XXY - A Representação Da Intersexualidade No Filme de Lucia Puenzoasda
XXY - A Representação Da Intersexualidade No Filme de Lucia Puenzoasda
XXY - A Representação Da Intersexualidade No Filme de Lucia Puenzoasda
FACULDADE DE COMUNICAO
PRODUO EM COMUNICAO E CULTURA
Salvador
2010.2
Salvador
2010.2
TERMO DE APROVAO
MATHEUS ARAUJO DOS SANTOS
Banca Examinadora
______________________________
Mahomed Bamba
_______________________________
Leandro Colling
_______________________________
Lindinalva Rubim
Salvador
2010.2
AGRADECIMENTOS
A Ansia, minha me, pelas primeiras lies feministas, e a toda minha famlia pelo
carinho e amor a mim sempre dedicados (amo vocs!);
Ao meu namorado, Cntia, pela paixo intelecto-orgnica que me virou ao avesso;
Aos amigos, amigas e amigues do CuS, especialmente a Leandro Colling, Tess,
Maycon, Patrcia, Helder e Marcelo, pelos momentos de discusso e descontrao
nestes quase trs anos do grupo;
A Mahomed Bamba, pela ateno e disponibilidade para a orientao deste trabalho,
muito bom encontr-lo, ainda que no final da minha graduao;
A Rosa, pelos bons Ventos, tempos e textos que tanto me ajudaram a escrever esse
trabalho;
A Gal Costa, pela companhia nas madrugadas solitrias em frente ao computador;
A amiga Maria Joana, por me acompanhar nos momentos de fruio das artes, em
especial do cinema;
E, por fim, a Albert Hoffman, por me fazer duvidar do que acreditava ser real.
RESUMO
O que pode nos dizer o corpo intersex? Como este debate se amplia ao tratarmos de sua
representao no cinema? No presente trabalho, a partir do filme XXY, dirigido pela
argentina Lucia Puenzo, problematizamos estas e outras questes relacionados a corpos
e desejos desviantes. Nesse trabalho, nos orientamos, especialmente, pelos estudos
queer e fomos afetados tambm pela perspectiva dos estudos culturais. Com um
discurso subversivo e anti-patologizante em relao ao corpo intersex, XXY prope um
olhar atento em relao s subjetividades de tal vivncia. Acreditamos que o filme,
assim como os estudos queer, defende a importncia da politizao dos corpos abjetos.
SUMRIO
Introduo
12
12
14
16
20
3. Cinema e Representao
26
26
27
4.
32
Metodologia
5. Anlise
41
5.1 O filme
41
52
5.3.1 O encontro
43
5.3.2 A aproximao
47
5.3.3 O desejo
53
5.3.4 A abjeo
55
6. Concluso
57
7. Referncias Bibliogrficas
60
entre
sexo,
gnero,
desejos
prticas
sexuais
so,
por
sua
Mas o que pensar dos corpos que, por assim dizer, j nascem desafiando a
compreenso simplista das divises binrias, que, por no se enquadrarem perfeitamente
em uma das duas categorias que lhes so oferecidas gritam em alto e bom som: Vocs
esto errados!?
que, por seu carter diverso, tem de ser normalizado, tornado igual para que
cognoscvel. Tudo isso com extrema urgncia.
No ano de 1996, o tema volta aos jornais, desta vez por conta de Edinanci
Fernandes da Silva, judoca nascida intersex, que se submeteu a cirurgia genital para
poder participar dos Jogos Olmpicos de Atlanta naquele ano.
urgentemente corrigido. Jornais como a Folha de S. Paulo afirmam que a judoca sofre
de um problema gentico que faz com que ela apresente caracterstica dos dois sexos
(1996) e exaltam o papel da cirurgia como restabelecedora da normalidade. A Veja
(1996), em reportagem que levava o ttulo A desigualdade dos sexos atleta brasileira
com anomalia gentica faz operao para definir seu sexo e poder competir nas
Olimpadas, parece fazer a cirurgia ali mesmo, em frente ao leitor, atravs de
explicaes minuciosas sobre as intervenes no corpo da atleta e das categorias de
hermafroditismo definidas pela medicina, afirmando que Edinanci uma pseudohermafrodita masculino e que por uma anomalia biolgica ela tem identidade gentica
masculina, rgos sexuais internos masculinos e rgos sexuais externos femininos.
