Estudo Psicofarmacos

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Observatório do Medicamento e Produtos de Saúde

Direcção de Economia do Medicamento e Produtos de Saúde

Análise da Evolução da Utilização

de Psicofármacos

em Portugal Continental entre 2000 e 2009

Cláudia Furtado

Mafalda Ribeirinho

Mariana Gaspar

Dezembro de 2010
Índice

1. Introdução.......................................................................................... 5

2. Objectivos .......................................................................................... 9

3. Metodologia .......................................................................................10

3.1. Dados ...............................................................................................10

3.2. Variáveis em estudo............................................................................11

3.3. Limitações metodológicas ....................................................................12

4. Apresentação dos resultados................................................................12

4.1. Evolução global do consumo e despesa .................................................12

4.2. Evolução do consumo por subgrupo farmacoterapêutico ..........................16

4.2.1. Ansiolíticos, Sedativos e Hipnóticos.......................................................16

4.2.2. Antidepressores..................................................................................18

4.2.3. Antipsicóticos .....................................................................................22

4.3. Distribuição geográfica da utilização......................................................26

4.4. Análise estatística da série temporal da utilização/despesa ......................28

4. Discussão e Conclusão...............................................................................32

Referências Bibliográficas ..............................................................................36

2
Sumário

 A análise do consumo de Psicofármacos (Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos,


Antidepressores e Antipsicóticos) efectuada através do indicador Doses Diárias
Definidas por 1000 habitantes dia reflecte um aumento da utilização (52%),
sendo mais evidente nos Antidepressores e Antipsicóticos.

 O aumento do consumo pode dever-se a uma utilização mais prolongada destes


fármacos, à aprovação de novas indicações terapêuticas, a uma melhor taxa de
diagnóstico ou ao aumento da acessibilidade aos medicamentos.

 O aumento da despesa com os psicofármacos a Preço de Venda ao Público


(119%) deve-se não só a um maior consumo mas também à utilização de novas
substâncias activas para as quais não existem genéricos comercializados. Isto é
particularmente evidente nos antipsicóticos. Nos ansiolíticos e antidepressores o
custo médio do tratamento dia tem vindo a diminuir devido a uma maior
penetração dos medicamentos genéricos.

 Os encargos dos utentes mantiveram-se constantes ao longo do período em


estudo, mas houve em contrapartida um aumento elevado dos encargos do SNS
(213%), decorrente da eliminação das restrições na prescrição de
medicamentos antipsicóticos e antidepressores no âmbito do regime especial de
comparticipação (Portaria n.º 543/2001, de 30 de Maio). Em 2007 ocorreu um
decréscimo dos encargos do SNS como consequência da redução dos níveis de
comparticipação, mas a taxa média de comparticipação volta a aumentar em
2008 e 2009. Em 2009 o aumento pode dever-se à comparticipação a 100%
dos medicamentos genéricos aos pensionistas.

 Ao nível da utilização verificam-se elevadas assimetrias entre os distritos de


Portugal Continental, o que conduz à necessidade de analisar os factores
determinantes destas variações geográficas de modo a assegurar que o
princípio da equidade no acesso ao tratamento farmacológico é cumprido.

3
 Comparando com outros países europeus verifica-se que Portugal apresenta um
consumo de antidepressivos e antipsicóticos inferior ao apresentado na Itália,
mas similar ao dos países nórdicos. No que se refere às benzodiazepinas o
consumo em Itália e nos países nórdicos, à excepção da Islândia, é bastante
inferior ao verificado em Portugal. Os valores elevados e o aumento continuado
do consumo pode significar que os tratamentos são mais prolongados do que o
indicado e estão a ser utilizados em indicações terapêuticas para os quais não
estão aconselhados.

4
1. Introdução

Os Estudos de Utilização de Medicamentos são estudos epidemiológicos que têm


como objectivo melhorar a utilização dos medicamentos, através da identificação e
análise dos padrões de utilização e dos factores que possam condicionar uma
utilização inapropriada do medicamento.1,2

Estas análises permitem detectar alterações nos padrões de utilização, comparar o


perfil de utilização entre países e regiões e a evolução temporal de determinados
indicadores. Assim, poderão assumir particular relevância como suporte à
elaboração de medidas orientadoras que permitam melhorar a qualidade da
prescrição, e deste modo assegurar que a melhor evidência científica disponível
seja implementada na prática clínica.

O Observatório do Medicamento e Produtos de Saúde tem vindo a elaborar um


conjunto de análises sobre a utilização de determinados grupos terapêuticos que
quer pelos seus padrões de utilização quer pelos de despesa carecem de uma
monitorização mais aprofundada. Neste estudo efectuar-se-á uma análise mais
detalhada dos psicofármacos e dos respectivos subgrupos terapêuticos: Ansiolíticos,
sedativos e hipnóticos; Antidepressores e Antipsicóticos.

Ansiolíticos, Sedativos e Hipnóticos

Neste subgrupo terapêutico incluem-se as benzodiazepinas, produtos relacionados


com as benzodiazepinas, como o Zolpidem ou o Zopiclone, e outros fármacos como
a Valeriana.

As recomendações internacionais para o tratamento da ansiedade generalizada


referem que as benzodiazepinas não devem ser utilizadas por períodos superiores a
4 semanas3. As benzodiazepinas podem também ser utilizadas como relaxantes
musculares e como anti-epilépticos (ex. Clonazepam) 4.

As Benzodiazepinas são fármacos com um bom perfil de segurança e efectivos nas


indicações para os quais estão aprovados, quando administrados por curtos
períodos de tempo.5,6 No entanto, o seu uso durante longos períodos tem sido
desaconselhado devido ao risco de conduzir a habituação, tolerância e dependência
que se traduz em síndromes de privação aquando da interrupção do tratamento4,7.
O uso crónico destes fármacos, para além dos riscos de dependência, tem efeitos

5
ao nível das capacidades psicomotoras, estando demonstrado que aumenta o risco
de fracturas e acidentes de viação7, 8.

Contudo, entre as benzodiazepinas comercializadas existem diferenças em termos


de potência, início de acção e duração de acção relacionadas com o tempo de semi-
vida e a presença de metabolitos activos9. Estas diferenças na farmacocinética
entre diferentes substâncias activas devem ser tidas em consideração na selecção
da benzodiazepina mais apropriada.

Anti-depressivos

O tratamento da depressão depende da gravidade e do estadio da doença. Em caso


de depressão ligeira o aconselhamento psicológico pode ser suficiente. Nos casos
de depressão moderada a severa a utilização de antidepressivos pode ser
necessária.

Os antidepressivos podem ser agrupados em Antidepressivos Tricíclicos, Inibidores


das Monoaminooxidases, Inibidores Selectivos da Recaptação da Serotonina,
Inibidores Selectivos da Recaptação da Serotonina e Noradrenalina ou outros onde
se incluem o Bupropiom, Mirtazapina e Trazadona.

De acordo com a “Practice Guideline for the Treatment of Patients With Major
10
Depressive Disorder” da American Psychiatric Association não existe evidência
que permita suportar diferenças clínicas significativas na efectividade das diferentes
substâncias autorizadas. No entanto, os medicamentos antidepressivos diferem
significativamente no seu potencial para causar efeitos adversos. Deste modo, a
escolha do antidepressivo depende de um conjunto de factores onde se inserem os
efeitos secundários esperados, as propriedades farmacológicas (tempo de semi-
vida, acção no Citocromo P450, etc.), a experiência prévia do doente com
10,11
terapêutica farmacológica, custos, preferências dos doentes, entre outros .

Os Antidepressivos Tricíclicos (ATC) exercem o seu efeito terapêutico por inibição


da recaptação dos neurotransmissores monoaminas (Serotonina e Noradrenalina)
no neurónio pré-sináptico. As reacções adversas mais comuns são os efeitos
anticolinérgicos (mucosas bucais secas, obstipação, retenção urinária), sedação,
hipotensão ortostática, etc.12 Dentro desta classe terapêutica incluem-se
substâncias activas como a Amitriptilina, a Maprotilina e a Dosulepina.

6
Os Inibidores das Monoaminooxidases devido à necessidade de restrições
alimentares e ao potencial para efeitos adversos graves têm geralmente uma
utilização limitada a indivíduos que não respondem a outros tratamentos10.

Os Inibidores Selectivos da Recaptação da Serotonina (ISRS) como a Fluoxetina,


Fluvoxamina, Paroxetina, Sertralina e Escitalopram inibem a recaptação da
Serotonina pelo neurónio pré-sináptico aumentando assim a neurotransmissão.
Como classe estão associados a menos efeitos anticolinérgicos e têm uma menor
probabilidade de causar hipotensão postural ou sedação. Estes fármacos são menos
cardiotóxicos e têm um perfil de segurança superior, em casos de sobredosagem,
do que os antidepressivos tricíclicos ou IMAO. Os efeitos adversos mais importantes
são náuseas, diarreia e dores de cabeça.

Outra classe que apresenta um perfil de efeitos adversos menos marcantes


corresponde à dos Inibidores Selectivos da Recaptação da Serotonina e da
Noradrenalina (ISRSN), onde se incluem a Duloxetina, a Venlafaxina e o
Milnaciprano13.

Para além do tratamento da depressão, os antidepressivos são também


considerados os fármacos de eleição no tratamento a longo prazo da ansiedade
generalizada14 e da doença de pânico3.

Anti-psicóticos

Os antipsicóticos são utilizados no tratamento da esquizofrenia, doença-bipolar ou


outros transtornos psicóticos.

Os antipsicóticos têm sido classificados em convencionais ou de 1ª geração


(Haloperidol, Ciamemazina, Cloropromazina, etc) e atípicos ou de 2ª geração
(Clozapina, Risperidona, Olanzapina, Quetiapina, Sertindole e Zotepina). Os
antipsicóticos de 1ª geração têm elevada afinidade para os receptores D212 e estão
mais associados a efeitos extrapiramidais e hiperprolactinémia, os quais podem
afectar a adesão ao tratamento. Os antipsicóticos de 2ª geração têm menor
afinidade para os receptores D2 e estão associados a uma menor probabilidade de
efeitos extrapiramidais. No entanto, também apresentam efeitos adversos. A
Clozapina apresenta como efeito adverso o risco de agranulocitose, o que obriga a
uma monitorização frequente do hemograma. Existe também aumento de peso e
risco de alterações metabólicas associados a este tipo de fármacos.

7
A utilização de antipsicóticos de 2ª geração é recomendada pelo National Institute
for Health and Clinical Excellence (NICE) para indivíduos com diagnóstico inicial de
esquizofrenia e para indivíduos que estejam a ser tratados com antipsicóticos
convencionais, mas que apresentem efeitos adversos15.

No tratamento a longo prazo da doença bipolar devem ser considerados como


opções terapêuticas16 o Lítio, a Olanzapina e o Valproato de Sódio. A escolha
depende da resposta a tratamentos prévios e de factores de risco como obesidade,
diabetes ou doença renal, género, etc.

Utilização de Psicofármacos em Portugal

De acordo com o primeiro Estudo Epidemiológico Nacional de Saúde Mental –


“Estudo Epidemiológico Nacional de Morbilidade Psiquiátrica: Prevalência, factores
a
de risco, carga social e económica e utilização de serviços” - Portugal é o país da
Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No último ano,
um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase
metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.

De acordo com o Inquérito Nacional de Saúde 2005/0617 a frequência de indivíduos


que em Portugal reporta sofrer de ansiedade ou depressão é respectivamente de
4% e 7%. No entanto, não existem dados oficiais que permitam analisar a evolução
da incidência de doenças do foro mental nos últimos anos.

Ao nível do Serviço Nacional de Saúde (SNS) verificou-se na última década um


aumento da utilização e despesa com fármacos utilizados nestas patologias18. Nos
últimos anos foram introduzidas algumas alterações legislativas com o objectivo de
melhorar a acessibilidade a este tipo de fármacos. Em 1999 (Portaria n.º 982/99,
de 30 de Outubro) foi introduzido um regime especial de comparticipação para os
medicamentos antipsicóticos e antidepressores. Os antipsicóticos passavam a ser
comparticipados pelo Escalão A e os antidepressores a ser comparticipados pelo
Escalão B quando prescritos por médicos psiquiatras ou neurologistas, desde que o
médico confirmasse por escrito, na receita, que se tratava de um doente abrangido
pela referida portaria.

