Estatutos da Associação de Agroecologia e Cultura Regenerativa, uma associação sem fins lucrativos que procura a promover a regeneração do habitat Humano.
Estatutos da Associação de Agroecologia e Cultura Regenerativa, uma associação sem fins lucrativos que procura a promover a regeneração do habitat Humano.
Estatutos da Associação de Agroecologia e Cultura Regenerativa, uma associação sem fins lucrativos que procura a promover a regeneração do habitat Humano.
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PREMBULO
Em 2014, no decorrente clima de instabilidade poltica nacional, de crescente iniquidade e
desigualdade, na perda de soberania e expresso democrtica, num contexto geral de crise econmica, social e cultural e numa crescente conscincia da destruio Natural causada pelo funcionamento desajustado dos correntes sistemas industriais, econmicos e financeiros, que no satisfazem as reais necessidades sociais (s quais devem estar subordinados), somos confrontados com a realidade insustentvel deste modelo civilizacional. Em plena conscincia deste facto e das suas envolventes e especificidades contextuais, reconhecemos que necessrio redesenhar os mecanismos que regem as nossas interaces econmicas, sociais e ecolgicas, luz de uma abordagem que use, de forma realista e sria, todos os campos do conhecimento Humano e que tenha como base a independncia e o bem-estar 'real' das comunidades, defendendo a sua auto-determinao e integrao positiva com o ambiente (alneas d e e do artigo 9 e ponto 1 do artigo 66 da Constituio da Repblica Portuguesa). Face a estas preocupaes e atravs da leitura da vontade popular une-se este grupo de pessoas que, pela sua independncia ideolgica e liberdade de escolha, convergem na urgncia de uma aco positiva, consciente, generosa, integrada e integral que vise criar mecanismos com o fim de satisfazer as necessidades reais da(s) comunidade(s) onde venham a intervir.
Denominao e reconhecimentos fundamentais artigo 1 (designao, pressupostos fundamentais, tica e teoria de desenvolvimento) A Associao de Agroecologia e Cultura Regenerativa (designao), tambm designada por "AACR","abreviatura" ou "logtipo"(definido acima como letering a preto com as letras AACR com uma gramnea verde (Panicum repens ou escalracho) em crescimento vertical), mais frente tambm referida como "associao", representa a colectividade dos seus membros. A AACR uma associao sem fins lucrativos, sem agenda poltico-partidria, constituda por tempo limitado (sendo a sua extino regulada pelo disposto no artigo 6) e exerce a sua actividade com total independncia e autonomia, subjugando-se somente aos seus princpios fundadores. A AACR uma entidade integrante da Economia Social segundo o artigo 4 da Lei n30/2013 de 8 de Maio, revendo-se nos seus princpios orientadores (artigo 5 da mesma Lei).
Qualquer cidado considerado um actor de relevncia na sua comunidade, e da sua aco tica e consciente resulta um impacto positivo no seu meio. A aco positiva imperativa e crucial na procura do desenvolvimento real. A sua importncia deve ser clarificada e incentivada num dinamismo democrtico, produtor de densidade e diversidade culturais, em consonncia e integrao com a ecologia envolvente .
A AACR funda-se na regio do Baixo Alentejo, mas o seu mbito interventivo pode ser supra-regional, sempre levando em conta que a aco dos seus associados deve ser, primariamente, na localidade onde so moradores, mas valorizando a mobilidade de conhecimentos e a interveno colectiva atravs da interligao de pessoas e espaos geograficamente separados, seguindo os princpios de cooperao, entreajuda e generosidade.
A AACR pretende ter uma aco localizada, nacional e no internacional, no obstante de poder procurar parcerias e gerar sinergias com ncleos no nacionais, com o fim de promover aces que contribuam para a supresso das necessidades fundamentais do povo Portugus. O seu ncleo de aco e as suas directivas devem cingir-se ao espao nacional, estipulado pela identidade popular de ser 'Portugus', mais do que a definio legal do espao territorial do pas. Esta associao rev-se na directiva "Pensar global. Agir local."
A AACR uma associao tica e de princpios e deve ser regida pela mesma tica-base do Design de Permacultura (Bill Mollison & David Holmgren): 1. Cuidar da Terra; 2. Cuidar das Pessoas; 3. Partilhar Justamente. Esta tica deve ser o guia moral das aces de qualquer membro e, obviamente, da associao como um todo, no dispensando outros valores e princpios que expandam o espectro da associao, sem prejuzo da tica-base.
A AACR centrada numa abordagem de "desenvolvimento a partir de baixo"(conforme as disposies da tese "Organizaes de Base Comunitria: Que papel no Conceito e Implementao do Desenvolvimento a Partir de Baixo", por Jos Parreira - Universidade Tcnica de Lisboa, Agosto de 2009), sua sincera crena e disposio que esta abordagem preconiza a forma mais sustentvel e fidedigna de desenvolvimento, o que reconhecemos por 'desenvolvimento real'(desenvolvimento integral), no qual a populao que se desenvolve exerce um protagonismo directo no processo (segundo o direito de autodeterminao dos povos reconhecido no ponto 3 do artigo 7 da Constituio da Repblica Portuguesa).
Toda a actividade da AACR pretende conciliar conhecimento e aco, numa corroborao prtica do ajustamento de ambos ao contexto especfico.
A Associao de Agroecologia e Cultura Regenerativa fundou-se no dia 10-01-2014, aps primeira Assembleia-Geral, segundo os pontos 1 e 2 do artigo 46 da Constituio da Repblica Portuguesa.
Os reconhecimentos e as necessidades fundamentais designados nos artigos 3 e 4, conjuntamente com as consideraes mencionadas no presente artigo, definem os Princpios e Pressupostos da AACR.
artigo 2 (definies fundamentais) gua viva - gua potvel, filtrada e enriquecida por sistemas Naturais sadios e obtida em nascentes, fontes, poos e linhas de gua no ameaadas por nenhum tipo de poluio.