Esse verdadeiro quebra-cabea dotou-a com vagina, mas com clitris hipertrofiado e
testculos internos. Ovrios e teros no existem (p.99).
[]to make intersex invisible, including genital mutilation, medicalisation and normalisation without
consent and offers another face to intersex lives and experience by highlighting the richness and diversity
of intersex identities and cultures.
[] by their own inner psychological perceptions and that the right of individual intersex persons to
affirm their own sex without medical or governmental interference should be a basic human right
10
Neste contexto, no ano de 2007, o filme argentino XXY, nosso corpus de anlise
nesta monografia, ganha destaque na mdia internacional aps sua aclamao pela
crtica e o recebimento de diversos prmios, incluindo o Critics' Week Grand Prize no
Festival de Cannes.
temporalidade
aspectos
relacionados
variados
dispositivos
When I began to write XXY, I was surprised to see that there are almost no stories on this subject, theres
a strange cultural silence over it. If the subject is explored its in the language of testimony, of medical
diagnosis, but with almost no fictions, as if the subject would be a taboo for any kind of poetic and fiction
around it, as it was in ancient times3.3
11
nos
impede
de
entender
determinados
fenmenos
como
construdos
Nosso contato com os estudos queer tem incio no ano de 2008 quando,
motivados pelo interesse nos estudos sobre sexualidade, passamos a integrar, desde sua
fundao, o CuS (grupo de pesquisa em Cultura e Sexualidade), vinculado ao CULT
(Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura), primeiro grupo de pesquisa a ter a
sexualidade como tema na UFBA (Universidade Federal da Bahia). Desde ento
produzimos trs artigos analisando a representao de no-heterossexuais nas
telenovelas produzidas pela Rede Globo, numa pesquisa conjunta do grupo financiada
pela Fapesb (Fundao de Amparo Pesquisa do Estado da Bahia)4.
12
13
14
15
no hay sujeto que sea libre de eludir estas normas o de examinarlas a distancia. Al contrario, estas
normas constituyen al sujeto de manera retroactiva, mediante su repeticin; el sujeto es precisamente el
efecto de esa repeticin (traduo nossa)
6
lo que podramos llamar de capacidad de actuacin, libertad, o posibilidad es siempre una
prerrogativa poltica producida por las brechas que se abren en esas normas reguladoras, en el proceso de
interpelacin de esas normas, y en el de su auto repeticin. La libertad, La posibilidad y La capacidad de
actuacin no son de ndole abstracta y no preceden a lo social, sino que siempre se establecen dentro de
una matriz de relaciones de poder (traduo nossa)
16
Neste contexto, a afirmao de uma identidade lsbica ou gay era tida como uma
exigncia feita queles que praticavam same-sex sex, de forma que, principalmente
artistas e outros sujeitos que atraiam a ateno da mdia eram constantemente
convocados a assumir sua (homo)sexualidade.
Mais do que exigir do presente, comeou-se ento uma tentativa de reconstruo do passado, na qual a vida de diversas personalidades j falecidas, cujos
relatos oficiais tentavam, de algum modo, silenciar as prticas homossexuais, eram
investigadas no intuito de reconhec-los como gays ou lsbicas.
17
A expresso inglesa queer, que pode ser definida como estranho, esquisito,
excntrico, tambm um termo utilizado de forma pejorativa para definir
homossexuais. No Brasil, equivaleria ao costumeiro uso das palavras viado ou
bicha utilizadas com intuito de inferiorizar aqueles que se distanciam de prticas e
performatividade heterossexuais. No entanto, num movimento de re-significao e
positivao queer, o termo vem sendo usado para fins polticos que vo alm do que se
espera de uma (aparentemente) simples palavra.
Embora a data precisa em que se comeou a usar o termo no possa ser definida,
sabido que ele passa a ter uma maior aceitao e popularidade a partir dos primeiros
anos da dcada de 1990 devido a diversos acontecimentos que abalaram a epistemologia
ocidental e o entendimento de um sujeito cartesiano:
una problemtica de mltiples diferencias y destacar todo lo que lo hay de perverso en el proyecto de
teorizar el placer y el deseo sexuales
10
Queer is a product of specific cultural and theoretical pressures which increasingly structures debates
(both within and outside the academy) about questions of gay and lesbian identity. Perhaps most
significant in this regard has been the problematising by post-structuralism of gay liberationist and lesbian
feminist understandings of identity and the operation of power.
