Frações Contínuas e Aplicações
Frações Contínuas e Aplicações
Frações Contínuas e Aplicações
INTRODUO.............................................................................................................09
CAPTULO 1
FRAES CONTNUAS UM POUCO DE HISTRIA.......................................10
CAPTULO 2
FRAES CONTNUAS..........................................................................................13
2.1 Conceitos bsicos .....................................................................................................13
2.2 Fraes contnuas simples ........................................................................................16
2.2.1 Convergentes de fraes contnuas simples ..........................................................17
2.3 Expanso de nmeros racionais em fraes contnuas .............................................18
2.3.1 Mtodo prtico para expanso de nmeros racionais em fraes contnuas .........20
2.4 Expanso de nmeros irracionais em fraes contnuas...........................................22
2.4.1 Expanso de nmeros irracionais em fraes contnuas simples ..........................22
2.4.2 Expanso de ...........................................................................................24
2.5 Estudo da convergncia ...........................................................................................25
2.6 Fraes contnuas peridicas ....................................................................................33
CAPTULO 3
APLICAES DE FRAES CONTNUAS ..........................................................37
3.1 Aplicaes na fsica ..................................................................................................37
3.2 Aplicaes em astronomia ........................................................................................38
3.3 Expanso de nmeros racionais e irracionais ...........................................................39
CAPTULO 4
CONCLUSES ............................................................................................................42
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................................43
INTRODUO
O assunto fraes contnuas muito rico e encontra aplicaes em vrias
cincias. Atravs delas possvel representar nmeros racionais, irracionais, at mesmo
funes de variveis reais ou complexas e resolver problemas de fsica, engenharia,
astronomia, etc.
Este trabalho no tem carter de pesquisa, mas sim bibliogrfico. Basicamente,
tratamos da expanso de nmeros racionais e irracionais em fraes contnuas.
Esperando com isso, contribuir para que professores do ensino mdio possam inserir o
assunto aqui trabalhado no seu cronograma de ensino. As fraes contnuas
praticamente no so citadas no ensino mdio e, dificilmente, um aluno em tal fase tem
condies de resolver um problema que envolva essas fraes, por mais simples que
seja, devido falta de conhecimento no assunto.
Com este trabalho, esperamos facilitar a vida daqueles que se interessarem por
fraes contnuas. Tudo apresentado somente com a teoria necessria para a
compreenso e com vrios exemplos.
O trabalho, alm da introduo, apresenta mais quatro captulos bsicos: O
primeiro narra um pouco da histria das fraes contnuas, seu surgimento, a motivao
para o assunto e os principais personagens de sua histria; O segundo traz toda a teoria
necessria para que se possa compreender o que uma frao contnua, suas principais
propriedades e, principalmente, as expanses de nmeros racionais e irracionais; O
terceiro apresenta algumas aplicaes de fraes contnuas que podem ser trabalhadas
em sala de aula; O quarto captulo traz concluses sobre o que foi estudado.
"#
CAPTULO 1
FRAES CONTNUAS UM POUCO DE HISTRIA
Para se entender qualquer assunto na Matemtica necessrio que se discorra
sobre o seu contexto histrico, e em quais objetivos os primeiros estudiosos basearam as
suas pesquisas, visando o fcil entendimento do assunto abordado. No caso das fraes
contnuas isto no se d de forma diferente, a seguir falaremos sobre alguns importantes
pesquisadores e casos em que as fraes contnuas foram aplicadas.
Conforme Lima (2010, p. 3 7) e Andrade e Bracciali (2005, p. 4 7) a origem
exata de quando o conceito de fraes contnuas foi utilizado, no fcil de ser datado,
pois se encontram exemplos dessas fraes por toda a Matemtica desde anos remotos.
Embora os gregos j conhecessem o algoritmo de Euclides (325 A.C. 265 A.C.,
aproximadamente) para o clculo do Mximo divisor comum entre dois nmeros
inteiros (mdc), no h evidncias de que eles o usavam para construir fraes contnuas.
O matemtico indiano Aryabhata (476-550) utilizou as fraes contnuas para
resolver equaes diofantinas, mas no resolveu de uma forma geral, particularmente,
usou fraes contnuas somente em exemplos especficos. Em toda a escrita
Matemtica, grega e rabe, podemos encontrar exemplos e vestgios de fraes
contnuas.
O primeiro uso conhecido de fraes contnuas foi dado por Rafael Bombelli
(1526-1572) que em 1572 deu a aproximao de !" por
!" # " $
%
& $
%
&
'
!(
)
*
que um caso especial para a frmula
+,
-
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.
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.
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*
embora no sculo XVI j se conhecia a aproximao
+,
-
$ . # , $
.
/, $
.
/,
1
Cataldi (1548-1626), cientista italiano considerado o descobridor das fraes
contnuas, em 1613, obteve a aproximao para !(:
!( # %2
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(2
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abreviada como
""
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(1
2
/
(1
2
/
(1
01
Tanto Rafael Bombelli quanto Cataldi s forneceram estes exemplos e no seguiram
com os estudos.
As fraes contnuas se transformaram em objeto de estudos atravs do trabalho
de John Wallis (1616-1703). Em seu livro Arithmetica Infinitorium(1655),
desenvolveu e apresentou a identidade:
%
5
'
" 6" 6 ) 6 ) 6 7 6 7 6 8 0
/ 6 % 6 % 6 & 6 & 6( 6 8 0
1
O primeiro presidente da Royal Society of London, Lord Brouncker, Lord W.
Brouncker (1620-1686) transformou esta identidade em
%
' ! $
!
-
/ $
"
-
/ $
)
-
/ $
7
-
/ $
8
-
/$ 3
' ! $
!
-
/ $
"
-
/ $
)
-
/ $
7
-
/ $
8
-
/ $ 0
*
o que foi um passo importante para as aproximaes de .
Wallis introduziu as primeiras etapas para generalizar a teoria de fraes
contnuas. Em seu livro Opera Mathematica (1695), Wallis colocou alguns dos
fundamentos bsicos das fraes contnuas. Explicou como calcular o n-simo
convergente e descobriu algumas das propriedades dos convergentes. Foi tambm neste
trabalho que o termo frao contnua foi usado pela primeira vez.
O matemtico e astrnomo holands Christiaan Huygens (1629-1695) foi o
primeiro a demonstrar uma aplicao prtica de fraes contnuas. Escreveu um artigo
explicando como usar os convergentes de uma frao contnua para encontrar as
melhores aproximaes racionais para as relaes entre as engrenagens. Essas
aproximaes permitiram-lhe escolher as engrenagens com o nmero correto de dentes.
Seu trabalho foi motivado pelo desejo de construir um planetrio mecnico.
Esse campo de pesquisa comeou a florescer quando Leonard Euler (1707-
1783), Johan Heinrich Lambert (1728-1777) e Joseph Louis Lagrange (1736-1813)
comearam a discutir sobre o assunto.
Parte da teoria moderna foi desenvolvida por Euler em seu trabalho de 1737,
De Fractionlous Continious. Ele mostrou que cada racional pode ser expresso como
uma frao contnua simples finita, e forneceu, tambm, uma expresso para o nmero e
na forma de frao contnua:
"$
9 ' / $
!
! $
!
/ $
!
! $
!
! $
!
% $
!
! $
!
! $0
ou
9 ' / $
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% $
!
! $
!
! $
!
& $
!
! $
!
! $
!
( $ 0
1
Euler usou esta expresso para mostrar que e e 9
-
so irracionais. Demonstrou,
tambm, como representar uma srie como frao contnua e vice-versa.
J.H. Lambert generalizou o trabalho de Euler sobre o nmero e. Em 1766, ele
mostrou que:
9
:
;!
