Rodada Doha, Chegamos Muito Perto, Mas Não Chegamos Lá
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ISSN: 1813-4378
Pontes
ENTRE O COMRCIO E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL
1 Rodada Doha: chegamos muito perto, mas no chegamos l... 3 TRIPS: daqui para onde? 5 Servios educacionais no GATS: desafios para o Brasil Umberto Celli Junior 7 Bens e Servios Ambientais no Brasil Ceclia Hsner e Shigeo Shiki 9 Liberalizao Comercial, Emprego e Reduo da Pobreza: resultados indiretos e questionados Viviane Ventura-Dias 11 Polticas pblicas para a exportao de investimentos nos BRICs 12 Novos atores para o desenvolvimento sustentvel: as instituies financeiras 14 Biocombustveis e sustentabilidade: a certificao a resposta? 17 A apreciao das exportaes agrcolas brasileiras: novo impulso Rodada do Desenvolvimento Thalis Ryan de Andrade
Voc sabia?
Que entre 1947 e 1998 foram concludos 12 acordos multilaterais de comrcio, ao passo que entre 1999 e 2008 no houve nenhum? A OMC, entretanto, no esteve parada durante esses ltimos anos... Fatos bsicos da OMC desde 2008: Nmero de disputas: 378 (245 s na ltima dcada) Ascenso de novos Membros: 21 Desde 2007, os 12 novos Membros representam cerca de US$ 1,4 trilhes em importaes (um dcimo das importaes mundiais), tendo tais pases triplicado o volume de suas importaes em 2000. Os trs primeiros anos da OMC foram de intensivas negociaes: Concluso do Acordo sobre Tecnologia da Informao em 1996: eliminao de tarifas para computadores e semicondutores Concluso dos Acordos sobre Servios Financeiros e Telecomunicaes Bsicas em 1997: primeiras investigaes sobre o comrcio de servios; e Compromisso de ciberespao livre de tarifas em 1998: emails e transferncia de dados. Desde ento no houve mais acordos multilaterais...
Fonte: Progressive Policy Institute
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Espa o ab e r t o
Editorial
Estimado(a) leitor(a), A Equipe Pontes tem o prazer de apresentar-lhes o novo formato da publicao Pontes entre o Comrcio e o Desenvolvimento Sustentvel. Alm de mudanas visuais, a nova configurao da revista apresenta uma seo que traz publicaes recentes sobre comrcio e desenvolvimento sustentvel de relevncia para a regio. A edio de agosto de 2008 apresenta uma anlise sobre o fracasso das negociaes da Rodada Doha da OMC em julho passado, assim como um quadro dedicado Medida de Salvaguarda Especial tema que levou a mini-ministerial ao fracasso em julho. A seo intitulada OMC em foco traz, ainda, um editorial sobre a situao atual das negociaes sobre TRIPs na OMC. Alm disso, o presente nmero conta com dois artigos sobre servios no Brasil: um dedicado anlise de servios educacionais, assinado por Umberto Celli; e outro sobre servios e bens ambientais, de autoria de Ceclia Hanser e Shigeo Shiki. H trs artigos que compem a seo seguinte, intitulada Outros temas multilaterais: o primeiro versa sobre a relao entre comrcio internacional e pobreza, artigo de autoria de Viviane Ventura-Dias. O segundo faz uma anlise sobre investimentos externos diretos com origem nos pases BRICs; e o terceiro avalia os novos atores para o desenvolvimento sustentvel: as instituies financeiras. O sexto artigo que compe a srie sobre biocombustveis trata dos entraves e oportunidades relacionados certificao dessa fonte energtica. Por fim, Thalis Ryan de Andrade traa uma anlise sobre as oportunidades que se abrem ao Brasil no contexto de alta no preo dos alimentos. Esperamos que o contedo e a configurao desta edio da publicao Pontes entre o Comrcio e o Desenvolvimento Sustentvel lhes agradem. Colocamo-nos disposio para eventuais sugestes e comentrios. Encorajamos nossos leitores a consultar tambm nossa publicao quinzenal (Pontes Quinzenal) e a visitar o novo site do ICTSD: www.ictsd.org Atenciosamente, Equipe Pontes
partir de um volume de importao de 10% ou 15%. Diversos pases em desenvolvimento (PEDs), inclusive os membros do G-33, apresentaram propostas similares. Susan Schwab, Representante Comercial dos EUA, afirmou, por sua vez, que um limite muito baixo poderia significar um retrocesso em relao a dcadas de liberalizao comercial. Oficiais indianos rebateram a afirmao dizendo que a possibilidade de mal uso de SSM muita baixa. Os PEDs dificilmente imporiam medidas de salvaguarda sobre alimentos cujos preos esto em alta.
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O MC em foco
Na Conferncia miniincluir o tema PI no ministerial em Genebra, o Diretor-Geral da OMC, processo horizontal Pascal Lamy, delegou a da Rodada Doha. tarefa de desenrolar essas questes ao Ministro das Relaes Exteriores da Noruega, Jonas Gahr Stre. O chanceler esperava incentivar os Membros a intensificar as discusses relativas ao Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comrcio (TRIPs, sigla em ingls) como parte de um acordo sobre modalidades. Ao longo dos 10 dias do evento, Stre convocou diversas consultas informais, nas quais foram discutidos elementos especficos para um acordo mais abrangente. A impresso geral foi de avano nessas negociaes.
Momento anterior
Nos meses que antecederam Conferncia, temas relacionados a TRIPs progrediram substancialmente. Em 26 de maio, uma coalizo indita entre pases desenvolvidos (PDs) e pases em desenvolvimento (PEDs) anunciou concordar em incluir o tema PI no processo horizontal da Rodada Doha. O grupo defendeu a incluso dos trs tpicos controversos no pacote single undertaking da Rodada. Apoiada por novos Membros, a coalizo enviou um esboo sobre modalidades que detalhava os parmetros-chave para as negociaes dos textos finais correspondentes a cada questo.
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OM C e m f o c o
A coalizo liderada por Brasil, Unio Europia (UE), ndia e Sua incluiu mais de 100 Membros da OMC. A proposta apresentada pelo grupo, contudo, no obteve apoio de todos. Austrlia, Canad, Chile, Mxico, Nova Zelndia, Coria do Sul, Taiwan e Estados Unidos da Amrica (EUA) apresentaram fortes objees e rejeitaram o chamado paralelismo artificial entre as trs questes de PI. Para esses pases, cada um dos tpicos de TRIPs possui seus prprios termos de referncia, bem como suas prprias peculiaridades. Alm disso, acrescentaram que os interesses de cada Membro a respeito do contedo e que possveis resultados para cada questo variaro consideravelmente. Como exemplo, apontaram as IGs, sobre as quais mesmo quanto os objetivos mais bsicos h fortes divergncias. Esse grupo de resistncia tambm sustentou que a incluso de PI nas negociaes horizontais sobre modalidades dos setores industrial e agrcola consistiria em considervel obstculo ao avano das negociaes da Rodada.
o atual nvel de proteo adicional estabelecido pelo acordo TRIPs a vinhos e aguardentes. A postura adotada por UE e seus aliados tem mostrado ser crescentemente oposta de pases como Argentina, Austrlia, Canad, Chile, Coria e EUA, uma vez que muitos produtos vinculados a IGs possuem nomes genricos em todo o mundo. Conforme apontado pelo Professor Frederick M. Abbot (ver http://ictsd.net/i/ publications/16949/), para os EUA, a extenso de maior proteo a demais produtos agrcolas (e outros produtos noagrcolas) consistiria numa tarefa rdua. A indstria local de alimentos, por exemplo, consideraria a extenso geogrfica problemtica, j que os restaurantes freqentemente utilizam nomenclaturas geogrficas para seus produtos. Dado esse complexo pano de fundo, o Ministro Stre abordou a extenso das IGs de forma cautelosa. O componente primrio do pacote de modalidades proposto inclua o reconhecimento de trs fatores: (i) a relevncia econmica e jurdica da extenso da proteo para alm de vinhos e aguardentes; (ii) a contnua necessidade de melhor compreenso de suas implicaes; e (iii) a necessidade de definir um programa de trabalho que ponderasse as diferentes vises dos participantes. A respeito desse ltimo ponto, potenciais problemas incluem a cobertura que TRIPs concede (relativa a IGs) a outros produtos que no vinho e aguardentes; as implicaes legais da extenso das IGs para os detentores de marcas registradas (ou outros sinais de identificao); os efeitos sobre produtos no originrios das localidades protegidas nos mercados de terceiros pases; e a aplicao das excees existentes para vinhos e aguardentes a outros produtos.