18
11
como creador e intrprete de las significaciones culturales e histricas, como agente esclarecido de la
crtica, como locutor en una comunidad de discurso
19
Alm
da
sua
contribuio
para
entendimento
do
gnero
como
Butler argues [...] that feminism works against its explicit aims if it takes women as its grounding
category. This is because the term women does not signify a natural unity but instead a regulatory
fiction, whose deployment inadvertently reproduces those normative relations between sex, gender and
desire that naturalise heterosexuality
20
Principalmente aps o sculo XIX que se pensou o sexo como algo que
esconde uma determinada verdade e, por isso, ele tambm precisaria ser um sexo
verdadeiro. Nas palavras de Foucault:
[] quando confrontado com um hermafrodita, o mdico no
estava mais interessado em reconhecer a presena de dois sexos,
justapostos ou intercalados, ou em saber qual dos dois
prevaleceu sobre o outro, mas antes, em decifrar o verdadeiro
sexo que estava escondido por baixo das aparncias ambguas.
Ele tinha, por assim dizer, que tirar o corpo do seu engano
anatmico e descobrir o nico sexo verdadeiro por trs dos
rgos que poderiam estar simulando o sexo oposto. Para
algum que sabia como observar e conduzir um exame, estas
misturas de sexo no eram mais que disfarces da natureza:
hermafroditas
eram
sempre
pseudo-hermafroditas14.
14
When confronted with a hermaphrodite, the doctor was no longer concerned with recognizing the
presence of the two sexes, juxtaposed or intermingled, or with knowing which of the two prevailed over
the other, but rather with deciphering the true sex that was hidden beneath ambiguous appearances. He
had, as it were, to strip the body of its anatomical deception and discover the one true sex behind organs
21
De acordo com Ndia Perez Pino (2007), no texto A teoria queer e os intersex:
experincias invisveis em corpos des-feitos, a histria da intersexualidade pode ser
descrita em trs diferentes perodos.
nomenclaturas
at
hoje
utilizadas
pela
medicina
ocidental
como
Em um segundo perodo, que vai da dcada de 1950 aos anos de 1980, ocorrem
as primeiras cirurgias des-construtoras dos corpos intersex em busca da construo
de um sexo verdadeiro. A Era cirrgica, de acordo com Pino, torna-se possvel graas
aos avanos tecnolgicos no campo mdico que permitem o surgimento da anestesia,
fundamental para as intervenes cirrgicas, mas, principalmente, a partir da
emergncia do paradigma da identidade de gnero defendida, entre outros, pelo
psiclogo e sexologista John Money.
22
Como nos relata Paula Sandrine Machado no texto O sexo dos anjos: um olhar
sobre a anatomia e a produo do sexo (como se fosse) natural, John Money foi quem
primeiro registrou o caso de um beb submetido a uma cirurgia de (re)construo
genital. Trata-se de David Reimer, que aps sofrer um grave ferimento no pnis
durante um processo de circunciso passou por diversas intervenes cirrgicas, como
aconselhado por Money famlia, para que se tornasse uma menina.
A partir dos anos 1980, alm dos mdicos, aqueles que tinham sofrido as
cirurgias normalizadoras tambm passaram a contestar o procedimento. Neste perodo
so criadas associaes e grupos de auto-ajuda buscando tornar a experincia intersex
menos invisvel e mais humanizada.
O trabalho de Michel Foucault nos permite pensar no sexo no como algo causal
ou unvoco, como que anterior ou livre de qualquer relao de poder:
24
A crtica de Butler parece-nos razovel, uma vez que, assim como faz ao longo
de Gender Trouble, chama a ateno para a impossibilidade de corpos que se encontrem
fora das relaes de poder, atentando ainda para o fato de que aqueles que se pem ou
so postos a margem do sistema binrio de sexo, gnero ou sexualidade, os corpos
queer, no necessariamente encontram-se num estado de graa, onde a fluidez, a noidentidade, o constante devir permitem-lhes o livre gozo dos prazeres. Pelo contrrio, a
marginalidade pode ser, e assim muitas vezes, cruel, como no caso de David Reimer e
Herculine Barbin, cuja exigncia que lhes foi imposta de apresentarem um sexo, gnero,
sexualidade e desejos coerentes, e, portanto verdadeiros, levaram-nos/nas ao
suicdio.