9
:
$ !
'
!
/
<
$
!
&
<
$
!
!=
<
$
!
!%
<
$0
1
Em 1768, Lambert encontrou expanses em fraes contnuas para as funes
>?@A! $ <B * ,CDE@A<B e E@A<B. Ele usou essas expresses para mostrar que 9
:
e E@AFB
so irracionais se x for racional.
Lagrange usou fraes contnuas para encontrar o valor de razes irracionais.
Provou tambm que os nmeros quadrticos irracionais so dados por uma frao
contnua peridica.
No sculo XIX houve uma grande exploso no crescimento do estudo da teoria
das fraes contnuas, principalmente com respeito aos seus convergentes. Alem disso,
foram estudadas as fraes contnuas com variveis complexas como termos. Alguns
dos matemticos que contriburam para este campo foram Karl Jacobi (1804-1851),
Oskar Perron (1880-1975), Charles Hermite (1822-1901), Karl Friedrich Gauss (1777-
1855), Augustin Cauchy (1789-1857) e Thomas Stieltjes (1856 1894).
A teoria das fraes contnuas, desde o seu surgimento, se desenvolveu muito e
hoje est presente em diversas reas. Tais como: em algoritmos para computador
calculando aproximaes racionais para os nmeros reais, bem como para resolver
equaes diofantinas, tambm esto presentes na resoluo de problemas na Fsica,
Teoria dos Nmeros. Acredita-se que tanto as suas aplicaes; quanto suas pesquisas,
esto longe de terminarem.
"%
CAPTULO 2
FRAES CONTNUAS
A teoria que segue neste captulo foi extrada de Andrade e Bracciali (2005, p.
2 33) e Santos (2006, p. 139 156).
2.1 Conceitos bsicos
Uma frao contnua uma expresso da forma
G
H
$
I
J
G
J
$
I
-
G
-
$
I
K
G
K
$
I
L
G
L
$ 0
* A/1!B
onde a
0
, a
1
, a
2
,...... e b
1
, b
2
, b
3
,.... so nmeros reais ou complexos, ou funes de
variveis reais ou complexas. O numero de termos pode ser finito ou infinito.
A frao representada em (2.1) pode ser reescrita como:
,
H
$
M
N
O
N
P
M
Q
O
Q
P
M
R
O
R
P S
(2.2)
sendo
M
T
O
T
* U ' !*/* S* chamados de quocientes parciais. Chamamos ,
V
e .
V ,
respectivamente, de denominador e numerador do quociente parcial
M
T
O
T
.
Seja a sequncia WX
Y
Z
Y[H
d
Y
d
YhJ
e
Y
e
YhJ
' d
Y
e
YhJ
;d
YhJ
e
Y
' A;!B
YhJ
* c g =* (2.10)
o que nos leva ao resultado seguinte
Corolrio 2.2 - Todo convergente X
Y
'
a
]
b
]
* c g !, de uma frao contnua simples
um racional irredutvel, isto , o mximo divisor comum entre d
Y
e e
Y
!!.
"*
Demonstrao: Suponhamos que exista r inteiro tal que ~
"
' #~
"
!
e
"
' #
"
!
, onde ~
"
!
e
"
!
$ %1 Assim, de (2.10),
C~
"
!
"hJ
;~
"hJ
Ce
Y
"
' d
Y
e
YhJ
;d
YhJ
e
Y
' A;!B
YhJ
.
Dividindo o primeiro e o ltimo membros da expresso anterior por r, obtemos
d"
Y
e
YhJ
;d
YhJ
e"
Y
'
AhJB
]fN
&
$ %1
Assim, basta fazer C ' !!.
2.3 Expanso de Nmeros Racionais em Fraes Contnuas
Se
'
(
um nmero racional, ele possui uma expanso em frao contnua
simples finita dada por:
X
Y
' ,
H
$
J
O
N
P
J
O
Q
P
J
O
R
P S P
J
O
]
' y,
H
z ,
J
* S* ,
Y
{ (2.11)
A representao de um nmero racional por uma frao contnua simples no
uma tarefa difcil, como pode ser visto nos exemplos a seguir.
a)
)J
*-
' ! $
-)
*-
' ! $
J
+Q
Q,
' ! $
J
-P
-
Q,
' ! $
J
-P
N
Q,
-
' ! $
J
-P
N
.o
N
-
' y!z /*7*%{1
Ou seja, o nmero
)J
*-
admite uma expanso em frao contnua simples finita.
b)
)J6/
*-6/
'
L//
KJH
' ! $
JL/
KJH
' ! $
J
RN0
N-1
' ! $
J
-P
Q0
N-1
' ! $
J
-P
N
N-1
Q0
' ! $
J
-P
N
.o
1
Q0
' ! $
J
-P
N
.o
N
-
' y!z /*7*%{1
Os nmeros racionais
)J
*-
e
L//
KJH
so equivalentes, por isso tm a mesma
representao por fraes contnuas.
c)
*-
)J
' = $
J
+Q
,N
' = $
J
JP
N
Qo
N
.o
N
-
' y=*!z /*7*%{1
d) ;
)J
*-
' ;! ;
-)
*-
' ;! ;
-)
*-
$
*-
*-
;! ' ;/ $
KK
*-
' ;/ $
J
+Q
RR
' ;/ $
J
JP
Q,
RR
'
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J
JP
N
RR
Q,
' ;/ $
J
JP
N
No
-
Q,
' ;/ $
J
JP
N
No
N
Q,
-
' ;/ $
J
JP
N
No
N
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N
-
Logo,
"
;
8!
&/
' ;/ $
!
! $
!
! $
!
7 $
!
%
' y;/z !*!*7*%{1
Nos exemplos anteriores, mostramos a representao de alguns nmeros
racionais usando fraes contnuas simples. O prximo teorema afirma que todo
nmero racional admite esse tipo de representao.
Teorema 2.3 - Qualquer frao contnua simples finita representa um nmero racional.
Reciprocamente, qualquer nmero racional pode ser representado por uma frao
contnua simples finita.
Demonstrao: A demonstrao da primeira parte imediata, pelo fato de se tratar de
uma frao contnua simples finita.
Para provar a recproca, consideremos um nmero racional
'
(
qualquer. Pelo
algoritmo da diviso, obtemos
'
(
' G
H
$
2
0
(
,
onde = w C
J
3 e e G
H
'
'
(
1
Se #
J
' =*
'
(
um numero inteiro e nada h para provar. Porm, se #
J
i =, ento
fazemos
d
e
' ,
H
$
!
e
C
J
* = 3 C
J
3 e1
Fazemos o mesmo para
b
&
N
e obtemos
e
C
J
' ,
J
$
C
-
C
J
* = w C
-
3 C
J
1
Se #
-
' =, temos
d
e
' ,
H
$
!
,
J
' y,
H
z ,
J
{
Terminando a prova.
Se #
-
i =* #4~456789 8 74978 ~#8:4;674<58 :87 G =#G8
2
N
2
Q
1 Observamos que o
processo termina quando #
"
' = para algum c, o que ocorre, pois e > C
J
> C
-
> 0
uma seqncia decrescente de inteiros positivos. Temos,
ento
~
' G
H
$
#
J
* = 3 #
J
3 e*
e
C
J
' ,
J
$
C
-
C
J
* = 3 C
-
3 C
J
*
\
C
YhK
C
Yh-
' ,
Yh-
$
C
YhJ
C
Yh-
* = 3 C
YhJ
3 C
Yh-
*
$#
#
"h-
#
"hJ
' G
"hJ
* #
"
' =
E, portanto,
d
e
' ,
H
$
!
