E BLOCOS CONVENCIONAIS
A técnica de colimação com blocos de cerrobend (uma liga metálica) é muito eficiente, no
entanto apresenta algumas desvantagens, como o tempo para confecção dos blocos e a exposição do
trabalhador a fumaças tóxicas no processo de derretimento da liga. O colimador multileaf é formado
por diversas lâminas que por meio de sistemas computadorizados são capazes de gerar campos
arbitrários com o objetivo de conformar o tumor. Devido ao formato e arranjo das lâminas existem
diferentes processos de transmissão de radiação, que devem ser verificados periodicamente para
garantir a qualidade do tratamento.
As medidas foram realizadas para fótons de 6 MV num acelerador linear da Varian (modelo
Clinac 2100C), com um sistema de MLC de 52 lâminas (1cm de largura no isocentro). A técnica
escolhida para análise foi a dosimetria com filmes, utilizando-se um densitômetro (Victoreen modelo
07-424) para a leitura dos mesmos. Para avaliar os efeitos de transmissão, as medidas foram coletadas
transversalmente às lâminas, em intervalos de 0,5cm para diferentes regiões do filme. A penumbra foi
analisada passos de 0,2cm para diversos deslocamentos de campo e os resultados comparados com
medidas encontradas para os blocos convencionais na região de 90 a 30% da dose. Para avaliar a
penumbra efetiva foi utilizado um scaner (Scan Maker, 8700 Microtek) e com o auxílio de um
programa matemático (Scilab) encontramos as curvas de isodoes para a região de interesse.
Os valores de transmissão para o MLC variaram de 1,06 até 1,84% (figuras 1 e 2), que foi o
maior valor encontrado para a transmissão entre as lâminas. Os resultados encontram-se dentro dos
limties esperados, de 1,5 a 2,0% [1].
Para quantificar a transmissão ao final das lâminas (quando os dois carros são fechados), foi
necessário aplicar uma dose menor ao filme, que permitisse atingir a região linear da cruva de
calibração do mesmo. A média das leituras obtidas foi de 42,4% de transmissão, valor acima do
encontrado na literatura [2]. Além das incertezas da dosimetria com filmes, esse resultado é decorrente
da calibração da posição das lâminas e exige maiores investigações com outros métodos de medida. No
entanto, vale ressaltar que essa é uma situação não usual em tratamentos.
15
Figura 1: Efeitos de
transmissão (A) entre, (B)
através e (C) ao final das Figura 2: Representação gráfica dos resultados
lâminas. obtidos em (A) e (B).
Com relação a linha de junção de campos assimétricos, observa-se uma sub-dosagem maior
quando utlizado o MLC (aproximadamente 20%), dessa forma recomendamos a definição dos campos
com os colimadores secundários, utlizando o multileaf apenas para conformar o volume de tratamento.
[1] GALVIN, J.M., HAN, K., COHEN, R. A comparison of multileaf-collimator and alloy-block Field
shaping. Int. J. Radiation Oncology Biol. Phys., Vol. 40. 721-731, 1998.
[2] HUQ, M. S., DAS, I. J., STEINBERG, T., GALVIN, J. M. A dosimetric comparison of various
multileaf collimators. Phys. Med. Biol., 47, 2002.
16
NOVOS MATERIAIS PARA A DOSIMETRIA RETROSPECTIVA
LUMINESCENTE
Em caso de incidentes catastróficos com materiais radioativos, onde não haja controle direto sobre
dados das radiações, a aplicação de técnicas como a dosimetria retrospectiva luminescente pode ser
empregada com materiais a partir do ambiente imediato para confirmar valores cumulativos de dose.
Novos processos e novos materiais providos com a capacidade de medir doses cumulativas através de
termoluminescência estão sendo investigados pelo Depto. de Física da Universidade Federal de Se rgipe
(DFI -UFS). A dosimetria termoluminescente (TL) é , entre outros fatores, baseada no tempo de vida dos
picos e, como a previsão desse tempo se baseia nos parâmetros cinéticos energia de ativação, fator de
freqüência e na ordem cinética, a sua determinação é de suma importância para fazer um prognóstico
seguro da dose acumulada em qualquer mineral utilizando TL. Os exemplos mais recentes das
avaliações dos parâmetros cinéticos realizadas com diversos materiais serão apresentados neste
trabalho.
17
estabelecido, um novo desafio na dosimetria retros pectiva com esse mineral é o desenvolvimento de
uma metodologia confiável para a reconstrução da dose utilizando quartzo não queimado extraído de
materiais de construção, como argamassa e concreto. Os trabalhos desenvolvidos na UFS tem
demostrado que picos TL na região intermediária de temperaturas podem ser utilizados para avaliação
de doses de radiação.
Outros silicatos bastante estudados são a cianita (Al2 SiO5 ) e o espodumênio (LiAlSi2 O6 ).
Embora mais raros, são facilmente encontrados no Brasil [4]. A cianita, de coloração em geral azul, é
usada como gema, em cerâmica , refratários e indústria elétrica. Já o espodumênio é muito usado para
dele extrair-se o lítio, mas também para fabricação de jóias. Os parâmetros encontrados para a
variedade lilás de espodumênio mostrou que ha a possibilidade de seu uso em dosimetria retrospectiva.
Além dos silicatos, os feldspatos estão entre os minerais mais abundantes na crosta terrestre, e
têm sido aplicados também em datações arqueológicas e geológicas. Eles exibem uma vasta gama de
composições e estruturas, e têm fórmula geral XAl (1-2)Si(3-2)S8, onde X pode ser sódio (Na), potássio
(K) ou cálcio (Ca).
Um dos feldspatos investigados é a amazonita, uma variedade mineral de feldspato potássico de
coloração esverdeada, c om formula química (KAlSi 3O8), muito usada como pedra ornamental,
principalmente em jóias e estátuas. Entretanto, os feldspatos apresentam uma característica em sua
termoluminescência indesejada para a dosimetria , que são vários picos sobrepostos, o que dificulta sua
avaliação e aplicação. Apesar disso, os trabalhos realizados têm consiguido obter os parâmetros
cinéticos para alguns picos TL desses feldspatos e, assim, o seus tempos de vida estão sendo avaliados.
Mesmo assim, até o momento, os picos avaliados nesses feldpatos foram considerados insatisfatórios
para uso em dosimetria retrospectiva.
Além desses minerais, um outro tipo tem sido investigado: a hidroxipatita. Ossos e dentes são
compostos por cristais de hidroxiapatita (Ca 5(PO4)3OH), encrustados em colágeno, o que a torna
bastante interessante para aplicação em dosimetria , visto que, caso seja possível avaliar a dose
absorvida nesse material, a avaliação da dose absorvida seria obtida diretamente nos indivíduos
afetados. Até o momento, esse tipo de análise é realizada apenas nos materiais, que contenham quartzo,
que circundam o local onde houve a exposição.
Portanto, uma vasta gama de materiais com possível aplicação em dosimetria retrospectiva têm
sido estudados no DFI-UFS, e poderão auxiliar na determinação da dose de exposição do público em
geral em casos de acidentes nucleares .
18
ANÁLISE DAS PROPRIEDADES FÍSICAS EM ESTRUTURA DO TECIDO
ÓSSEO DE EQUINOS.
1
Departamento de Física e Biofísica/Instituto de Biociências – UNESP
[email protected]; [email protected]
2
Prof. Dr./ Orientador – Departamento de Física e Biofísica/ IB - UNESP
3
Prof. Dr./ Orientador – Departamento de Física e Biofísica/ IB - UNESP
19
IMPLANTAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE REJEITOS RADIOATIVOS
EM LABORATÓRIOS DE PESQUISA E DE ASSISTÊNCIA NA UNICAMP
O presente trabalho relata a situação encontrada nos laboratórios, a adequação das planilhas para
cada radionuclídeo e sua aplicação, permitindo assim avaliar se os rejeitos devem continuar
armazenados ou se podem ser descartados e de que forma isto deve ser feito. Além disso, foi possível
20
avaliar o tipo, quantidade e atividade dos rejeitos radiativos armazenados nos diversos laboratórios e
verificar a adequação do gerenciamento dos rejeitos e de seu armazenamento.
As planilhas elaboradas para o gerenciamento dos rejeitos foram adaptadas com os valores de
meia-vida e limite de descarte de rejeitos líquidos e sólidos para cada radionuclídeo considerado. A
partir dos dados levantados nos laboratórios, tais planilhas foram alimentadas com valores de atividade
especifica original, data, volume adquirido, atividades utilizadas, volume utilizado, volume residual,
data da avaliação e massa de cada frasco original armazenado. Para os rejeitos líquidos de
experimentos foi feita a contagem em contador de cintilação e a atividade foi obtida por comparação
com padrões existentes. Como resultado as planilhas apresentam a atividade atual dos rejeitos e sua
condição com relação ao descarte (armazenar ou descartar). No caso de rejeitos que tenham que ser
armazenados, as planilhas apresentam o período de armazenamento necessário e, no caso de líquidos,
qual o volume necessário para diluir e alcançar o limite de descarte. As planilhas foram elaboradas de
modo que o produto final fosse o formulário “Inventário de Materiais e Rejeitos Radioativos” já
totalmente preenchido.
Os resultados obtidos da análise dos rejeitos radioativos armazenados mostraram que a grande
maioria dos rejeitos (95%) em frascos originais já poderia ter sido descartada, e que apenas 5%
realmente precisavam continuar armazenados. Somente cerca de 13% dos rejeitos contidos em galões
precisava ser armazenada e o restante apresentava valores de atividade semelhantes aos níveis
encontrados em soluções frias (BG). Parte dos rejeitos a serem armazenados é constituída de líquidos
de cintilação orgânicos e não podem ser descartados na rede de esgoto. Para estes rejeitos, em sua
maioria de meia-vida longa, a solução é a destilação e o tratamento químico da parte orgânica com
posterior caracterização do rejeito radioativo resultante. Outra solução possível para esses rejeitos seria
a incineração com autorização prévia da CNEN, e atualmente no Brasil não existe nenhum incinerador
licenciado para tratar rejeitos radioativos, segundo informações da própria CNEN. Assim sendo, tais
rejeitos devem continuar armazenados nas unidades.
21
REAÇÕES NUCLEARES INDUZIDAS POR PRÓTONS EM ISÓTOPOS COM
USO NA RADIOTERAPIA
Aproximadamente 55.000 pessoas já foram tratadas de alguns dos 50 tipos de tumores pela
radioterapia de feixes de prótons. Mas, recentemente, percebeu-se a necessidade de um programa
especialmente voltado à análise de dados de partículas pesadas carregadas com aplicações terapêuticas.
Este trabalho, como parte do programa citado, tem como objetivo pesquisar, selecionar e comparar dados
de trabalhos experimentais sobre reações nucleares induzidas por prótons em feixes de baixas energias. A
metodologia de seleção foi baseada em dados fornecidos pelo software EXFOR, banco de dados da
Agência Internacional de Energia Atômica, e o trabalho de N. Sobolevsky. Para a comparação, foram
utilizados modelos teóricos do sistema EMPIRE-II. Inferimos a partir do mesmo que há certa dificuldade
no tratamento de feixes de prótons devido ao fato dos modelos teóricos utilizados não serem tão eficazes
para estudos de baixas energias quanto para o de altas.
A seleção dos dados se deu principalmente pelo uso do EXFOR, um software cuja biblioteca
contém dados de aproximadamente 17000 experimentos, realizados em diversos países [1].
Este software, a partir das características selecionadas, fornece o nome, código de referência,
autor e local da publicação, bem como um breve resumo e o número de dados disponíveis do
experimento em questão.
Selecionamos os trabalhos cujas reações envolviam: prótons ou partículas alfa como partículas
incidentes, energia máxima de 200 MeV, e como alvo os átomos de carbono-12, nitrogênio-14, oxigênio-
16, alumínio-27, silício-28 ou ferro-56.
22
localização dos dados, a equação da reação, a faixa de energia total e dos níveis eletrônicos, faixa angular
de espalhamento, e número total de dados do experimento. Essa etapa de seleção e organização dos
dados foi crucial para facilitar a posterior comparação e validação dos dados.
A tabela abaixo mostra o aspecto geral das 14 produzidas a partir dos dados retirados do
EXFOR. Mas o mesmo sucesso ainda não foi alcançado na etapa de comparação.
Inicialmente teve-se muitos problemas com o EMPIRE-II já que o mesmo apresentou resultados
diferentes dos esperados. Além disso, a faixa de energia utilizada por ele era muito maior que a
considerada neste trabalho. Assim houve a necessidade de modificar algumas das configurações e
desabilitar funções para que o sistema correspondesse às nossas expectativas.
Após diversas tentativas e análises de resultados, pôde-se iniciar a comparação dos dados,
relacionados ao espalhamento angular, selecionados e dos teóricos apresentados pelo EMPIRE-II, mas
ainda existe uma resistência por parte deste último quando se trata de cálculos relacionados a baixas
energias. Podemos inferir a partir deste trabalho que a validação de dados experimentais é realmente
necessária, visto que ambos os ramos, prática e teoria, precisam de estruturas confiáveis para que se
desenvolva um método eficiente a fim de prever e obter resultados esperados, em nosso caso o modelo de
uma terapia médica que utiliza feixe de prótons e que apresente o mínimo ou nenhum dano a tecidos
sadios.
Outra conclusão é que há muito que se melhorar em relação à configuração do EMPIRE-II para
que este forneça resultados coerentes com este trabalho de forma a facilitar a comparação dos dados
previamente selecionados.
23
MODELO DINÂMICO VIRAL-IMUNOLÓGICO E CÉLULAS DE MEMÓRIA
Este projeto abrange o estudo da eficiência da resposta imunológica adaptativa porque compreender
o impacto de uma infecção no organismo humano se torna mais simples quando temos em mãos
conhecimento pleno dos seus mecanismos de resposta. Apesar dos grandes avanços científicos na área de
imunologia, ainda existem inúmeras questões não respondidas quanto ao funcionamento destas células.
O sistema imune inato age como a primeira linha de defesa do organismo contra as infecções e não
se altera mediante exposição repetida a um dado agente infeccioso, enquanto o sistema imunológico
adaptativo torna-se mais eficiente a cada encontro sucessivo com o patógeno. Memória imunológica e
especificidade são características importantes do sistema imune adaptativo e permite que o mesmo responda
mais rapidamente e com maior intensidade quando exposto a um mesmo antígeno pela segunda vez.
Modelos matemáticos são uma ferramenta poderosa na definição de estratégias de tratamento e
prevenção de doenças infecciosas. Com esta finalidade, foi proposto um modelo matemático que descreve a
ativação e proliferação de um clone de células T em resposta à replicação viral.
O modelo de equações diferenciais (modelo dinâmico viral-imunológico e células de memória)
baseia-se nos modelos usuais de crescimento populacional e de competição entre espécies e foi elaborado com
base em argumentos biológicos que determinam as células envolvidas na defesa do organismo hospedeiro e
dos patógenos associados à invasão.
Soluções analíticas (pontos de equilíbrio e análise de estabilidade) e numéricas (evolução temporal
da população de células) foram apresentadas. São elas:
(a) Ausência do vírus e de resposta imunológica (RI),
(b) Ausência do vírus e presença de RI,
(c) Presença de vírus e de RI.
No caso (a) o vírus ativa a resposta imune, mas não é suficiente para garantir a permanência em
longo prazo das células imunológicas (linfócitos T efetores e linfócitos T de memória).
No caso (b) o sistema imune mantém-se ativado devido à taxa de retorno (background) dos linfócitos
T de memória ao estado de linfócitos T efetores. Se for considerada nula a taxa de retorno, a solução dada em
(b) se torna instável. Entretanto, é possível obter soluções onde a população viral é pequena (quase zero), mas
suficiente para manter ativada a população de células imunes (caso (c)).
Os resultados obtidos, através do método numérico de Runge-Kutta quarta ordem, mostraram que a
resposta primária pode levar a formação de células de memória e, neste caso, a resposta secundária é mais
eficiente devido às mesmas, concluindo, portanto, que essas células têm um papel fundamental na eficiência
da resposta imunológica adaptativa.
[1] FUNK, G. A. et all (2005). Spatial models of vírus-immune dynamics. Journal of Theorical Biology, 233,221-236.
[2] BARROZO, S.; YANG, H.M.; DEZOTTI,C.H.(2003). Uma abordagem Matemática em Imunologia. Notas em
Matemática Aplicada, 7, SBMAC & FAPESP, São Carlos e São Paulo: 93-117.
[3] McLEAN, A.R. (1994). Modelling T Cell Memory. Journal of Theorical Biology, 170, 63-74.
[4] MUNIZ, P. G.; FERREIRA, C.P. The Efficiency of the Adaptive Immunological Response. Submetido, julho 2008.
24
DISPERSÃO PÓS-ALIMENTAR EM LARVAS DE MOSCAS-VAREJEIRAS
EM DIFERENTES FORMAS DE SUBSTRATOS
25
Godoy [3], os quais podem ser encontrados também em outras publicações [1, 2, 4].