25
3. Cinema e Representao
Logo, compreendemos que o filme XXY, aqui em anlise, pode ser entendido
como uma prtica de produo de sentido na disputa pelo discurso hegemnico acerca
de questes como gnero e sexualidade, por exemplo, pois apesar de no ser um espao
concentrado de poder, compete entre os espaos descentralizados pela formao de um
consenso acerca de tais questes.
28
De acordo com Mulvey, a mulher era assim representada, pois, seu castigo ou
fetichizao distrairia o espectador (homem), da ameaa de castrao que a imagem
feminina inevitavelmente suscitaria, revelando uma grande influncia da psicanlise
freud-lacaniana na anlise da autora. Nas palavras de Ricalde:
15
primaca est puesta en el texto flmico, no como una imagen verdadera o distorsionada de lo femenino
y lo masculino, sino como cdigos visuales organizados para generar un significado especfico. Este
quizs no se encuentra de manera previa en la intencin del guionista o el realizador, sino en la estructura
textual, la cual transmite una ideologa, una manera de ver la realidad.
16
hacer visible lo invisible descubriendo los mecanismos que naturalizan las imgenes y los significados
que portan
29
A autora cita como exemplo, que nos parece bastante ilustrativo, o filme Jeanne
Dielman, 23, Quai du Commerce, 1080 Bruxelles (1975), da diretora belga Chantal
Akerman, no qual, em oposio aos elipses usados nos filmes clssicos com o intuito de
mostrar mulheres sempre exuberantes e nunca realizando tarefas domstica, por
exemplo, Chantal abusa de planos longos nos quais narrada a vida de uma prostituta,
incluindo todo o seu trabalho indoors, como lavar louas, preparar o caf da manh,
limpar a casa etc. De acordo com Ricalde (2002, p.29) a no-supresso dos detalhes
domsticos junto com os recursos cinematogrficos escolhidos oferecem um ritmo
tedioso, montono, asfixiante ao pblico, que privado no s do glamour da figura
feminina do cinema clssico de Hollywood, mas tambm situado dentro do universo
17
Mulvey llega a conclusin de que la polaridad hombre/actividad y mujer/pasividad se debe a cmo son
aprehendidas las estructuras del placer del cine clsico y la forma en que se llega a la identificacin con
los personajes y las historias cinematogrficos. Se apoya en la tesis de que el cine ofrece dos tipos de
placeres, uno ligado a la escopofilia y otro al narcisismo. El primero considera al objeto que se ve, la
mujer en el caso, como fuente de excitacin. En l, realidad y ficcin cinematogrfica no convergen. La
mujer, entonces, es encuadrada en el marco de lo inalcanzable. El segundo provoca la identificacin.
18
respuesta directa de los productos flmicos realizados por mujeres fue el rechazo de dichos estereotipos.
As, a la mujer-mito, inasible, fija, eterna y abstracta, se le ponen personajes femeninos desmitificados,
situados histricamente, en su cotidianidad
30
feminino 19.
la no supresin de los detalles domsticos junto con los recursos cinematogrficos elegidos, ofrecen un
ritmo tedioso, montono, asfixiante al pblico, quien es alejado no slo del glamour de la figura femenina
del cine clsico de Hollywood, sino tambin es situado en el centro del universo femenino
20
los planteamientos de Mulvey [] pueden ser ledos como la cancelacin del placer de la espectadora
no heterosexual y los estudios culturales fundamentados en el psicoanlisis tampoco conceban el deseo
fuera de esa dualidad. Unos y otros descansaban en esa divisin bsica de la cultura occidental, la cual
dejaba de fuera del espacio de anlisis a quienes no respondieran a unas categoras prefijadas
31
32
importncia poltica, v na afirmao de posies fixas e essenciais modos de, mais uma
vez, produzir categorizaes e, por conseguinte, hierarquizaes e subjugaes de
corpos e prticas. Como afirma Rogrio Luz (2002, p.113-114), o cinema, por ser uma
arte moderna deu a ver um devir mltiplo e aboliu o sujeito como aquele ponto central
exigido pela lgica identitria.
4. Metodologia
Nesta seo do captulo nos dedicaremos ao detalhamento da metodologia que
utilizamos para a nossa anlise. No livro Cmo analizar um film, Francesco Casetti e
Federico di Chio (2007) nos apresentam uma vasta discusso sobre o trabalho da anlise
flmica, suas mais diversas possibilidades de realizao, assim como os principais
problemas relacionados a tal atividade.