Sustentabilidade - corresponde ao balano do fluxo de 'energia' ou 'valor'. Considera-se um sistema sustentvel aquele que produz e/ou acumula energia/valor em maior quantidade, ou a um maior ritmo, que a energia/valor que consome. Um sistema projectado para a sustentabilidade tem no seu centro a viso a longo prazo, numa directiva de acumular valor e diminuir o esforo energtico na sua manuteno.
tica do Design de Permacultura - base tica para a prtica de design do habitat Humano. Consiste em trs princpios que pressupem uma hierarquia, do mais importante para o menos importante, considerando a sua fundamental interdependncia:
CUIDAR DA TERRA: garantir e potenciar os mecanismos e processos dos quais dependemos Naturalmente. apenas atravs da real satisfao desta base que se pode almejar desenvolvimento de outros aspectos da actividade Humana.
CUIDAR DAS PESSOAS: surge por extenso da anterior e um garante de incluir e tornar protagonistas a populao local no que respeita a gesto da ecologia e das vrias dimenses locais da actividade Humana.
PARTILHAR JUSTAMENTE: um princpio tico de igualdade e generosidade que visa distribuir os excedentes de forma justa e integrada. Espalhar o valor e a energia pelos diversos sistemas e pelos elementos de cada sistema. Acumular valor e fertilidade de forma justa numa diversidade de pontos do Habitat Humano.
Habitat Humano e Dimenses locais da existncia Humana - o habitat Humano espao que alberga todas as necessidades Naturais e espontneas do Homem enquanto ser Natural, social, econmico e cultural. Estas quatro vertentes constituem as dimenses fundamentais da existncia Humana, e ocorrem espontaneamente no local de estabelecimento de uma comunidade. No reconhecido o limite de dimenses que a existncia Humana pode alcanar.
Alimentos, Processos e Prticas Naturais - alimentos Naturais so alimentos vivos, locais e de poca, produzidos atravs de processos que emulam e respeitam os mecanismos Naturais da gerao e crescimento da vida. A sua produo no utiliza agrotxicos, quer seja na fertilizao artificial do solo, controlo de pestes ou ervas invasoras, dando foco, no entanto, a mtodos sustentveis de gesto dos espaos produtivos. Desprovidos de patentes associadas e provenientes, sobretudo, de pequenos produtores locais. Os processos Naturais so mecanismos espontneos que ocorrem num ecossistema. Estes mecanismos, quando no perturbados, contribuem para a regenerao, estabilizao dinmica e produtividade dos sistemas ecolgicos. Prticas Naturais so tcnicas que imitam os processos Naturais, por forma a evocar os seus efeitos positivos, especificamente em relao subsistncia e prosperidade Humana.
Democracia - "sistema poltico em que a autoridade emana do conjunto dos cidados, baseando-se nos princpios de igualdade e liberdade".
Desenvolvimento, Necessidade e Bem-Estar Reais - o desenvolvimento real levado a cabo pelas populaes numa lgica de "Desenvolvimento a Partir de Baixo", em total liberdade, autonomia e conscincia. Considera-se uma condio como 'real' quando esta corroborada atravs de consenso geral das populaes qual essa condio se aplica, havendo uma extensa conscincia e compreenso factual, individual e colectiva acerca do que acarretam os termos e designaes aplicadas para a medio do factor qualitativo (desenvolvimento, necessidade, prosperidade etc...).
artigo 3 (reconhecimentos fundamentais) Estes reconhecimentos fundamentais so inalterveis, podendo ser adendados outros, por unanimidade total dos membros, sem que haja prejuzo para os anteriormente estabelecidos.
1. reconhecido que todo o indivduo, colectivo, infra-estrutura, mquina ou entidade fsica em geral, existe, num dado momento, dentro de um ecossistema, pelo que as suas aces tm impacto sobre este. Toda a aco ou inaco consequente, logo toda a atitude acarreta responsabilidade.
2. reconhecido que todo o indivduo existe, num dado momento, dentro de uma estrutura social, e esta tem primazia sobre outras estruturas que so produto da sua actividade, subordinando-se esta apenas aos imperativos ecolgicos contextuais dos quais depende de forma directa.
3. A Cultura reconhecida como a dimenso Humana primordial para a ligao duradoura e transversal entre as restantes dimenses Humanas, e em especfico com o(s) ecossistema(s) do(s) qual(is) dependemos. A sua valorizao imperativa assim como a defesa dos estreitos elos ecolgicos que esta estabelece com o ambiente e com as restantes dimenses Humanas (alnea e do artigo 9 e artigo 78 da Constituio da Repblica Portuguesa)
4. So reconhecidas as limitaes do Homem na compreenso integral dos sistemas Naturais de que faz parte e, por conseguinte, a admisso de que os mecanismos Naturais espontneos so de maior eficcia real e integral que os processos Humanos ou Humanizados. Por estas razes toda interveno directa no ecossistema deve procurar 'imitar' os processos Naturais numa abordagem holstica e conscincia transdisciplinar.
5. A existncia Humana reconhecida como sendo multidimensional. O desenvolvimento real s pode ser atingido de forma integral no havendo negligncia de uma dimenso em prol de outra(s). Em especfico: os verdadeiros interesses sociais, econmicos e ecolgicos so coincidentes, sendo impossvel o verdadeiro desenvolvimento Humano se abordado numa dimenso singular. Pelo que o termo desenvolvimento indissocivel da promoo do bem-estar, qualidade de vida e igualdade real entre os cidados (alnea d do artigo 9 , alneas a, b, d, j e l do artigo 81 e artigo 90 da Constituio da Repblica Portuguesa).
