A Reinvenção Do Profissional
A Reinvenção Do Profissional
A Reinvenção Do Profissional
DO PROFISSIONAL
Tendncias Comportamentais do Profissional do Futuro
Alexandre Prates
A REINVENO
DO PROFISSIONAL
Tendncias Comportamentais do Profissional do Futuro
S o Pau l o 2 0 1 2
CDD-650.14
ndices para catlogo sistemtico:
1. Carreira profissional : Desenvolvimento :
Administrao 650.14
2. Carreira profissional : Sucesso :
Administrao 650.14
2012
IMPRESSO NO BRASIL
PRINTED IN BRAZIL
DIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIO
NOVO SCULO EDITORA LTDA.
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Dedicatria
Dona Clara, minha me, que me protegeu quando preciso;
Ao meu pai, Sr. Natal, que me proporcionou o amadurecimento;
A minha av Dinah e meu av Antonio, por me ampararem sempre;
Cidinha, minha medrasta, por me adotar na fase mais difcil da minha
vida, a adolescncia;
Ao Dr. Melo, meu padrasto, por nunca ter desistido de acreditar em mim;
Ao meu filho Leonardo e a minha enteada Mellanie por serem o
motivo de tudo;
Ao meu irmo Eglauco por me fazer ser exemplo;
A minha amada esposa Jennifer por despertar um dos melhores sentimentos
da minha vida: o amor incondicional;
E a Deus por me proporcionar tudo isso.
Dedicatria Especial
Dedico de todo o meu corao ao meu eterno e amado filho Guilherme,
que, em to pouco tempo entre ns, deixou lembranas e lies que jamais sero
esquecidas.
AGRADECIMENTOS
Mais do que um agradecimento, o meu sincero reconhecimento da enorme
dvida que tenho com as pessoas que me ajudaram nesta obra.
Pessoas que me ajudaram com anos de estudos e pesquisas que me permitiram
enriquecer os meus conhecimentos: Timothy Gallwey, um dos precursores do
coaching e, em minha opinio, o grande responsvel pela compreenso da fora
desta metodologia; Howard Gardner, que apresentou ao mundo o verdadeiro
conceito sobre a inteligncia humana; Marting Seligman, entusiasta e grande
estudioso da cincia da felicidade; Daniel Goleman, que aps a sua ousadia em
mergulhar nos mistrios da mente humana, nos revelou o poder da Inteligncia
Emocional. Agradeo tambm aos meus eternos mestres que me proporcionaram
o conhecimento do mundo do coaching, os segredos do mundo corporativo e os
valores fundamentais para a vida.
Minha eterna gratido aos grandes lderes que me impulsionaram nesta trajetria profissional, acreditando no meu potencial e, principalmente, me desafiando
a ir alm: Adriana Schitz, Deise De Lucca, Sidney Kalaes e Sr. Orandi Momesso.
Inevitvel agradecer s pessoas que me deram o suporte necessrio para que
fosse possvel realizar este sonho: Polyanna Toledo, que envolveu-se plenamente
na transcrio de todas as entrevistas; Karina Nascimento, nossa coach e amiga,
que contribuiu velozmente com a reviso ortogrfica e gramatical, valorizando o
contedo desta obra; Hamilton Carvalho, que abrilhantou esta obra, refinando
as entrevistas, tornando-as mais agradveis ao leitor; e ao amigo e publicitrio
Henry Canfield da Agncia 4SC, por contribuir com ideias, crticas e sugestes
sobre as vertentes publicitrias do livro.
E como agradecer as pessoas que, incondicionalmente, torceram e estiveram
ao meu lado durante todo o percorrer deste caminho? impossvel agradecer com
palavras, mas vou tentar. Muito obrigado aos amigos da Associao de Jovens
Empresrios do Estado de Gois (AJE Gois) e aos amigos da Confederao
Nacional de Jovens Empresrios (CONAJE).
Faz-se fundamental agradecer tambm aos nossos clientes que compreenderam o momento de intenso envolvimento neste projeto e perdoaram as nossas
falhas e ausncias, nos transmitindo a tranquilidade necessria para seguir em
frente.
Por fim, quero manifestar mais do que o meu agradecimentom, e sim a minha
eterna admirao aos empresrios, jovens empresrios, lderes e especialistas que
acreditaram e dedicaram parte do seu concorrido tempo para construir comigo
este grande estudo. Em especial ao autor do brilhante prefcio que enobrece esta
obra, Fernando Dolabela.