Historicamente, os principais pontos de divergncia A exigncia da revelao de origem concentram-se na participao no registro, bem como suas Negociar a exigncia de revelao de origem na Rodada Doha conseqncias e efeitos legais. Membros como a UE desejam tem sido uma reivindicao de cerca de 100 PEDs, entre os que todos os demais participem do registro. Nesse sentido, quais Brasil e China. Esses pases consideram a exigncia Bruxelas defende a exigncia de que os pases consultem a necessria para prevenir a concesso de patentes que utilizam base ao tomar decises a respeito de registro, proteo de recursos biolgicos ou conhecimentos tradicionais sem o marcas e IGs, de acordo com leis nacionais. Outros Membros reconhecimento e compensao adequados. Defende-se como Argentina, Austrlia, Canad e EUA sugerem, que prevenir a biopirataria importante para garantir uma entretanto, que a participao no relao de complementaridade entre o sistema seja voluntria e que os Membros Acordo TRIPs e a CBD, os dois diplomas garantam a incluso de disposies nos mais importantes sobre o tema. Durante procedimentos para consulta prvia o longo processo de negociaes da ... os principais base de dados para decises relativas Rodada, UE e Sua mantm-se neutras, proteo de vinhos e aguardentes. mas simpatizam com o conceito de pontos de divergnrevelao de origem, ainda que no por Diante desse quadro, Stre assumiu cia concentram-se meio de uma reforma de TRIPs. a delicada misso de questionar se
na participao no o registro deveria ser considerado Dado tal panorama, Stre buscou chegar pelas autoridades nacionais quando a algum tipo de consenso. As modalidades registro, bem como da tomada de decises sobre IGs, bem apresentadas propunham que os Membros suas conseqncias e como se as negociaes deveriam reconhecessem, antes de mais nada, tratar da necessidade de enxergar as certos parmetros que guiassem futuros efeitos legais. informao contidas no registro e a trabalhos sobre a relao entre TRIPs e possvel natureza genrica do produto CBD e estabelecessem um programa de como requisito primordial. No que tange trabalho para tais negociaes. participao, os Membros tambm Questes especficas que ainda necessitam ser trabalhadas foram convidados a considerar se a adeso mais ampla incluem: (i) como evitar a concesso de patentes que ao registro deveria ser condicionada a um entendimento utilizem recursos genticos sem a devida revelao; sobre as conseqncias legais do registro e ao tratamento (ii) como guiar os regimes nacionais a adequarem-se ao conferido pela legislao domstica a tais conseqncias. O consentimento previamente informado, bem como ao tratamento especial e diferenciado a PEDs e pases de menor acesso e compartilhamento de benefcios sob termos desenvolvimento relativo (PMDRs) tambm integrou a pauta. mutuamente acordados; (iii) como munir os escritrios de
Extenso de IGs
Alinhado posio longamente defendida por UE, Sua e alguns PEDs, o esboo sobre modalidades apresentado pela grande coalizo na Conferncia estenderia a todos os produtos patentes das informaes necessrias patenteabilidade dessas reas; e (iv) como preservar o sistema de patentes como fomentador de inovao.
Traduo e adaptao de artigo originalmente publicado em Bridges Weekly Trade News Digest, vol. 12, n. 27, 07 ago. 2008.
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O MC em foco
O que se observa, no entanto, que Apesar de a expresso medidas que em muitos pases, por variadas razes, Fora do alcance afetem o comrcio de servios no o Estado deixou de desempenhar ou ter sido definida no GATS, costuma-se no tem sido capaz de desempenhar ou da abrangncia interpret-la de forma bastante ampla de modo eficiente essa funo. Isso do GATS esto os ser- abriu espao para o ingresso de vrias e extensiva. Assim, em princpio, todas as medidas governamentais relacionadas entidades privadas no mercado, muitas vios prestados (...) ao comrcio de servios estariam das quais passaram a fornecer educao no exerccio da virtualmente abrangidas por esse bsica de melhor qualidade e maiores acordo. Tanto que, no caso European oportunidades de acesso ao ensino autoridade Communities Regime for Importation, superior. H, assim, uma convivncia Sale and Distribution of Bananas, o rgo governamental. no setor de educao entre servios de Apelao da OMC afirmou no haver prestados no exerccio da autoridade nada nos artigos relativos s medidas governamental (entidades pblicas sem que afetem o comrcio de servios que pudesse sugerir uma finalidade lucrativa) e entidades privadas que operam em bases interpretao restritiva da aplicao do GATS.1 comerciais. So exatamente os servios educacionais prestados Fora do alcance ou da abrangncia do GATS esto os servios por estas ltimas que podem ser objeto de liberalizao nos prestados, em qualquer setor ou modo, no exerccio da termos do GATS. autoridade governamental. Ou seja, servios que no sejam prestados em bases comerciais (i.e., cuja prestao no tem o lucro como objetivo), nem em concorrncia com um ou mais prestador de servio. Dentre eles, figuram servios pblicos, tais como os servios do corpo de bombeiros, seguridade social, polcia e operaes de bancos centrais. Contudo, muitos servios prestados no exerccio da autoridade governamental, como os de educao e sade, so tambm prestados por entidades privadas, ou at mesmo apenas por elas, o que coloca tais servios no mbito do GATS. No mbito do Mercosul, o assunto suscita controvrsias entre especialistas; afinal, so servios de provimento obrigatrio pelo Estado e constituem direito fundamental da populao. Por essa razo, argumenta-se que no poderiam estar sujeitos a regras de liberalizao comercial ou vistos sob uma perspectiva mercantilista incompatvel com objetivos de incluso social. Algumas anlises formuladas por acadmicos no Brasil e na Argentina chegam a sugerir que o enquadramento desses setores como passveis de liberalizao comercial levaria, no limite, sua descaracterizao como servios de carter e domnio essencialmente pblicos, esvaziando a funo do Estado como seu principal provedor e garantidor de seu acesso universal. Os servios educacionais no GATS encontram-se subdivididos em cinco subsetores: 1. educao primria; 2. educao secundria; 3. educao superior; 4. educao para adultos; e 5. outros servios relacionados educao.3 Em face do impacto social do setor, os avanos nas negociaes para a liberalizao do mercado tm sido modestos. Na atual Rodada Doha de negociaes comerciais multilaterais, Membros com posies mais ofensivas, tais como Nova Zelndia, Austrlia e Estados Unidos da Amrica (EUA), tm concentrado suas solicitaes de acesso a mercados predominantemente em subsetores de educao superior. Recentemente, em pedido plurilateral formulado por Austrlia, China-Taiwan, Malsia, EUA e Nova Zelndia e coordenado por este ltimo4, Brasil e Argentina foram solicitados a apresentar ofertas de acesso ao mercado de servios de ensino tcnico e profissional ps-segundo grau e de servios de ensino destinados obteno de ttulo universitrio ou equivalente.
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OM C e m f o c o
Os demandantes pleitearam a apresentao de ofertas e de compromissos em todos os modos de prestao. Para os modos 1 (servios transfronteirios e.g., educao longa distncia) e 2 (consumo no exterior e.g, remoo de barreiras para validao de ttulos), os demandantes solicitaram a inscrio de compromissos sem restrio de acesso a mercado e tratamento nacional. Para o modo 3 (presena comercial e.g. estabelecimento de campi de suas Universidades nos Membros demandados), a inscrio de compromissos sem restrio de acesso a mercado e tratamento nacional ou a inscrio temporria relativa participao acionria estrangeira em entidades privadas nacionais. Finalmente, para o modo 4 (movimento temporrio de pessoas fsicas), foram demandados compromissos que permitissem a entrada de pessoas fsicas na rea de educao, sem especificao de alguma categoria em particular. No coincidentemente, Austrlia, Nova Zelndia e EUA esto entre os maiores demandantes do setor, at pelo fato de serem pases de lngua inglesa, o que facilita a difuso de material didtico e das atividades de seus professores. O Brasil no assumiu compromissos em servios educacionais na Rodada Uruguai nem apresentou ofertas na atual Rodada Doha. Apesar disso, seu mercado de servios no ensino superior relativamente aberto. No existem restries participao de capital estrangeiro nas entidades privadas de ensino superior e grupos estrangeiros tm adquirido participao acionria em muitas dessas instituies. O ensino superior privado apresentou um crescimento de 184% nos ltimos dez anos em nmero de instituies, o que fez com que a oferta de vagas aumentasse mais que a demanda. A concorrncia acirrada tem levado algumas instituies de menor porte a encerrarem suas atividades, ao passo que grandes grupos ficam cada vez mais fortalecidos. A educao superior j a terceira rea de maior nmero de fuses e aquisies no pas. Impulsionados pela venda de suas aes na Bolsa de Valores, grandes grupos universitrios adquiriram trinta instituies de ensino superior somente no primeiro semestre de 2008. Mais de 50% das aes das universidades disponveis na Bolsa de Valores foram compradas por investidores estrangeiros. Esse movimento deve ser analisado sob dois aspectos: o primeiro, O Brasil no positivo, que o aporte de investimentos, assumiu principalmente compromissos estrangeiros, estimula a concorrncia no setor, em servios o que pode levar a um aprimoramento na educacionais busca por um ensino na Rodada Uruguai de melhor qualidade. Alm disso, o fato de nem apresentou os grupos estrangeiros ofertas na atual possurem universidades em vrios continentes Rodada Doha. facilita o intercmbio de estudantes, aos quais, muitas vezes, oferecida a possibilidade de cursarem disciplinas fora de seu pas com equivalncia de crditos. O segundo aspecto, negativo, que a educao corre o risco de ser vista como mero negcio (mercantilismo) e que as instituies privadas, especialmente as de capital aberto, passem a oferecer cursos que no estejam em sintonia com as necessidades da sociedade brasileira.