Nos restantes casos os medicamentos antipsicóticos e antidepressores eram


comparticipados pelo escalão C.

a
Os dados oficiais foram solicitados ao Alto Comissariado da Saúde mas ainda não foram
disponibilizados

8
Em 2001 a Portaria n.º 543/2001, de 30 de Maio alargou o regime especial de
comparticipação aos medicamentos antipsicóticos e antidepressores prescritos para
as patologias mencionadas na portaria independentemente da especialidade do
prescritor.

Embora não específicas da área dos psicofármacos ocorreram outras alterações


legislativas que podem também ter afectado a utilização e a despesa com este
grupo terapêutico. Em 2005 e 2007 houve uma redução dos preços com
medicamentos (Portaria n.º 618-A/2005, 27 de Julho; Lei n.º 53-A/2006, de 29 de
Dezembro). Em 2007 ocorreu uma alteração no regime geral de comparticipações e
o escalão B passou de 70% para 69% e o escalão C passou de 40% para 37%. (Lei
n.º 53-A/2006, de 29 de Dezembro)

Uma análise do mercado total de medicamentos efectuada pelo Observatório do


Medicamento e Produtos de Saúde19 revelou que os fármacos pertencentes ao
grupo terapêutico do Sistema Nervoso Central constituem o segundo grupo
terapêutico com maior peso na despesa. Nesse estudo é particularmente evidente o
peso dos psicofármacos, nomeadamente dos antipsicóticos e antidepresssores, no
crescimento da despesa nos últimos anos. Tendo em consideração o acima exposto
é essencial efectuar uma análise mais aprofundada deste grupo terapêutico.

2. Objectivos

Este estudo pretende analisar a evolução da utilização de psicofármacos no Serviço


Nacional de Saúde e as alterações no padrão de consumo decorrentes da
introdução de novos fármacos e novas indicações terapêuticas, bem como as
alterações decorrentes das mudanças legislativas na área do sistema de
comparticipações de medicamentos antidepressivos e antipsicóticos.

1) Monitorizar a utilização e despesa de psicofármacos por subgrupo


terapêutico entre 2000 e 2009;
2) Identificar dentro de cada subgrupo farmacoterapêutico os fármacos com
maior utilização e estabelecer o padrão de utilização dos diferentes sub
grupos de fármacos;
3) Avaliar a oferta de medicamentos e verificar se a introdução de um novo
fármaco ou classe terapêutica se repercutiu em alterações na utilização dos
restantes fármacos;

9
4) Analisar a distribuição geográfica do consumo de psicofármacos em Portugal
Continental
5) Analisar o comportamento da série temporal da utilização e despesa com
psicofármacos face às medidas de política implementadas no sector do
medicamento.

3. Metodologia

Este é um estudo de utilização de medicamentos de âmbito descritivo e cujo


universo alvo são os medicamentos comparticipados e dispensados em regime de
ambulatório à população abrangida pelo Serviço Nacional de Saúde.

Adicionalmente, e com o objectivo de identificar no comportamento da série a


existência de alterações decorrentes de medidas de política implementadas no
sector do medicamento, procedeu-se ao ajustamento de um modelo estatístico de
intervenção, com recurso a uma variável dummy que representa a ocorrência de
uma medida de política. Para o tratamento estatístico desta informação foi utilizado
o software SPSS na versão 16.0.

3.1. Dados

Os dados de consumo obtiveram-se a partir da base de dados resultante da


conferência de facturas das farmácias de oficina de Portugal Continental efectuada
pela ACSS.

Seleccionaram-se os medicamentos cuja classificação anatómica, química e


terapêutica (ATC 2010) da OMS20 correspondesse aos seguintes códigos: N05A –
ANTIPSYCHOTICS; N05B-ANXIOLYTICS; N05C-HYPNOTICS AND SEDATIVES; N06A
– ANTIDEPRESSANTS e N06CA (nível 4) - Antidepressants in combination with
psycholeptics.

Os fármacos estudados corresponderam aos comercializados em Portugal, e que


tenham sido prescritos e dispensados em regime de ambulatório à população
abrangida apenas pelo Serviço Nacional de Saúde, durante o período de 1 de
Janeiro de 2000 a 31 de Dezembro de 2009.

10
Neste universo não estão incluídos os medicamentos relativos ao internamento
hospitalar, assim como os fármacos dispensados à população abrangida pelos
subsistemas de saúde.

A população anual abrangida pelo SNS e para cada ano considerado no estudo é a
população residente no Continente em 31 de Dezembro (dados disponibilizados
pelo Instituto Nacional de Estatística) excluindo a população abrangida pelos
subsistemas de saúde.

3.2. Variáveis em estudo

A evolução da utilização e da despesa é expressa pelas seguintes variáveis:

Dose Diária Definida de um fármaco (DDD) e DDD por 1000 habitantes/dia (DHD)

A DDD corresponde à dose média diária de manutenção do fármaco, em adultos,


para a sua indicação principal, por uma determinada via de administração e
expressa em quantidade de princípio activo. A DDD é uma unidade técnica de
medida e de comparação, no entanto, não reflecte necessariamente a dose média
prescrita em Portugal. No caso de medicamentos sem DDD atribuída foi utilizada a
posologia média diária para a indicação principal.

A DHD é a dose diária definida por 1000 habitantes por dia e indica, em
medicamentos administrados cronicamente, a proporção da população que
diariamente recebe tratamento com determinado fármaco numa determinada dose
média. A DHD calcula-se a partir da expressão:

Quantidade de fármaco vendido durante um ano medido em DDD (mg) x1000habitantes


DHD=
DDD do fármaco (mg) x 365 dias x população

PVP - Preço de Venda ao Público, inclui o encargo para o Estado e para o utente.

Encargos do SNS - Esta variável indica o encargo do Serviço Nacional de Saúde


(SNS) na comparticipação de medicamentos.

Custo médio de tratamento por dia por substância (CTD): É calculada a partir da
fórmula CTD= PVP/DDD e permite calcular para cada substância activa o custo
médio da DDD. Esta variável permite comparar os custos médios do tratamento

11
diário ou mensal de fármacos que são utilizados para a mesma indicação
terapêutica. No entanto, há que salientar que para efeitos de comparticipação a
definição do preço tem em consideração a posologia média diária de acordo com a
prática clínica a qual por vezes não coincide com a DDD.

3.3. Limitações metodológicas

1) Os dados de utilização referem-se somente ao SNS, excluindo deste modo


os subsistemas de saúde e medicamentos dispensados sem receita médica.
2) O método utilizado para o cálculo da utilização (DDD) apresenta algumas
limitações, pois não reflecte necessariamente a dose diária consumida,
sendo em alguns casos apenas uma aproximação.
3) Não é possível associar a prescrição aos diagnósticos que motivaram essa
mesma prescrição.
4) Não é possível diferenciar a população que está a tomar apenas um
psicofármaco daquela que está a tomar dois ou mais.
5) Os dados referem-se à prescrição e dispensa de medicamentos. Não se pode
assumir que tudo o que é prescrito é dispensado e tudo o que é dispensado
é consumido.

4. Apresentação dos resultados

4.1. Evolução global do consumo e despesa

A análise do consumo efectuada através das DDD por 1000 habitantes dia reflecte
um crescimento da utilização em todos os subgrupos, tendo sido mais evidente nos
antidepressores e antipsicóticos.

Tabela 1 - Evolução dos Medicamentos Psicofármacos (DHD), por Sub-Grupo Terapêutico de 2000 a 2009
Peso na
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Variação
variação
Ansiolíticos, Sedativos
91 94 89 87 92 93 95 98 97 101 11% 15%
e Hipnóticos
Antipsicóticos 5 6 7 8 8 9 10 10 11 12 140% 11%

Antidepressores 26 29 38 40 46 49 54 59 65 72 177% 73%

Lítio 0,4 0,4 0,4 0,4 0,5 0,5 0,5 0,5 0,6 0,6 39% 0%

Psicofármacos 123 129 135 135 147 151 159 168 173 186 52% 100%

12
Como se pode observar na tabela 1 em 2009 verificou-se um consumo de 101 DDD
por 1000 habitantes dia de ansiolíticos, sedativos e hipnóticos, o que representa
um aumento de 11% relativamente ao ano 2000. No entanto, é possível observar
algumas oscilações nos níveis de utilização dos ansiolíticos, sedativos e hipnóticos
entre 2001 e 2003 (gráfico 1).

Ao nível dos antidepressores verificou-se uma taxa de crescimento muito elevada


(177%), passando de 26 DHD em 2000 para 72 DHD em 2009. Em 2002 observou-
se um aumento acentuado do consumo de antidepressores (gráfico 1), o qual pode
ser explicado em parte pelas alterações legislativas como veremos na secção 3.2.2.

Os antipsicóticos, embora apresentem níveis de utilização inferiores (12 DHD em


2009), tiveram também um crescimento muito acentuado nos últimos 10 anos
(140%).

Gráfico 1 - Evolução dos Medicamentos Psicofármacos (DHD), por Sub-Grupo Terapêutico de 2000 a 2009

120

100

Ansiolíticos, Sedativos e
80 Hipnóticos

Antipsicóticos
DDD 1000 Hab Dia

60

Antidepressores

40
Lítio

20

0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Os níveis de utilização do Lítio mantiveram-se residuais ao longo do período em


estudo.

No que se refere à despesa global com psicofármacos (ver anexo) verificou-se um


crescimento da despesa a PVP (119%) e dos encargos suportados pelo SNS
(213%), mas os encargos dos utentes não sofreram grandes alterações (Gráfico 2).
Em 2007 ocorreu um ligeiro acréscimo dos encargos dos utentes e uma diminuição
dos encargos do SNS devido à redução dos níveis de comparticipação pelo Estado.

13
Gráfico 2 - Evolução da despesa com Psicofármacos de 2000 a 2009

300.000.000

250.000.000

200.000.000 PVP
Euros

150.000.000 Encargos SNS

100.000.000
Utente

50.000.000

0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Uma análise mais detalhada aos encargos do SNS reflecte que o aumento verificado
se deve essencialmente ao crescimento dos encargos com antipsicóticos e
antidepressores. De realçar que as benzodiazepinas não beneficiam de nenhum
regime especial de comparticipação e estão englobadas no escalão C, pelo que a
sua comparticipação é inferior à das restantes classes, o que explica em parte o
menor nível de encargos no SNS (Gráfico 3).

Gráfico 3 - Evolução dos Encargos do SNS com Psicofármacos de 2000 a 2009

120.000.000

100.000.000
Ansiolíticos,
Sedativos e
Hipnóticos
Encargos SNS (euros)

80.000.000
Antipsicóticos

60.000.000
Antidepressores

40.000.000
Lítio

20.000.000

0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Como se pode observar na Tabela 2, nos antipsicóticos e antidepressores ocorreu


um crescimento acentuado dos encargos do SNS em 2001 e 2002, decorrente do
alargamento do regime especial a todos os médicos, independentemente da
especialidade. Este facto fez com que o regime especial de comparticipação tivesse
uma utilização mais ampla o que se reflectiu na taxa média de comparticipação.

14
Nos antidepressores a taxa média de comparticipação passou de 69% em 2000
para 80% em 2001, enquanto nos antipsicóticos passou de 51% em 2000 para
56% em 2001 e para 66% em 2002.

Embora em 2007 tenha ocorrido um decréscimo dos encargos devido à redução dos
níveis de comparticipação, em 2009 os encargos voltaram a aumentar. Este último
crescimento é provavelmente devido à dispensa com comparticipação a 100% de
medicamentos genéricos aos pensionistas.