,
J
$
!
,
-
$
!
,
K
$0$
!
,
YhJ
' y,
H
z ,
J
* S* ,
YhJ
{*
Terminando a demonstrao.
Devido ao fato de
J
?
@fN
'
J
A?
@fN
hJBP
N
N
conclumos que y,
H
z ,
J
* S* ,
YhJ
;!*!{
tambm uma expanso para
a
b
. Como um nmero inteiro k tambm pode ser expresso
como Ak ;!B $!, a unicidade da expanso segue do algoritmo da diviso. Por
exemplo, podemos escrever a frao contnua simples
! $
!
! $
!
/ $
!
"
' y!z !*/*"{
como
! $
!
! $
!
/ $
!
/ ;! $
!
!
' y!z !*/*/*!{1
2.3.1 Mtodo Prtico para Expanso de Nmeros Racionais em Fraes Contnuas
Supondo C
YPJ
' = para algum c e procedendo como na demonstrao do
Teorema (2.1), chegamos a um mtodo prtico para encontrar a representao do
racional
a
b
em frao contnua simples, da seguinte maneira
~
' G
H
$
#
J
A ~ ' G
H
$#
J
* = 3 #
J
3 e1
Porm,
~
' G
H
$
!
#
J
1
Repetindo o mesmo procedimento, obtemos
#
J
' G
J
$
#
-
#
J
A ' G
J
#
J
$#
-
* = w #
-
3 #
J
*
#
J
#
-
' G
-
$
#
K
#
-
A #
J
' G
-
#
-
$#
K
* = w #
K
3 #
-
\ \
#
"h-
#
"hJ
' G
"hJ
$
#
"
#
"hJ
A #
"h-
' G
"hJ
#
"hJ
$#
"
* = w #
"
3 #
"hJ
*
#
"hJ
#
"
' G
"
$
#
"PJ
#
"
A #
"hJ
' G
"
#
"
* #
"PJ
' =
$"
Este o algoritmo das divises sucessivas de Euclides, usado para determinar o
Mximo Divisor Comum entre d e e, que sempre ser igual a C
Y
, e pode ser resumido na
tabela abaixo.
G
H
S G
"h-
G
"hJ
G
"
d e #
J
S #
"hJ
#
"
#
"PJ
=0
Propriedade 2.1 - Existe uma nica representao de
a
b
de forma que y,
H
z ,
J
* S* ,
Y
{*
com G
"
g /.
Demonstrao:
De fato, se G
"
' !* a representao no nica, pois
!
,
Y
'
!
A,
Y
;!B $
!
!
1
Da, y,
H
z ,
J
* S* ,
YhJ
;!*!{ tambm uma expanso de
a
b
.
Do algoritmo de Euclides, temos que G
"
'
2
@fN
2
@
* mas como #
"hJ
> #
"
, temos G
"
> !.
Como G
"
um inteiro positivo segue que G
"
g /. A unicidade da representao decorre
do fato de ser nica a representao para y,
H
z ,
J
* S* ,
Y
{ atravs do algoritmo de
Euclides, com ,
Y
g /1
A partir de agora, nesse trabalho, consideraremos G
"
g / para fraes
contnuas simples finitas y,
H
z ,
J
* S* ,
Y
{.
Propriedade 2.2 - Sejam d > e e
a
b
' y,
H
z ,
J
* S* ,
Y
{. Ento,
b
a
' y=z ,
H
* ,
J
* S* ,
Y
{.
Reciprocamente, se
b
a
' y=z ,
H
* ,
J
* S* ,
Y
{, ento
a
b
' y,
H
z ,
J
* S* ,
Y
{.
Demonstrao:
(B) por hiptese, p>q implica em
b
a
' = $
J
C
D
1
Porm,
a
b
' y,
H
z ,
J
* S* ,
Y
{, logo
e
d
' = $
!
,
H
$
!
,
J
$
!
,
-
$ 0$
!
,
Y
' y=z ,
H
* ,
J
* S* ,
Y
{1
(E) Se, por hiptese,
$$
e
d
' y=z ,
H
* ,
J
* S* ,
Y
{ ' = $
!
,
H
$
!
,
J
$
!
,
-
$0$
!
,
Y
*
ento,
d
e
'
!
e
d
'
!
= $
!
,
H
$
!
,
J
$
!
,
-
$ 0$
!
,
Y
'
!
!
<
' <*
onde
< ' ,
H
$
!
,
J
$
!
,
-
$
!
,
K
$0$
!
,
Y
' y,
H
z ,
J
* S* ,
Y
{*
completando a demonstrao.
2.4 Expanso de nmeros irracionais em fraes contnuas
2.4.1 Expanso de nmeros irracionais em fraes contnuas simples
Para construir uma expanso de um nmero irracional em frao contnua
simples, utilizaremos substituies sucessivas, da forma que descreveremos a seguir.
Sejam < um nmero irracional qualquer e G
H
' F<G. Onde o operador FGG
significa maior inteiro menor que a. Ento x pode ser escrito como
< ' ,
H
$
J
:
N
*
sendo = 3
J
:
N
3 !1
(2.12)
Assim,
<
J
'
!
< ;,
H
> !
um numero irracional.
Da mesma forma, podemos escrever
<
J
' ,
J
$
J
:
Q
sendo G
J
' F<
J
G g !
e = 3
J
:
Q
3 !*
e, obtemos ento
$%
<
-
'
!
<
J
;,
J
> !*
que, tambm um nmero irracional.
Repetindo esse processo, sucessivamente, obtemos as equaes
< ' ,
H
$
!
<
J
* <
J
> !
<
J
' ,
J
$
!
<
-
* <
-
> !* ,
J
g !*
\
<
Y
' ,
Y
$
!
<
YPJ
* <
YPJ
> !* ,
Y
g !*
\
Com ,
H
* ,
J
* S* ,
Y
* S inteiros e <
J
* <
-
* S* <
Y
* S irracionais.
Naturalmente, o processo anterior s terminaria se tivssemos <
Y
' ,
Y
para
algum c, o que impossvel, pois <
Y
um nmero irracional para todo c.
Fazendo substituies dos respectivos <
V
i=1,2,...,n,... na equao (2.12), obtemos uma
frao contnua simples infinita,
< ' ,
H
$
!
<
J
' ,
H
$
!
,
J
$
!
<
-
' ,
H
$
!
,
J
$
!
,
-
$
!
<
K
' ,
H
$
!
,
J
$
!
,
-
$0$
!
,
Y
$ 0
' y,
H
z ,
J
* S{*
que a expanso do nmero irracional x.
Exemplo: Expressar " como uma frao contnua simples.
Como
" ' G
J
$
!
F
J
' ! $
!
F
J
temos
F
J
'
!
" ;!
'
!
A" ; !B
A" $ !B
A" $ !B
'
" $!
/
*
ou seja,
$&
" ' ! $
!
F
J
' ! $
!
" $!
/
1
Da,
" $ !
/
' ! $
!
F
-
*
o que nos fornece,
F
-
'
!
" $!
/
; !
' " $!1
Dessa forma,
" ' ! $
!
F
J
' ! $
!
! $
!
F
-
' ! $
!
! $
!
" $!
*
ou seja,
" $ ! ' F
-
' G
K
$
!
F
K
' / $
!
<
K
Portanto,
F
K
'
!
A" $! ; /B
'
" $!
