Fazenda Chacrinha
Fazenda Chacrinha
Fazenda Chacrinha
denominao
Fazenda Chacrinha
cdice
localizao
Rodovia RJ-145 (entre Valena e Barra do Pira)
municpio
Valena
poca de construo
sculo XIX
estado de conservao
detalhamento no corpo da ficha
uso atual / original
pecuria de leite e corte, criao de cavalos Manga larga e fabricao
de cachaa / fazenda de caf
proteo existente / proposta
nenhuma
proprietrio
particular
reviso
Coordenao tcnica
do projeto
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situao e ambincia
imagens geradas pelo Google Pro 2009
Fazenda
Fazenda
do
do Vargas
Vargas
VALENA
VALENA
FAZENDA
FAZENDA
CHACRINHA
CHACRINHA
RJ
RJ 145
145
BARRA
BARRA
DO
DO PIRA
PIRA
situao
INSTALAES
INSTALAES
RURAIS
RURAIS
RIO
RIO DAS
DAS
FLORES
FLORES
CASA
CASA DE
DE
COLONO
COLONO
BAIA
BAIA
ALAMBIQUE
ALAMBIQUE
LAGO
LAGO
ACESSO
ACESSO
LAZER
LAZER
RANCHO/
RANCHO/
ORQUIDRIO
ORQUIDRIO
HSPEDES
HSPEDES
SEDE
SEDE
LAGO
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ambincia
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situao e ambincia
A partir de Valena, no sentido de Barra do Pira, pela rodovia RJ-145, aps o bairro de Chacrinha, acessar a
estrada de terra, com trechos de difcil acesso, percorrendo cerca de 6km at a entrada da fazenda, delimitada
por um porto de ferro com pilares de alvenaria (f01). Seguindo dentro da propriedade por mais 1km, chega-se
sede, com muitos bambuzais sombreando o caminho, o que mantm o piso alagadio nos meses de chuva.
Nesse percurso esto distribudos currais, casas de colono e uma escola.
A estrada se subdivide, de um lado, indo para as instalaes referentes pecuria de leite, com os grandes
currais, depsitos e estrutura de escritrios (f02) e, do outro, seguindo para a casa-sede, onde avista-se o rio
que contorna a propriedade, a antiga casa de colono, a baia, o alambique e o grande arvoredo que emoldura
o casaro. Este est situado num vale que se insere junto a uma vasta rea de mata atlntica remanescente,
com vrios lagos ao redor (f03).
Um porto de ferro fundido, com colunas almofadadas encimadas por luminrias e compoteiras, demarca a
entrada s reas nobres da propriedade. Sobre o rio das Flores h uma ponte com base slida, em estrutura
de pedra e guarda-corpo de ferro e, alm desta, cerca de madeira definindo as outras reas da fazenda (f04).
Ultrapassando a ponte v-se, sobre um talude, os fundos da casa de hspedes, o alambique (f05) e mais
adiante, esquerda, a baia. O piso de paraleleppedo segue serpenteando entre canteiros de helicnias e
antrios at a casa-sede, com uma frondosa arborizao, de ornamentais, mangueiras e jabuticabeiras a
fazenda registra mais de 150 ps destas e, salpicadas entre a vegetao exuberante, muitas palmeiras da
espcie Juara, que est em extino. A mata da propriedade totalmente preservada, mantendo rica fauna,
sobretudo aves e animais silvestres.
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situao e ambincia
Antecedendo a casa-sede h um outro gradil de ferro fundido, datado de 1895 (f06), com porto de duas
folhas com base almofadada e acabamento em lanas, que seguro por pilares com volutas encimados com
compoteiras. Seguindo sobre a robusta murada de pedra, a grade intercala pilaretes encimados por compoteiras
(f07). O jardim guarnecido por esse gradil estende-se em declive, paralelo ao grande muro, e apresenta
escadaria acompanhando as antigas canaletas de pedra, que conduzem a gua por um aqueduto, no sentido
do alambique, passando nos fundos da casa de hspedes (f08). Fronteiro fachada lateral direita, um vasto
gramado volta-se tambm piscina e ao salo para lazer (f09).
No jardim, altivas palmeiras imperiais, frondosos eucaliptos, mussaendras, alamandas e buganvles, alm de
vrias espcies de palmeiras.