Em qualquer desses cenrios ou aspectos, fundamental o exerccio do controle das atividades dessas entidades privadas pela autoridade competente que, no Brasil, o Ministrio da Educao e Cultura (MEC). Devem essas instituies cumprir rigorosamente as diretrizes e bases da educao nacional contidas na Lei de Diretrizes e Base para atender s necessidades do Um dos grandes pas. Por outro lado, a convivncia e, desafios para o porque no dizer, concorrncia, com Brasil , portanto, entidades privadas, continuar a investir deve servir de estmulo para que o Estado maciamente nas invista cada vez mais universidades nas universidades pblicas, injetando pblicas... recursos para a realizao de pesquisas de interesse para o desenvolvimento econmico e social do pas. Asseguradas essas condies, seria perfeitamente plausvel assumir compromissos de liberalizao no GATS, especialmente no modo 3, at porque, conforme visto, no existem restries participao de capital estrangeiro em entidades privadas de ensino superior. Universidades brasileiras, pblicas ou privadas, poderiam, assim, estabelecer campi em outros pases, especialmente na Amrica do Sul, o que incrementaria o processo de integrao cultural. No modo 1, poderiam tambm ser assumidos alguns compromissos, j que existe uma demanda interna muito grande por cursos de educao distncia ou no presenciais. Por fim, no modo 4, professores e pesquisadores poderiam ter maior facilidade de acesso de trabalho em universidades estrangeiras com a inscrio no GATS de alguns compromissos. Um dos grandes desafios para o Brasil , portanto, continuar a investir maciamente nas universidades pblicas com o objetivo de aprimorar sua capacidade de desenvolver pesquisas que possam colaborar com o desenvolvimento econmico, social e tecnolgico do pas e, ao mesmo tempo, permitir a expanso equilibrada do setor privado, inclusive o estrangeiro. Entende-se, portanto, que o Brasil j estaria apto a dar, progressivamente, os primeiros passos rumo consolidao dessa abertura no mbito do GATS, com nfase, conforme salientado, no modo 3.
* Professor de Direito Internacional da Universidade de So Paulo. Coordenador do Projeto de Pesquisa Negociaes Comerciais em Servios e Polticas de Desenvolvimento: interesse brasileiro, polticas pblicas e incluso social, financiado pela Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo FAPESP.
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Relatrio do rgo de Apelao. WT/DS27, par. 200. Disponvel em: http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/find_dispu_cases_e.htm, acesso em 29/01/2008. Lei de Diretrizes e Base (Lei no. 9.394, de 20/12/96). A LDB divide o setor educacional em dois grandes sub-setores: (i) educao bsica, formada pela educao infantil, ensino fundamental e ensino mdio; e (ii) educao superior. Diviso realizada com base na Provisional Central Product Classification, da ONU. Vale notar que, no formato plurilateral, o pedido o mesmo para os Membros que o formulam. O Membro denominado coordenador encarrega-se de apresent-lo aos demandados.
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O MC em foco
Definies e Classificaes
Bens e servios ambientais uma classificao especial que surgiu para incrementar e incentivar o uso e o comrcio internacional de tais bens, a partir do momento em que poderiam ser beneficiados com vantagens tarifrias e no tarifrias (restries ambientais e sanitrias). Os bens ambientais ainda no contam com uma classificao especfica, o seu comrcio deve se enquadrar no Acordo Geral de Comrcio de Bens do Acordo Geral de Tarifas e Comrcio (GATT, sigla em ingls), sob a classificao do Sistema Harmonizado de Nomenclatura Alfandegria (SH). Ainda no existe consenso sobre a forma a ser adotada para classificar os bens como ambientais, o que se deve aos diferentes interesses dos pases e organizaes envolvidas nas negociaes comerciais. As principais abordagens sobre esta discusso no mbito do CTE-SS encontram-se em torno dos seguintes pontos: Enfoque conceitual (top-down approach) defende a relevncia do estabelecimento de critrios precisos antes que seja criada uma lista de bens ambientais;
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ampliar seus mercados; de outro, os PEDs e os pases de menor desenvolvimento relativo (PMDRs) buscam proteger suas indstrias menos competitivas e reivindicam maior abertura para os bens agrcolas. O fracasso das negociaes da Rodada Doha em julho de 2008 mostra um dado novo no que se refere geometria negocial, que no mais se conforma com padres do tipo Norte-Sul ou G-20 contra PDs. Alm disso, o estabelecimento da China como potncia industrial mundial e dos interesses da ndia no competitivo setor de servios quebraram a sintonia geopoltica dos BRICS (bloco de pases constitudos por Brasil, Rssia, ndia e China) A proposta brasileira enquanto fora negociadora seria () que cada homognea. A dificuldade de acordos em foro pas poderia ofertar multilateral, no entanto, pode forar as atenes bens no agrcolas para aos acordos bilaterais ou agrcolas que e reviver discusses como a negociaes Mercosulconsiderasse Unio Europia, paralisada contribuir para o espera de um acordo multilateral que oferecesse meio ambiente as bases para uma retomada das negociaes. Com isso, as negociaes em bens ambientais avanam com base em propostas polarizadas pela abordagem bottom-up ou de listas elaboradas por pases como os Estados Unidas da Amrica (EUA), Unio Europia (UE), Nova Zelndia, Sua e Coria do Sul, entre outros. Uma das ltimas propostas partiu dos EUA e da UE e pretendia reduzir a lista a 43 produtos, de acordo com relatrio do Banco Mundial (2008) de bens amigveis ao clima (climate friendly). Isso mostra uma tentativa de sair do impasse ao centrar as discusses em bens com forte apelo ambiental (mudanas climticas). O Brasil reclama, entretanto, que a excluso do etanol daquela lista seria o grande entrave para sua aceitao da proposta apresentada por EUA-UE. A proposta brasileira seria, ento, para que se formasse uma cesta de ofertas, em que cada pas poderia ofertar bens no agrcolas ou agrcolas que considerasse contribuir para o meio ambiente e, a partir desta relao, os demais pases poderiam examinar quais dos bens elencados comprometeriam seus interesses de desenvolvimento.
preferveis (EPPs, sigla em ingls). Os EPPs contextualizao de bens ambientais realizada pela Conferncia das Naes Unidas para o Comrcio e o Desenvolvimento (UNCTAD, sigla em ingls) so produtos que causam menos dano ambiental em algum estgio de seu ciclo de vida se comparados a produtos alternativos que cumprem a mesma funo, ou seja, produtos cuja produo e venda trazem benefcios ao meio ambiente. Em outubro de 2007, o Brasil submeteu, ento, outra proposta OMC (JOB (07)/146), com o intuito de contribuir para a discusso sobre bens ambientais no mbito da Rodada Doha, em relao a barreiras tarifrias e no-tarifrias. A proposta argumenta que a liberalizao comercial de bens ambientais no deve objetivar o aumento das vendas destes produtos, mas sim promover a participao dos PEDs neste comrcio, de forma a lhes garantir um real benefcio ambiental. Nesse sentido, deveria se ter em considerao no apenas as diferenas de desenvolvimento entre os pases e suas necessidades scioeconmicas, mas, sobretudo, o apoio ao desenvolvimento de indstrias locais que contemplem padres de consumo sustentveis. Tais bens ambientais abarcariam, assim, os produtos agrcolas no includos nas listas tradicionais de BSAs (em especial, os bicombustveis). Neste rol, o Brasil tambm pretende incluir produtos orgnicos e, para evitar crticas devido ao uso de critrio baseado em seus mtodos e processos de produo, recomenda que a regulao de padres tcnicos seja feita por outro organismo multilateral: a Organizao das Naes Unidas para a Agricultura e Alimentao (FAO, sigla em ingls). A proposta brasileira tambm menciona a importncia de promover e facilitar a transferncia de tecnologia entre PDs e PEDs para tecnologias limpas e ambientais, por meio de concesses tarifrias. No tocante classificao de servios ambientais estabelecida pela OMC, o posicionamento brasileiro por ora de cautela. Para alm do seu questionamento especfico sobre a sua adequao realidade do atual mercado global, teme-se que qualquer reviso mais completa possa repercutir nas negociaes de outras categorias de servios.
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O u t ros t em as m u l t il at e rais
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Ou tr o s te ma s m ult i la t era i s
suas flutuaes, ainda que as relaes entre o comrcio e o crescimento econmico continuem a ser um tema controverso. Permanece a dvida sobre se o comrcio um motor de crescimento ou se o crescimento econmico que promove o crescimento do comrcio.
