Almanaque Chuva de Versos 413 - Homenagem Ao Trovador

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Jos Feldman

O Trovador
Hoje o Dia Nacional do Trovador. E, em homenagem a este dia, tantas e tantas trovas so colocadas. Mas, afinal
quem o trovador?
Trovas so os nossos sonhos, nossos momentos de tristeza, de revolta, de solido, de alegria, de amor, de f.
Os trovadores carregam dentro de si uma bagagem enorme de suas realizaes, decepes, sonhos e principalmente,
doao.
O trovador doa-se, para poder compartilhar o momento com os outros. como se recebesse um po e deste fizesse
brotar tantos e tantos pezinhos para que pudesse saciar a nossa fome de esperana.
O trovador corao, alma, sangue, lgrima, riso.
O trovador busca em cada cantinho escondido da vida um mnimo que seja de um gro de areia para poder mostrar
ao mundo, e transformar este gro em uma praia enorme para que todos possam aproveita-la e se encantar com a
maravilha que um mero gro.
O trovador luz. luz que ilumina o caminho de muitos que vivem nas trevas. luz daqueles que a perderam nas
encruzilhadas da vida.
O trovador sonho. Tantos sonhos so sonhados, e o trovador carrega nestes quatro versos sonhos que se perderam
na nvoa do tempo.
Enfim, o trovador amor. o amor dos apaixonados, o amor dos casados e dos que ainda um dia iro amar. o
amor de amigos, o amor ao prximo, o amor aos animais.
O trovador foi, e sempre ser VIDA!
Meus parabns a todos os trovadores, todos que batalharam e batalham para manter esta chama acesa.
So tantos nomes, por isto deixo os meus parabns a TODOS OS TROVADORES E AMANTES DA TROVA.
E em especial o meu muito obrigado a Luiz Otvio, nosso mestre maior, o estopim do movimento trovadoresco.

A Trova
Origens
Contexto Histrico
Trovismo foi a primeira escola literria portuguesa. Esse
movimento literrio compreende o perodo que vai,
aproximadamente do sculo XII ao sculo XIV.
As atividades literrias em Portugal durante a transio
da Alta para Baixa Idade Mdia, nascem quase que
simultaneamente com a consolidao da nao portuguesa
como reino independente, num perodo marcado
principalmente pelo Feudalismo (plano poltico-econmico)
e pelo Teocentrismo (poder espiritual do clero).
O Feudalismo foi um sistema poltico-econmico
medieval descentralizado na qual o poder estava
diretamente relacionado posse da terra. A economia era
fundamentalmente agrria (subsistncia), sem comrcio e,
portanto, sem intercmbio cultural. Praticamente todas as
mercadorias negociadas nessa poca vinham da terra e por
isso, a quantidade de terra possuda era a chave da fortuna
e do poder, que estava nas mos da nobreza, representada
por senhores feudais ou suseranos. Estes faziam a
concesso de pequenos lotes de terra (feudo) a um servo ou
vassalo, para que este a cultivasse em troca de proteo.
Alm da obrigao de cultivar esses lotes, os vassalos
tinham que pagar inmeras taxas impostas pelos donos das
terras. Os valores dessas taxas eram to altos que o
dinheiro que restava era apenas o suficiente para a sua
subsistncia e para o plantio de uma nova safra. Essa
relao de dependncia entre suserano e vassalo nessa

sociedade fortemente hierarquizada era chamada de


vassalagem.
Havia ainda uma outra classe social poltica e
economicamente poderosa, detentora de grandes extenses
de terras: o clero. A Igreja era a maior Instituio feudal da
poca, determinando o modo de pensar e viver de uma
sociedade fortemente marcada pela idia de Deus como
centro do universo. A prpria produo artstica vai estar
impregnada por esse esprito teocntrico, numa poca em
que religio e profano se confundem. Tanto a pintura
quanto a escultura procuravam retratar cenas da vida de
santos ou episdios bblicos. A vida do povo lusitano estava
voltada para os valores espirituais e a salvao da alma.
Emoo e f regiam as aes, determinando uma viso mais
subjetiva do mundo, caracterizando certo irracionalismo.
Surge a Escolstica, filosofia medieval que tentava justificar
a f pela lgica. A Igreja pregava a renncia aos bens
materiais e aos prazeres terrenos como condio para
salvao eterna. Nessa poca, eram freqentes procisses,
romarias, construo de templos religiosos, missas etc.
A influncia do clero evidenciou-se principalmente
durante as Cruzadas, expedies e batalhas de cunho
religioso, entre cristos e muulmanos, que tinham como
principal objetivo a libertao dos lugares santos, situados
na Palestina e venerados pelos cristos, alm da expulso
dos rabes da Pennsula Ibrica.
Tais aspectos scio-culturais so importantes para
entendermos certas caractersticas das manifestaes

literrias desse perodo. O feudalismo ter reflexos at


mesmo na linguagem da poesia lrica. Ademais, as cortes
dos reis e dos grandes senhores feudais so os centros de
produo cultural e literria. O teocentrismo, por sua vez,
vai se refletir tanto nas novelas de cavalaria como na poesia
de temtica religiosa, nas hagiografias e obras de devoo.
Devido s cruzadas, a maioria dos textos lricos
demonstrava a saudade da amada pelo amado que foi para
lutar em favor da igreja, contra os mouros. Os outros textos
lricos demonstravam o amor platnico, amor impossvel de
se consumar (o que nesse caso com o casamento), pois o
sujeito-lrico desses poemas um amante de uma escala
mais baixa na hierarquia feudal, sempre era um campons
morrendo de amores por uma nobre.
O Trovismo vai entrar em declnio durante a crise do
feudalismo e as consequentes modificaes na maneira de
governar de Portugal, incluindo o contexto de conflitos com
a Espanha que culminam com a decadncia do
mecenantismo real.
Muitos marcam o fim do Trovismo em 1385, com o fim
da dinastia de Borgonha, quando D. Joo I aclamado rei
de Portugal e inicia-se a dinastia de Avis. Para outros, seu
fim marcado com a nomeao de Ferno Lopes para
cronista-mor da torre do Tombo em 1418.
POESIA TROVADORESCA
Na literatura, o Trovismo foi a primeira escola literria
portuguesa. Esse movimento compreende o perodo que vai,
aproximadamente, do sculo XII ao sculo XIV.
Convencionou-se que o marco inicial data da primeira
cantiga feita por Paio Soares Taveirs, provavelmente em
1189 (ou 1198?), intitulada Cantiga de Guarvaia, mais
conhecida como Cantiga da Ribeirinha. Essa cantiga,

originalmente em galego-portugus, um romano (lngua de


origem latina falada na costa da Pennsula Ibrica) visto
que ainda no havia uma unidade lingstica entre Portugal
e a Galiza foi endereada a Maria Pais Ribeiro (a
ribeirinha), uma mulher muito cobiada na corte
portuguesa e que foi amante de D. Sanho I, o segundo rei
de Portugal.
Cantiga da Ribeirinha
(Paio Soares de Taveirs)
No mundo non me sei parelha,
mentre me for como me vai.
ca ja moiro por vos e ai!
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraia
quando vos eu vi en saia!
Mao dia me levantei,
que vos enton non vi fea!
E, mia senhor, des aquel dia, ai!
me foi a mi mui mal,
e vs, filha de don Paai
Moniz, e Ben vos semelha
dhaver eu por vos guarvaia,
pois eu, mia senhor, dalfaia
nunca de vos houve nen hei
valia dua correa.
A poesia trovadoresca era cantada na lngua galegoportuguesa e acompanhada por instrumentos musicais,
caracterizando-se pela tradio oral e coletiva.
Numa poca em que a populao era quase toda
analfabeta, a cultura era transmitida essencialmente por

via oral, o que estabelecia um dualismo lingstico entre a


cultura monstica (escrita e erudita, inicialmente s
expressa em latim) e a cultura laica ou profana, transmitida
oralmente, em lngua galego-portuguesa, onde se inclui a
poesia trovadoresca.
A poesia trovadoresca tem origem em duas tradies
poticas fundamentais: a tradio popular da regio e a
influncia direta do troubadours provenais. Compreende
um conjunto de cerca de 1600 cantigas de carter profano,
com temtica pag, ertica e satrica, a que poderemos
acrescentar cerca de 400 poemas de contedo religioso. H
um predomnio da literatura oral, associada msica e
dana. A poesia no era escrita para ser lida por um leitor
solitrio. Os poemas eram cantados e acompanhados de
instrumentos musicais, recebendo o nome de cantigas (ou
ainda de canes ou cantos), e eram prprias para
apresentaes coletivas. Seu pblico no era, portanto,
constitudo de leitores, mas de ouvintes. Infelizmente, as
partituras das msicas se perderam quase todas, sobrando
nos dias de hoje apenas cinco, escritas por Martim Codax.
Trovador: Aquele que escreve as cantigas (geralmente
nobres). Cabe lembrar que so sempre homens.
Menestris: msicos-poetas sedentrios; viviam nas
casas de fidalgos.

Segris:
trovadores
profissionais,
fidalgos
desqualificados que iam de corte em corte, acompanhados
por um jogral.
Jograis: do provenal: joglar = brincar. Cantores e
tangedores ambulantes, geralmente de origem plebia
(espcie de bobos da corte, que apenas executavam ou
interpretavam as composies alheias).

Soldadeira ou Jogralesca: moa que danava e tocava


castanholas ou pandeiro.
Esses artistas eram a alma das trovas, porque eles as
interpretavam e tinham que transmitir todo sentimento
passado por seus personagens, suas decepes, saudades,
iluses, sofrimentos e a dor de um amor impossvel.
Devido ao fato de serem poesias cantadas, so de
tradio popular e so menos sofisticadas em relao
poesia escrita, apresentando simplicidade temtica e
formal. Quanto forma, as cantigas dividem-se em:
Cantigas de Maestria: sete versos em cada estrofe,
sem refro, mais difceis e sofisticadas.
Cantigas de Refro: quatro versos em cada estrofe,
com repetio de um deles (refro) no final, mais
populares.
Cantigas Paralelsticas: h versos encadeados que
repetem a mesma estrutura, com pequenas variaes,
em pares de estrofes consecutivos, com rimas.
Quanto a temtica, as cantigas podem ser divididas em
dois grandes grupos:
Cantigas lricas (cantigas de amor e cantigas de
amigo) e
Cantigas satricas (cantigas de escrnio e cantigas
de maldizer).
Do ponto de vista literrio, as cantigas lricas, nas quais
o amor temtica constante, apresentam maior potencial
pois formam a base da poesia lrica portuguesa e at
brasileira. J as cantigas satricas, geralmente, tratavam de
personalidades da poca, numa linguagem popular e
muitas vezes obscena.