6. reconhecida a necessidade imperativa de aco regenerativa perante carncias fundamentais, tanto de natureza social, cultural e econmica como de ecolgica e ambiental.
7. reconhecida a primazia dos valores democrticos, a liberdade de expresso e o direito auto-determinao das comunidades, devendo estes ser exercidos de forma directa (ponto 3 do artigo 7 e pontos 1 e 2 do artigo 37 da Constituio da Repblica Portuguesa).
8. So reconhecidos os perigos da propaganda e do marketing, estratgias sensasionalistas de disseminao de informao, manipulao da percepo social e outras formas unidireccionais ou restritivas de comunicao, bem com o potencial conflito de interesse(s) perigoso de sociedades, associaes ou quaisquer aglomerados de agenda secreta. Pelo que estes mecanismos, ou pessoas a eles associadas, no tm qualidades relevantes para esta associao, no podendo fazer parte desta ou participar das suas aces.
9. So rejeitadas tcnicas de persuaso e de manipulao da percepo. reconhecido e deve prevalecer os princpios da sobriedade, transparncia e da honestidade e da igualdade entre cidados, e da pluridireccionalidade das formas de comunicao e transmisso de informao. A divulgao e a promoo de assuntos relativos a esta associao devem ser feitas de boa f, com o intuito de informar e respeitar os membros, os cidados e as comunidade(s) (pontos 2 e 3 do artigo 60 da Constituio da Repblica Portuguesa).
10. reconhecida a primazia da transparncia e a importncia do debate aberto e extensivo. tambm reconhecida e bem-vinda a crtica, que dever ser interpretada de forma construtiva, contribuindo para o melhoramento do papel colectivo comunitrio da associao e dos seus membros.
11. No reconhecida afiliao ou ideologia poltico-partidria. Quando identificado num individuo a aceitao de valores antidemocrticos, antagnicos Constituio da Repblica Portuguesa (VII reviso Constitucional - 2005), concomitantes com organizaes que desrespeitem ou negligenciem valores democrticos, ou que se oponham ao pressuposto nos reconhecimentos e necessidades fundamentais (estabelecidos nos artigos 3 e 4), a estes indivduos no reconhecido valor relevante para esta associao, no podendo eles fazer parte desta ou participar das suas aces.
12. reconhecida a primazia da cooperao.
13. reconhecido o valor da diversidade.
14. Reconhece-se que toda a aco deve supor integrao a diversos nveis, servindo mltiplos pressupostos que obedeam tica fundamental.
15. Reconhece-se a importncia da repartio justa dos solos arveis, numa lgica de que "a terra de quem cuida". O minifndio, pequeno agricultor e a agricultura familiar so reconhecidas como basilares estabilidade, desenvolvimento e bem-estar das comunidades (alnea h do artigo 81, artigo 94 e ponto do artigo 97 da Constituio da Repblica Portuguesa).
16. A responsabilidade pela gesto dos recursos Naturais deve ser partilhada pelos indivduos que deles dependem directamente e que habitam na abrangncia imediata do ecossistema do qual esses recursos fazem parte. Sendo eles responsveis e dependentes, tambm devem ser estes os decisores ltimos do destino desses recursos e/ou da interveno Humana nesse local, sem prejuzo da acumulao qualitativa de fertilidade e valor 'vivo' nesse ecossistema, garantindo a sua sustentabilidade e aumentando de forma Natural o seu potencial produtivo. Como tal no reconhecida legitimidade na privatizao de qualquer recurso Natural (alnea d do artigo 80 da Constituio da Repblica Portuguesa).
17. reconhecida a responsabilidade inter-geracional de acumulao de valores qualitativos e quantitativos para as posteriores geraes, sendo esta responsabilidade tida em conta em todas as aces Humanas, singulares ou colectivas. A aco ou a omisso de agir que leve destruio, degradao ou privao de patrimnio para a gerao seguinte repreensvel (como estipulado em relao ao ambiente no artigo 66 e alnea d do artigo 93 da Constituio da Repblica Portuguesa).
18. A actividade agrcola reconhecida como basilar nossa civilizao, e a sua prtica de excelncia, na procura da integrao positiva com o ambiente e na produo de bens alimentares de alta qualidade, vista como um dos ofcios de maior importncia no contexto de uma sociedade avanada (ponto 1 do artigo 60 e artigo 66 da Constituio da Repblica Portuguesa).
19. reconhecida a importncia de uma alimentao de qualidade para a manuteno e/ou procura de bem-estar e sade, bem como para preveno e tratamento da doena. A nutrio reconhecida por ns como parte basilar de qualquer teraputica que vise a restituio, procura ou manuteno da sade (ponto 1 e ponto 2 alnea b do artigo 64 da Constituio da Repblica Portuguesa).
20. Reconhece-se que a comunidade a unidade fundamental da sociedade, tendendo a caracterizar-se intrsecamente pela heterogeneidade, a autonomia e a capacidade de subsistir e desenvolver-se atravs de meios locais.
21. So rejeitados todos o mtodos de seriao e catalogao que visem o tratamento desigual da pessoa Humana. No so reconhecidos "estratos sociais", "classes sociais", "elites", conceitos de "inteligncia", diferenas de natureza "tnica" ou "racial", "dogmas" e conceitos absolutos e/ou totalitrios (artigo 13 da Constituio da Repblica Portuguesa).