Tabela 2 - Evolução dos Encargos do SNS e taxa de comparticipação com Psicofármacos de 2000 a 2009

Ansiolíticos, Sedativos e
Ano Antipsicóticos Antidepressores Lítio
hipnóticos
Var. Tx Encargos Var. Tx Var. Tx Encargos Var. Tx
Encargos SNS Encargos SNS
Hom. Comp SNS Hom. Comp Hom. Comp SNS Hom. Comp
2000 24.262.537 48% 11.298.324 69% 29.232.706 51% 72.574 65%

2001 25.572.378 5% 48% 18.755.157 66% 80% 36.487.143 25% 56% 80.786 11% 74%

2002 25.725.275 1% 48% 36.031.032 92% 91% 60.261.502 65% 66% 90.475 12% 78%

2003 24.710.166 -4% 46% 44.219.884 23% 94% 65.796.586 9% 68% 93.485 3% 79%

2004 25.728.003 4% 45% 54.132.830 22% 95% 73.889.649 12% 68% 116.132 24% 80%

2005 25.346.967 -1% 45% 64.938.766 20% 97% 76.700.441 4% 68% 122.334 5% 81%

2006 24.321.891 -4% 44% 69.001.920 6% 96% 78.132.414 2% 66% 119.776 -2% 81%

2007 21.356.151 -12% 41% 72.322.539 5% 95% 76.540.958 -2% 64% 118.146 -1% 80%

2008 21.044.676 -1% 41% 84.104.788 16% 96% 83.276.704 9% 67% 120.782 2% 80%

2009 22.574.068 7% 43% 95.541.014 14% 97% 84.519.565 1% 69% 121.383 0% 80%

Nos capítulos seguintes irá ser efectuada uma análise mais detalhada das
substâncias activas com maior responsabilidade no crescimento da utilização e
despesa com estes grupos terapêuticos.

15
4.2. Evolução do consumo por subgrupo farmacoterapêutico

4.2.1. Ansiolíticos, Sedativos e Hipnóticos

O consumo de ansiolíticos, sedativos e hipnóticos no SNS manteve uma tendência


de crescimento (11%) no período em análise e apresentou em 2009 um nível
bastante elevado de cerca de 101 DDD por 1000 habitantes dia (Tabela 3).

Tabela 3 - Evolução dos Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos (DHD) entre 2000 e 2009
Ansiolíticos, Variação
Peso na
Sedativos e 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2000-09
Variação
Hipnóticos (%)
Alprazolam 18 20 21 21 23 24 25 27 27 29 60% 109%

Lorazepam 16 17 17 17 18 18 18 18 19 20 19% 31%

Diazepam 12 12 11 11 11 11 11 12 12 12 1% 1%

Loflazepato de etilo 4 4 3 4 5 5 6 7 7 7 70% 29%

Bromazepam 5 6 5 5 5 5 5 6 5 5 0% 0%

Zolpidem 3 4 5 4 5 5 5 5 5 5 58% 19%

Mexazolam 3 3 3 3 3 3 4 4 4 5 44% 14%

Cloxazolam 4 4 4 3 4 3 4 4 4 4 1% 0%

Brotizolam 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1% 0%
Clorazepato
3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 -29% -8%
dipotássico
Restantes DCIs 20 20 16 13 14 13 13 12 11 11 -47% -97%

Total 91 94 89 87 92 93 95 98 97 101 11% 100%

A substância activa que apresenta um maior nível de consumo é o Alprazolam (29


DHD em 2009) o qual continua com uma tendência crescente, como se pode
observar na tabela 3. Para a manutenção desta tendência de crescimento pode ter
contribuído a introdução da formulação de libertação prolongada do Alprazolam.
Como se verifica na tabela 3 o Alprazolam, Lorazepam e o Loflazepato de etilo
foram os principais responsáveis pelo crescimento na utilização deste grupo
terapêutico.

Em termos qualitativos verificou-se entre 2000 e 2009 um aumento da proporção


da utilização de benzodiazepinas ansiolíticas e uma diminuição das hipnóticas,
especificamente das hipnóticas de duração intermédia e longa, conforme o gráfico
4.

16
Gráfico 4 - Evolução do consumo de BZD (duração de acção) entre 2000 e 2009

100%

90% Hipnóticos de Longa Duração

80%
Hipnóticos de Duração Intermédia
70%

60% Hipnóticos de Curta Duração


50%

40% Ansiolíticos de Longa Duração

30%
Ansiolíticos de Duração Intermédia
20%
10%
Ansiolíticos de Curta Duração
0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

No que concerne aos encargos do SNS verificou-se no período em estudo uma


diminuição de 7%, sendo o valor em 2009 de aproximadamente 22 milhões de
euros (ver anexo).

Gráfico 5 - Evolução dos Encargos do SNS com as principais substâncias activas (Ansiolíticos, Sedativos e
hipnóticos) entre 2000 e 2009

8.000.000
Alprazolam
7.000.000
Mexazolam
6.000.000
Encargos do SNS

Lorazepam
5.000.000

4.000.000 Bromazepam

3.000.000
Zolpidem

2.000.000
Diazepam
1.000.000
Loflazepato de
0 etilo
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

O elevado consumo do Alprazolam reflectiu-se ao nível da despesa, verificando-se


que os encargos anuais do SNS com esta substância activa são actualmente
próximos dos 6 milhões de euros (Gráfico 5).

17
Em 2009 o Mexazolam ocupava a 2ª posição nas DCIs com maiores encargos para
o SNS neste subgrupo, apesar do seu consumo por 1000 habitantes dia não ser dos
mais elevados. Esta discrepância nas posições entre encargos e consumo deveu-se
ao elevado custo médio do tratamento com esta substância comparativamente às
restantes DCIs (gráfico 6).

Gráfico 6 – Custo médio mensal do tratamento (PVP/DDD) das principais substâncias activas comparticipadas
pelo SNS (Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos) em 2009

50

40

30
Euros

20

10

m
m
am

l am

z am
la m

am

am
am

na
otá m
m

am

am

a
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a
ido
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ina
lo

co

r on
i an
ola
pa

ol a

la
ola
ol a

rod z epa

ola
de
pa
e ti

mi
ze p

ze p

ze p
ze p

ep
zol
zep

on
ss i
óx
ep

azo
a zo

izo
ba
az e

le r
lpi
a ze

xaz

spi
ra z
xaz

xi la
raz

taz
de

la t
l az
ep
raz

da
r da

Pra
t
Clo
ma
Dia

ma
ra
Zo
Tri
Es t

Va
Bro

Bu
Ox

Alp

Me
Lor

Clo

Ce
L op

Do
iaz

Ha

Me
Mi
ato

Fl u
ni t

dip
Bro
Te
No
Fl u

ep

ato
la z

Clo

ep
Lof

raz
Clo

4.2.2. Antidepressores

Os antidepressores apresentaram um crescimento acentuado (177%) no período


em estudo, tendo o nível de utilização passado de 26 DHD em 2000 para 72 DHD
em 2009. No ano 2000 a Fluoxetina era a substância com maior consumo no
ambulatório do SNS. No entanto, entre o período de 2000 a 2009 verificou-se um
aumento acentuado da utilização da Sertralina e do Escitalopram, os quais foram
responsáveis por cerca de 55% do crescimento deste subgrupo terapêutico no
período em estudo (tabela 4).

A Venlafaxina e a Paroxetina apresentaram também um peso elevado no


crescimento, embora o impacto fosse inferior ao da Sertralina e do Escitalopram,
como se pode observar na Tabela 4.

18
Tabela 4 - Evolução da utilização dos antidepressores (DHD) entre 2000 e 2009
Var. Peso na
Antidepressores 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
2000-09 Variação
Sertralina 2 2 3 4 6 8 10 12 13 15 745% 28%
Fluoxetina 9 11 13 14 14 13 13 13 13 14 49% 10%
Escitalopram 0 0 0 0 2 3 5 7 10 12 0% 27%
Paroxetina 4 4 6 7 7 8 8 8 8 8 119% 9%
Venlafaxina 1 1 2 3 3 4 4 5 5 6 399% 10%
Trazodona 1 1 1 2 2 2 3 3 3 4 359% 7%
Mirtazapina 1 1 1 1 2 2 2 3 3 3 497% 6%
Duloxetina 0 0 0 0 0 0 0 1 1 2 0% 4%
Fluvoxamina 1 1 1 1 2 1 2 1 1 2 36% 1%
Amitriptilina 2 2 2 2 2 2 2 1 2 1 -9% 0%
Restantes DCI's 3 3 3 3 3 2 2 2 2 2 -33% -2%
total 26 29 38 40 46 49 54 59 65 72 177% 100%

No Gráfico 7 é evidente o crescimento acentuado no ano 2002 das substâncias


activas apresentadas. Este aumento derivou da alteração legislativa no regime de
comparticipação especial, o qual veio retirar a obrigatoriedade da prescrição por
médicos com a especialidade de psiquiatria ou neurologia. Deste modo, a
comparticipação pelo Escalão B passou a estar acessível a um conjunto mais
alargado da população, o que pode ter potenciado a utilização destes
medicamentos.

Gráfico 7 - Evolução da utilização das principais substâncias activas (Antidepressores) entre 2000 e 2009

16,0
Sertralina

14,0

Fluo xetina
12,0

Escitalo pram
DDD por 1000 hab dia

10,0

8,0 P aro xetina

6,0
Venlafaxina

4,0
Trazo do na

2,0

M irtazapina
0,0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Dulo xetina

19
Verifica-se igualmente que a comparticipação dos medicamentos genéricos da
Paroxetina (em 2002) e da Sertralina (em 2003) potenciaram uma maior utilização
destas substâncias, o que reflecte uma maior acessibilidade ao medicamento.
Relativamente ao Escitalopram verificou-se um aumento acentuado da sua
utilização desde que foi inserido no sistema de comparticipações do SNS (2003).
Este aumento foi potenciado pelo alargamento das indicações terapêuticas em 2005
(perturbação da ansiedade generalizada) e em 2007 (perturbação obsessiva-
compulsiva).

Relativamente à despesa com este subgrupo, verificou-se que os encargos do SNS


apresentaram um crescimento de 189% no período 2000-2009 e o principal
responsável por esta variação foi o Escitalopram, seguido da Sertralina e
Venlafaxina (Tabela 5).

Tabela 5 - Evolução dos encargos do SNS com antidepressores entre 2000 e 2009
Var. Peso na
Antidepressores 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
2000-09 Variação

Escitalopram - - - 643.036 4.398.135 6.184.043 9.350.435 12.000.898 17.424.671 20.397.184 3072% 37%

Sertralina 2.406.775 3.481.227 6.438.094 8.663.696 10.140.121 10.041.991 11.229.053 12.251.475 12.034.389 11.105.420 361% 16%

Venlafaxina 3.211.549 4.271.097 8.265.728 10.001.877 11.891.894 14.264.953 14.030.651 10.297.515 10.527.156 10.324.316 221% 13%

Fluoxetina 9.154.200 11.045.653 16.318.935 15.360.638 16.093.815 15.132.018 13.865.097 12.734.267 11.702.461 10.080.298 10% 2%

Paroxetina 5.605.843 7.250.524 12.782.836 13.143.657 12.481.103 11.519.075 10.436.185 9.490.457 8.790.062 7.791.801 39% 4%

Duloxetina - - - - - - 9.361 1.749.274 4.038.114 5.571.173 59415% 10%

Mirtazapina 1.376.815 2.013.810 4.060.317 4.841.782 5.191.524 5.713.889 5.803.847 5.470.067 5.320.977 5.140.119 273% 7%

Trazodona 954.867 1.214.270 1.841.632 2.342.763 3.259.493 3.720.340 4.065.199 4.277.378 4.792.883 5.084.381 432% 7%

Bupropiom - - - - 70 159 217 60.965 1.085.770 2.119.247 3027396% 4%

Restantes DCIs 6.522.657 7.210.562 10.553.959 10.799.136 10.433.495 10.123.974 9.342.369 8.208.662 7.560.222 6.905.628 5,87% 0,69%

Total 29.232.706 36.487.143 60.261.502 65.796.586 73.889.649 76.700.441 78.132.414 76.540.958 83.276.704 84.519.565 189,13% 100,00%

Taxa média de
51% 56% 66% 68% 68% 68% 66% 64% 67% 69%
comparticipação

A alteração no regime de comparticipação especial ocorrida em 2001 potenciou


uma maior utilização dos medicamentos antidepressivos ao abrigo da Portaria n.º
543/2001, de 30 de Maio, fazendo com que a taxa média de comparticipação
passasse de 56% em 2001 para 66% em 2002. Em 2007 ocorre um novo
decréscimo como consequência da redução dos níveis de comparticipação, mas a
taxa média de comparticipação volta a aumentar em 2008 e 2009. Em 2009 o
aumento pode dever-se à comparticipação a 100% dos medicamentos genéricos
aos pensionistas.