33
22
resultado por encima del proceso, la imagen obtenida por encima de los pasos dados para obtenerla
a) puesta em escena, b) puesta em cuadro, c) puesta em serie
24
En el nivel de la puesta en escena el anlisis debe enfrentarse al contenido de la imagen: objetos,
personas, paisajes, gestos, palabras, situaciones, psicologa, complicidad, reclamos, etc., son todos
elementos que dan consistencia y espesor al mundo representado en la pantalla.
23
34
b)
c)
d)
b)
25
los presupuestos de una accin, el lado oculto de un carcter, el significado de una atmsfera
la bsqueda y el desenmascaramiento de un asesino y la prdida y el reencuentro de una mujer
27
son unidades de contenido que se van repitiendo a lo largo de lo texto: situaciones o presencias
emblemticas, repetidas, cuya funcin es la de sustanciar, aclarar y reforzar la trama principal
28
Cada diretor, de hecho [...] manifesta inevitavelmente motivos y temas en torno a los cuales gira
consciente o inconsciente
26
35
mas tambm estar em condies de tratar com uma certa realidade e no com outra. 29
(p.117)
4.1.3) A colocao em srie: neste ponto, o que nos interessa o nexo entre as
imagens. Cada imagem possui outra que a precede ou que a segue: forma parte de uma
secesso e, ao mesmo tempo, por assim dizer, recebe e deixa uma herana, recolhe e
devolve testemunhos 31 (p.119). Encontramos neste nvel trs categorias:
a)
b)
c)
29
escoger un campo largo o um primer plano, un encuadre frontal o uno desde arriba, un objetivo no
deformante o um gran angular, significa no slo optar por una forma expresiva en detrimento de outra,
sino tambin estar en condiciones de tratar con una cierta realidade y no con otra.
30
sin que su representacin se exhiba por s misma
31
Cada imagen posee otra que la precede o que la sigue: forma parte de una sucesin y, al mismo
tiempo, por as decirlo, recibe y deja una herencia, recoge y devuelve testigos.
36
Determinao de...
Categorias
Colocao em cena
Contedo
Generalidade: Informantes
Indcios
Temas
Motivos
Exemplaridade: Arqutipos
Chaves
Colocao em quadro
Modalidade
Colocao em srie
Nexo
Dependncia/Indepedncia
Nexo:
Condensao
Articulao
No-nexo: Fragmentao
37
a)
b)
Off no percebido: o espao que est fora das bordas do quadro que,
sem nunca ser evocado, no apresenta motivo algum para sua
reclamao (p.124).
c)
d)
a)
b)
c)
d)
38
Eixos de organizao
Categorias analticas
- in
In/off
- off no percebido
- off imaginvel
- off definido
- esttico fixo
Esttico/dinmico
- esttico mvel
- dinmico descritivo
- dinmico expressivo
a)
b)
33
no tanto simple emergencia cronolgica como imparable fluir, en el que los acontecimentos, tomados
em su conjunto, se disponen segn un ordem, se muestran abiertamente a travs de uma duracin, se
apresentam segn uma frecuencia
39
a)
Natural absoluta: conseguida atravs do uso do planosequncia, uma vez que a mesma continuidade temporal
garante a coincidncia da temporalidade representada com a
(supostamente) real (p.139)
b)
c)
40
d)
e)
f)
b)
c)
Eixos de organizao
Categorias analticas
- circular
Ordem
- cclica
- linear
(normal) - natural absoluta
- natural relativa
(anormal) - resumo
Durao (aparente)
-elipse
-extenso
41
- pausa
- simples
Freqncia
- mltipla
- repetitiva
5. Anlise
5.1 O filme
Baseado no conto Cinismo, de Sergio Bizzio, XXY conta a histria de Alex (Ins
Efron), intersex que aos 15 anos se v em meio a dvidas e angstias em relao ao
prprio corpo e sexualidade. Aps seu nascimento, na Argentina, seu pai Kraken
(Ricardo Darn) e sua me Suli (Valria Bertuccelli), ao negarem a permisso para que
os mdicos executassem a cirurgia normativa ou mesmo filmassem o parto (sob
alegao da necessidade de informar o conselho de tica), mudam-se para uma pequena
cidade no litoral uruguaio buscando fugir da opinio de idiotas sobre o que fazer a
respeito da intersexualidade de Alex, como afirmam em determinado momento. Kraken
bilogo e trabalha cuidando de tartarugas marinhas acidentadas.
