Dissertação - As Malhas Do Poder - Uma Análise Da Elite de Juiz de Fora Na Segunda Metade Do Século XIX
Dissertação - As Malhas Do Poder - Uma Análise Da Elite de Juiz de Fora Na Segunda Metade Do Século XIX
Dissertação - As Malhas Do Poder - Uma Análise Da Elite de Juiz de Fora Na Segunda Metade Do Século XIX
As Malhas do Poder
FICHA CATALOGRFICA
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
AGRADECIMENTOS
impossvel agradecer a todas as pessoas que contriburam
para a realizao deste trabalho. Principalmente, se considerarmos todo o
incentivo obtido desde o momento preparatrio para a seleo do Mestrado
da Universidade Federal Fluminense e os parentes que me acolheram em
Niteri.
Foi preciso consultar muitas bibliotecas e arquivos para a
realizao desta pesquisa. Nesse sentido gostaria de agradecer
funcionria da Biblioteca Municipal Murilo Mendes, Heliane Casarim; aos
funcionrios do Arquivo Histrico da Cidade de Juiz de Fora, do Arquivo
do Museu Mariano Procpio e do Arquivo do Primeiro Ofcio Cvel, sob
custdia da Universidade Federal de Juiz de Fora. Um especial
agradecimento ao escritor, jornalista, compositor e grande conhecedor da
histria de Juiz de Fora, senhor Dormevilly Nbrega, que colocou minha
disposio seu arquivo e biblioteca.
Destaco a colaborao das amigas Mnica Ribeiro de Oliveira,
Maraliz V. de C. Christo e Sonia Maria de Souza pelas crticas sempre
positivas e incentivadoras e dos amigos Marco Antnio Sagioro Leal e
Andr Gondim Simo na confeco dos grficos. E, no poderia deixar de
agradecer aos companheiros do Ncleo de Histria Regional pelo espao
proporcionado s discusses e debates referentes a minha pesquisa.
Agradeo a minha famlia pela pacincia e compreenso diante
dos momentos difceis que acompanham o processo do Mestrado.
Um agradecimento especial amiga Lila que muito me
incentivou e me fez entrar no curso de Histria. Graas a ela descobri
minha vocao para a pesquisa.
Gostaria de registrar meu agradecimento Professora Maria de
Ftima Gouva, pelo desprendimento com que me aceitou como sua
orientanda, pelo alto astral com que sempre me recebeu, a
disponibilidade, as c rticas e incentivos que sempre colocou minha
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
RESUMO
Dissertao de Mestrado em Histria Social das Idias que
analisa a elite de Juiz de Fora na segunda metade do sculo XIX, tomando
como referncia bsica a Cmara Municipal de Vereadores. No contexto
do Brasil monrquico e de grande desenvolvimento cafeeiro, caracterstico
do Sul da Zona da Mata Mineira, procura-se destacar as relaes entre
segmentos da elite local atravs do cerimonial da viagens imperiais
cidade de Juiz de Fora. Sob este ponto de vista, compreender tambm as
relaes de poder existentes entre a regio e o Estado Imperial.
ABSTRACT
A M.A. dissertation on Social History that looks into Juiz de
Fora elite during second half of the nineteenth century. The study takes as
its main spectrum for analysis the city Local Council (Cmara Municipal
de Vereadores). Bearing in mind Brazil nineteenth century main feztures
in the Zona da Mata Mineira region - the monarchical political system and
the coffee boom -, the local elite is evaluated through the analysis of the
ceremonial implemented during D. Pedro II several visits to the city. By
doing so, the study tries to throw a light upon the particular way the region
and the Imperial state were linked together at that time.
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
SUMRIO
INTRODUO -----------06
As Malhas do Poder
NDICE DE GRFICOS
GRFICO 01- Grfico demonstrativo da presena
das principais famlias que integraram a Cmara
Municipal no perodo de 1853-1889 --------132
GRFICO 02- Grfico demonstrativo das principais profisses
dos vereadores que integraram a Cmara Municipal, em
cada legislatura, no perodo de 1853-1889 ---164
GRFICO 03-Grfico demonstrativo das principais
profisses presentes nas legislaturas municipais
ao longo do perodo de 1853 a 1889 -------166
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
INTRODUO
A idia de trabalhar com as elites de Juiz de Fora, na segunda
metade do sculo XIX, surgiu ainda na Graduao. A constatao da
inexistncia de obras sobre o tema foi um dos fatores que serviram de
incentivo realizao deste trabalho de pesquisa. A bibliografia existente
sobre o assunto, apresentando uma tendncia marcadamente tradicional
nos levou a refletir sobre a necessidade de uma abordagem que retomasse
a histria poltica com uma nova perspectiva. Alm disso, grande a
carncia de trabalhos sobre poltica em Minas Gerais, principalmente no
sculo XIX. Curiosamente, foi o contato com a histria cultural que criou
as condies fundamentais para a realizao deste trabalho, ao abrir espao
para o estudo do cerimonial e, para uma nova abordagem em meio ao
tradicionalismo que caracterizava os estudos em histria poltica.
A partir do momento que iniciamos as pesquisas em arquivos e
bibliotecas pblicas e privadas tomamos contato com um fato at certo
ponto recorrente na histria oitocentista da cidade de Juiz de Fora: as
vrias viagens do Imperador D. Pedro II, seja para inauguraes ou simples
passagens para o interior mineiro. Fato que continuou marcante na
memria cultural dos juizforanos atravs do Museu Mariano Procpio,
segundo museu do pas em acervo e registros do Imprio, que guarda no
mobilirio, nos objetos e nos jardins o orgulho da cidade, que recebeu por
vrias vezes, o Imperador do Brasil.