20
No gráfico 8 verifica-se entre 2000 e 2004 uma dinâmica de crescimento nos
encargos do SNS com a maioria das substâncias em análise. No entanto, em 2004
com a comparticipação do medicamento genérico da Sertralina e em 2007 com a
comparticipação do genérico da Venlafaxina observa-se uma tendência para a
estabilização dos encargos com estas 2 substâncias.

Gráfico 8 - Evolução dos encargos do SNS com as principais substâncias activas (Antidepressores) entre 2000
e 2009

25.000.000

Escitalopram
20.000.000
Sertralina
Encargos do SNS

15.000.000 Venlafaxina

Fluoxetina
10.000.000

Paroxetina

5.000.000
Duloxetina

Mirtazapina
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Ao invés, o Escitalopram e a Duloxetina, que ainda não têm medicamentos


genéricos comparticipados, continuam com linhas de crescimento bastante
acentuadas.

No gráfico 9 estão apresentados os custos médios mensais dos tratamentos com


antidepressores. Há que ter em consideração que o custo médio reporta-se ao ano
de 2009 existindo para algumas substâncias medicamentos genéricos
comercializados o que faz diminuir o custo médio diário.

A Duloxetina e o Bupropiom apresentaram um custo médio por DDD mais elevado


como se pode observar no Gráfico 9. Relativamente ao Bupropiom, o custo médio
de tratamento mais elevado comparativamente aos outros antidepressores deve-se
ao facto da DDD atribuída pela OMS20 ser de 300mg, embora o Resumo das
Características do Medicamento faça referência a doses diárias de 150mg.

21
Gráfico 9 – Custo médio mensal do tratamento (PVP/DDD) dos antidepressores em 2009

50

40

30
Euros

20

10

a
m

cão
ina

a
ina

id a
na

ina

lina

a
ram
na
o

a
ina

ina
i na

on

tin

tin

tilin
ran
pio

min

na
eti

pti
xet

bem
z ap

am
z od

eri
ser
fax

ox e

ep

tra

oxe
op

az i
ci p
pro

pr o
box

ne

pra

su l

H ip
lo

nla

vox

Ser
an
rta
ital

Tra

Par

en
Flu
clo
l na

T ia
Du

Bu

Ma
Re

mi

Do
Mi
Ve

Mi

er f
Es c

Flu
Mo
Mi

Clo

+P
lina
p ti
itri
Am
4.2.3. Antipsicóticos

Os antipsicóticos apresentavam no ano 2000 um consumo de 5 DDD por 1000


habitantes dia e no ano de 2009 um valor de 12 DDD por 1000 habitantes dia, o
que representa um aumento aproximado de 140%.

Em 2000 predominava ainda a utilização dos antipsicóticos de 1ª geração,


nomeadamente do Haloperidol, que era a substância mais consumida e da
Ciamemazina. Os antipsicóticos de 1ª geração mantiveram praticamente
inalterados os seus níveis de utilização ao longo do período em estudo.

A partir do ano 2000 observa-se um crescimento dos antipsicóticos de 2ª geração


como a Risperidona e a Olanzapina. A Quetiapina, embora só tenha sido
comparticipada em 2002, teve um crescimento acentuado e é actualmente a 2ª
substância com maior consumo (Gráfico 10).

22
Gráfico 10 - Evolução da utilização das principais substâncias activas (Antipsicóticos) entre 2000 e 2009

3,0
Risperidona

2,5 Quetiapina

Olanzapina
2,0
DDD por 1000 hab dia

Haloperidol

1,5
Ciamemazina

Amissulprida
1,0

Tiaprida

0,5
Clozapina

0,0 Aripiprazol
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

À semelhança do verificado com os antidepressores, a alteração dos critérios de


prescrição no regime especial de comparticipação parece ter também potenciado a
utilização dos antipsicóticos. No entanto, o aumento não foi tão marcado
provavelmente devido ao facto de a maioria das indicações terapêuticas destes
fármacos requerer um acompanhamento mais especializado.

Em termos de tendências de utilização verificou-se um abrandamento na utilização


da Olanzapina em 2004, o qual pode estar associada ao alerta de segurança
emitido pela European Medicines Agency (EMA) relativo à utilização desta
substância na demência. Neste ano observou-se também um aumento mais
pronunciado da utilização da Quetiapina, o qual voltou a acontecer em 2008. Este
último facto pode reflectir a aprovação de uma nova indicação terapêutica
(tratamento de episódios depressivos major no contexto da doença bipolar).

Em termos de encargos para o SNS, pode ser observado na Tabela 8 que a


Olanzapina, a Risperidona e a Quetiapina apresentam um peso no crescimento de
86,4%. O Aripiprazol embora só tenha sido comparticipado em Outubro de 2007
apresentou uma elevada taxa de crescimento entre 2007 e 2009.

23
Tabela 8 - Evolução dos encargos do SNS com antipsicóticos entre 2000 e 2009

Peso
Var
Antipsicóticos 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 na
00-09
Var
Olanzapina 619.871 4.433.163 10.312.639 14.593.839 17.812.688 18.752.298 20.580.665 22.126.138 24.822.578 26.399.416 4159% 31%
Risperidona 3.464.041 5.866.427 12.063.603 13.696.680 16.361.461 21.465.712 20.443.223 21.283.137 24.456.491 25.477.273 635% 26%
Quetiapina - - 491.591 1.537.515 3.627.494 7.233.014 10.849.400 13.885.382 17.919.867 25.006.299 4987% 29%
Amissulprida 2.497.835 3.292.140 5.910.809 6.939.482 7.760.320 7.789.220 7.400.372 5.280.619 4.858.392 4.773.685 91% 3%
Aripiprazol - - - - - - - 146.868 2.227.080 4.191.756 2754% 5%
Ziprasidona - - - - 793.666 2.390.303 2.722.580 2.963.383 3.129.528 2.930.605 269% 3%
Clozapina 923.410 1.071.898 1.680.856 1.760.619 1.787.766 1.552.023 1.613.866 1.632.194 1.706.436 1.720.775 86% 1%
Ciamemazina 578.243 650.104 888.745 935.818 1.065.116 1.154.828 1.145.092 1.074.604 1.071.197 1.068.109 85% 1%
Haloperidol 558.576 583.167 824.480 827.554 890.368 875.235 835.632 802.775 810.510 835.318 50% 0%
Melperona 438.272 473.967 618.834 694.767 732.264 844.558 885.884 838.857 828.503 813.980 86% 0%
Restantes
2.218.076 2.384.291 3.239.475 3.233.610 3.301.687 2.881.575 2.525.207 2.288.580 2.274.208 2.323.798 5% 0%
DCI's
Total 11.298.324 18.755.157 36.031.032 44.219.884 54.132.830 64.938.766 69.001.920 72.322.539 84.104.788 95.541.014 746% 100%
Taxa média de
69% 80% 91% 94% 95% 97% 96% 95% 96% 97%
compartic.

No gráfico 11 verifica-se um pico nos encargos do SNS com a Risperidona em 2005,


o qual não é observado ao nível da utilização o que se deve provavelmente ao
consumo de apresentações mais dispendiosas.

Gráfico 11 - Evolução dos encargos com as principais substâncias activas (Antipsicóticos) entre 2000 e 2009

30.000.000

Olanzapina
25.000.000
Risperidona

20.000.000
Encargos do SNS

Quetiapina

15.000.000 Amissulprida

10.000.000 Aripiprazol

Ziprasidona
5.000.000

Clozapina
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Numa análise mais detalhada desta substância activa verifica-se que a


comparticipação da formulação Depot em Novembro de 2004 e consequente
aumento da utilização pode estar na origem do aumento nos encargos. Esta
formulação tem um custo médio de tratamento diário mais elevado e não está
abrangida pelo sistema de preços de referência.

24
Gráfico 12 – Evolução do consumo e despesa com a Risperidona por forma farmacêutica.

Evolução do consum o (DDD) da Risperidona Evolução da despesa (PVP) da Risperidona

9.000.000 30.000.000
8.000.000
25.000.000
7.000.000
6.000.000 20.000.000
5.000.000
4.000.000 15.000.000
3.000.000
10.000.000
2.000.000
1.000.000 5.000.000
-
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 -
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

P ó e veículo para suspensão injectável Co mp. Oro dispersível Co mp.


Pó e veículo para suspensão inject ável Comp. Orodispersí vel Comp.

A formulação depot é administrada de duas em duas semanas e está indicada para


o tratamento de manutenção da esquizofrenia, em doentes actualmente
estabilizados com antipsicóticos orais.

Relativamente ao custo médio de tratamento, o Aripiprazol apresentou um custo


médio por DDD mais elevado que as restantes substâncias activas. Salientamos
que para efeitos de comparticipação o preço é definido de acordo com a posologia
média diária do comparador na prática clínica, a qual pode não coincidir com a
DDD.

Gráfico 13 – Custo médio mensal do tratamento (PVP/DDD) dos antipsicóticos em 2009

160

140

120

100

80

60

40

20

-
da
na
l

da
ida
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na
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ida

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Am

Cia

Zu
om

Clo
Lev

25
4.3. Distribuição geográfica da utilização

A utilização de medicamentos psicofármacos apresentou algumas assimetrias no


território de Portugal Continental. Portalegre, Évora e Coimbra foram os distritos
onde se observou um maior consumo por habitante.

Tabela 9- Distribuição geográfica do consumo de psicofármacos (DHD) em 2009.

Região de Distrito Ansiolíticos, Sedativos Antipsicóticos Antidepressores Lítio Total


Saúde e hipnóticos
NORTE
Braga 108 10 63 0,4 182
Bragança 87 10 48 0,8 146
Porto 117 11 71 0,4 199
Viana do
93 15 67 0,4 175
Castelo
Vila Real 97 12 50 0,2 159
LISBOA E VALE TEJO
Lisboa 89 13 70 0,9 172
Santarém 106 13 84 0,5 204
Setúbal 88 12 68 0,6 169
CENTRO
Aveiro 99 12 83 0,4 195
Castelo
118 16 75 0,5 209
Branco
Coimbra 122 15 86 0,5 224
Guarda 106 11 63 0,7 181
Leiria 104 13 86 0,5 204
Viseu 105 13 75 0,8 194
ALENTEJO
Beja 90 14 71 0,4 175
Évora 112 13 109 0,5 234
Portalegre 128 14 101 0,5 244
ALGARVE Faro 67 11 52 0,5 131

Numa análise mais detalhada por subgrupo terapêutico, verifica-se que ao nível dos
ansiolíticos, sedativos e hipnóticos (Gráfico 14) os distritos com maior nível de
utilização por 1000 habitantes dia são Portalegre, Coimbra, Castelo Branco e Porto.
Faro é claramente o distrito com menor nível de utilização, e bastante abaixo da
média nacional (linha vermelha).

26
Gráfico 14 – Distribuição geográfica do consumo de ansíolitcos, sedativos e hipnóticos (DHD) em 2009

Ansiolíticos, Sedativos e Hipnóticos

140

120

100
DDD 1000hab Dia

80

60

40

20

al
o
a

oa

eu
ga

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l
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B

do
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na
as

ia
C

V
Nos antipsicóticos (Gráfico 15) os distritos de Castelo Branco, Coimbra e Viana do
Castelo sobressaem pelo elevado consumo. Ao invés, Braga e Bragança apresentam
um consumo inferior aos restantes distrito de Portugal Continental.

Gráfico 15 – Distribuição geográfica do consumo de antipsicóticos (DHD) em 2009

Antipsicóticos

18
16
14
12
DDD 1000hab Dia

10
8
6
4
2
-
al
a
o

o
a

eu
a

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l
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na
as
C

ia
V

27
No que concerne aos antidepressores (Gráfico 16) Évora e Portalegre destacam-se
pelo elevado consumo, enquanto Bragança e Vila Real são os que apresentam um
consumo inferior.