Comparou-se os resultados obtidos pelo modelo de autômato celular com os dados
experimentais visando determinar os fatores que contribuem para o comportamento de agregação
larval. As regras do autômato celular foram baseadas em evidências experimentais e teóricas que
relacionam densidade de larvas, pupação e o processo de dispersão.
Os resultados encontrados nesta etapa do estudo podem ser analisados pelo menos sob três
aspectos: disposição geométrica de larvas de moscas-varejeiras, comportamento larval em face aos
níveis de agregação intrínsecos de cada espécie e confronto entre simulações computacionais e dados
reais. No que diz respeito à disposição geométrica, o estudo mostrou claramente que o padrão de
migração larval em moscas-varejeiras independe do formato dos recipientes, pelo menos para as duas
configurações analisadas. Este resultado é de suma importância para o contexto da entomologia
forense, já que pode ser inferido para situações reais de distribuição de larvas nas circunvizinhanças de
cadáveres.
Assim, para padrões gerais de enterramento de larvas, o processo de dispersão larval pode ser
assumido como único em diferentes situações e tamanhos. A densidade larval pareceu exercer
importante papel na caracterização dos padrões de dispersão larval pós-alimentar em moscas. Neste
caso, cabe lembrar que densidade larval tem sido apontada como fator essencial para a biologia de
moscas-varejeiras, sob diversos aspectos ecológicos. Tanto no que diz respeito à dinâmica
populacional, como no que tange ao processo de dispersão larval, a densidade larval ocupa lugar
importante no cenário ecológico para moscas-varejeiras já que dela depende o comportamento de
imaturos e adultos.
As simulações que vem sendo realizadas neste estudo têm sido suficientes para reproduzir e
caracterizar a essência do processo de dispersão larval considerando situações diferentes em termos de
padrões de distribuição de pupas. Além disso, os resultados advindos das simulações têm evidenciado a
importância das interações locais para a dinâmica de migração larval.
O arranjo espacial e a vizinhança são fatores comumente citados como importantes para o
comportamento de insetos na natureza, sob vários aspectos. No presente estudo, o processo de
agregação larval parece exercer influência significativa sobre os resultados do estudo. A distribuição
agregada em organismos na natureza parece ser um mecanismo comumente adotado por populações,
sobretudo em moscas-varejeiras. Entretanto, a distribuição espacial é inerentemente dependente da
escala, dos métodos de estudo e da distribuição das espécies. A metodologia empregada neste estudo,
envolvendo a aplicação de algorítmos genéticos e autômatos celulares vêm se mostrando cada vez mais
eficiente na detecção de padrões de distribuição espacial, sobretudo para processos biológicos de
pequena escala. Os resultados encontrados até o momento sugerem novas implementações
experimentais e no âmbito da biologia computacional, principalmente considerando interações
interespecíficas e também de natureza trófica.
[1] BASSANEZI, R. C.; LEITE, M. B. F.; GODOY, W. A. C.; VON ZUBEN, C. J.; VON ZUBEN, F. J.;
REIS, S. F. Diffusion model applied to postfeeding larval dispersion in blowflies (Diptera: Calliphoridae). Mem
Inst Oswaldo Cruz, v. 92, p. 281-286, 1997.
[2] BOLDRINI, J. L.; BASSANEZI, R. C.; MORETTI, A. C.; VON ZUBEN, C. J.; GODOY, W. A. C.;
VON ZUBEN, F. J.; REIS, S. F. Non-local interactions and the dynamics of dispersal in immature insects. J
Theor Biol., v. 185, p. 523-531, 1997.
[3] GODOY, W. A. C.; FOWLER, H. G.; VON ZUBEN, C. J.; ZITI, L; RIBEIRO, O. B. Larval dispersion
in Chrysomya megacephala, Chrysomya putoria and Cochliomyia macellaria (Diptera: Calliphoridae). J. App.
Entomol., v. 119, p. 263-266, 1995.
[4] REIGADA, C.; GODOY, W. A. C. Dispersal and predation behavior in larvae of Chrysomya albiceps
and Chrysomya megacephala (Diptera: Calliphoridae). J. Ins. Beh., v. 18, p. 543-555, 2005.
26
ANÁLISES FÍSICA DE AMOSTRAS ÓSSEAS DE BOVINOS
Dany Bruno Grossklauss1*; Paulo de Tarso Vianna Nogueira1 Filho1; Vladimir Eliodoro
Costa 1
; Marcos Antonio de Rezende
1
Departamento de Física e Biofísica, Instituto de Biociências de Botucatu, Universidade
Estadual Paulista – IBB/UNESP
*[email protected]
Existem patologias em animais vertebrados associadas à estrutura do tecido ósseo que afetam diretamente o
sistema locomotor do animal. Tratando-se de um endoesqueleto, o diagnóstico dessas patologias torna-se
abstruso in vivo. A caracterização física da estrutura do tecido ósseo de animais sadios torna-se uma grande
ferramenta no diagnóstico comparativo de animais vivos.
A radiação atenuada, que ocorre nos tecidos situados entre os órgãos de interesse e o detector, é um dos
temas mais importantes na utilização de raios gama em medicina nuclear. Portanto, medidas de valores médios
de substâncias biológicas, como músculo, osso gordura e água são importantes.
O coeficiente linear de atenuação é definido como a probabilidade de o fóton interagir, com um determinado
material por unidade de comprimento, e os respectivos coeficientes de atenuação de massa também são de
grande importância em matéria de radiações e sua absorção pelo assunto, como a dosimetria (AKAR, et. al.
2006).
O objetivo desse trabalho é determinar o valor médio das principais propriedades físicas da estrutura óssea
utilizadas no diagnóstico clínico, como: densidade úmida; porosidade; e coeficiente de atenuação de massa de
fótons 59,6 keV de tecido ósseo bovino e verificar possíveis variações nesses valores.
Concluiu-se em análise que a estrutura física do tecido ósseo do radio de bovino adulto e sadio não é
homogênia, principalmente, a densidade e porosidade que variou ao longo do comprimento do osso, sendo a
densidade maior na extremidade superior e inversa a porosidade que na mesma extremidade apresentou menor
valor. As propriedades intrínsecas do tecido como o coeficiente de atenuação de massa de 59,6 keV e a
distribuição de massa do tecido ósseo ao longo do rádio não mostraram tendências de variações, e sim uma
alternância de valores dentro de um intervalo como no caso do coeficiente de atenuação. A diminuição do teor
de umidade alterou diretamente a densidade e o volume do tecido ósseo e alterou inversamente a porosidade.
[1]CUNHA E SILVA, R.M.; APPLONI*, C.R.; PARREIRA, P.S.; ESPINOZA-QUIÑOZES, F.R.; COIMBRA,
M.M.; ARAGÃO P.H.A. Two media method for gamma Ray attenuation coefficient measurement of archaeological
using gamma ray attenuation. Annals of Clinical Research, vol.5, p 231-237, 1973.
[3]ALHAVA, E.M.; KARJALAINEN, P. The mineral content an mineral density of bone of the forearms in the
healthy persons measured by Am-241 gamma ray attenuation method. Annals of Clinical Research, vol.5, p 238-243,
1973.
27
28
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Diego Augusto Queijo1*, Renato Bocamino Doro2, Liciana Vaz de Arruda Silveira3, Rodrigo Sartorelo
Salemi Viana 4
3,4
Dep. Bioestatística – Instituto de Biociências de Botucatu – UNESP
1,2
Curso de Física Médica – Instituto de Biociências de Botucatu – UNESP
* Autor correspondente: [email protected]
Figura 1 : Probabilidade de cura do tumor como função na dose total dada em frações de 2 Gy.
32
Um procedimento de avaliação biológica é introduzido e aplicado nos casos clínicos. Esse
procedimento dos modelos biológicos e dados de dose-resposta dos órgãos envolvidos otimiza o nível
da dose da técnica de tratamento em estudo. É demonstrado que o objetivo dos modelos
radiobiológicos permitem uma conformidade maior e um resultado clínico mais relevante. A
probabilidade de atingir o controle do tumor sem complicações fatais em tecidos normais é aumentada
e a “entrega” da dose-volume de radiação otimizada. Também é fato que a informação precisa em
relação à resposta de diferentes órgãos a intensidade da radioterapia é a chave para a verdadeira
otimização da dose distribuída.
[1] Luxton, G.; Keall, P.J.; King, C.R. A new formula for normal tissue complication
probability (NTCP) as a function of equivalent uniform (EUD). Physics in Medicine and Biology, v.53,
p.23-26, 2008.
[2] Tucker, S.L.; Thames, H.D.; Taylor, J.M.G. How well is the probability of tumor cure after
fractionated irradiation described by poisson statistics? Radiation Research., v.124, p.273-282, 2008.
33
ACEITE E COMISSIONAMENTO DE UM ACELERADOR LINEAR
DESTINADO À RADIOCIRURGIA
Dalila Luzia Toreti1*, Laura Natal Rodrigues1, Gisela Menegussi2 ,
1
Intituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN), São Paulo, Brasil.
2
Hospital das Clínicas – Faculdade de Medicina da USP (HC – FMUSP), São Paulo, Brasil.
* [email protected]
Radiocirurgia Estereotáxica é a técnica de tratamento que usa feixes estreitos de radiação
focalizados com grande exatidão em uma lesão pequena. Durante as últimas décadas foram
incorporadas várias melhorias nessa técnica. Um dos avanços recentes mais significativos foi a
introdução comercial dos colimadores micro multilâminas (mMLC), os quais permitem a realização de
técnicas que alcançam um maior grau de conformação de dose na lesão alvo devido a uma espessura de
lâminas de 3 mm, possibilitando assim uma menor irradiação das estruturas críticas e dos tecidos
normais.
Os testes de aceitação são realizados com o objetivo de assegurar que as especificações contidas
durante a compra do equipamento estão sendo cumpridas e que estão dentro das recomendações dadas
pela International Electrotechnical Commission (IEC), os quais são realizados na presença do próprio
fabricante. Essas verificações iniciam com testes de segurança, seguidos pelos testes mecânicos e, as
medidas dosimétricas, nas quais estabelecem que a distribuição de dose em profundidade e as
características do perfil do feixe clínico satisfaçam às especificações. [1]
Os testes de aceite para a Radiocirurgia são semelhantes aos testes realizados por ocasião da
instalação de um novo acelerador linear, porém a precisão mecânica e a estabilidade do isocentro,
quando da rotação de todos os eixos – cabeçote, colimador e mesa , devem ser estabelecidas antes de
qualquer procedimento, no qual esses eixos devem coincidir dentro de uma esfera de diâmetro ! # $$%
[2]. Os parâmetros de aceitação realizados no acelerador linear da Varian (CLINAC 6EX) ficaram em
uma faixa de variação menor que a preconizada, como mostra a tabela 1. Todos os demais testes
ficaram dentro das tolerâncias estabelecidas pelo fabricante.
Tabela 1: Valores obtidos dos parâmetros de aceitação realizados em um acelerador destinado
à Radiocirurgia e suas tolerâncias.
Parâmetros de aceitação Obtido Tolerância
Precisão mecânica de rotação da
< 0,5 mm < 1,0 mm
mesa
Estabilidade do isocentro < 0,5 mm < 1,0 mm
Devido a precisão desse método e a introdução do sistema de colimação adicional no
acelerador para a obtenção dos campos pequenos, tornase necessário para o comissionamento, a
aquisição de dados dosimétricos que irão servir como parâmetros de entrada para o sistema de
34
IV Confiam - IBB -UNESP
Um procedimento de avaliação biológica é introduzido e aplicado nos casos clínicos. Esse
procedimento dos modelos biológicos e dados de dose-resposta dos órgãos envolvidos otimiza o nível
da dose da técnica de tratamento em estudo. É demonstrado que o objetivo dos modelos
radiobiológicos permitem uma conformidade maior e um resultado clínico mais relevante. A
probabilidade de atingir o controle do tumor sem complicações fatais em tecidos normais é aumentada
e a “entrega” da dose-volume de radiação otimizada. Também é fato que a informação precisa em
relação à resposta de diferentes órgãos a intensidade da radioterapia é a chave para a verdadeira
otimização da dose distribuída.
[1] Luxton, G.; Keall, P.J.; King, C.R. A new formula for normal tissue complication
probability (NTCP) as a function of equivalent uniform (EUD). Physics in Medicine and Biology, v.53,
p.23-26, 2008.
[2] Tucker, S.L.; Thames, H.D.; Taylor, J.M.G. How well is the probability of tumor cure after
fractionated irradiation described by poisson statistics? Radiation Research., v.124, p.273-282, 2008.
35
IV Confiam - IBB -UNESP
1
Instituto de Física – Universidade de São Paulo
2
Instituto Butantan – Universidade de São Paulo
3
Instituto de Ciências Biomédicas – Universidade de São Paulo
* Autor correspondente: [email protected]
A peculiar conexão entre Física e Câncer é íntima – tão íntima quanto uma relação de causa e
efeito. De fato, a radiação, um agente inestimável para o tratamento de câncer, também é a causa do
câncer.
Tendo isto em mente, fica clara a necessidade de melhoria dos protocolos de tratamento
radioterápico de câncer, notadamente quanto ao de maximizar o dano no tumor e de minimizá-lo nos
tecidos sadios vizinhos [1,2].
Este estudo foi motivado pela busca de uma associação entre novas estratégias radioterápicas e
tipos de radiação não-convencionais, como nêutrons e partículas alfa, via a técnica conhecida por
BNCT – boron neutron capture therapy [3,4,5]. Estudaremos uma estratégia de tratamento muito
diferente, idealizada para interferir destrutivamente nos processos de recuperação celular através de
agentes físicos exógenos como, por exemplo, campos elétricos estáticos, em combinação sinergística
com radiações de diferentes LET.
O estudo ora proposto será direcionado ao tratamento de tumores sólidos com elevada
resistência à radiação. Salientamos, neste sentido, que a Deinococcus radiodurans [6,7], uma bactéria,
o organismo mais resistente de que se tem conhecimento no mundo (está classificado nessa condição
no Guinness Book of Records), tem se prestado como um excelente simulador de câncer [8] pelo fato
de mimetizar células cancerosas, e, portanto, será o modelo biológico deste estudo.
O objetivo deste projeto é propor e testar uma nova estratégia para melhorar radioterapias de
câncer, via uma drástica redução das doses necessárias. Espera-se conseguir esse objetivo pela
combinação sinergística de irradiação com campos elétricos exógenos. Utilizar nessa combinação tanto
radiações convencionais (como gamas) quanto não-convencionais (como nêutrons e alfas). Resultados
anteriormente obtidos pelo grupo com cianobactérias e fungos revelaram que essa combinação
sinergística é acentuada, notadamente no sentido reduzir em muito as doses necessárias para tornar
esses microrganismos inviáveis.
36
IV Confiam - IBB -UNESP
Através da amostra original do microrganismo presente em placas de Petri, será coletada uma
amostra e inserida em um meio de cultivo de TGY líquido esterilizado em autoclave para obtenção da
cultura mãe.
A partir de um cultivo de 24h em TGY, espera-se construir duas curvas, uma correlacionando
o número de UFC/mL em função do tempo (que é proporcional à dose aplicada), outra de densidade
ótica em função do tempo e, estimando a velocidade e fases de crescimento. Isto permitirá confirmar se
durante os testes de irradiação as células estarão no estado padrão esperado. As células serão irradiadas
na fase estacionária, e em seguida, observaremos o cultivo após ser irradiação.
Para cada dose serão realizadas 2 irradiações com as seguintes características: 1- apenas a
irradiação e 2- irradiação seguida por aplicação de campos elétricos estáticos (com intensidades
variadas entre 100 e 500 V/cm), utilizando um capacitor de placas paralelas, e por intervalos de tempo
também variados (entre 3 e 10 horas). Em seguida, incubamos as culturas para fazermos as contagens,
traçando a curva de porcentagem de sobreviventes em função da dose (curva de sobrevivência). Para
efeito de controle, as duas fases supracitadas serão acompanhadas por medidas a “dose zero”, sem e
com a aplicação de campos elétricos estáticos.
Com base nos resultados a serem obtidos, espera-se propor um procedimento original para
melhorar a radioterapia via irradiação do tumor concomitantemente e/ou seguida pela aplicação de
campos elétricos, no sentido de em muito reduzir as doses de tratamento necessárias, diminuindo na
mesma proporção os danos a tecidos sadios. Com isso, poder-se-ia dispor de mais uma ferramenta para
os tratamentos radioterápicos de câncer.
[1] Collis, J.S. and DeWeese, L.T. Enhanced radiation response through direct molecular targeting
approaches. Cancer and Metastasis Reviews, 23: 277-292, 2004.
[2] Nag, S. Principles and practice of brachytherapy. Futura, Armonk, N.Y., 1997.
[3] Kamida A, et al. Effect of neutron capture therapy on the cell cycle of human squamous cell carcinoma
cells. Int J Radiat Biol; 84(3):191-9, 2008.
[4] Yoshida F, et al. Combined use of sodium borocaptate and buthionine sulfoximine in boron neutron capture
therapy enhanced tissue boron uptake and delayed tumor growth in a rat subcutaneous tumor model. Cancer Lett.