O filme tem incio com a chegada de uma famlia de amigos do casal vinda de
Buenos Aires. Ramiro (Germn Palcios), Ericka (Carolina Pelleritti) e seu filho lvaro
(Martn Piroyansky), chegam num momento delicado, pois Alex acabara de entrar em
uma briga no colgio com o seu melhor amigo, e possvel namorado, Vando (Luciano
Nbile), aps t-lo confiado o seu segredo e descobrir que foi trada. A cidade
comeava ento, a saber, aos poucos, que Alex era um/uma intersex.
filho lvaro, e interessado no caso de Alex, motivo real da sua visita, estando
disposto a convencer sua famlia da necessidade da realizao da cirurgia normativa,
que a transformaria, definitivamente, em uma mulher, como acredita.
Extremamente vaidosos, o casal formado por Ramiro e Ericka parece dar pouca
ateno ao filho lvaro, que, de acordo com o pai, no tem nenhum talento. Ao
conhec-lo, Alex pronuncia suas primeiras palavras no filme, formulando duas
perguntas desconcertantes ao rapaz: Voc se masturbou? e em seguida, Nunca
transei com ningum, voc transaria comigo?.
A partir de ento o filme fica cada vez mais tenso, Kraken no sabe como agir e
j no suporta a presena do mdico em sua casa enquanto Alex e lvaro esto
totalmente confusos devido ao acontecido.
5.2.1 O encontro
44
cada imagen posee otra que la precede o que le sigue: forma parte de una sucesin y, al mismo tiempo,
por as decirlo, recibe y deja una herencia, recoge y devuelve testigos
45
logo em seguida de sua me, Suli, que se dirige ao local de trabalho do marido, Kraken,
que ao abrir uma tartaruga marinha, pronuncia as primeiras, e bastante significativas,
palavras do filme: fmea.
(Imagem 2: Alex e lvaro se vem pela primeira vez atravs das frestas no cho de
madeira)
Neste momento nos so mostradas fotografias de Alex quando criana que, pelas roupas
usadas em uma delas (um mai), leva-nos a acreditar que se trata de uma menina. Uma
outra fotografia vista por lvaro exibe Alex levando a mo em direo cmera, como
se no quisesse ser fotografada, escondida como no incio do filme. Ao entrar no quarto
de Alex, vemos uma decorao peculiar. Bonecas grudadas nas paredes, uma levando
no peito, em letras de forma, o nome ALEX, outra que tem no lugar onde se
encontraria a vagina, um cigarro, simbolizando um pnis. (ver imagem 3)
5.2.2 A aproximao
47
Um outro aspecto que novamente posto em cena, e que permeia todo o filme,
a questo da visibilidade/invisibilidade. O que est olhando?, pergunta Alex a Vando,
e, quando no carro com seu pai, questiona a necessidade de esconder sua
intersexualidade.
- Afinal, seu pai e o meu fazem o mesmo. diz Alex ao observar Kraken cuidando da
tartaruga ferida.
- Vai viver? pergunta lvaro.
- Sim, mas nunca mais voltar ao mar.
Os dois caminham pelo local de trabalho de Kraken, onde vemos diversas ossadas e
animais conservados em grandes potes de vidro.
- Quantos seios seu pai j operou? questiona Alex;
- No sei. estranha. diz lvaro
- Voc tambm.
- Deve ter operado milhares.
- Sim.
- J foi alguma vez?
- Aonde?
- sala de cirurgia, ver como se fatiam corpos.
- No se fatiam corpos, os consertam. Fazem seios e narizes por dinheiro, mas outras
coisas lhe interessam.
- Como assim?
- No sei, deformidades, como... pessoas que nascem com onze dedos. Bom, meu pai
retira um.
- E o come. diz Alex provocativa.
- Estou falando srio, no estou de gozao.
- Disse que no fatiava nada e agora est dizendo que gosta de cortar dedos.
- No, deixa pra l, voc no entende.
Os dois deixam o local onde esto e comeam a passear numa feira ao ar livre na
cidade.
- Seus pais so gente fina? pergunta Alex enquanto folheia um livro de uma das
barracas.
- Ah, so meus pais.
- E o que tem? So legais?
- Sim, acho que sim.
- Os meus so uma desgraa, esto sempre no meu p.
Os dois observam os produtos de uma das tendas.
- Por que brigou com aquele menino? pergunta lvaro.
49
- Ele provocou.
- Pode pagar em pesos argentinos? pergunta Alex vendedora, mostrando-lhe um
colar.
