Fisiopatologia Cancro Da Mama
Fisiopatologia Cancro Da Mama
Fisiopatologia Cancro Da Mama
Problema 3
Tema: Doenas Oncolgicas
Fisiopatologia do Cancro
As clulas do organismo humano reproduzem-se constantemente atravs de um
processo denominado de diviso celular, que estimulado por sinais internos ou externos,
sendo o responsvel pela formao, crescimento e regenerao de tecidos saudveis do
corpo. Esta proliferao celular no organismo auto-regulada e tambm regulada pelas
clulas vizinhas, para que o tecido tenha dimenses e arquitetura adaptadas s necessidades
do organismo (Tate, 2011).
Quando ocorre o crescimento descontrolado de clulas, cuja proliferao no pode ser
adequadamente controlada pelos mecanismos normais de regulao, ou seja pelos
protooncogenes, que atuam nos tecidos normais, instala-se uma neoplasia. Associada ao
descontrolo da proliferao encontra-se tambm presente uma diminuio da sua eliminao
por apoptose. As clulas neoplsicas escapam a vrios mecanismos de controlo, seguem o seu
prprio programa de replicao, ignoram os sinais inibitrios, tornando-se autnomas e
imortais (Pinto, 2007).
A transformao neoplsica ou carcinognese resulta da acumulao de mutaes no
letais, ao longo de muitos anos, ou mesmo dcadas, ocorridas em certos tipos de genes
responsveis pela regulao do ciclo celular, permitindo s clulas adquirir caractersticas
fenotpicas que asseguram o seu crescimento e sobrevivncia superiores. Numa primeira fase
uma clula normal sofre alteraes genticas que a libertam parcialmente do controlo do seu
potencial de replicao. As clulas filhas vo acumulando mais mutaes genticas que
acentuam a perda de regulao do crescimento normal, at emergncia de uma populao
de clulas tumorais que j no respondem aos sinais normais de inibio da diviso e
crescimento celulares. Estas mutaes podem ser adquiridas por aco de agentes ambientais
ou podem ser herdadas atravs de clulas germinativas (Pinto, 2007).
Para alm das possveis leses do DNA provocadas por agentes ambientais, a prpria
replicao normal do DNA, pode ocasionar erros. Estas leses ou erros do ADN podem
provocar uma transformao maligna da clula, seno forem rapidamente corrigidos por
protenas codificadas pelos genes reparadores. Os indivduos que nascem com a mutao
nestes genes tm um risco aumentado de desenvolver cancro (Cabaa) (Pinto, 2007)
Carcinoma Ductal in-situ (CDIS): significa que as clulas malignas esto contidas no
ducto e no ultrapassam a muscularis mucosae. o tumor no invasivo da mama mais
frequente; praticamente todas as mulheres podem ser curadas (Ribeiro, 2014) .
Carcinoma Ductal Invasivo (CDI): Tipo de cancro da mama invasivo mais frequente.
invasivo pois espalha-se aos tecidos vizinhos, no ao resto do corpo. A partir daqui,
pode disseminar-se para os outros rgos pelos vasos linfticos ou sanguneos.
Corresponde a cerca de 80% dos cancros da mama invasivos. Tem origem nos ductos
(Ribeiro, 2014).
Carcinoma Inflamatrio da Mama: Tipo de cancro agressivo mas pouco frequente (13% de todos os cancros da mama). a juno de qualquer um dos carcinomas, mas
aparecem sinais inflamatrios na mama (rubor e calor)
Uma nova classificao, a nvel molecular, est em estudo. Esta classificao definida
pela presena ou ausncia de certas caratersticas e/ou fatores genticos e moleculares. Este
tipo de classificao fundamental para recorrer a tratamentos especficos para os diferentes
tipos de cancro, de modo a aumentar a sua eficcia e diminuir a toxicidade.
De acordo com o tipo de diferenciao celular, pode ainda classificar-se como:
Epidemiologia/Prevalncia
O cancro da mama o tipo de cancro mais comum entre as mulheres e corresponde
segunda causa de morte por cancro, na mulher. Em Portugal, anualmente so detectados
cerca de 4500 novos casos de cancro da mama, havendo 1500 mulheres mortes no sexo
feminino. Trata-se de uma doena com grande impacto na sociedade, no s por ser muito
frequente e estar associado gravidade mas, tambm, por se referir a uma glndula com tanto
simbolismo na mulher (Institute, 2009).
A evoluo do nmero de casos tem aumentado, o que tambm pode estar
correlacionado com as melhorias ao nvel do rastreio e diagnstico (Miranda, 2013).
Fatores de Risco
No conhecida uma causa especfica para o cancro da mama. No entanto, h
mulheres que apresentam um risco aumentado para cancro da mama, pensando-se, assim,
que esteja associado a determinados factores de risco.
Incluem-se, ento:
Idade: a possibilidade de ter cancro da mama aumenta com o aumento da idade; uma
mulher com mais de 60 anos apresenta maior risco. O cancro da mama menos
comum antes da menopausa (Institute, 2009).
Histria pessoal de cancro da mama: uma mulher que j tenha tido cancro da mama
(numa mama), tem maior risco de ter esta doena na outra mama (Institute, 2009).
Histria familiar: o risco de uma mulher ter cancro da mama est aumentado se
houver histria familiar de cancro da mama, ou seja, se a sua me, tia ou irm tiveram
cancro da mama, especialmente em idades mais jovens (antes dos 40 anos). Ter outros
familiares com cancro da mama, do lado materno ou paterno da famlia pode,
tambm, aumentar o risco (Institute, 2009).
altura dos tratamentos com radioterapia, mais elevado o risco de vir a ter
cancro da mama (Institute, 2009).
A diferena entre o linfoma de Hodgkin e o linfoma no Hodgkin est nas caractersticas das clulas
malignas. A diferenciao s possvel aps a bipsia e anlise das clulas cancergenas. As clulas
malignas do linfoma de Hodgkin sofrem muitas alteraes, sendo muito diferentes das clulas normais
dos tecidos linfoides. As clulas do linfoma no Hodgkin sofrem transformao maligna, mas preservam
algumas caractersticas iniciais.
Fisioterapia 3 Ano Turno 1, Rita Arajo, Teresa Coutinho | 9
Bebidas alcolicas: alguns estudos sugerem haver relao entre a maior ingesto de
bebidas alcolicas e o risco aumentado de ter cancro da mama (Institute, 2009).
Semiologia
O cancro da mama pode causar alteraes fsicas detectveis, que devem ser
observadas com ateno (Institute, 2009):
Alterao na mama ou no mamilo, no que diz respeito ao aspecto ou palpao;
cancro. Inicialmente, a mulher que tem cancro da mama no costuma apresentar sintomas.
Habitualmente, o primeiro sintoma uma massa que, com frequncia, diferente palpao.
Em mais de 80 % dos casos de cancro da mama a mulher descobre o ndulo por si s. Os
ndulos dispersos, sobretudo os que aparecem na zona superior e externa da mama, em geral,
no so cancerosos. Pelo contrrio, um espessamento duro, que se diferencia do resto e que
se nota s numa das mamas pode ser um sinal de cancro (Manual Merck, 2009).
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Prognstico
O prognstico depende de diversos fatores. Nos ltimos anos, com o avano da
medicina, procedimentos cirrgicos e meios complementares de diagnsticos, a probabilidade
de ultrapassar o cancro da mama tem melhorado. O nmero de mulheres que morreu com
cancro da mama baixou significativamente nos ltimos 20 (Mandal, 2014).
De entre os factores importantes incluem-se:
Tipo tumor
Estadio
Bibliografia
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