Um maior crescimento econmico est associado gerao de empregos, embora as caractersticas da economia global incidam sobre a natureza da demanda dos empregadores pela mo-de-obra local. No caso do Brasil, por exemplo, vrios Desta forma, pode-se dizer que a relao entre o comrcio e estudos do IPEA mostraram que durante os anos 90, houve um o aumento ou reduo da pobreza intermediada pelo que aumento do grau de qualificao da mo-de-obra no pas que ocorre no mercado de trabalho e nos padres de consumo. O revelou transformaes na oferta do trabalho, mas tambm efeito dos novos preos sobre os nveis de pobreza depender mudanas estruturais na curva da demanda. Isso quer dizer que de se as famlias pobres forem consumidoras ou produtoras no apenas a escolaridade mdia dos trabalhadores elevou- lquidas do produto que teve o seu preo alterado e dos canais se, mas que uma escolaridade maior passou a ser requerida de distribuio da mudana de preo a tais consumidores/ pelos empregadores. Alguns desses estudos concluram que a produtores. A literatura econmica mais recente destaca que liberalizao comercial (nas circunstncias em que se deu no uma liberalizao que favorea a reduo da pobreza deve Brasil) impactou de forma negativa os trabalhadores pouco estar acompanhada de polticas pblicas de apoio integrao qualificados e de baixa escolaridade. Ou seja, a abertura da populao mais pobre principalmente da populao comercial deveria favorecer a criao de empregos compatveis rural s instituies de mercado. Entre os mecanismos com as caractersticas da maioria das propostos incluem-se: (i) canais para pessoas que se dispem a trabalhar. uma distribuio eficiente que assegure No entanto, ao incio da liberalizao que os agricultores mais pobres recebam No Brasil, os efeitos comercial, durante o governo Collor, os benefcios dos novos incentivos e observados no emessa maioria que no terminou a escola tenham acesso aos insumos mais baratos; primria e constitui uma mo-de-obra (ii) acesso a capital fsico, humano e prego industrial no no qualificada s conseguiu emprego social para permitir respostas de oferta no setor informal, sem os benefcios efetivas; e (iii) redes de segurana para corroboram as proposociais, j que os empregos no setor proteger as pessoas que podem ser sies da teoria tradi- levadas pobreza em conseqncia da formal exigem uma escolaridade maior para que os produtos nacionais possam liberalizao comercial. cional de comrcio... competir no mercado externo. Portanto, mais que desenhar a posteriori No Brasil, portanto, os efeitos observados no emprego industrial no corroboram as proposies da teoria tradicional de comrcio, que predizem ganhos para o trabalho no qualificado, abundante no pas. Ao contrrio, a evidncia emprica favorece as hipteses do componente tecnolgico do comrcio. Isto quer dizer que a concorrncia internacional, induzida pela reduo de tarifas e conseqente reduo dos preos dos produtos importados, conduz reduo de custos e ao aumento da produtividade. A importao de bens de capital e bens intermedirios altera os coeficientes de produo e a prpria estrutura de demanda do trabalho. Embora o pas continue abundante em trabalho no qualificado, a tecnologia incorporada em mquinas importadas no est vinculada dotao especfica de fatores do pas importador, mas observa uma lgica de concorrncia global. Esses resultados no foram ainda suficientemente pesquisados, principalmente no que tange tecnologia incorporada nos bens de capital importados e seu impacto na demanda por mo-de-obra qualificada. H evidncias de que a integrao econmica expe as economias nacionais aos ciclos positivos e negativos da economia internacional. Como pode ser verificado no caso da atual crise de alimentos e do custo do petrleo, o aumento da demanda, em uma parte do mundo, por alimentos e outros produtos primrios transferido para os preos internacionais de tais produtos, provocando uma elevao de preos da qual as economias individuais no podem fugir. Em outras palavras, um efeito secundrio da integrao econmica uma maior exposio das economias aos movimentos internacionais de preos, o que se traduz em maior incerteza e insegurana. Na ausncia de polticas compensatrias para os grupos mais vulnerveis da populao, os aumentos de preos podem ser catastrficos, na medida em que tais grupos gastam a maior parte de sua renda em alimentao. A liberalizao comercial pode, assim, alterar a natureza polticas compensatrias para aliviar os custos de ajuste de uma parte da populao, trata-se de reconhecer ex-ante os efeitos distributivos que as polticas comerciais tero para homens e mulheres em um contexto de desigualdade de oportunidades e de resultados, e de incluir objetivos redistributivos junto ao objetivo de eficincia, no desenho e execuo das polticas pblicas. Na prtica, no o que acontece. Os governos, quando pressionados, continuam a desenhar e executar polticas compensatrias. Nos EUA, por exemplo, desde a Lei Comercial de 1974, todas a legislao que outorga poderes ao presidente para negociar liberalizao comercial acompanhada de disposies referentes assistncia para o ajuste dos trabalhadores s novas condies de concorrncia nos mercados.5
do risco e da incerteza que as famlias pobres enfrentam, ao remover a proteo produo agrcola, por exemplo, e submeter unidades produtivas vulnerveis a choques externos. A capacidade de lidar com o risco e a incerteza da integrao econmica depender da criao, pelos governos, de redes de proteo social e de programas de transferncia de recursos. o caso da Bolsa-Familia, por exemplo, embora no tenha sido criado com este propsito.
* Membro do Comit Diretor da Rede Latino-Americana de Comrcio (LATN), pesquisadora internacional independente e professora colaboradora do Curso de Ps-Graduao em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina.
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Irwin Douglas (1996) discorre sobre a evoluo de idias opostas sobre o livre comrcio, por um lado, e da regulamentao do mesmo, por outro, desde os primeiros textos gregos e romanos at os nossos tempos. As exportaes brasileiras em 1985 foram de 25,6 bilhes de dlares. No estou fazendo uma avaliao dos efeitos do NAFTA sobre a economia mexicana; apenas me referindo ausncia de uma relao direta entre expanso do comrcio e o crescimento da economia. A teoria econmica no considera os efeitos dinmicos de um fato econmicosocial, que se desenvolvem no tempo. Os instrumentos analticos disponveis permitem o estudo em distintos momentos de equilbrio, mas no permitem a anlise de uma passagem de equilbrio para outro. No Chile, por exemplo, a ratificao do acordo de livre comrcio com os Estados Unidos pelo congresso chileno foi precedida pela aprovao do aumento de um ponto percentual do imposto ao valor agregado (IVA) para compensar a perda de recursos fiscais necessrios aos programas sociais. No caso dos pases centro-americanos, principalmente a Costa Rica, est em discusso uma agenda de reformas e programas complementares para reduzir os custos econmicos e sociais decorrentes do Acordo Centro-Americano de Livre Comercio com os Estados Unidos (CAFTA, sigla em ingls).
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Alguns dados
Ainda que os nmeros sobre os investimentos diretos estrangeiros (IEDs) realizados pelos BRICs indiquem uma participao de apenas 30% no total dos IEDs oriundos de pases emergentes, tais investimentos vm crescendo de forma acentuada nos anos recentes. Tomando-se isoladamente o Brasil, possvel verificar que, entre 1992 e 2002, seus investimentos no exterior aumentaram mais de 70 vezes, enquanto os investimentos recebidos pelo pas cresceram apenas 41%. Os IEDs de empresas brasileiras alcanaram um estoque total de US$55 bilhes em 2003 fazendo do Brasil o quinto maior detentor de IED nos mercados emergentes (aps Hong Kong, Singapura, Rssia e Taiwan). Foram US$249 milhes investidos naquele ano, subindo para US$ 2,5 bilhes em 20052. A Amrica Latina o principal destino dos investimentos brasileiros, no que diz respeito a projetos greenfield (projetos iniciados do zero, sem aproveitar estruturas preexistentes) e fuses e aquisies. Os setores de maior destaque so os investimentos no setor tercirio (servios financeiros, especialmente) e no setor primrio (petrleo e minerao). Nmeros no menos impressionantes so demonstrados pelos demais BRICs. A Rssia acumulou em 2005 mais de US$120 bilhes de IED no exterior, dos quais mais de US$13 bilhes foram efetuados apenas naquele ano o que a consolidou como maior investidor externo entre os BRICs. A China conta com US$ 46 bilhes, sendo US$11 bilhes efetuados em 2005, e a ndia acumulou US$ 9,5 bilhes, sendo US$ 1,3 bilho em 2005. Embora seja o maior investidor estrangeiro do grupo dos BRICs, a Rssia no tem uma poltica especfica para favorecer investimentos no exterior. Ao contrrio, o pas adota uma postura restritiva aos investimentos no exterior, motivada por suspeitas de fuga de capitais. Tal fato pode ser explicado por circunstncias que lhe so peculiares: afirma-se que, diferentemente dos outros BRICs, a principal motivao para a internacionalizao das empresas russas a necessidade de fugir das regulaes excessivas e do ambiente no-favorvel para negcios no pas. Assim, o governo russo adotou controles de capital, alm da exigncia de aprovao do seu banco central para quaisquer investimentos superiores a US$10 milhes. Os investimentos russos concentram-se nos setores de energia
O caso do Brasil
No Brasil, ainda no se pode dizer que existam movimentos coordenados para a definio de uma estratgia nacional visando a internacionalizao de empresas, como ocorre com ndia e China. As autoridades brasileiras tm demonstrado, entretanto, um crescente e inequvoco interesse em atingir tal meta. Iniciativas tm sido tomadas por diferentes rgos governamentais, como o Ministrio das Relaes Exteriores (MRE), o Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Internacional (MDIC), a Casa Civil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES). Um recente trabalho de Sennes e Mendes3 expe algumas frentes importantes para atuao do governo brasileiro, na promoo dos IEDs. A primeira delas diz respeito liberalizao das restries impostas ao envio de IED ao exterior. Em segundo
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lugar, so mencionados os acordos internacionais para regular a proteo de investimentos4, evitar a bitributao5 e garantia de investimentos6. Em terceiro lugar, esto os servios de fornecimento de informaes e assistncia tcnica s empresas nacionais. Outros dois mecanismos relevantes so os seguros de crdito exportao e o financiamento espeOs BRICs ainda tm cfico para promover a das uma expanso modesta internacionalizao empresas nacionais.
Quanto aos trs ltimos mecanismos, destacam-se os papis da Seguradora Brasileira de Crdito Exportao (SBCE), do Departamento de Promoo Comercial do MRE e da Agncia para a Promoo de Exportaes e Investimentos (APEX), e do BNDES. A SBCE, desde 1997, busca proteger investidores brasileiros de riscos polticos, comerciais, bem como outros riscos extraordinrios, relacionados com as operaes de exportao. O MRE utiliza sua rede de embaixadas e consulados brasileiros no exterior para o oferecimento de informaes a empresas brasileiras que procuram investir no exterior, por vezes facilitando o contato entre tais empresas e firmas prestadoras de servios in loco. Na atuao da APEX, destacam-se as atividades de seu centro de informao, em matria de prospeco de mercados, e de seus centros de distribuio, que so escritrios localizados no exterior, com o fim de fornecer apoio logstico a empresas brasileiras que iniciam atividades em outros pases. O BNDES, por fim, teve seus estatutos recentemente alterados para incluir entre suas atividades o financiamento direto e indireto de empresas brasileiras em projetos de IED, o que vem acontecendo de forma crescente.