Feb, 2008.
[5] Linz U. Boron Neutron Capture Therapy for Glioblastoma: Is it Worth Pursuing? Technol Cancer Res
Treat; Feb;7(1):83-8, 2008.
[6] Minton, K.W. DNA repair in the extremely radioresistant bacterium Deinococcus radiodurans. Mol.
Microbiol. 13: 9-15, 1994.
[7] Asgarani, E. et al. Purification and characterization of a novel DNA repair enzyme from the extremely
radioresistant Rubrobacter radiotolerans. J. Radiat. Res. 41: 19-34, 2000.
[8] Sentürker, S., Bauche, C., Laval, J. and Dizdaroglu, M. Substrate specificity of Deinococcus radiodurans
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37
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39
IV Confiam - IBB -UNESP
40
IV Confiam - IBB -UNESP
O algoritmo J-48 do Weka gerou árvore de decisão que nos permitiu uma análise sobre a
essencialidade e não essencialidade dos genes, relacionando os atributos analisados. Também permitiu
a observação sobre uma óptica estatística, utilizando para isso os parâmetros de desempenho dos
classificadores.
[1] ALPAYDIN E. (2004). Introduction to Machine Learning (Adaptive Computation and Machine Learning). MIT
Press, Cambridge, EUA.
[2] AHN AC, TEWARI M, POON CS, PHILLIPS RS. (2006). The limits of reductionism in medicine: could systems
[3] SILVA JPM, ACENCIO ML, MOMBACH JCM, VIEIRA R, SILVA JC, SINIGAGLIA M, LEMKE N. (2008). In
41
IV Confiam - IBB -UNESP
[1] LAM, P. K. S.; MA, H. H. T. Some observations on the life cycle and population dynamics of
Talitroides topitotum (Burt) (Amphipoda: Talitridae) in Hong Kong. JOURNAL Of Natural History, 1989, 23,
1087-1092
[2] ALVAREZ, F.; WINFIELD, I. Population study of the landhopper Talitroides topitotum (Crustacea:
Amphipoda: Talitridae) in central Mexico, Journal of Natural History, 2000, 34, 1619–1624
[3] LOPES, O. L; MASUNARI, S. Biologia reprodutiva de Talitroides topitotum (Burt) (Crustacea,
Amphipoda, Talitridae) na Serra do Mar, Guaratuba, Paraná, Brasil, Revista Brasileira de Zoologia
42
MODELAGEM MATEMÁTICA PARA A DISPERSÃO DE FUNGOS
FITOPATOGÊNICOS NO CAMPO VIA AUTÔMATOS CELULARES
Os fungos dispersam com facilidade os seus propágulos, por intermédio de ventos e chuvas,
principalmente. Para simular esse processo, utilizou-se a técnica de modelagem via autômatos celulares, em
que cada hospedeiro foi representado por um sítio pertencente a uma rede discreta. Para tanto, utilizou-se
rede quadrada de contorno fixo. O conjunto de estados possíveis para os sítios foi definido como Σ ≡
{sadio permissivo; sadio resistente; latente; infectado}. Realizou-se a atualização de todos os sítios de
forma síncrona, a cada passo de tempo. Definiu-se as regras de maneira que:
Pi f s (t)N i
Pi = exp(αd ),
N
sendo Ni o número de sítios infectados, Pi a permissividade à doença, fs a função de sazonalidade, α
uma constante negativa que determina o alcance médio da doença, d a distância média dos sítios
infectados em relação ao sadio alvo de atualização e N é número total de sítios;
ii) sítio latente torna-se infectado ao final do período de latência, após ∆ passos de
tempo;
O estudo avaliou a dispersão de doenças através de um único foco centrado na rede. Observou-se a
influência do grau de permissividade, de funções de sazonalidade distintas, de diferentes períodos de
latência, entre outros fatores. Contudo, muitos resultados não puderam ser apresentados aqui.
No estudo da sazonalidade, duas funções fs foram escolhidas de forma a representar a dispersão dos fungos
sob à ação dos climas temperado e tropical. No clima tropical, o avanço da doença ocorre a partir de
pequenos intervalos de disseminação moderada; já no clima temperado, a dispersão é mais intensa e atua
por um curto período de tempo. Portanto, a dispersão de clima temperado foi aproximada por uma função
gaussiana, enquanto, para a de tropical, utilizou-se uma função seno, sendo que 0 ≤ fs (t) ≤ 1.
43
i) Tropical: fs (t) = Asin(2πt/T ) + A, em que A é a amplitude, t é o passo de tempo e T é o período
de oscilação;
(t−To )2
iii) Temperado: f s = e S2
, sendo S o desvio padrão em dias, t o passo de tempo e To o dia de
maior infecção.
Para poder realizar uma comparação das funções, fez-se com que as áreas sob as curvas se
equivalessem e utilizou-se o mesmo conjunto paramétrico em todas as simulações. Conforme a figura 1,
pode-se observar que o clima tropical fomentou maior dispersão da doença.
O modelo sugerido neste trabalho se mostrou capaz de representar o padrão de dispersão espaço-
temporal observado no campo e elucidar problemas teóricos relativo ao assunto. O maior êxito foi a
obtenção de resultados similares aos apresentados na natureza a partir de um modelo simples e de fácil
construção.
[1] TORTORA, G. J.; FUNKE B. R.; CASE C. L. Microbiologia. 6a ed. Porto Alegre: Artmed,
2000.
[2] POZZA, E. A.; SOUZA P. E.; CASTRO, H. A.; POZZA, A. A. A. Freqüência da ocorrência
de doenças da parte aéra de plantas na região de Lavras-MG. Ciênc. e Agrotec. Lavras, v.23, n.4,
p.1001-1005,1999.
[3] AGRIOS, N. Plant Pathology. 4a ed. San Diego: Academic Press,1997.
44
ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS DE COMBATE AO CÂNCER APLICANDO MODELOS
QUANTITATIVOS BASEADOS NA COMPETIÇÃO ENTRE AS ESPÉCIES.
45
interface células saudáveis - células tumorais.
Os α's foram variados nos intervalos de zero a potências de dez com coeficientes de 0 a 3, e os
K's foram variados também entre intervalos de potências de dez com coeficientes entre 0 a 4.
Assim, colocando quatro intervalos para cada um dos quatro parâmetros, temos 256 combinações
diferentes a serem testadas.
Foram feitas 1000 repetições de cada combinação, totalizando assim 256000 operações. O
programa utilizado para operalizar uma quantidade de contas tão grande foi o SAS. A análise dos pontos de
estabilidade do sistema foram realizadas através de simulações de Monte Carlo.
Os resultados obtidos são apresentados a seguir
Distribuição da simulação quanto às condições de
equilíbrio depois de combinação de 256 formas de
tratamento em 1000 simulações
7,02%
pontos de sela
11,08% Nó Instável
Espiral Instáve
Nó estável
Espiral Estável
80,76%
Por fim, o sistema apresentou claramente a variável de maior interferência. Os tratamentos que
simularam a diminuição da densidade tumoral retornaram com mais frequência resultados com nós e, com
menos frequência, espirais estáveis. Interpretamos o fato como sendo positivo devido à análise feita das
condições de retorno desses pontos de estabilidade (condições desfavoráveis à dinâmica tumoral). As taxas de
competição se mostraram efetivas quando a diferença de flutuação do parâmetro densidade eram altas.
Assim, tratamentos mais eficientes foram os que diminuíram a densidade de células tumorais
mais drasticamente.
[1] Gatenby R.A.;Thomas L. V. Application of quantitative models from population biology and evolutionary game theory to
tumor therapeutic strategies. Molecular Cancer Therapeutics, 2:919–927, 2003
46
IV Confiam - IBB -UNESP
Rafael Toledo Fernandes de Souza*1,2, Diana Rodrigues de Pina2, Ney Lemke1, Eros Duarte
Ortigoso Carbi1,2
1
Dep. Física e Biofísica – Instituto de Biociências de Botucatu – UNESP
2
Departamento de Doenças Tropicais e Diagnóstico por Imagem do HCFMB –UNESP
* [email protected]
O processo de quantificação dos tecidos biológicos, presentes no livre caminho médio do feixe
de raios-X, foi realizada a partir de imagens tomográficas de tórax de pacientes pediátricos no formato
DICOM. Os tecidos biológicos foram classificados, por meio de número de CT – computed
tomographic (grau de enegrecimento da imagem, medido em HU - Hounsfield Unit), em: tecido ósseo
compacto, ósseo esponjoso, mole, adiposo, pulmão e artefatos. Esta classificação foi realizada
utilizando o software WEKA, com o algoritmo classificador J48, responsável por gerar árvores de
decisão, o qual irá decidir qual tecido corresponde ao número de CT indicado pelo arquivo CSV.
Todo o procedimento descrito até então foi aplicado em 30 exames tomográficos pediátricos
para faixa etária em estudo. Por último foram utilizadas imagens tomográficas do tórax do RANDO
(Radiation Analog Dosimetry), o qual simula um paciente adulto e padrão. Vale salientar que na
avaliação da quantidade de tecidos moles, são somados os tecidos muscular e adiposo [3].
47
IV Confiam - IBB -UNESP
Figura 1: Imagem com artefatos (A) e após passar pelo processo de filtragem, do
algoritmo desenvolvido (B).
A tabela 1 apresenta os resultados com imagens do exame tomográfico do tórax do RANDO,
apresentando a relação entre tecidos biológicos e materiais simuladores para 60,1 keV e as espessuras
correspondentes segundo a literatura [1, 2].
A tabela 2 apresenta um resultado ilustrativo, dos 30 exames pediátricos avaliados. Esta
relaciona tecidos biológicos e materiais simuladores para 60,1 keV.
Tabela 1: Relação entre tecidos biológicos e materiais simuladores.
Tecido Espessura do tecido Material simulador Material simulador
(pelo algoritmo) (pelo algoritmo) segundo a literatura
Ósseo compacto 2,10 mm [1,2]
3,02 mm de alumínio 3 mm de alumínio
Ósseo esponjoso 5,51 mm
Mole 73,37 mm 103,1 mm de lucite 100 mm de lucite
Ar 52,31 mm 52,3 mm de ar 50 mm de ar
Tabela 2: Tecidos biológicos e materiais simuladores para um exame de um paciente
pediátricos de 7 meses.
Tecido Espessura do tecido Material simulador Total (materiais simuladores)
Ósseo compacto 1,42 mm 1,10 mm de alumínio
3,19 mm de alumínio
Ósseo esponjoso 8,26 mm 2,09 mm de alumínio
Muscular 30,26 mm 43,78 mm de lucite
60,3 mm de lucite
Adiposo 24,79 mm 16,48 mm de lucite
Ar 20,92 mm 20,92 mm de ar 20,92 mm de ar
Os dados apresentados na tabela 1 mostraram que estes estão coerentes com os da literatura,
pois a maior diferença ao comparar as espessuras de materiais simuladores, obtidos neste estudo e
apresentados na literatura, é de 4,6 % para o ar [1]. Vale ressaltar que somente variações a partir de ±
0,6 cm de lucite, podem influenciar na resposta sensitométrica de um sistema tela-filme, avaliadas com
uma mesma técnica radiográfica. [3]. Portanto, os resultados obtidos validam o método proposto para
desenvolvimento e construção de fantomas pediátricos.
Agradecimentos: à Fapesp pelo apoio financeiro.
[1] GRAY, J.E.;WINKLER, N.T.; STEARS, J.; FRANK, E.D. Quality Control in Diagnostic Imaging,
Baltimore University, Park Press, 1983.
[2] American National Standards Institute (ANSI), Method for the sensitometry of medical X-ray
screen-film-processing systems. PH2/43, New York. 1982.
[3] PINA, D.R.; DUARTE, S.B.; MORCELI, J.; GHILARDI NETTO T. Development of phantom for
radiographic image optimization of standard patient in the lateral view of chest and skull examination,
Applied Radiation and Isotopes 64, Elsevier, 2006, pp.1623–1630.
48
IV Confiam - IBB -UNESP
MODELO PARA EXPLICAR FENÔMENOS FÍSICOS DO PROCESSO DE AUDIÇÃO
Model to explain phycal phenomena of hearing process
A elucidação de inúmeros fenômenos biológicos depende da área de Física. Em 1928, Békésy descobriu a
característica mecânica da transdução neural na orelha interna.[1] Ohm e Seebeck iniciam os estudos sobre a
sensibilidade do ouvido humano a vibrações puramente senoidais, que foram aperfeiçoados por Helmholtz com o
desenvolvimento dos ressonadores que levam seu nome. [2]. Apesar do desenvolvimento dessas e outras teorias sobre
acústica fisiológica, os estudantes ainda tem dificuldade em entender como ocorrem os fenômenos da superação da
impedância acústica e a transdução sensorial.
A impedância acústica de um meio é a dificuldade que este oferece para a passagem da onda sonora, em função
de sua freqüência e velocidade. Em termos matemáticos, Z = 0c = (0/)1/2, onde Z é a impedância acústica do meio, 0 é
a densidade do meio, c é a velocidade do som e é a compressibilidade.
O sistema auditivo humano necessita superar a impedância acústica na passagem do som do ar para a endolinfa,
para dentro da cóclea, onde se encontram as células sensoriais tradutoras que convertem os sinais acústicos em variação
potencial elétrico. O mecanismo de superação ocorre através de duas formações anatômicas: a diferença de área entre o
tímpano (55mm2) e a base do estribo (3,2mm2). As ondas sonoras aplicam força em cada milímetro do tímpano e o
tímpano transfere toda essa energia para o estribo. Ao concentrar essa energia em uma área menor, a pressão se torna 17
vezes maior. Outra alternativa é a configuração dos três ossículos da orelha media que fornece uma amplificação extra. O
martelo é 1,3 vezes mais longo que a bigorna, formando uma alavanca entre o tímpano e o estribo. O martelo se move
numa distância maior e a bigorna se move com força maior. [3]. Em conjunto, o fator de amplificação é de 17 x 1,3 = 22
vezes, podendo variar de acordo com a anatomia do indivíduo. O resultado dessa amplificação é o movimento rítmico da
base do estribo para dentro da cóclea em forma de pedal, propagando dessa maneiras as mecânicas para a escala
timpânica.
Já a transdução sensorial é a transformação de um tipo de energia (química, luminosa, mecânica, térmica ou
elétrica) em impulso nervoso pelas células sensoriais ciliadas do órgão de Corti. Quando as ondas mecânicas são
propagadas ao longo da escala timpânica e vestibular, no interior da cóclea, o órgão de Corti que fica assentado ao longo
da membrana basilar ressona. O movimento ascendente e descendente da membrana basilar inclina os cílios das células
sensoriais abrindo canais iônicos e causando alterações no potencial elétrico da membrana, ou seja, promovendo a
transdução, cuja reposta elétrica descreve uma onda senoidal. Dessa forma, por meio das fibras sensoriais do nervo VIII,
as informações acústicas são enviadas para o cérebro, em direção á área auditiva primaria no lobo temporal. Portanto, na
audição, a energia mecânica é transformada em energia química, e só então, é transformada em estímulo elétrico nos
neurônios.
49
Para facilitar a compreensão desses fenômenos, desenvolveu-se um modelo didático (figura 1B) representando
as três partes da orelha humana que dispõe de mecanismos que simulam as etapas do processo de transmissão acústica e
transdução. Preocupou-se em utilizar material de baixo custo (materiais recicláveis, madeira e alguns componentes
eletrônicos) para que o modelo pudesse ser reproduzido com facilidade.
Na figura abaixo, à direita (Figura 1B), está o modelo da orelha humana, comparando-se ao esquema anatômico
da orelha representado na figura 1A. Estes estão divididos em orelha externa (OE), média (OM) e interna (OI). Dentro da
cóclea (CO) está o órgão de Corti (OC), no qual são representadas duas células sensoriais ciliadas (CSC) na membrana
basilar (MB) e suas respectivas fibras sensoriais do nervo VIII (FN); e o cérebro (CE) no qual é feita a representação do
estímulo no córtex auditivo primário (CAP), por meio de um circuito elétrico com LEDs.
Com a finalidade de demonstrar a vibração sonora para então explicar os fenômenos físicos, um circuito elétrico
com três motores, individualmente ligados à membrana timpânica (MT) e às duas células sensoriais ciliadas (CSC)
através de pistões é acionado. Esse circuito possui duas possibilidades de acionamento: ao ligar um lado da chave, a
vibração da membrana timpânica (MT) e de uma das células sensoriais ciliadas (CSC) será rápida (1), e liberará
miçangas de metal da parte interna dessas células, que passarão pela fibra sensorial do nervo VIII (FN), fechando outro
circuito que acende dois LEDs vermelhos na representação do córtex auditivo primário no cérebro (CE). Se acionado o
outro lado, a outra célula sensorial ciliada (CSC) vibrará conjuntamente à membrana timpânica (MT), porém com uma
velocidade menor (2) e representação no cérebro feita com LEDs azuis.