Um orgulho que avanou a Repblica e fez com que o
comerciante Henrique Surerus, em 1915, escolhesse a publicao de um
relato da primeira viagem oficial Juiz de Fora de Sua Majestade o
Imperador D. Pedro II, para tornar pblico o nome de sua loja comercial
atravs de anncios no verso das pginas. Editado na forma de um
pequeno livrinho a inaugurao da Rodovia Unio e Indstria pode ser
relembrada pelos mais velhos e conhecida pelos mais jovens na dcada de
20. Quando do centenrio da inaugurao, em 1961, houve a publicao
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
10
As Malhas do Poder
para a cidade e regio. Mesmo que neste contexto a estrada de ferro fosse
encarada como a grande soluo para o escoamento da produo cafeeira,
a rodovia chegou a Juiz de Fora, representando a primeira estrada
macadamizada do pas, encurtando a distncia com a Corte e servindo, por
assim dizer, ao mesmo propsito. Acabou encarnando os desejos de uma
localidade que aspirava tornar-se mais prxima do centro poltico, cultural
e econmico do Imprio. Estamos, por assim dizer, pisando o terreno da
cultura, com eficcia simblica e no racional. A presena imperial no
momento da inaugurao pode ser vista como uma figura do Estado.
Atravs do Estado a sociedade sentia-se representada. 5 E, acreditamos
que pelos caminhos dos ritos de viagens, tratados aqui, que o indivduo
social enxergava a si mesmo como parte de um Estado que parecia bem
distante. A cultura poltica, nesse sentido, no pode ser entendida como
racional. Precisamos, entretanto, entender o milagre a partir do desejo do
milagre. 6
Portanto, a inaugurao da Rodovia Unio e Indstria, que se
deu em 1861 e contou com a presena do Imperador Dom Pedro II na
cidade por cinco dias, pode ser encarada como parte do projeto de unidade
nacional. Um projeto que no se encontrava acabado nesta dcada. 7
Bastante rica no tocante sua descrio, tanto pelos jornais da poca como
pelo prprio punho do Imperador, o cerimonial nela descrito tornou bem
evidente o perfil de uma elite que teve por contexto uma sociedade que
estabeleceu nitidamente as posies sociais de cada um de seus atores no
palco da monocultura cafeeira e escravocrata do Imprio. Se por um lado,
5 GEERTZ, C. Negara.
6 BLOCH, M. Os reis taumaturgos.
7 Entendemos que, apesar de tomarmos como referncia uma viagem que ocorreu em
1861, no significa dizer que a construo da unidade nacional estivesse em sua fase de
acabamento. Conforme MATTOS, I. op.cit., este processo de construo continua mesmo
com a consolidao do Imprio.
10
As Malhas do Poder
11
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
12
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
ELIAS, N. op.cit.
CHARTIER, R. op.cit. p. 221.
BOURDIEU, P. op. cit. p. 7 e 8.
FERREIRA, M. A nova "velha histria". In: Estudos Histricos. p. 267.
IDEM. p. 269.
13
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
14
As Malhas do Poder
25
26
27
28
Procpio estavam fora do permetro urbano da cidade de acordo com o ofcio enviado
pelo mesmo ao Palcio da Presidncia da Provncia de Minas Gerais em 24/11/1857. Este
ofcio foi transmitido pelo Presidente da Provncia Cmara Municipal questionando
sobre as vantagens de tal anexao. Contudo, as terras e a colnia pertenciam a cidade
do Paraibuna. Mais tarde, com a morte do Comendador Mariano o local passa a ser
designado tambm por Mariano Procpio. Ver ARQUIVO HISTRICO DA CIDADE
DE JUIZ DE FORA. Srie 23. Em 1865 a cidade passou a chamar-se Juiz de Fora, por
proposta do Baro de So Marcelino, em razo da Lei provincial nmero 1262 de 19 de
dezembro de 1865. Ver ENCICLOPDIA DOS MUNICPIOS BRASILEIROS. Vol.
XXV.
29 IDEM. p. 119. ESTEVES, A. op.cit., p. 69,70. OLIVEIRA, P. op.cit., p. 96.
30 LESSA, J. op.cit., p. 146,147. ESTEVES, A. op.cit., p. 72, 73.
31 LESSA, J. op.cit., p. 153,154.
14
As Malhas do Poder
15
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
16
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
poca no especificaram.38
Se considerarmos que na atmosfera imperial gravitaram, no
ano de 1861, os outros nomes que compunham o Conselho de Estado e os
demais ministrios, outros militares e pessoas de prestgio que gostariam
de ocupar o lugar do guarda roupa ou de gentilhomem da semana, para
acompanhar o Imperador, podemos traar a significao da escolha dos
nomes supra citados, a importncia de ter sido eleito pelo Imperador, de ter
sido relacionado entre as pessoas mais prximas a ele, se diferenciando,
inclusive, das outras pessoas que acompanharam o cortejo imperial.
Nesse sentido, tambm podemos apontar para o jogo do
prestgio, para a repartio do poder, para as gratificaes como tambm
para as punies. Ao escolher alguns, D. Pedro II podia estar apontando
para a conduta que mais lhe agradou, para a postura poltica que mais lhe
foi conveniente. bem verdade que no podemos comparar o cerimonial
do Imprio brasileiro com a rigorosidade da etiqueta na corte de Luiz XIV
mas, tal como este, D. Pedro II tambm podia utilizar-se destes artifcios
para controlar parte da elite que lhe rodiou, principalmente, se pensarmos
na Monarquia Constitucional, de cunho liberal, aclamada pelo povo, que
fez questo de exibir como a virtude de um governo slido e equilibrado
aos olhos republicanos do restante da Amrica Latina.
O que surpreendeu, e at certo ponto decepcionou os
contemporneos, foi a simplicidade dos cerimoniais e do modo de viver e
de residir da famlia imperial, decantada pelos nobres mais prximos
Corte. Relatos de cronistas e de polticos, muitos dos quais estrangeiros,
sempre apontaram para o retraimento, pela ausncia de ostentao e
esplendor, sem apresentar o mesmo prestgio das famlias reinantes da
Europa. 39 Contudo, o poder simblico do Imperador D. Pedro II, e at
mesmo pela ausncia de fausto, foi responsvel pela construo de uma
38 IDEM. p. 8
39 LYRA, H. Histria de D. Pedro II. Vol II, p. 45 a 53.
17
As Malhas do Poder
prtica que impunha uma ordem ao mundo social vivido, criando uma
espcie de concordncia entre as inteligncias que, sob este ponto de
vista, como smbolo monrquico, adquiriu uma funo social: a integrao.