Notas finais
H uma percepo generalizada de que o impacto da internacionalizao de investimentos positivo ao pas investidor, por gerar ganhos de competitividade que fortalecem as empresas, tornando-as mais resistentes a choques internacionais e revertendo positivamente sobre a economia nacional como um todo. Os BRICs ainda tm uma expanso modesta na internacionalizao de seus investimentos comparativamente a outros emergentes (como os Tigres Asiticos), mas que tem crescido nos ltimos anos. Neste quadro, apesar de iniciativas recentes, nota-se ainda uma timidez nas polticas brasileiras, em franco contraste com a objetividade das polticas de ndia e China, concorrentes potenciais em oportunidades de expanso de seus investimentos.
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Dentre alguns estudos sobre os investimentos dos BRICs, apontam-se: Sauvant, Karl. New sources of FDI: The BRICs, Outward FDI from Brazil, Russia, India and China; UNCTAD, World Investment Report, 2006; Aykut, Dilek e Goldstein, Andrea. Developing country multinationals: South-south investment comes of age. OECD Working Paper n. 257, dez. 2006. UNCTAD, World Investment Report, 2006, Disponvel em <http://www. unctad.org >. Acesso em 21 ago. 08. Sennes, Ricardo e Mendes, Ricardo. Public Policies and Brazilian Multinationals (2008) (mmeo). O Brasil conta com 14 tratados bilaterais de investimentos assinados, assim como 2 protocolos no mbito do Mercosul (de Colonia e de Buenos Aires), pendentes de ratificao pelo Congresso Nacional. Existem atualmente 23 acordos desta natureza em vigncia, sendo que um acordo com os EUA est em negociao Destaca-se aqui o Convnio sobre os Crditos Recprocos, adotado nos anos 80 sob os auspcios da ALADI, com vistas a garantir o crdito no comrcio intra-regional.
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A dvida inicial foi, aos poucos, sendo desfeita diante da crescente visibilidade das implicaes normativas do desenvolvimento sustentvel. A ampla aceitao do conceito exerceu forte influncia na interpretao dos bancos acerca do que viriam a constituir atividades polticas. A internacionalizao de algumas decises relativas ao meioambiente tornou-se menos propcia a ensejar crticas de violao de assuntos polticos internos, at mesmo porque o conceito evolui, modificando-se ao longo dos anos. Alm disso, os prprios PEDs no mais podem demonstrar desprezo por consideraes scio-ambientais, uma vez que esto legalmente comprometidos a adotar uma conduta pr-ativa na concretizao do desenvolvimento sustentvel, como apresentado em mais detalhe a seguir. Formou-se, assim, um consenso na comunidade bancria internacional, no sentido de que os bancos esto autorizados a levar em considerao fatores no-econmicos na concesso de emprstimos, na medida em que se considere que tais fatores apresentam ramificaes econmicas diretas.
e confirmam o papel central dos BMDs no processo de desenvolvimento sustentvel, bem como a mudana universalmente aceita no paradigma do desenvolvimento, de que este necessariamente reflete o modo de funcionamento e os propsitos destas instituies. O desenvolvimento de parmetros ambientais para a atuao de instituies financeiras foi provavelmente o avano mais importante da proteo ao meio-ambiente nas ltimas dcadas. Atualmente, existem parmetros ambientais e sociais aplicados em praticamente todas as fontes de financiamentos internacionais, como os BMDs, as agncias de crdito e de seguro s exportaes e at mesmo diversos bancos comerciais privados. Tais instituies estabeleceram seus prprios parmetros ambientais, frequentemente com referncias cruzadas em relao aos parmetros umas das outras. Nesse sentido, pode-se at mesmo falar em uma harmonizao de tais parmetros, diante da conveniente existncia de um parmetro uniforme e da presso de grupos interconectados da sociedade civil.
O Banco Mundial comeou a desenvolver suas polticas de desenvolvimento sustentvel como forma de responder s No que tange ao desenvolvimento sustentvel, especificamente, crticas a projetos de infra-estrutura realizados nas dcadas entendeu-se que os BMDs tm mais do que uma faculdade, de 1970 e 1980. O que ficou evidente nas manifestaes contra mas uma verdadeira obrigao de a construo da represa de Sardar promov-lo em suas atividades. A origem Sadovar, na ndia e o apoio ao programa de tal obrigao pode ser depreendida de Polonoroeste, na Amaznia brasileira, diversos fatores. Em primeiro lugar, devepor exemplo. Estabeleceram-se, O desenvolvimento se considerar que os BMDs so organizaes ento, parmetros de ao conhecidos internacionais e, como tal, so dotados de de parmetros como polticas de segurana direitos e obrigaes. Quanto aos tratados (safeguard policies), que repousam ambientais (...) ambientais multilaterais, ainda que os BMDs essencialmente sobre trs pontos no lhes sejam partes por no estarem, centrais: (i) a avaliao de impactos foi provavelmente o em princpio, a eles vinculados, todos ambientais anteriores aos projetos; (ii) avano mais os BMDs determinam seu cumprimento o fornecimento de reparao material quando parte o Estado tomador de pelos prejuzos sofridos pelas pessoas importante da emprstimos. Isto ocorre porque tais afetadas pelos projetos; e (iii) a instituies foram dotadas de um papel proteo ao garantia, a tais pessoas, do direito de amplo e universalmente reconhecido na questionar a conformidade de medidas meio-ambiente nas promoo do desenvolvimento sustentvel, adotadas com as diretrizes do banco, um mandato que traz a responsabilidade perante um rgo com competncias ltimas dcadas. de promover ativamente os objetivos investigativas. Foram justamente estas dos conceitos normativos internacionais polticas do Banco Mundial as que mais pertinentes matria. profundamente influenciaram a criao Tal responsabilidade demonstrada em documentos como a de normas semelhantes nas demais instituies financeiras Declarao de Estocolmo de 19723, que confere s organizaes internacionais dentre as quais o Banco Interamericano de internacionais um papel coordenado, eficiente e dinmico Desenvolvimento (BID). na proteo do meio ambiente; ou ento a resoluo da Assemblia-Geral das Naes Unidas, que determina que o Novos atores: as agncias de crdito s Banco Mundial e outras instituies internacionais de mbito exportaes e bancos privados financeiro e de ajuda ao desenvolvimento reportem suas Alm dos BMDs, deve ser mencionada a experincia das atividades Comisso de Desenvolvimento Sustentvel, rgo agncias de crdito s exportaes (ACEs). As ACEs so encarregado de acompanhar a implementao da Agenda 214. entidades geralmente formadas por capital estatal, que tm Desde ento, a meno s responsabilidades das instituies como objetivo fornecer emprstimos, garantias e seguros aos financeiras internacionais em matria de desenvolvimento investidores de um determinado pas, quando em operaes sustentvel tornou-se tema comum em instrumentos no exterior. Tomadas em conjunto, so a maior fonte pblica internacionais de importncia. Um exemplo o Programa de financiamento em PEDs, tendo o Brasil como um dos para a implementao da Agenda 21, que encoraja os BMDs principais receptores de seus recursos. Apesar de sua grande a fortalecer seus compromissos de apoio ao investimento importncia, poucas ACEs dispunham de polticas ambientais em PEDs de uma maneira que promova, a uma s vez, o ao final da dcada de 1990, o que motivou a mobilizao de crescimento econmico, o desenvolvimento social e a proteo uma grande campanha por sua adoo por parte de entidades ao meio-ambiente5. da sociedade civil.
O que estes documentos evidenciam uma evoluo nas expectativas depositadas pela comunidade internacional sobre os BMDs, para que persigam objetivos de desenvolvimento sustentvel como parte de suas atividades quotidianas de concesso de emprstimos. So documentos que reconhecem
Tal iniciativa resultou na elaborao de um acordo, no mbito da Organizao para a Cooperao e o Desenvolvimento Econmico (OCDE)6, que estabeleceu linhas de ao ambiental uniformes para as ACEs, tomando por base a experincia dos BMDs. Como conseqncia, atualmente todas as ACEs dos pases membros da
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OCDE esto vinculadas a um conjunto de polticas ambientais, muitas vezes similar aos padres ambientais do Banco Mundial. Aps a adoo de normas ambientais pelos BMDs e pelas ACEs, a prxima grande fonte de financiamento a receber regulamentao ambiental foram os bancos comerciais privados. Isso ocorreu em 2003, com a adoo dos Princpios do ...a promoo do Equador7, parmetros desenvolvimento sociais e ambientais diretamente relacionados sustentvel tem sido aos Performance transformada em Standards da Corporao Financeira Internacional verdadeiro impera(CFI, parte do Grupo tivo de competitido Banco Mundial). Seu aspecto principal so as vidade nos projetos exigncias em termos de financiamento de avaliao de impacto internacional. ambiental, segundo as quais os projetos de maior risco devero demonstrar, por meio de um estudo de impacto ambiental, que esto em conformidade com a legislao ambiental do pas que recebe os investimentos, com os Performance Standards da CFI e com adicionais regras scio-ambientais especficas ao tipo de empreendimento. Tais princpios j foram adotados por 40 dos principais bancos comerciais do mundo8, cobrindo mais de 80% da atividade de project finance.
