Winnicott Clinica Psicoses
Winnicott Clinica Psicoses
Winnicott Clinica Psicoses
Resumo
A importncia da obra de Winnicott para a psicanlise vem sendo reafirmada nos ltimos anos,
junto ao seu interesse crescente para o campo das psicoses. O propsito do presente estudo
apresentar as bases tericas dessa que uma das abordagens mais fecundas para a
compreenso do fenmeno psquico, no apenas em condies patolgicas, como em
condies normais de desenvolvimento. Trata-se de um arcabouo conceitual que nos permite
pensar a problemtica resultante das organizaes no edipianas do aparelho psquico, cujas
incidncias na clnica contempornea so cada vez mais freqentes. Enfoca-se, sobretudo, a
gnese da organizao psictica, em suas relaes com a constituio do mundo interno e o
papel estruturante do objeto e da experincia ilusria no desenvolvimento psquico.
Palavras-chave: Psicanlise; abordagem winnicottiana; objeto transicional; realidade psquica;
psicoses.
The constitution of the psychic world in winnicotts conception: A contribution to the
clinical treatment of psychosis
Abstract
Over the last few years, the importance of Winnicotts work for psychoanalysis has been
reaffirmed together with its growing interest to the field of psychosis. The purpose of the
present study was to present the theoretical basis of this approach, which is one of the most
fecund for the understanding of the psychic phenomenon, not only in pathological conditions
but also in normal developmental conditions. This is a conceptual framework that allows us to
reflect about problems resulting from non-oedipal organization of the psychic apparatus, which
incidence in contemporary clinical practice is increasingly frequent. Major emphasis is placed
on the genesis of psychotic organization, on its relations to the constitution of the inner world
and the structuring role played by the object, and the illusory experience in the psychic
development of the human being.
Keywords: Psychoanalysis, winnicottian approach; transitional object; psychic reality;
psychosis.
medida que se reitera a experincia de uma adaptao no suficientemente boa, comea a ser
produzida uma distoro psictica da organizao meio ambiente-indivduo. As relaes com
os objetos produzem, sucessivamente, a perda do sentido de integridade do self, de modo que,
para recuper-lo, o indivduo obrigado a recorrer cada vez mais ao retorno ao isolamento
primrio. Essa operao vai adquirindo um carter crescente de organizao defensiva como
repdio invaso ambiental. O self pode ser esmagado no espao da realidade que ele nunca
alcana e da subjetividade que carece de sentido.
O fracasso ambiental nesse ponto do desenvolvimento acirra o potencial paranide. O beb se
v obrigado a se defender de intensas ansiedades paranides, e para tanto organiza defesas
igualmente vigorosas. Alm disso, recolhe-se para seu prprio mundo interno (introverso
patolgica), um mundo que ainda no est bem organizado. Para se livrar da perseguio do
ambiente, deixa de adquirir o status de unidade, "renunciando" ao compromisso de crescer e
conquistar sua prpria autonomia.
Essa a verso pessoal que Winnicott (1952/1978) d para o conceito de posio
esquizoparanide descrito por Klein (1946/1982). Nela introduz, contudo, uma diferena
fundamental em relao ao pensamento kleiniano, que ele no deixa de acentuar: o fracasso
ambiental nos primrdios do desenvolvimento que leva edificao dessa organizao
defensiva, e no um suposto impulso de auto-aniquilamento, um sadismo destrutivo inato ou
qualquer tendncia que possa ser atribuda hereditariedade (loparic, 1996). Nesse ponto,
podemos detectar a dissenso de Winnicott (1945/1978; 1952/1978) em relao importncia
que Klein (1946/1982; 1957/1974) atribui herana filogentica, aos precursores do dio e aos
prenncios da inveja, como constituintes da matriz de impulsos, defesas e ansiedades
primitivas. Segundo Loparic (1996), para Winnicott esses fenmenos no tm razes em
profundezas ocenicas, nem so to inevitveis assim na histria dos seres humanos.