40 E, cumpriu sua funo de cumplicidade se percebermos o impacto que
esse comportamento acabou por causar no apenas na Corte mas em todo o
Imprio. Tal procedimento garantiu ao Imperador e a toda a famlia
imperial um enorme prestgio moral, servindo de centro exemplar aos
demais setores sociais. 41 Auxiliou, portanto, na formao de um
consensus de tica a ser reverenciado e praticado num momento de suma
importncia no qual a unidade nacional estava sendo construda. E, mesmo
tendo o Imprio consolidado a imagem simblica do Imperador,
permaneceu reforando a prtica de uma vivncia de integrao do
territrio nacional.
Alis, a formao deste consenso foi primordial, uma vez que
as noes de ptria e de nao ainda no tinham encontrado seu verdadeiro
lugar no imaginrio da sociedade do final do primeiro reinado e da
primeira dcada do segundo. Durante o reinado de D. Pedro I a idia que
se fez de nao foi por demais ampla e encontrou-se totalmente ausente
nos movimentos revolucionrios ocorridos neste perodo; e, ptria
significou apenas o local do nascimento. 42 Da a importncia da
aclamao de D. Pedro I, uma vez que a monarquia constitucional que se
implantou afastou o medo da Repblica e da provvel desagregao do
territrio brasileiro. O Imperador foi o smbolo de um Estado forte que a
40 BOURDIEU, P. op.cit., p. 9. A concordncia entre as inteligencias e a integrao
social proposta por Bourdieu segue os pressupostos de Durkheim, onde os smbolos (...)
tornam possvel o consensus acerca do sentido do mundo social que contribuiu
fundamentalmente para a reproduo da ordem social: a integrao lgica a condio
da integrao moral.
41 Ver GEERTZ, C. op.cit. O autor desenvolve a teoria do centro exemplar to
amplamente enraizado na cultura javanesa.
42 RIBEIRO, Maria E. de B. op.cit., p. 26.
17
As Malhas do Poder
18
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
48 IDEM. p. 45.
49 IDEM. p. 50.
50 IDEM. p. 52.
19
As Malhas do Poder
20
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
20
As Malhas do Poder
21
As Malhas do Poder
21
As Malhas do Poder
22
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
23
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
24
As Malhas do Poder
que achavam existir; e, D. Pedro, nas falhas dos mecanismos de representao, citados
por Jos Murilo, mantinha as rdeas do grande imprio aproveitando-se de sua imagem
intocvel.
72 IBIDEM. p. 166.
73 GENOVEZ, Patrcia Falco. Mandonismo Poltico e poderio econmico: uma anlise
das elites de Juiz de Fora (1853-1889). In: MONTEIRO, R. (org). Principia: caminhos
da iniciao cientfica. p. 111 a 116.
24
As Malhas do Poder
25
As Malhas do Poder
rica. 74
Assim foi Juiz de Fora na segunda metade do sculo XIX, ou
pelo menos, foi a imagem que se fez da cidade: a forma como pretendeu
ser reconhecida. Uma cidade viva que atraiu os ricos, os jovens e que
concentrou em seus limites a oportunidade de um futuro melhor. Aqui foi
possvel se sentir mais prximo da civilizao, da vida mundana do Rio de
Janeiro, significou ser (...) carioca do brejo; ser um trecho de terra
cercado de piano por todos os lados; ser de muito Deus e pouco padre,
muito cu e pouca igreja, muita prece e pouca missa, deixando Mariana
s moscas. 75 Uma caracterstica que transpareceu na observao feita
pelo prprio Imperador em 1861 quando visitou a igreja, seus comentrios
foram contundentes: (...)A igreja feia por fora e por dentro e, durante o
Te Deum, que no honrou a melomania mineira, estive numa
tribuna, que antes chamaria catacumba. 76 Comportando-se como
um centro cultural, a cidade ofereceu suas elites espaos de sociabilidade
e de divertimento bem diferentes do restante de Minas, como: teatros,
cervejarias e parques, saraus, visitas s fazendas e viagens ao Rio de
Janeiro. Sem se identificar com a mineiridade caracterstica de Ouro Preto
tomou como inspirao o Rio de Janeiro cujo reforo foi propiciado pela
abertura da Rodovia Unio & Indstria.
A Zona da Mata tem seu destino unido a um fator social
poltico de grande projeo, a sua ligao, desde o
sculo XVIII, com o ciclo metropolitano do Rio de
74 LESSA, J. op.cit., p.130.
75 CHRISTO, Maraliz de C. V. Europa dos Pobres. p. 12. As expresses contidas nesta
citao pertencem respectivamente a Murilo Mendes e a Pedro Nava.
76 MUSEU IMPERIAL. Dirio do Imperador D. Pedro II, de sua viagem a Juiz de Fora,
1861. Texto datilografado, p. 5.
25
As Malhas do Poder
26
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
27
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
28
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
29
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
30
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
31
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
32
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
33
As Malhas do Poder
Msica que existia desde 1846, fundada pelos notveis locais. 107 Sem
aproveitar os msicos formados e treinados pela Banda j existente, o
Comendador Mariano Procpio preferiu treinar, s pressas, uma banda
dentro da prpria Colnia de alemes. Banda alis, que impressionou o
Imperador. 108
de surpreender tambm que entre os grandes fazendeiros que
residiram na localidade, dentre os quais vinte e oito conquistaram ttulo
de baro 109 , alguns j o eram nesta poca, apenas trs com ttulo de
nobreza estiveram presentes: Bares de Pitanguy e de Prados, tio e primo
respectivamente do Comendador Mariano; e, o Baro de Bertioga. Alm
destes, o alto comando da Guarda Nacional local: coronel Francisco de
Paula Lima e o comandante Fernando Halfeld. Entretanto, a Cmara
Municipal da cidade do Paraibuna no foi convidada.