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situao e ambincia
Ultrapassando o porto, um caminho ensaibrado contorna a jardineira alteada em pedra com pequena fonte
sob um frondoso pau brasil e seu jardim mantm gramado, rvores e ornamentais, como moria, plumbago e
ixoras que, junto beleza das cycas, nolinas e bromlias imperiais, compem o cenrio da acolhedora varanda
da fachada frontal (f10).
A alameda de saibro segue junto casa revelando seu formato em U, com um jardim gramado e uma fonte
central, retangular, abaixo do nvel do solo, cercada de murtas, hibiscus, azalias, magnlias e jasmins. A
garagem localiza-se esquerda, na parte da edificao encostada ao barranco e, sobre este, a antiga caixa
dgua que ainda serve casa e aos servios gerais. Na sequncia, um lago e, mais adiante, sobre um morrote,
rancho e orquidrio desativados. O casaro termina, aos fundos, com o alpendre da porta da cozinha e a
escada de acesso ao gramado da piscina (f11).
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descrio arquitetnica
O casaro mantm embasamento de pedra, possuindo poro habitvel com cerca de 30% da rea de seu andar
nobre. Na fachada principal, trrea, uma varanda de feitura recente mantm galeria com sete altos vos em
verga reta (mais um em cada lateral), com cercaduras e sobre vergas em madeira, que esto distribudos nos
interstcios das pilastras almofadadas, cujo entablamento apresenta cornija e friso tinto em verde, suportando
o beiral em cimalha (f12 e f13).
A casa-sede, entretanto, somente revela toda sua originalidade, altivez e majestosa composio na fachada
lateral direita, voltada para o grande vale. Por essa perspectiva tem-se a viso de uma extensa massa edificada
com dois pavimentos , marcada pela simetria e pelo ritmo das esquadrias, somente quebrada pela presena
espria, no extremo esquerdo, do vo lateral em verga reta correspondente galeria voltada fachada principal
(construda a posteriori) e pela empena de seu embasamento. Seus vos com vergas retas no trreo e de arco
pleno, no segundo pavimento conferem sobriedade e beleza ao palacete, to ao gosto do neoclssico de vis
rural, que representou o pice formal das fazendas de caf no vale (f14).
Essa fachada apresenta moldura saliente, que separa os pavimentos, e pilastras com base almofadada e
arremate por cornijas, delimitando trs panos de composio: o central com cinco vos e os laterais com quatro,
cada. As 13 janelas do pavimento superior so destinadas a quartos, banheiros e sala de jantar. Conferindo essa
modulao, o poro reserva as duas janelas dos extremos para as sutes e as demais para o salo. Observase que o grande corpo do casaro sofre descontinuidade hoje ocultada pelo arvoredo com a construo
recuada do bloco de servios, direita.
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descrio arquitetnica
Fronteiro a esta fachada lateral direita, em seu eixo de simetria, destaca-se o chafariz de 1850, em cantaria
(f15) e, seguindo seu alinhamento, escadaria em pedra que leva ao vo central de acesso, com folhas externas
em caixilhos de vidro e bandeira fixa, alm de folhas internas em madeira almofadada que, mantendo maiores
dimenses e arco pleno, vedam as bandeiras externas quando fechadas (f16).
Na entrada principal, as portas central e direita so do amplo vestbulo, com quarto na lateral. J a da
esquerda nasce na sala de visitas (f17), e o corredor que se segue d acesso aos banheiros (f18) e sutes,
direita, chegando sala ntima (f19) e ao hall de transio (f20) que mantm escada para o poro e acesso
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descrio arquitetnica
para a sala de jantar (f21) e para a circulao (f22) que leva a uma sute, no final. O espao iluminado da copa
(f23) tem ligao com duas sutes e, seguindo o hall, chega-se a lavabo, quarto de rouparia e cozinha (f24).
A fachada em forma de U, na lateral esquerda, voltada para a fonte, recebe as janelas da sala-de-estar,
banheiros, circulao, quarto e acesso para a sala-de-jantar (f25).
O poro, alm da escada interna em madeira com guarda-corpo torneado (f26), tem acesso por trs portas
voltadas para a fachada lateral direita (f27 e 28).
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descrio arquitetnica
A principal em arco pleno e j descrita recebe enquadramento reto encimando cartela em massa datada
de 1881 (f29) e acompanhada por outras duas portas em verga reta com sobreverga em massa, de faco
mais simples, assim como as janelas de guilhotina em caixilhos de vidro com folhas cegas internas. O salo
que ali hoje se desenvolve um espao voltado ao lazer, revelando a antiga parede de arrimo em pedra (f30)
e tendo, sob a escada, uma adega e em cada extremidade duas sutes (f31). Revestem-no, forro em saia e
camisa e assoalho em tabuado de madeira corrida, com paredes pintadas com tonalidade quente.