22. Reconhece-se que todas as infra-estruturas, sistemas de regras, leis e regulamentos, escritos e orais, que regem o funcionamento de uma economia, estado, autarquia, sociedade ou comunidade (ou qualquer grupo de pessoas ou entidades) so produto da criao Humana e portanto passveis de serem alterados. As consequncias destes so vistas como 'artificialmente' geradas, visto que o seu impacto reversvel atravs de alteraes directas estrutura que as criou. Por conseguinte no aceitvel nenhum nvel de escassez ou precariedade gerada atravs de quaisquer mecanismos Humanos. Na imposio de sistemas, estruturas ou directivas que as promovam ou provoquem, reconhece-se como legtimo e imperativo o uso do direito constitucional resistncia (artigo 21 da Constituio da Repblica Portuguesa).
23. reconhecida a diversidade de abordagens na obteno de conhecimento e procura da compreenso do meio Natural e Humano. rejeitada a imposio inflexvel de protocolos rgidos que limitem priori os processos de investigao (pontos 1, 2 e 6 do artigo 41 e artigo 42 da Constituio da Repblica Portuguesa).
24. reconhecido que poder e responsabilidade so indissociveis e possuem uma relao de proporcionalidade directa entre si.
25. reconhecido que qualquer actividade empresarial sria deve visar a satisfao definitiva das necessidades sociais que procura colmatar, procurando a autonomia do consumidor em relao aos seus servios, havendo mrito na crescente obsolncia da actividade. No reconhecida legitimidade na criao artificial de necessidades, especialmente quando impossibilitadas, real ou perceptualmente, de serem satisfeitas total e autonomamente.
26. A escala de qualquer objecto, tangvel ou intangvel, e o seu impacto nunca devem por em causa o sistema espontneo e/ou Natural onde actuam. Nomeadamente, nenhuma corporao, empresa, instituio ou organizao deve ter poderes que rivalizem ou superem o poder da comunidade onde actuam, com prejuzo da sua aco ser desajustada vontade e necessidades reais dos cidados. O mesmo aplicvel em estruturas num ecossistema. A escala dos intervenientes deve ser sempre inferior escala do todo.
27. Reconhece-se que qualquer meio material se torna poluente quando se verifica a sua acumulao excessiva. A repartio justa de recursos materiais imperativa por forma a evitar formas de poluio e estagnao, incentivando a diversidade, progresso e desenvolvimento dos sistemas(ecolgicos, sociais, econmicos, etc.) como um todo.
28. No so reconhecidas quaisquer proclamaes de posse singular sobre qualquer forma de vida ou processo Natural. Reconhece-se que nenhuma forma de vida, Naturalmente ocorrente ou artificialmente criada e/ou manipulada, possa pertencer, no seu todo ou em parte, a qualquer indivduo ou entidade (estrapolando para todas os seres o estipulado no ponto 3 do artigo 26 da Constituio da Repblica Portuguesa).
29. reconhecida a relao intrnseca entre as prticas agrcolas e a qualidade dos alimentos produzidos.
30. reconhecida a dependncia, por parte de toda a Humanidade, de servios ecolgicos saudveis e Naturalmente equilibrados, sendo estes total ou largamente desconhecidos, mas cruciais manuteno do habitat Humano, e logo nossa sobrevivncia enquanto espcie (ponto 1 do artigo 66 da Constituio da Repblica Portuguesa).
31. A nica forma reconhecida de responsabilidade a individual e pessoal, que emerge da aco de indivduos. Ainda que em nome de entidades a responsabilidade total recai sobre as pessoas reais envolvidas nos mecanismos de tomada de decises, de facilitao e de aco. Ou seja, nos contextos de mrito e demrito devero ser alvo de congratulao ou punio indivduos e nunca entidades, empresas, organizaes, instituies, corporaes pessoas colectivas ou qualquer outra forma abstracta de pessoa, marca ou ideia, sendo a responsabilidade directamente proporcional ao poder do cargo ou peso do papel do individuo. Do mesmo modo a AACR no aceitar prmios ou responsabilidades enquanto entidade, mas reencaminhar responsabilidade para os indivduos envolvidos no processo.
32. A AACR reconhece e respeita os valores e pressupostos morais e materiais da Constituio da Repblica Portuguesa (de 1976 e na VII Reviso Constitucional - 2005) e toma-os como referncia nas suas aces e disposies.
artigo 4 (necessidades fundamentais) As necessidades fundamentais provm da inferncia das necessidades do povo Portugus atravs de processos directos de dilogo, observao e anlise. As necessidades consideram-se colmatadas quando no for levantada dvida sobre a sua total satisfao, levando sua inactividade enquanto directiva para a interveno da AACR. Estas permanecero inactivas at ao momento, eventual, em que sejam postos em causa os direitos ou valores que defendem, pelo que passaro a prioritrias at ao eventual restabelecimento da sua satisfao total.
A AACR(Associao de Agroecologia e Cultura Regenerativa) reconhece como necessidades fundamentais, constituindo elas, em colectividade, a descrio de vida com dignidade, as seguintes (podendo outras ser acrescentadas por unanimidade dos associados sem prejuzo das presentemente estabelecidas):
a) o direito individual e colectivo independncia alimentar, bem como aos meios materiais, intelectuais e tcnicos que a permitam;
b) o direito pblico gua, na sua ocorrncia Natural, tal como o direito dos ecossistemas ao acesso a gua viva, visto ser um elemento essencial a todas as formas de vida. Assim como o direito pblico gua "viva", ocorrente de nascentes, poos, fontes, e outras estruturas descentralizadas, seguras e sadias, de captao e armazenamento renovvel de gua;
c) o direito ao ar, nas suas propores compatveis com a vida, livre de poluentes ou outros constituintes que ponham em causa a sade plena de qualquer individuo;
d) o direito a espaos Naturais, onde se potenciem os servios ecolgicos que permitam um ambiente sadio;
e) o direito a alimentos saudveis, nutritivos, locais, frescos e Naturais, luz dos mais altos(e crescentes) padres de qualidade (sendo estes estipulados, em ltima instncia, por quem os consome);
f) o direito de viver fora da economia monetria, com dignidade;
g) o simultneo direito e dever de requalificar, recuperar e proteger o ecossistema no qual o indivduo ou colectividade se insere;
h) o simultneo direito e dever de saber a extenso do impacto das suas aces, e as de outrem, no ambiente, sociedade, cultura e economia locais e o direito/dever de saber como proceder para que este impacto seja positivo a todos os nveis;
i) o direito de discusso, proposta e deciso sobre aces (independentemente da sua origem e natureza) que afectem as dimenses locais da existncia Humana (economia, sociedade, cultura, ambiente, etc.)