/
1
Como F
K
' F
J
, conclumos que F
L
ser igual a F
-
e desta forma, continuando com este
processo, iremos obter para a seqncia G
J
* G
-
* G
K
* S os valores 1,1,2,1,2,1,2,... . Logo a
frao contnua infinita representando " ser dada por:
" ' y!*!*/*!*/*!*/* S{
2.4.2 Expanso de H ' I
Quando < ' J, sendo J um nmero natural que no um quadrado perfeito,
podemos, tambm, encontrar a expanses em fraes contnuas, que podem no ser
simples, da seguinte forma:
Encontramos a e b naturais tais que J ' ,
-
$ . e calculamos
$'
J ; , '
KJ ; ,LKJ $,L
KJ $ ,L
'
J ;,
-
J $ ,
'
.
/, $J ; ,
1
Assim, temos que
J ;, '
M
-OPMhO
1 (2.13)
Substitumos, agora, na equao (2.7), o valor de J ; , no seu prprio
denominador, do lado direito da igualdade
KJ ;,L '
.
/, $
.
/, $J ; ,
'
.
/, $
.
/, $
.
/, $ J ;,
1
Fazendo isto, sucessivamente, obtemos
N ' G $
.
/, $
.
/, $
.
/, $ 0
2.5 Estudo da Convergncia
Os convergentes de fraes contnuas simples so:
X
Y
' ,
H
$
!
,
J
$
!
,
-
$ 0$
!
,
Y
'
d
Y
e
Y
* c g =*
seus numeradores e denominadores satisfazem a equaes (2.9).
Consideremos, ento, a frao contnua simples
< ' % $
-
O
P
-
O
P
-
O
P S
1
(2.14)
Teremos ento,
X
H
'
d
H
e
H
'
%
!
' % ' %*
X
J
'
d
J
e
J
' % $
/
(
'
"%
(
' %1/)*
X
-
'
d
-
e
-
'
,
-
d
J
$d
H
,
-
e
J
$e
H
'
( P "% $%
( P ( $!
'
/7&
&)
' %1/%&!)"(*
X
K
'
d
K
e
K
'
,
K
d
-
$ d
J
,
K
e
-
$ e
J
'
( P /7& $"%
( P &) $(
'
//%/
)/(
' %1/%&/!/!*
$(
X
L
'
d
L
e
L
'
,
L
d
K
$ d
-
,
L
e
K
$ e
-
'
( P //%/ $/7&
( P )/( $&)
'
!(/!/
%/(8
' %1/%&/!!/*
X
/
'
d
/
e
/
'
,
/
d
L
$ d
K
,
/
e
L
$e
K
'
( P !(/!/ $ //%/
( P %/(8 $ )/(
'
!%78"(
"%(%=
' %1/%&/!!/1
Sabemos que !( ' %*/%/&%=&S1 Desta forma, a frao contnua (2.14) pode ser
obtida da expanso de !(. E, os convergentes desta frao contnua convergem para
!(.
Antes de demonstrarmos que este resultado vale para qualquer frao contnua
simples infinita, veremos algumas propriedades.
Propriedade 2.3 - Os convergentes de fraes contnuas simples infinitas satisfazem
p
"
;p
"hJ
'
AhJB
@fN
(
@
(
@fN
* < g !* (2.15)
p
"
;p
"h-
'
?
@
AhJB
@fQ
(
@
(
@fQ
* < g /1 (2.16)
Demonstrao: Para c g !, dividimos ambos os membros de (2.10) por
"
"h-
,
obtendo
~
"
"
;
~
"hJ
"hJ
'
A;!B
"hJ
"
"hJ
4
Chegamos em (2.15).
Para mostrar (2.16), tomamos
p
"
; p
"h-
'
~
"
"
;
~
"h-
"h-
'
~
"
"h-
;~
"h-
"
"
"h-
1
Como,
~
"
"h-
;
"
~
"h-
' AG
"
~
"hJ
$ ~
"h-
B
"h-
;AG
"
"hJ
$
"h-
B~
"h-
' G
"
A~
"hJ
"h-
;~
"h-
"hJ
B ' G
"
A;!B
"h-
*
Ento,
p
"
; p
"h-
'
G
"
A;!B
"h-
"
"h-
1
Teorema 2.4 - Os convergentes de ordem par, X
-Y
, de uma frao contnua simples
infinita formam uma seqncia numrica crescente, enquanto que os convergentes de
ordem impar, X
-YPJ
* formam uma seqncia decrescente e todo convergente de ordem
par menor do que qualquer convergente de ordem impar. Alm disso, cada
$)
convergente X
Y
* c g / * esta entre os convergentes X
YhJ
e X
Yh-
1 Os termos da
seqncia WX
Y
Z satisfazem
X
H
3 X
-
3 X
L
3 0 3 X
-Y
3 0 3 X
-YPJ
3 0X
/
3 X
K
3 X
J
1 (2.17)
Demonstrao: Como G
"
> =, para c g ! e
"
> =, para c g =, ento, de (2.16), temos
p
-"
; p
-"h-
'
?
Q@
AhJB
Q@fQ
(
Q@
(
Q@fQ
> = B p
-"h-
3 p
-"
* (2.18)
p
-"PJ
;p
-"hJ
'
?
Q@oN
AhJB
Q@fN
(
Q@oN
(
Q@fN
3 = B p
-"PJ
3 p
-"hJ
* (2.19)
e, de (2.15), temos
p
-"
; p
-"hJ
'
AhJB
Q@fN
(
Q@
(
Q@fN
3 = B p
-"
3 p
-"hJ
(2.20)
p
-"PJ
;p
-"
'
AhJB
Q
@
(
Q@oN
(
Q@
> = B p
-"
3 p
-"PJ
1 (2.21)
De (2.18) e (2.19) podemos concluir, respectivamente, que WX
-Y
Z uma sequncia
crescente e que WX
-YPJ
Z uma sequncia decrescente. De (2.18), (2.19) e (2.120)
podemos escrever
X
-Yh-
3 X
-Y
3 X
-YPJ
3 X
-YhJ
1 (2.22)
Portanto, X
Y
, esta entre p
"hJ
e p
"h-
.
Em (2.22), fazendo
n=1, teremos X
H
3 X
-
3 X
K
3 X
J
.
n=2, X
-
3 X
L
3 X
/
3 X
K
1 Portanto X
H
3 X
-
3 X
L
3 X
/
3 X
K
3 X
J
1
n=3, X
L
3 X
*
3 X
Q
3 X
/
. Logo, X
H
3 X
-
3 X
L
3 X
*
3 X
Q
3 X
/
3 X
K
3 X
J
1
Procedendo da mesma forma, obtemos
X
H
3 X
-
3 0 3 X
-Yh-
3 X
-Y
3 0 3 X
-YPJ
3 X
-YhJ
3 0X
K
3 X
J
*
concluindo a demonstrao.
Teorema 2.5 - Toda frao contnua simples infinita convergente e seu limite, L,
dado por
R ' S67
Y_T
X
-Y
' S67
Y_T
X
-YPJ
1
Demonstrao: Suponhamos que WX
-Y
Z uma seqncia crescente e que WX
-YPJ
Z uma
seqncia decrescente. De (2.17), podemos, ainda, notar que
X
-Y
_ R
U
* pois WX
-Y
Z limitada superiormente por D
J
$*
e
X
-YPJ
_ R
V
, pois WX
-YPJ
Z limitada inferiormente por D
H
.
Mostremos que R
W
' R
X
1 Sabemos que X
-Y
; X
-YhJ
'
hJ
(
Q@
(
Q@fN
1 Assim,
X
-Y
; X
-YhJ
_ =, pois os valores
"
so inteiros, positivos e
"PJ
3
"
, uma vez que
"PJ
' G
"PJ
"
$
"hJ
$ Y1 Logo,
S67
"_T
A X
-Y
;X
-YhJ
B ' =*
ou seja, R
V
; R
U
' =1 Portanto, R
V
' R
U
* o que demonstra o teorema.