S tardiamente (a partir do final do sculo XIII) as


cantigas foram compiladas em manuscritos chamados
cancioneiros.
Trs
desses
livros,
contendo
aproximadamente 1 680 cantigas, chegaram at ns:
Cancioneiro da Ajuda (310 Cantigas).
Cancioneiro da Vaticana (1205 Cantigas).
Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa (1647
Cantigas), tambm conhecido por Cancioneiro ColocciBrancutti.
CANTIGAS DE AMIGO
As Cantigas de Amigo tm origem galego-lusitana e
autctone, isto , originam-se da tradio popular e do
folclore da prpria Pennsula Ibrica. Cronologicamente, so
anteriores s cantigas de amor, mas inicialmente no eram
escritas. S com a chegada das cantigas provenais e o
desenvolvimento da arte potica que se registraram em
textos.
Retratam o cotidiano, a vida rural e o ambiente urbano
das aldeias medievais. A mulher que encontramos aqui
real, concreta. uma camponesa, uma mulher do povo,
que fala de seus problemas amorosos.
Apesar de serem compostas e cantadas por homens, o
sujeito-lrico das Cantigas de Amigo sempre feminino. O
trovador enfoca o ponto de vista feminino, colocando-se no
lugar da mulher que sofre pelo amado distante, por cimes,
pelo amor no correspondido.
A temtica o amor pelo amigo (namorado, amante,
marido) e a coita (sofrimento amoroso, geralmente
causado pela ausncia do amado). O amor infeliz, mas
tambm natural e espontneo. Ademais, trata-se de um

amor concreto, realizvel. O tom pode ser de frustrao,


mas o amigo real.
H uma forte presena do campo, da natureza e de
pessoas do ambiente familiar.
As situaes de dilogo so bastante frequentes,
principalmente em tom de confisso. comum enfocar as
confisses da mulher a sua me e suas amigas, e at
mesmo em conversas com a natureza, em confisses aos
pssaros, fontes, riachos, flores. Todavia, cabe ressaltar que
a mulher nunca fala diretamente com seu interlocutor (o
amigo).
A linguagem mais simples do que as das cantigas de
amor, tendo em vista seu carter popularesco, visto que no
se ambientam em palcios, abordando pequenos quadros
sentimentais.
Possuem estrutura de cantigas de refro e paralelsticas.
comum a repetio do mesmo verso (= refro) ao final de
todas as estrofes, o que mantm o ritmo cadenciado e
refora uma mesma idia, valorizando-a. Da sua
musicalidade, que vai de encontro tradio oral ibrica.
H vrios tipos de cantigas, conforme a maneira como o
assunto tratado ou o cenrio onde se d o encontro
amoroso:
albas ou alvas (ao amanhecer);
bailias ou bailadas (convite dana);
marinas, marinhas ou barcarolas (temas relacionados
a mar, rios, barcos);
pastorelas (temas campesinos);
plang (canto de lamentao).
de romaria (peregrinaes a santurios);
serranilhas (nas montanhas);
Veja exemplos de Cantigas de Amigo

Bailemos ns j todas trs, ai amigas,


so aquestas avelaneiras frolidas,
e quen fr velida, como ns, velidas,
se amigamar, so aquestas avelaneiras frolidas
Verr bailar.
Bailemos ns j todas trs, ai irmanas,
so aqueste ramo destas avelanas,
e quem bem parecer, como ns parecemos,
se amigamar,
so aqueste ramo destas avelanas,
verr bailar.
Por Deus, ai amigas, mentral non fazemos
so aqueste ramo frolido bailemos,
e quen bem parecer, como ns parecemos,
so aqueste ramo so lo que bailemos
se amigamar,
verr bailar.
(Aires Nunes)
Ondas do mar de Vigo,
se vistes meu amigo?
E ai Deus, se verra cedo!
Ondas do mar levado,
se vistes meu amado?
E ai Deus, se verra cedo!
Se vistes meu amigo,
o por que eu sospiro?
E ai Deus, se verra cedo!
Se vistes meu amado,
por que ei gram coidado?
E ai Deus, se verra cedo!
(Martim Codax CV 884, CBN 1227)

Ai flores, ai flores do verde pino,


se sabedes novass do meu amigo!
Ai Deus, e u ?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
Ai Deus, e u ?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que lmentiu do que ps comigo!
Ai Deus, e u ?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi jurado!
Ai Deus, e u ?
Vs me preguntades polo vossamado,
e eu bem vos digo que sane vivo.
Ai Deus, e u ?
Vs me preguntades polo vossamado,
e eu bem vos digo que vive sano.
Ai Deus, e u ?
E eu bem vos digo que sane vivo
e seera voscanto prazo sado.
Ai Deus, e u ?
E eu bem vos digo que vive sano
e seera voscanto prazo passado.
Ai Deus, e u ?
(D. Dinis)

Pois nossas madres van a San Simon


de Val de Prados candeas queimar,
ns, as meninhas, punhemos de andar
con nossas madres, e elas enton
queimen candeas por ns e por si
e ns, meninhas, bailaremos i.
Nossos amigos todos l irn
por nos veer, e andaremos ns
bailando ante eles, fremosas en cs,
e nossas madres, pois que al van,
queimen candeas por ns e por si
e ns, meninhas, bailaremos i.
Nossos amigos irn por cousir
como bailamos, e podem veer
bailar moas de bon parecer,
e nossas madres pois l queren ir,
queimen candeas por ns e por si
e ns, meninhas, bailaremos i.
(Pero de Viviez, CV 336, CBN 698)
CANTIGAS DE AMOR
As Cantigas de Amor tm origem provenal, com os
poetas do sul da Frana, e foram levadas a Portugal atravs
de eventos religiosos e contatos entre as cortes. Todavia, as
cantigas de amor em Portugal so mais sinceras e mais
autnticas na expresso dos sentimentos do que as que
lhes deram origem.
O sujeito-lrico das Cantigas de Amor sempre
masculino: o trovador faz a corte a uma dama (interlocutor),
dentro das convenes do amor corts traduzidas na

vassalagem amorosa reflexo da estrutura social da poca


e na idealizao da mulher.
A temtica continua sendo a coita agregada
distncia absurda entre o homem e a mulher objeto de seu
amor: a coita amorosa do trovador perante uma mulher
inatingvel. O amor impossvel, irrealizvel, idealizado,
fantasiado. O sofrimento amoroso , na maioria das vezes,
causado por um amor proibido ou no-correspondido.
A mulher amada est em posio de superioridade, at
por sua condio social, sendo tratada como mia senhor.
Seu nome jamais revelado, por mesura ou para no
compromet-la (devido s diferenas de posio social ou
pelo fato de ser casada). O trovador coloca-se humildemente
a seu servio, como seu vassalo, rogando para que ela
aceite sua dedicao e submisso, refletindo a relao
social de servido da poca.
A mulher inacessvel exaltada e sacralizada, refletindo
um erotismo disfarado, deturpado, sublimado pela
opresso religiosa e pela sociedade machista, sem a
possibilidade de uma sensualidade explcita.
H uma contemplao platnica e a aparncia fsica da
mulher amada tratada como extenso das qualidades
morais.
A linguagem refinada e bem mais trabalhada do que a
das cantigas de amigo, tendo em vista seu ambiente
corteso, retratando a vida da nobreza nos palcios.
Possuem estrutura de cantigas de refro ou de maestria
(mais complexas).
Veja exemplos de Cantigas de Amor
Hun tal home sei eu, bem talhada
Que por vs tem a sa morte chegada;
Vides quen e seeden nanbrada;

Eu, mia dona.


Hun tal home sei eu que preto sente
De si morte chegada certamente;
Vdes quem e venha-vos en mente;
Eu, mia dona.
Hun tal home sei eu, aquestoide:
Que por vs morr e vo-lo en partide,
Vdes quem e non xe vos obride;
Eu, mia dona.
(El-rei D. Dinis)
Quereu em maneira de proenal
fazer agora un cantar damor,
e querrei muiti loar mia senhor
a que prez nen fremusura non fal,
nen bondade; e mais vos direi en:
tanto a fez Deus comprida de ben
que mais que todas las do mundo val.
Ca mia senhor quiso Deus fazer tal,
quando a faz, que a fez sabedor
de todo ben e de mui gran valor,
e con todo est mui comunal
ali u deve; er deu-lhi bon sen,
e des i non lhi fez pouco de ben,
quando non quis que lhoutra fossigual.
Ca en mia senhor nunca Deus ps mal,
mais ps i prez e beldade loor
e falar mui ben, e riir melhor
que outra molher; des i leal
muit, e por esto non sei ojeu quen
possa compridamente no seu ben

falar, ca non , tra-lo seu ben, al.


(El-Rei D. Dinis, CV 123, CBN 485)
Proenaes soen mui ben trobar
e dizen eles que con amor;
mais os que troban no tempo da frol
e non en outro, sei eu ben que non
an tan gran coita no seu coraon
qual meu por mha senhor vejo levar.
Pero que troban e saben loar
sas senhores o mais e o melhor
que eles poden, so sabedor
que os que troban quanda frol sazon
, e non ante, se Deus mi perdon,
non an tal coita qual eu ei sen par.
Ca os que troban e que salegrar
van eno tempo que ten a color
a frol consigu, e, tanto que se for
aquel tempo, loguen trobar razon
non an, non viven [en] qual perdion
ojeu vivo, que pois m-de matar.
(El-Rei D. Dinis, CV 127, CBN 489)
GNERO SATRICO
As cantigas satricas (cantigas de escrnio e cantigas de
maldizer) apresentam interesse sobretudo histrico,
reunindo cantigas autctones maliciosa da poca. So
verdadeiros documentos dos costumes e da vida social e
poltica, principalmente da corte, trazendo at ns os
mexericos e os vcios ocultos da fidalguia medieval
portuguesa, sem a idealizao da cantiga de amor.

Seu objetivo a crtica social, com intuito humorstico,


ridicularizando pessoas de forma sutil ou grosseira,
denunciando os falsos valores morais vigentes e atingindo
todas as classes sociais: senhores feudais, clrigos, povo e
at eles prprios.
Seus principais temas so: a covardia dos cavaleiros,
traies, as chacotas e deboches, escndalos das amas e
tecedeiras, pederastia (homossexualismo) e pedofilia
(relaes sexuais com crianas), adultrio e amores
interesseiros e ilcitos, disputas polticas, mulheres feias.
Tanto nas cantigas de escrnio quanto nas de maldizer,
pode ocorrer dilogo. Quando isso acontece, a cantiga
denominada tenso (ou teno). Pode mostrar a conversa
entre a me a moa, uma moa e uma amiga, a moa e a
natureza, ou ainda, a discusso entre um trovador e um
jogral, ambos tentando provar que so mais competentes
em sua arte.
verdade que seu valor potico pequeno, mas seu
aspecto documental torna imprescindvel seu estudo.
Ademais, so importantes uma vez que apresentam um
considervel vocabulrio, observando-se, muitas vezes o
uso de trocadilhos; e fogem s normas rgidas das cantigas
de amor oferecendo novos recursos poticos.
A diferenas entre as cantigas de escrnio e de maldizer
sutil.