Contudo, vrios nomes pipocam no dirio do Imperador que
relatou a viagem, obedecendo, evidentemente, aos impulsos de uma
memria treinada a selecionar o mais significativo, tanto que no h
nenhum esforo em recuperar os momentos do jantar mas, requisitada
para descrever a banda de msica, os grandes cafezais, o brejo prximo
Estao do Rio Novo, em Juiz de Fora, alm de outros fatos que a seus
olhos se transformaram em pitorescos e nicos. Assim, o Baro de
Prados, o Comendador Halfeld, o delegado Barboza Lage, o padre Tiago,
descrito como preto como um carvo, o cnego Roussin, Valle Amado, o
Presidente da Cmara, o Baro de Bertioga, o Juiz da Comarca Nunes
Lima, Paula Lima e Lino Armond da Guarda Nacional, o chefe de polcia
107 A cidade do Paraibuna ainda era um arraial quando fundou-se a Companhia de
Msica. O contrato fora assinado com o compromisso de pagamento de uma anuidade de
20$000 em troca de aulas de msicas e cantos aos filhos dos scios, msica em ocasies
festivas e fnebres. Entre os nomes que assinaram a escritura do contrato vrios deles
participaram posteriormente da Cmara de Vereadores. ESTEVES, A. op. cit., p. 53.
108 MUSEU IMPERIAL. op. cit. (1861), p.2.
109 PROCPIO FILHO, J. Salvo erro ou omisso. p. 331.
33
As Malhas do Poder
34
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
111 MUSEU IMPERIAL. op. cit. (1861), p. 7. Os grifos foram feitos pelo prprio
Imperador D. Pedro II.
112 Ver ELIAS, N. op. cit. e BURKE, P. op. cit.
113 RHEINGANTZ, C. Titulares do Imprio. p. s/n. Listagem de Bares em Minas
Gerais e Total de titulares no Imprio.
35
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
36
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
Roussin, com 410 votos, o de Antnio Jos Macedo Moura, com 327 e o
do Comendador Mariano, com 201 votos, que no figuraram na listagem
oficial como tais. 120 Contudo, o nome do Dr. Avelino Rodrigues
Milagres, com 50 votos a menos que o Comendador Mariano, figurou
entre os suplentes. No constando entre as atas da Cmara qualquer recusa
de convocao por parte dos nomes que foram alijados da suplncia. 121
Olhando mais de perto os possveis motivos que levaram a
alguns dos mais significativos representantes da cidade do Paraibuna a no
estarem presentes na recepo no castelo do Comendador Mariano,
torna-se inevitvel apreciar o que acontecia na ento Vila de Santo
Antnio do Paraibuna desde a dcada de 50. Em 1855, o Comendador
Mariano Procpio, recm chegado da localidade de Barbacena, cidade na
qual sua famlia exerceu grande poder poltico, convidou os mais
importantes fazendeiros da vila para propor a criao da Sociedade
Promotora dos Melhoramentos Materiais da Vila de Santo Antnio do
Paraibuna e do seu Municpio, (...)expressando seu apoio e o seu amor
causa de Santo Antnio do Paraibuna (...). 122 Apesar da iniciativa ter
partido do Comendador Mariano Procpio e de ter sido muito apreciada e,
inclusive aceita, seu nome no foi sequer votado para integrar a diretoria
da Sociedade, sendo aclamado presidente o Comendador Jos Antnio da
Silva Pinto, Baro de Bertioga.
Foram escolhidos oito diretores, por eleio secreta, incluindo
o supra citado Baro de Bertioga: o Comendador Henrique Guilherme
Fernando Halfeld, o Comendador Francisco de Paula Lima, Tenente
120 ARQUIVO DO MUSEU MARIANO PROCPIO. Atas de Apurao das Eleies
do ano de 1861. 112/026.
121 ARQUIVO HISTRICO... Srie 164: Atas de 1857-1889. Esta srie formada por
notas esparsas sobre as atas, e ainda sob forma de rascunho, portanto, incompleta, no
havendo registro em livros oficiais, cuja datao inicial do ano de 1866.
122 BASTOS, W. op. cit. p. 99.
37
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
38
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
39
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
Igncio relatou, muitos anos mais tarde, (...) e tivemos a estao em vez
de estribo, ficha de consolao com que nos acenaram os marianistas.(...).
131
A memria do major Igncio da Gama sobre os
acontecimentos que envolveram a cidade de Juiz de Fora no sculo
passado nos traz, para alm da diviso de interesses que cercaram os dois
grupos, o fato de que esta diviso acontecia geograficamente em virtude de
um brejo e um morro entre as duas partes da cidade. As duas cidades se
tornaram cada vez mais separadas com os pssimos resultados obtidos
pelo Comendador Mariano nas eleies. Segundo Jair Lessa,
Tendo-se em vista a rea hoje ocupada pela cidade,
difcil ser aquilatar-se qual seria a melhor: a de
propriedade dos Tostes e Halfeld ou a disponvel
Companhia Unio e Indstria. Eram, pelo menos,
equivalentes. As duas populaes urbanas se equivaliam
numericamente. Os construtores de l [localidade onde
morava o Comendador Mariano], mestres escolhidos a
dedo, gente branca alfabetizada; os de c [rea urbana
onde estava instalava a Cmara Municipal] salvo um ou
outro portugus que jurara no pegar no pesado caboclada se aglomerando aos poucos sob a batuta de
meia dzia de caudilhos afazendeirados, mais escravos
que brancos, pedreiros semi-analfabetos prticos em
construes de taipa, construdo casas desenhadas por
fazendeiros.(...) S usavam do lado de c o mdico e o
padre em horas extremas. At um nome j tinham: um
nostlgico Rio Novo que no pegou e foi mudado
repentinamente, para Estao de Juiz de Fora. Palcio
governamental j tinham - e o chamavam mesmo de O
131 IBIDEM. op. cit., p. 67.
40
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
41
As Malhas do Poder
135 IDEM. Srie 160. Pelo relatrio percebe-se que Paula Lima, Domiciano Alves
Garcia e Dias Tostes, apesar de residirem na Estrada para Rio Novo, no eram vizinhos
prximos do Comendador Mariano.