Parafrasendo a famosa frase atribuda ao poeta francs Paul Valry, tambm para Winnicott "o
mais profundo a pele".
mais elementares do existir humano, segundo Loparic (1996), Winnicott rejeita a idia do
conflito edpico como motor do desenvolvimento psquico e fonte precoce das neuroses. O que
move o beb, segundo ele, o prprio fato de estar vivo. O beb no deseja incorporar a me, e
muito menos castrar o pai (Winnicott, 1987/1990). Tudo o que ele anseia a presena
reasseguradora da me, que lhe inspire uma confiana bsica em si mesmo e no mundo.
Somente quando o seu contato com a me-ambiente for satisfatrio, o beb poder adquirir a
capacidade de usar os seus mecanismos mentais.
As Angstias Impensveis
De acordo com Loparic (1996), Winnicott, em sua obra, reconheceu que nas psicoses e em
outros distrbios severos correlatos as angstias macias no parecem se enquadrar no clssico
modelo da regresso aos pontos de fixao pr-genitais, vinculadas ao conflito edpico mal
resolvido (ver tambm Winnicott, 1955/1978). Nesses pacientes, no possvel identificar a
origem da problemtica em termos de dificuldades de resoluo de um complexo de dipo
plenamente desenvolvido. Ainda que tenha acatado, inicialmente, as reformulaes kleinianas
em termos da posio depressiva, Winnicott acabou se convencendo da existncia de
problemas iniciais do desenvolvimento humano que desencadeiam o que ele denominou de
angstias impensveis, que no podem ser entendidas por meio da concepo edipiana 7.
Segundo Loparic (1996), so angstias relacionadas no funo sexual, mas s mltiplas
ameaas ao sentimento de existir que assolam o beb, tais como o temor do retorno a um
estado de no-integrao (levando ao aniquilamento e ruptura da linha de continuidade do
ser), o medo da perda de contato com a realidade e o temor da desorientao no espao, o
pnico do desalojamento do prprio corpo (o despencar no vazio) e de um ambiente fsico
imprevisvel, etc. Essas angstias primrias so impensveis porque no podem ser definidas
em termos de relaes pulsionais de objeto, baseadas no modelo representacional (isto ,
relaes mediadas por representaes de objeto, ou seja, representaes mentais). Ocorre que
tais angstias no acedem percepo, nem chegam a ter um estatuto de fantasia, e medida
que no ganham contedo representacional, so impedidas de alcanar a simbolizao.
Essas angstias eclodem em uma etapa bastante precoce da vida, antes que tenha sido
claramente configurado um sujeito capaz de experiment-las como algo interno. Os estados
que as originam precedem, portanto, ao incio da atividade dos mecanismos mentais e das
foras pulsionais, o que implica que essas angstias no possam ser compreendidas em termos
do conflito gerado pela situao edpica. Pode-se, ento, interrogar sobre sua verdadeira
origem. Essas angstias assaltam a mente do beb em um estgio do desenvolvimento primrio
quando h o encontro com um mundo sentido como incompreensvel.
Ou seja, tudo comea com o nascimento, que um problema fundamentalmente do beb, no
da me (Loparic, 1996). E o beb, como tal, no existe no incio, segundo a conhecida
expresso de Winnicott (1971/1975). H apenas uma configurao inicial e indissolvel,
formada pelo beb e o ambiente, do qual a criana no se diferencia. Isso porque nenhuma
distino primordial entre o interno e o externo pressuposta, como em Melanie Klein. O que
para Klein constitui o bom objeto (seio bom), para Winnicott resume-se to somente
criativamente seu potencial para alucinar o seio provedor. A repetio dessa experincia
desencadeia a habilidade do beb de usar o recurso da iluso, sem a qual impossvel o
contato entre a psique e o meio ambiente. Isso permite que o beb construa, nesse espao de
ilusionamento propiciado pela me, um objeto que o console e lhe d conforto: o objeto
transicional (Winnicott, 1951/1978).