Veja exemplos de Cantigas de Escrnio


Rui Queimado morreu con amor
en seus cantares par Sancta Maria
por ua dona que gran bem queria
e por se meter por mais trovador
porque Ihela non quis [o] benfazer
fez-sel en seus cantares morrer
mas ressurgiu depois ao tercer dia!
Esto fez-el por ua sa senhor
que quer gran bem e mais vos en diria;
porque cuida que faz i maestria
enos cantares que fz a sabor
de morrer i e desi dar viver;
esto faz el que xo pode fazer
amar outromem per ren non [n] o faria
E non h j de sa morte pavor
senon sa morte mais la temeria
mas sabede ben per sa sabedoria
que vivera ds quando morto fr
e faz-[s] cantar morte prender,
desi ar viver: vde que poder
que Ihi Deus deu, mas que non cuidaria

CANTIGAS DE ESCRNIO
Stira social ou individual. Crtica indireta, sarcstica,
zombeteira e de linguagem ambgua. Presena de
menosprezo, desprezo e desdm. No se nomeia a pessoa
criticada, mas esta facilmente reconhecvel pelos demais
elementos da sociedade.Uso da ironia, do equvoco e da
sutileza, com intuito humorstico.

E se mi Deus a mim desse poder


qual oiel h pois morrer
jamais morte nunca temeria.
(Pero Garcia Burgals)
De vs, senhor, quereu dizer verdade
e nom ja sobr'[o] amor que vos ei:

10

senhor, bem [moor] vossa torpicidade


de quantas outras eno mundo sei;
assi de fea come de maldade
nom vos vence oje senom filha dum rei
[Eu] nom vos amo nem me perderei,
u vos nom vir, por vs de soidade[]
(Pero Larouco)

com inteno de ofender e difamar, citando-se o nome da


pessoa ridicularizada. Presena de agressividade e uso de
termos vulgares, grosseiros e obscenos, inclusive palavres.
H uma abordagem mais desabusada dos vcios sexuais
atribudos aos satirizados.
Veja exemplos de Cantigas de Maldizer

Ai, dona fea, fostes-vos queixar


que vos nunca louv[o] em meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!

Rui Queimado morreu con amor


en seus cantares par Sancta Maria
por ua dona que gran bem queria
e por se meter por mais trovador
porque Ihela non quis [o] benfazer
fez-sel en seus cantares morrer
mas ressurgiu depois ao tercer dia!

Dona fea, se Deus mi pardom,


pois avedes [a]tam gram coraom
que vos eu loe, em esta razom
vos quero ja loar toda via;
e vedes qual sera a loaom:
dona fea, velha e sandia!

Esto fez-el por ua sa senhor


que quer gran bem e mais vos en diria;
porque cuida que faz i maestria
enos cantares que fz a sabor
de morrer i e desi dar viver;
esto faz el que xo pode fazer
amar outromem per ren non [n] o faria

Dona fea, nunca vos eu loei


em meu trobar, pero muito trobei;
mais ora ja um bom cantrar farei,
em que vos loarei toda via;
e direi-vos como vos loarei:
dona fea, velha e sandia!
(Joo Garcia de Ghilhade)

E non h j de sa morte pavor


senon sa morte mais la temeria
mas sabede ben per sa sabedoria
que vivera ds quando morto fr
e faz-[s] cantar morte prender,
desi ar viver: vde que poder
que Ihi Deus deu, mas que non cuidaria

CANTIGAS DE MALDIZER
Stira direta, maledicente, com linguagem objetiva e
inequvoca. Neste tipo de cantiga feita uma crtica pesada,

E se mi Deus a mim desse poder


qual oiel h pois morrer
jamais morte nunca temeria.
(Pero Garcia Burgals)

11

A PROSA TROVADORESCA
A prosa medieval tem carter documental, retratando
com mais detalhes o ambiente histrico-social desta poca.
H quatro gneros em prosa do perodo medieval:
1) Hagiografias:
relatos bibliogrficos dos santos da Igreja, escritos em
latim.
2) Cronices:
relatam,
de
forma
romanceada,
acontecimentos
histricos/sociais do sculo XIV, atravs de anotaes em
seqncia cronolgica.
3) Livros de Linhagem ou Nobilirios:
rvores genealgicas das famlias nobres, elaboradas
com o intuito de resolver problemas de heranas e de evitar
casamentos em pecado.
4) Novelas de Cavalaria
As novelas de cavalaria so narrativas ficcionais de
acontecimentos histricos, originrias da prosificao de
poemas picos e das canes de gesta (guerra) francesas e
inglesas. Refletiam, de modo geral, os ideais da nobreza
feudal: o esprito cavalheiresco, a fidelidade, a coragem, o
amor servil. Geralmente no apresentavam autoria e sua
temtica estava ligada s aventuras dos cavaleiros
medievais, na luta entre o bem e o mal das Cruzadas,
em defesa da Europa Ocidental contra sarracenos, eslavos,
magiares e dinamarqueses, inimigos da cristandade. Os
cavaleiros so castos, fiis e dedicados, segundo os padres
da Igreja Catlica, dispostos a qualquer sacrifcio para

defender a honra crist, em contraposio ao cavaleiro da


corte, geralmente sedutor e envolvido em amores ilcitos.
As novelas eram tidas em alto apreo e foi muito grande
a sua influncia sobre os hbitos e os costumes da
populao da poca.
As novelas de cavalaria dividem-se em trs ciclos e se
classificam pelo tipo de heri que apresentam:
ciclo clssico: heris emprestados da antigidade
greco-romana e da literatura clssica (Ulisses, Enias
); novelas que narram a guerra de Tria, as
aventuras de Alexandre, o grande.
ciclo carolngio: versando sobre as aventuras de
Carlos Magno e os Doze Pares de Frana. Algumas
dessas novelas foram trazidas para o Brasil no
perodo da colonizao, e seus heris alimentam
ainda hoje a literatura de cordel nordestina.
ciclo breto ou arturiano: o mais fecundo de todos,
com as histrias sobre o Reino de Camelot, o Rei
Artur e os Cavaleiros da Tvola Redonda. Trs so as
novelas remanescentes desse ciclo: Jos de Arimatia,
Histria de Merlim e A Demanda do Santo Graal.
A Demanda do Santo Graal a novela mais importante
para a literatura portuguesa, reunindo dois elementos
fundamentais da Idade Mdia quando coloca a Cavalaria a
servio da Religiosidade. Ela retrata as aventuras dos
cavaleiros do Rei Artur em busca do clice sagrado (Santo
Graal), que conteria o sangue recolhido por Jos de
Arimatia, quando Cristo estava crucificado.
Com o advento do Humanismo, esses ciclos de novelas
deram lugar a um novo ciclo o dos Amadises
desvinculado dos ideais religiosos cristos e com erotizao
das relaes amorosas.

12

A ltima novela de cavalaria data do sculo XVI, e,


embora visasse crtica do gnero e de seu contedo, que
j se acreditavam esgotados, terminou por constituir-se na
melhor e mais famosa de todas: D. Quixote de la Mancha,
de Miguel de Cervantes.
A TROVA NO BRASIL
Em 1956, portanto h quase sessenta anos, Luiz
Otvio (1916-1977) compilou e publicou a antologia Meus
irmos, os trovadores, contendo 2 mil trovas de autores
brasileiros e portugueses, de Gregrio de Matos aos
atuantes na poca. Este livro considerado o marco de
criao do movimento trovadoresco atual, pois, a partir
dele, trovadores e mais trovadores foram aparecendo por
todo o Brasil, numa verdadeira febre pelas quadras de 7
slabas. De tal porte foi este surto trovstico, que a ocasio
tornou-se propcia para se criar o primeiro concurso de
trovas com congraamento de trovadores, os I Jogos Florais
de Nova Friburgo, em 1960.
Da por diante, outras cidades aproveitaram a ideia e
passaram a promover seus concursos e jogos florais, que
foram se espalhando por todo o Pas, de Belm, PA, a Porto
Alegre, RS. Centenas de milhares de trovas j foram

escritas, milhares delas antolgicas, a partir do que


possvel reafirmar-se: a trova o gnero potico de forma
fixa mais cultivado hoje no Brasil.
Em pleno sc. 21, a trova resiste e continua ativa,
efervescente e fazendo brotar novos talentos.
No Pas, a Unio Brasileira de Trovadores a entidade
responsvel, administrativamente falando, pela sua
consolidao, divulgao e perpetuao, atravs da
coordenao de concursos ou realizao de oficinas em
escolas e instituies pblicas, visando a despertar o
interesse pela trova, sobretudo no tocante s novas
geraes.
Trovas escritas por jovens do ensino fundamental e
mdio, em muitas cidades brasileiras onde estas oficinas
so ministradas, do a certeza de que a UBT caminha em
bom rumo. E de que a trova ainda tem muito a contribuir
com nossa literatura potica, enquanto num mundo cada
vez mais assediado pela mquina houver coragem para se
falar de sentimento.
Fontes:
http://www.gargantadaserpente.com/historia/trovadorismo/index.shtml
Srgio Bernardo, in Origem, trajetria, rumos - O que Trova? Como faz-la?, disponvel
em http://falandodetrova.com.br/atrovaorigem

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Carolina Ramos
Luiz Otvio,
o Prncipe dos Trovadores

O POETA

que agora traa o roteiro


das horas da minha vida!