Teorema 2.6 - A sequncia dos convergentes {X
Y
B
Y[H
T
converge para um nmero
irracional.
Demonstrao: Suponhamos S67
"_H
p
"
' > '
'
(
* p,q $ %1 Logo,
S67
"_T
~
-"
-"
'
~
9 S67
"_T
~
-"PJ
-"PJ
'
~
1
O Teorema 2.4 diz que
~
-"
-"
3
~
3
~
-"PJ
-"PJ
1
Da,
~
-"PJ
-"PJ
;
~
> = B
~
-"PJ
; ~
-"PJ
-"PJ
> =1
Como, ~
-"PJ
;~
-"PJ
Z% e
'
Q@oN
(
Q@oN
i
'
(
1 Logo, ~
-"PJ
; ~
-"PJ
g !1 Dividindo ambos
os lados por
-"PJ
, obtemos
~
-"PJ
; ~
-"PJ
-"PJ
g
!
-"PJ
*
ou seja,
'
Q@oN
(
Q@oN
;
'
(
g
J
(
Q@oN
(
1 Mas,
~
-"PJ
-"PJ
;
~
3
~
-"PJ
-"PJ
;
~
-"
-"
' p
-"PJ
; p
-"
'
!
-"PJ
-"
*
ou seja,
J
(
Q@oN
(
3
J
(
Q@oN
(
Q@
1
Portanto,
-"
3 e para todo c g !1 Contradio, pois W[e
Y
Z uma seqncia
crescente.
$
Definio 2.5 - Considere a frao contnua < ' y,
H
z ,
J
* S* ,
Y
* S{1 Definimos como
cauda de ordem n da frao contnua x a frao contnua
<
Y
' y,
Y
z ,
YPJ
* ,
YP-
* S{ (2.23)
fcil verificar que < ' y,
H
z ,
J
* S* ,
YhJ
* S{ e F
"
' G
"
$
J
\
@oN
1 Logo, G
"
3 F
"
3 G
"
$
! e
< '
<
Y
d
YhJ
$d
Yh-
<
Y
e
YhJ
$e
Yh-
1
Podemos, agora, demonstrar o importante resultado a seguir.
Teorema 2.7 - Se um nmero irracional positivo x expandido em uma frao contnua
simples infinita y,
H
z ,
J
* ,
-
* S{* ento
>U^
Y_T
X
Y
' <*
onde WX
Y
Z a seqncia dos convergentes da frao contnua y,
H
z ,
J
* ,
-
* S{1
Demonstrao: Tomando
< ' ,
H
$
!
,
J
$
!
,
-
$0$
!
,
YhJ
$
!
,
Y
$0
1
teremos,
< ' ,
H
$
!
,
J
$
!
,
-
$0$
!
,
YhJ
$
!
<
Y
*
onde <
Y
a cauda definida por (2.23).
Como <
YPJ
> ,
YPJ
B
]
^
_
<
Y
' ,
Y
$
J
:
]oN
3 ,
Y
$
J
O
]oN
*
,
Y
3 <
Y
3 ,
Y
$
J
O
]oN
*
ou,
!
G
"
>
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F
"
>
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G
"
$
!
G
"PJ
1
temos, ento,
%#
p
H
' G
H
3 F
H
3 G
H
$
J
?
N
' p
J
B p
H
3 < 3 p
J
1
p
J
' G
H
$
J
?
N
> < ' G
H
$
J
\
N
> G
H
$
J
?
N
P
N
`
Q
' p
-
B p
-
3 < 3 p
J
1
< ' G
H
$
J
?
Q
P
N
`
R
3 G
H
$
J
?
N
P
N
`
Q
o
N
`
R
B F 3 p
K
1 Portanto, p
-
3 < 3 p
K
1
Continuando desta forma, conclumos que
p
-"
3 < 3 p
-"PJ
* < ' =*!*/* S 1
Pelo Teorema 2.3,
S67
"_T
X
-Y
' S67
"_T
X
-YPJ
' R B R ' <1
Assim, os resultados anteriores nos garantem que o limite dos convergentes da frao
contnua (2.14) !(, isto , S67
"_T
X
Y
' !(1
Teorema 2.8 - Seja x um irracional qualquer e WX
Y
Z a sequncia dos convergentes da
frao contnua simples associada a x. Ento,
a< ; X
l
a 3 a< ; X
lhJ
a* k g !1
Demonstrao: Tomemos < ' y,
H
z ,
J
* S* ,
l
* ,
lPJ
{, onde F
qPJ
' yG
qPJ
z G
qP-
* S{1
Sabemos que
< '
<
lPJ
d
l
$d
lhJ
<
lPJ
e
l
$e
lhJ
1
Da, obtemos
<A<
lPJ
e
l
$<
lPJ
B ' <
lPJ
d
l
$d
lhJ
*
que, para k g !, pode ser escrita como
<
lPJ
A<e
l
;d
l
B ' ;e
lhJ
bF ;
d
lhJ
e
lhJ
c1
Dividindo-se a ltima equao por <
lPJ
e
l
e calculando-se o valor absoluto, obtemos
d< ;
d
l
e
l
d 3 d;
e
lhJ
<
lPJ
e
l
d d< ;
d
lhJ
e
lhJ
d1
Como <
lPJ
> ! para k g ! e, alm disso, e
lPJ
> e
lhJ
> =, segue que
= 3
e
lhJ
<
lPJ
e
l
3 !1
Assim,
%"
d< ;
d
l
e
l
d 3 d< ;
d
lhJ
e
lhJ
d * e g !*
o que mostra o resultado.
Teorema 2.9 - seja x um irracional qualquer e WX
Y
Z a seqncia dos convergentes da
frao contnua simples associada a x. Ento,
J
-b
n
b
noN
3 a< ; X
l
a 3
J
b
n
b
noN
3
J
b
n
Q
* k g !1 (2.24)
Demonstrao: Temos que
X
lPJh
X
l
'
A;!B
l
e
lPJ
e
l
* k g !
e, portanto,
aX
lPJ
;X
l
a '
J
b
noN
b
n
* k g !1 (2.25)
Logo, pelo teorema anterior, segue que
a< ; X
l
a ' a< ;X
lPJ
X
lPJ
;X
l
a g aX
lPJ
;X
l
a ; a< ;X
lPJ
a > aX
lPJ
;X
l
a ;
a< ; X
l
a '
J
b
noN
b
n
;a< ;X
l
a1 (2.26)
Como, do Teorema 2.2 e de (2.25), X
l
3 < 3 X
lPJ
ou X
lPJ
3 < 3 X
l
* segue,
imediatamente, que a< ; X
l
a 3 aX
lPJ
;X
l
a '
J
b
noN
b
n
.
Portanto, da ltima desigualdade acima e de (2.26), obtemos
!
/e
l
e
lPJ
3 d< ;
d
l
e
l
d 3
!
qPJ
3
!
e
l
-
*
pois e
lPJ
> e
l
1
A seguir daremos um resultado sobre convergncia de fraes contnuas de um tipo
especial, ou seja, da forma
! ;
f
J
! ;
f
-
! ;
f
K
! ;
f
L
! ; S
*
onde f
Y
' A! ; @
YhJ
B@
Y
* = w @
H
3 ! e = 3 @
Y
3 !* c g !1 Para isso, mostraremos,
primeiramente, dois lemas.
Lema 2.1 - Seja ^
H
' =* ento, o n-simo denominador parcial da frao contnua
! ;
!
