2014, Kinesio Taping Fisioterapia e Pesquisa
2014, Kinesio Taping Fisioterapia e Pesquisa
2014, Kinesio Taping Fisioterapia e Pesquisa
DOI: 10.1590/1809-2950/553210114
Kinesio taping: Aplicacin y sus resultados sobre el dolor: una revisin sistemtica
Drrick Patrick Artioli1, Gladson Ricardo Flor Bertolini2
Estudo desenvolvido no Ncleo de Fisioterapia Ortopdica, Desportiva e Terapias Alternativas (NAFDT) do Centro Universitrio Lusada
(UNILUS) Santos (SP) e Laboratrio de Estudo das Leses e Recursos Fisioteraputicos da Universidade Estadual do Oeste do Paran
(UNIOESTE) Cascavel (PR), Brasil.
1
Programa de Ps-graduao em Fisioterapia Musculoesqueltica pela Santa Casa de Misericrdia de So Paulo; Centro Universitrio
Lusada (UNILUS) Santos (SP), Brasil.
2
Programa de Ps-graduao em Cincias da Sade Aplicadas ao Aparelho Locomotor pela Faculdade de Medicina de Ribeiro Preto da
Universidade de So Paulo (USP) Ribeiro Preto (SP).
Endereo para correspondncia: Gladson Ricardo Flor Bertolini Rua Universitria, 2069 Jardim Universitrio CEP: 85819-110 Cascavel (PR), Brasil E-mail: [email protected]
Apresentao: ago. 2013 Aceito para publicao: fev. 2014 Fonte de financiamento: nenhuma Conflito de interesses: nada a declarar.
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ms descrita hasta la fecha para justificar el efecto hipoalgsico y los efectos slo fueron encontrados en corto plazo (de
24 horas a 1 semana). La reduccin del dolor proporcionada
por Kinesio taping fue similar o poco ms alta que otras intervenciones, lo que no representa razn para que ese sea
el tratamiento principal de eleccin, y es considerado como
una tcnica adjunta o complementaria.
INTRODUO
placebo ou incapaz de proporcionar mundana significativa a um grupo controle. O objetivo deste estudo foi
realizar uma reviso sistemtica para relatar os princpios do mtodo e principalmente, analisar quais foram
os resultados dos ensaios clnicos com grupo controle
referente dor com a KT.
METODOLOGIA
Para a realizao deste estudo foram consultadas as
bases de dados PubMed, SciELO, Lilacs, Scirus,
Google Acadmico, bem como pesquisa manual
em revistas cientificas indexadas, com as seguintes
palavras-chave: Kinesio Taping; Kinesio Tape; e
Kinesiotaping; associados ou no dor (pain). Para
serem inclusos os estudos deveriam oferecer acesso na
ntegra para avaliao (disponibilizao do material de
forma aberta ou de revistas relacionadas no Peridicos
da CAPES), na forma de ensaio clnico com grupo
controle e que avaliaram dor com a aplicao da KT,
sem limitao de idade dos pacientes ou linguagem
do manuscrito. Foram excludas as pesquisas que no
utilizavam a dor como parmetro de comparao frente aplicao da KT, que utilizavam bandagem no
elstica como forma de tratamento ou que o desenho
do estudo no envolvia grupo comparativo. Os estudos que atenderam aos critrios de incluso foram
avaliados pela escala Physiotherapy Evidence Database
(PEDro)17, utilizada por dois profissionais com experincia em fisioterapia musculoesqueltica, sem ter por
objetivo excluir dados de acordo com a nota obtida, ou
seja, apenas apontar a qualidade metodolgica de cada
estudo. Em seguida, o software Statistica 7 foi utilizado para a anlise dos dados. A Figura 1 apresenta os
dados quantitativos da busca realizada.
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AND.
Dor; Pain; sem associao.
1 - Livro.
Pertinentes a KT e dor
101
RESULTADOS E DISCUSSO
Antes de ser discutida a anlise individual de cada estudo, vale ressaltar o que h de concordncia entre os
mesmos nos quesitos bascos da KT, no que se refere
s formas de aplicao, preparo da pele, posicionamento, tenso, direo e tempo de uso. Dentre as formas
de aplicao da KT, o corte da fita poder ser em Y,
I, X, ventilador, teia (ventilador modificado)
e rosquinha, o que depender do tamanho do msculo comprometido e do tratamento desejado. Essas
formas de aplicao so usadas, respectivamente, para
fraqueza muscular (efeito facilitatrio ou inibitrio),
dor e edema, correo biomecnica, drenagem linftica
(ambos ventilador e teia), edema focal ou rea especfica (esportes)1.