Esse objeto pode ser materializado em qualquer suporte da realidade, como o polegar, a ponta
de uma manta, um urso de pelcia ou uma boneca de pano, j que o que importa a funo que
ele desempenha e no o objeto em si. Desse modo, entre a realidade externa e a realidade
subjetiva, que de incio so incomunicveis e imissveis, funda-se um campo intermedirio de
iluso. Para o beb, significa uma zona de compromisso que no contestada quanto ao fato de
pertencer ao mundo puramente subjetivo ou ao territrio da realidade compartilhada.
nessa rea constituda pelo jogo e pelo fantasiar que a criana pode colocar em uso o sonho e
os seus impulsos de vida e, atravs desses recursos, comear a manipular a realidade externa,
modelando-a de acordo com suas necessidades e possibilidades de assimilao8. O fato que o
adulto, porque intui essa verdade, concede ao beb licena para que ele exercite vontade
"essa loucura". S gradualmente exige que ele discrimine entre a realidade subjetiva e a
realidade compartilhada. Essa indulgncia dos pais, uma espcie de "moratria" do juzo
crtico da realidade, prolonga-se na vida adulta, quando se manifesta no campo cultural sob a
forma de arte e religio, por exemplo. Nessas reas, de que todos necessitamos, tambm se
observa esse "descanso do teste de realidade e da aceitao da necessidade" (Winnicott,
1951/1978, p. 382).
As manifestaes geralmente reconhecidas como psicticas nascem de uma tendncia
clivagem bsica na organizao meio ambiente-indivduo, desencadeada como uma reao a
experincias de fracasso da adaptao ativa do ambiente inicial. A extrema clivagem faz com
que a vida interior o mundo particular de fantasias do indivduo, contenha poucos elementos
derivados da realidade externa. A vida secreta torna-se, assim, incomunicvel. O indivduo se
deixa levar por uma vida falsa, e essa submisso a um ambiente sedutor acaba por produzir um
falso self, em que as pulses ficam do lado do meio ambiente sedutor, traindo a verdadeira
natureza humana. Com isso, o indivduo no consegue atingir uma autntica maturidade, que
substituda por uma pseudomaturidade, em um meio ambiente psictico.
A impossibilidade de configurar uma rea segura para desenvolver o fantasiar impede o beb
de conviver com o segredo, necessrio para que ele se sinta fortalecido o suficiente para deixar,
em segurana, a proteo do isolamento primrio. O campo transicional no se constitui como
tal, impedindo que a criana flutue para dentro e para fora do seu mundo interno, de acordo
com suas necessidades.
Winnicott (1952/1978) chama a ateno para o papel que os processos intelectuais assumem
nessa poca. Atravs deles, os fracassos do meio ambiente podem ser gradualmente levados
em conta e tolerados. Eles funcionam como um elo de ligao entre a adaptao incompleta e a
completa, permitindo ao indivduo preencher a lacuna existente entre ambas e assim obter uma
compensao para as falhas ambientais. Desse modo, atravs desse mecanismo propiciado
pelos processos cognitivos que o fantasiar, uma adaptao no suficientemente boa pode se
transformar em uma adaptao suficientemente boa - o que nos remete descrio de Freud
(1920/1969) sobre o beb que, atravs do jogo e da fantasia, encontra um meio de transformar
uma experincia desagradvel em uma atividade prazerosa. O brincar "verdadeiro" permite
ampliar a compreenso do processo simblico e de sua funo, atravs da representao,
conceito essencial tambm na formulao freudiana basta pensar no jogo do carretel, que
instala um fenmeno novo em que imagem e palavra se amalgamam.
Se o ambiente se comporta de modo uniforme, tanto mais fcil ser essa tarefa que a criana
tem de estruturar. J uma adaptao varivel (meio ambiente imprevisvel e pouco sensvel)
tende a ser traumtica, anulando o efeito positivo dos perodos de adaptao adequada.
Winnicott (1952/1978) afirma que uma capacidade intelectual restrita induz maiores
dificuldades nessa tarefa de transformao dos traumas resultantes da adaptao insuficiente s
necessidades. Disso resultam as psicoses comuns nos deficientes mentais.