- Sim. - responde ela.
- Quanto ?
- Seriam sete pesos.
- Ele paga. diz Alex apontando para lvaro que, desconcertado, d o dinheiro a
vendedora enquanto observa Alex seguir adiante.
- Aqui est, espero que gostem. diz a vendedora ao entregar o troco a lvaro.
- Obrigado.
lvaro comea a escutar msica com fones de ouvido enquanto segue Alex.
- Sabe qual o bom de escutar msica na rua? pergunta Alex tirando os fones de
lvaro.
- O que?
- Que parece que todos escutam o mesmo que voc. Diz Alex quando pe os fones.
Ao terminar a frase e posicionar os fones, no s Alex, como tambm os espectadores
podem ouvir a msica, neste momento bastante alta. Alex comea a danar e lvaro
sorri para ela, num momento bastante intimista entre os dois. Alex devolve os fones e
continua a danar. lvaro continua observando com um semblante feliz. A msica dura
ainda um tempo e os dois seguem andando at o que parece uma casa abandonada. Alex
l um livro comprado na feira, enquanto lvaro continua escutando msica. Alex tenta
chamar a ateno do garoto batendo com o p na parede, prximo ao seu ouvido. Como
no tem reao nenhuma, Alex tira os fones com os ps, a msica pra e lvaro
pergunta:
- O que foi?
- Tenho um presente.
- Para mim?
- Sim. Olhe, uma plaquinha que colocam nas tartarugas. Eu tenho uma igual. Diz
Alex enquanto pe a placa no colar recm comprado na feira e compara-o com o que
leva no pescoo.
- E para que ?
- Para seguir a rota migratria. Esta parente desta; tm o mesmo nmero de srie.
- E de onde ?
- Da frica
50
Num filme bastante dramtico, com cenas que envolvem grandes tenses e
conflitos, de repente nos apresentada uma seqncia que destoa de todo o restante.
Dois adolescentes passeiam por uma feira, conversam sobre os relacionamentos com
seus pais, seus trabalhos, brigas na escola e at danam, num momento de grande
descontrao no qual chegamos a esquecer os dramas vividos por Alex. Afinal, o que
nos diz uma seqncia como essa?
51
A cena seguinte, quando lvaro descobre os corticides de Alex e ouve dela que
so para impedir que cresa a sua barba bastante brusca, parece ento que voltamos a
realidade.
52
5.2.3 O desejo
Alex, alm da dualidade do seu nome, usado tanto para homens como mulheres,
carrega a marca da ambigidade no seu corpo. Categoriz-la como fmea ou macho,
parece impossvel, definir precisamente o seu gnero tambm. A performatividade de
gnero de Alex bastante fluda durante o filme. Seu temperamento agressivo e
sarcstico e suas roupas discretas aproximando-a/o de uma performatividade masculina,
no entanto, em outros momentos, sua fragilidade explcita e gestos delicados, fazemno/a prxima/o do que entendido como pertencente ao universo feminino. Diante
disso, como ousar definir sua sexualidade, como classificar os seus desejos?
54
Os dois continuam transando por um tempo, at que lvaro percebe que Kraken,
perplexo, os observa pela fresta da porta. Eles ento se separam assustados, Alex, em
choque, comea a chorar, Kraken, assustado, caminha em direo a sua casa e lvaro,
chorando, vai at a floresta onde, ainda em xtase, entre lgrimas e soluos, masturbase.
5.2.4 A abjeo
Aps transar com lvaro, Alex no volta para a sua casa, indo dormir com a
amiga Roberta, filha do colega de trabalho de Kraken. Durante o filme percebemos que
Roberta e Vando parecem ser os seus nicos amigos.
Roberta e Alex conversam e sorriem a noite. Ao amanhecer, Alex acorda com a
amiga pintando suas unhas. Irritada, vai at o banheiro tomar banho e tirar o esmalte,
Roberta a/o segue e entra no box. Alex e Roberta lavam uma a outra, numa cena que
demonstra a proximidade entre elas/eles. Roberta age naturalmente ao ver Alex sem
roupas. Enquanto a amiga lava os seus cabelos, Alex a olha sem parar, seus olhos
percorrem todo o corpo de Roberta, que continua a massagear a cabea e nuca da/o
amiga/o. Cria-se, novamente, uma tenso ertica. At que Alex, mostrando irritao,
livra-se das mos de Roberta e sai do banheiro.
