Roteiro Audiencia Trabalhista 2

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ROTEIRO AUDIENCIA TRABALHISTA

A audincia - Assim, apregoadas as partes, inicia-se a audincia.


J neste momento importante esclarecer uma dvida corrente. Em uma
sala de audincia o reclamante se senta esquerda do juiz e o reclamado
a direita.

Desta forma, adentrando-se a sala de audincia, reclamante e reclamado
devero sentar nos lugares respectivos e aguardar que o juiz inicie a
audincia. Iniciada a audincia, existem trs situaes possveis de ocorrer:

Primeira hiptese: O reclamante no comparece.
Segunda hiptese: O reclamado no comparece
Terceira hiptese: Ambos comparecem
O reclamante no comparece

obrigatria a presena do reclamante. Vrias so as consideraes
jurdicas que poderiam ser feitas nesta ocasio, todavia, dada
simplicidade deste estudo, iremos nos ater simplesmente conseqncia
direta.

No caso do reclamante no comparecer audincia inicial arquivada a
reclamatria trabalhista.
O reclamante no comparece. importante ressaltar que o reclamante
poder ser condenado no pagamento das custas processuais, que sero
calculadas no valor de 2% sobre o valor dado causa. Arquivado, encerra-
se o processo neste momento.

O reclamado no comparece - Tambm obrigatria a presena do
reclamado audincia.
Todavia, por expressa autorizao legal, o reclamado, ou seja, o dono da
empresa, poder se fazer representar por um funcionrio, geralmente um
gerente ou um supervisor responsvel pela rea em que trabalhou o
reclamante.

O reclamado no comparece - recomendvel que sejam pessoas que
conhecem o reclamante, pois ele poder ter que responder a vrias
perguntas relacionadas ao servio prestado pelo reclamante. A pessoa que
representa o empregador em audincia recebe o nome de preposto.
Neste momento importante esclarecer uma importante questo acerca do
preposto, conforme j dito, o dono da empresa poder se fazer representar
por outra pessoa.

Ambos comparecem - Representa a maioria dos casos.
Estando presentes reclamante e reclamado, prossegue-se o processo e
inicia-se uma nova etapa.

Aps assentadas as partes inicia-se a audincia propriamente dita.
No incio da audincia, aps assentadas as partes, o juiz pede que o
reclamando apresente a documentao que compra sua condio de dono
da empresa.
Geralmente, neste caso, a documentao apresentada pelo reclamado ir
mudar de acordo com a pessoa que comparecer a audincia judicial.
Em se tratando do dono da empresa, este dever apresentar o Estatuto
social e um carto de identificao.
Em se tratando de preposto, este dever apresentar alm do Estatuto
social, a carta de preposio e um carto de identificao, que neste caso
dever ser a carteira de trabalho ou crach da empresa.

Recomenda-se que sejam estes documentos para que no haja dvida se
o preposto funcionrio da empresa. Aps entregue a documentao e
antes que a reclamada entregue a defesa, o juiz, por expressa
determinao legal, dever tentar a conciliao das partes, no intuito de se
obter um acordo judicial.

Proveniente desta tentativa conciliatria pode surgir outras duas
situaes diferenciadas:

Situao um: As partes chegaram a uma conciliao:
Situao dois: As partes no chegaram a uma conciliao:

Quando as partes conseguem chegar a uma proposta conciliatria, esta
proposta apresentada ao juiz que far uma anlise dos termos do acordo,
homologando-o ou no.
Neste momento o juiz dever analisar vrios aspectos da proposta, tais
como sua legalidade, razoabilidade e coerncia com os pedidos realizados,
tudo para evitar fraudes ou que uma das partes seja prejudicada.
Assim, se aceita a proposta, lavrado um acordo judicial, que, aps ser
homologado, vale como ttulo executivo e torna-se uma deciso irrecorrvel.
Deciso irrecorrvel aquela em que no cabe recurso, ou seja, que
transitou em julgado.
A deciso transitada em julgado somente pode ser atacada por ao
rescisria, em especialssimas hipteses.
O importante saber que, aps a homologao do acordo, este vale como
deciso judicial irrecorrvel e dever ser cumprido.

Na hiptese de no cumprimento, a parte interessada poder promover
sua execuo forada, atravs de uma execuo judicial, vez que o acordo
homologado vale como ttulo executivo judicial.
Cumprido os termos do acordo, encerra-se o processo.

As partes no chegaram a uma conciliao: Infelizmente, est uma
hiptese que tem se tornado bem freqente, o que tem contribudo para o
acmulo dos processos. Sendo rejeitada a proposta conciliatria pelas
partes, deve o juiz dar prosseguimento audincia. Neste momento, inicia-
se a instruo processual.

A instruo processual - A instruo processual o momento em que
apresentada defesa da reclamada e produzidas as outras provas.
A defesa da reclamada pode ser escrita ou oral.
Pela Lei, a reclamada tem 20 minutos para apresentar a defesa oral. Mas,
atualmente, tem se firmado o procedimento de se entregar a defesa escrita,
o que facilita em muito o regular andamento da audincia. Aps a defesa, o
juiz ir definir quais provas que devero ser produzidas.
Poder haver o depoimento das partes, reclamante e reclamado, o
depoimento de testemunhas e, para alguns casos especficos, poder ser
determinada a realizao de uma percia tcnica.