Concluso
A mudana no paradigma do desenvolvimento, trazida pela aceitao universal do conceito de desenvolvimento sustentvel, trouxe mudanas no funcionamento e nos propsitos das instituies financeiras, transformando-as em aliadas na luta pela proteo ambiental. Os mecanismos de proteo criados por essa mudana provem ganhos em termos de efetividade na proteo do meio ambiente e do ambiente social envolvido. Isso estimula o condicionamento das instituies financeiras em demonstrar bons resultados tambm nas esferas social e ambiental, insuficientes os meros benefcios econmicos de seus emprstimos. Neste contexto, observa-se a proliferao de critrios ambientais objetivos, que, para alm dos BMDs, tm influenciado at mesmo a atuao voluntria das instituies financeiras privadas. Podese inferir, assim que, de obrigao jurdica e moral, a promoo do desenvolvimento sustentvel tem sido transformada em verdadeiro imperativo de competitividade nos projetos de financiamento internacional.
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Contextualizao da temtica
Dentre os diversos esforos nacionais e internacionais voltados ao desenvolvimento de um corpo de critrios sobre o tema, destaca-se o Grupo de Discusso Global sobre Biocombustveis Sustentveis. Esta iniciativa rene atores de diferentes grupos de interesse, com o propsito de definir princpios e critrios comuns para que a produo dessa fonte energtica seja sustentvel. Tal Grupo de Discusso props os seguintes princpios ambientais e sociais aos quais deve obedecer a produo de biocombustveis, dentre eles: contribuir para a reduo nas emisses de gases de efeito estufa; no prejudicar a qualidade da terra e da gua, a vida animal ou as reas com alto valor de preservao; resguardar os direitos humanos, notadamente os trabalhistas; contribuir para o desenvolvimento de comunidades locais, rurais e indgenas; e no prejudicar a segurana alimentar. Os princpios do Grupo de Discusso refletem as exigncias mundiais apresentadas aos governos que colocam gradualmente em prtica o uso de biocombustveis. O Parlamento da Unio Europia (UE), por exemplo, est considerando a implementao de um patamar obrigatrio de 10% de mistura aos combustveis de transporte, a partir de 2020. Os Estados Unidos da Amrica (EUA), no mesmo sentido, aprovaram a Lei de Independncia e Segurana Energtica de 20071, que estabelece a meta de produo de biocombustveis em 36 bilhes de gales a partir de 2022 para uso no setor de transportes. As exigncias europias, particularmente, constituram objeto de debate no Brasil. Em meados de 2007, a declarao do
Resoluo n. 3.545 do Conselho Monetrio Nacional. Disponvel em: <https:// www3.bcb.gov.br/normativo/detalharNormativo.do?N=108019002&method= detalharNormativo>. Acesso em: 23 jun. 08. Plano Amaznia Sustentvel: cenrios propostos para um novo desenvolvimento regional. Disponvel em: <http://www.mma.gov.br/ estruturas/sca/_arquivos/resumo_pas.pdf>. Acesso em: 23 jun. 08. Declarao de Estocolmo, 16 de junho de 1972, princpio 25, 11 ILM 1416 (1972). Res. 47/191, UN GAOR, 47a Sess., Sup. N. 49, Vol. 1, p. 141, para. 23. Programme for the further implementation of Agenda 21. GA Res. S-19/2, Annex (June 28, 1997), 36 ILM 1639 (1997). OECD, Recommendation on Common Approaches on the Environment and Officially Supported Export Credits, OECD Doc C(2003)236, 18 dez. 2003. Princpios do Equador. Disponvel em: <http://www.equator-principles. com>. Acesso em: 23 jun. 08. No Brasil, dentre as principais entidades bancrias que participam da iniciativa esto o Banco do Brasil, Bradesco, Ita e Unibanco.
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interesse europeu em comercializar biodiesel e etanol brasileiro veio acompanhada de uma srie de exigncias com o objetivo de comprovar a sustentabilidade desses biocombustveis brasileiros. As lideranas polticas europias declararam, na poca, que havia impedimentos tcnicos importao do biodiesel quanto a, por exemplo, parmetros de viscosidade e densidade. Isso suscitou, no Brasil, a necessidade de uma certificao de qualidade do produto em conformidade com os padres internacionais. Apesar dos esforos de padronizao dos critrios de sustentabilidade, o cenrio observado atualmente caracterizase pela multiplicidade de critrios, os quais podem ser exigidos por pases isoladamente, blocos de pases, ou mesmo importadores. preocupante, nesse sentido, a possibilidade de que muitos desses critrios fomentem a prtica de barreiras comerciais, razo principal pela qual o debate foi recentemente introduzido no mbito da OMC.
commodities agrcolas; e cabe Academia Nacional de Cincias a elaborao de um estudo sobre as indstrias relacionadas produo de bens agrcolas, alm de desenvolver opes de polticas com vistas reduo dos impactos negativos sobre matrias-primas de origem agrcola e condies tcnicas de produo no setor. preciso que o Grupo do Projeto rena informaes a respeito do uso da terra e de alteraes nos preos dos alimentos na regio produtora. Desenvolvimento scio-econmico: os efeitos sobre o desenvolvimento scio-econmico so complexos e dependem de uma srie de fatores. A CE deve relatar a disponibilidade de gneros alimentcios nos pases exportadores, a capacidade dos PEDs de arcar com os custos de determinado gnero alimentcio e questes mais amplas relacionadas a desenvolvimento; alm de propor medidas corretivas. De acordo com a legislao dos EUA, ao determinar os prazos e os patamares de mistura obrigatrios, o Administrador deve coordenar a elaborao de uma anlise acerca dos impactos da produo e do uso de combustveis renovveis sobre a gerao de empregos e o desenvolvimento econmico rural. O Grupo do Projeto exige uma contribuio positiva da produo economia local.
Adrian Bebb: Pesquisas da FOE revelam que a nica forma de Preservao, biodiversidade e proteo ambiental: a CE tornar a produo [de biocombustveis] sustentvel controlar recomenda a proibio do uso de matrias-primas cultivadas o nvel da demanda por meio de patamares de mistura em terras de grande biodiversidade e fertilidade. Segundo a obrigatrios. Nenhum critrio de sustentabilidade pesquisado posio de alguns pases europeus, seria necessrio, ainda, o trata dessa temtica, o que compromete sua credibilidade e uso de matrias-primas produzidas no mbito domstico para joga em favor do argumento de que os biocombustveis no que os critrios ambientais da UE de boas prticas agrcolas passam de grandes negcios travestidos de intenes verdes. fossem cumpridos. Os EUA, por outro lado, exigem que o Um bom exemplo disso o Grupo de Discusso sobre Soja Responsvel, dominada por empresas que Administrador da Agncia de Proteo possuem controle substantivo do mercado Ambiental (EPA, sigla em ingls) considere Apesar dos esforos internacional de soja, mas que no esto os impactos ambientais ao determinar os interessadas na reduo da produo prazos das metas (por exemplo, 2022). de padronizao dos de soja a nveis mais sustentveis. Uma O Grupo do Projeto exige que alguns critrios de sustensegunda crtica importante diz respeito elementos da produo sejam adaptados incapacidade de a certificao resolver para que cumpram as regulamentaes tabilidade, o cenrio questes indiretas, tais como aumentar o ambientais locais e nacionais, bem como observado atualmente preo ou o deslocamento de commodities. para que implementem aes voltadas A expanso de cultivos com o objetivo de ao fortalecimento da biodiversidade e caracteriza-se pela atender novas demandas substitui o uso proteo de solo, gua e ar. prvio da terra, independentemente se multiplicidade de Direitos humanos e trabalhistas, essa nativa, usada para a pecuria ou preservao da terra e gua: o Grupo do critrios agricultura. Essa ltima , normalmente, Projeto exige que a produo contribua deslocada para outra regio e constitui para o bem-estar dos funcionrios e uma das maiores preocupaes com relao produo de agroda populao local por meio do cumprimento de princpios combustveis (ou qualquer outra expanso significativa de um internacionais. Nesse sentido, defende-se o resguardo de cultivo de commodity). A nova plantao poderia ser certificada direitos trabalhistas e de propriedade. como sustentvel, mas se ocasionou o deslocamento de Segurana alimentar: A proposta da CE sugere o monitoramento outras atividades agrcolas para reas sensveis, ento isso faz das alteraes no preo dos commodities e seus efeitos sobre de qualquer certificao um esforo em vo. Isso uma das a segurana alimentar, alm de propor aes corretivas, caso principais falhas, e sua resoluo improvvel por meio da necessrio. Sob a legislao estadunidense, o Administrador da certificao. A FOE preocupa-se, portanto, com a possibilidade EPA deve conduzir uma anlise acerca dos impactos da produo de as pessoas comprarem produtos com o certificado de e do uso de combustveis renovveis sobre o preo e a oferta de sustentabilidade, quando, de fato, no o caso.