O forro do casaro de saia e camisa, pintado em branco, sendo que o friso decorativo de cada cmodo
recebe uma cor distinta, relativa pintura das paredes, que tem tons de rosa, amarelo, azul, pssego e palha,
assim como o rodap de madeira que vai do branco ao verde, passando pelo azul, vermelho e envernizado.
As portas internas, em arco pleno com bandeiras de vidro, folhas cegas e almofadadas, recebem o mesmo
tratamento de pintura, acompanhando a decorao de cada ambiente.
O assoalho apresenta o luxo e a nobreza do pinho de riga, chegando a ter tbuas inteirias de 10m de
comprimento. Na varanda (f32), copa e quarto de rouparia, o piso em ladrilho hidrulico, mantendo a
cozinha com forro de trelia e meia parede de azulejos e o alpendre, ladrilhos cermicos.
A casa, com arcabouo autnomo de madeira de seo quadrada (pilares, frechais, madres e barrotes) que
forma uma gaiola estrutural, mantm vedao das estruturas em alvenaria de pau-a-pique e de tijolos macios
e furados. As paredes do casaro so brancas, assim como os cunhais em massa. Uma calada em pedra
contorna toda a edificao, que recebe cobertura de telhas capa e bica com telhado de elevado ponto.
A casa de hspedes (f33) era uma antiga construo que foi adaptada e conjuga duas casas eretas sobre
baldrame de pedra. Apresenta alvenaria de tijolo macio, cobertura por telhas capa e bica, assoalho de taco,
forro de cedrinho e banheiros com piso cermico e paredes azulejadas.
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descrio arquitetnica
As esquadrias frontais so de madeira, em verga reta, com duas folhas cegas, sendo que as dos fundos so de
caixilhos de vidro e veneziana, possuindo, internamente, postigos (f34). Mantm sala de estar, jantar, quarto,
sute, banheiro e dependncias de servio. Sob a construo, garagem (f35) e, compondo o fechamento da
fachada dos fundos, um macio aqueduto de pedra que conduz a gua para o alambique, atravessando o
caminho entre as edificaes por estrutura area de madeira e folhas de zinco (f36).
O antigo alambique, de estrutura mista de pau-a-pique e abobe, com cobertura em telhas de capa e bica, mantm a
roda dgua funcionando e produzindo cachaa (f37). A produo abastecida pelo extenso canavial, existente nos
morros tipo meia laranja, tpicos da regio. A grande rea cimentada ao lado deste foi local de outras edificaes (f38).
A baia para acomodao dos cavalos manga larga (f39 e f40), com paredes de alvenaria e piso em paralelos,
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descrio arquitetnica
possui, nos fundos, reas de picadeiro para os animais. A estrada que passa entre a casa de hspedes e o
alambique (f41 e f42) segue junto ao um muro de pedra, arrimo do jardim da piscina, com acesso por escada
para essa ampla rea aberta de lazer.
O pavilho de jogos construo recente (f43), comportando sauna, bar, sala de repouso, banheiros e home
theater, e mantendo piso cermico, forro saia e camisa, esquadrias em madeira com verga reta e paredes
internas pintadas em amarelo (f44).
As construes para a pecuria de leite e de corte tm os caminhos do entorno pavimentados com paralelos.
So de alvenaria com cobertura de telhas de cermica, em capa e bica, abrigando um complexo de currais,
ordenha e escritrio (f45).
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Fazenda Chacrinha, por ocasio das obras de reforma em 1985 (foto s/a, acervo Coleo Helenice Frana Leite)
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histrico
Em 13 de outubro de 1805, o guarda-mor substituto em Rio Preto, Joaquim Jos dos Santos, requereu a D.
Fernando Jos de Portugal, capito general de Mar e Terra e Vice-Rei do Estado do Brasil, uma sesmaria de
meia lgua em quadra, no serto dos ndios Coroados de Valena, s margens do rio das Flores1. No ano de
1812, o mesmo Joaquim solicita a medio e demarcao de suas terras que, um ano depois, juntam-se
sesmaria de Campo Alegre, adquirida provavelmente do alferes Alexandre Manoel de Lemos, fundador desta2.