Gilson de Castro nasceu a 18 de julho de 1916, no Rio


de Janeiro. Luiz Otvio foi o pseudnimo que ele adotou
para assinar suas trovas, poesias e outras manifestaes de
seu talento literrio. Era cirurgio-dentista, profisso que
exerceu no Rio de Janeiro, onde se formou e mais tarde se
transferindo para Santos no final de sua vida.
Comeou a enviar seus versos para os jornais e revistas
l por 1938, ainda timidamente, oculto sob pseudnimo.
No pretendia misturar a vida literria com a profissional.
As principais revistas e jornais da poca comearam a
divulgar poesias e principalmente trovas de Luiz Otvio, que
podiam ser encontradas no Correio da Manh, Vida
Domstica, Fon-Fon, O Malho, Jornal das Moas,
revistas que, como O Cruzeiro, eram as mais lidas dos
anos 1939, 40 e 41, etc. A revista Alterosa de Belo
Horizonte, tambm o divulgou. Pouco a pouco, a Trova
tomou conta do corao do poeta, assumindo Literalmente
papel de Liderana na sua vida. E ele confessa:
A Trova tomou-me inteiro,
to amada e repetida,

Para a ascenso da Trova na vida de Luiz Otvio, muito


contribuiu sua amizade com Adelmar Tavares. Quem os
aproximou foi o consagrado poeta A. J Pereira da Silva.
Recuperava-se Luiz Otvio na Fazenda Manga Larga em
Pati de Alferes, quando teve oportunidade de conhecer esse
renomado poeta, da Academia Brasileira de Letras, com
quem iniciou amizade edificante, solidificada pela Poesia;
amizade que se estendeu at os derradeiros dias de A. J.
Pereira da Silva que, naquele tempo, j passava dos
sessenta, enquanto Luiz Otvio no galgara ainda o
vigsimo segundo degrau de sua sofrida existncia. Isto no
perturbou as horas deliciosas de conversa amena e
espiritualizada, em que a fina sensibilidade de ambos fazia
desaparecer a diferena de idade, provando que um corao
capaz de vibrar de amor e pulsar em ritmo de poesia,
simplesmente no tem idade.
A viva do acadmico Antnio Joaquim Pereira da Silva,
doaria posteriormente, a preciosa Biblioteca do poeta ao seu
particular amigo, Luiz Otvio, que, por sua vez, ao
transferir residncia para Santos, em 1973, doou parte

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desse valioso acervo, juntamente com livros de sua prpria


estante num total de mil exemplares devidamente
catalogados Academia Santista de Letras, que s ento
teve formada sua Biblioteca. Na poca, a A.S.L. era
presidida pelo Dr. Raul Ribeiro Florido que se
responsabilizou pelo transporte Rio-Santos. Com esta
doao, Luiz Otvio no pretendia nada para si, como
deixou bem claro em carta, (era de conhecimento geral sua
quase averso s Academias, em virtude do prprio
temperamento). Mas pediu, por uma questo de justia, que
numa das estantes fosse colocada uma placa que levasse o
nome de A. J Pereira da Silva. Luiz Otvio recebeu um
carinhoso oficio de agradecimento do ento Presidente da
Academia. O atual Presidente, Dr. Nilo Entholzer. Ferreira,
trovador de mritos, comprometeu-se a cumprir essa
clusula.
Como j dito, A. J. Pereira da Silva foi quem levou Luiz
Otvio at Adelmar Tavares, tambm da Academia
Brasileira de Letras, em visita sua casa, em Copacabana.
Corria o ano de 1939. Adelmar Tavares sentia a idade
pesar-lhe nos ombros, e, mais uma vez, um jovem poeta e
um velho e consagrado mestre da Poesia uniam-se por laos
afetivos dos mais duradouros. A principal responsvel por
essa unio foi a Trova, que Adelmar Tavares cultivava e da
qual Dr. Gilson de Castro j era profundo apaixonado,
trazendo-a para o pblico sob o Pseudnimo, agora
definitivamente adotado.
Luiz Otvio. Luiz, por ser bonito, melodioso, e combinar
com Octvio, o nome do Pai, a quem, homenageava. Para
atualizar o nome, o c foi cortado em acordo s regras
ortogrficas vigentes. A Poesia de Luiz Otvio ganhava
espao. Jornais de outros estados o acolhiam em suas

pginas, tinha ao seu dispor colunas literrias de crtica


potica, onde comentava livros, publicava trovas, poesias e
arrebanhava fs e admiradores de todas as idades. Da ai
constituir-se Lder de um Movimento Trovadoresco, era
questo de um passo, muito embora isto viesse acontecer
sem procura. Idealista, lrico, por excelncia, com um
profundo senso de organizao, Luiz Otvio acumulava
ainda outras qualidades indispensveis ao verdadeiro
Lder, seja l do que for. Era simples, honesto, e sabia
convencer sem forar. Embora convicto e determinado,
sabia humildemente ceder, se preciso fosse. Se persuadido
da necessidade de uma renncia, cedia, sim, porm, no
facilmente, mesmo porque antes de propor algo, o fazia
convicto de que aquilo era o certo, respondendo de antemo
a todos os possveis apartes o que de certo modo
desarmava, a priori, o opositor. Era bom, afvel e acima de
tudo, profundamente carismtico. Um verdadeiro Prncipe!
O TROVADOR
Era, portanto, o campo fecundo onde a semente da
Trova encontrou cho propcio para deitar razes,
expandindo sua opulncia por todo territrio nacional. O
ritmo da Trova que embalava seus ouvidos desde os tempos
de escoteiro, cresceu com ele, ganhando melodia ao som do
violo de Glauco Vianna, mais tarde pertencente ao Bando
dos Tangars, seu colega de faculdade e de noitadas de
seresta.
FINAL
Luiz Otvio sempre gostou de cantar e compor embora
no conhecesse msica. Aloysio de Oliveira, outro
companheiro, tambm possuidor de um bom timbre

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voclico, iria pertencer, no futuro, ao Bando da Lua, que


tanto sucesso fez na terra de Tio Sam ao lado de Carmen
Miranda. A influncia destes dois amigos foi grande na
iniciao potica de Luiz Otvio. Glauco tocava, Aloysio
cantava e Luiz Otvio no apenas cantava como tambm
compunha letras e msicas de canes, sambas, fox-trotes,
valsas, etc. e continuou cantando e compondo at o final
dos seus dias. Nascia o Trovador assim carinhosamente
chamado, j naquele tempo, antes mesmo do seu ingresso
definitivo no Mundo da Trova.
Cada quadrinha que fao
em hora calma ou incalma,

pequenino pedao
que eu mesmo furto minha alma.
trovas simples quadrinhas
que tem sempre um qu de novo
Como podem quatro linhas
trazer toda a alma de um povo?!
Uma trova pequenina,
to modesta, to sem glria,
bem pouca gente imagina,
que tambm tem sua histria.

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Luiz Otvio, em nossas mos


as suas a gente v.
Onde h um encontro de irmos,
h um reencontro com voc!

A. A. de Assis
Maring/PR

Dos meus avs portugueses,


de certo ningum duvida,
trouxe este amor pela trova,
que hei de trazer toda a vida.

Adelmar Tavares
Rio de Janeiro/RJ

Nem sempre com quatro versos


setisslabos, a gente
consegue fazer a trova;
faz quatro versos somente.

Adelmar Tavares
Rio de Janeiro/RJ

No momento derradeiro,
antes do sono feliz,
compus em gotas de pranto
a trova que nunca fiz.

Adelmar Tavares
Rio de Janeiro/RJ

h! Linda trova perfeita


que nos d tanto prazer!
To fcil depois de feita,
to difcil de fazer!

Adelmar Tavares
Rio de Janeiro/RJ

Trovas, cantigas do povo,


alma ingnua dos caminhos
de lavradores. . . cigarras
mulheres e passarinhos

Adelmar Tavares
Rio de Janeiro/RJ

Trova que vens novamente


encher o meu corao,
S bendita, luz divina,
amor de consolao.

Adelmar Tavares
Rio de Janeiro/RJ

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Trovas, trovas da minha alma!


Da vida quando eu me for,
sede o humilde travesseiro,
do sono de um sonhador.

Adelmar Tavares
Rio de Janeiro/RJ

Uma vez que a gente cante


dizendo o que o povo diz,
a trova fica contente,
a trova fica feliz. . .

Adelmar Tavares
Rio de Janeiro/RJ

Luiz Otvio deu provas,


ser bom em verso e poesia.
E o meu sonho fazer trovas
como as que Luiz fazia

Ademar Macedo
Natal/RN

Na rdio ou por telefone,


eu digo a todos vocs:
Ningum faz sequer um clone,
das trovas que Luiz fez!

Ademar Macedo
Natal/RN

Quando a inspirao lhe acena,


o bom Trovador se expande.
Numa Trova to pequena,
faz um Poema to Grande!

Ademar Macedo
Natal/RN

Que todos os Universos


transformem-se em refletores,
iluminando com versos
a mente dos trovadores!

Ademar Macedo
Natal/RN

Costumo dizer que a trova


diminuta poesia,
mas que sempre pe prova
a nossa sabedoria.

Agostinho Rodrigues
Campos dos Goytacazes/RJ

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Inspirado na lembrana
de pensamentos diversos,
o trovador criana
brincando de fazer versos.

Adolfo Macedo
Mag/RJ

A trova doce poesia


que hoje nos enche de orgulho,
pois celebramos seu dia,
neste dezoito de Julho!

Alberto Paco
Maring/PR

Cada momento vivido


na vida que se renova,
s vezes definido
apenas em uma trova!

Alberto Paco
Maring/PR

Pequena e cheia de graa,


a trova to dadivosa,
que um trovador quando passa
deixa um perfume de rosa!

Amlia Max
Ponta Grossa/PR

Canta, canta, trovador


e assim promove a festana,
convidando com amor
todo mundo para a dana.

Ana Maria Gazzaneo


Bragana Paulista/SP

No claro da velha chama,


de ritmos e de valores,
Curitibano conclama:
- Rimai por ns, trovadores!

Andra Motta
Curitiba/PR

Trova sempre o bom amigo,


de quem se diz trovador.
Tem nos versos, manso abrigo,
de quem o perdeu na dor.

Andr Ricardo Rogrio


Arapongas/PR

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Quatro versos de beleza,


plenos de amor ou de humor,
com presteza e com destreza,
desenvolve um trovador.

ngela Guerra
Rio de Janeiro/RJ

Em versos, o poeta canta


esta vida to ditosa,
e a trova parece planta:
ptalas formando rosa

Angela Togeiro
Belo Horizonte/MG

Trovador, cantando a Paz,


vai semeando amizade
pois sabe que ela capaz
de amparar a humanidade.

Angela Togeiro
Belo Horizonte/MG

Achei uma forma nova


de tornar-me trovador:
nossos lbios uma trova
na doce rima do amor.

Anis Murad
Rio de Janeiro

As trovas feitas a esmo,


so difceis de fazer:
conversa contigo mesmo,
que a trova sai sem querer.

Anis Murad
Rio de Janeiro

As trovas, quando eu as fao,


fao-as de mim para mim.
Vou diz-las que embarao
Estremeo fico assim..

Anis Murad
Rio de Janeiro

O trovador simplesmente,
uma pessoa feliz;
se s vezes diz o que sente,
nem sempre sente o que diz.

Anis Murad
Rio de Janeiro

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Bendito aquele que trova,


como aquele que semeia;
em seu cu, a lua nova
sempre lembra lua cheia.

Antonio Cabral Filho


Rio de Janeiro/RJ

Nas trovas de um trovador,


este exemplo se repete:
Quatro pedaos de amor
contados de sete em sete

Antonio Colavite Filho


Santos/SP

Ao tempo tudo se rende,


tudo passa ou se renova;
s no passa o que se prende
nos quatro versos da trova!