Gráfico 16 – Distribuição geográfica do consumo de antidepressores (DHD) em 2009

Antidepressores

120

100

80
DDD 1000hab Dia

60

40

20

al
o
a

oa

eu
ém
ga

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B

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l
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na
as

ia
C

4.4. Análise estatística da série temporal da utilização/despesa

No estudo em curso, e com o objectivo de identificar a existência de alterações


decorrentes de medidas de política implementadas no sector do medicamento que
justifiquem o comportamento da série, considerou-se a série temporal, mensal, dos
encargos do SNS com medicamentos psicofármacos, utilizados em ambulatório, no
período de Janeiro de 2000 a Dezembro de 2009 ficando excluídas da análise, as
séries do valor a PVP (que inclui para além do encargo para o SNS o encargo para o
utente) e a série em volume (número de embalagens). Esta exclusão tem por base
o facto das medidas de política não terem um impacto tão visível nestas séries ao
passo que a série dos encargos do SNS é sempre afectada pelas alterações em
estudo pelo que o efeito das medidas é mais notório.

28
Neste contexto, procedeu-se ao ajustamento de um modelo, estatístico, de
intervenção, com recurso a uma variável dummy que representa a ocorrência de
uma medida de política.

A série temporal21 em estudo apresenta um comportamento de um processo não


estacionário munido de tendência e sazonalidade. Do ponto de vista matemático
refira-se que estes modelos possuem um polinómio autoregressivo, integrado (com
diferença) e com médias móveis traduzindo-se num modelo do tipo ARIMA
(p,d,q)(P,D,Q) em que p é a ordem do processo não sazonal e P é a ordem do
processo sazonal, d é a diferença sazonal e D a diferença não sazonal e por fim, q
indica o processo de média móvel não sazonal e Q o processo de média móvel
sazonal. Mais concretamente, e após várias simulações, o modelo obtido para os
encargos com psicofármacos permite apurar que o termo autoregressivo é
aproximadamente nulo apesar de não muito significativo e que é constituído por um
conjunto de médias móveis.

De salientar que o modelo presente na série dos encargos do SNS com


medicamentos psicofármacos, à excepção do termo autoregressivo, não é muito
diferente do modelo que permite descrever os encargos com medicamentos do SNS
na sua globalidade, isto é, isento da segmentação por grupo farmacoterapêutico, o
qual já foi alvo de estudos anteriores levados a cabo pelo Observatório do
Medicamento22.

Na prática, e após vários testes, o ajustamento do modelo considerado revelou-se


satisfatório. Foram cumpridos os critérios estatísticos habitualmente utilizados para
medir boa performance, i.e., bom ajustamento do modelo. Como se pode verificar,
o R2s é de 0,623 não é excepcionalmente elevado mas é bastante razoável no
contexto dos dados em análise. Apesar de muito maior o R2 não é uma boa
referência neste caso dado que o modelo possui sazonalidade.

Tabela 10- Descrição das estatísticas de teste do modelo de ajustamento obtido

29
Neste modelo de intervenção, foram detectados 5 eventos responsáveis pelo
comportamento dos encargos com psicofármacos já referido nos capítulos
anteriores. Estes eventos são denominados de outliers, contudo são considerados
outliers do modelo e não do conjunto de dados sendo que a série não apresenta
qualquer outlier amostral.

Tabela 11- Outliers ou eventos significativos identificados

O outlier mais significativo, confirma uma alteração substancial no nível no


crescimento dos encargos do SNS com psicofármacos que resulta do alargamento
do regime especial de comparticipação destes medicamentos, prescritos por
patologia independentemente da especialidade do prescritor quando anteriormente
a prescrição apenas poderia ser efectuada por um psiquiatra ou neurologista. Esta
alteração é decorrente da implementação da Portaria n.º 543/2001, assinalada na
variável dummy, que apesar de datar de 30 de Maio só tem efeito estatístico em
Janeiro de 2002. Pensa-se que na origem deste desfasamento temporal poderá
estar o facto de terem sido necessários aproximadamente 6 meses para adaptação
e conhecimento da medida por parte de todos os envolvidos no circuito.
Esta técnica permitiu demonstrar mais duas mudanças significativas de nível na
série, desta vez de redução, resultantes das políticas implementadas: em Fevereiro
de 2007 como consequência quer da redução de 6% no preço dos medicamentos
comparticipados quer da diminuição dos escalões de comparticipação (de 70% para
69% e de 40% para 37%) ambas promovidas pela Lei n.º 53-A/2006 de 29 de
Dezembro; e em Outubro de 2008 como efeito da publicação da Portaria n.º 1016-
A/2008 de 8 de Setembro que determina a redução em 30% do preço dos
medicamentos genéricos, os quais no grupo dos medicamentos psicofármacos
representam cerca de 20%.
Em Março de 2008, a intervenção identificada apenas afecta a série naquela
observação temporal não se repercutindo em alterações de declive do modelo,
sendo que resulta da revisão anual de preço imposta pelo Decreto-Lei n.º 65/2007,
de 14 de Março e subsequente Portaria n.º 300-A/2007, de 19 de Março.
Após análise efectuada à serie dos encargos dos medicamentos psicofármacos,
procedeu-se à realização de igual análise mas estratificada por subgrupo

30
farmacoterapêutico. Nas subséries: antipsicóticos, e antidepressores, comprovou-se
também que o aumento verificado decorre efectivamente da implementação da
Portaria n.º 543/2001. No geral, os resultados obtidos com esta segmentação não
são muito diferentes do modelo global, nomeadamente no caso dos
antidepressores, o que é explicado pelo facto destes medicamentos representarem
mais de 45% do total de medicamentos psicofármacos.

31
4. Discussão e Conclusão

As limitações inerentes a este tipo de investigação foram descritas na metodologia,


no entanto convém ressalvar que este estudo por não ter acesso ao diagnóstico que
motivou a prescrição não avalia a qualidade da mesma.

Nesta análise verificou-se um crescimento da utilização e da despesa com


ansiolíticos, antidepressores e antipsicóticos. Este aumento pode dever-se a uma
utilização mais prolongada destes fármacos, a novos utilizadores devido a uma
melhor taxa de diagnóstico ou acessibilidade aos medicamentos, ou a uma
utilização mais alargada devido à introdução de novas indicações terapêuticas.

O aumento da despesa com estes fármacos deve-se não só a um maior consumo


mas também à utilização de novas substâncias activas para as quais ainda não
existem medicamentos genéricos. Isto é particularmente evidente nos
antipsicóticos. Nos ansiolíticos e antidepressores o custo do tratamento dia tem
vindo a diminuir devido a uma maior penetração dos medicamentos genéricos.

Os encargos dos utentes mantiveram-se constantes ao longo do período em estudo,


mas houve em contrapartida um aumento elevado dos encargos do SNS,
decorrente do alargamento do regime especial de comparticipação aos
medicamentos antipsicóticos e antidepressores prescritos por médicos de outra
especialidade conforme constatado no modelo de intervenção considerado. Para
além desta medida, o modelo permitiu apurar ainda um conjunto de outras
alterações legislativas que estão na origem dos resultados verificados em termos de
comportamento da série. A título de reflexão final alusiva a esta análise, referir
apenas que o modelo encontrado não é excepcionalmente óptimo mas é robusto
suficiente para estabelecer e determinar as alterações dos encargos com
psicofármacos como consequência das medidas de política implementadas. Foram
testados vários cenários e transformações dos dados, como por exemplo a
aplicação do logaritmo, o que apesar de facilitar em termos de tratamento de
informação, não beneficiou o modelo por não trazer nenhum acréscimo em termos
de melhor ajustamento à série. Neste sentido, importa ainda referir que apesar da
actual realização deste estudo, continuam em investigação os modelos e séries aqui
descritos.

32
Ao nível da utilização verificaram-se elevadas assimetrias entre os distritos de
Portugal Continental, o que conduz à necessidade de analisar os factores
determinantes destas variações geográficas de modo a assegurar que o princípio da
equidade no acesso ao tratamento farmacológico é cumprido.

Comparando com outros países europeus verifica-se que em Itália o consumo de


antidepressivos apresentou entre 2001 e 2009 uma variação no consumo de
15,6%, passando de 16,2 DHD para 34,7 DHD em 2009, um valor bastante inferior
ao apresentado em Portugal (72 DHD) para o mesmo ano.

Nos países Nórdicosb como a Suécia (72,7 DHD), Finlândia (63,9 DHD) ou
Dinamarca (73,4 DHD)23 o consumo apresenta níveis mais elevados e mais
próximos dos portugueses.

Relativamente aos antipsicóticos o aumento verificado deveu-se ao incremento na


utilização dos antipsicóticos de segunda geração especialmente a Risperidona,
Olanzapina e Quetiapina. Os antipsicóticos de primeira geração mantiveram-se
estáveis, o que também foi observado noutros estudos internacionais24,25. Portugal
apresenta níveis comparáveis ao dos países nórdicos à semelhança do que foi
observado com os antidepressores.

O aumento da utilização de antipsicóticos tem sido generalizada na maioria dos


países europeus. Numa revisão da literatura26 sobre prescrição de antipsicóticos
identificaram-se quatro possíveis explicações: aumento da prevalência de
perturbações psicóticas, aumento da duração do tratamento, alargamento das
indicações terapêuticas aprovadas para os antipsicóticos de segunda geração e o
aumento da utilização off-label.

A Olanzapina apresentou em 2004 uma estabilização no nível de utilização, o que


pode ter sido resultado do alerta de segurança emitido pela agência europeia do
medicamento relacionado com a utilização desta substância na demência. Este
alerta reforçou o facto de a Olanzapina não estar autorizada no tratamento da
demência relacionada com psicose e/ou alterações do comportamento, não sendo
pois recomendado o seu uso neste grupo específico de doentes27. A Risperidona
também teve um alerta de segurança relacionado com a utilização no tratamento
da demência.

b
Dados para 2008

33
Por outro lado, a Quetiapina tem um conjunto mais alargado de indicações
terapêuticas aprovadas o que pode explicar o nível elevado de consumo desta
substância. Para além da esquizofrenia a Quetiapina está também indicada no
tratamento da perturbação bipolar (episódios maníacos moderados a graves,
episódios depressivos e prevenção das recorrências).

Na revisão da literatura já citada26 sobre prescrição de antipsicóticos verificou-se


que nos estudos em que foi possível identificar o diagnóstico associado à
prescrição, os antipsicóticos eram utilizados também em casos de demência,
perturbações afectivas, e nas crianças e a dolescentes eram também prescritos
para a hiperactividade e perturbações do comportamento.

Como já referido o consumo de antipsicóticos e antidepressivos tem aumentado


noutros países europeus,28,29 mas com as benzodiazepinas não se observa o mesmo
padrão de crescimento. Em Itália o consumo em 2009 foi de 52,8 DHD, e nos
países nórdicos, à excepção da Islândia, o consumo de ansiolíticos e hipnóticos é
bastante inferior ao verificado em Portugal. Na maioria destes países tem ocorrido
uma estabilização e nalguns verifica-se mesmo um decréscimo do consumo.

Em Portugal os valores elevados30,31 e o aumento continuado do consumo pode


significar que os tratamentos são mais prolongados do que o indicado e estão a ser
utilizados em indicações terapêuticas para os quais não estão aconselhados. O facto
de Portugal apresentar dos maiores níveis de utilização de benzodiazepinas ao nível
europeu veio realçado no relatório do International Narcotic Board32, que aconselha
Portugal a analisar a prática actual no que concerne à prescrição e utilização de
benzodiazepinas.

No tratamento das perturbações de pânico as benzodiazepinas estão associadas a


resultados menos satisfatórios a longo prazo e não devem ser prescritas para esta
indicação. Os Antidepressivos são considerados pelo NICE33 a única intervenção
farmacológica que deve ser utilizada no tratamento a longo prazo da doença de
pânico.

Na ansiedade generalizada o tratamento deve incidir na terapia psicológica. Em


caso de opção pela intervenção farmacológica podem ser prescritas
benzodiazepinas, as quais não devem ser utilizadas neste caso por um período
superior a 2-4 semanas, ou anti-histamínicos com acção sedativa. Os

34
Antidepressivos são a única intervenção farmacológica que pode ser utilizada no
tratamento a longo prazo da ansiedade generalizada14.