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Marcelo Moreira: Quando o etanol foi implementado no Brasil (na dcada de 70), o objetivo central era garantir o abastecimento nacional de combustvel, de modo que as estruturas de sustentabilidade foram desenvolvidas com a finalidade de controlar principalmente as emisses gasosas e lquidas. Atualmente, h questes mais amplas relativas sustentabilidade que preocupam o setor. Os selos de sustentabilidade esto sendo estudados por duas agncias do governo brasileiro e pelo setor privado. No entanto, identificar os critrios que garantam os benefcios ambientais no uma tarefa fcil, inclusive no que diz respeito aos sistemas de rastreabilidade. Exige-se, por exemplo, que o biodiesel apresente um selo verde com padres ambientais e sociais (especificando a regio de origem e a famlia de agricultores produtora), para que seja vendido no mercado pblico de distribuio de combustveis do Brasil. As crticas a essa medida apontam para a inviabilidade de redues significativas nas emisses de gases de efeito estufa em um sistema de produo baseado na produo familiar4. 2. Como a certificao afetaria o equilbrio entre os biocombustveis de produo domstica e estrangeira e as matrias-primas para a sua produo? Adrian Bebb: A certificao que a UE est desenvolvendo estabelece um patamar de reduo nas emisses de gases de efeito estufa particularmente baixo (35%). Uma reduo maior de tais emisses apesar de ser melhor para o clima, excluiria grande parte dos biocombustveis europeus, que geralmente possuem um rendimento energtico baixo. Marcelo Moreira: O Brasil possui uma longa experincia na produo e no consumo de biocombustveis, de forma que no preciso import-los. No que diz respeito ao etanol, o pas dispe de uma tecnologia de ponta, altamente desenvolvida em termos de custos, mas tambm de aspectos sustentveis, como rendimento em litros por hectare, equilbrio energtico e reduo nas emisses de gases de efeito estufa. Portanto, se a produo sustentvel fosse abordada como deve ser (e no como justificativa para imposio de barreiras comerciais), os exportadores brasileiros seriam beneficiados. Quanto ao biodiesel, o consumo em larga escala poder implicar alguns ajustes nas exigncias para a obteno do selo. 3. Na sua opinio, os critrios de sustentabilidade dos biocombustveis so compatveis com as regras da OMC? Em caso negativo, h formas alternativas de garantir uma produo sustentvel de biocombustveis nacionais em conformidade com as obrigaes definidas por tal organizao? Adrian Bebb: A FOE no realizou pesquisas sobre a compatibilidade entre a estrutura do Reino Unido (a nica estrutura nacional atualmente em vigor) e a OMC. No entanto, o que fica claro que muitos pases, particularmente aqueles da UE, parecem temer a OMC e, por conseguinte, pretendem implementar critrios fracos de sustentabilidade (especialmente em relao aos aspectos sociais). Existe, assim, uma tendncia em fundar-se mais em estruturas de adeso voluntria com processos de acompanhamento obrigatrios uma estrutura que a FOE considere frgil e inaceitvel. Marcelo Moreira: O cumprimento das exigncias da OMC uma questo que precisa ser tratada com cautela. Dependendo do formato em que so apresentadas, as exigncias de sustentabilidade impostas pelos pases importadores podem constituir uma preocupao, e tais exigncias podem ser desafiadas pelas regras da OMC. Posso nomear ao menos oito iniciativas que buscam, atualmente, definir aspectos de sustentabilidade para os biocombustveis, e no fcil prever que tipo de critrios os importadores iro reconhecer e
implementar. Se os EUA, a UE e outros pases esto realmente interessados em sustentabilidade, possvel argumentar que o Brasil est no caminho certo. A questo-chave : as exigncias de sustentabilidade sero de fato necessrias para atingir as metas de sustentabilidade, ou elas simplesmente iro se transformar em barreiras ao comrcio? A harmonizao entre diferentes estruturas de certificao outro tema difcil de tratar, uma vez que h diversas iniciativas e o mercado de certificao ainda novo. 4. Na sua opinio, a produo e uso em larga escala de biocombustveis sero uma realidade? Qual papel o comrcio desempenharia nesse cenrio? Adrian Bebb: Gostemos ou no, a produo em larga escala j uma realidade, com expanses previstas para atender ao mercado europeu, principalmente a partir do Hemisfrio Sul. No entanto, a crescente ateno crise global dos alimentos e o papel que os biocombustveis desempenham no recrudescimento dessa situao fizeram com que os governos e a CE revisassem suas polticas. No haver terra agrcola suficiente (e tampouco gua) para a produo de alimento e combustvel para uma populao crescente, principalmente se as previses sobre as mudanas climticas se confirmarem. Algumas decises difceis tero de ser tomadas, e improvvel que os agrocombustveis sejam favorecidos. Algum nvel de produo de biocombustveis, principalmente a partir de materiais residuais (como o leo vegetal), deve ser possvel, mas a sua definio ser bastante controvertida e certamente abaixo da meta de 10% proposta. Marcelo Moreira: Sob a perspectiva brasileira, os biocombustveis constituem uma parte permanente da matriz energtica nacional, o que tambm pode contribuir para a criao de um mercado global de biocombustvel, desde que os pases-chave estejam ativos em sua produo. Sabe-se que, no caso do etanol base de cana-de-acar, os pases que oferecem as melhores condies so PEDs e pases de menor desenvolvimento relativo, notadamente na Amrica Latina, no Caribe e na frica. Como os pases desenvolvidos so os maiores consumidores de petrleo e possuem severas restries quanto rea para produo de matria-prima para biocombustveis, o comrcio internacional assume um papel muito importante. Ele pode permitir os melhores padres de produo e, ao mesmo tempo, fornecer incentivos para o desenvolvimento em tecnologia e infra-estrutura, assim como gerao de renda nos pases mais pobres. Os fluxos significativos de comrcio, com a produo diversificada por meio da commoditizao de biocombustveis, gerariam condies para o estabelecimento de um abastecimento seguro.
Traduo, adaptao e complementao de artigo originalmente publicado em Bridges Trade BioRes Review vol. 2, n. 4 mai. 2008.
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O contedo da Energy Independence and Security Act 2007 pode ser acessado em: <http://www.whitehouse.gov/news/releases/2007/12/20071219-1. html>. Acesso em: 19 ago. 2008. Um dos documentos elaborados pelo Grupo est disponvel em: <http://j. delavegal.googlepages.com/BiomassProduction.pdf>. Acesso em: 19 ago. 2008. A crescente especializao na produo de biocombustveis fez com que novas categorias fossem criadas, a exemplo dos biocombustveis celulsicos. Estes pertencem ao grupo dos biocombustveis de segunda gerao (celulsicos, lenho-celulsicos e micro-algas) e so produzidos a partir de biomassa no alimentar, tais como restos de plantas. Trata-se de uma fonte energtica que concorre em menor medida com a alimentao humana e animal e, no contexto das acusaes de que a produo de biocombustveis prejudica a segurana alimentar, tem recebido crescente ateno na rea de Pesquisa e Desenvolvimento. Nota do editor: Para mais informaes sobre o Selo Combustvel Social, ver Pontes Bimestral Vol. 4, No. 1, disponvel em: <http://ictsd.net/downloads/ pontes/pontes4-1.pdf>. Acesso em 19 ago. 2008.
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Tabela 2 EXPORTAO BRASILEIRA POR FATOR AGREGADO JANEIRO/JUNHO 2008/2007 - US$ MILHES FOB Bsicos Minrio de Ferro Soja em Gro Petrleo em bruto Carne de Frango Farelo de Soja Carne Bovina Caf em gro Fumo em folhas Milho em gros Carne suna Demais TOTAL
Fonte: MDIC/SECEX
Var. % 2008/2007 30,9 71,1 58,3 47,1 56,3 10,5 12,9 23,3 30,1 29,0 63,6 44,2
Part. % 2008 6,9 6,4 6,0 3,1 2,3 2,1 2,0 1,2 0,7 0,7 3,9 35,3
Part. % 2007 6,6 4,6 4,8 2,6 1,8 2,4 2,2 1,2 0,7 0,7 3,0 30,6
dlar frente ao real. Com cotao correspondente a menos da metade do valor em 1999, a moeda estadunidense reduziu os lucros dos exportadores e quebrou diversos setores brasileiros. Alm disso, a queda incrementou em mais da metade (51,8%) o valor das importaes em comparao ao mesmo perodo janeiro a junho de 2007. Poucos acreditavam que o comrcio exterior brasileiro fosse uma slida via de mo dupla. A expresso auto-explicativa, pois em tempos de perda de competitividade cambial com conseqente elevao das importaes verificou-se tambm um aumento das exportaes, de modo a alcanar recentemente o maior fluxo comercial da histria do pas2. Trata-se de uma virada de mesa protagonizada pelo agronegcio brasileiro, que se valeu do aumento da demanda mundial por alimentos e da presso sobre as cotaes de commodities nas bolsas de valores internacionais e consolidou generosos aumentos para os valores das exportaes de produtos primrios. Dados comerciais recentes j exteriorizam os reflexos desta nova conjuntura, conforme indicado a seguir. A elevao dos preos dos produtos bsicos foi to expressiva que o aumento nas exportaes praticamente dobrou (44,2%) em relao aos produtos industrializados, cujo aumento relativo foi de 14,8%. Isso porque o acrscimo no preo dos produtos bsicos exportados pelo Brasil fez com que as vendas para o exterior continuassem crescendo, mesmo frente depreciao do cmbio. Constatou-se que, no 1 semestre de 2008, o Brasil exportou menor volume, porm com preos maiores. Alm disso, essa nova tendncia na corrente de comrcio impeliu o governo brasileiro a aumentar a meta de toda pauta de exportaes em 2008 de US$ 180 bilhes para US$ 190 bilhes. O quadro a seguir refora que, no primeiro semestre deste ano, as exportaes de produtos bsicos (agrcolas) ampliaram a margem de ganhos (Tabela 2) No mesmo sentido, dados preliminares da Fundao Centro de Estudos do Comrcio Exterior (FUNCEX) comprovam que
os preos dos produtos bsicos sofreram variao percentual quase duas vezes maior que a dos produtos industrializados: Tabela 3 Preo Exportao Total Bsicos Semi-manufaturados Manufaturados
Fonte: FUNCEX. Elaborado pelo MDIC
Tal pujana no crescimento das exportaes agrcolas brasileiras tambm se sobressai quando comparada a indicadores internacionais. Segundo dados da OMC, a taxa anual de crescimento das exportaes agrcolas brasileiras encontra-se entre os lderes do ranking de grandes exportadores. Tabela 4 Posio exportadora/Pases (1) UE (2) EUA (3) Canad (4) Brasil (5) China (6) Austrlia (7) Argentina
Fonte: OMC
anual
entre
Desta maneira, a atual conjuntura de inflao dos alimentos e a posio do Brasil colocam o pas em destaque no comrcio internacional. Apesar do recente fracasso na tentativa de um acordo na Rodada Doha, o cenrio permanece favorvel para
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PONTES tem por fim reforar a capacidade dos agentes na rea de comrcio internacional e desenvolvimento sustentvel, por meio da disponibilizao de informaes e anlises relevantes para uma reflexo mais aprofundada sobre esses temas. tambm um instrumento de comunicao e de gerao de idias que pretende influenciar todos aqueles envolvidos nos processos de formulao de polticas pblicas e de estratgias para as negociaes internacionais. PONTES foi publicado pelo Centro Internacional para o Comrcio e o Desenvolvimento Sustentvel (ICTSD) e pela Escola de Direito de So Paulo da Fundao Getulio Vargas (DireitoGV). Comit Editorial Maximiliano Chab Michelle Ratton Sanchez Editoras Mnica Steffen Guise Rosina Adriana Verdier Equipe Manuela Trindade Viana Daniela Helena Oliveira Godoy Leonardo Margonato Ribeiro Lima ICTSD Diretor executivo: Ricardo Melndez-Ortiz 7, chemin de Balexert 1219, Genebra, Sua [email protected] www.ictsd.org DireitoGV Diretor Geral: Ary Oswaldo Mattos Filho Rua Rocha, 233 - 8 andar Bela Vista 01330-000, So Paulo- SP, Brasil [email protected] www.direitogv.com.br As opinies expressadas nos artigos assinados em PONTES so exclusivamente dos autores e no refletem necessariamente as opinies do ICTSD, da DireitoGV ou das instituies por eles representadas.