Tudo leva a crer que Manoel Pereira de Souza Barros adquiriu as duas sesmarias de Joaquim Jos dos Santos em
meados da dcada de 1840, levando algum tempo para estabelecer-se definitivamente com a famlia nas terras.
Durante as dcadas de 1850 e 1860, o capito Souza Barros desenvolveu suas fazendas com lavoura de caf.
Residindo na Fazenda Campo Alegre, entretanto, no abandonou Chacrinha. Nesta ltima, que j possua casa
de morada e engenhos construdos por Santos em princpios do sculo XIX, Souza Barros mantinha engenho
de cana, para a produo de aguardente e acar, gneros ainda importantes, inclusive como moeda de troca.
Segundo o historiador valenciano, Jos Leoni Irio, a Fazenda Chacrinha foi reservada ao seu filho homnimo.
Emitido na posse, logo em seguida Manoel Pereira de Souza Barros, o filho, casou-se com a prima, D. Rita
Arnalda Pereira de Souza Barros, com quem teve 11 filhos, sendo que dez atingiram a idade adulta.
A atual sede da Fazenda Chacrinha, que substitui uma modesta casa de vivenda construda por Santos, comeou
a ser edificada no final da dcada de 1860, o que coincide com o retorno de Manoel para a fazenda do pai.
A partir do final da dcada de 1860, o tenente coronel Manoel Pereira de Souza Barros se dedica aos
negcios da fazenda em companhia do pai. Participa ativamente da vida social e poltica da cidade
de Valena, porm no se afasta do ambiente social da Corte. Divide o seu tempo entre Valena e a
Capital do Imprio do Brasil, onde transforma a antiga residncia de seus pais em um elegante palacete.
Nesta ocasio o imponente Solar da Chacrinha ainda est sendo concludo e a produo de caf est a todo vapor.
Os milhares de arrobas produzidos nas fazendas so frutos dos jovens cafeeiros, plantados nas derrubadas
novas que sabiamente seu pai reservou para quando as de Campo Alegre estivessem esgotadas3.
Os investimentos tecnolgicos, logsticos e sociais implantados na vida da Fazenda Campo Alegre, por Souza
Barros, mesmo depois da morte de seu pai, nos fazem acreditar que ele abandonou o projeto de residir na
Chacrinha. A mudana de idia teria sido a favor do filho mais velho, tambm chamado Manoel Pereira de
Souza Barros, para quando este atingisse a idade adulta e estivesse pronto para gerir os negcios da fazenda.
Souza Barros participa ativamente na viabilizao da fundao da Companhia Estrada de Ferro Unio
Valenciana. Alm de scio, seria tambm presidente da Companhia em 1870. Assim, em suas terras
fez construir a estao que levou seu nome, Souza Barros, que tempos depois teve o nome mudado
para Estao de Chacrinha, dando origem ao bairro do mesmo nome. A partir desta estao, construiu
uma linha frrea por trao animal, de sete quilmetros, at Campo Alegre. Com a ferrovia, a produo
das fazendas e stios chegava mais rpido aos portos da Corte. Na contramo do caf, luxo e progresso.
Em 17 de dezembro de 1881, Manoel Pereira de Souza Barros agraciado com o ttulo de baro de Vista
Alegre, coroando o auge de sua ascenso social. O momento histrico coincide com a quase concluso do
luxuoso Solar da Chacrinha, avaliado na poca em 30 contos de ris. Para marcar a data, manda colocar uma
cartela com as inscries do ano de 1881 na porta lateral do Solar da Chacrinha.
Alm da produo de caf, Chacrinha se consolida como importante produtora de aguardente, uma das
poucas fazendas com produo em escala comercial.
Vista Alegre herdou do pai 234 escravos e sabe-se que este nmero aumentou tempos depois4. A abolio
coincidiu com o ms de caf maduro, por isso uma corrida contra o tempo surgiu para muitos fazendeiros. A
safra de 1888 estava completamente comprometida, j que muitos haviam vendido o caf no p. Houve uma
corrida aos bancos e casas comissrias.
Com a perspectiva de perder tudo que havia conquistado e com a sade abalada por complicaes cardacas
o Baro de Vista Alegre falecia, repentinamente, com a idade de 42 anos, no seu palacete da Rua Conde dEu
em 08/01/1891. Seus restos mortais foram inumados no Cemitrio de So Joo Batista, no Rio de Janeiro.