j) o direito colectivo, numa maioria agregada local (dentro de um sistema socio-cultural e ecolgico), de banir quaisquer prticas, produtos ou imposies que venham a impactar negativamente quaisquer dimenso local da existncia Humana ou a harmoniosa integrao entre estas, atravs de quaisquer mecanismos sua disposio, garantido que antes se proceda a um debate extenso, abrangente e livre sobre o(s )tpico(s) em questo e se procure, primeiramente, resolues pacficas e de mtuo acordo;
l) o direito individual e colectivo auto-suficincia e a autogesto e autodeterminao;
m) o direito liberdade das sementes, ao seu apuramento local, sua livre troca e venda, sua investigao, respeitando sempre os processos Naturais de evoluo e adaptao, numa lgica de aumento da diversidade de espcies, da resilincia das plantas e da autonomia alimentar;
n) o direito indagao e perspectiva individual sobre o meio Natural e Humano, e o igual direito de a manifestar e defender, sem o prejuzo dos direitos de terceiros.
reas de aco e condies de extino da AACR artigo 5 (campos de aco/directivas)
Os membros da AACR so membros activos individual e colectivamente.
A AACR compromete-se a agir e promover aces no mbito dos reconhecimentos e necessidades fundamentais estipuladas, e outras pontuais que venham a ser reconhecidas por unanimidade, dentro do esprito da fundao desta associao.
A ACCR procura sempre a valorizao dos recursos locais sua interveno, s quando estes no satisfaam recorrer a meios nacionais e s em ltimo caso a recursos externos ao mbito nacional.
Para l da defesa geral, e em todos os campos, dos reconhecimentos e necessidades fundamentais, so fins da ACCR:
a) procurar meios de disseminao local de boas prticas agrcolas, dando foco recuperao, preservao e construo Natural de solos, s prticas de compostagem in loco, ao aproveitamento das guas pluviais, sistemas de armazenamento de gua, tratamento de "guas cinzentas", reflorestao, cultura integrada, policultura, agricultura florestal e outras prticas e tcnicas que visem a acumulao de fertilidade, a estabilizao dos solos, a recuperao de linhas de gua, a criao de micro-climas equilibrados e diversos e de sistemas de produo Naturais e ecologicamente sustentveis;
b) criar um repositrio de informao sobre o mbito da Agroecologia, da Cultura Regenerativa, Silvicultura, Pedologia, Agricultura Sustentvel, Agricultura Biolgica, Design de Permacultura e outras reas que sejam relevantes na satisfao das necessidades fundamentais estipuladas no artigo 4. Para esse efeito a AACR acumular bibliografia, estudos, publicaes cientficas e legislao aplicvel, por fim a estabelecer uma base documental s aces promovidas;
c) investigar e promover estudos sobre o funcionamento dos ecossistemas e mecanismos sustentveis de utilizao dos seus recursos. Desenvolver metodologias, modelos e ferramentas que permitam uma produo agrcola potenciadora dos sistemas e servios ecolgicos que a englobam. Facultar estes estudos sob a forma de publicaes regulares em diversos suportes, procurando a sua mxima acessibilidade comunidade local;
d) prestar servios (preferencialmente atravs dos seus membros ou outros recursos Humanos locais interveno) que visem a implementao de sistemas de produo de alimentos, regenerao de ecossistemas e de estruturas sociais e econmicas, quer atravs de oficinas, cursos ou atelis, quer por servios de consultoria e interveno;
e) criar uma economia de troca de bens e servios interna associao, que se baseie no altrusmo, generosidade e no reconhecimento honroso dos servios prestados mutuamente. Tendo como objectivo cimentar projectos e criar laos entre os membros, num modelo que pode ser transposto para as comunidades locais;
f) criar projectos e gerar presses no mbito da recuperao integral de linhas de gua, poos, fontes e nascentes pblicas. Promover a democratizao do acesso a gua 'viva', o mais pura e Natural concebvel, fora do controlo dos interesses de privados. Promover, igualmente, a acumulao sadia e descentralizada dos recursos hdricos nos ecossistemas locais;
g) incentivar, promover, esclarecer e executar mecanismos de reflorestao dos espaos, de forma planeada, consciente e multifuncional, procurando servir os ecossistemas e as populaes a diversos nveis (valorizao dos espaos, produo alimentar e de matrias primas etc.);
h) reabilitar a compostagem 'caseira' e 'comunitria', revalorizando os "resduos" orgnicos e reincorporando fertilidade nos solos. Promover o crescente uso de 'casas-de-banho secas', combatendo o desajuste do actual sistema de eliminao destes resduos e, por conseguinte, acumular nutrientes para uso na recuperao de solos degradados;
i) ajudar na implementao local de sistemas de economia no monetria (troca directa, L.E.T.S., ddiva), economia social ou outras ferramentas que contribuam para a autonomia, desenvolvimento real e resilincia das comunidades locais;
j) representar publicamente e em privado a filosofia da AACR, procurando prestar assistncia aos habitantes locais para o esclarecimento e implementao dos seus pressupostos;
l) promover e aprofundar o debate de questes que afectem as dimenses Humanas locais, numa conscincia holstica das interligaes entre ecologia, sociedade, cultura, poltica e economia;
m) repelir medidas, aces ou produtos que ponham em causa quaisquer dimenso Humana local, ou interfiram com a integrao harmoniosa entre as diversas dimenses do 'Habitat Humano';
n) promover e auxiliar na construo de auto-suficincia e autonomia local das comunidades;
o) capacitar os membros na aquisio material e intelectual de bens que permitam o desenrolar das prticas supressoras das carncias relativas s necessidades fundamentais (artigo 4), sejam estas carncias colectivas ou individuais;
p) criar uma 'rede de segurana' e entreajuda que vise a segurana alimentar, cultural e social dos membros, visando sempre a obteno de autonomia individual e colectiva;
q) promover a criao de bancos de sementes, incentivando a troca de espcies de cultivo (e outras) e em simultneo desenvolver prticas de apuramento Natural das sementes ao meio, propiciando a diversidade e a resilincia das espcies locais;
r) servir de defensor de quaisquer causas ou aces que promovam os pressupostos fundamentais da associao.