FIGURA 1A FIGURA 1B
Figuras 1A: Desenho de orelha humana [4]; FIGURA 1B: modelo didático. Representados nestas figuras estão orelha externa (OE),
membrana timpânica (MT), orelha média (OM), ossículos (OS), orelha interna (OI), cóclea (CO), células sensoriais ciliadas (CSC),
membrana basilar (MB), órgão de Corti (OC) de alta freqüência (1), na base da cóclea, e de baixa freqüência (2), no ápice da cóclea,
fibras sensoriais do nervo VIII (FN), cérebro (CE) com o córtex auditivo primário (CAP) em destaque.
A primeira utilização do material em sala de aula foi na disciplina de Fisiologia Humana do curso de Física
Médica da Unesp de Botucatu em 2008, no primeiro semestre de 2008. A mobilização da atenção dos alunos é realizada
utilizando-se um diapasão (540 Hz), fazendo o teste de Weber. Os alunos se surpreendem com a sua própria experiência
e ficam muito curiosos para compreenderem a causa do fenômeno. Após uma exposição teórica sobre a Fisiologia Da
Audição, os mecanismos de superação de impedância acústica e de transdução sensorial foram explicados usando o
modelo. A utilização do modelo foi considerada positiva refletida no desempenho satisfatório dos alunos, quando
questionados sobre como funcionava o mecanismo de amplificação sonora da orelha humana.
Concluímos que quando o processo de aprendizagem está associado à experiência pessoal e à visualização do
fenômeno, mesmo através de modelos analógicos, a apreensão do conhecimento é significativamente melhor. O modelo
ainda encontra-se em fase de aprimoramento e será utilizando em outras disciplinas de graduação, inclusive em eventos
de extensão universitária, além de disponibilizar o método de confecção do modelo didático através do site do Museu
Escola do IB.
[1] Pacific Biosciences Research Center - Georg Von Békésy. Disponível em: <http://www5.pbrc.hawaii.edu/bekes y/>. Acesso em:
10 jul. 2008.
[2] Apostila Riscos Ambientais – Ruídos. Disponível em:<http://www.fadepe.com.br/restrito/conteudo/pos_2_eng_seg_trabalho_apos
tila_ruido.doc>. Acesso em: 10 jul. 2008.
[3] HARRIS, T. Como funciona a audição. Disponível em: <www.jornallivre.com.br/ 127759/como-funciona-a-audicao.html>.
Acesso em: 31 jul. 2008.
[4] Kassab, A. O caminho do som que sai da orelha (e outro que ainda vai ser percorrido) Jornal da Unicamp. Disponível em:
<http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/setembro2006/fotosju338-online/ju338pg07b.jpg>. Acesso em: 20 jun. 2008.
50
IV Confiam - IBB -UNESP
51
IV Confiam - IBB -UNESP
As comunidades estão representadas através de uma matriz de adjacências, isto é, uma matriz M
de dimensão n x n, na qual as linhas e colunas representam os genes (nodos) e a intersecção dos
elementos dessa matriz representa a existência ou não de interações entre os genes. A matriz de
adjacência é binária: M(i,j) = 1, caso exista interação entre os genes i e j; M(i,j) = 0, caso não exista
interação.
A figura 1 trata-se da matriz de adjacência obtida como resultado de uma nova organização dos
genes, que foram ordenados de acordo com as comunidades às quais pertencem (identificadas pelo
algoritmo do Mathematica) e suas interações estão representadas em vermelho quando são interações
do tipo proteína-proteína, em amarelo, do tipo metabólicas e, em branco, do tipo regulatórias. Pode-se
verificar a presença de três comunidades maiores e dentro destas a existência de comunidades menores,
sendo que na primeira comunidade há presença de interações proteína-proteína e metabólica; já na
segunda, há predomínio de ligações proteína-proteína e a ultima comunidade apresenta interações de
todos os tipos e muitas comunidades menores. As interações do tipo regulatórias estão menos
concentradas (mais espalhadas), pois um mesmo gene pode participar do processo regulatório de vários
outros, interagindo com vários genes e originando uma linha horizontal na matriz.
Estudos integrados permitem ver as interações e oferecem idéias de como as comunidades
contribuem para a observação das interações gênicas, que tem apresentado um grau de organização,
mesmo que estas comunidades não sejam independentes, interagindo entre si e, até mesmo, se
sobrepondo, aumentando ainda mais a complexidade dos organismos.
[1] Anjos, P. L.; Introdução ao Estudo da Teoria dos Grafos. Pelotas/RS. Brasil, p.4.
[2] Barabási, A. L.; Oltvai, Z. N. Network Biology: understanding the cell’s functional organization.
Nature Reviews, Genetics. USA, v.5, p. 1-14, February. 2004.
[3] Clauset, A.; Finding local community structure in networks.Physical Review. USA, p. 2-3, august,
2005.
52
IV Confiam - IBB -UNESP
Tiago Felipe Andrade1*, Guilherme Ribeiro Germek1, Marcio Luis Acencio1, Ney Lemke1
1
Dep. Física e Biofísica – Instituto de Biociências de Botucatu – Unesp
* Autor correspondente: [email protected]
Processos biológicos são complexos e possuem propriedades emergentes que não podem ser
explicadas ou mesmo previstas através do reducionismo. Para suplantar esses limites, pesquisadores
têm usado um conjunto de métodos conhecido como biologia sistêmica, cujo objetivo é a compreensão
das interações não-lineares entre os múltiplos componentes dos processos biológicos[1]. Essas
interações podem ser representadas por um objeto matemático chamado grafo ou rede[2], onde os
elementos interagentes são representados por nodos e as interações por ligações que conectam pares de
nodos.
Estudos recentes têm sido baseados em um novo conceito sobre redes biológicas, o qual as
defini como sendo integradas, ou seja, redes biológicas que possuem mais de um tipo de interação
física. Em uma rede biológica integrada[3], os genes representam os nodos, e considerando que os
genes g1 e g2 codificam as proteínas p1 e p2, estes são conectados na rede, se ocorre:
a) interação proteína-proteína: p1 e p2 interagem fisicamente;
b) regulação transcricional: g1 regula a transcrição do gene g2; ou
c) interação metabólica: um produto gerado pela reação catalisada pela proteína p1 é consumido na
reação catalisada pela proteína p2.
Através dos dados de interação obtidos de bancos de dados públicos, construímos as redes
biológicas integradas da E. coli e da S. cerevisiae, bem como analisamos as mesmas através da
medição de três parâmetros topológicos: a distribuição de conectividades P(k), o coeficiente de
agrupamento médio C(k) e o grau de intermediação CB(k).
Os resultados obtidos encontram-se resumidos nas tabelas 1 e 2, onde podemos observar os
coeficientes das equações utilizadas para ajustar cada uma das propriedades topológicas citadas acima,
bem como seu intervalo de confiança, o que valida estatisticamente nossos ajustes.
53
Na análise da distribuição de conectividades, verificamos que a rede biológica integrada da E.
coli é livre de escala, o que indica que ela segue a lei de potência, assim como foi observado nas redes
contendo somente um tipo de interação, ou seja, redes somente com interações proteína-proteína ou
interações metabólicas ou interações de regulação transcricional. Na análise do coeficiente de
agrupamento médio tentamos ajustar os dados por uma lei de potência e por um modelo linear
quadrático, mas em ambos casos não conseguimos resultados com significância estatística. Estes
resultados apontam para o fato de que a rede integrada da E. coli é livre de escala mas não hierárquica.
Na análise da rede biológica integrada da S. cerevisiae, através da distribuição de conectividades
verificamos que a rede possui um comportamento distinto, pois sua distribuição é representada por uma
exponencial mas com um pré fator lei de potência, por isso dizemos que o grafo é compatível com o
modelo livre de escala mas com um cutoff exponencial. Na análise do coeficiente de agrupamento
médio, observamos que ele é ajustado por um modelo linear quadrático, e ainda que para baixos
valores de k, existe uma fraca depêndencia em relação ao C(k) e também que o C(k) aumenta
gradativamente a medida que o grau de conectividade aumenta até um valor de aproximadamente 100
conexões. Acima desse valor, os valores de C(k) decaem abruptamente a medida que o grau de
conectividade aumenta.
Em relação ao grau de intermediação dos nodos das redes biológicas integradas da E. coli e da S.
cerevisiae, observamos que os valores dessas medições aumentam gradativamente a medida que
aumenta k. O comportamento do grau de intermediação nessas redes tambem é semelhante ao que
ocorre em outras redes complexas e significa que quanto mais conexões um nodo possui, ele participa
de mais menores caminhos entre outros nodos.
Em suma, os resultados obtidos indicam que a rede biológica integrada da E. coli é classificada
como livre de escala mas não hierárquica. Já a rede da S. cerevisiae é classificada como livre de escala,
mas com um cutoff exponencial e segue o modelo linear quadrático.
Em outras palavras, medimos a relação entre a proximidade, inserção e conectividade de um
nodo. Os resultados obtidos indicam que existe uma relação do tipo lei de potência entre estas
quantidades. O significado biológico desta relação ainda não foi estudado, mas nos parece razoável
supor que esta relação possa explicar por que os nodos com um maior número de conexões tendem a
ser mais relevantes para um organismo, pois a inserção e a proximidade são propriedades que
dependem de todo o grafo e não apenas da vizinhança de um nodo e portanto é natural assumir que elas
estejam mais correlacionadas com a relevância de um dado gene.
A perspectiva desse trabalho é continuar com as análises das propriedades topológicas estudadas
para outros organismos, como por exemplo Homo sapiens e Mus musculus. Esse estudo objetiva propor
um novo método de classificação para suas redes biológicas integradas, sempre buscando descobrir a
essencialidade de novos genes importantes para o organismo em questão.
Agradeço ao meu orientador, Ney Lemke, aos companheiros do Laboratório de Bioinformática,
Marcio Luiz Acencio e Guilherme Ribeiro Germek, e finalmente ao CNPq (Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
São Paulo) por terem financiado durante um ano esse projeto.
[1] A. C. Ahn, M. Tewari, C.-S. Poon, and R. S. Phillips, PLoS Med 3, e208 (2006).
[2] B. Bollobás, Graph Theory: an introductory course, 1st ed. (Springer Verlag, New York, 1979), Vol. 3.
[3] J. P. M. da Silva, M. L. Acencio, J. C. M. Mombach, R. Vieira, J. C. da Silva, N. Lemke, and M.
Sinigaglia, In silico network topology-based prediction of gene essentiality, 2008.
54
VALIDAÇÃO DA BIOSUSCEPTOMETRIA AC PARA REGISTRAR AS
CONTRAÇÕES GÁSTRICAS DE RATOS: ESTUDO PRELIMINAR.
Ednaldo Alexandre Zandoná1*, Madileine F. Américo1, Rozemeire G. Marques2, José Ricardo de Arruda
Miranda1.
1
Departamento de Física e Biofísica – Instituto de Biociências de Botucatu – UNESP – Botucatu.
2
Departamento de Cirurgia e Ortopedia – Faculdade de Medicina – UNESP – Botucatu.
*Autor correspondente: [email protected]
Registros das atividades elétricas fornecem informações sobre os potenciais elétricos propagados na
musculatura do trato gastrintestinal (TGI) e que podem culminar em contrações, dependendo do
acoplamento eletromecânico. A Biosusceptometria de Corrente Alternada (BAC) é uma técnica
biomagnética que vem sendo utilizada para o estudo das contrações do TGI devido às vantagens como
baixo custo, inocuidade e boa sensibilidade [3]. Transdutores tipo “strain-gauges” são considerados o
método padrão para estudo da atividade mecânica do TGI, enquanto a eletromiografia (EMG) é a técnica
mais consagrada para o registro elétrico, sendo que sua associação proporciona um modelo capaz de
detalhar o perfil eletromecânico em condições normais e alteradas. No entanto, ambos os métodos são
altamente invasivos e a falta de padronização resulta em discrepâncias que tornam imprescindível o
desenvolvimento de novos modelos menos invasivos, acurados e de baixo custo [2]. O objetivo desse
trabalho foi correlacionar a BAC com o transdutor de força (“strain-gauge”) na avaliação da atividade de
contração e com a EMG na avaliação da atividade elétrica, visando caracterizar a atividade
eletromecânica gástrica de ratos normais.
Dez ratos foram submetidos à cirurgia, sendo o pré-cirúrgico constituído por 12h de jejum alimentar e
tricotomia da região ventral abdominal. Os animais foram anestesiados com pentobarbital (40 mg/kg, IP)
e submetidos à laparotomia medial para que um eletrodo tipo marcapasso cardíaco (Ethicon - Johnson &
Johnson), um fragmento de 0,2 g de ferrita (marcador magnético - MnFe2O4) e um transdutor de força
tipo “strain-gauge” fossem fixados em um mesmo ponto da serosa gástrica. Os fios dos eletrodos e dos
“strain-gauges” foram conduzidos por meio de tunelamento subcutâneo e exteriorizados no topo da
cabeça. O protocolo experimental foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa do Instituto de
Biociências da UNESP de Botucatu. Os ratos foram acondicionados separadamente em gaiolas para
recuperação durante 5 dias. Para os experimentos os animais permaneceram 6h em jejum, foram
anestesiados com pentobarbital (30 mg/kg, IP) e posicionados em decúbito dorsal. Um sistema com sete
sensores magnéticos foi posicionado sobre abdome, os fios dos eletrodos e dos transdutores foram
conectados ao sistema de aquisição de sinais (BIOPAC). Os registros tiveram duração de 1 hora e foram
realizados, simultaneamente, com taxa de 20 Hz por um registrador multi-canal (Biopac MP100 System)
conectado a um computador. Os sinais captados foram armazenados em formato ASCII e analisados em
ambiente MatLab (Mathworks, Inc.).
As análises focaram principalmente a freqüência, visando comparação entre as técnicas. Para tanto, fez-se
uso de inspeção visual (morfologia do sinal), Transformada Rápida de Fourier (FFT) e filtros Butterworth
tipo passa-banda (40 a 70 mHz). As correlações temporais entre os sinais elétricos, magnéticos e de força,
provenientes do estômago, foram obtidas através de análise tipo “cross-correlation” implementada no
MatLab.Os resultados foram apresentados como média ± desvio padrão (DP).
O perfil de freqüência dominante registrado pelos três métodos foi condizente com a freqüência
tipicamente gástrica registrada em ratos: 0,055±0,005 Hz (3,3±0,3 cpm). Os resultados preliminares
(provenientes da quantificação de sinais obtidos em dois animais) mostraram uma alta correlação
temporal entre as atividades elétrica e mecânica gástricas: entre a BAC e o strain-gauge foi de 0,86; entre
a BAC e a EMG foi de 0,78 e entre o strain-gauge e a EMG foi de 0,79. Observou-se uma alta correlação
temporal entre a BAC e o strain-gauge, convalidando sua capacidade de registrar as contrações
mecânicas do TGI. Verificou-se ainda a semelhança na correlação entre os métodos que avaliam a
atividade de contração (BAC e strain-gauge) com a técnica de registro elétrico.
Nossos resultados mostram que as três técnicas registraram com acurácia uma freqüência de contração em
torno de 3 cpm, típica do marcapasso gástrico do rato [1].A BAC, quando comparada ao strain-gauge, foi
capaz de medir diretamente da parede gastrintestinal os movimentos contrácteis do estômago. A
caracterização das atividades elétricas e mecânicas em termos do perfil dos sinais e freqüência é inédita
tanto no sentido fisiológico, quanto na abordagem de análise de sinais, podendo elucidar o perfil elétrico e
motor do rato normal. A associação de registros em experimentação animal pode ajudar a compreender a
atividade característica do TGI, bem como a desenvolver novos métodos de análise de importantes
parâmetros da motilidade. Sintetizando, a BAC vem sendo validada no estômago pelo strain-gauge e pela
eletromiografia, apresentando bons resultados para registrar fisiologicamente a motilidade do TGI no
jejum.
[1] FUJINO, K.; INUI, A., ASAKAWA, A. et al. Ghrelin induces fasted motor activity of the gastrointestinal tract in
conscious fed rats. J. Physiol. v.550, p. 227–240, 2003.
[2] HUIZINGA, J.D.; DANIEL, E.E. Control of human colonic motor function. Dig. Dis. Sci., v. 31, p. 865-877,
1986.
[3] ANDREIS, U.; AMÉRICO, M.F.; CORÁ, L.A. et al. Gastric motility in dogs evaluated by Electrogastrography
and AC Biosusceptometry. Physiological Measurement. v. 29, p. 1023-1031, 2008.
55
ESTUDO TEÓRICO DA CONTRIBUIÇÃO A DOSE DE NEUTRONS
SECUNDÁRIOS GERADOS POR PRÓTONS DE ENERGIAS ENTRE 100
E 200 MEV EM MATERIAIS DE INTERESSE BIOLÓGICO
Bruno Beraldo Oliveira*, Joel Mesa Hormaza , Arthur Yutaka Nakayama, Henrique de
Oliveira Tiezzi, Henrique José Artimonte.
No caso de nêutrons, a energia depositada na célula detectora vai depender da relação entre
o número de nêutrons que entra e sai, assim como daqueles originados por processos nucleares
inelásticos na mesma, ponderados pelo correspondente espectro de energias. Neste sentido é
interessante estudar como ocorre a deposição radial da energia dos nêutrons.