Antonio Juraci Siqueira


Belm/PA

Canta Trovador! Teu canto


alvissareiro e fecundo
uma cano de acalanto
ninando as mgoas do mundo!

Antonio Juraci Siqueira


Belm/PA

A trova gota de pranto


que cai dos olhos de algum,
e por algum chorou tanto
que nem mais lgrimas tem.

Antonio Salomo
Curitiba/PR

O bom trovador comprova


a seguinte teoria:
-Quem perito na trova
o tambm na poesia!

Antonio Valentim Rufatto


Bauru/SP

A Trova no morre nunca,


retempera a humanidade
e vence a tristeza adunca,
alegrando a mocidade!

Apollo Taborda Frana


Curitiba/PR

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Com garra de trovador,


vou seguindo meus caminhos
venturoso e com amor,
num roseiral sem espinhos!

Apollo Taborda Frana


Curitiba/PR

Quem tem estro e tem cultura


e se inclina poesia,
vai na Trova com lisura,
cheio de graa e estesia!

Apollo Taborda Frana


Curitiba/PR

Sete slabas por cima


com idia sempre nova,
e cadncia, boa rima,
numa quadra a bela Trova!

Apollo Taborda Frana


Curitiba/PR

Sou trovador, tenho senso


da importncia da poesia:
Encerra tudo o que penso,
realidade e fantasia!

Apollo Taborda Frana


Curitiba/PR

Uma trova pra ser boa,


expressiva, universal,
na mensagem apregoa
nossa cultura e a moral!

Apollo Taborda Frana


Curitiba/PR

Uma trovaum belo tema,


pra dizer o que se quer;
quando o poeta bom, da gema,
inspira-se na mulher!

Apollo Taborda Frana


Curitiba/PR

Mas a morte no nada


pois, numa existncia linda,
vendo a U.B.T. irmanada,
Luiz Otvio vive ainda...

Arlindo Tadeu Hagen


Juiz de Fora/MG

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Sete sons em quatro versos


a trova, em rumos risonhos,
fazendo de homens dispersos
irmos em rimas e sonhos!

Arlindo Tadeu Hagen


Juiz de Fora/MG

Em cantilena divina
sua voz, cheia de amor.
Porque voc me fascina
eu tornei-me um trovador!

Benedito C.G.Lima
Corumb/MS

Prncipe de voz amiga,


alma gmea, companheira.
Infatigvel formiga
foi cigarra cantadeira.

Carlos Guimares
Rio de Janeiro/RJ

Luiz Otvio, hoje, saudade


Na luta do Trovador,
era a sensibilidade
do Movimento do Amor.

Carmen Pio
Porto Alegre/RS

Quem deixa forte lembrana,


e Luiz Otvio deixou,
smbolo de esperana
e do amor que ele plantou.

Carmen Pio
Porto Alegre/RS

Trovador, linda palavra,


cheia de encanto e fervor.
Trovador, ele quem lavra,
belas sementes do amor.

Carmen Pio
Porto Alegre/RS

Pequenina, saborosa,
to redondinha e macia...
- A trova , sem ser prosa,
fil "mignon" da poesia!

Carolina Ramos
Santos/SP

24

Trovador, quando padece


ao enfrentar duras provas,
guarda a angstia numa prece
e reza fazendo Trovas.

Carolina Ramos
Santos/SP

No sei se vivo a trovar


ou se trovar viver.
S sei que no sei ficar
sem minha trova escrever.

Celina Figueiredo
Belo Horizonte/MG

Luiz Otvio, com cincia,


fez da trova uma alegria;
com carinho e competncia
fez dos versos melodia.

Cidinha Frigeri
Londrina/PR

Trovas, versos, notas vivas


do musical sacrossanto
que, Luiz Otvio e convivas,
integraram no seu canto.

Cidinha Frigeri
Londrina/PR

A mtrica pondo prova,


quatro versos eu componho
ao fazer mais uma trova
com tinta, papel e sonho!

Cludio de Cpua
Santos/SP

Sou poeta e trovador,


a inspirao me transporta
s nuvens e, com amor,
nas nuvens minha alma aporta.

Cludio de Cpua
Santos/SP

Luiz Otvio, com nobreza,


elevando-nos autores,
no foi rei, mas com certeza,
Prncipe dos trovadores

Clevane Pessoa de Arajo Lopes


Belo Horizonte/MG

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Uma rosa aos trovadores,


Luiz Otvio deu, atada
a ns todos,inventores

Cristiane Borges Brotto


Curitiba/PR

da trova-pequena fada...

Clevane Pessoa de Arajo Lopes


Belo Horizonte/MG

De ser grande trovador


Luiz Otvio deu provas:
- Versejava com amor
foi o Prncipe das Trovas.

Conceio P. Abritta
Belo Horizonte/MG

As minhas trovas de agora;


no guardam nada de novo.
So pensamentos dos sbios,
com pensamentos do povo.

Cornlio Pires
So Paulo/SP

Trovadores pintam, bordam,


contam fatos, fazem rir,
falam do que se recordam...
Pe neurnios pra agir!

Trovador consciente
e respeita a natureza;
quer dar ao mundo da gente
tranquilidade e beleza!

Cynira Antunes de Moura


Santos/SP

A trova chega mansinha


e se aninha dentro em mim,
depois sai, a maluquinha,
por esse mundo sem fim!

Delcy Canalles
Porto Alegre/RS

Lus Otvio, no morreste,


aqui na Terra, ficaste,
entre os livros que escreveste
e as trovas que nos deixaste!

Delcy Canalles
Porto Alegre/RS

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Na vida do trovador,
o fazer trovas, suponho,
consiste em semear amor
em quatro versos de sonho!

Delcy Canalles
Porto Alegre/RS

No imenso mar da ternura,


eu fiz pescarias novas:
Cheguei a pescar ventura

Delcy Canalles
Porto Alegre/RS

Sou trovador. Tenho orgulho


do meu dia e, como prova,
sempre em dezoito de julho
eu fao trova e mais trova!

Delcy Canalles
Porto Alegre/RS

com meu canio de trovas!

Delcy Canalles
Porto Alegre/RS

Nos momentos mais diversos,


sonho minha vida assim:
Chuva de rimas e versos,
florindo trovas em mim!

Delcy Canalles
Porto Alegre/RS

Plantei sementes de trovas


nos pagos por onde andei,
e as amizades so provas
das trovas que, ento, plantei!

na dor de uma saudade,


quando um mau dia anoitece,
que a mulher em mim se evade
e a trovadora aparece.

Denise Cataldi
Nova Friburgo/RJ

Busco apenas, vigilante,


saber seu comportamento:
-Trova, sendo a nossa amante,
no fique no esquecimento!

Diamantino Ferreira
Campos/RJ

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Duvidar ningum se atreve,


de que as estrelas que eu fito
so Trovas que Deus escreve
no livro azul do Infinito!

Dias Monteiro
Taubat/SP

Trovador e passarinho,
dois arautos da poesia:
Se perdem amor ou ninho
gorjeiam dortodavia.

Dinair Leite
Paranava/PR

Trovador quando ama a rosa


respeitando seus espinhos,
da flor, carinho ele goza
perfumando seus caminhos.

Dinair Leite
Paranava/PR

Prncipe dos trovadores,


nos canteiros que mantinha,
cultivou todas as flores
e fez da rosa a rainha.

Divenei Boseli
So Paulo/SP

Cultivando a tua rosa,


trazendo trovas na mo,
Luiz Otvio, vaidosa,
posso chamar-te de irmo!

Domitilla Borges Beltrame


So Paulo/SP

Luiz Otvio, em teu reinado


onde o plgio no se aprova,
que bom fosse plagiado
em teu amor pela trova!

Edmar Japiass Maia


Nova Friburgo/RJ

Sou trovador e transponho


os cus da imaginao,
pelo galope do sonho
e no dorso da iluso!

Eduardo Toledo
Pouso Alegre/MG

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Se eu me sinto um trovador?
De fato no sei dizer...
Tudo que sei, meu senhor,
so quatro versos fazer!

Edweine Loureiro
Saitama/Japo

Independente de crena,
minha intuio comprova
de Luiz Otvio a presena
toda vez que se faz trova.

lbea Priscila Souza e Silva


Caapava/SP

Neste mundo em medo imerso,


misso do trovador
esculpir em cada verso
todo o lirismo do amor.

Eliana Ruiz Jimenez


Balnerio Cambori/SC

Trovadores, em verdade,
so irmos na inspirao,
na partilha da amizade,
no carinho e na emoo.

Eliana Ruiz Jimenez


Balnerio Cambori/SC

O trovador com seu dom


de fazer trova sublime,
pe na trova o belo som
que envolvendo, no reprime.

Elieder Corra da Silva.


Curitiba/PR

A trova, essncia energtica,


vai muito alm da medida
de composio potica
a composio da vida!

Elisabeth Souza Cruz


Nova Friburgo/RJ

Luiz Otvio deu exemplo


de amor, de fraternidade
e fez de seu peito o templo
mais bonito da humildade!

Elisabeth Souza Cruz


Nova Friburgo/RJ

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Amo a trova a cada dia


e o farei a vida inteira...
Na tristeza ou na alegria
ela sempre companheira!

Ercy M. Marques de Faria


Bauru/SP

Pelas mos de um jardineiro,


cheias de afeto e primor,
o Brasil se fz canteiro
de suas rosas de amor

Ercy M. Marques de Faria


Bauru/SP

Depois que o mundo criou,


fez o homem... e, sonhador,
Deus deu-lhe um dom e o ensinou
a ser poeta e trovador.

Eulinda Barreto Fernandes


Bauru/SP

Minha trova aprisionei


em moldura colorida,
o fato que ali deixei
um pouco de minha vida.

Eulinda Barreto Fernandes


Bauru/SP

Na vida de um trovador
h sentimentos variados
e da alegria e da dor,
que faz seus versos rimados.

Eulinda Barreto Fernandes


Bauru/SP

O bom trovador comprova,


alm do dom, do saber,
que busca atravs da trova,
a razo do seu viver

Eulinda Barreto Fernandes


Bauru/SP

Pequenina, mas imensa


para o poeta a trova ,
pois que nela ele condensa
sua vida, sua f.

Fernandina Marques
Curitiba/PR

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Vem de l do monte verde


a trova que no entendo,
mas um som bom que se perde
enquanto se vai vivendo.

Fernando Pessoa
Lisboa/Portugal

Desde a infncia, um sonhador,


muitos sonhos j sonhei,
em tornar-me um trovador
confesso nunca pensei.

Flvio Ferreira da Silva


Nova Friburgo/RJ

Numa escolha certa e infinda,


com requintes de magia,
uma trova a flor mais linda
dos jardins da poesia!