artigo 6 (extino da associao) A AACR considerada obsoleta, e portanto extinta, quando haja suprimido as necessidades fundamentais de forma real e consonante. Para isso, o reconhecimento deve ser feito pela unanimidade dos membros e suportado por um estudo abrangente que albergue a opinio pblica (abrangente e geral), evidenciando de forma clara e fundamentada (atravs de mecanismos como o debate colectivo e a sondagem), a satisfao definitiva das necessidades fundamentais reconhecidas no artigo 4. Esta a directiva principal da associao: a obsolncia atravs do cumprimento integral dos processos de autonomizao dos cidados para a satisfao completa das necessidades fundamentais reconhecidas. A declarao de extino da associao invalidada quando observada a reinstalao de qualquer necessidade fundamental.
Regime dos Associados
artigo 7 (condies de admissibilidade, abandono e expulso) A admisso na AACR depende apenas da integra compreenso e aceitao dos pressupostos fundamentais dispostos nos artigos 1, 2, 3 e 4, e na declarao solene do respeito e cumprimento do esprito e valores que esto no cerne da fundao desta associao.
Nenhum membro pode ser coagido a permanecer na AACR, a sua permanncia depende somente da sua vontade individual. O abandono da associao feito sem coimas materiais ou morais, e sem ressentimentos, salvo seja observado o incumprimento dos presentes estatutos. Aquando da no violao dos valores da associao, a AACR pode estabelecer com os seus anteriores associados uma relao prxima.
critrio de expulso o incumprimento do estabelecido nos presentes estatutos, seja esse incumprimento moral ou material. Qualquer membro tem o direito de apelar contra a sua expulso, sendo o seu caso debatido extensivamente e de forma aberta, inclusiva e respeitosa. A deciso de expulso feita de forma democrtica, devendo procurar um consenso geral.
artigo 8 (direitos dos associados)
Todos os associados da AACR gozam dos seguintes direitos:
a) o direito de pedir o auxlio da AACR ou de qualquer dos seus membros para execuo de projectos individuais ou colectivos que sejam consonantes com a filosofia da associao e venham de encontro aos seus pressupostos fundamentais;
b) o direito de propor aces e directivas a levar a cabo individual ou colectivamente por um ou mais membros da AACR;
c) o direito de exigir apoio da AACR em causas que sejam consonantes com a filosofia da associao e venham de encontro aos seus pressupostos fundamentais;
d) o direito de requerer informao e formao nas reas abrangidas pelo mbito de aco da associao;
e) o direito de pedir patrocnio a concurso a cargos de natureza pblica ou cvica, caso seja sua inteno vinculativa defender os pressupostos da associao e responder pela omisso ou negligncia desse vinculo;
f) o direito de fazer parte dos sistemas de valorizao e mrito, internos AACR;
g) o direito retribuio justa pelos servios prestados a membros, ou colectividades de membros, em aces aprovadas, sejam estas sistemticas ou pontuais, respeitando os mtodos preferenciais de intercmbio estipulados por este documento e tendo em conta o contexto situacional;
h) o direito palavra, opinio, discusso, divergncia de opinies e o dever de respeitar estes direitos;
i) o direito de criar subgrupos locais para melhor coordenar as aces num meio especfico, sem prejuzo da comunicao das intervenes a todos os membros e ao livre intercmbio de ideias acerca de todos os contextos de aco, especficos e gerais;
j) o direito de propor novos reconhecimentos, necessidades fundamentais e aces, para se constiturem guias desta associao;
l) o direito de propor a marcao de reunies de qualquer natureza, procurando sempre conciliar disponibilidades de forma a permitir a presena do maior nmero possvel de associados;
m) o direito de propor a classificao de uma necessidade fundamental como colmatada, e o simultneo direito de a propor como prioritria;
n) o direito de abandono da AACR, que deve carecer de prejuzos de qualquer natureza se houver cumprimento dos estatutos aqui estabelecidos;
o) o direito de propor a estrutura de funcionamento do seu grupo de trabalho dentro da associao, assim como eleger seus mandatrios e/ou representantes temporrios nessas unidades de trabalho;
p) o direito de, sendo membro activo, eleger e ser eleito para os rgos ou outras estruturas da AACR;
q) o direito de pedir recurso, no caso de expulso por incumprimento moral dos pressupostos da AACR; artigo 9 (deveres dos associados)
Em paralelo com os direitos, os associados da AACR regem-se pelos seguintes deveres:
a) o dever de retribuir justamente a ajuda prestada pela AACR ou qualquer um dos seus membros;
b) o dever de agir em conformidade com os valores partilhados pela associao;
d) o dever de agir em proteco das necessidades fundamentais, atravs da denncia da sua carncia e da conduta em prol de as satisfazer;
e) o dever de respeitar os restantes associados, a associao e os seus smbolos, e, acima de tudo, os seus pressupostos fundamentais;
f) o dever de garantir o bom funcionamento e dinamismo da associao, preservando a transparncia a todos os nveis e executando uma conduta com humildade, generosidade, altrusmo e empatia;
g) o dever de cooperar com e assistir, na medida das suas competncias e capacidades, os restantes membros na execuo de tarefas ou aces, gerais ou particulares, que partilhem as finalidades da AACR;
h) o dever de participar nas reunies convocadas. Caso a existncia de limitaes na participao fsica, procurar outros meios de participao directa. Na impossibilidade de fazer parte da reunio ou encontro, o associado tem o dever de procurar informaes sobre a sesso e esclarecimentos sobre as questes abordadas. Os membros que participaram partilham o dever de divulgar as concluses e esclarecer os restantes;
h) o dever de pedir auxlio em caso de necessidade urgente, apelando ao esprito de generosidade basilar a esta associao, e como tal, o dever de auxiliar quem se encontre em situao de carncia urgente.