41
As Malhas do Poder
42
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
43
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
44
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
45
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
150 LESSA , J. Juiz de Fora e seus pioneiros. Juiz de Fora: EDUFJF, 1985. p. 25.
46
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
155 Segundo LESSA, J. op. cit., Joo de Oliveira vendeu, em 1713, uma lgua de terras
no Caminho Novo ao Dr. Lus Bustamante de S, detentor do cargo de juiz-de-fora no
Rio de Janeiro. Em 1738, seu genro, o desembargador e juiz do fisco Roberto Carr
Ribeiro vendeu a Fazenda do Juiz de Fora, como ficou conhecida, a Antnio Vidal, de
origem luso-espanhola. Apenas em 1779 que Antnio Dias Tostes, enriquecido com a
minerao em So Joo Del Rei, comprou a Fazenda do Juiz de Fora. Na mesma poca,
seu filho de mesmo nome, comprou a Fazenda do Acade.
156 QUEIROZ, Maria Isaura P. de. O mandonismo local na vida poltica brasileira e
outros ensaios. p. 39.
47
As Malhas do Poder
grande senhor patriarcal, que pelo seu prestgio e poder podia defender a
todos das arbitrariedades e injustias. 157 a imagem do coronel
benfeitor (...) quem lhe d um trecho de terra para cultivar, quem lhe
fornece remdios, quem o protege das arbitrariedades dos governos, o
seu intermedirio junto s autoridades.158
Nesse sentido, acreditamos que a noo de cl passa
diretamente a relacionar-se famlia de formao patriarcal, seguindo os
moldes de Gilberto Freyre. 159 Onde a descendncia sempre se faz
atravs do primognito e onde os agregados e escravos, alm dos parentes
mais prximos so considerados como parte integrante da famlia. A noo
de cl retirada de Oliveira Vianna a nosso ver tem uma outra leitura uma
vez que podemos entend-la como uma famlia extensa, cujo tronco
principal vai agregando outras e se fortificando com alianas endogmicas.
Para a autora americana Linda Lewin a noo de cl patriarcal no pode
ser um sinnimo para a organizao familiar da elite no Brasil. A noo
mais apropriada seria a da famlia extensa uma vez que essa inclui uma
ascendncia e uma descendncia bilateral, tanto materna quanto paterna.
Os parentes colaterais so includos no grupo atravs de rituais, de
casamento ou de compadrio. 160
Foi adotando tais parmetros que a povoao foi progredindo.
O engenheiro Henrique Halfeld acabou fixando-se na cidade ao casar-se,
em segunda npcias, com uma das filhas de Antnio Dias Tostes, Cndida
Maria Carlota, conforme podemos observar no Quadro 01. Ligando-se a
famlia original da localidade a casa de Halfeld tornou-se um ponto de
encontro para a comunidade onde (...)quase todas as noites se dirigiam
157 VIANNA, Oliveira. Populaes Meridionais do Brasil. p. 142.
158 LEAL, Victor N. Coronelismo, enxada e voto. p. 25. Nessa passagem Victor Leal
trabalha a funo tutelar dos coronis desenvolvida por Oliveira Vianna.
159 FREYRE, Gilberto. Casa Grande e Senzala.
160 Ver LEWIN, Linda. Politics and parentela in Paraba. p.131.
47
As Malhas do Poder
48
As Malhas do Poder
162 QUEIROZ, M. Isaura. op. cit., p. 45. Ver tambm VIANNA, Oliveira, op. cit., p.
135 e 136.
163 FARIA, S. op. cit., p. 85.
48
As Malhas do Poder
164 MATTOSO, K.op.cit. p. 261 a 292. A autora definiu um quadro semelhante para a
cidade de Salvador na segunda metade do sculo XIX. Os dados revelados apontam para
a relao direta que se estabeleceu entre o casamento e a carreira poltica de vrios
polticos renomados de Salvador.
165 NEEDELL, J. Belle poque tropical. p.147. "A famlia Ribeiro de Resende, com
origem na nobreza portuguesa (...), enriqueceu como proprietria de grandes reas
urbanas e rurais nas provncias de Minas Gerais e Rio de Janeiro, tendo grande
prestgio na Corte. O patriarca, Marques de Valena, conquistou as graas do
imperador(...)."
49
As Malhas do Poder
166 As referncias genealgicas foram obtidas em: Jornal Folha Mineira (16/08/1956).
BASTOS, Wilson de L. Um cidado juizforano. Coronel Jos Ribeiro de Rezende (Baro
de Juiz de Fora). BASTOS, W. de L. Engenheiro Henrique Halfeld.
167 RIBEIRO, A. V. L. Famlia Vidal Leite Ribeiro.
49
As Malhas do Poder
50
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
51
As Malhas do Poder
53
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
GRFICO 1
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
1853
TOSTES
VIDAL
V.AMADO
1857
1861
1865
1868
1873
1877
1881
1884
1887
54
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
TABELA 01- PRESENA DAS PRINCIPAIS FAMLIAS LOCAIS NA CMARA MUNICIPAL DE JUIZ DE FORA (1853-1889)
1853
1857
1861
1865
TOSTES
%
7
70
8
61,5
4
80
VIDAL
%
2
20
5
55,5
6
4
44,4
1868
4
2
33,3
0
0
4
66,6
0
0
5
38,4
0
0
0
1
20
0
0
50
61,9
26,3
33,3
V.AMADO 1
%
10
MARA TOTAL
CMARA 66,6
%
1873
1877
1881
1884
1887 TOT
4
66,6
4
2
33,3
3
42,8
5
3
42,8
0
1
14,2
3
75
0
0
7
63,6
1
4
36,3
0
0
0
46
58,2
0
0
3
37,5
2
5
62,5
0
0
0
30
50
50
33,3
61
46
3
1
25
1
30
37,9
33,7
54
As Malhas do Poder
55
As Malhas do Poder
56
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
FAMLIAS
DATA
NOMES (NMERO DA CLASSIFICAO NA ELEIO) 18..