Os resultados deste estudo devem ser aprofundados pois parece existir uma sobre-
utilização de benzodiazepinas, as quais só são recomendadas por períodos limitados
no tempo. Por outro lado, os antipsicóticos podem estar a ser utilizados em
indicações terapêuticas para as quais não estão aprovados, à semelhança do que se
verifica noutros países26. No entanto, para uma melhor compreensão é necessário
complementar esta análise com estudo que analisem o motivo subjacente à
prescrição (ex. estudo de indicação – prescrição).

Por outro lado existem factores para além do diagnóstico que parecem influenciar a
prescrição, pois existem alterações aos padrões de prescrição com a introdução de
novas substâncias que não parecem ser imputáveis às diferenças entre substâncias
activas dentro da mesma classe terapêutica. Deste modo será importante analisar
em estudos posteriores quais os factores que motivam a adopção de determinados
fármacos. De facto, as novas substâncias comparticipadas tendem a apresentar
uma implementação superior à esperada tendo em consideração a avaliação da
mais-valia terapêutica aquando da decisão de comparticipação.

35
Referências Bibliográficas

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36
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26 Verdoux H, Tournier M, Bégaud B. Antipsychotic prescribing trends: a review of pharmaco-
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27 Alerta de Segurança. Disponível em www. infarmed.pt
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29 Koskinen H, Martikainen JE, Maljanen T. Antipsychotics and antidepressants: an analysis of cost
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http://www.incb.org/e/ind_ar.htm
33 http://www.nice.org.uk/nicemedia/live/10960/29642/29642.pdf

37
ANEXOS
Evolução do PVP dos Medicamentos Psicofármacos, por Sub-Grupo Terapêutico e DCI, de 2000 a 2009

Ansiolíticos, Sedativos e Hipnóticos 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Var 00-09 Peso na Var
Alprazolam 13.470.438 15.112.630 15.646.097 15.457.274 16.410.332 16.216.128 15.900.909 15.780.268 14.935.000 14.044.895 4,26% 31,54%
Mexazolam 3.527.904 3.843.426 3.992.507 3.929.736 4.338.048 4.337.209 4.949.738 4.771.151 5.640.074 6.786.826 92,38% 178,91%
Lorazepam 5.324.403 5.481.239 5.654.790 5.936.453 6.132.335 6.193.057 5.843.798 5.728.349 5.710.849 5.842.532 9,73% 28,44%
Bromazepam 4.530.940 4.601.393 4.690.418 4.793.715 4.923.284 4.802.339 4.677.546 4.485.663 4.352.205 4.373.542 -3,47% -8,64%
Zolpidem 2.073.619 2.640.584 3.157.923 3.076.956 3.313.345 3.314.982 3.245.223 2.939.823 2.849.105 3.043.290 46,76% 53,23%
Diazepam 3.123.128 3.132.429 3.021.582 2.925.385 3.010.760 2.919.706 2.886.234 2.777.816 2.726.327 2.764.977 -11,47% -19,66%
Loflazepato de etilo 1.318.143 1.404.007 1.199.970 1.547.323 1.883.773 1.968.909 2.186.106 2.253.630 2.333.337 2.320.074 76,01% 55,00%
Cloxazolam 2.047.596 2.133.018 2.155.307 2.098.456 2.324.356 2.292.908 2.351.284 2.271.109 2.102.070 2.213.974 8,13% 9,13%
Valeriana 1.888.214 2.041.429 2.178.788 2.084.704 2.274.130 2.163.338 2.028.372 1.785.201 1.579.425 1.479.725 -21,63% -22,42%
Buspirona 2.170.427 2.102.699 2.122.804 2.138.702 2.102.191 1.979.244 1.738.955 1.590.420 1.507.926 1.427.134 -34,25% -40,80%
Clorazepato dipotássico 1.317.627 1.231.532 1.042.017 1.017.509 1.106.707 1.078.178 1.014.683 1.021.340 1.187.698 1.422.803 7,98% 5,77%
Brotizolam 1.356.967 1.347.622 1.638.166 1.612.968 1.642.336 1.527.429 1.417.946 1.258.850 1.201.052 1.399.699 3,15% 2,35%
Midazolam 704.044 773.436 933.549 959.645 1.020.059 1.055.357 1.026.965 940.296 912.413 1.015.585 44,25% 17,10%
Clobazam 1.278.773 1.244.737 1.222.249 1.108.046 1.152.434 1.103.528 1.034.646 963.805 953.740 949.997 -25,71% -18,05%
Halazepam 1.169.825 1.061.043 1.051.594 1.089.081 1.121.397 1.080.719 1.003.367 916.128 895.182 874.928 -25,21% -16,19%
Restantes DCI's 5.626.209 5.518.449 4.216.871 3.772.173 3.899.596 3.737.648 3.529.721 3.034.100 2.936.570 2.789.862 -50,41% -155,71%
Ansiolíticos, Sedativos e Hipnóticos Total 50.928.257 53.669.673 53.924.633 53.548.126 56.655.084 55.770.680 54.835.491 52.517.949 51.822.972 52.749.842 3,58% 100,00%
Antipsicóticos 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Var 00-09 Peso na Var
Olanzapina 649.414 4.519.975 10.410.084 14.726.110 17.946.244 18.851.949 20.698.440 22.270.772 24.978.009 26.590.236 3994,49% 31,62%
Risperidona 3.677.955 6.143.013 12.391.748 13.991.088 16.636.032 21.738.252 21.631.477 22.708.184 25.608.772 26.187.866 612,02% 27,44%
Quetiapina 0 0 509.988 1.573.070 3.686.618 7.318.778 10.974.885 14.081.925 18.179.654 25.346.851 * 30,90%
Amissulprida 4.523.385 5.119.191 7.070.877 7.741.580 8.398.441 8.343.057 8.000.300 6.432.887 5.553.085 5.417.107 19,76% 1,09%
Aripiprazol 0 0 0 0 0 0 0 148.441 2.243.708 4.224.560 * 5,15%
Ziprasidona 0 0 0 0 811.484 2.411.230 2.739.146 2.980.963 3.148.126 2.958.642 * 3,61%
Clozapina 1.060.496 1.160.587 1.736.997 1.807.846 1.925.884 1.607.029 1.656.516 1.686.244 1.748.870 1.761.721 66,12% 0,85%
Ciamemazina 939.575 956.835 1.116.068 1.129.244 1.226.287 1.308.283 1.300.314 1.233.790 1.221.171 1.218.267 29,66% 0,34%
Tiaprida 1.064.306 1.062.987 1.155.657 1.188.540 1.245.238 1.249.318 1.226.942 1.138.164 1.090.698 994.375 -6,57% -0,09%
Melperona 753.549 765.648 822.399 864.577 872.013 975.325 1.021.946 984.136 971.874 957.075 27,01% 0,25%
Haloperidol 834.694 795.289 969.717 946.524 985.632 956.022 908.234 870.724 873.005 894.181 7,13% 0,07%
Sulpirida 1.004.942 969.104 1.185.277 1.109.731 1.055.366 1.012.046 932.273 836.585 781.681 754.778 -24,89% -0,30%
Zotepina 0 9.491 9.831 4.345 815 0 87 57.057 232.243 365.039 * 0,44%
Levomepromazina 240.556 232.179 283.645 289.144 298.946 306.024 290.751 271.286 262.111 256.932 6,81% 0,02%
Flufenazina 137.968 140.509 165.504 115.065 134.685 132.278 123.819 124.685 122.594 122.650 -11,10% -0,02%
Restantes DCI's 1.477.641 1.463.920 1.611.727 1.537.119 1.470.070 883.809 576.616 433.283 270.431 354.191 -76,03% -1,37%
Antipsicóticos Total 16.364.481 23.338.728 39.439.518 47.023.981 56.693.755 67.093.401 72.081.746 76.259.125 87.286.033 98.404.472 501,33% 100,00%
Antidepressores 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Var 00-09 Peso na Var
Escitalopram 0 0 0 980.741 6.445.990 8.829.649 13.332.485 17.361.966 24.874.488 28.909.178 * 44,71%
Sertralina 4.743.722 6.249.134 9.695.977 12.613.864 16.088.614 16.569.991 18.383.424 20.389.991 17.859.296 15.282.512 222,16% 16,30%
Venlafaxina 5.822.533 7.103.613 11.996.858 14.199.950 16.621.085 19.733.885 20.683.617 17.972.237 16.899.025 15.229.410 161,56% 14,55%
Fluoxetina 18.688.994 20.483.381 24.794.836 22.924.554 22.873.726 21.211.670 20.535.063 19.277.972 17.465.886 14.281.121 -23,59% -6,82%
Paroxetina 11.043.508 13.103.579 19.238.805 19.120.980 20.091.580 18.563.153 17.557.734 15.879.589 14.320.559 11.864.788 7,44% 1,27%
Duloxetina 0 0 0 0 0 0 13.289 2.548.304 5.821.197 7.946.998 * 12,29%
Trazodona 1.811.987 2.163.459 2.916.305 3.553.404 4.734.667 5.318.461 5.812.958 6.230.930 6.939.839 7.631.085 321,14% 9,00%
Mirtazapina 2.440.399 3.291.938 5.724.913 6.717.629 7.091.411 7.666.540 7.916.407 8.182.532 8.262.418 7.429.919 204,46% 7,72%
Bupropiom 0 0 0 0 70 159 217 89.602 1.580.539 3.069.532 * 4,75%
Fluvoxamina 2.779.597 2.739.306 3.464.128 3.452.567 3.545.324 3.437.649 3.312.197 3.066.388 2.811.730 2.475.720 -10,93% -0,47%
Clomipramina 1.620.751 1.563.647 1.903.063 1.853.155 1.816.660 1.737.098 1.651.980 1.582.255 1.515.044 1.422.892 -12,21% -0,31%
Tianeptina 1.142.682 1.293.630 2.137.417 2.383.261 1.993.628 2.045.667 1.808.709 1.521.557 1.378.505 1.289.067 12,81% 0,23%
Dosulepina 1.400.879 1.311.421 1.477.899 1.267.826 1.291.621 1.207.848 1.163.542 1.047.345 970.194 934.459 -33,29% -0,72%
Mianserina 1.574.090 1.533.153 2.000.256 2.031.854 1.723.466 1.658.593 1.558.818 1.430.285 1.161.516 895.363 -43,12% -1,05%
Amitriptilina 690.237 684.688 805.044 802.512 792.627 772.172 728.389 604.498 653.542 636.208 -7,83% -0,08%
Restantes DCI's 3.256.781 3.844.688 4.693.758 4.599.314 4.264.153 3.827.774 3.454.391 2.988.106 2.616.513 2.381.374 -26,88% -1,35%
Antidepressores Total 57.016.159 65.365.636 90.849.258 96.501.613 109.374.621 112.580.311 117.913.222 120.173.558 125.130.291 121.679.626 113,41% 100,00%
Lítio 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Var 00-09 Peso na Var
Lítio 111.000 108.811 115.915 118.479 144.661 150.707 147.026 148.280 150.449 151.759 36,72% 100,00%
Lítio Total 111.000 108.811 115.915 118.479 144.661 150.707 147.026 148.280 150.449 151.759 36,72% 100,00%
Total Psicofármacos 124.419.898 142.482.849 184.329.324 197.192.199 222.868.121 235.595.099 244.977.484 249.098.912 264.389.745 272.985.698 119,41% 100,00%
* excluído da variação por não apresentar consumos no período homólogo.
Unidades: Euro
Evolução dos Encargos do SNS com os Medicamentos Psicofármacos, por Sub-Grupo Terapêutico e DCI, de 2000 a 2009