Por outro lado, tambm se observa que um indivduo com uma elevada potencialidade
cognitiva, que o capacita a lidar com srios fracassos na adaptao necessidade, pode
desenvolver um tipo de distoro da personalidade que Winnicott (1960/1983) denomina falso
self, juntamente com uma perverso da atividade mental, medida que ela utilizada contra a
psique. A hipertrofia dos processos intelectuais, nesses casos, corresponderia a uma reao
defensiva contra um colapso esquizofrnico potencial. A atividade de pensamento acaba por se
tornar inimiga da psique.
noo winnicottiana de que o self encontra-se situado no corpo com a gnese do ego como um
ego corporal, projeo mental da superfcie do corpo, conforme a descrio de Freud
(1923/1969). Mas nunca demais lembrar que talvez no existam equivalncias possveis e
que a maioria dos conceitos no se harmonizam e dificilmente podem ser enquadrados na
metapsicologia habitual. A propsito, a elucidao de determinadas noes lenta e complexa,
devido s suas mltiplas conceituaes e usos, e a distintas vises do aparelho psquico, que
no se harmonizam com as noes conhecidas, como as da metapsicologia tradicional. Alm
do que necessrio ter muita cautela quando se faz uma confrontao de modelos tericos em
psicanlise e respeitar as diferenas conceituais existentes entre os diversos autores e suas
teorias inspiradas em bases epistemolgicas distintas.
O encontro com o objeto uma potencialidade, como vimos anteriormente, que dar um
sentido ao gesto espontneo do beb e validar (ou no) o "ser verdadeiro em
potncia" (Winnicott, 1971/1975). A me, portanto, vista sempre em sua dimenso potencial,
"e esta me compreendida como entorno ou como semelhante se afasta dos objetos
parciais" (Pereda, 1997, p. 82), marcando a um novo contraste entre a teoria winnicottiana e o
pensamento freudiano e kleiniano.
Assim, a fonte do gesto espontneo aquele que expressa um impulso genuno, expresso
atravs de um gesto, ato ou balbucio , o self verdadeiro potencial, mas tambm o ser
espontneo representa o ser verdadeiro em ao, que se dirige ao outro, o qual percebe e d
lugar a que o gesto se realize. Como diz Pereda (1997, p. 87): "Quase poderamos dizer que o
self verdadeiro o resultado de um encontro simbolizado".
A me suficientemente boa como funo materna, que responde onipotncia do beb e de
certo modo lhe d sentido, como diz Winnicott (1971/1975c) em O brincar e a realidade, tem
tambm uma funo simblica, medida que outorga sentidos imaginrios e, simultaneamente,
tem de se fazer falhante na sua capacidade de dar resposta, embora deva introduzir a falha de
modo gradual. necessrio que ela suporte profundamente e sustente por um bom tempo o
tempo suficiente o gesto atravs do qual o desejo da criana tenta se escrever com o corpo.
Winnicott (1971/1975) descreve, em contrapartida, a me que no responde ao gesto
espontneo, mas que, em vez disso, coloca ali seu prprio gesto, levando submisso do beb.
Em O Brincar e a Realidade lemos que o que cobra realidade o gesto ou a alucinao do
beb e sua capacidade para utilizar um smbolo o resultado desse processo. Se o anseio que
esse gesto expressa no pode ser alcanado (alucinao no gratificada), ele reiterado, ou
aparece o grito, testemunhando uma ausncia. O gesto retorna, ento, como smbolo, resultado
de uma perda que acontece no encontro materno. E ali est o paradoxo que existe em torno da
criao do objeto e, por fim, na constituio do self, objeto que encontrado para ser criado
(Pereda, 1997).
A constituio do falso self surge tambm como uma defesa paradoxal, soluo de
continuidade que vem preservar a continuidade do ser no self verdadeiro ameaado. Com a
organizao do falso self, o sujeito almeja proteger o self verdadeiro de novos ataques. Trata-se
de uma estratgia de sobrevivncia baseada na resignao, na qual importa sobreviver em vez
de viver. Proteo contra a regresso a estados de no-integrao, testemunhando o esforo que
demanda ao self esta tarefa de unificao, de manter separado o que ego do que no . a
sem razo que todo o seu trabalho atravessado por uma preocupao que remonta s
origens da criatividade. Para desenvolver suas pesquisas, ele construiu um aparato conceitual
bastante engenhoso, que tem sua base na noo de espao, objeto e fenmenos transicionais
(Winnicott, 1951/1978).