BARROS
FRANCISCO BERNARDINO DE BARROS (48)
JOAQUIM Q. DOS REIS BARROS (42)
CAPITO JOS BERNARDINO DE BARROS (08, 55)
GABRIEL ANTNIO DE BARROS (87)
JOAQUIM ILDEFONSO DE BARROS (39, 02)
GABRIEL HORCIO DE BARROS (11)
CASTRO/CORRA
JOS CAETANO DE MORAES E CASTRO (23, 14, 22)
Dr. AGOSTINHO CORRA (33, 41, 14, 04)
Dr. JOS CORRA E CASTRO (36, 22)
JOO ANTNIO CORRA (81)
VICENTE JOS DE SOUZA CASTRO (83)
BENJAMIM ANTNIO CORRA (40)
ALEXANDRINO BENEVENUTO CORRA (47)
ANTNIO FLORNCIO CORRA (50)
FELISMINO CORRA DE MENDONA (51)
JOO BATISTA DE CASTRO (03)
56
61
68, 73
73
81, 87
87
73, 76, 81
73, 76, 81, 83*
73, 76
73
73
73
73
73
73
83*
56
57
As Malhas do Poder
DUARTE
LUCAS ANTNIO DUARTE (38)
COMENDADOR FELICIANO COELHO DUARTE (44)
As Malhas do Poder
56
56
FERNANDES DE MIRANDA/MIRANDA
JOS FERNANDES DE MIRANDA (26, 07, 73)
56, 61, 73
JOAQUIM FERNANDES DE MIRANDA (28, 39, 04, 09)
56, 61, 73, 76
FRANCISCO JOAQUIM DE MIRANDA (34)
56
JOS RIBEIRO DE MIRANDA (40)
56
MARTINIANO PEIXOTO DE MIRANDA (77-103)
56, 61
HENRIQUE GUILHERME FERNANDES (38)
61
JOS JOAQUIM DE MIRANDA (100)
61
JOS AYRES MONTEIRO DE MIRANDA LIMA (46)
64
HALFELD
COMENDADOR HENRIQUE G. F. HALFELD (02, 13, 17)
56, 61, 64
Dr. PEDRO MARIA HALFELD (30, 102, 42)
56, 61, 64
ALTIVO SILVINO DE LIMA MELLO (85, 92, 06, 41 - Genro do 56, 61, 64, 68
Comendador)
56, 64, 73
MAJOR FRANCISCO MARIANO HALFELD (88, 30, 17)
56
FERNANDO FELICIANO HALFELD (89)
61
HENRIQUE HALFELD (31)
73, 76, 81
ANTNIO AMLIO HALFELD (56, 04, 28)
73
JLIO HALFELD (66)
73, 81
GUILHERME JUSTINO HALFELD (68, 48)
81, 87
TEN. CEL. BERNARDO HALFELD (07, 05)
81
FRANCISCO MARIANO HALFELD (35)
57
As Malhas do Poder
HORTA
ANTNIO CAETANO OLIVEIRA HORTA (07, 83, 38)
CEL. JOS CAETANO RODRIGUES HORTA (64, 18, 54, 18, 29)
JOS CAETANO DE OLIVEIRA HORTA (51)
Dr. CAETANO ANTNIO RODRIGUES HORTA (59)
Dr. FELISBERTO SOARES DE G. HORTA (51, 60, 25)
ANTNIO CAETANO RODRIGUES HORTA (32)
LUS EUGNIO HORTA BARBOZA (64, 32)
EMLIO LUS RODRIGUES HORTA (26)
LAGE
DOMINGOS ANTNIO LAGE (19, 16, 22)
COMENDADOR MARIANO PROCPIO FERREIRA LAGE (69, 19)
ILDEFONSO JUSTINIANO GONALVES LAGE (45, 15, 07)
Dr. ANTERO JOS LAGE BARBOZA (01, 21, 51, 31, 01)
CNDIDO PEDRO DA COSTA LAGE (38)
CAPITO MANUEL VIDAL BARBOZA LAGE (06, 18, 02)
Dr. LEANDRO DE BARBOZA DE CASTILHO (16, 13, 09)
JOS GUILHERME MARIANO LAGE (52, 44)
FRANCISCO ISIDORO BARBOZA LAGE (15)
MENDES RIBEIRO
VIGRIO TIAGO MENDES RIBEIRO (50, 43, 77)
JOO PEDRO RIBEIRO MENDES (52, 69, 60, 17, 07)
JOO RIBEIRO MENDES (11, 26, 24)
FRANCISCO DE ASSIS MENDES RIBEIRO (27)
58
As Malhas do Poder
56, 61, 81
56, 61, 64, 68, 73
61
61
64, 73, 76
73
73, 81
81
56, 61, 64
56, 61
61, 64, 73
64, 68, 73, 76, 83*
64
68, 76, 81
68, 73, 76
76, 81
87
56, 61, 64
64, 73, 76, 81, 83*
73, 76, 81
81
58
As Malhas do Poder
MONTEIRO DA SILVA/MONTEIRO
FELICSSIMO GOMES PINTO MONTEIRO (11)
ELIAS ANTNIO MONTEIRO (68)
MAJOR JOS JOAQUIM MONTEIRO DA SILVA (91, 09, 25, 55, 57)
JOO JOAQUIM MONTEIRO DA SILVA (48)
FELICIANO GOMES PINTO MONTEIRO (94)
DOMICIANO F. MONTEIRO DA SILVA (29)
GERVZIO ANTNIO MONTEIRO DA SILVA (05)
JOS JOAQUIM MONTEIRO DA SILVA (43)
MATEUS HERCULANO MONTEIRO DA SILVA (36, 03)
NOGUEIRA PENIDO/NOGUEIRA
Dr. JOO NOGUEIRA PENIDO (18, 02, 10, 26, 07, 03)
JOO BENTO NOGUEIRA (62, 35, 19, 36)
PACHECO
ANTNIO MANUEL PACHECO (70, 93, 58)
JOS MANOEL PACHECO (53, 03)
SILVESTRE DINIZ PACHECO (85)
PAULA LIMA
COMENDADOR FRANCISCO DE PAULA LIMA (10, 05)
FRANCISCO DE PAULA LIMA Jr. (18, 03)
JOS CEZRIO DE MIRANDA LIMA (37)
59
As Malhas do Poder
56
56
56, 61, 64, 68, 73
61
61
64
76
76
81, 87
56, 61, 68, 73, 76, 81
56, 61, 64, 68
56, 61, 64
68, 73
73
56, 61
64, 76
76
59
As Malhas do Poder