Ansiolíticos, Sedativos e Hipnóticos 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Var 00-09 Peso na Var
Alprazolam 6.298.356 7.077.142 7.348.252 6.586.909 6.908.339 6.912.883 6.652.357 6.005.757 5.714.193 6.147.680 -2,39% 8,92%
Mexazolam 1.612.435 1.757.331 1.828.283 1.805.068 1.986.465 1.988.976 2.249.126 2.022.514 2.373.893 2.856.247 77,14% -73,67%
Lorazepam 2.700.683 2.777.879 2.863.774 2.986.946 3.070.834 3.088.325 2.707.945 2.284.647 2.267.524 2.359.253 -12,64% 20,22%
Bromazepam 2.204.273 2.239.163 2.280.766 2.322.234 2.377.937 2.315.086 2.227.802 1.993.324 1.917.475 1.925.006 -12,67% 16,54%
Zolpidem 997.614 1.269.822 1.522.554 1.523.148 1.405.437 1.368.367 1.269.962 1.064.588 1.036.939 1.307.405 31,05% -18,35%
Diazepam 1.511.507 1.518.792 1.483.938 1.279.977 1.280.051 1.233.424 1.163.018 1.034.287 1.015.955 1.134.200 -24,96% 22,35%
Loflazepato de etilo 594.652 634.460 543.393 695.309 844.057 882.587 973.780 935.908 964.578 961.214 61,64% -21,71%
Cloxazolam 951.371 991.572 1.003.331 977.433 1.079.118 1.063.117 1.079.814 970.149 891.968 939.385 -1,26% 0,71%
Valeriana 861.902 932.208 995.441 951.134 1.035.222 987.625 919.946 757.940 669.458 629.401 -26,98% 13,77%
Brotizolam 682.094 677.882 823.883 807.794 818.883 757.909 690.074 572.267 540.869 626.965 -8,08% 3,27%
Clorazepato dipotássico 625.833 584.686 493.999 483.357 524.731 510.275 476.188 446.899 515.762 617.746 -1,29% 0,48%
Buspirona 988.912 958.916 963.830 965.422 946.794 893.385 780.767 666.481 627.671 595.702 -39,76% 23,29%
Midazolam 345.550 381.015 462.765 473.578 502.450 520.795 498.842 427.029 409.712 456.419 32,08% -6,57%
Clobazam 608.426 592.323 582.113 526.622 546.014 521.655 486.030 422.937 415.905 414.319 -31,90% 11,50%
Halazepam 539.274 492.018 488.560 506.921 522.069 503.381 463.525 395.965 384.542 373.725 -30,70% 9,80%
Restantes DCI's 2.739.656 2.687.168 2.040.392 1.818.313 1.879.602 1.799.176 1.682.714 1.355.459 1.298.232 1.229.401 -55,13% 89,45%
Ansiolíticos, Sedativos e Hipnóticos Total 24.262.537 25.572.378 25.725.275 24.710.166 25.728.003 25.346.967 24.321.891 21.356.151 21.044.676 22.574.068 -6,96% 100,00%
Antipsicóticos 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Var 00-09 Peso na Var
Olanzapina 619.871 4.433.163 10.312.639 14.593.839 17.812.688 18.752.298 20.580.665 22.126.138 24.822.578 26.399.416 4158,85% 30,60%
Risperidona 3.464.041 5.866.427 12.063.603 13.696.680 16.361.461 21.465.712 20.443.223 21.283.137 24.456.491 25.477.273 635,48% 26,13%
Quetiapina 0 0 491.591 1.537.515 3.627.494 7.233.014 10.849.400 13.885.382 17.919.867 25.006.299 * 29,68%
Amissulprida 2.497.835 3.292.140 5.910.809 6.939.482 7.760.320 7.789.220 7.400.372 5.280.619 4.858.392 4.773.685 91,11% 2,70%
Aripiprazol 0 0 0 0 0 0 0 146.868 2.227.080 4.191.756 * 4,98%
Ziprasidona 0 0 0 0 793.666 2.390.303 2.722.580 2.963.383 3.129.528 2.930.605 * 3,48%
Clozapina 923.410 1.071.898 1.680.856 1.760.619 1.787.766 1.552.023 1.613.866 1.632.194 1.706.436 1.720.775 86,35% 0,95%
Ciamemazina 578.243 650.104 888.745 935.818 1.065.116 1.154.828 1.145.092 1.074.604 1.071.197 1.068.109 84,72% 0,58%
Haloperidol 558.576 583.167 824.480 827.554 890.368 875.235 835.632 802.775 810.510 835.318 49,54% 0,33%
Melperona 438.272 473.967 618.834 694.767 732.264 844.558 885.884 838.857 828.503 813.980 85,72% 0,45%
Tiaprida 561.421 610.324 781.804 876.034 959.357 997.014 975.747 877.304 811.136 671.940 19,69% 0,13%
Sulpirida 568.130 598.746 906.865 879.547 858.664 845.977 775.368 677.407 632.055 611.858 7,70% 0,05%
Zotepina 0 8.651 9.544 4.057 570 0 52 56.212 227.236 356.646 * 0,42%
Levomepromazina 156.203 165.760 238.436 249.993 266.527 278.102 263.223 243.907 238.150 233.695 49,61% 0,09%
Flufenazina 88.132 99.940 137.923 101.268 123.718 123.342 115.710 116.593 115.623 115.635 31,21% 0,03%
Restantes DCI's 844.190 900.869 1.164.904 1.122.711 1.092.851 637.140 395.106 317.158 250.008 334.024 -60,43% -0,61%
Antipsicóticos Total 11.298.324 18.755.157 36.031.032 44.219.884 54.132.830 64.938.766 69.001.920 72.322.539 84.104.788 95.541.014 745,62% 100,00%
Antidepressores 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Var 00-09 Peso na Var
Escitalopram 0 0 0 643.036 4.398.135 6.184.043 9.350.435 12.000.898 17.424.671 20.397.184 * 36,89%
Sertralina 2.406.775 3.481.227 6.438.094 8.663.696 10.140.121 10.041.991 11.229.053 12.251.475 12.034.389 11.105.420 361,42% 15,73%
Venlafaxina 3.211.549 4.271.097 8.265.728 10.001.877 11.891.894 14.264.953 14.030.651 10.297.515 10.527.156 10.324.316 221,47% 12,87%
Fluoxetina 9.154.200 11.045.653 16.318.935 15.360.638 16.093.815 15.132.018 13.865.097 12.734.267 11.702.461 10.080.298 10,12% 1,68%
Paroxetina 5.605.843 7.250.524 12.782.836 13.143.657 12.481.103 11.519.075 10.436.185 9.490.457 8.790.062 7.791.801 38,99% 3,95%
Duloxetina 0 0 0 0 0 0 9.361 1.749.274 4.038.114 5.571.173 * 10,08%
Mirtazapina 1.376.815 2.013.810 4.060.317 4.841.782 5.191.524 5.713.889 5.803.847 5.470.067 5.320.977 5.140.119 273,33% 6,81%
Trazodona 954.867 1.214.270 1.841.632 2.342.763 3.259.493 3.720.340 4.065.199 4.277.378 4.792.883 5.084.381 432,47% 7,47%
Bupropiom 0 0 0 0 70 159 217 60.965 1.085.770 2.119.247 * 3,83%
Fluvoxamina 1.458.246 1.531.550 2.246.796 2.315.502 2.467.110 2.429.606 2.345.233 2.132.016 1.969.217 1.738.084 19,19% 0,51%
Clomipramina 859.056 881.563 1.217.058 1.216.839 1.237.497 1.203.184 1.152.536 1.090.314 1.053.027 992.082 15,49% 0,24%
Tianeptina 581.980 702.324 1.394.607 1.605.943 1.343.280 1.408.698 1.251.662 1.033.444 947.428 892.124 53,29% 0,56%
Dosulepina 710.190 694.400 910.577 813.477 865.820 831.683 804.696 712.323 665.208 645.945 -9,05% -0,12%
Mianserina 887.719 910.899 1.363.202 1.432.980 1.225.329 1.203.450 1.131.954 1.010.960 826.124 639.688 -27,94% -0,45%
Amitriptilina 349.152 358.924 481.444 490.804 501.111 498.646 473.190 383.613 419.844 413.974 18,57% 0,12%
Restantes DCI's 1.676.314 2.130.902 2.940.275 2.923.592 2.793.348 2.548.707 2.183.099 1.845.992 1.679.373 1.583.731 -5,52% -0,17%
Antidepressores Total 29.232.706 36.487.143 60.261.502 65.796.586 73.889.649 76.700.441 78.132.414 76.540.958 83.276.704 84.519.565 189,13% 100,00%
Lítio 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Var 00-09 Peso na Var
Lítio 72.574 80.786 90.475 93.485 116.132 122.334 119.776 118.146 120.782 121.383 67,25% 100,00%
Lítio Total 72.574 80.786 90.475 93.485 116.132 122.334 119.776 118.146 120.782 121.383 67,25% 100,00%
Total Psicofármacos 64.866.141 80.895.465 122.108.283 134.820.122 153.866.614 167.108.508 171.576.001 170.337.794 188.546.949 202.756.030 212,58% 100,00%
* excluído da variação por não apresentar consumos no período homólogo.
Unidades: Euro
Evolução dos Medicamentos Psicofármacos (DDD), por Sub-Grupo Terapêutico e DCI, de 2000 a 2009