O depoimento pessoal - O juiz poder realizar perguntas ao reclamante e
ao reclamado no intuito de formar seu convencimento acerca das questes
debatidas no processo. O principal objetivo do depoimento pessoal obter
a confisso, que a comprovao de algum fato debatido no processo.
A confisso obtida, por exemplo, quando o reclamante pleiteia horas de
almoo no realizadas e o reclamando declara em depoimento pessoal que
o reclamante no realizava hora de almoo nas sexta feira.
As partes tambm podero formular perguntas reciprocamente. Todavia as
perguntas devero ser dirigidas ao juiz que, avaliando sua pertinncia, as
far. que a lei prev expressamente que as partes e as testemunhas
podero ser reinquiridas pelas partes, mas por intermdio do juiz.

Assim o correto que a pergunta seja realizada obedecendo a seguinte
construo ou semelhante a esta: "Excelncia, eu gostaria que o
reclamante/ reclamado informasse se..."
Sempre que as partes comparecerem a audincia, acompanhadas de
advogado, o juiz dever se certificar que uma no oua o depoimento da
outra, no intudo de garantir a lisura de suas declaraes. Todavia, como
este estudo trata da hiptese de se pleitear na justia seus direitos sem a
presena de um advogado, entendemos que esta hiptese fica um pouco
prejudicada.

que, no havendo advogado para representar os interesses das partes,
no recomendado que o juiz retire do recinto uma das partes, quando do
depoimento da outra, vez que esta conduta poder implicar em
cerceamento do seu direito de defesa.

A prova testemunhal - As partes podero fazer-se acompanhar por
testemunhas, ou solicitar que as mesmas sejam intimadas para prestar
depoimento. Em se tratando de rito ordinrio, as partes podero indicar at
03 testemunhas. (rito ordinrio aquele que apresenta o valor da causa
superior a 40 salrios mnimos). Em se tratando de rito sumarssimo as
partes podero indicar at 02 testemunhas. (rito sumarssimo aquele
que apresenta o valor da causa em at 40 salrios mnimos)

Em se tratando de inqurito para apurao de falta grave as partes podero
indicar at 06 testemunhas. (o inqurito aquele que apura a justa causa
de empregados dotados de estabilidade, seja ela provisria ou no).

No caso das testemunhas, a regra a mesma.

As partes podero formular perguntas s testemunhas, todavia as
perguntas devero ser dirigidas ao juiz que avaliando sua pertinncia, as
far. Conforme j supra mencionado, a lei prev expressamente que as
partes e as testemunhas podero ser reinquiridas pelas partes, mas por
intermdio do juiz.
Assim o correto que a pergunta seja realizada obedecendo a seguinte
construo ou semelhante a esta: "Excelncia, eu gostaria que a
testemunha informasse se..."

O principal objetivo do depoimento de testemunhas comprovar a
veracidade das questes debatidas no processo. Importante questo a
atinente a possibilidade de contraditar uma testemunha.

A contradita de uma testemunha - No pode prestar depoimento como
testemunha pessoas incapazes, impedidas ou suspeitas, tais como as
interessadas no desfecho da causa, amigos ntimos, inimigos ou parentes
de at terceiro grau. Todavia, caber s partes policiarem para que no
seja nenhuma testemunha admitida nestas ocasies. Contraditar nada
mais que impugnar um depoimento.
Existe um momento especfico para que a parte possa contraditar a
testemunha que aps sua identificao e antes desta prestar
compromisso. Aps este momento, no se admite mais a contradita.
Realizada a contradita no momento oportuno e admitida pelo juiz, a
testemunha ser excluda do processo ou ouvida como mera informante,
devendo suas declaraes ter um valor menor que das demais
testemunhas.

A percia - Em se tratando de alguns tipos de demandas jurdicas que
envolvam conhecimentos tcnicos especficos, dever o juiz nomear um
perito de sua confiana, que dever elaborar um laudo tcnico acerca da
questo debatida nos autos. importante ressaltar que h alguns casos,
como, por exemplo, demandas que visam o recebimento de adicional de
periculosidade e insalubridade, que a realizao da percia obrigatria. O
juiz no est obrigado a seguir a concluso do perito, pois seu
convencimento dever abranger o processo como um todo.

O encerramento da instruo - No encerramento da instruo, aberta a
oportunidade para as partes se manifestarem sob a forma de razes finais.

Neste momento, as partes tm a oportunidade de ressaltar alguns pontos
principais do processo no qual entendem que ir lhes favorecer. Aps as
razes finais, o juiz deve tentar novamente a conciliao e, no obtendo
xito, marcar um dia para proferir sua deciso - a sentena.

A sentena - Na verdade, deve o magistrado proferir sua deciso logo
aps as razes finais, dentro da mesma audincia.
Todavia esta conduta tem se mostrado rara e geralmente o que ocorre a
marcao de uma data posterior, pois so vrias as audincias marcadas
para a mesma data, e este procedimento tem atrasado muito o andamento
da pauta de audincia. (obs. Pauta de audincia o documento emitido
pela secretaria da vara no qual se encontra listadas todas as audincias
que sero realizadas naquele dia). A sentena a deciso do juiz quanto
pretenso do reclamante. Nela estaro decididas todas as questes
debatidas no processo, inclusive com o resultado. importante saber que a
lei exige que o juiz fundamente todas as decises que ir tomar.

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