Flvio Roberto Stefani


Porto Alegre/RS

Sendo forte, sendo inquieta,


com requintes de magia,
a trova o cais do poeta,
onde se amarra a poesia!

Flvio Roberto Stefani


Porto Alegre/RS

A UBT ficou refeita,


na voz de cada poeta
e o que faltar na receita,
Luiz Otvio completa!

Professor Francisco Garcia


Caic/RN

E o Prncipe deixou saudade,


muita saudade deixou!
Foi a trova, na verdade,
a musa que mais amou!

Professor Francisco Garcia


Caic/RN

Luiz Otvio se encantou;


tinha que partir um dia!
Mas para o mundo deixou
um canteiro de poesia!

Professor Francisco Garcia


Caic/RN

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O sonho que mais me anima,


que me faz bem, me renova
sonhar fazendo rima,
compondo mais uma trova.

Professor Francisco Garcia


Caic/RN

Sou solido, sou saudade


sou sonho, sou tudo enfim,
que tenha cumplicidade
com o trovador que h em mim!

Francisco Jos Pessoa


Fortaleza/CE

A trova nascida da alma


tem mensagem diferente,
pois ela incendeia e acalma
as atitudes da gente.

Francisco Neves Macedo


Natal/RN

Com rima alegre ou plangente,


trovador trovador:
toca o corao da gente
com seu jeito encantador!

Geraldo Trombin
Americana/SP

A minha vida uma Trova,


trova de iluso perdida,
pois a vida grande prova,
que prova a Trova da vida!

Gislaine Canales
Porto Alegre/RS

Luiz Otvio foste a luz


de nossa UBT querida,
que hoje no mundo transluz
e eterniza a tua vida!

Gislaine Canales
Porto Alegre/RS

No tem dia, no tem hora


em que sonha um trovador;
ao pr do sol ou na aurora,
ele canta o seu amor!

Glria Tabet Marson


So Jos dos Campos/SP

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Corao apaixonado,
nos versos de um trovador,
todinho abarrotado
de encantos de um grande amor!

Glria Tabet Marson


So Jos dos Campos/SP

Luiz Otvio, em verdade,


teve um viver bem risonho:
Cantou, sereno, a saudade,
sendo o Prncipe do sonho!

Helvcio Barros
Bauru-SP

GRAMTICA: Rege a lngua.


Tanta gente descompassa
que certas trovas, mingua
das regras, perdem a graa.

Hermoclydes S. Franco
Nova Friburgo/RJ

O forte n da saudade
amarra o tempo num lao
e aprisona a mocidade
nas trovas de amor que eu fao.

Heron Patrcio
So Paulo/SP

Trovador, longe da infncia,


contando as horas da idade
rima tempo com distncia
e distncia com saudade!

Heron Patrcio
So Paulo/SP

Busco na trova a harmonia


para equilibrar a vida;
o resumo da poesia
em quatro linhas contida.

Ialmar Pio Schneider


Porto Alegre/RS

Escrevo trovas sentidas


num desabafo de dor:
so as iluses perdidas
de certo frustrado amor.

Ialmar Pio Schneider


Porto Alegre/RS

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Faze da trova teu lema


com grande satisfao
e ters em cada tema
um motivo de emoo.

Ialmar Pio Schneider


Porto Alegre/RS

O Dia do Trovador
deve ser comemorado
com muitas trovas de amor,
mesmo no sendo Feriado !

Ialmar Pio Schneider


Porto Alegre/RS

Quem quiser ser trovador,


seja primeiro aprendiz,
mesmo em matria de amor
se aprende pra ser feliz.

Ialmar Pio Schneider


Porto Alegre/RS

Sou um simples trovador


que vive cantando ao lu
e fao apenas do amor
o meu precioso trofu.

Ialmar Pio Schneider


Porto Alegre/RS

Ser trovador me seduz


Eu sinto em cada momento
que a trova facho de luz
no pano do firmamento,,,

Ivone Taglialegna Prado


Belo Horizonte/MG

Meu conflito e meu fracasso


que as trovas que componho
tm sempre os versos que eu fao,
e nunca os versos que eu sonho

Izo Goldman
So Paulo/SP

Na beleza de seus versos


Luiz Otvio comprova
que cabem mil universos
nos quatro versos da trova!

Izo Goldman
So Paulo/SP

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Fao trova quando deito,


outra quando me levanto.
Agora no tem mais jeito:
-Fui tomada pelo encanto!

Janske Niemann Schlenker


Curitiba/PR

Deus, o Grande Trovador


fez de seu tema "criana"
a maior trova de amor
rimando-a com "esperana".

J. B. Xavier
So Paulo/SP

Luiz Otvio plantou


com afeio e carinho,
e onde ele semeou
trovas brilham no caminho.

J. B. Xavier
So Paulo/SP

Trovador, confessa ao vento


tua dor - teu paradigma e diz-lhe: teu alimento
so teus versos teu enigma!

J. B. Xavier
So Paulo/SP

A trova, conta de um canto,


poa dgua sobre o cho
to pequenina, e entretanto,
reflete toda a amplido!

J. G. de Arajo Jorge
Rio de Janeiro/RJ

A trova como uma conta


de um rosrio multicor,
a cantiga que desponta
do peito de um trovador.

J. G. de Arajo Jorge
Rio de Janeiro/RJ

Cartilhas do corao,
onde o povo se inicia,
os livros de trovas so
um ABC de poesia!

J. G. de Arajo Jorge
Rio de Janeiro/RJ

35

Quis tornar-me um trovador


para dizer que ela minha,
mas tudo em vo, meu amor
no coube numa quadrinha.

J. G. de Arajo Jorge
Rio de Janeiro/RJ

Tudo trova: a flor, a onda,


a nuvem, que passa ao lu
E a lua trova redonda
que a noite canta no cu!

J. G. de Arajo Jorge
Rio de Janeiro/RJ

Trovador o arquiteto
que no seu pequeno espao
faz das estrelas seu teto
e do cu o seu terrao!

Joo Batista Xavier Oliveira


Bauru/SP

Dia 18 de Julho,
os Mensageiros do Amor,
celebram cheios de orgulho
o Dia do Trovador!

Joo Costa
Saquarema/RJ

Quanta lembrana querida


de quem pintou cus risonhos:
-Gilson de Castro...na Vida
-Luiz Otvio...nos Sonhos!

Joo Freire
Rio de Janeiro/RJ

A trova pra ser bonita


tal qual filhinha dileta,
traz sempre o lao de fita
da inspirao do poeta!

Joaquim Carvalho
Curitiba/PR

Ah, se eu fosse um construtor!...


Eu faria estradas novas,
incrustadas com amor,
pelo cho... milhes de trovas!

Jos Feldman
Maring/PR

36

Cada trova que, hoje, fao,


cada verso que componho,
qual fosse um grande lao
amarrando-se em meu sonho.

Jos Feldman
Maring/PR

Desejo que toda a trova,


com os seus versos sem par,
brilhe qual a lua nova,
numa noite, ao despontar!

Jos Feldman
Maring/PR

Qual a Gralha Azul que voa.


cultivando o Paran.
A trova, a terra povoa,
espalhando o seu man.

Jos Feldman
Maring/PR

So pequenos quatro versos...


Mas, como a trova me encanta,
eu vejo nela universos
e a minha alma se agiganta!

Jos Feldman
Maring/PR

Sou grato, todos os dias,


por eu ser um trovador,
transformando fantasias,
em tantos versos de amor.

Jos Feldman
Maring/PR

Tenho um amor pela trova,


qual espelho transparente!
emoo que se renova,
mudando a vida da gente!

Jos Feldman
Maring/PR

Uma ddiva que existe,


e que entorpece a razo,
mudar um mundo triste,
com trovas do corao.

Jos Feldman
Maring/PR

37

Em momentos mais risonhos,


sei que j fiz trova linda,
mas a trova dos meus sonhos
no pude fazer ainda!

Jos Lucas de Barros


Natal/RN

De alma pura e generosa,


o Prncipe Trovador,
de uma pequenina rosa
criou um mundo de amor!

Jos Maria Machado de Arajo


Rio de Janeiro/RJ

Trovadores, meus irmos,


vamos viver de mos dadas...
Onde h correntes de mos
no h mos acorrentadas.

Jos Maria Machado de Arajo


Rio de Janeiro/RJ

Aprendendo com a vida,


faz o trovador seu canto;
atinge as metas da lida,
desatando n e pranto.

Jos Marins
Curitiba/PR

Neste dezoito de julho


o trovador elogio,
longe da vaidade e orgulho,
hoje, a trova prestigio.

Jos Marins
Curitiba/PR

A trova, quando termina


em perfeita construo,
uma casa pequenina,
com requintes de manso!

Jos Messias Braz


Juiz de Fora/MG

O trovador, eu suponho,
um arquiteto, em ao,
que faz de cacos de sonho
arranha-cus de iluso

Jos Messias Braz


Juiz de Fora/MG

38

Para o meu viver tristonho


um motivo mais ressalta:
na trova feliz que eu sonho
s a rima que me falta

Jos Tavares de Lima


Juiz de Fora/MG

O trovador poeta
de inspirao influente,
que nos seus versos projeta
a plenitude da mente!

Kathleen Evelyn Mller


Curitiba/PR

Por certo ningum reprova


o vcio que me domina:
-Cultivo o vcio da trova
que comea e no termina...

Lacy Raymundi
Garibaldi/RS

Sou poeta trovador


na solido desta rua.
Minhas serestas de amor
s tenho entoado Lua.

Lairton Trovo de Andrade


Pinhalo/PR

Aquele que faz a trova


perfeita, mas sem vaidade,
mais que um poeta, d prova
que Trovador de verdade.

Leonilda Yvonetti Spina


Londrina/PR

Trovador vive de sonho,


pois lhe agrada versejar.
Aparenta estar risonho,
quando, s vezes, quer chorar.

Leonilda Yvonetti Spina


Londrina/PR

Uma trova bem singela,


feita com arte e primor,
demonstra toda a cautela
de quem bom Trovador.

Leonilda Yvonetti Spina


Londrina/PR

39

A me pro recm-nascido
pediu graas ao Senhor.
E Ele, ouvindo o bom pedido,
deu-lhe o dom de Trovador.

Llia de Souza
Curitiba/PR

Abelha que o favo prova


o trovador velho ou novo
fabricando o mel da trova
que adoa a boca do povo.

Lilinha Fernandes
Rio de Janeiro/RJ

Amanhece Vibra a terra!


O sol que em ouro reluz,
sai da garganta da serra
como uma trova de luz.

Lilinha Fernandes
Rio de Janeiro/RJ

A trova a alma da gente


desventurada ou feliz.
Em quatro versos somente,
quanta coisa a gente diz!