60
As Malhas do Poder
RIBEIRO DE REZENDE/RIBEIRO
TEN. CEL. JOS RIBEIRO DE REZENDE (13, 24, 34)
56, 61, 64
VIRGILINO JOS RIBEIRO DE REZENDE (76)
56
FRANCISCO JOS RIBEIRO DE REZENDE (84, 12)
56, 61
ROMUALDO CSAR MONTEIRO DE MIRANDA RIBEIRO (49, 48, 61, 64, 68, 73, 76
03, 61, 02, 29)
64, 68
FRANCISCO RIBEIRO DE ASSIS (31, 14)
64, 68
JOAQUIM VIDAL LEITE RIBEIRO (45, 42)
68, 87
GERALDO AUGUSTO DE RESENDE (07, 04)
68, 73
ANTNIO LUS DE MIRANDA RIBEIRO (35, 59)
68, 73, 76
DOMINGOS NERY RIBEIRO (60, 01, 34)
73
MANOEL DE ASSIS RIBEIRO (20)
73
JOS AUGUSTO DE REZENDE (65)
81
FRANCISCO EUGNIO DE REZENDE (04)
ROUSSIN
CNEGO JOS DE SOUZA SILVA ROUSSIN (11, 05, 11, 15)
61, 64, 68, 73
PADRE JOO BATISTA DE SOUZA ROUSSIN (30, 42, 05)
76, 81, 83*
TEIXEIRA DE CARVALHO/CARVALHO
JOAQUIM PEDRO TEIXEIRA DE CARVALHO (11, 14, 19, 02)
61, 64, 68, 73
FRANCISCO JOS DE CARVALHO (22)
61
CARLOS TEIXEIRA DE CARVALHO HUNGRIA (29)
61
FORTUNATO ANTNIO DE CARVALHO (36)
61
EDUARDO TEIXEIRA DE CARVALHO HUNGRIA (110, 09)
61, 73
FRANCISCO PEDRO DE CARVALHO (70)
64
DAMASO JOS BARROSO DE CARVALHO (71)
64
ANTNIO TEIXEIRA DE CARVALHO (16, 09)
81, 87
60
As Malhas do Poder
TOSTES
CAPITO ANTNIO DIAS TOSTES (21, 47, 39)
MANOEL DIAS TOSTES (38, 28)
JOO RIBEIRO DE ASSIS TOSTES (99)
Dr. MARCELINO DE ASSIS TOSTES (04, 60, 21, 19, 14)
VALLE AMADO/CERQUEIRA LEITE/NOGUEIRA DA GAMA
COMENDADOR MANUEL DO VALLE AMADO (01, 72)
PADRE JOO MARCIANO CERQUEIRA LEITE (36, 57, 33)
FRANCISCO DO VALLE AMADO (54)
ERNESTO NOGUEIRA VELASCO DA GAMA (61, 50)
ILDEFONSO DE CERQUEIRA LEITE (85)
MAXIMINIANO DE OLIVEIRA LEITE (87)
Dr. JOS CALMON NOGUEIRA VELASCO DA GAMA (11, 62)
Dr. ANTNIO JOAQUIM DE MIRANDA NOGUEIRA DA GAMA
(23, 47, 39)
ALBINO DE CERQUEIRA LEITE (37)
JOS MARIA DE CERQUEIRA VALLE (43, 58, 12)
BRUNO NOGUEIRA DA GAMA (67)
INCIO ERNESTO NOGUEIRA DA GAMA (34, 13, 52)
INCIO ERNESTO VELASCO DA GAMA (39, 53)
ANTNIO FERNANDES DA SILVA LEITE (38)
JOS DE CERQUEIRA DE CARNEIRO (82)
PEDRO ALCNTARA DE CERQUEIRA LEITE (06)
VELLOSO
TEN. MANOEL FERREIRA DA SILVA VELLOSO (45, 17, 20, 19, 08,
51)
MAURO FRANCISCO VELLOSO (95)
MANOEL FERREIRA DA SILVA VELLOSO Jr. (54)
MRIO FERREIRA DA SILVA VELLOSO (21)
61
As Malhas do Poder
56, 61, 64
56, 64
61
64, 68, 73, 81, 87
56, 61
56, 61, 64
56
61, 81
61
61
64, 68
64, 73, 76
64
64, 68, 73
64
73, 76, 81
68, 81
73
73
81
61
As Malhas do Poder
62
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
63
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
64
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
65
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
66
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
67
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
68
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
69
As Malhas do Poder
205 O levantamento das profisses do total dos vereadores pesquisados foi alcanado em
90%. As fontes utilizveis foram variadas. Ver ARQUIVO HISTRICO..., Almanak de
Profisses de 1870, Srie 163. ARQUIVO DO MUSEU MARIANO PROCPIO,
Listagens de censo eleitoral (1867-1870). LESSA, J. op. cit. Ver GENOVEZ, Patrcia
Falco. Mandonismo Poltico e Poderio Econmico... In: Anais do IX Encontro da
ANPUH-MG. p. 309-313.
206 SOUZA, Sonia M. de. op. cit., 23 a 26.
69
70
As Malhas do Poder
NOME
AGOSTINHO CORRA
ANTNIO DIAS TOSTES
AVELINO RODRIGUES MILAGRES
CRISTVO RODRIGUES DE ANDRADE
FRANCISCO
DIONIZIO
FORTES
BUSTAMANTE
FRANCISCO MARIANO HALFELD
FRANCISCO RIBEIRO DE ASSIS
HENRIQUE
GUILHERME
FERNANDO
HALFELD
ILDEFONSO JUSTINIANO LAGE
JOO BATISTA DOS SANTOS
JOO NOGUEIRA PENIDO
JOO RIBEIRO MENDES
JOAQUIM CALIXTO RODRIGUES
JOAQUIM DE ALMEIDA PVOAS
As Malhas do Poder
DATA 18..