Os resultados apresentados neste trabalho foram obtidos para o material Osso Cortical
(ICRP), com a composição que aparece na Tabela 1.
56
Tabela 1: Composição do material Osso Cortical (ICRP)
Raio 1cm
3.0 Raio 2cm
Raio 4cm
Raio 6cm
2.5 Raio 8cm
Raio 10cm
Energia x 10 (MeV)
2.0
-3
1.5
1.0
0.5
0.0
0 5 10 15 20
Profundidade (cm)
Figura 2: Energia depositada por nêutrons gerados devido à interação nuclear do próton
incidente com energia de 200 MeV em osso cortical
Observa-se que, com o aumento do raio do detector, mais nêutrons são detectados e que o
valor de máxima energia tende a ser cada vez mais profundo. Há uma gradativa aproximação das
curvas, demonstrando uma tendência a saturação. Tal fato é devido aos nêutrons não possuírem
carga, tendo assim uma maior dispersão no material. É também importante ressaltar que grande
parte da energia dos nêutrons não é depositada localmente. O raio da célula detectora e a energia
dos nêutrons depositados estão diretamente relacionados, pois os nêutrons não possuem carga e
por isso depositam grande parte de sua energia em pontos distantes do local onde foram formados.
[1] PAGANETTI, H. Nuclear interactions in proton therapy: dose and relative biological efect
distribution originating from primary and secondary particles Phys. Med. Biol., v. 47, p. 747 (2002).
[2] PETTI, P. L. Evaluation of a pencil-beam dose calculation technique for charged particle
radiotherapy, Int. J. Radiat. Oncol. Biol. Phys., v. 35, p. 1049 (1996).
[3] SELTZER, S. M. An assessment of the role of charged secondaries from nonelastic nuclear
interactions by therapy proton beams in water, NIST Report 5221, p. 1, 1993.
[4] WATERS, L.S. MCNPX User's Manual, Los Alamos National Laboratory, version 2.5.0,
September, 2002.
57
IV Confiam - IBB -UNESP
Henrique de Oliveira Tiezzi1*, Joel Mesa Hormaza1, Arthur Yutaka Nakayama1, Bruno Beraldo Oliveira1,
Henrique José Artimonte1,
1
Dep. Física e Biofísica – Instituto de Biociências de Botucatu – Unesp
* Autor correspondente: [email protected]
A contribuição da dose total devido a deposição de energia pelas partículas secundárias originadas
nos processos nucleares inelásticos (n, 2H, 3H, 3He e !) em protonterapia é um problema em
discussão[1]. Nos cálculos implementados para rotinas de planos de tratamento, a dose depositada é
calculada considerando que o próton perde energia por ionização e/ou excitação coulombiana [2]. A
contribuição de processos inelásticos associados com reações nucleares não é considerada, devido
principalmente à dificuldade de processar alvos compostos por diferentes materiais. Neste trabalho
apresentamos os resultados de simulações pelo método de Monte Carlo empregando o código
MCNPX v2.50 (Monte Carlo NParticle eXtended) [3] da contribuição a dose total das partículas
carregadas secundárias. O estudo foi implementado em phantom cilíndrico (Fig. 01) composto
pelo material osso compacto, para feixes monocromáticos de prótons entre 100 e 200 MeV.
Figura 01 – Geometria utilizada no trabalho.
A composição do osso compacto aparece na Tabela 1[4].
Tabela 1: Composição do osso compacto
Elemento Z Fração de Massa
Hidrogênio 1 0,05976
Carbono 6 0,27888
Nitrogênio 7 0,02988
Oxigênio 8 0,40837
Magnésio 12 0,00199
Fósforo 15 0,06972
Enxofre 16 0,00199
Cálcio 20 0,14940
58
IV Confiam - IBB -UNESP
Na Figura 02 fica mais claro qual é a contribuição das partículas carregadas secundárias na dose.
Nela são comparadas as frações de dose total pela dose depositada por cada partícula em função da
profundidade do material (na determinação da dose total, também são incluídos os prótons). Como
pode ser observada, a partícula ! é a que apresenta maior contribuição a dose no material que
estamos estudando (osso compacto).
!
06 2
H
3
3
He
H
Porcentagem (%)
0.4
02
00
0 1 2 3 4 5
Profundidade (cm)
Figura 02 – Porcentagem de dose das partículas secundárias em relação à dose total em função do
alcance no material para prótons de 100 MeV.
Podemos observar na Figura 03 que no início da curva a multiplicidade de ! é a maior. Este
resultado é semelhante para outros estudos feitos com outros materiais (músculo estriado, osso
cortical e MS20) .
0.15
0.10
0.05
0.00
100 120 140 160 180 200
Figura 2: Energia depositada por nêutrons gerados devido à interação nuclear do próton
incidente com energia de 200 MeV em osso cortical
Observa-se que, com o aumento do raio do detector, mais nêutrons são detectados e que o
valor de máxima energia tende a ser cada vez mais profundo. Há uma gradativa aproximação das
curvas, demonstrando uma tendência a saturação. Tal fato é devido aos nêutrons não possuírem
carga, tendo assim uma maior dispersão no material. É também importante ressaltar que grande
parte da energia dos nêutrons não é depositada localmente. O raio da célula detectora e a energia
dos nêutrons depositados estão diretamente relacionados, pois os nêutrons não possuem carga e
por isso depositam grande parte de sua energia em pontos distantes do local onde foram formados.
[1] PAGANETTI, H. Nuclear interactions in proton therapy: dose and relative biological efect
distribution originating from primary and secondary particles Phys. Med. Biol., v. 47, p. 747 (2002).
[2] PETTI, P. L. Evaluation of a pencil-beam dose calculation technique for charged particle
radiotherapy, Int. J. Radiat. Oncol. Biol. Phys., v. 35, p. 1049 (1996).
[3] SELTZER, S. M. An assessment of the role of charged secondaries from nonelastic nuclear
interactions by therapy protonBbeams in water, NIST Report 5221, p. 1, 1993.
[4] WATERS, L.S. MCNPX User's Manual, Los Alamos National Laboratory, version 2.5.0,
September, 2002.
59
ESTUDO TEÓRICO DA CONTRIBUIÇÃO DE DOSE DE PRÓTONS PRIMÁRIOS E
SECUNDÁRIOS DE ENERGIAS ENTRE 100-200 MeV EM UM PHANTOM DE
MÚSCULO ESTRIADO.
Arthur Yutaka Nakayama1*, Joel Mesa Hormaza1, Bruno Beraldo Oliveira1, Henrique de Oliveira Tiezzi1,
Henrique José Artimonte1,
1
Dep. Física e Biofísica – Instituto de Biociências de Botucatu – Unesp
* Autor correspondente: [email protected]
O cálculo foi efetuado para o material músculo estriado com a composição que aparece na tabela 1:
60
Na figura 2 aparece o cálculo da dose de prótons com e sem considerar interações nucleares para
diferentes energias:
14 100 MeV Com Interação Nuclear
Sem Interação Nuclear
120 MeV
12
140 MeV
10
Dose (MeV/g)
160 MeV
8
180 MeV
6
200 MeV
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Profundidade (cm)
Figura 2: Gráfico comparando a dose de prótons com e sem interação nuclear para diferentes energias.
Como pode ser facilmente observado o comportamento segue, em ambos os casos e para todas as energias, a forma
da curva de Bragg. Nas regiões de máxima deposição de energia em profundidade são insensíveis, ao fato de considerar ou
não processos nucleares inelásticos. Também ao não considerar processos inelásticos sobreestima-se a deposição de energia
no pico de Bragg. Um resultado semelhante foi obtido para outros materiais (MS20, osso compacto, osso cortical).
[1] PAGANETTI, H. Nuclear interactions in proton therapy: dose and relative biological effect distributions originating
from primary and secondary particles Phys. Med. Biol., v. 47, p. 747 (2002).
[2] PETTI, P. L. Evaluation of a pencil-beam dose calculation technique for charged particle radiotherapy, Int. J. Radiat.
Oncol. Biol. Phys., v. 35, p. 1049 (1996).
[3] WATERS, L.S. MCNPX User's Manual, Los Alamos National Laboratory, version 2.5.0, September, 2002.
61
IV Confiam - IBB -UNESP
Neste trabalho é apresentada uma nova instrumentação biomagnética que associa a biossusceptometria
de corrente alternada com sensores magnéticos do tipo magnetorresistores. Esta instrumentação foi utilizada para
medir a ACG em ratos anestesiados e os resultados foram comparados com a manometria em medidas
simultâneas.
DETECTOR
SYSTEM
~ LOCK-IN
AMPLIFIER
PRE- AND
DIFFERENTIAL
LOCK-IN
AMPLIFIER ~ AMPLIFIER
CHANNEL 2
A/D
CHANNEL 1
CHANNEL 3 ~ CONVERTER PC
LOCK-IN
CHANNEL 4
REFERENCE
~ AMPLIFIER
LOCK-IN
REFERENCE ~ AMPLIFIER
SYSTEM
~ 8! ~
AMPLIFIER
Figura 1: Diagrama de bloco da BAC-AMR 4-canais.
Para validar esta nova instrumentação foram realizadas medidas da ACG simultaneamente com a
manometria em 5 ratos saudáveis. Nestes testes, um pequeno marcador magnético (esfera de 0,3 g e Ø = 3 mm)
foi implantado na parede gástrica do rato. Após uma semana de recuperação do animal, três seções de medidas
com 15 minutos cada foram realizadas com o rato anestesiado (pentobarbital sódico, 40 mg/kg).
Nas medidas da ACG o rato foi posicionado em decúbito dorsal e uma sonda balonada (CPL Medical’s,
Ø = 1,35 mm) foi inserida no estômago do animal. O balão foi inflado com 0,4 ml de água e conectado a sensor
de pressão tipo strain gage (Biopac System Inc., TSD-104A). A instrumentação biomagnética foi posicionada
sobre a projeção gástrica do rato e os sinais foram adquiridos em um computador pessoal usando uma placa A/D
62
IV Confiam - IBB -UNESP
(Biopac System Inc., UIM-100C). A figura 2 mostra o posicionamento da BAC-AMR sobre o animal e o
posicionamento da sonda via oral. Os sinais adquiridos foram filtrados com um filtro digital tipo Butterworth, a
freqüência da ACG foi determinada usando a Fast Fourier Transform (FFT) e analisada usando Running
Spectrum Analysis (RSA).
MANOMETRIA
BAC-AMR
4-canais
posicionada CIRCUITOS PLACA
sobre o rato ELETRÔNICOS A/D
PC
Figura 2: Esquema de medida da ACG usando manometria e BAC-AMR 4-canais.
BAC-AMR MANOMETRIA
Utilizando a FFT foi possível determinar a freqüência da ACG em todos os animais. O resultado é mostrado na
tabela 1.
Através dos resultados apresentados na figura 3 é possível verificar que o sinal da instrumentação
biomagnética é similar a manometria. Em conclusão, a nova instrumentação é um método biomagnético com
forte potencial de aplicações em diferentes estudos do trato gastrintestinal que pode ser empregados em estudos
na fisiologia e farmacologia.
[1] L. A. Corá, “Desintegration of magnetic tablets in human stomach evaluated by alternate current
biosusceptometry”, Eur. J. Pharm. Biopharm., vol. 56, pp.413-420, 2003.
[2] R. Guignet, “Magnet tracking: a new tool for in vivo studies of the rat gastrointestinal motility”.
Neurogastroenterol Motil, vol. 18, pp.472-475, 2006.
63
IV Confiam - IBB -UNESP
Fatores de transcrição (FTs) são proteínas reguladoras que se ligam a seqüências nucleotídicas
específicas localizadas a montante das regiões promotoras de genes e, através dessa ligação, podem ativar ou
reprimir a transcrição dos genes. A regulação gênica, através da ligação dos FTs, é o mecanismo primário pelo
qual processos biológicos complexos, como proliferação e diferenciação celulares, são controlados [1].
Há uma profusão de dados sobre os fatores de transcrição humanos, incluindo as seqüências
nucleotídicas reconhecidas pelos FTs, localizadas a montante das regiões promotoras de genes e os genes que
tais fatores regulam. Porém , esses dados encontram-se esparsos na literatura biomédica. A centralização desses
dados em bancos de dados é uma solução apropriada para a rápida obtenção de informações sobre um
determinado fator de transcrição. Há, no momento, dois bancos de dados de fatores de transcrição humanos
disponíveis que possuem informações sobre as seqüências nucleotídicas reconhecidas pelos FTs e quais os genes
que esses fatores regulam: TRANSFAC [3] e TRED [2]. Esses dois bancos de dados, porém, são limitados. O
TRANSFAC é o maior repositório de informações sobre fatores de transcrição de diversas espécies, porém, o
acesso às informações contidas neste banco é restrito: é necessário o pagamento de uma taxa para um acesso
completo. O TRED, embora possa ser acessado livremente, é incompleto: estão disponíveis informações sobre
113 FTs, menos de 10% da quantidade de FTs conhecidos em seres humanos, que é cerca de 1400.
Com o intuito de suplantar as limitações apresentadas anteriormente, nós construímos um banco de
dados para armazenamento de informações sobre fatores de transcrição humanos, contendo informações tais
como seqüências nucleotídicas específicas para a ligação dos FTs às regiões promotoras dos genes, os genes
regulados pelos FTs e as referências contendo as provas experimentais da regulação dos genes pelos FTs.
Foi construído um banco de dados objeto-relacional PostgreSQL (POSTGRESQL
http://www.postgresql.org/ ) para armazenamento e consulta das informações sobre os fatores de transcrição,
iniciado pela elaboração da documentação necessária para o desenvolvimento do banco de dados, onde foram
levantadas informações sobre as entidades principais, seus atributos, o atributo identificador único de cada
entidade e os respectivos relacionamentos entre as entidades. Com esses dados, tornou-se possível a elaboração
do Modelo Entidade Relacionamento, do Modelo de Dados (Figura 1) e do Dicionário de Dados .
64
IV Confiam - IBB -UNESP
[1] DAVIDSON, E. H. (2006) The Regulatory Genome: Gene Regulatory Networks in Development and
Evolution (Academic Press, New York).
[2] JIANG C, XUAN Z, ZHAO F, ZHANG MQ.(2007) TRED: a transcriptional regulatory element database, new
entries and other development. Nucleic Acids Res. 35(Database issue):D137-40.
65
IV Confiam - IBB -UNESP
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66
IV Confiam - IBB -UNESP
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67
IV Confiam - IBB -UNESP
Técnicas de simulação de Monte Carlo vêm se tornando cada vez mais uma
ferramenta de valiosa importância no meio científico. Na área de proteção radiológica,
várias grandezas de interesse são obtidas através da simulação da passagem de
partículas através de modelos do corpo humano, conhecidos como fantomas, que
permitem o cálculo de dose depositadas nos órgãos de um indivíduo exposto à radiação
ionizante. Estas informações são muito úteis no ponto de vista medico, uma vez que são
usadas no planejamento de tratamentos de radioterapia e braquiterapia. O objetivo
deste trabalho é a implementação de um fantoma de voxels na estrutura da ferramenta
de simulação de Monte Carlo Geant4 para futura utilização do software por
profissionais das áreas medicas.
68
IV Confiam - IBB -UNESP
O grande interesse que existe neste tipo de trabalho com fantoma é que ele pode vir a permitir a
individualização de tratamentos de radioterapia. A partir de uma tomografia de um paciente pode-se
localizar exatamente a posição de tumores e órgãos daquele paciente específico e permitir que se
planeje o tratamento levando em consideração esta informação e não a de um ser humano genérico que
representaria uma classe de indivíduos ou de um simples fantoma de água.
Feita a etapa de decodificação, construção e parametrização do fantoma de voxels no Geant4,
sua utilização como modelo está pronta para calcular a dose equivalente nos órgãos para fantomas de
tronco e cabeça de adultos masculinos, em concordância com os dados anatômicos e fisiológicos
básicos para uso em proteção radiológica.
Usamos os resultados obtidos com o software de simulação VMC(Visual Monte Carlo)[4], um
dos já consagrados no mercado para dosimetria, para comparar e analisar a qualidade dos resultados
obtidos com o deste trabalho. Os resultados do gráfico da figura 2 mostram as doses depositadas nos
órgãos do fantoma para uma exposição de 50 milhões de fótons emitidos com energia de 500 keV a
uma distância de 1 metro à frente dos olhos simulados comparando com os obtidos com o VMC nas
mesmas condições.