Lilinha Fernandes
Rio de Janeiro/RJ

De ideias velhas ou novas,


eu fao trovas tambm.
Quem gosta de fazer trovas,
nunca faz mal a ningum.

Lilinha Fernandes
Rio de Janeiro/RJ

Do pomar da poesia,
os frutos que voc trouxe,
coube trova a primazia
por ser menor e mais doce.

Lilinha Fernandes
Rio de Janeiro/RJ

Minhas trovas sem beleza,


se as dizes, so divinais!
S por isso, com certeza,
elas sero imortais.

Lilinha Fernandes
Rio de Janeiro/RJ

40

Pela saudade ferida,


minha musa se renova!
E eu abro o livro da vida

Luiz Carlos Abritta


Belo Horizonte/MG

e escrevo nele uma trova.

Lilinha Fernandes
Rio de Janeiro/RJ

Enquanto houver um luar


e um sol cheio de esplendor,
h de se ouvir o cantar
da lira de um trovador!

Lisete Johnson
Porto Alegre/RS

Noite clara, lua cheia...


Um trovador...um violo...
O corao se incendeia,
ante a chama da paixo.

Lucy Rangel Fraga


Bauru/SP

Luiz Otvio alma inquieta s cantou coisas de amor...


no foi somente poeta:
- Ele o maior Trovador!

Tudo ele faz por amor


e traz o cu na bagagem;
na verdade, o Trovador
de Deus na Terra a imagem !

Luiz Carlos Abritta


Belo Horizonte/MG

trova tenho um apreo


qual fora livro de bolso,
pequenino e de bom preo,
vale sempre o desembolso.

Luiz Hlio Friedrich


Curitiba/PR

A trova to pura e humilde,


que eu julgo, pensando nisto,
que o primeiro trovador
foi por certo Jesus Cristo!

Luiz Otvio
Rio de Janeiro/RJ 1916 -1977 Santos/SP

41

A trova, quando perfeita,


trs reaes pode causar:
a gente ri ou suspira,
ou ento, fica a pensar

Luiz Otvio
Rio de Janeiro/RJ 1916 -1977 Santos/SP

A trova tomou-me inteiro...


to amada e repetida,
que agora traa o roteiro
das horas da minha vida!

Luiz Otvio
Rio de Janeiro/RJ 1916 -1977 Santos/SP

Bendigo a Deus ter-me dado


a sorte de trovador
pois o mal, quando cantado,
diminui o seu rigor...

Luiz Otvio
Rio de Janeiro/RJ 1916 -1977 Santos/SP

Em nossa crena elevada,


num mundo de paz e flores,
a Trova Hstia Sagrada
no templo dos trovadores!

Luiz Otvio
Rio de Janeiro/RJ 1916 -1977 Santos/SP

Por estar na solido,


tu de mim no tenhas d.
Com trovas no corao,
eu nunca me sinto s.

Luiz Otvio
Rio de Janeiro/RJ 1916 -1977 Santos/SP

Tirem-me tudo que tenho,


neguem-me todo valor...
-Numa s glria me empenho
a de humilde trovador!

Luiz Otvio
Rio de Janeiro/RJ 1916 -1977 Santos/SP

Trovador, grande que seja,


tem esta mgoa a esconder:
a trova que mais deseja
jamais consegue escrever

Luiz Otvio
Rio de Janeiro/RJ 1916 -1977 Santos/SP

42

Trovador sonhador
e tem grande inspirao.
Das palavras, gladiador
com rimas do corao.

Madalena F. Pizzatto
Curitiba/PR

Trovador a lapidar
o seu "achado" tesouro
faz o sonho se tornar
um legado duradouro!

Maria da Conceio Fagundes


Curitiba/PR

Trovadores luz ribalta!


No cenrio: a poesia.
Trova nasce verso salta
na maior coreografia.

Maria da Graa Stinglin de Arajo


Curitiba/PR

H trovas que o vento leva;


outras, o fogo desfaz
Mas, as minhas, sem reserva
so trovas que o vento traz.

Maria Nicolas
Curitiba/PR

Plantou rosas, toda a vida


o prncipe trovador...
E ao ver a messe cumprida
foi ser jogral do Senhor

Marina Bruna
So Paulo/SP

Nos versos que tenho feito,


lucidez, sonho ou loucura
do temas para um sujeito
que faz da trova procura.

Mrio A. J. Zamataro
Curitiba/PR

Quando uma trova acontece,


nasce com ela um sorriso
no rosto de quem conhece
o gosto de um improviso.

Mrio A. J. Zamataro
Curitiba/PR

43

Trovador, de olhar atento,


repara no que acontece
e registra o sentimento
em versos que o sonho tece!

Mrio A. J. Zamataro
Curitiba/PR

E desse dia festivo


eu venho participar,
pois das trovas sou cativo:
no sei ficar sem trovar.

Mrio Roberto Guimares


Rio de Janeiro/RJ

Trovador que canta a vida,


canes com trovas de amor,
assim d leveza lida.
Trovador um sonhador!

Marly Rondan Pinto


So Paulo/SP

Um romntico poeta
tem seu dia, sim senhor,
e, por ser do amor esteta,
com certeza um trovador!

Maurcio Norberto Friedrich


Curitiba/PR

De modo sempre profundo,


sempre escravo da verdade,
o trovador mostra ao mundo
seus sonhos de claridade.

Messias da Rocha
Juiz de Fora/MG

As trovas no dia a dia


atuam como remdio.
So drgeas de poesia,
contra a depresso e o tdio.

Miguel Russowsky
Joaaba/SC

Luiz Otvio sabia


que sua paixo mais forte,
a trova, conquistaria
o Brasil de Sul a Norte.

Milton Souza
Porto Alegre/RS

44

No Dia do Trovador,
eu repito novamente:
trova um pedao de amor
que invade a vida da gente.

Milton Souza
Porto Alegre/RS

Amor, fonte inesgotvel


e que inspira o trovador;
trova, recurso notvel,
revelao deste amor!

Nadir Nogueira Giovanelli


So Jos dos Campos/SP

O trovador poeta
que na vida pe sabor,
e tem sempre a mesma meta,
decantar versos de amor!

Nadir Nogueira Giovanelli


So Jos dos Campos/SP

Quando tenho agulha nova


no pano da fantasia,
com quatro linhas de trova
costuro a minha alegria.

Nazareno Tourinho
Belm/PA

Deus fez tudo o que quisera:


fez o cu, e fez as flores,
fez mais linda a primavera
e, depois, os Trovadores!

Nei Garcez
Curitiba/PR

Luiz Otavio, no infinito,


em sua estrada traada,
nos ensina quo bonito
uma trova declamada!

Nei Garcez
Curitiba/PR

Parabns, trovador,
deste solo e cu anil,
que com trova e muito amor
abenoa este Brasil!

Nei Garcez
Curitiba/PR

45

Quem recorda os trovadores


com suas trovas de ento,
oferece aos seus autores
a prova de gratido!

Nei Garcez
Curitiba/PR

Tristeza, estresse, por que?


Tenha uma vida sadia!
Participe da UBT,
faa uma trova por dia.

Neoly de Oliveira Vargas


Sapucaia do Sul/RS

Trovador que crias trovas,


nem sabes aonde vo.
Elas vm, dou-te provas,
parar no meu corao.

Nilsa Melo
Maring/PR

Na madrugada silente
o trovador faz nascer
tudo o que sua alma sente
e o que no pode esquecer.

Nilsa Melo
Maring/PR

Nem todo poeta trova,


mas o trovador poeta
e a cada mensagem nova
ganha um jeito de profeta.

Nilton Manoel
Ribeiro Preto/SP

O mundo ganha mais cor


neste dia de poesia,
quando todo trovador
faz trovas pelo seu dia!

Nilton Manoel
Ribeiro Preto/SP

Do trovador o penar
se descreve deste jeito:
a luta para encontrar
o verso que no foi feito.

Olympio S. Coutinho
Belo Horizonte/MG

46

Sou trovador concursado


na grande escola da vida.
Eu tenho a trova ao meu lado,
por que a trova to querida.

Paulo R. Moreira Gomes


Curitiba/PR

Sou um velho trovador


que vive s por a.
Canta a vida com amor
no canto do bem-te-vi.

Paulo Roberto Walbach


Curitiba/PR

Carcia mais eloquente


que meu corao aprova
te dar um beijo ardente
nos versos da minha trova!

Renato Alves
Rio de Janeiro/RJ

Luiz Otvio ficou,


nunca morreu de verdade:
-Em cada trova deixou
pedaos de eternidade!

Renata Paccola
So Paulo/SP

O sonho do trovador
fazer trova perfeita;
no consegui ser o autor,
mas consegui v-la feita!

Roberto Pinheiro Acruche


So Francisco de Itabapoana/RJ

A trova bem construida...


que aos bons princpios conduz,
pelos escuros da vida
uma cascata de luz!

Roberto R. Vilela
Pouso Alegre/MG

Foi amigo e conselheiro,


um poeta, um sonhador.
Dom Luiz Otvio I
um Prncipe Trovador!

Rodopho Abbud
Nova Friburgo/RJ

47

Dia dezoito de julho


o dia do Trovador.
Nos quatro versos mergulho
nos sete arrulhos do Amor.

Roza de Oliveira
Curitiba/PR

Num ritmo de eternidade


e encanto que se renova,
h comboios de saudade
nos quatro trilhos da trova.

Roza de Oliveira
Curitiba/PR

Pequenina no formato,
mas imensa no que cria,
a trova como um retrato
trs-por-quatro da poesia.

Sandro Pereira Rebel


Niteri/RJ

Ms de Julho...Os trovadores
vestem seus trajes de festa
e cantam, nos seus louvores,
a esperana que lhes resta!

Selma Patti Spinelli


So Paulo/SP

Luiz Otvio, to patente


o teu trabalho fecundo,
que viraste o "remetente"
das trovas de todo o mundo!

Srgio Bernardo
Nova Friburgo/RJ

TROVADOR meu irmo


quando fizeres POESIA,
proclama sempre a UNIO
razo de toda a alegria.

Slvia de Arajo Motta


Belo Horizonte/MG

Nos acordes da Poesia


versos de muito valor
traduzem a nostalgia
do peito de um Trovador !...

Snia Maria Ditzel Martelo


Ponta Grossa/PR

48

No dia do trovador
quero fazer homenagens
a quem faz com tanto amor
essas divinas mensagens.

Suerda Medeiros de Arajo


Caic/RN

O trovador pra mim


um ser muito especial.
pra Deus um querubim
com um dom angelical.

Suerda Medeiros de Arajo


Caic/RN

Luiz Otvio, diz Jesus,


faa este Cu mais bonito
E ele fez trovas de luz
com as estrelas, no infinito.