O campo transicional constitudo, como vimos, no desdobramento entre o subjetivo e o
objetivo. Os objetos e fenmenos transicionais pertencem ao domnio da iluso, que est na
base do incio das experincias que marcam o desenvolvimento emocional precoce. o campo
da experimentao intensa e da iluso por excelncia, sustentado por um paradoxo que, ao
longo do processo de desenvolvimento da criana, deve ser aceito e respeitado (Winnicott,
1951/1978). Trata-se da relao da criana com sua primeira possesso no-eu (objeto
transicional), que est ligada tanto ao objeto externo (seio materno), quanto aos objetos
internos (seio magicamente introjetado), porm diferente de ambos. Da seu paradoxo.
O objeto transicional sinaliza a transio do beb desde um estado de fuso com a me at um
estado em que ele est em relao com ela como um objeto externo e destacado. Mas, para que
a criana evolua desse estado de dependncia absoluta, essencial nos estdios mais primitivos,
para uma condio de autonomia possvel, preciso que ela primeiro tenha se certificado de
que pode existir algo que no faz parte dela o que Winnicott (1951/1978) chama de primeira
possesso no-eu, representada pelo objeto transicional.
Winnicott (1951/1978) diz que os fenmenos transicionais so permissveis ao beb porque os
pais reconhecem intuitivamente a tenso inerente percepo objetiva, e no contestam o beb
acerca da subjetividade ou da objetividade desses fenmenos, exatamente neste ponto onde
est situado o objeto transicional. Esse primeiro estdio do desenvolvimento depende, assim,
da capacidade especial da me de efetuar as adaptaes s necessidades do beb, sustentando a
iluso de que aquilo que ele cria realmente existe. Esse paradoxo no deve ser resolvido. S
assim o beb estar capacitado a suportar as situaes precoces de separao, de perda e
privao, sem o que o desenvolvimento psquico fica comprometido, dando margem para a
instalao de algum ncleo patolgico.
Assim, o paradoxo aceito pode ter um valor positivo, conduzindo ao desenvolvimento de uma
organizao defensiva do Eu (um self verdadeiro). O adulto psiquicamente saudvel seria
aquele capaz de extrair prazer desta rea pessoal intermediria, sem reivindicar do outro a
aceitao da objetividade de seus fenmenos subjetivos. Isso porque ele sabe que essa rea, de
fato, faz parte de um jogo, o jogo possvel com a realidade (Chabert, 1993). Assim, ele
favorece na criana o reconhecimento gradual de suas prprias reas intermedirias de
experincia. Reconhecimento que exige, a princpio, que elas no sejam contestadas quanto a
pertencer realidade interna ou externa (realidade compartilhada), para que a vida imaginativa
possa ser fortalecida o suficiente, antes de comear a ser proporcionado criana o
"desilusionamento".
Desse modo, na presena de condies favorveis, medida que se desenvolvem os interesses
culturais, o objeto transicional do beb vai sendo gradualmente desinvestido, embora uma parte
desta rea intermediria de experimentao seja conservada na vida adulta no plano das artes,
da religio, das cincias e de todas as manifestaes criativas do ser humano (Green,
1978/1988).
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Zimerman, D. E. (1999). Fundamentos psicanalticos: Teoria, tcnica e clnica Uma
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Recebido em 15.01.99
Revisado em 12.06.99
Aceito em 15.06.99
Sobre o autor:
Manoel Antnio dos Santos psiclogo, Doutor em Psicologia Clnica pelo Instituto de
Psicologia da USP e Professor do Curso de Ps-Graduao em Psicologia do Departamento de
Psicologia e Educao da Faculdade de Filosofia, Cincias e Letras de Ribeiro Preto da
Universidade de So Paulo.
Coordena o Ncleo de Ensino e Psicologia Clnica (NEPP).