Energia Depositada por Fóton (10^-18Gy)
30
25
20
Geant4
15
VMC
10
5
0
Bexiga
Testículos
Medula Óssea
Tireóide
Músculo
Cólon
Fígado
Esôfago
Pele
Ossos
Adrenais
Cérebro
Intestino Delgado
Rins
Baço
Pulmão
Estomago
Pâncreas
Cristalino
[1] AGOSTINELLI, S. et al., GEANT4 a Simulation Toolkit, NIM A 506, (3), pp 250-303 ; disponível
em <http://geant4.web.cern.ch/geant4/> , Acesso em 29 Ago. 2008
[2] ZUBAL, I. G. et al., Computerized Three-Dimensional Segmented Human Anatomy, Med. Phys. 21 (2)
1994. Disponível em <http://noodle.med.yale.edu/zubal/ >, Acesso em 29 Ago. 2008
[3] ZUBAL, I.G. The Zubal phantom data , voxel-based anthropomorphic phantoms webpage: Disponivel
em <http://noodle.med.yale.edu/zubal/ > Acesso em 29 Ago. 2008
[4] HUNT,J. G. , F. C. A. da Silva, C. L. P. Maurício and D. S. Santos, The Validation of Organ Dose
Calculations Using Voxels Phantoms and Monte Carlo Methods Applied to Point and Water Immersion Sources.
Radiation Protection Dosimetry Vol. 108 No 1 pp. 85 –89 (2004);
69
IV Confiam - IBB -UNESP
RESUMO:
A preocupação com qualidade na prestação de serviços de saúde não é recente, pelo contrário, vem
de datas remotas. Todas as atividades de prestação de serviços de saúde estão profundamente
comprometidas com a qualidade dos resultados. O objetivo de um paciente ao internar-se em um hospital
é melhorar o seu estado de saúde, resolver problemas e corrigir disfunções. Entretanto observam-se dois
fenômenos importantes: o surgimento de novas tecnologias, que se superam em pouquíssimo tempo e que
tornam os custos dos serviços de saúde cada vez mais elevados, e por outro lado, a deterioração dos
serviços de saúde e dificuldade de acesso a eles por parte de uma parcela significativa da população.
Neste sentido, novos modelos de gestão são necessários para otimizar os recursos aplicados, trazendo
melhora da produtividade e satisfação tanto das pessoas assistidas quanto dos profissionais que atuam na
prestação dos serviços de saúde. É importante ressaltar a colaboração dada pelos sistemas de
processamento eletrônico de dados à contabilidade de custos, pois estes permitiram fazer apurações com
uma velocidade altíssima e sem margem de erro, aumentando a confiabilidade dos resultados obtidos.
Pode-se assim, definir uma classificação para os objetivos da contabilidade de custos, planejar e controlar
as atividades empresariais e servir como instrumento para tomada de decisão. Mediante o exposto
observa-se a necessidade de um estudo aprofundado dos custos na área de Radiologia, tendo em vista a
sua complexidade, organização e alto custo. Como metodologia de análise o estudo é do tipo exploratório,
descritivo com análise quantitativa dos dados. A coleta de dados referente ao consumo nos exames foi
realizada mediante o levantamento dos materiais e medicamentos utilizados nos procedimentos das áreas
de Tomografia Computadorizada (TC) e Ressonância Magnética Nuclear (RMN). São considerados os
custos diretos e indiretos disponíveis na instituição, a partir de informações e impressos disponíveis nas
respectivas áreas do HC-UNESP, compreendendo o período de 01/01/2007 à 31/12/2007. Numa análise
preliminar espera-se que os repasses feitos pelo SUS para os exames seja insuficiente para o pagamento
dos mesmos e que os Convênios e o IAMSPE são os responsáveis pelo amortecimento do prejuízo
gerado. È possível esperar também que a TC tenha, em seu custo operacional, uma maior participação na
compra de Medicamentos e Insumos Farmacêuticos e que na RMN o custo de manutenção seja o mais
relevante e prioritário para o funcionamento do serviço. Como propostas para resolução dos problemas
estão: uma ênfase na política de aumento no repasse dos recursos provindos do SUS ou mesmo a correção
dos valores repassados, agora definidos de forma mais criteriosa. Para a TC, intervenções no uso eficiente
dos medicamentos e insumos farmacêuticos diminuiria significativamente o gasto dos materiais. Na RMN
contratos melhor desenvolvidos com as firmas que prestam a manutenção ou mesmo o desenvolvimento
de uma mão-de-obra própria para a intervenção no ajuste dos equipamentos utilizados podem reduzir o
custo desse serviço.
[1] Nogueira LC. Gerenciando pela Qualidade Total em Saúde. 1ª Edição. Belo Horizonte: EFCO, 1996.
[2] Ogushi Q, Alves SL. Administração em Laboratório Clínico. 1ª Edição. São Paulo: ATHENEU, 1999.
[3] Gurgel Júnior GD, Vieira MMF. Qualidade total e administração hospitalar: explorando disjunções conceituais.
Ciência & Saúde Coletiva, 7(2):325-334, 2002.
70
IV Confiam - IBB -UNESP
A compreensão do mecanismo gastroprotetor dos compostos fitoterápicos produzidos a partir das plantas
Alchornea glandulosa, Davilla nitida e Davilla elliptica ainda não é completa [1]. Neste sentido, a contribuição
preliminar deste trabalho, no esclarecimento desta problemática, está centrada no estudo da composição
multielementar dos extratos destas plantas, utilizando a técnica de análise por ativação neutrônica (AAN).
O método de análise por ativação neutrônica se fundamenta na indução de reações nucleares de captura
de nêutrons, com o posterior decaimento dos núcleos dos átomos que compõem a amostra pela emissão de raios
! característicos. O bombardeio de nêutrons na amostra é efetuado num reator nuclear ou mediante gerador de
nêutrons.
Na prática, a técnica de AAN é sensível a 75% dos nuclídeos viabilizando seu uso também em estudos
toxicológicos, em nutrição, por exemplo. Em média, para estas análises, o tempo de execução (desde a irradiação
até o término da análise) é de 1 hora utilizando o reator IEA- R1 do IPEN.
Neste sentido, é necessário o conhecimento do fluxo de nêutrons ! n . Particularmente, para determinação
de fluxo de nêutrons em reator térmico emprega-se a técnica da Razão de Cádmio [2]. A medida da atividade do
isótopo radioativo A pode ser obtida por um sistema de contagem conhecendo-se e eficiência de detecção da
transição ! de interesse empregando a expressão:
C# $ "
A&
$ # $ I # $ "1 % e % " $TI
#$ e % " $TE
"
$ 1 % e %" $TC #,
onde os parâmetros são:
C# área da transição gama discriminada.
" constante de desintegração (tabelada).
$# eficiência de detecção na energia da transição gama discriminada (medida experimentalmente).
I # intensidade da transição gama discriminada (tabelada).
TI tempo de irradiação (estabelecido).
TE tempo de espera (intervalo de tempo que decorre entre o final da irradiação e o início da contagem).
TC tempo de contagem (estabelecido).
A partir da determinação da atividade e de fluxo de nêutrons, podemos calcular a concentração dos
elementos ativados nas amostras, extraindo a fração do isótopo radioativo em questão :
71
IV Confiam - IBB -UNESP
Para determinação do fluxo de nêutrons, foram utilizadas folhas de Au (~1mg), que foram irradiadas
conjuntamente com as amostras, utilizando transição gama de 411keV. As áreas correspondentes à intensadade
de emissão de cada transição gama caracterísitca de cada elemento foram obtidas empregando o programa
IDEFIX [3].
Serão apresentados os resultados da determinação das concentrações de alguns elementos essenciais e
traço. Entre eles, pode-se citar: K, Ca, Ti, V, Cr, Mn, Fe, Co, Ni, Cu, Zn, As, Se, Rb, Sr, Zr, Ba e Br. A eventual
presença de metais pesados, como Pb e Hg, também será discutida.
[1] TAYLOR, J. L. S.; RABE, T.;MCGRAW, L. J.; JAGER, A. K.; STADEN, J. Towards the scientific validation of
traditional medicinal plants. Plant Growth Regulation, v.34, p.23, 2001.
[2] BITELLI, U. D. Medida de parâmetros integrais no reator IPEN / MB-01. 1988. Dissertação (Mestrado) -
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, São Paulo.
[3] GOUFFON, P. Manual do programa IDF. Instituto de Física da Universidade de São Paulo, Laboratório do
Acelerador Linear, São Paulo, 1982.
72
IV Confiam - IBB -UNESP
O objetivo deste trabalho foi o estudo e a caracterização de pastilhas finas de CaSO4:Dy, com e
sem 10% de grafite, para o seu uso em calibração de aplicadores dermatológicos de 90Sr+90Y. Para isso,
foram realizados alguns testes com estas pastilhas para se verificar sua viabilidade no trabalho com
estes aplicadores. Durante os testes foram utilizados 2 aplicadores dermatológicos de 90Sr+90Y do
IPEN, aplicadores A, Amersham, com atividade nominal de 1,49 GBq (08/11/1968) e aplicador B, de
atividade desconhecida.
1,1 1,1
Valor Relativo
Valor Relativo
1,0 1,0
0,9 0,9
0,8 0,8
0,7 0,7
0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6
Medida Medida
Figura 1: Estabilidade da resposta TL das amostras finas de: (a) CaSO4:Dy e (b) CaSO4:Dy +
10% de grafite, para radiação beta de 90Sr+90Y.
73
IV Confiam - IBB -UNESP
Para as amostras de CaSO4:Dy foi obtida uma variação máxima de 3,98%, e para as pastilhas
contendo grafite, uma variação máxima de 4,54%.
O limite inferior de detecção, em dose, para ambos os tipos de material, também foi
determinado. Este limite é o estudo da variabilidade obtida analisando-se as pastilhas não irradiadas.
Este valor foi obtido com a soma entre a média das leituras de zero-dose e 3 vezes o valor do desvio
padrão, multiplicada pelo fator de calibração referente à pastilha. O limite obtido para a pastilha de
CaSO4:Dy foi 77,18 µGy, e para a pastilha de CaSO4:Dy + 10% de grafite, foi 92 µGy.
Estudos anteriores mostraram o desempenho das pastilhas finas de CaSO4:Dy para a calibração
de fontes de 90Sr+90Y[3]. Verificou-se, então, o uso de um aplicador para a calibração de outro. O
aplicador A apresenta uma taxa de dose absorvida no certificado de calibração original de 81,64 Gy/h,
corrigida para a data atual. As curvas de dose-resposta foram obtidas para o aplicador A com os dois
tipos de pastilhas finas. Levando-se em conta a taxa de dose absorvida, presente no certificado do
aplicador A, torna-se possível a calibração do aplicador B utilizando-se o aplicador A como referência.
As curvas de calibração (curvas dose-resposta) do aplicador A mostraram que os dois tipos de pastilhas
de CaSO4:Dy apresentam um comportamento linear.
A resposta TL das pastilhas também foi estudada em função do tempo de irradiação. As curvas
foram feitas comparando-se os aplicadores A e B para cada tipo de pastilha. Os resultados obtidos
nestas curvas podem ser observados na Figura 3: comportamentos lineares.
180 5,0
160 4,5
140 4,0
Resposta TL (u.a.)
Resposta TL (u.a.)
120 3,5
100 3,0
80 2,5
60 2,0
(a) (b)
40 1,5
Figura 3: Resposta TL das pastilhas finas de: (a) CaSO4:Dy e (b) CaSO4:Dy + 10% de grafite,
em função do tempo de irradiação, para os aplicadores A e B de 90Sr+90Y, à distância nula.
Analisando-se os resultados obtidos, a caracterização das pastilhas pôde ser realizada levando-se
em conta os testes realizados. O teste de estabilidade a médio prazo das pastilhas finas de CaSO4:Dy
revelaram a reprodutibilidade destas pastilhas quando expostas à radiação beta de 90Sr+90Y. O limite
inferior de detecção obtido para cada tipo de pastilha mostrou-se compatível aos resultados obtidos em
estudo anterior, para a aplicação de CaSO4:Dy para detecção de radiação beta[4]. As curvas da resposta
TL em função do tempo de irradiação mostram o comportamento linear das amostras.
Assim, foi possível a obtenção das características dosimétricas das pastilhas finas de CaSO4:Dy,
com e sem 10% de grafite, para campos de radiação beta de aplicadores dermatológicos de 90Sr+90Y,
pois os resultados obtidos foram satisfatórios e comprovaram o desempenho destas pastilhas neste
campo específico de radiação.
[1] DIAS, S.K.; CALDAS, L.V.E. Development of an extrapolation chamber for the calibration of beta-ray
applicators. IEEE Trans. Nucl. Scie., v. 45, n. 3, p. 1666-1669, jun. 1998.
[2] OLIVEIRA, M.L.; CALDAS, L.V.E. Performance of different thermoluminescence dosimeters in
90
Sr+90Y radiation fields. Radiat. Prot. Dosim. V. 111, n. 1, p. 17-20, 2004.
[3] OLIVEIRA, M.L.; CALDAS, L.V.E. Performance of thin CaSO4:Dy pellets for calibration of a
90
Sr+90Y source. Nucl. Instr. Meth. Phys. Res. A, n. 580, p. 293-295, may 2007.
[4] CAMPOS, L.L.; LIMA, M.F. Thermoluminescent CaSO4:Dy teflon pellets for beta radiation detection.
Radiat. Prot. Dosim., v. 18, n. 2, p. 95-97, march 1987.
74
IV Confiam - IBB -UNESP
1
Dep. Física e Biofísica – Instituto de Biociências de Botucatu – Unesp
O estudo dos efeitos das radiofreqüências (RF) na matéria viva, principalmente no intervalo
de 900 a 2400 MHz (largura de banda da telefonia celular), é um campo da biofísica com importância
cada vez mais crescente. Ainda hoje não existe um consenso em relação a limites de exposição
seguros. Os resultados reportados nessa área se ramificam em duas vertentes: os que consideram os
efeitos térmicos e efeitos não térmicos. Dentre este último poderíamos citar os estudos desenvolvidos
quanto a divisão celular e a transcrição de proteínas em linhagem de células endoteliais humanas
[1,2]. È importante salientar que uma ampla gama de medidas, aparentemente efetuada nas mesmas
condições, apresenta resultados contraditórios.
Neste sentido, uma magnitude crítica para a compreensão de resultados tão diversos é a taxa
de absorção específica de energia ( SAR , do inglês specific absortion rate). Esta grandeza varia de
acordo com as características da radiação incidente (freqüência, intensidade, polarização), com as
características do corpo exposto (tamanho, geometria interna e externa, propriedades dielétricas dos
tecidos) e sob influências de quaisquer campos externos.
Para calculá-la, é utilizado o modelo proposto por [3]
! 2
"!E
SAR " ,
2!!
!
onde " representa a condutividade elétrica #S / m $ , ! a densidade #Kg / m $ ,
3
E é o módulo do
campo elétrico #V / m $ , resultando numa SAR avaliada em W / kg . Além disso, é possível
definir a densidade de potência de dose absorvida #PD $ como
!
"!E
PD " ! ! SAR "
2
em unidades de #W / m $.
3
Para realizar qualquer pesquisa nessa área, tendo como um dos objetivos estabelecer
protocolos conclusivos para compreender o processo das RF’s com a matéria viva, seja in vivo ou in
vitro, é necessário conhecer com precisão a SAR .
75
IV Confiam - IBB -UNESP
76
IV Confiam - IBB -UNESP
Marcelo Rodrigues Agostinho1, Murilo Stelzer1, Paulo Roberto da Fonseca Filho1, José Ricardo
de Arruda Miranda1*.
1
Dep. Física e Biofísica – Instituto de Biociências de Botucatu – UNESP
* Autor correspondente: [email protected]
77
IV Confiam - IBB -UNESP
um par excitador comum externo (φ = 12,5 cm), dispostos coaxialmente. As bobinas detectoras foram
confeccionadas com fio AWG 36 e as excitadoras com fio AWG 26.
Foram realizados os testes de sensibilidade (axial e tangencial), freqüência de ressonância dos
sistemas BAC (treze e sete sensores) e relação sinal/ruído respiratório para verificar a sensibilidade de
detecção da instrumentação, determinar em que faixa de freqüência a instrumentação apresenta melhor
desempenho, comparação efetiva entre os sistemas BAC sete e treze sensores respectivamente.
Foi observado o aumento de 70% da sensibilidade axial (em relação ao sistema de sete sensores)
para distâncias de até 1 cm e da ordem de 20% para distâncias de interesse biológico. Na resolução
espacial notou-se que o sistema de 13 possui melhor desempenho, principalmente por possuir bobinas
detectoras com menor área, e que a resolução a grande distâncias são melhores para as bobinas laterais.
Na freqüência que é utilizada para os dois sistemas (10 kHz) não se observou variações significativas
de amplitude do sinal adquirido, evidenciando que a ressonância não foi um fator relevante na
comparação entre os dois sistemas. Observou-se que o sistema de sete sensores tem uma melhor
relação sinal/ruído, quando comparado com o sistema desenvolvido, pois houve uma variação bem
definida (mensurável) do nível DC quando o sistema detectou a presença de um fantoma e mantendo o
mesmo padrão do sinal da respiração (ruído), o que não ocorreu para o sistema de 13 canais, onde
houve uma região de sobreposição de sinal do fantoma com o da respiração, não sendo possível
mensurar com precisão os sinais destes dois parâmetros. Isto ocorre porque para distâncias de interesse
biológico a função de transferência dos sistemas é praticamente a mesma, porém para o sistema de 13
houve uma amplificação apenas da respiração (ruído) e perda do sinal do fantoma (sinal), resultando
numa amplitude muito semelhante para esses dois sinais. Diante deste fato a aquisição de sinais no
homem tornou-se impraticável neste sistema, tornando-se necessário alguns ajustes para essa prática.