! ;
A! ;^
H
B^
J
! ;
A! ;^
J
B^
-
! ;
A! ; ^
-
B^
K
! ; 0
%$
e
Y
' A! ;^
H
BA! ;^
J
B 0A! ;^
YhJ
B* c g !1 (2.27)
Demonstrao: Usando as frmulas de Wallis (2.4) e sabendo que ^
H
' =* obtemos
e
MPJ
' e
M
; A! ; ^
MhJ
B^
MbMhJ
' A! ;^
H
BA! ; ^
J
B 0A! ;^
MhJ
BA! ; ^
M
B1
Assim, (2.27) vale para c w J1 Como g
J
' ! ' ! ; ^
H
ento, pelo principio de
induo finita, (2.27) vale.
Lema 2.2 - Seja ,
Y
' A! ;^
YhJ
B^
Y
* onde ^
H
' =* = 3 ^
H
3 ! d,C, c g !1 Ento, a
frao contnua
! ;
h
J
! ;
i
-
! ;
i
K
! ;
i
L
! ; S
converge para A! ; RB
hJ
* onde
R ' j
^
J
^
-
0^
Y
A! ;^
J
BA! ; ^
-
B 0A! ;^
Y
B
1
T
Y[J
Demonstrao: seja d
Y
e
Y
j o n-simo convergente da frao contnua dada e seja
d
YPJ
m
e
YPJ
m
' ! ;
!
d
Y
e
Y
' ! ;
!
! ;
h
J
! ;
i
-
! ; S ;
,
Y
!
1
Pelo Lema 2.1, e
YPJ
m
' A! ;^
H
BA! ;^
-
B 0A! ;^
Y
B > = e, assim, usando (2.6),
obtemos
d
YPJ
m
e
YPJ
m
' ! ; j
i
H
i
J
0i
l
e
l
m
e
lPJ
m
A,
H
' !B
Y
l[H
' ;j
i
J
i
-
0i
l
A! ; ^
H
B
-
A! ; ^
J
B
-
0A! ; ^
lhJ
B
-
A! ;^
l
B
Y
l[J
' ;j
^
J
^
-
0^
l
A! ;^
J
BA! ;^
-
B 0A! ;^
l
B
Y
l[J
1
Portanto,
S67
"_T
d
Y
e
Y
' S67
"_T
!
! ;
d
"PJ
m
e
YPJ
m
'
!
! $k
1
%%
Teorema 2.10 - Seja f
Y
' A! ; @
YhJ
B@
Y
* onde = w @
H
3 ! 9 = 3 @
Y
3 !* para c g !1
Ento,
! ;
l
N
J
h
l
Q
J
h
l
R
J
h 0
' @
H
$
Jhm
0
JPn
* (2.28)
onde
o ' j
@
J
@
-
0@
Y
A! ;@
J
BA! ;@
-
B 0A! ; @
Y
B
1
T
Y[J
Demonstrao: O caso @
H
' = dado pelo Lema 2.2. Considerando, ento, @
H
> =1 Seja
X
Y
o n-simo convergente de (2.28) e seja X
Y
m
o n-simo convergente da frao contnua
! ;
@
H
! ;
f
J
! ;
f
-
! ; 0
1
De acordo com o Lema 2.2, WX
Y
m
Z converge para @
H
A! $ ! ` j B* onde
p ' j
@
J
@
-
0@
YhJ
A! ;@
J
BA! ; @
-
B 0A! ;@
YhJ
B
'
@
H
! ;@
H
b! $
!
`
c1
T
"[J
Como X
YPJ
m
' ! ;@
H
X
Y
j , segue que WX
Y
Z converge para @
H
A! $! p j B*o que demonstra
(2.28).
2.6 Fraes contnuas peridicas
Quando a seqncia dos valores ,
V
apresenta repetio, ou seja, algum
perodo, como no exemplo de ", a frao contnua simples chamada de frao
contnua peridica e pode ser denotada por
y,
H
z ,
J
* ,
-
* S* ,
lhJ
* ,
l
* ,
lPJ
* S* ,
lPYhJ
qqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqq{*
onde ,
lPY
' ,
l
e os valores ,
l
* ,
lPJ
* S* ,
lPJhJ
formam o perodo que se repete.
A frao contnua
y,
H
z ,
J
* ,
-
* S* ,
YhJ
qqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqq{
chamada frao contnua puramente peridica.
Chamamos irracional quadrtico um nmero irracional x que raiz da
equao quadrtica ,<
-
.< $ D ' =* onde a,b,c so inteiros e .
-
;%,D > = no um
quadrado perfeito.
Demonstraremos agora, dois resultados importantes sobre fraes contnuas
peridicas e nmeros irracionais quadrticos, que so os teoremas de Euler e Lagrange.
%&
Teorema 2.11 - Se x uma frao contnua peridica, isto , se
< ' y,
H
z ,
J
* ,
-
* S* ,
lhJ
* ,
l
* ,
lPJ
* S* ,
lPYhJ
qqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqqq{*
ento x um nmero irracional quadrtico.
Demonstrao: Primeiro, seja < ' y,
H
z ,
J
* S* ,
lhJ
* <
l
{* onde <
l
' y,
l
z ,
lPJ
* S{.
Logo
<
l
' y,
l
z ,
lPJ
* S* ,
lPYhJ
* <
l
{
e, ento,
<
l
'
<
l
dr $ds
<
l
er $et
1
Isto ,
er<
l
-
$Aet ;drB<
l
; ds ' =* (2.29)
sendo
'u
(u
e
'v
(v
os dois ltimos convergentes de y,
l
* ,
lPJ
* S* ,
lPYhJ
{1 Mas,
< '
<
l
d
lhJ
d
lh-
<
l
e
lhJ
e
lh-
e, assim,
<
l
'
d
lh-
;e
lh-
<
e
lhJ
< ;d
lhJ
1
Substituindo <
l
dado em (2.29) e simplificando, obtemos
,<
-
$ .< $ D ' =*
com
, ' ere
lh-
-
;Aet ; erBe
lh-
e
lhJ
;ds e
lhJ
-
*
. ' /Ads d
lhJ
e
lhJ
; erd
lh-
e
lh-
B $ Aet ;drBAe
lh-
e
lhJ
$e
lh-
d
lhJ
B*
D ' erd
lh-
-
;Aet ; drBd
lh-
d
lhJ
; ds d
lhJ
-
E, portanto, a, b e c so nmeros inteiros. Como x irracional, ento .
-
;%,D > =,
completando a demonstrao.
%'
Teorema 2.12 - A frao contnua que representa um irracional quadrtico x
peridica.
Demonstrao: Sabemos que um nmero quadrtico irracional satisfaz a uma equao
quadrtica com coeficientes inteiros, que pode ser escrita como
,<
-
$ .< $ D ' = (2.30)
Se < ' y,
H
z ,
J
* ,
-
* S* <
l
* S{* tomando-se <
l
' y,
l
z ,
lPJ
* S{* ento
< ' y,
H
z ,
J
* S* ,
lhJ
* <
l
{1 Alm disso,
< '
<
l
d
lhJ
$d
lh-
<
l
e
lhJ
;e
lh-
1
Substituindo-se o valor acima em (2.30), obtemos
w
l
<
l
-
$x
l
<
l
$y
l
' =* (2.31)
onde
w
l
' ,d
lhJ
-
$.d
lhJ
e
lhJ
$ De
lhJ
-
*
x
l
' /,d
lhJ
d
lh-
$ .Ad
lhJ
e
lh-
$ d
lh-
e
lhJ
B $/De
lhJ
e
lh-
* (2.32)
y
l
' ,d
lh-
-
$ .d
lh-
e
lh-
$De
lh-
-
1
Se w
l
' =* isto , ,~
qhJ
-
$ .d
lhJ
e
lhJ
$De
lhJ
-
' =* obtemos
d
lhJ
'
;.e
lhJ
!+A.