A Fazenda Chacrinha que, estava hipotecada, foi arrematada pelos Esteves, Irmos e Cia., por 195:295$0005.
Sem sabermos do real motivo da dissoluo do patrimnio rural dos Esteves, o certo que estes hipotecaram
ao Banco do Brasil as fazendas Chacrinha (05/08/1892), Campo Alegre, Santa Thereza e Vista Alegre, estas
duas ltimas havidas em execuo de uma hipoteca do Visconde de Pimentel, datada de 08/08/1881, no valor
de 120 contos de ris6.
Levadas novamente a leilo pelo Banco do Brasil, em 1901, as quatro fazendas acima mencionadas so
adquiridas pelos irmos lvaro e Horcio Mendes de Oliveira Castro. Com os Mendes de Oliveira Castro um
novo ciclo se inicia na histria dessas fazendas. lvaro e Horcio eram filhos do primeiro matrimnio de Jos
Mendes de Oliveira Castro, o baro de Oliveira Castro, e Carlota Deolinda de Carvalho Ribeiro. lvaro era
engenheiro civil e trabalhou no projeto da Estrada de Ferro do Corcovado no Rio de Janeiro.
Depois de fechado o negcio, os irmos Oliveira Castro formaram a sociedade denominada Companhia Alliana
Agrcola, proprietria das fazendas Santa Thereza, Vista Alegre, Campo Alegre, Caieira, Chacrinha e do Stio
Retiro (Velho) e, aos poucos, os enormes cafezais destas fazendas vo sendo substitudos por pastos, como se
sucedeu com todas as fazendas do vale do Paraba.
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histrico
Chacrinha passa a ser o ponto de encontro dos Oliveira Castro, que promovem jantares, festas e saraus,
sendo que alguns destes momentos memorveis foram registrados pelas lentes de Octvio Mendes de Oliveira
Castro, irmo de lvaro.
Com o passar dos anos, lvaro adquire a parte de Horcio na sociedade, tornando-se nico proprietrio da
Companhia e, em 1956, toma a iniciativa de dividir seu patrimnio entre seus cinco filhos. A fazenda Chacrinha,
com 40 alqueires de terras e mais a histrica sede, ficou em condomnio entre os cinco filhos. Tempos depois,
Fernando, Geraldo e Ceclia compram a parte de Maria Eugnia e Roberto no condomnio7.
Em 1985, os irmos Oliveira Castro vendem Chacrinha ao empresrio e mdico carioca Dr. Pedro Alberto
Guimares, na poca um dos diretores do Grupo Monteiro Aranha. Dr. Pedro Alberto Guimares, um apaixonado
por antigas fazendas de caf, adquiriu e recuperou da runa algumas casas histricas, entre elas Santana do
Turvo, em Barra Mansa, e So Fernando, em Vassouras. Com Chacrinha no foi diferente, embora seu estado
de conservao fosse excelente.
Em agosto de 1987, as obras de restaurao foram inauguradas com toda pompa e circunstncia, porm
Dr. Pedro Alberto ficou pouco tempo com a Fazenda Chacrinha e, em 1996, resolve vend-la a um casal de
advogados cariocas (f56).
Sesmaria de Joaquim Jos dos Santos - Valena -1808; 112 fls, Caixa 148. Arquivo Nacional / Rio de Janeiro.
Sesmaria de Alexandre Manoel de Lemos / caixa 146 / n 03 Arquivo Nacional / Rio de Janeiro.
3
Inventrio de Manoel Pereira de Souza Barros. Cdigo de Fundo: 3J Seo de Guarda: CODES SDJ / caixa: 18. Ano: 1872, Juzo da 1a Vara Cvel / Arquivo
Nacional / Rio de Janeiro.
4
Idem.
5
Inventrio do Baro de Vista Alegre - 1891 / caixas 23, 24 e 25 / APJ. Museu da Justia / Rio de Janeiro.
6
Escritura de emprstimo juros com obrigaes de hipoteca que ao Banco do Brasil fazem Esteves Irmos & Companhia. Fazenda Chacrinha. Cartrio do
30o Ofcio de Notas, Lv. 467, Fls. 23-24v 05/08/1892. Microfilme: 010.64-79. Arquivo Nacional / Rio de Janeiro.
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Dados passado por D. Regina Maraes da Costa, Neta de lvaro Mendes de Oliveira Castro, em novembro de 2008.
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