i) o dever de usar os seus poderes e direitos, conferidos pela associao, de forma tica e ponderada, procurando, sempre que possvel, agir em cooperao e em consonncia com os restantes membros.
artigo10 (membros activos e membros inactivos)
Embora a ACCR incentive a participao activa dos seus membros, tambm reconhece a importncia do apoio moral dos seus associados. Por esse motivo deve caber ao associado a escolha de participar activamente ou no nas aces da associao.
Considera-se membro activo o associado que participa dos encontros e reunies(sendo integrante regular da assembleia-geral da AACR) sendo um claro recurso Humano nas aces e intervenes pontuais ou recorrentes da associao.
Um membro inactivo um apoiante moral, subscritor dos pressupostos da AACR, dando corpo associao e conferindo-lhe peso social nas suas intervenes.
Embora membros activos e inactivos partilhem os mesmos direitos e deveres(com a excepo da integrao em grupos de trabalho e orgos da associao e sua eleio), os primeiros so de maior importncia operacional, logo devero ter primazia, por parte logstica da associao, no atendimento de pedidos, sem prejuzo da atempada resposta s necessidades dos membros inactivos.
Qualquer membro inactivo poder-se- tornar membro activo, para tal basta manifestar essa inteno e participar nas actividades e aces da associao por um perodo relevante.
Reunies e Encontros artigo 11
A colectividade dos membros, ou os seus ncleos locais, devem-se reunir uma vez por ms, numa reunio ordinria, que dever abordar o balano das aces dos associados e as prioridades estipuladas ou a estipular.
A totalidade dos associados deve participar em pelo menos um encontro anual, com a finalidade de agregar todo o valor Humano da associao num ambiente propcio criao de elos e gerao de ideias.
Encontros e Reunies Extraordinrias podem ser convocados por qualquer membro, desde que se zele pela maior participao possvel dos membros. Estas reunies podem tambm ter mbito local, para um ncleo de associados, devendo, contudo, prevalecer a transparncia geral sobre os objectivos e ocorrncia de todos os encontros.
Prioridades e Mrito artigo 12 (Definio de Prioridades Individuais, Locais e Transversais)
A associao orienta-se por linhas de aco, atravs da estipulao de prioridades temporrias baseadas nos campos de aco definidos pela ACCR. A estipulao de uma matria como prioritria deve emergir da cuidada leitura dos indicadores sociais e ecolgicos contextuais, devendo ser corroborada por consenso entre os membros.
As prioridades definidas podem ser individuais, locais e/ou transversais. Estas devem ser discutidas em todas as reunies ordinrias da associao, devendo ficar registadas e, posteriormente, afixadas em local de acesso directo a todos os membro e ao pblico em geral.
As prioridades individuais tm o objectivo de criar empatia para com os desafios pessoais dos membros, abrindo as portas ajuda e colaborao, traando linhas que possam convergir em zonas de aco comuns a vrios membros.
As prioridades locais referem-se a um contexto especfico de natureza local, ou seja, de uma localidade, comunidade ou conjunto de comunidades ou ecossistema ou ecossistemas contnuos.
As prioridades tranversais referem-se a linhas aco de mbito geral.
artigo 13 (Mecanismos de reconhecimento de mrito)
Toda a aco que vise criar valor, dentro da filosofia da ACCR, digna de registo e reconhecimento. A associao deve usar mecanismos de honra para guardar no seu histrico uma memria das intervenes positivas efectuadas e os seus perpretadores.
So elegveis de receber reconhecimento por parte da ACCR todos os seus membros.
Economia interna e externa e financiamento artigo 14 (regime de intercmbios preferencial) A AACR d preferncia ao intercmbio cooperativo de bens e servios atravs do entendimento e troca directa de valores e valncias. A associao incentiva o uso de sistemas de intercmbio que valorizem a economia local, e que confiram autonomia em relao aos sistemas financeiros nacionais e internacionais. Sem prejuzo dessa preferncia, os membros so livres de utilizar outros meios de troca aps cuidada considerao da abordagem acima mencionada.
artigo 15 (obteno de recursos e investimentos externos) So aceites quaisquer contributos a ttulo individual, colectivo ou estatal de quaisquer entidades, desde que estes no sejam condicionais, e, caso o sejam, que as condies sejam consonantes com os reconhecimentos e necessidades fundamentais estabelecidas nos artigos 3 e 4, e que no violem os pressupostos fundamentais da AACR.
A AACR, ou qualquer dos membros em seu nome, no celebra contratos nem quaisquer formas de troca com pessoas, entidades, organismos ou outros, que ponham explicitamente em causa a supresso das necessidade fundamentais apontadas no artigo 3, ou que apresentem conduta desonesta ou maliciosa.