Estudos preliminares em pequenos animais (roedores), onde há pouca interferência da respiração o
sistema de 13 sensores apresentou resultados satisfatórios. Também foi possível observar a nítida
correlação temporal e em freqüência entre a BAC e eletromiografia, refletindo na atividade mecânica e
elétrica do estômago, respectivamente.
Os resultados mostram que o novo sistema de treze sensores apresenta maior sensibilidade e
resolução espacial em relação ao sistema de sete sensores, estas características possibilitarão obter
imagens biomagnéticas do trato gastrintestinal com melhor resolução e qualidade, possibilitando novos
enfoques farmacêuticos e fisiológicos..
[1] MIRANDA, J.R.A.; et al. A novel biomagnetic method to study gastric antral contractions, Phys. Med. Biol.,
v. 42, p. 1791-1799, 1997.
[2] ROMEIRO, F.G.; et al. A Novel Biomagnetic Approach to Study Caecolonic Motility in Humans.,
Neurogastroenterology and Motility v. 18, n. 12, p. 1078-1083, 2006.
[3] MORAES, R.; et al. Measurement of gastric contraction activity in dogs by means of AC biosusceptometry.
Physiol. Meas., v. 24, p. 337-345, 2003.
[4] AMÉRICO, M. F., Distribuição Intragástrica de uma Refeição com Pequeno Volume avaliada por
Cintilografia e Biomagnetismo, 2003, p. 88 Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Medicina, Universidade de
São Paulo, Ribeirão Preto.
[5] CORÁ, L.A.; et al. AC biosusceptometry in the study of drug delivery. Adv. Drug Deliv. Rev. v. 57, p. 1223–
1241, 2005.
78
IV Confiam - IBB -UNESP
A fotocatálise heterogênea faz parte dos processos oxidativos avançados (POAs) porque gera
radicais hidroxilas (OH) altamente oxidantes. Este processo fotocatalítico é considerado uma
tecnologia sustentável porque pode utilizar a luz solar como fonte de energia para ativar o catalisador.
Para a fotodegradação de contaminantes em grandes volumes de água é considerada uma tecnologia
promissora e em desenvolvimento.
Muitos catalisadores têm sido testados para uso na fotocatálise, sendo que o dióxido de titânio
(TiO2), na forma cristalina anatase, é o mais utilizado devido a alta estabilidade, bom desempenho e
baixo custo. O processo de ativação do catalisador envolve a geração do par elétron/lacuna (e-/h+),
quando um óxido de metal semicondutor é submetido a radiação ultravioleta com energia maior ou
igual a do “bandgap” (λ<400 nm). Em seguida ocorre a recombinação do par (e-/h+), no entanto parte
do h+, antes da recombinação, pode oxidar diretamente a matéria orgânica e principalmente moléculas
H2O, formando radicais OH, oxidantes mais fortes que degradam moléculas orgânicas.
Este trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho da fotocatálise empregando TiO2/UV,
correlacionando esse efeito com suas propriedades estruturais e morfológicas, na descontaminação de
águas contendo Pseudomonas sp como bactéria-modelo. Pós de TiO2 puro foram preparados pelo
método sol gel e calcinados seqüencialmente em diferentes temperaturas: 250°C, 450°C e 900°C por
4h em cada patamar. A caracterização por DRX revela que as amostras calcinadas até 450ºC
apresentam fase única anatase, enquanto as amostras calcinadas a 900°C, há completa formação da fase
rutilo, conforme apresentado na figura 1.
79
IV Confiam - IBB -UNESP
3000
i 2500C
2500 TiO2 4500C
9000C
Intesidade
2000
! - Anatase
i - Rutila
1500 ! i
i
1000
i
! ! i i
500 i !!
i ii
! i
i ! i
i i!
i i
0
0 20 40 60 80 100
2!
[1] Barros, R. T. V.; Chernicharo, C. A. L.; Héller, L.; Von Sperling, M.; Manual de Saneamento e
Proteção Ambiental para os Municípios, Saneamento DESA-UFMG 1996, vol. 2, cap. 5.
[2] Andreozzi, R.; Caprio, V.; Insola, A.; Marotta, R.; Catal. Today 1999, 53, 51.
[3] Bertazzoli, R.; Pelegrini, R.; Quim. Nova 2002, 25, 477.
[4] Nogueira, R. F. P.; Jardim, W. F.; Quim. Nova 1998, 21, 69.
[5] Tryk, D. A.; Fujishima, A.; Honda, K.; Electrochim. Acta 2000, 45, 2363.
80
IV Confiam - IBB -UNESP
Maurício Tizziani Pazianotto1, Danilo Anacleto Arruda da Silva1, Guilherme Franco Inocente1 e Joel Mesa Hormaza1
1
Departamento de Física e Biofísica
Instituto de Biociências de Botucatu (IBB-UNESP), Botucatu - SP, Brasil
Assim como na radioterapia, na terapia com feixe de prótons (protonterapia), é necessária uma forma
precisa de planejamento. Na atualidade é empregada nos centros de protonterapia a tomografia computadorizada de
fótons (XCT) a fim de minimizar a deposição de dose em tecidos sadios e no planejamento e posicionamento do
paciente. No entanto, com esta técnica ignoram-se as diferenças fundamentais nos processos de interação física do
próton em relação aos fótons [1]. A tomografia com feixe de prótons (pCT) se baseia na medida de perda de energia
por prótons acoplados com uma técnica de tracking [2]. Eles interagem via colisões inelásticas e elásticas com
elétrons de camadas atômicas mais externas, principalmente através de ionizações e excitações. Além disso, eles
serão desviados de sua trajetória original através de um espalhamento múltiplo a baixo ângulo pelo núcleo do
material que compõe o alvo (espalhamento múltiplo coulombiano, EMC). Ambos os processos que ocorrem muitas
vezes ao longo da trajetória dos prótons, conduzem a efeitos mais importantes da interação de prótons com a
matéria: a perda de energia e a deflexão de sua direção original. Depois de atravessar um alvo de espessura e
densidades conhecidas, prótons monoenergéticos vão sofrer uma variação no número de colisões, sujeita a
flutuações estatísticas. Como os processos de interação individuais ocorrem randomicamente, tem-se uma
distribuição estatística das quantidades principais observadas no imageamento com prótons: a perda de energia e a
deflexão de sua direção original[3].
O intervalo de energias utilizando prótons tanto em diagnóstico como em tratamento vai desde algumas
dezenas até centenas de MeV. Neste sentido, os processos nucleares inelásticos têm que ser levados em
consideração.
Neste trabalho, apresentam-se alguns resultados teóricos das trajetórias de prótons em alvos de água,
obtidos mediante simulação. De forma específica, foram comparados dois códigos baseado no método de Monte
Carlo: o SRIM 2006 (Stopping and Range of Ions in Matter)[4] e oMCNPX (Monte Carlo N-Particle eXtended)
v2.50 [5]. Esta comparação é pertinente, porque no caso do SRIM nenhum processo nuclear inelástico é
considerado.
Na resolução do problema foi implementada uma geometria simples composta por um alvo de água de
composição homogênea e feixes de prótons incidentes do tipo pencil beam monocromáticos. A espessura do alvo foi
estabelecida de forma tal que a posição do pico de Bragg ficasse fora do alvo (ou seja, o alcance dos prótons no
material maior do que a espessura do alvo).
Serão reportadas além das curvas de trajetórias mais prováveis obtidas para diferentes energias, as funções
de distribuição dos ângulos e as correspondentes dispersões da energia na saída do feixe.
81
IV Confiam - IBB -UNESP
[1] SADROZINSKI, H. F. , BASHKIROV, V., KEENEY, B. et al. Toward Proton Computed Tomography, IEEE Trans.
Nucl. Science, 51, 1, p. 3 (2004).
[2] SCHULTE, W., BASHKIROV, V.,T. LI, et al., Conceptual Design of a Proton Computed Tomography System for
Applications in Proton Radiation Therapy", IEEE Trans. Nucl. Science, 51, p. 866 (2004).
[3] DENYAK, V. , PASCHUK , S. A., SCHELIN, H. R., et al. Evaluation of Particle Trajectories in Proton Computed
Tomography, AIP Conf. Proc., 884, p. 504. VI Latin American Symposium on Nuclear Physics and Applications (2007).
[4] ZIEGLER, J. F. , Stopping of energetic light ions in elemental matter, J. Appl. Phys., 85, p. 1249 (1999).
[5] HENDRICKS, J.S., MCKINNEY, G.W., WATERS, L.S. et al., MCNPX user’s manual version 2.5, Los Alamos National
Laboratory, Los Alamos, NM (2004) LA-UR-04-0569.
82
DINÂMICA TUMORAL VIA MODELAGEM MATEMÁTICA E
ESTEQUIOMETRIA BIOLÓGICA
83
[1] Sterner, R. W. and Elser, J. J. Ecological stoichiometry: The biology of elements from
molecules to the biosphere. Princeton (NJ): Princeton University Press, 2002. 439p.
[2] Winkler, J. A. A mathematical model of competition for nutrients between malignant and
secondary tumors. Honor Thesis, Department of Mathematics and Statistics, Arizona State
University, 2000.
84
IV Confiam - IBB -UNESP
Rafael Augusto Rocha Maia1, Andreza Barbosa Gomide2, Roberto Morato Fernandez1*
1
Dep. Física e Biofísica – Instituto de Biociências de Botucatu – Unesp
2
Dep. Física Geral e Experimental – Instituto de Física – USP/SP
* Autor correspondente: [email protected]
Introdução
O estudo da hidratação em membranas é de grande interesse biológico. A hidratação é
responsável pela estabilidade de biomembranas e de proteínas em estado nativo. A permeabilidade da
membrana lipídica a moléculas de água é grande, embora a densidade de água no interior da bicamada
seja possivelmente muito pequena, e varie conforme a região da bicamada. A diminuição da quantidade
de água no interior da bicamada foi correlacionada a um decréscimo da permeabilidade da bicamada a
pequenas moléculas polares, sendo possivelmente relevante para a atuação biológica das membranas.
Em uma bicamada lipídica, distinguem-se duas diferentes populações de moléculas de água: i)
água estacionária, que hidrata a cabeça polar dos lipídios ( Wiener et al., 1989; Disalvo & Gier, 1989);
ii) água não estacionária, que atravessa a bicamada. Dada à importância do papel da água no
funcionamento de agregados biomoleculares, estudamos a variação da quantidade de água em
bicamadas no sistema lipídico, através da interação com a floretina.
Utilizando-se marcadores de spin, a presença de água no interior da bicamada lipídica tem sido
estudada podendo-se correlacionar a ordem e a polaridade de uma determinada micro-região (Berliner,
1976). Assim, pretende-se estudar a presença de água em bicamadas pela interação entre a floretina e
vesículas neutras de DMPC usando a técnica de RPE.
Materiais e Métodos
As amostras foram preparadas em solução de clorofórmio para uma concentração de 10 mM de
DMPC acrescido de 0,2 mol % para o marcador 14-PCSL, com a subseqüente remoção do solvente
orgânico através da passagem de uma corrente de nitrogênio gasoso ultra-puro e permanência em
vácuo por 2 horas. Posteriormente, foi adicionado 10mM de tampão HEPES acrescido de 2mM de
NaCl, corrigindo o valor do pH da solução com NaOH, para um valor equivalente ao pH fisiológico
igual a 7,4. (Fernandez & Lamy-Freund, 2000, Riske et al., 2004).
Espectros do 14-PCSL em agregados anfifílicos de DMPC, com ou sem a presença da floretina,
foram obtidas no laboratório de Biofísica e Física Médica do Instituto de Física da USP/SP, usando o
espectrômetro de RPE da Bruker modelo EMX, com freqüência na faixa da banda X (9,4 GHz). Os
espectros foram obtidos nas temperaturas entre 15oC e 50 oC, variando a cada 5 oC, visando monitorar
as diferentes fases de organização da vesícula de DMPC.
O programa usado (“Nonlinear Least-Square”– NLLS) para obter as simulações dos espectros
de RPE foi desenvolvido pelo grupo do Dr. Jack Freed (Schneider & Freed, 1989, Budil et al.,1996), e
emprega a equação estocástica de Liouville para um sistema de spins magnéticos. O ajuste do espectro
teórico ao experimental é feito através de um algoritmo de um método não-linear de mínimos
quadrados.
85
IV Confiam - IBB -UNESP
[1] SADROZINSKI, H. F. , BASHKIROV, V., KEENEY, B. et al. Toward Proton Computed Tomography, IEEE Trans.
Nucl. Science, 51, 1, p. 3 (2004).
[2] SCHULTE, W., BASHKIROV, V.,T. LI, et al., Conceptual Design of a Proton Computed Tomography System for
Applications in Proton Radiation Therapy", IEEE Trans. Nucl. Science, 51, p. 866 (2004).
[3] DENYAK, V. , PASCHUK , S. A., SCHELIN, H. R., et al. Evaluation of Particle Trajectories in Proton Computed
Tomography, AIP Conf. Proc., 884, p. 504. VI Latin American Symposium on Nuclear Physics and Applications (2007).
[4] ZIEGLER, J. F. , Stopping of energetic light ions in elemental matter, J. Appl. Phys., 85, p. 1249 (1999).
[5] HENDRICKS, J.S., MCKINNEY, G.W., WATERS, L.S. et al., MCNPX user’s manual version 2.5, Los Alamos National
Laboratory, Los Alamos, NM (2004) LA-UR-04-0569.
86
IV Confiam - IBB -UNESP
Paulo Roberto da Fonseca Filho1*, Camila Souza Melo2, Lana Tahara Taniguti2, Giovana de
Sousa Evangelista1, José Ricardo de Arruda Miranda1
1
Dep. Física e Biofísica – Instituto de Biociências de Botucatu – UNESP
2
Curso de Física Médica – Instituto de Biociências de Botucatu – UNESP
* Autor correspondente: [email protected]
' - * $
' - H "u, v # * $
2
87
IV Confiam - IBB -UNESP
brilho/contraste. Esse processamento ajuda a retirar algumas oscilações provenientes do filtro e evita
que o operador de segmentação Canny, considere esses “artefatos” nas medidas de área do processo de
desintegração. O desenvolvimento computacional do trabalho deu-se em ambiente Matlab®.
Os comprimidos foram obtidos por compressão direta de 500mg de ferrita e excipientes e
durante as medidas eram posicionados em frente ao sistema de BAC com auxílio de uma guia. As
imagens geradas foram submetidas a pré-processamento (ajuste de brilho / contraste), restauração pelo
filtro de Wiener e segmentação usando o detector de bordas Canny. Os valores de área medidos pela
BAC (imagem original e restaurada) foram comparados com aqueles registrados em vídeo.
As quantificações de área nos três casos (vídeo, imagens originais e restauradas) apresentaram
o mesmo comportamento de expansão de área conforme ocorria a desintegração do comprimido. No
entanto, houve uma diferença entre os valores das imagens reais (vídeo) e das imagens originais.
Quando a mesma seqüência de imagens foi submetida à restauração, observou-se que ocorre uma
aproximação entre os resultados obtidos pela BAC e aqueles registrados em vídeo. Essas imagens
apresentaram também qualidade superior, tanto qualitativa quanto quantitativamente, revelando
características que eram ocultas antes do processamento. Desse modo, aplicando-se o filtro de Wiener
foi possível otimizar a quantificação da área das imagens magnéticas, refletindo numa análise mais
precisa necessária para o controle de qualidade do processo de desintegração de comprimidos. Os
autores agradecem o apoio financeiro das agências FAPESP e CAPES.
88
IV Confiam - IBB -UNESP
Paulo Roberto da Fonseca Filho1*, André R. Backes2 , Odemir M. Bruno2, José Ricardo de
Arruda Miranda1
1
Dep. Física e Biofísica – Instituto de Biociências de Botucatu – UNESP
2
Dep. Ciência de Computação – Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação – USP
* Autor correspondente: [email protected]
Formas farmacêuticas sólidas (FFS) são amplamente utilizadas na administração oral de drogas.
Nestas formulações a liberação da droga ocorre por meio do processo de desintegração, o que resulta
na fragmentação da FFS. Como esse processo está diretamente relacionado à biodisponibilidade da
droga, é essencial a utilização de diferentes técnicas para o controle da qualidade dos parâmetros
físicos envolvidos na desintegração. Para avaliar o desempenho dessas FFS, métodos de imagem
médica como cintilografia, SQUID e ressonância magnética são utilizados. Recentemente, a
Biosusceptometria de Corrente Alternada (BAC) foi proposta como técnica alternativa aos métodos
atuais, que possuem alto custo operacional ou empregam de radiação ionizante, destacando-se por sua
eficácia ao monitorar FFS através de imagens do processo de desintegração [1].
