Ação Anulatória de Arrematação Judicial
Ação Anulatória de Arrematação Judicial
Ação Anulatória de Arrematação Judicial
Insanabilis)
EXCELENTSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___
VARA CVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO
Pedido Liminar
Urgente !
Imisso e posse decretada
Segundo o Art. 1.227 do Cdigo Civil, conjugado com o Art. 1.245 do Codex, o
direito real de propriedade (Art. 1.225/CC) sobre o imvel arrematado, somente
adquire-se ou apenas transmitido com o registro no Cartrio de Registro de
Imveis dos respectivos auto e carta de arrematao.
Identicamente, de h muito a antiga Lei dos Registros Pblicos n 6.015/73
sempre determinou que "Art. 167. No Registro de Imveis, alm da matrcula,
sero feitos. I o registro: 26) da arrematao e da adjudicao em hasta
pblica."
Finalmente, dispe o 1 do Art. 1.245 da Lei Substantiva Civil que "Enquanto
no se registrar o ttulo translativo, o alienante continua a ser havido como
dono do imvel."
Como os arrematantes no providenciaram a transcrio no Registro Pblico
Imobilirio da arrematao judicial (ttulo translativo) procedida sobre o imvel
do esplio de nada havendo nos autos em sentido contrrio, desde o auto de
arrematao de fl. 152 o bem no de sua propriedade, sendo legalmente
ainda do domnio do Banco do Brasil S.A., e sequer so possuidores do
mesmo, pelo que injurdica e ilegal se afigura a expedio de mandado judicial
de desocupao do imvel.
Segundo a Legislao Civil, para haver a proteo possessria necessria
posse anterior sobre o bem, ou pelo menos a prova da propriedade sobre o
bem imvel (Art. 1.196/CC), o que no h nos autos do processo executivo n
em favor dos arrematantes, caracterizando-se a ilegalidade da deciso de fl.
que ordenou a expedio do mandado de desocupao em prol destes,
impondo-se sua revogao, porquanto aproveita quem no demonstrou ser
proprietrio do bem, como ordenado imperativamente pela legislao vigente
supramencionada, para poder desde j imitir-se na sua posse.
II.5) DA INEXIGIBILIDADE DO TTULO EXECUTIVO POR AUSNCIA DE
CONDIO DE PROCEDIBILIDADE DA AO E PRESSUPOSTO
PROCESSUAL DE EXISTNCIA DA RELAO PROCESSUAL
Verifica-se que o negcio jurdico em que se esteia a execuo e a penhora
concretizada contra a embargante, nulo de pleno direito, viciando e
inquinando de invalidade ab initio (originria) o correlato processo executivo e a
subseqente arrematao efetivada, corolrio de contrato de que no fez parte
scia da empresa executada (a ora demandante).
Essa insubsistncia jurdica da arrematao realizada e a nulidade da ao de
execuo, in casu, por estar lastreada em processo nulo de pleno direito,
conhecvel de ofcio e pode ser alegada em qualquer grau de jurisdio e fase
processual, por tratar-se de questo de ordem pblica e verdadeira condio
de admissibilidade da ao executiva:
AS CONDIES DA AO DEVEM SER EXAMINADAS ATE DE OFICIO
MATERIAL DO DBITO COBRADO (art. 586, caput, c/c o art. 618, inc. I,
ambos do C.P.C.). (grifamos)
(TJRS, 14 CC, AC n 70004446399, Rel. Des. Joo Armando Bezerra
Campos, j. 13/03/2003, v.u.)
II.6) DA INEXISTNCIA DE PRECLUSO DE QUESTO DE ORDEM
PBLICA, NULIFICADORA DA AO E DO PROCESSO DE EXECUO
A pretenso da autora, de anular e extinguir a execuo, desconstituindo-se,
em conseqncia, a arrematao, por ocorrncia de nulidades processuais
absolutas, pode justamente por esta circunstncia ser apreciada de ofcio,
em qualquer tempo e grau de jurisdio, uma vez que trata-se de questo de
ordem pblica, sendo mesmo imprescritvel sua alegao:
Sendo matria de ordem pblica (art. 1 CDC), a nulidade de pleno direito das
clusulas abusivas nos contratos de consumo no atingida pela precluso, de
modo que pode ser alegada no processo a qualquer tempo e grau de
jurisdio, impondo-se ao juiz o dever de pronunci-la de ofcio.
Aplicam-se, por extenso, o 3 do art. 267; 0 4 do artigo 301 e o art. 303,
todos do CPC. (grifamos)
(TJRS, 14 CC, AC n 70004446399, Rel. Des. Joo Armando Bezerra
Campos, j. 13/03/2003, v.u.)
Outrossim, cumpre consignar que o pedido de declarao de nulidade da
fiana passvel de argio e apreciao a qualquer tempo e grau de
jurisdio, at mesmo de ofcio, uma vez que se trata de matria de ordem
pblica ...
J se decidiu: LOCAO. AO DE DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO
C/ COBRANA DE ALUGUIS E ENCARGOS. NULIDADE DA FIANA.
MATRIA DE ORDEM PBLICA.
A questo da nulidade da fiana levantada nas razes de apelo matria de
ordem pblica, sendo passvel de apreciao em qualquer instncia, at
mesmo de ofcio, no se operando a precluso. (...). NEGARAM
PROVIMENTO AO RECURSO. UNNIME (AC n 70008724015, rel. Des.
Otvio Augusto de Freitas Barcellos, 15 Cmara Cvel, TJRS, j. em
09.06.2004).
Reconhecida a nulidade da fiana prestada no Instrumento que aparelha a
execuo e, conseqentemente, DESCONSTITUDA A PENHORA, resta
prejudicado o exame das demais questes ventiladas no apelo.
Por tais razes, rejeito a preliminar, no conheo do agravo retido e dou
provimento ao apelo para julgar procedentes os embargos de terceiro opostos
por Iracema Vanzin em face do Banrisul S/A, DESCONSTITUINDO A
PENHORA EFETUADA NA EXECUO EM APENSO (grifamos)
(TJRS, 15 CC, AC n 70010079614, Rel. Des.-Pres. Vicente Barroco de
Vasconcellos, j. 23/02/2005)
III) DO REQUERIMENTO