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SUMRIO
Prefcio Por Fernando Dolabela................................................................. 13
Introduo A Reinveno do Profissional................................................. 23
Captulo I Por que comportamento?......................................................... 29
Captulo II Coaching aplicado para o profissional dos novos tempos...... 33
Inteligncia Potencial A primeira inteligncia do profissional do futuro.....33
O jogo interior Timothy Gallwey...................................................................34
Interferncias em nosso desempenho..........................................................35
Captulo III Foco O propsito que faz valer a pena.............................. 39
Misso........................................................................................................................40
Metas..........................................................................................................................41
Planejamento..........................................................................................................43
Captulo IV Recursos Construindo as competncias necessrias...... 45
CHAR (Conhecimento, Habilidades, Atitudes e Resultados)..................45
Howard Gardner e a Teoria das Mltiplas Inteligncias...........................46
Avaliao das Mltiplas Inteligncias.............................................................47
Plano de Ao Pessoal.........................................................................................54
Captulo V Pensamento................................................................................ 57
Crenas......................................................................................................................58
Valores.......................................................................................................................60
Sabotadores de resultados................................................................................60
Captulo VI Lidando com as emoes........................................................ 65
Captulo VII Novos comportamentos Uma questo de deciso........ 69
Captulo VIII Passado aprendizado......................................................... 73
Captulo IX Definindo a sua proposta de valor........................................ 75
Captulo X Flexibilidade O comportamento fundamental................. 79
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Concluso..............................................................................................385
Referncias...........................................................................................387
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PREFCIO
por Fernando Dolabela
O livro
Pela ousadia de perscrutar o futuro, os depoimentos constantes neste livro
so de grande valia para os que esto ou pretendem entrar no mundo corporativo. Ricas e diversas, abordando o assunto por variadas faces, o leitor ter sua
disposio vises de gente curtida no tema. Algumas delas divergem entre si,
aumentando o valor do conjunto. Nada mais saudvel do que a diversidade de
percepes. Seria, sim, repreensvel, se ofertassem opinies unssonas. O leitor
tem a seu dispor esboos de descries de cargos do porvir, que podero inspirar
currculos de cursos tcnicos, universitrios, de MBAs, de programas de treinamento continuado e de universidades corporativas.
A reinveno de fora para dentro
Mas a contribuio deste livro vai um pouco alm do lugar-comum da aposta
sobre o que exigir o futuro. Algumas dvidas talvez faam bem nesse terreno que
tantos querem pavimentar de certezas. Uma delas questiona a gnese das nossas
contribuies: se frmulas so fornecidas ao profissional, o pressuposto que ele
esteja alheado do seu quefazer e depende de terceiros. Nesse caso, a pergunta que
desconstri : pode ser competente aquele que precisa que outros lhe digam qual
deve ser a sua competncia? Nela, o que chama a ateno a direo do fluxo, de
fora para dentro. De fato estamos falando do tipo de profissional cujas habilidades e competncias so prescritas do mercado para o indivduo para atender
s necessidades da empresa. Ao deixar-se conduzir pelas correntes desse fluxo,
submetendo-se ao molde que vem de fora, o indivduo represa a sua autonomia e
delega a autoria de si mesmo.
Em muitas atividades as coisas no funcionam assim. Os profissionais definem
as funes que desejam exercer, e as competncias que lhes so essenciais so inspiradas na concepo de futuro que constroem. Eles estabelecem um ponto no
futuro que desejam alcanar, um sonho, e, a partir da, buscam os saberes neces-
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srios para chegar l. O fluxo, nesse caso, inverso ao anterior: de dentro para
fora. Do indivduo para o mercado.
Da reinveno do mdico, quem cuida? E da atualizao do pesquisador, do
advogado ou do dentista? Todos eles tm autonomia total no exerccio de sua
especialidade. Na cirurgia, o mdico soberano, decide sobre a aplicao de tecnologias, procedimentos, assume os riscos. No tribunal, a liberdade do advogado
a sua fora. Na pesquisa, o acadmico define o que, por que e como fazer, est
no comando. O profissional a que dedicamos este texto, empregado de empresas,
um tipo peculiar. Para entend-lo temos que perscrutar a essncia do ambiente
que lhe d vida e movimento, a empresa.
A lgica da atividade empresarial
A moderna empresa de hoje tem os mesmos fundamentos da empresa do
sculo XIX. Em ambas a essncia gerar um produto (ou servio ou ambos) e
entreg-lo a quem esteja disposto a pagar um valor por ele (no seu conjunto)
capaz de viabilizar a operao. O ator central tanto nas empresas do Baro de
Mau como nos atuais gigantes de alta tecnologia o mesmo: o cliente e tudo que
gira em torno dele, incluindo a necessidade de seduzi-lo com inovaes e os meios
para acess-lo. Claro, como tudo no mundo, o cliente se transforma velozmente.