As imagens obtidas apresentam padrões de forma e textura que se alteram conforme o processo
de desintegração ocorre. A literatura apresenta uma vasta coleção de métodos que permitem estimar
essa variação nas imagens, entre eles, a Dimensão Fractal (DF). A Dimensão Fractal [2] é uma medida
da complexidade que existe na organização dos pixels que constituem a textura de uma imagem, onde
esse nível de complexidade está diretamente relacionado ao seu aspecto visual. A Literatura define
complexidade como uma medida do nível de irregularidade de um objeto, ou do quanto do espaço ele
ocupa. Assim, utilizando a Dimensão Fractal, é possível quantificar a textura de uma imagem em
termos de homogeneidade, tornando possível a sua comparação com outras texturas [3]. Diferente da
dimensão topológica, caracterizada por um número inteiro que representa o número de dimensões do
espaço onde o objeto está inserido, a Dimensão Fractal é definida como um valor fracionário capaz de
representar o nível de ocupação do espaço e/ou irregularidade do objeto analisado [2].
O objetivo deste trabalho foi aplicar o cálculo da complexidade a uma seqüência de imagens de
Biosusceptometria AC de modo a caracterizar a desintegração de comprimidos in vitro,
correlacionando o resultado obtido com o método de quantificação por área magnética (segmentação de
imagens).
Os comprimidos (500mg de ferrita e 75mg de excipientes) foram obtidos por compressão direta
em 20 kN. O sistema de BAC multisensores possui um par de bobinas de excitação e sete pares de
detecção arranjadas coaxialmente na configuração gradiométrica de primeira ordem, o que permite
avaliar a variação de fluxo magnético nas proximidades do sistema. Ao aproximar o material
magnético, ocorre um desbalanceamento de fluxo magnético no sistema e o material é monitorado. Os
sinais são digitalizados e armazenados para processamento e análise, conforme descrito por Corá et al
[1]. Essas imagens são submetidas aos algoritmos de segmentação e cálculo da Dimensão Fractal. Para
o cálculo da Dimensão Fractal utilizou-se o algoritmo de Box-counting.
89
IV Confiam - IBB -UNESP
Visando aplicar o método de Box-Counting em imagens em tons de cinza, como é o caso das
texturas, optou-se por utilizar uma versão do método onde se considera a intensidade do pixel como a
altura daquele ponto da imagem. Desse modo, substitui-se a contagem de quadrados do método por
uma contagem de cubos de aresta r. Essa alteração produz um novo N(r), que é agora o número de
cubos que interceptam a imagem A, sem que isso altere a relação que conduz a estimativa do valor de
DF, definida anteriormente.
Estes resultados preliminares demonstram que ambas as técnicas (análise da área magnética e
Dimensão Fractal) permitem avaliar o processo de desintegração com a mesma sensibilidade (Figura
1.a) e elevado coeficiente de correlação (0.98328 para os dados normalizados – figura 1.b) .
a) b)
Figura 1: a) Perfil das curvas de DF e área versus tempo b) correlação entre as medidas.
A aplicação da análise por Dimensão Fractal nesse caso foi crucial por possibilitar o cálculo das
curvas de desintegração do comprimido sem a subjetividade de um operador, algo constantemente
registrado no caso das medidas obtidas por segmentação de imagens. Esse trabalho apresenta um ponto
de partida para novas análises, onde uma quantidade maior de amostras de comprimidos será avaliada,
contribuindo assim para uma melhor avaliação da metodologia empregada e de sua sensibilidade na
detecção de variações nos comprimidos.
90
IV Confiam - IBB -UNESP
91
IV Confiam - IBB -UNESP
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92
IV Confiam - IBB -UNESP
Introdução
Cumarínicos são antagonistas da vitamina K e a varfarina sódica é um cumarínico de uso comum na
prática médica com indicações clínicas em fibrilação atrial, válvulas cardíacas artificiais, embolia
pulmonar, tromboses e infarto do miocárdio sendo usada em terapias anticoagulantes há mais de 50
anos. Seus efeitos são produzidos pela interferência no ciclo de conversão da vitamina K em vitamina
K epóxi pela enzima vitamina K epóxi redutase que modula a carboxilação de resíduos glutamatos nas
93
IV Confiam - IBB -UNESP
regiões N-terminal de algumas proteínas da cascata de coagulação (Figura1). A varfarina inibe a ação
das redutases, reduzindo a quantidade de vitamina K epóxi disponível, limitando, portanto, o processo
de gama carboxilação dos fatores de coagulação, como o FX1.A estrutura cristalográfica utilizada para
as simulações computacionais de docking foi obtida do Protein Data Bank (PDB) sob código 2pr3 , FX
complexado com um ligante da familia dicarboxamidas, os ligantes, análogos da varfarina obtidos de
bancos dos dados Super Hapten2 e Cambridge Structural Database3. O Fator X age como receptor para
os cálculos de docking, utilizando o programa GOLD 4.0, baseado em algoritmo genético.
Material e Métodos
Os cálculos de docking geraram 10 conformações para cada ligante no sítio-alvo da proteína. Forma
analisadas em tela gráfica as melhores orientações/conformações analisando as distâncias entre os
átomos do ligantes e dos aminoácidos do sítio e o escore de cada solução.
Resultados e Discussão
Os resultados obtidos são apresentados na Tabela 1. O grupo carbonila dos cumarínicos tem interação
com o OG da Ser195, que pertence à tríade catalítica das serino-proteases, esta interação promove a
quebra da rede de ligações de hidrogênio afetando a atividade enzimática e intensificando a inibição da
atividade. A formação de uma ponte salina com o aminoácido Asp189 (bolso S1) é determinante da
potente atividade inibitória destes anticoagulantes. Os ligantes interagem no bolso S1 de maneira
homóloga àquela que ocorre no sitio ativo da trombina, responsável pela formação direta de fibrina.
Conclusões
Os resultados evidenciam a ação anticoagulante dos cumarínicos e as interações com aminoácidos que
conferem o caráter catalítico das serino-proteases.
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IV Confiam - IBB -UNESP
[1] HUIS, CA. et al. Chemical Biology & Drug Design, Volume 69, Issue 6 (p 444-450), 2007.
[2] SuperHapten Database:http://bioinformatics.charite.de/superhapten/
[3] CSD:http://www.ccdc.cam.ac.uk/products/csd/consulta realizada pelo Professor Julio Zukerman
Schpector – LaCrEMM - UFSCar
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IV Confiam - IBB -UNESP
Foi estimado que a exposição à radiação nos primeiros 10 anos de vida apresenta um risco
atribuído ao tempo de vida de 3 a 4 vezes maior quando comparado com idades entre 30 e 40 anos e de
5 a 7 vezes maior quando comparado com idades superiores aos 50 anos [1].
Entretanto, os exames radiográficos são cruciais para o diagnóstico dos recém-nascidos e
lactentes em hospitais pediátricos [2]. Dessa forma, as crianças são freqüentemente superexpostas à
radiação e outros riscos emocionais e físicos, nas repetidas tentativas de se obterem imagens
radiográficas aceitáveis. Isso ocorre, por vezes, pela própria falta de cooperação e principalmente pela
falta de padronização de técnicas radiográficas pediátricas.
Dessa forma, medidas de proteção radiológica devem ser adotadas incluindo o estabelecimento
de níveis de referência diagnósticas e a padronização de técnicas radiográficas pediátricas [1, 2]. Este
estudo tem como objetivo a avaliação da resposta sensitométrica do sistema tela-filme em função das
diferentes espessuras de pacientes pediátricos de até 1 ano de vida. Esses procedimentos são condições
preliminares para o desenvolvimento e construção de fantomas a serem utilizados no processo de
otimização de imagens pediátricas, em trabalhos futuros.
96
IV Confiam - IBB -UNESP
A energia efetiva que interage com o sistema tela-filme foi avaliada mediante medidas de
camadas semi-redutoras (CSR), sob os fantomas pediátricos, utilizando placas de alumínio liga 1100.
Esse estudo foi realizado em um equipamento de raios-X da Phillips modelo Super 80 CP,
gerador de alta frequência, foco 0,6/1,2mm. As exposições foram monitoradas com uma câmara de
ionização e um eletrômetro da Radical Corporation, modelos 10X5 – 6 e 9015, respectivamente.
Os resultados obtidos a partir dos procedimentos descritos estão ilustrados respectivamente nas
figuras 1, 2 e na tabela 1. A figura 1 apresenta as curvas sensitométricas obtidas para as espessuras de
fantomas em estudo, a figura 2 apresenta o gráfico da CSR em função das espessuras dos fantomas
pediátricos para tensão de 50kVp.
3,3
3,
3,2 30cm 3,2
3,0 0cm
2,8 50cm
60cm 3,1
2,6
70cm
2,
Densidade Ótica
80cm 3,0
2,2
CSR mm(Al)
2,0
2,9
1,8
1,6 2,8
1,
1,2 2,7
1,0
0,8 2,6
0,6
0,
B
2,5
0,2
0,0 2,4
00 0,2 0, 06 08 10 1,2 1, 2 4 6 8 10 12 14
Log Exposição Relativa Espessura de PMMA (cm)
Tabela 1: Espessura de atenuadores (cm) com seus respectivos valores de Camada Semi-Redutora (CSR),
Energia Efetiva (Eeft.), Gradiente Médio (GM), Velocidade (V) e mAs.
-1
Esp.(cm) CSR (mm Al) Eef t (keV) G.M V (mR ) mAs
A partir dos resultados encontrados, pode-se concluir que o gradiente médio e a velocidade a
partir da curvas sensitométricas para a tensão de entrada de 50 kVp, é praticamente constante. Isso
ocorre devido a sutil variação (4,23%) encontrada na energia efetiva do feixe, quando esta interage com
o sistema tela-filme. Dessa forma os resultados obtidos ilustram que essa variação na energia efetiva
não influenciou, significativamente, na qualidade da imagem ao avaliar parâmetros como velocidade e
gradiente médio. A grande contribuição será na dose e carga de tubo que irá aumentar cerca de 14,83%
e 220,0% respectivamente, ao comparar a maior e menor espessura de material atenuador.
Esse estudo se faz necessário para conhecimento da resposta sensitométrica do sistema tela-
filme como medidas preliminares no processo de construção de fantomas a serem utilizados na
otimização de imagens radiográficas pediátricas.
[1] Emmanuel, N. Yakoumaks,; Ioannis, A. Tsalafoutas*; Maria Aliberti,; George I. Pantos,; Nikolaos E.
Yakoumakis,; Pantelis Karaiskos,; Evaggelos K. Georgio. Radiation doses in common X-ray examination carried
out in two dedicated paediatrich hospital. Radiation Protection Dosimetry, v.124, n.4, pp 348 – 352, 2007.
[2] A. Brindhaban*; K. Al-Khalifah. Radiation Dose To Premature Infants in Neonatal Intensive Care
Units in Kuwait. Radiation Protection Dosimetry, v. 111, n.34, pp. 275 – 281, 2004.
[3] Adelaide de Almeida,; Wlad T. Sobol.; Gary T. Barnes. Characterization of the reciprocity law failure
in three mammography screen–film systems. Med. Phys, v. 26, n. 5, pp 682 - 688. may. 1999.
97
IV Confiam - IBB -UNESP
As curvas de histerese obtidas por magnetometria SQUID a 310K são mostradas na Figura 1.
A amostra calcinada a 400°C (Figura 1 (a)) apresenta coercividade no valor de 9,73 Oe, enquanto que
para a amostra calcinada a 1100°C (Figura 1(b)) o valor de coercividade encontrado foi de 47,82 Oe. A
maior inclinação da curva referente à amostra calcinada a 1100°C reflete sua maior susceptibilidade
magnética especialmente para baixos campos. Esta amostra apresentou ainda uma maior magnetização
de saturação, da ordem de 0,531 emu/cm3 enquanto que para a amostra calcinada a 400°C este valor é
de aproximadamente 0,294 emu/cm3.
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IV Confiam - IBB -UNESP
(a) (b)
Figura 1. Curvas de histerese obtidas por magnetometria SQUID a 310K para as amostras
calcinadas a 400°C (a) e 1100°C (b).
[1] PRADHAN, P.; GIRI, J.; BANERJEE, R.; BELLARE, J.; BAHADUR, D. Preparation and
characterization of manganese ferrite-based magnetic liposomes for hyperthermia treatment of cancer.
Journal of Magnetism and Magnetic Materials, v.311, p. 208–215, 2007.
[2] PANKHURST, Q. A.; CONNOLLY, J.; JONES, S. K.; DOBSON, J. Applications of magnetic
nanoparticles in biomedicine. J. Phys. D: Appl. Phys. v.36 p.167–181, 2003.
[3] MILLER, J. S.; DRILLON, M. Magnetism: Molecules to Materials III. 1.ed. Federal Republic of
Germany: Wiley, 2002. 384p.
99
Índice Alfabético
Acencio, M. L. 38, 40, 51, 53, 64
Agostinho, M. R. 77
Almeida, G. M. 17
Américo, M. F. 55, 62
de Andrade, C. F. S. 20
Andrade, T. F. 53
Antão, P. K.P. 79
Antonio, P. L. 73
Arruda-Neto, J. D. T. 36
Artimonte, H. J. 56, 58, 60
Backes, A. R. 89
Bernardes, A. M. 25
Bocayuva, C. N. M. 20
Bovolenta, L. A. 64
Bruno, O. M. 89
Caldas, L. V. E. 66, 73
Campos, S. S. 17
Capeleti, F. F. 62
Caracelli, I. 93
Carbi, E. D. O. 47, 96
Cardoso, L. X. 17
Carlson, B. V. 22
Carneiro, E. M. 20
Causo Neto, J. P. 20
Cavalheiro, A. A. 79, 98
Coelho, F. A. S. 20
Coelho, R. F. 20
Costa , P. R. 38
Costa, V. E. 19, 27
Domingues, S. 79
Doro, R. B. 32
Eberlin, B. B. von T. 15
Evangelista, G. de S. 87
Fernandez, R. M. 85
Ferrari, V. A. 15
Ferreira, C. P. 24, 25, 42, 43
Ferreira, F. C. L. 17
Ferreira, I. E. de P. 43
Ferreira, J. 93
Florentino, A. de O. 79, 98
Florentino, H. de O. 28, 30
da Fonseca Filho, P. R. 28,30,77,87,89
Gândara, A. L. N. 20
Germek, G. R. 53
Giglioli, M. 51
100
Godoy, W. A. C. 25, 42
Gomez, J. G. C. 36
Gomide, A. B. 85
Grossklauss, D. B. B. 19, 27
Hormaza, J. M. 56, 58, 60, 71, 75, 81,96
Inocente, G. F. 81
Jardim, R. de F. 98
Jorge, S. A C. 36
Lacerda, J. G. A. 20
Lemke, N. 38, 40, 47, 51, 53, 64, 96
Lima, A. F. 17
Lima, A. S. 2
Lima, E. A. B. F. 25, 28, 30, 42
Lima, L. L. 17
Lima, S. A. M. 70
Maia, R. A. R. 85
Maluf, M. A. 20
Mancera, P. F. de A. 83
Marques, R. G. 55, 62
Martins, M. C. 68
Martins, M. L. 79,98
Matavelli, C. 42
Melo, C. S. 87
Mendonça, T. T. 36
Menegussi, G. 34
Micaroni, R. C. C. M. 20
Miranda, J. R. de A. 55, 62,77,87,89
da Mota, L. S. S. 91
Muniz, P. G. 24
Nakayama, A. Y. 56, 58, 60
do Nascimento, R. M. 91
Nishida, S. M. 49
Nogueira Filho, P. de T. V. 19, 27
Nolli, D. A. 40
de Oliveira, A. L. B. 28
Oliveira, B. B. 56, 58, 60
de Oliveira, E. M. 43
Oliveira, R. A. P. 17
Paixão, F. C. 62
Passos, J. R. de S. 45
Pazianotto, M. T. 81
Pieri, K. 24
de Pina, D. R. 47, 96
Ponezi, A. N. 20
Prado, G. R. 36
Queijo, D. A. 32
101
Rall, V. L.M. 79
Rehder, V. L. G. 20
Rêgo, M. E. de M. 22
de Rezende, M. A. 19, 27
Rodrigues, L. N. 34
Rodrigues, S. R. P. 93
dal Rovere, I. V. 83
Saeki, M. J. 79, 91, 98
Santos, D. de S. 68
Santos, H. N. 17
dos Santos, J. M. 79, 98
da Silva, D. A. A. 81
Silva, L. F. 36
Silveira, L. V. de A. 32
Souza, G. 91
Souza, M. G. de M. 20
de Souza, R. T. F. 47, 96
Souza, S. O. 17
Stelzer, M. 77
Taniguti, L. T. 87
Teixeira, E. N. 20
Tomaz, E. 20
Toreti, D. L. 34
Tiezzi, H. de O. 56, 58, 60
Tressmann, S. 45, 75
Troll , J. 49
Valente, J. P. S. 79
Viana, R. S. S. 28, 30, 32
Vieira, L. D. 71
Weiller, J. A. B. 70
Yamashita, S. 31
Yoshizumi, M. T. 29
Zandoná, E. A. 23
102