que o Brasil insista na reduo dos subsdios agricultura. Isso beneficiaria sua produo e a de todos os pases agrcolas integrantes da coalizo do G-20. Acredita-se que s a eliminao definitiva desta distoro poderia efetivamente fazer valerem os objetivos da Rodada Doha.
De acordo com dados da OMC. Em 23 de julho de 2008, foram registrados novos recordes histricos para exportaes (US$ 20.453 bilhes, com mdia diria de US$ 889,3 milhes) importaes (US$ 17.149 bilhes, com mdia diria de US$ 745,6 milhes). Tais desempenhos resultaram na maior corrente de comrcio mensal da histria econmica do pas: US$ 37.602 bilhes. Dados do MDIC/SECEX. Disponvel em: <www.desenvolvimento.gov.br>. Acesso em: 1 ago. 2008. NASSAR, Andr. Anurio Exame 2008-2009. Ed. Abril, 2008, p. 51.
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ENTRE O COMRCIO E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL
EVENTOS
SETEMBRO
01 02 Consulta Pblica - Poltica Nacional de Mudanas Climticas, Fundao Getlio Vargas, So Paulo, Brasil Mercosul - I Reunio do Grupo Ad Hoc para uma Poltica Comum sobre Pneus, inclusive reformados e usados, Montevidu, Uruguai CEPAL - Seminrio Estratgia de sustentabilidade financeira de reas protegidas na Amrica do Sul TNC/ PNUD, Santiago, Chile CEBRI - Seminrio 10 Anos CEBRI: Desafios da Poltica Externa Brasileira, Rio de Janeiro, Brasil.
PUBLICAES
Costos comerciales y fundamentos econmicos de la Iniciativa para la Integracin de la Infraestructura Regional Suramericana (IIRSA), Mauricio Mesquita Moreira In Revista Integracin & Comercio, No. 28 (jan-jun 2008), <http://www.iadb.org/intal/ aplicaciones/uploads/publicaciones/e_INTAL_IYC_28_2008_ MesquitaMoreira.pdf>. Food situation in Latin America In Hunger Observatory. FAO, mai-jun. 2008, <http://www.rlc.fao.org/iniciativa/pdf/bolobs1_ en.pdf>. Capacity development: empowering people and institutions 2008. UNDP, jun. 2008, <http://www.undp.org/publications/ annualreport2008/pdf/IAR2008_ENG_low.pdf>. Tribunal Permanente de Revisin y Estado de Derecho en el MERCOSUR. Alejandro Perotti. Ed. Marcial Pons Fundacin Konrad Adenauer, Madrid, Barcelona, Buenos Aires, 2008. National Policy responses to high food prices In Economic and Social Perspectives - Brief 1. FAO, jul. 2008, <ftp://ftp.fao.org/ docrep/fao/010/aj113e/aj113e00.pdf>. UE: energa y transporte en cifras libreta estadstica 2007/2008. Comisin Europea, Direccin General para la Energa y Transporte. Jul. 2008. <http://www.ibce.org.bo/documentos/ ue_energy_report.pdf>. World Patent Report - A Statistical Review on Worldwide Patent Activity. WIPO, 6 ago. 2008, <http://www.wipo.int/ipstats/en/ statistics/patents/>. World Trade Report 2008: trade in a globalizing world. WTO, 15 jul. 2008, <http://www.wto.org/english/res_e/reser_e/wtr08_e. htm>. UNCTAD Handbook of statistics 2008. UNCTAD, 29 jul. 2008, <http://www.unctad.org/Templates/webflyer.asp?docid=10193&in tItemID=2068&lang=1>. A poltica das polticas pblicas progresso econmico e social na Amrica Latina, relatrio 2006. Ernesto Stein, Mariano Tommasi, Koldo Echebarra, Eduardo Lora, Mark Payne (eds.), ago. 2008, <http://www.iadb.org/publications/index. cfm?language=Portuguese>. Acesso a medicamentos e propriedade intelectual no Brasil: reflexes e estratgias da sociedade civil. Gabriela Costa Chaves, Marcela Fogaa Vieira e Renata Reis In Sur Revista Internacional de Direitos Humanos, Ano 5, No. 8 (jun. 2008), <http://www. surjournal.org/conteudos/pdf/8/chaves.pdf>. A regulamentao da Propriedade no setor de gs natural na Bolvia: impactos para o desenvolvimento?. Andr Corra, Michelle Ratton Sanchez. Working Paper No. 23, Artigos (Working Papers) DIREITO GV (jun. 2008), <http://www.direitogv.com.br/ AppData/Publication/WP23.pdf>. Winning at the WTO: the Development of a Trade Policy Community Within Brazil. Barbara Rosenberg, Gregory Shaffer, Michelle Ratton. Working Paper No. 22, Artigos (Working Papers) DIREITO GV (jun. 2008), <http://www.direitogv.com.br/AppData/ Publication/WP22.pdf>. O Brasil na Amrica do Sul: promovendo a integrao e a cooperao regionais. Relatrio Final da Fora-Tarefa, CEBRI e CINDES (jul. 2008), http://www.cindesbrasil.org/index. php?option=com_docman&task=cat_view&gid=57&Itemid=47&limit =10&limitstart=0&order=name&dir=DESC&lang=8.
02-04 III Frum de Alto Nvel de Accra sobre Efetividade Assistencial, Accra, Gana 03-04 INTAL - Seminrio sobre Unies Aduaneiras: Experincias Prticas na Amrica Central, a Unio Europia e outros Esquemas de Integrao na Amrica Latina, Santo Domingo, Repblica Dominicana 04 Mercosul - Reunio do Grupo de Integrao Produtiva, Braslia, Brasil CEPAL - Crise Alimentar e Energtica: Oportunidades e Desafios para Amrica Latina e Caribe, Santiago, Chile
10-11 Mercosul Reunio do Subgrupo de Trabalho n 9 Energia 12 16 Mercosul Reunio do Grupo de Macroeconmico, Rio de Janeiro, Brasil Monitoramento
Mercosul Reunio do Grupo de Alto Nvel para Reforma Institucional (GANRI), Braslia, Brasil
18-19 OMC Reunio do Comit sobre Acordos Regionais de Comrcio, Genebra, Sua 21-23 Conferncia Conjunta sobre Arbitragem Internacional, Hotel Renaissance, So Paulo, Brasil 24-25 OMC - Public Forum, Genebra, Sua 29-30 Mercosul Reunio Mercosul-Rssia, Moscou, Rssia
OUTUBRO
03 OMC Reunio do Grupo de Trabalho sobre Empreendimentos Comerciais Estatais, Genebra, Sua
06-10 5 Curso sobre Comrcio e Negociaes Internacionais para Jornalistas, Braslia, Brasil 07-10 INTAL - Seminrio sobre Facilitao do Comrcio para pases da Amrica Latina, Santiago, Chile 08-09 OMC - Reunio do Comit sobre Medidas Sanitrias e Fitossanitrias, Genebra, Sua 09-10 Reunio da Comisso Intergovernamental sobre Poltica de Medicamentos, Rio de Janeiro, Brasil 13 FMI/BIRD Reunio Anual do Conselho de Governantes, Washington, EUA
14-16 Mercosul - LXXVI Reunio do Comit de Cooperao Tcnica, Montevidu, Uruguai 28-29 OMC - Reunio do Conselho sobre Medidas Sanitrias e Fitossanitrias, Genebra, Sua 28-30 INTAL - Seminrio regional sobre Comrcio e meioambiente para pases da Amrica Latina, Buenos Aires, Argentina
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