A mesma pessoa, durante a sua vida, tem diferentes preferncias e exigncias. Os
meios mudam, a lgica empresarial permanece. Em todas as reas a velocidade
das mudanas bate recordes. Mesmo assim os cursos de formao profissional
ainda utilizam parmetros que funcionavam bem no tempo em que mudanas
eram lentas. A industrializao gerou empregos em quantidades jamais vistas e
elevou a qualidade de vida de milhes de pessoas atravs da oferta de produtos
antes inexistentes ou inacessveis. Em resposta necessidade de profissionais de
todos os nveis que pudessem fazer andar os mecanismos industriais, o sistema
educacional respondeu prontamente, oferecendo a formao que o mercado
exigia. A descrio de cargos da indstria passou a influenciar o currculo de cursos profissionalizantes, tanto universitrios como tcnicos. Ao tornar abundante a
oferta de mo de obra o sistema regula os seus preos e os mantm em patamares
desejveis. Durante a boa parte do sculo XX o que o engenheiro aprendia na
escola tinha validade para toda a vida. No Brasil a cerimnia de concluso de
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contedos que se renem sobre o ttulo de administrao de empresas, ou gesto. Nenhuma contribuio produtividade e competitividade maior do que
as inovaes nessa rea. No entanto, no que diz respeito insero do homem
no trabalho sob a forma de emprego, o que houve foram avanos cosmticos. A
interface homem-empresa, inspirada ainda no modelo industrialista de emprego,
continua a produzir dramas existenciais. Tratado pelos economistas como fator de
produo, pelos administradores como mo de obra e pelos contadores como custos, o trabalho humano sob a forma de emprego mostra sintomas dos problemas
que surgiram desde a sua concepo. A lista grande, mas trs disfunes orgnicas, capazes, cada uma por si, de comprometer a sua liberdade, do a dimenso
do grau de terminalidade do empregado-paciente: desequilbrio de poder entre
empregado e empregador, estruturas fortemente hierarquizadas e a imposio da
ruptura entre emoo e trabalho. Talvez por perceber a sua fatalidade inelutvel,
os especialistas se limitaram a mitigar o sofrimento do paciente e tentar, mesmo
nessa condio adversa, extrair dele, nos seus estertores, algo precioso para os
resultados da empresa, a motivao. verdade que alguns tericos fizeram tentativas de combater alguns desses males. Por exemplo, os humanistas, com muita
razo, contestaram aquele que Peter Drucker chama de um dos gnios do sculo
passado, Taylor. Na teoria os ps-tayloristas demonstraram que, tica e ecologicamente, no aceitvel dividir o conjunto dos empregados entre aqueles que
pensam e os que fazem, os que mandam e os que obedecem, os que operam e os
que criam. No entanto, em graus diferentes de intensidade, as empresas em sua
maioria continuam tayloristas. No por falta de propostas, mas porque o germe
de liberdade nelas contido dificulta a sua implementao.
Alm do mais, o taylorismo, que gera eficcia em todos os fatores de produo, tem como nico pecadilho dar pouco espao felicidade no trabalho, o que,
em termos de resultados empresariais, at ento no chegava a ser um problema
ameaador. Agora sim, na era da inovao, um estorvo, como veremos a seguir.
H um imbatvel elemento que d consistncia a essa relao: pior que o emprego
o desemprego. A maior promessa do empregador , jamais dita, mas entendida
em todas as letras que se o empregado no se comportar bem, ser demitido.
Como resposta ao desastre que representa a falta de emprego, a sociedade, atravs
da mdia e escolas, dedica-se ao encmio desse modelo de relao de trabalho. De
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humano, mas o produto. Tanto assim, diz ele, que homens so substitudos por
mquinas. Esses refros so adequados aos tarefeiros e executores de rotinas. Tiveram seu auge no perodo em que as economias se orientavam pela busca da eficincia, no conceito de Porter. So teis para se escalar com competitividade (o que
no pouco), mas no so consentneos era da inovao. A mesma emoo que
perniciosa s operaes repetitivas a fonte de energia para os que inovam. As
organizaes logo presenciaro modelos que iro recuperar a convivncia ntima
entre emoo e trabalho. O ambiente corporativo que no oferecer liberdade para
a manifestao da criatividade correr o srio risco de perecer. O ser humano que
se submete ao trabalho sem emoo renuncia ao protagonismo, entrega a terceiros
a autoria e gesto da prpria vida. Mais do que isso, abre mo da maior aventura
dos humanos: a capacidade de conceber o futuro e transform-lo em realidade. A
liberdade para cometer erros, a emoo sem restries, matrias-primas da construo de elevada autoestima, so os gatilhos para a manifestao do potencial
empreendedor. Crenas da nossa sociedade nos ensinam equivocadamente que
a felicidade est fora do trabalho. Trabalha-se para viver, diferentemente do que
praticam os pases prsperos em que as pessoas vivem para trabalhar. Ainda assim
as empresas querem mobilizar no s as competncias, atravs da motivao, mas
desejam a paixo, ao exortar os empregados a vestirem a camisa. Muitas vezes
tm sucesso, mesmo diante da nica certeza com que o empregado convive: um
dia ser demitido. Sabemos que a dedicao e competncia so oferecidas pelo
empregado consciencioso sob quaisquer condies, porque ele no abre mo da
sua respeitabilidade.
Reinveno do empregado ou da empresa?
No se reinventa o profissional sem que se altere o etos da empresa. A organizao metaboliza todos os seus integrantes, sejam quais forem as suas origens
e personalidades, e os impregna com a sua cultura. Sendo sistemas que buscam
o equilbrio, as empresas so dotadas de equifinalidade, ou seja, todos os seus
componentes trabalham na mesma direo para garantir o seu funcionamento
ideal. Disfunes das partes ameaam a harmonia do todo. Empresas investiro
em mudanas internas necessrias gerao de inovao somente quando forem
obrigadas a isso, ou seja, quando se tornar evidente que a inovao essencial
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