Ansiolíticos, Sedativos e Hipnóticos 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Var 00-09 Peso na Var
Alprazolam 49.915.555 56.470.135 59.844.455 61.970.130 67.668.035 69.806.723 74.367.610 81.606.210 81.732.890 85.591.340 71,47% 74,41%
Lorazepam 45.840.994 47.563.854 47.558.368 49.940.400 52.027.268 53.766.622 53.077.684 55.062.184 56.070.004 58.426.646 27,46% 26,25%
Diazepam 33.741.368 32.874.115 31.383.541 31.415.753 32.618.535 32.359.872 33.503.306 35.888.069 35.340.623 36.485.184 8,13% 5,72%
Loflazepato de etilo 11.181.220 11.896.440 9.354.440 11.506.300 13.982.120 14.816.520 17.578.580 19.594.820 20.515.140 20.393.960 82,39% 19,22%
Bromazepam 15.291.356 15.485.558 15.158.826 15.097.202 15.546.807 15.470.268 15.966.708 16.469.208 16.240.743 16.349.946 6,92% 2,21%
Zolpidem 9.047.190 11.509.500 13.196.814 12.095.574 13.210.464 13.710.776 14.240.896 13.720.448 13.727.950 15.382.848 70,03% 13,21%
Mexazolam 8.804.610 9.587.190 9.594.440 9.111.330 10.045.620 10.043.630 11.762.250 12.181.900 12.508.480 13.625.280 54,75% 10,05%
Cloxazolam 10.654.320 11.098.245 10.930.275 9.268.960 10.187.970 10.169.685 11.086.810 11.674.750 10.985.495 11.583.245 8,72% 1,94%
Brotizolam 5.895.610 5.853.316 6.917.974 6.503.420 6.588.512 6.208.398 6.050.758 5.638.402 5.458.922 6.361.978 7,91% 0,97%
Clorazepato dipotássico 7.010.420 6.536.685 5.263.545 4.816.395 5.076.190 5.002.050 4.986.320 5.471.675 5.282.120 5.321.820 -24,09% -3,52%
Clobazam 5.971.260 5.800.825 5.521.790 4.789.440 4.901.800 4.766.780 4.696.890 4.582.990 4.617.020 4.605.735 -22,87% -2,85%
Oxazepam 8.972.730 8.735.757 7.917.730 7.155.576 7.480.394 7.215.114 7.090.133 5.382.818 5.129.707 4.554.598 -49,24% -9,22%
Flurazepam 4.945.815 5.265.795 4.868.219 3.750.402 3.514.571 3.375.327 3.234.532 3.793.853 3.758.112 4.005.977 -19,00% -1,96%
Midazolam 2.401.434 2.636.578 3.093.314 3.042.550 3.216.626 3.375.176 3.446.674 3.315.872 3.258.304 3.626.938 51,03% 2,56%
Loprazolam 8.034.000 7.244.970 3.370.080 3.402.360 3.557.430 3.345.585 3.358.860 3.155.055 2.952.135 3.516.555 -56,23% -9,42%
Restantes DCI's 25.799.661 25.868.523 20.557.709 16.776.459 17.618.474 17.287.760 17.020.612 15.611.035 14.431.475 11.619.452 -54,96% -29,58%
Ansiolíticos, Sedativos e Hipnóticos Total 253.507.542 264.427.485 254.531.519 250.642.251 267.240.816 270.720.285 281.468.623 293.149.289 292.009.120 301.451.502 18,91% 100,00%
Antipsicóticos 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Var 00-09 Peso na Var
Risperidona 888.647 1.484.917 2.959.332 3.340.788 3.962.412 4.800.326 5.324.941 6.156.386 7.280.058 7.912.962 790,45% 31,40%
Quetiapina 0 0 111.408 342.232 798.834 1.602.732 2.522.751 3.392.388 4.437.092 6.292.653 * 28,13%
Olanzapina 129.066 900.312 2.039.814 2.884.378 3.517.108 3.720.906 4.310.054 4.942.084 5.630.758 5.994.296 4544,36% 26,22%
Haloperidol 3.351.152 3.163.824 3.834.630 3.707.351 3.833.108 3.771.797 3.827.080 3.933.123 4.035.402 4.129.886 23,24% 3,48%
Ciamemazina 1.437.694 1.471.076 1.706.924 1.698.920 1.836.822 1.997.026 2.091.040 2.088.864 2.114.982 2.116.748 47,23% 3,04%
Amissulprida 1.046.715 1.235.635 1.733.183 1.899.930 2.048.285 2.064.288 2.067.940 1.888.188 1.889.050 1.897.818 81,31% 3,80%
Tiaprida 1.519.673 1.509.641 1.603.871 1.639.136 1.713.524 1.727.921 1.782.238 1.737.768 1.701.220 1.662.823 9,42% 0,64%
Flufenazina 693.008 710.839 828.850 795.297 930.354 923.850 908.775 957.125 956.875 957.900 38,22% 1,18%
Clozapina 282.213 309.921 456.912 481.755 577.667 656.317 719.527 768.717 831.445 903.298 220,08% 2,78%
Melperona 631.698 641.978 676.946 721.805 721.542 817.157 897.123 907.060 909.577 894.995 41,68% 1,18%
Aripiprazol 0 0 0 0 0 0 0 31.136 461.291 849.524 * 3,80%
Ziprasidona 0 0 0 0 198.590 594.342 707.609 804.648 862.463 811.104 * 3,63%
Sulpirida 612.580 588.526 713.174 656.390 623.113 606.491 584.990 550.073 523.596 508.716 -16,96% -0,46%
Levomepromazina 386.719 372.458 450.349 449.684 469.148 489.168 487.352 479.732 473.990 465.884 20,47% 0,35%
Cloropromazina 257.191 247.754 314.953 302.178 333.607 365.811 403.080 392.283 391.470 391.155 52,09% 0,60%
Restantes DCI's 2.989.445 2.917.589 2.914.816 2.773.467 2.677.345 1.825.897 1.384.281 1.080.553 703.376 806.297 -73,03% -9,76%
Antipsicóticos Total 14.225.800 15.554.470 20.345.161 21.693.311 24.241.457 25.964.028 28.018.780 30.110.126 33.202.645 36.596.058 157,25% 100,00%
Antidepressores 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Var 00-09 Peso na Var
Sertralina 4.838.260 6.368.782 9.656.708 12.720.118 17.724.578 22.227.872 28.836.266 35.594.858 39.082.912 43.865.270 806,63% 27,24%
Fluoxetina 25.804.326 29.548.618 38.068.870 39.330.782 40.141.978 38.083.986 38.638.648 39.001.154 39.534.850 41.310.848 60,09% 10,82%
Escitalopram 0 0 0 974.694 6.492.178 9.732.226 15.500.030 21.280.273 31.225.264 36.997.954 * 25,83%
Paroxetina 9.945.790 11.802.320 17.098.180 18.814.010 21.619.820 22.009.410 22.847.185 22.732.950 22.704.860 23.420.825 135,48% 9,41%
Venlafaxina 3.269.093 3.965.610 6.733.796 8.049.188 9.450.561 11.476.571 13.071.428 14.080.144 15.427.729 17.515.313 435,79% 9,94%
Trazodona 2.384.187 2.872.670 3.824.968 4.700.728 6.279.468 7.152.639 8.231.062 9.281.403 10.499.297 11.737.727 392,32% 6,53%
Mirtazapina 1.584.940 2.137.990 3.651.750 4.282.342 4.580.464 5.423.482 6.498.740 7.719.429 8.921.137 10.151.694 540,51% 5,98%
Duloxetina 0 0 0 0 0 0 8.176 1.661.660 3.809.936 5.201.270 * 3,63%
Fluvoxamina 3.238.570 3.200.960 3.980.260 4.123.365 4.367.820 4.321.920 4.431.380 4.388.200 4.459.320 4.714.955 45,59% 1,03%
Amitriptilina 4.472.643 4.428.111 5.119.040 5.024.049 4.992.353 4.941.444 4.867.355 4.130.912 4.508.235 4.353.344 -2,67% -0,08%
Clomipramina 2.772.325 2.678.447 3.215.047 3.104.327 3.087.855 3.005.167 3.019.728 3.053.947 3.074.870 3.071.593 10,79% 0,21%
Dosulepina 3.288.810 3.078.780 3.386.785 2.523.285 2.548.790 2.414.940 2.514.560 2.515.375 2.369.490 2.283.430 -30,57% -0,70%
Bupropiom 0 0 0 0 30 60 90 55.373 1.012.864 2.079.816 * 1,45%
Mianserina 1.782.290 1.735.770 2.217.780 2.245.905 1.904.785 1.853.840 1.830.930 1.801.650 1.781.385 1.768.905 -0,75% -0,01%
Tianeptina 1.290.710 1.460.805 2.358.930 2.626.115 2.196.675 2.280.200 2.118.855 1.869.270 1.718.180 1.607.005 24,51% 0,22%
Restantes DCI's 7.829.569 7.943.031 8.497.003 8.193.819 7.520.341 7.050.218 6.692.437 6.096.285 5.550.447 5.671.951 -27,56% -1,51%
Antidepressores Total 72.501.512 81.221.894 107.809.118 116.712.728 132.907.697 141.973.975 159.106.869 175.262.883 195.680.773 215.751.898 197,58% 100,00%
Lítio 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Var 00-09 Peso na Var
Lítio 1.144.800 1.136.450 1.222.700 1.197.250 1.440.500 1.517.800 1.554.300 1.640.950 1.693.100 1.708.650 49,25% 100,00%
Lítio Total 1.144.800 1.136.450 1.222.700 1.197.250 1.440.500 1.517.800 1.554.300 1.640.950 1.693.100 1.708.650 49,25% 100,00%
Total Psicofármacos 341.379.653 362.340.299 383.908.498 390.245.540 425.830.470 440.176.088 470.148.573 500.163.248 522.585.638 555.508.109 62,72% 100,00%
* excluído da variação por não apresentar consumos no período homólogo.
Evolução dos Medicamentos Psicofármacos (DHD), por Sub-Grupo Terapêutico e DCI, de 2000 a 2009

Ansiolíticos, Sedativos e Hipnóticos DHD 2000 DHD 2001 DHD 2002 DHD 2003 DHD 2004 DHD 2005 DHD 2006 DHD 2007 DHD 2008 DHD 2009 Var 00-09 Peso na Var
Alprazolam 18 20 21 21 23 24 25 27 27 29 59,72% 109,27%
Lorazepam 16 17 17 17 18 18 18 18 19 20 18,72% 31,45%
Diazepam 12 12 11 11 11 11 11 12 12 12 0,72% 0,89%
Loflazepato de etilo 4 4 3 4 5 5 6 7 7 7 69,89% 28,65%
Bromazepam 5 6 5 5 5 5 5 6 5 5 -0,41% -0,23%
Zolpidem 3 4 5 4 5 5 5 5 5 5 58,37% 19,36%
Mexazolam 3 3 3 3 3 3 4 4 4 5 44,14% 14,25%
Cloxazolam 4 4 4 3 4 3 4 4 4 4 1,27% 0,49%
Brotizolam 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 0,51% 0,11%
Clorazepato dipotássico 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 -29,29% -7,53%
Clobazam 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 -28,16% -6,16%
Oxazepam 3 3 3 2 3 2 2 2 2 2 -52,72% -17,34%
Flurazepam 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 -24,55% -4,45%
Midazolam 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 40,68% 3,58%
Loprazolam 3 3 1 1 1 1 1 1 1 1 -59,23% -17,44%
Restantes DCI's 9 9 7 6 6 6 6 5 5 4 -58,05% -54,90%
Ansiolíticos, Sedativos e Hipnóticos Total 91 94 89 87 92 93 95 98 97 101 10,76% 100,00%
Antipsicóticos DHD 2000 DHD 2001 DHD 2002 DHD 2003 DHD 2004 DHD 2005 DHD 2006 DHD 2007 DHD 2008 DHD 2009 Var 00-09 Peso na Var
Risperidona 0 1 1 1 1 2 2 2 2 2,65 729,41% 32,64%
Quetiapina 0 0 0 0 0 1 1 1 1 2,10 * 29,51%
Olanzapina 0 0 1 1 1 1 1 2 2 2,00 4226,01% 27,46%
Haloperidol 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,38 14,79% 2,50%
Ciamemazina 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0,71 37,14% 2,69%
Amissulprida 0 0 1 1 1 1 1 1 1 0,63 68,88% 3,63%
Tiaprida 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0,56 1,92% 0,15%
Flufenazina 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,32 28,75% 1,00%
Clozapina 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,30 198,14% 2,82%
Melperona 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,30 31,97% 1,02%
Aripiprazol 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,28 * 3,98%
Ziprasidona 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,27 * 3,80%
Sulpirida 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,17 -22,65% -0,70%
Levomepromazina 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,16 12,21% 0,24%
Cloropromazina 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,13 41,66% 0,54%
Restantes DCI's 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0,27 -74,88% -11,27%
Antipsicóticos Total 5 6 7 8 8 9 10 10 11 12,23 139,62% 100,00%
Antidepressores DHD 2000 DHD 2001 DHD 2002 DHD 2003 DHD 2004 DHD 2005 DHD 2006 DHD 2007 DHD 2008 DHD 2009 Var 00-09 Peso na Var
Sertralina 1,74 2,28 3,39 4,41 6,12 7,61 9,78 11,93 12,97 14,67 744,49% 28,04%
Fluoxetina 9,26 10,56 13,38 13,63 13,86 13,04 13,11 13,07 13,12 13,81 49,12% 9,87%
Escitalopram 0,00 0,00 0,00 0,34 2,24 3,33 5,26 7,13 10,37 12,37 * 26,83%
Paroxetina 3,57 4,22 6,01 6,52 7,47 7,54 7,75 7,62 7,54 7,83 119,34% 9,24%
Venlafaxina 1,17 1,42 2,37 2,79 3,26 3,93 4,43 4,72 5,12 5,86 399,06% 10,16%
Trazodona 0,86 1,03 1,34 1,63 2,17 2,45 2,79 3,11 3,49 3,92 358,57% 6,65%
Mirtazapina 0,57 0,76 1,28 1,48 1,58 1,86 2,20 2,59 2,96 3,39 496,60% 6,13%
Duloxetina 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,56 1,26 1,74 * 3,77%
Fluvoxamina 1,16 1,14 1,40 1,43 1,51 1,48 1,50 1,47 1,48 1,58 35,61% 0,90%
Amitriptilina 1,61 1,58 1,80 1,74 1,72 1,69 1,65 1,38 1,50 1,46 -9,34% -0,33%
Clomipramina 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3,20% 0,07%
Dosulepina 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 -35,33% -0,90%
Bupropiom 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 * 1,51%
Mianserina 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 -7,55% -0,10%
Tianeptina 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 15,97% 0,16%
Restantes DCI's 2,81 2,84 2,99 2,84 2,60 2,41 2,27 2,04 1,84 1,90 -32,52% -1,98%
Antidepressores Total 26,02 29,03 37,90 40,46 45,90 48,61 53,97 58,74 64,96 72,13 177,18% 100,00%
Lítio DHD 2000 DHD 2001 DHD 2002 DHD 2003 DHD 2004 DHD 2005 DHD 2006 DHD 2007 DHD 2008 DHD 2009 Var 00-09 Peso na Var
Lítio 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 39,02% 100,00%
Lítio Total 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 39,02% 100,00%
Total Psicofármacos 123 129 135 135 147 151 159 168 173 186 51,57% 100,00%
Unidades: N.º Habitantes

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