Sem prejuzo do estabelicido acima, so formas legtimas de obteno de recursos por parte da ACCR as seguintes:
a) consultoria a organismos, entidades e indivduos;
b) apoio directo, na forma de colaborao fsica na elaborao e execuo de projectos;
c) formao aberta atravs de workshops, ateliers ou outras formas de disseminao de conhecimento prtico e terico;
d) publicao de documentos, manuais, livros ou outros suportes;
e) venda de produtos alimentares Naturais;
f) venda de kits, unidades de compostagem e outros produtos que visem a autonomizao dos cidados.
artigo 16 (contribuies dos associados)
No pode ser exigida qualquer cota peridica aos associados. A existncia de um valor inicial de inscrio (jia) s dever ser pedido por forma a dividir justamente os custos de fundao e manuteno da associao, no entanto este deve ser facultativo.
Os associados so livres de doar valores e recursos associao. No entanto o recurso mais primado na AACR o recurso Humano: o apoio moral, a participao activa, a envolvncia e a pro-actividade.
Organizao interna, grupos de trabalho e rgos internos artigo 17 (disposies gerais e preferenciais)
A Associao de Agroecologia e Cultura Regenerativa toma como preferencial estruturas de liderana circular ao invs de estruturas hierrquicas de gesto. Ser dada primazia Assembleia-Geral dos associados para o estabelicimento de propostas e decises gerais.
A AACR defende a micro-gesto e, para tal, o estabelecimento de grupos de trabalho, ou ncleos, largamente autnomos (preservando a transparncia e comunicao com o todo) sendo estes responsveis pelo estabelecimento das suas prprias estruturas de organizao.
O estabelecimento de rgos gerais da associao depende do reconhecimento, em Assembleia-Geral, da sua necessidade imperativa. At ento o nico rgo geral da AACR ser a Assembleia-Geral, sem moderao. Na invocao do reconhecimento acima estabelecido sero formados democraticamente os rgos definidos nos artigos 18, 19 e 20.
As funes dos rgos so delegaes das funes colectivas de todos os associados, podendo estes exerc-las no mbito de grupos de interveno, ncleos ou outras unidades de aco supra-individual, sem condicionantes, para l das impostas na presente declarao de estatutos da AACR.
A aco dos rgos internos, de caracter geral, que se seguem no pode interferir com os pressupostos fundamentais da AACR, sendo obrigados a respeitar a independncia de aco dos seus associados, individual ou colectivamente, desde que sejam respeitados os presentes estatutos. Os rgos internos e estruturas de liderana e/ou gesto estabelecidos tm o dever de zelar pelo cumprimento, a todos os nveis, do estabelecido nestes estatutos.
artigo 18 (a Assembleia-Geral)
A Assembleia-Geral tem como funes especficas a dinamizao e moderao da associao, passando por esta todas as decises de mbito geral da AACR.
A assembleia constituda por todos os membros activos da AACR presentes e pode ser moderada por uma Mesa constituda por trs associados activos(um presidente, um vogal e um secretrio) eleitos individualmente por sufrgio universal a realizar anualmente.
A Assembleia-Geral poder destituir todos os rgos da associao e marcar eleies regulares ou antecipadas (procurando garantir a participao total dos associados), propor e aprovar planos de aco, directivas e actividades, exigir e analisar relatrios emitidos pela Administrao e Conselho Fiscal e de Recursos,estabelecer modificaes possveis aos estatutos(que no violem os pressupostos fundamentais da AACR), fazer balanos, bem como propor novas necessidades fundamentais, o seu estabelecimento como prioridade ou como colmatada, estabelecer novos reconhecimentos, e, na observncia da total satisfao das reconhecidas necessidades fundamentais, a proposta de extino da associao (estabelecida no artigo 6).
artigo 19 (a Administrao)
Quando constituda, Administrao da ACCR tem como funes a dinamizao, gesto geral e representao da associao. Cabe-lhe a marcao e organizao de reunies ordinrias de carcter geral. Cabe-lhe tambm a publicao de relatrios peridicos disponveis a consulta por todos os associados. constituda por trs associados activos, eleitos por sufrgio universal (um presidente, um secretrio e um tesoureiro), eleio esta que deve ser ser feita a cada 4 anos.
artigo 20 (o Conselho Fiscal/Recursos)
Quando constitudo, o Conselho Fiscal e de Recursos tem como objectivo a anlise dos recursos gerais da associao, relatrio de contas, propondo Assembleia Geral ramos de aco que promovam a acumulao de valores e valncias, de modo a potenciar a relevncia interventiva da AACR, bem como a aprovao do uso destes recursos. da competncia do Conselho Fiscal e de Recursos fazer a anlise da conduta Administrativa e fazer propostas a ela relativa, apresentando relatrio Assembleia Geral. Este rgo dispe de trs elementos (um presidente, um secretrio e um redactor), eleitos individualmente por sufrgio universal, num mandato de 3 anos.
artigo 21 (reset/refundao) O presente artigo no pode ser alterado ou omitido dos estatutos da Associao de Agroecologia e Cultura Regenerativa.
Quando observada a deturpao grave dos Princpios e Pressupostos da AACR, em relao aos estabelecidos na primeira iterao dos estatutos desta associao, reservado o direito, a todo o associado, de propor Assembleia-Geral a refundao da associao, usando como estatutos a primeira iterao do presente documento, como submetida no acto de formalizao em 1 Assembleia-Geral (10/01/2014) da Associao de Agroecologia e Cultura Regenerativa.
reservado o direito a grupos de associados, na observncia de violao grave ou deturpao dos Princpios e Pressupostos da AACR e na negao da refundao da associao, do abandono desta por forma a iniciarem nova associao, tendo como base os estatutos de fundao da AACR, na sua primeira verso aprovada (10/01/2014).