-
; %,DBe
lhJ
-
/,
*
isto ,
d
lhJ
'
;. ! .
-
;%,D
/,
e
lhJ
1
Logo,
hM!M
Q
hLOz
-O
'
a
nfN
b
nfN
1 Ento, a equao (2.30) tem um nmero racional
a
nfN
b
nfN
como
raiz, o que impossvel, pois x irracional. Portanto, w
l
i = e a equao quadrtica
{
l
|
-
$ x
l
| $y
l
' =*
tem <
l
como uma de suas razes.
De (2.32) e da Frmula do Determinante, obtemos
x
l
-
;%w
l
y
l
' y/,d
lhJ
d
lh-
$.Ad
lhJ
e
lh-
$d
lh-
e
lhJ
B $/De
lhJ
e
lh-
{
-
; %A,d
lhJ
-
$.d
lhJ
e
lhJ
$ De
lhJ
-
BA,d
lh-
-
$ .d
lh-
e
lh-
$ De
lh-
-
B
' A.
-
; %,DBAd
lhJ
e
lh-
; d
lh-
e
lhJ
B
-
(2.33)
%(
' .
-
;%,D1
Pelo Teorema 2.7, temos que <e
lhJ
;d
lhJ
> ;
J
b
n
1 Logo, existe um nmero }
qhJ
* com
a}
qhJ
a 3 !* tal que
d
lhJ
' <e
lhJ
$
~
lhJ
e
lhJ
1
Portanto, da equao acima e de (2.30), obtemos
w
l
' , b<e
lhJ
$
~
lhJ
e
lhJ
c
-
$.e
lhJ
b<e
lhJ
$
~
lhJ
e
lhJ
c $ De
lhJ
-
' A,<
-
$.< $ DBe
lhJ
-
$ /,<~
lhJ
$,
~
lhJ
-
e
lhJ
-
$ .~
lhJ
' /,<~
lhJ
$,
~
lhJ
-
e
lhJ
-
$ .~
lhJ
1
Mas, como y
l
' w
lhJ
* temos que
ax
l
a 3 /a,<a $a,a $a.a1
De (2.33), obtemos
x
l
-
w ,aw
l
y
l
a $a.
-
; %,Da
3 %A/a,<a $ a.a $ aDaB
-
$a.
-
; %,Da1
Observemos que os valores absolutos de w
l
* x
l
* e y
l
so menores do que nmeros que
no dependem de k. Como w
l
* x
l
* e y
l
so nmeros inteiros, existe apenas um nmero
finito de triplas (w
l
* x
l
* y
l
B diferentes entre si. Logo, podemos encontrar uma tripla
(D,E,F) que ocorre pelo menos 3 vezes, digamos Kw
l
N
* x
l
N
* y
l
N
L* Kw
l
Q
* x
l
Q
* y
l
Q
L e
Kw
l
R
* x
l
R
* y
l
R
L1 Portanto, de (2.8), <
l
N
* <
l
Q
e <
l
R
so razes de
w|
-
$ x| $y ' =1
Desta forma, notamos que duas delas so iguais, por exemplo, <
l
N
e <
l
Q
. Ento,
,
l
Q
' ,
l
N
* ,
l
Q
PJ
' ,
l
N
PJ
* ,
l
Q
P-
' ,
l
N
P-
* S
e a frao contnua peridica.
%)
CAPTULO 3
APLICAES DE FRAES CONTNUAS
A teoria de fraes contnuas tem vasta aplicao na resoluo de problemas e
em descobertas na Matemtica. Abaixo relataremos alguns problemas utilizando a
aplicao desta teoria.
3.1 Aplicaes na Fsica
Vejamos uma aplicao das fraes contnuas em um problema de fsica.
Considere o circuito eltrico misto de resistncias R=1. Lembrando que, se
J
e
-
so
resistncias em srie ento a resistncia equivalente
'
J
$
-
e se
J
e
-
so
resistncias em paralelo ento
J
!
"
'
J
!
N
$
J
!
Q
* queremos calcular a resistncia equivalente
do circuito para um nmero extremamente grande de linhas. Seja
Y
a resistncia
equivalente do circuito esquerda da Linha n. Depois de alguns clculos, por induo,
teremos que
Y
' / $
!
! $
YhJ
1
Logo, fazendo n tender ao infinito, a resistncia equivalente do circuito se
aproximar da frao contnua simples dada por [2;1,2,1,2,1,...]. tal frao contnua tem
a seqncia de seus convergentes tendendo a ! $ "1 Portanto, a resistncia equivalente
do circuito ser aproximadamente ! $ " (LEMES e SALOMO, 2006 p.1 3).
Outra aplicao que podemos citar o caso em que um fabricante de relgios
precisava produzir dois tipos de rodas dentadas na razo /# !1 O problema trazia a
informao de que era impraticvel que estas rodas tivessem mais de 20 dentes, o
mesmo pede que se encontre algumas possibilidades para os nmeros de rodas que iro
aproximar a razo desejada, utilizando as aproximaes dadas pelos convergentes
consecutivos de uma frao contnua simples.
A resoluo se d da seguinte forma: A relao de transmisso, da coroa
(engrenagem maior) para o pinho (engrenagem menor, pode ser representada por
:
$
' /, onde x representa o nmero de dentes da coroa e y representa o nmero de
dentes do pinho, com x e y inteiros positivos.
Para representar a raiz na forma de fraes contnuas, a primeira soluo que
encaminhamos o procedimento aritmtico. Este consiste em escrever,
seqencialmente, os convergentes at se obter uma frao que responda a questo, ou
seja, que respeite a condio de contorno dada pelo limite de 20 dentes, para a
engrenagem maior (coroa).
:
H
' / ' !*%!%/!"& ' ! (1 convergente)
%*
:
J
' / ' !*%!%/!"& ' ! $=*%!%/!"& ' ! $
!
/*%!%/!"&
% ! $
!
/
'
"
/
A/& D?c'9C@9cE9B
:
-
' ! $=*%!%/!"& ' ! $
!
/*%!%/!"&
' ! $
!
/ $ =*%!%/!"&
' ! $
!
/ $
!
/*%!%/!""
% ! $
!
/ $
!
/
'
7
)
A"& D?c'9C@9cE9B
:
K
' ! $
!
/ $
!
/*%!%/!""
' ! $
!
/ $
!
/ $ =*%!%/!""
' ! $
!
/ $
!
/ $
!
/*%!%/!)!
% ! $
!
/ $
!
/ $
!
/
% ! $
!
/ $
!
)
/
' ! $
!
!/
)
'
!7
!/
A%& D?c'9C@9cE9B
Desta forma o 4 convergente nos revela que o n de dentes da coroa seria 17 e do
pinho 12, com aproximao dada por: !7 !/ j ' !*%!&&&&7, o que proporciona uma
aproximao correta at a ordem das centenas, que para um par de engrenagens usuais
satisfatria (POMMER, 2009 p. 3 4).
3.2 Aplicaes em Astronomia
Outro ramo que utiliza aplicaes de fraes contnuas a astronomia. Vejamos
o problema abaixo com sua resoluo dada em fraes contnuas.
Pommer (2009, p. 11 12 ) traz que, no ano trpico, aquele que marca as
estaes, tem a durao mdia de 1 ano= 365 dias 5 horas 48 minutos e 46 segundos =
365,242199 dias. O calendrio Juliano, estabelecido em 45 a. C., considera a
aproximao de 1 ano = 365 dias 6 horas = 365,25 dias, ou seja, tinha uma diferena de
cerca de 11 minutos. Esta diferena de 11 minutos, em cem anos, causava um desvio
de:
(
!! 76<!% ) _ ! ,c?