Thalma Tavares
So Simo/SP

Luiz Otvio deu provas


de ser grande e iluminado:
fez uma esteira de trovas
em seu caminho encantado!

Thereza Costa Val


Belo Horizonte/MG

Na trova, que seu veleiro,


singrando temas diversos,
trovador marinheiro
que navega em quatro versos.

Thereza Costa Val


Belo Horizonte/MG

A trova vence barreiras,


criando caminhos novos
e ultrapassando fronteiras
busca a amizade entre os povos.

Therezinha Dieguez Brisolla


So Paulo/SP

De Luiz Otvio, eu sabia


de cor seus versos mais ternos...
Todo o seu sonho cabia
nas folhas dos meus cadernos

Therezinha Dieguez Brisolla


So Paulo/SP

49

Deu-me a vida!...E, alegre ou triste,


deu-me o dom de fazer trovas.
Para crer que Deus existe,
no preciso de outras provas

Therezinha Dieguez Brisolla


So Paulo/SP

Nosso Prncipe partiu


e eu imagino o escarcu,
quando So Francisco o viu
e abriu-lhe as portas do cu!

Therezinha Dieguez Brisolla


So Paulo/SP

Trovador tu dizes tanto


e to sinteticamente
que do mundo todo encanto
cabe no peito da gente.

Ubiratan Lustosa
Curitiba/PR

Ser trovador: meu encanto,


criar as rimas, to minhas...
e o verso virar recanto
minha alma, em quatro linhas...

Vanda Alves da Silva


Curitiba/PR

Quem so esses escritores,


que vivem sempre a rimar?
So eternos trovadores,
compondo para encantar...

Vanda Alves da Silva


Curitiba/PR

Trovador, compondo o tema,


simplesmente instrumento
do sopro da luz suprema,
a expor o seu sentimento.

Vanda Alves da Silva


Curitiba/PR

A trova um cl gigantesco,
onde todo mundo irmo,
sendo o grau de parentesco
os laos do corao.

Vanda Fagundes Queiroz


Curitiba/PR

50

A vida, to complicada
(quanta vez isto se prova!),
pode estar toda encerrada
na pequenez de uma trova.

Vanda Fagundes Queiroz


Curitiba/PR

Com um sorriso no rosto


e o pensamento ocupado,
trovador no paga imposto
para compor sossegado!

Vnia Ennes
Curitiba/PR

Em tdio avassalador
daqueles que no tm cura,
num minuto o Trovador
transforma tudo em ventura!

Vnia Ennes
Curitiba/PR

Trovador - que trova a dor


e a transforma em poesia...
Voas alto qual condor:
Parabns pelo teu dia!

Vera Rolim
Curitiba/PR

Quando chora um trovador


no o seu pesar somente,
canta, sofre e chora a dor
colhida de toda gente.

Victorina Sagboni
Joaquim Tvora/PR

Na beleza se comprova,
(no so coincidncias vs,)
de que Curitiba e a Trova
so duas rosas irms.

Wandira Fagundes Queiroz


Curitiba/PR

Trova cantiga bonita,


nascida do corao!
Dessa inspirao bendita
vertida em linda cano.

Zlia Nicolodi
Curitiba/PR

51

Outros Versos Homenageando o Dia do Trovador


Ademar Macedo
Natal/RN
Primavera
Pra o Poeta e Trovador
que onde o verso prospera,
eu mando um buqu de flores
que a natureza libera;
e numa grande investida
fao verso e pinto a vida
com cores da primavera!

Olivaldo Junior
Mogi-Guau/SP

Hoje dia de quem vive na lua,


mas volta pra c se tem samba,
puro acalanto em qualquer rua,
que a rua a casa de quem anda
sobre as brasas de sol e chuva,
de chuva e sol, de quem ciranda.
No tem mais cavalo, mas vai
No tem mais donzela, mas sai
No tem mais porqu, mas (ai!)
faz da vida um sbado e recai,
descansa em si mesmo, bye, bye.
Luiz Otvio, prncipe trovador,
troveja um pouco sobre mim,
me ensina a ser doutor em flor!
Plantando trovas num jardim,
me ensina a ser, tambm, amor

Poema ao Dia do Trovador


Dezoito de julho dia de poesia
Andam moas pela praa inteira,
inteiradas da moda, em fantasia,
que tudo poesia: a vida feira.
A feira do poeta a sua alegoria.

Francisco Macedo
Natal/RN
A Trova
Momento maior de qualquer trovador

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quando ele faz uma trova inspirada,


e evoca a paixo da mulher, a sua amada,
com versos perfeitos falando de amor.
Esteja onde esteja, v aonde ele for,
a trova ser sua luz, sua estrada
faixa de luz de si mesmo emanada,
cincia suprema que vem do Senhor!
So s quatro versos com rimas perfeitas
Cruzadas, reais, pelos vates eleitas,
o amor burilado com plena emoo.
Sem trova a poesia seria incompleta,
e o bom trovador to somente poeta
Enorme vazio no meu corao!

Em dezoito de julho celebrado,


Dia do Trovador, sempre lembrado,
pois nasceu Luiz Otvio, nesse dia.
E todos aos que a trova tm paixo,
podem prestar-lhe em forma de orao,
a homenagem de sua nostalgia

Gislaine Canales
Porto Alegre/RS

Glosando Luiz Otvio


Tomou-me inteiro

Ialmar Pio Schneider


Porto Alegre/RS

MOTE
A trova tomou-me inteiro!

Dia do Trovador
Nascimento do trovador em 18 de julho de 1916
Luiz Otvio foi dos trovadores,
o Prncipe que divulgou a trova
e a revestiu de uma roupagem nova,
para que fosse a das mais belas flores
Pois em cada ano sempre se renova
e vai angariando admiradores
que curtem os seus mgicos amores,
das ardentes paixes, vvida prova !

to amada e repetida,
que agora traa o roteiro
das horas da minha vida...
GLOSA

A trova tomou-me inteiro,


por ela, me apaixonei
e o seu poder feiticeiro
fez que eu me sentisse um rei!

53

Essa trova, pura essncia,


to amada e repetida,
possui enorme abrangncia,
torna a humanidade, unida!
Eu sou, hoje, o companheiro
dessa trova to mimosa,
que agora traa o roteiro
torna a vida cor de rosa!
Ela alegrou os caminhos
da minha estrada comprida
e se adornou, com carinhos,
das horas da minha vida

Maria Cristina Cacossi Capodeferro

Ora ousada, ora picante,


tambm deveras audaz,
no tem fora num semblante,
mas nas palavras que traz.
Ataca, prega, defende,
nunca usa o diz que me diz;
mostra aquilo que pretende
para qualquer aprendiz.
Complexa na construo:
tem por meta emitir
liberdade de expresso
e o pensamento exibir.
arma to poderosa
que dispara poesia,
meditao preciosa,
humor, lirismo, ousadia...

Bragana Paulista/SP
A Trova

Nemsio Prata

Uma trova bem curtinha


tem apenas quatro versos;
nela h um mundo em cada linha,
rene fatos diversos .

Fortaleza/CE

singela como a flor,


to simples como as aves
e totalmente a dispor
de novas ideias e entraves.

Dia do Trovador
Quem disse que Trovador
no tem dia? Bem que tem!
no Dezoito de Julho,
e esperamos que ningum
esquea de nos brindar

54

com Trovas pra homenagear


quem Trovador tambm!
Trovador, neste teu dia,
te alegra, faz uma trova;
pois o dia de alegria,
e tua trova comprova!

ou rimar tero com terso!


Bendigo a Deus que me fez
Trovador para cantar
haja amor em escassez,
no me deixando calar!

Busque ter muito cuidado,


Trovador, para o teu verso
no sair de p quebrado,

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Eliana Ruiz Jimenez


Dia do Trovador
O poeta detentor de uma sensibilidade aguada
e tem a necessidade de compartilhar a sua viso
emocional e os seus sentimentos com as outras
pessoas, transformando essas impresses em versos,
que podem ser livres, ou em formatos predeterminados,
como na trova, por exemplo.
Os versos livres costumam surgir de repente e
arrebatam o poeta onde ele estiver. preciso segurar a
ideia, transp-la imediatamente para o papel antes que
o sopro inspirador se dilua e as palavras se percam.
J a trova a expresso potica trabalhada. De
formato rgido, requer mtrica e rimas, alm da
expresso de um pensamento completo em quatro
versos, sendo que o ltimo arremata a reflexo com um
grande final.
Habilidoso, o trovador precisa adequar o querer
dizer na preciso das sete slabas tnicas e ainda
provocar no leitor a empatia com a saudade sentida,
com o corao partido e por que no dizer? com as
reminiscncias que cada um traz consigo.
Audacioso, o trovador elabora a trova com
sofisticao, procurando justapor as palavras num
encaixe cuidadoso, observando tanto a forma como a
sonoridade, procurando a rima indita, notvel. Vale

pensar, refazer, pois o que importa o resultado


perfeito.
A trova , portanto, a ideia sintetizada, a
comunicao imediata, que pode trazer tanto um
pensamento filosfico como a sabedoria da experincia,
o humor ou o lirismo.
Quando finalmente pronta, a trova como o filho
criado, independente, que percorre o mundo levando a
mensagem de seu criador.
Nesse oceano de trovas brilhantes, os trovadores
so amigos fraternos que, embalados pela mesma
inspirao potica, vo compartilhando a vida nos
versos, falem eles das dores sentidas ou das alegrias da
jornada.
No dia 18 de julho, data de nascimento de Luiz
Otvio, responsvel pela consolidao do movimento
trovadoresco no Brasil, comemorado o dia do
trovador, data em que todos os poetas e admiradores
dessa bela e requintada expresso potica relembram o
saudoso e querido amigo, principalmente com a leitura
de suas belas trovas, to contemporneas, que nos
deixam a certeza de um homem que viveu frente de
seu tempo.
Fonte:
http://poesiasurbanasetrovas.blogspot.com.br/p/trovas.html

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Nota sobre o Almanaque


O download (gratuito) dos nmeros anteriores em formato e-book, pode ser obtido
em http://independent.academia.edu/JoseFeldman
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colaborao do poeta.
As imagens so montagens, cujas imagens principais foram obtidas na internet e
geralmente sem autoria, caso contrrio, constar no p da figura o autor. Alguns
textos obtidos na internet no possuem autoria.
Este Almanaque tem a intencionalidade de divulgar os valores literrios de ontem
e de hoje, sejam de renome ou no, respeitando os direitos autorais.
Seus textos por normas no so preconceituosos, racistas, que ataquem
diretamente os meios religiosos, naes ou mesmo pessoas ou rgos especficos.

Este almanaque no pode ser comercializado em hiptese


alguma, sem a autorizao de todos os seus autores.

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