A pele dever estar livre de loes ou leos hidratantes previamente aplicao. Ao retirar-se o papel protetor do adesivo, mnimo contato dever ser feito para
que no ocorra diminuio da capacidade de aderncia, sendo assim, no se deve retirar a proteo adesiva
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Objetivos
Populao
Pontuao
final PEDro
Resultados
Gonzlez-Iglesias et al.2
Ensaio clnico
randomizado
Placebo
41 pacientes com
dor ps-chicote
Superior ao GC
Saavedra-Hernndez
et al.18
Comparar manipulao
com KT em indivduos dor
cervical mecnica sobre a dor,
incapacidade e ADM
Ensaio clnico
randomizado
Manipulao
(Thrust)
80 pacientes
com dor cervical
mecnica
Semelhante ao GC
Garca Llopis e
Campos Aranda16
Ensaio clnico
controlado
Fisioterapia
convencional
10 pacientes
com dor cervical
mecnica
Superior ao GC
Kaya, Zinnuroglu e
Tugcu10
Ensaio clnico
controlado
Eletrotermoterapia
55 pacientes com
sndrome do
impacto
Superior ao GC
Thelen, Dauber e
Stoneman7
Ensaio clnico
randomizado,
duplo cego
Placebo
42 pacientes
com diagnstico
de S. impacto/
tendinopatia de MR
Semelhante ao GC
10 jogadores de
Estudo de caso
baseball com
controle com
Controle; placebo epicondilite medial
medidas repetidas
+ 17 voluntrios
saudveis
Semelhante ao
placebo
Chang et al.9
Paoloni et al.3
Fase I: avaliao
intra-sujeito
(pr/ps)
Fase II: Ensaio
clnico controlado
KT + exerccios;
exerccios
39 pacientes com
dor lombar crnica
Semelhante
aos 2 grupos
Castro-Snchez et al.5
Ensaio clnico
randomizado
Placebo
60 pacientes com
dor lombar crnica
Superior ao GC
Efeitos da KT na S patelofemoral,
avaliando dor, funo e
flexibilidade
Ensaio clnico
randomizado
FM/alongamento
sem KT
31 mulheres com
Sd. patelofemoral
Semelhante ao GC
Nambi e Shah
MWM
30 pacientes com
entorse subaguda,
de inverso, em
tornozelo
Inferior ao GC
ADM: amplitude de movimento; GC: grupo controle; KT: Kinesio Tape; S: sndrome; MR: manguito rotador; FM: fortalecimento muscular; MWM: Mulligans mobilization with movement
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ser considerada superior ou inferior s outras intervenes utilizadas em cinco dos estudos, os quais
obtiveram quase nota mxima na escala de avaliao,
atingindo 8,40,8 pontos em mdia.
Em apenas um dos trabalhos a KT foi menos eficiente, em entorse de tornozelo, no qual proporcionou
reduo do quadro lgico (55,6%), mas a melhora da
dor foi menor quando comparada com a mobilizao
articular (MWM) (74,9%), sendo que ambos os grupos
receberam apenas trs sesses por uma semana. No entanto, foi um dos estudos que atingiu menor pontuao
na escala PEDro (5 pontos), representando menor qualidade na realizao da pesquisa8.
A maioria dos autores descreveu hipteses para
o mecanismo hipoalgsico atribudos aplicao da
KT. Dentre estas, as mais citadas foram as seguintes.
A tenso proporcionada pela fita gera estmulo aferente, facilitando o mecanismo inibitrio da dor (teoria
da comporta); a fita proporciona um feedback sensoriomotor que permite apenas movimentos que causam
menor irritao mecnica dos tecidos, consequentemente ocorre menor dor2,5,7,8,10,18; outra teoria foi fundamentada na condio de dor cervical mecnica, na
qual os autores no enfatizaram diretamente um mecanismo de reduo lgica, mas afirmam que isso ocorreria medida que a tcnica proporciona aumento da
amplitude de movimento articular16; apenas um estudo
citou a possibilidade da melhora ocorrer pelo aumento
da circulao na regio da leso9.
A idia mais aceita at o momento a da teoria da
comporta, na qual o estmulo mecnico proporcionado pela KT agiria atravs de fibras de conduo rpida (A) que ao atingir a Substncia Gelatinosa de
Rolando (corno posterior da medula espinhal), realiza
sinapses com interneurnios inibitrios, ocasionando
fechamento da comporta e, portanto, no permitindo a passagem de estmulos nocioceptivos (Fibras C
e A)19. Outra tese elucidada facilmente na prtica
seria o efeito imediato que pode ser obtido ao aplicar a KT de maneira transversal ao msculo ou tendo comprometido (compresso moderada a forte),
previamente ou aps sesso de fisioterapia. Pode-se
testar essa hiptese, ainda no explicada cientificamente, em casos de epicondilite lateral do cotovelo
(Tennis elbow), tendinopatia da pata de ganso (sartrio, grcil e semitendneo), patelar (joelho do saltador ou jumpers knee) e do calcneo. Acredita-se que
essa forma de utilizar a fita diminui a sobrecarga no
msculo ou tendo por modificar o ponto de alavanca
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CONCLUSO
O Kinesio taping produz efeito hipoalgsico semelhante quando comparada a outros grupos experimentais
(8,40,8 pontos, escala PEDro), o que, clinicamente,
no justifica seu uso como principal tcnica analgsica.
Trs estudos de alta qualidade metodolgica (9pontos,
escala PEDro) sugerem que seus efeitos sobre a dor
foram superiores a curto prazo (24 horas aps a aplicao), e seus resultados so, na maioria, descritos como
benficos, porm no h evidencia cientifica de que
esses efeitos sejam prolongados.
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