< _ !== ,c?)
* _ < ' &7%== ) ' !!/"*"""" ^Uc ' !!/" ^Uc /=)
' !(+%"76</=)1
Esta aproximao tinha um problema: as estaes reais havia retrocedido treze dias em
relao ao calendrio Juliano. Em 1582, o papa Gregrio III convocou matemticos e
astrnomos para resolver este problema. Desde 45 a.C. at 1582, se passaram 1627
anos, sendo o desvio acumulado desde ento:
(
!( + %" ^Uc /=) _ !== ,c?)
< _ !&/7 ,c?)
* _ < ' !=8&)8( ) ' !(/7&^Uc "() '
"=% + "&^Uc "() ' !/ {U,) !& + "& ^Uc "( )
Para tal, principiou- se em se calcular o desvio proporcionado para um dia. Se
em 1 ano o desvio de 11 min 14 s (674 s), ento 1 dia= 24 h = 1440 min = 86400 s
%
proporciona um desvio dado por : 86400 s :674 s = 128,19 anos. Assim ocorre um
desvio de 128 anos para cada dia, ou ainda, de cerca de 3 dias em cada 400 anos.
Este encaminhamento proporcionou uma pequena alterao na intercalao de
trs anos de 365 e um ano de 366 dias do calendrio Juliano. Para retirar estes trs dias,
a regra foi introduzir o ano bissexto, que era aquele dado pela seguinte regra: os anos
mltiplos de 100 deixariam de ser bissextos, exceto pelos mltiplos de 400.
Enquanto a durao media do ano Juliano era de 365 dias 6h, com a retirada de
trs dias do calendrio gregoriano, o valor passou a ser 365
)Q
LHH
dias = 365,242500 dias 5
horas 49 min 12 s., o que ainda causa uma diferena de cerca de 26 segundos do valor
real.
A durao media de 1 ano= 365 dias 5 horas 48 min 46 s = 365,242199 dias.
A frao
/ , LO -." L* /
J 0.?
'
-H)-*
O*LHH
'
JHL*K
LK-HH
1
A frao contnua correspondente a 1 ano = 365 dias 5 horas 48 min 46 s =
[365;4,7,1,3,5,64].
O 1 convergente 365 dias.
O 2 convergente dado por: 365
J
L
;6G9, prpria do calendrio Juliano.
O 3 convergente dado por: 365
J
LP
N
.
' "&)
Q
-)
;6G9* ou seja, 7 anos bissextos a cada 29
anos.
O 4 convergente dado por: "&)
J
LP
N
.o
N
N
' "&)
O
KK
;6G9* ou seja, 8 anos bissextos a cada
33 anos.
O 5 convergente dado por: "&)
J
LP
N
.o
N
No
N
R
' "&)
KJ
J-O
;6G9* 21 anos bissextos a cada 128
anos.
(
"! ,c?) .U))9<E?) _ !/( ,c?) {? D,>9c{1CU?
< _ %== ,c?) {? D,>9c{,CU?
* _ < ' 8&*(7)
% 87 ,c?) .U))9<E?)1
Segundo Beskin (1987), isto uma incrvel coincidncia, levando se em considerao
que na poca do para Gregoriano III as fraes contnuas no era um assunto
estabelecido.
3.3 Expanso de Nmeros Racionais e Irracionais
Mostraremos agora, com intuito de exemplificar, alguns nmeros racionais em
forma de fraes contnuas:
&#
Expressemos o nmero racional
//
K-
:
))
"/
' ! $
/"
"/
' ! $
!
"/
/"
' ! $
!
! $
8
/"
' ! $
!
! $
!
/"
8
' ! $
!
! $
!
/ $
)
8
' ! $
!
! $
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!
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' ! $
!
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!
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!
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!
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!
! $
!
)
%
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!
! $
!
/ $
!
! $
!
! $
!
%
1
Tambm expressemos o nmero racional
KH
JJ
#
"=
!!
' / $
(
!!
' / $
!
!!
(
' / $
!
! $
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"
' / $
!
! $
!
/ $
!
"
/
' / $
!
! $
!
/ $
!
! $
!
/
1
Agora, expressemos, a ttulo de exemplificao alguns nmeros irracionais em
forma de fraes contnuas:
Vamos obter a expanso de 71
,
J
' 475 ' /
<
J
'
!
7 ; /
'
7 $ /
"
,
-
' 6
7 $ /
"
7 ' !
<
-
'
!
7 $ /
"
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'
7 $!
/
,
K
' 6
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/
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K
'
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/
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,
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'
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' 47 $/5 ' %
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'
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"
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-
* ,
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* ,
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' ,
L
* ,
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' ,
/
* S . Logo,
7 ' y/*!*!*!*)*!*!*!*)* S{ ' 8/* !*!*!*)
qqqqqqqqq
91
Que a expresso em forma de frao contnua:
7 ' y/*!*!*!*)*!*!*!*)* S{ ' 8/* !*!*!*)
qqqqqqqqq
9 ' / $
!
! $
!
! $
!
! $
!
) $
!
3
Abaixo a expanso do : em forma de frao contnua:
: % "*!%!)8/&)%: % " $ =*!%!)8/&)% % " $
!
7*=&/)!"/()
% " $
!
7 $
!
!)*88&)887&
% " $
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% " $
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7 $
!
!) $
!
! $
!
/8"*=8&(8%
; 5 % y"*7*!)*!*/8"{
&$
CAPTULO 4
CONCLUSES
Este trabalho de concluso de curso apresentou de forma bem simplificada a
teoria bsica de fraes contnuas.
A representao de um nmero em frao contnua pode ajudar na aproximao
de nmeros racionais clssicos como $ e o nmero de Euler (e), pois so nmeros que
sempre causam dvidas de quantas casas decimais devem ser usadas em determinadas
aplicaes.
As fraes contnuas encontram aplicaes em vrias cincias, como pode ser
visto no Captulo 3. Por serem aplicadas na fsica, elas podem ser estendidas s vrias
engenharias: eltrica, mecnica, civil, astronmica, etc. Mas, basicamente, todas as
aplicaes remetem expanso de um nmero racional ou irracional em frao
contnua.
Com esse trabalho esperamos facilitar os estudos daqueles que se interessarem
por fraes contnuas, pois procuramos mostrar o assunto com vrios exemplos. Com
isso, pretendemos chamar a ateno, principalmente de professores do ensino mdio,
onde o assunto praticamente desconhecido, para que trabalhem o mesmo junto aos
seus alunos.
&%
RERERNCIAS BIBLIOGRFICAS
LIMA, M. A. F. Fraes contnuas que correspondem a sries de potencias em dois
pontos. So Jose do Rio Preto: Universidade Estadual Paulista, 2010. p. 3 7.
( Dissertao de mestrado).
ANDRADE, E. X. L.; BRACCIALI, C. F. Fraes continuas: propriedades e
aplicaes. So Carlos: Ed. SBMAC, 2005. P. 2 33.
LEMES, L. C.; SALOMO, L. A. D. Por que fraes contnuas. Uberlndia:
Universidade Federal de Uberlndia, 2006. p. 1 3. ( Trabalho de iniciao cientifica).
POMMER, W. M. Fraes contnuas no ensino mdio? So Paulo: FEUSP, 2009. p.
3 4; 11 12. (Seminrio de Ensino de Matemtica).
SANTOS, J. P. de O. Introduo Teoria dos Nmeros. Rio de Janeiro: Impa, 2006. p.
(139 156).