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(Imagem 7: Alex e Roberta tomam banho, em mais uma cena com tenso ertica)
Aps sair da casa de Roberta, Alex encontra seu pai numa cena predominada
pelo silncio de ambos e tomada, mais uma vez, pelo som das ondas do mar e poucas
palavras. Kraken olha para Alex e afirma: Est bem grandinha. Se j sou grande por
que no me disse pra que veio essa gente, diz referindo-se aos visitantes. Porque no
sabia, diz Kraken e logo aps oferece uma carona at a casa deles. Alex prefere ir
andando pela praia, local onde acontece a cena mais violenta do filme.
Alex caminha pela praia quando abordada por um grupo de rapazes vindos de
barco. Como que pressentindo problemas, tenta correr, mas agarrada por eles, que
repetem o tempo todo para que tenha calma, que no vo machuc-la/o. Alex tenta se
desvencilhar, atingindo um deles no rosto. Filha da puta!, exclama dando um murro
no rosto de Alex que, cada, tenta em vo se livrar dos agressores.
Deixe-me ver!, Vamos ver o que tem aqui?, repetem em tom sarcstico
enquanto tiram o short de Alex. uma pica! Tem os dois! Tem tudo!, diz um deles
num misto de surpresa e alegria ao descobrir o mistrio de Alex. Que nojo!,
exclama seu colega. Que diz?! Est muito bom, retruca o amigo, que em seguida se
dirige a Alex perguntando: Fica duro? Deixa eu ver se fica duro, quero ver se
funciona , diz enquanto toca Alex ao mesmo tempo que parece querer penetr-la.
Neste momento chega Vando, expulsando os colegas, chorando como que muito
arrependido e consciente do que fizera a Alex ao revelar o seu segredo.
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Ao vermos tal cena, diversas questes nos vm mente: Por que isso acontece
com Alex? O que faz com que o seu corpo gere tamanha curiosidade? O que permite
que os rapazes a/o agridam de tal forma? Seriam eles movidos por um sentimento
apenas de repulsa? Ou seria o desejo o provocador de tamanha violncia? Qual o valor
atribudo ao seu corpo? Qual a sua importncia? Ele importa?
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6. Concluso
O que nos propomos com este trabalho , exatamante, uma anlise de como essa
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XXY es una pelcula con aciertos y errores. Hay demasiada agua, demasiado animal marino, demasiada
melancola argentina de esa que nadie sabe de dnde ni a cuento de qu viene y se instala. Hay un salame,
hay una zanahoria, y hay hasta un juego de analogas y equivalencias que exasperara al espectador ms
dado a la simetra. Pero cuenta una historia. No relata un diagnstico, no pone un ejemplo, no ilustra un
manual, no da una receta, no prescribe un tratamiento, no reparte volantes de un grupo de autoayuda, no
pide solidaridad, no ofrece piedad, no hace que valga la pena, no dice qu pasa, no dice qu hacer.
Cuenta una historia. Cuenta una historia. Cuenta una historia.
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A proposta de Lucia Puenzo parece ser clara. Ao personificar o discurso mdicopatologizante no personagem vivido por Ramiro, vaidoso, acptico, em busca de uma
perfeio, a diretora questiona tal posio, dando nfase, no filme, a modos subjetivos
da experincia intersex. No estar, necessariamente, contra a cirurgia normativa, mas
dar lugar a escolha. Alex escolhe parar de tomar os remdios, escolhe no fazer a
cirurgia, escolhe ficar e encarar todos os seus problemas de frente. Nisso o filme est de
acordo com a maioria das organizaes intersex mundiais que defendem, exatamente o
poder de eleio do sujeito em relao ao seu corpo, sua identidade, sua vida.
Far XXY parte do New Queer Cinema? Se, como argumenta Nepomuceno
(2009. p.2) tal cinema destaca-se pela construo de filmes com abordagens menos
sensacionalista sobre a produo da diferena dos corpos, gneros, sexualidades e, mais
interessada na complexificao das subjetividades ambguas e transgressivas, XXY,
sem
dvida,
um
filme
queer.
filme
gira
em
torno
da
questo
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Mas esta subverso lhe custa caro. Alex agredida, humilhada, violentada. Um
corpo queer que provoca desejo e repulsa, corpo abjeto que, pela prpria escolha, no
precisa do centro como referncia, quer distncia do considerado normal, opta pela
margem.
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