73, 81, 85
55, 61, 65
65, 66, 68
61, 65, 66,67, 68
57, 58, 61
57, 67
54, 55, 61
57, 58, 61, 70, 73
66, 67
64, 65, 66
65, 70, 89
67, 77
81, 84
66, 67, 68, 70, 75,
77
JOAQUIM DE PAULA SOUZA
54, 55, 57
JOAQUIM FURTADO DE MENDONA
54, 55
JOAQUIM PEDRO TEIXEIRA DE CARVALHO 54, 55, 56, 58, 60,
61
JOS CAETANO DE MORAES E CASTRO
57, 58, 65, 66
JOS PEDRO DIAS DE CARVALHO
64, 65, 66
JLIO HORTA BARBOZA
65
MANOEL FERREIRA DA SILVA VELLOSO
57, 61, 64
MARCELINO DE ASSIS TOSTES
62, 65, 66
MARIANO PROCPIO FERREIRA LAGE
65, 70
70
71
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
ROMUALDO
CSAR
MONTEIRO
DE 58, 66, 67, 79, 81,
MIRANDA LIMA
89
VICENTE ANTNIO DA SILVA OLIVEIRA
61, 64, 65, 66
FONTE: ARQUIVO HISTRICO... Sries: 29, 136, 139, 140, 146, 160, 162,
3,163/1
TABELA 04 - PRINCIPAIS PROFISSES DOS VEREADORES DA CMARA MUNICIPAL DE JUIZ DE FORA (1853-1889)
PROFADMINISTRAES (18..)
53-56 57-61 61-64 65-68 68-72 73-76 77-80 81-84 84-86 87-89
11
11
16
06
06
06
04
06
04
02
GUARDA
NACIONAL
FAZENDEIRO 11
LAVRADOR
CAPITALISTA 02
11
16
07
08
07
04
08
03
05
02
--
01
04
--
01
01
01
--
NEGOCIANTE 01
--
01
01
01
02
01
01
01
01
PROFISSIONA 02
04
04
07
07
08
09
04
06
07
L
LIBERAL
FONTE: ARQUIVO HISTRICO... Srie 53: Almanak de Profisses
ainda odepresidente.
1870.
r tambm LESSA, J. op. cit. e MUSEU MARIANO PROCPIO. Listagens de qualificao de Os suplentes acompanhavam o nmero de vereadores, exceto nas legislatu
de 1881 e 1884, quando o nmero de suplentes foi, respectivamente, 4 e 3.
tantes (1867-1870)
OBS.: A mdia de vereadores por legislatura variava de 7 a 9, acrescentando-se
71
As Malhas do Poder
72
As Malhas do Poder
GRFICO 02
DEMONSTRATIVO DAS PRINCIPAIS PROFISSES DOS
VEREADORES QUE INTEGRARAM A CMARA MUNICIPAL,
EM CADA LEGISLATURA, NO PERODO DE 1853-1889.
73
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
Grfico 2
16
14
12
10
G.NAC
FAZ/LAV
CAPITAL
NEGOC
PROF.LIB
0
53-56
57-61
61-64
65-68
68-72
73-76
77-80
81-84
84-86
87-89
As Malhas do Poder
74
As Malhas do Poder
mantimentos. Seus filhos Pedro Maria e Antnio Amlio Halfeld aparecem nas
classificaes como mdico e farmacutico respectivamente. Um outro exemplo
Quintiliano Nery Ribeiro, engenheiro formado nos Estados Unidos, filho de Domingos
Nery Ribeiro, fazendeiro de caf. Um outro exemplo de ligaes atravs do casamento o
caso do conceituado dr. Joo Nogueira Penido, mdico que lutou com inmeras
dificuldades no incio da carreira e que se estabilizou com o casamento com uma Lima
Duarte. Ver SILVA, Jos Bonifcio de Andrade e. op. cit., p. 24.
211 Em comparao com os resultados alcanados por Ricardo Maia sobre a distribuio
da elite poltica segundo a sua ocupao na Zona da Mata encontramos uma diferena em
relao ao caso da Cmara Municipal de Juiz de Fora. Para o autor o setor destinado a
economia como um todo teria apenas um percentual de 21,4%. Resultado bem inferior ao
setor profisses, com 32,1%. Contudo, Juiz de Fora parece acatar a tendncia da Zona da
Mata quanto a parentesco na poltica. Ver MAIA, Ricardo A. Jogo de compadres. p. 78 e
84.
74
75
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
GRFICO 03
DEMONSTRATIVO DAS PRINCIPAIS PROFISSES PRESENTES NAS LEGISLATURAS MUNICIPAIS AO LONGO
DO PERODO (1853-1889)
Grfico 3
NEGOC
CAPITAL
PROF.LIB
G.NAC
FAZ/LAV
10
15
20
25
30
35
40
45
50
FONTE: ARQUIVO HISTRICO... Srie 53: Almanak de Profisses de 1870. Ver tambm LESSA, J. op. cit. e MUSEU MARIANO
PROCPIO. Listagens de qualificao de votantes (1867-1870) Obs.: os dados relacionados nas coordenadas X (vertical) e Y (horizontais)
correspondem respectivamente ao nmero de vereadores e as profisses que os mesmos exercem.
75
77
As Malhas do Poder
II.3.B)
COLORIDAS
UM
TECIDO
SOCIAL
DE
TRAMAS
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
78
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
79
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
227 CARVALHO, Jos M. op.cit. (1981). Nesse trabalho Jos Murilo nos fala da grande
dificuldade de mapear as diferenas entre os dois partidos polticos do Brasil imperial. p.
107, 165 a 173.
228 Ver Jornal Pharol, 13/01/1881. Este artigo tornou pblico a deciso do Clube dos
Lavradores, reunindo liberais e conservadores na casa do Baro de Cataguases de eleger
uma comisso encarregada de defender uma abolio gradual, mediante restituio
financeira por parte do Estado, e a fundao de ncleos de colonizao nacional.
229 Conforme Ricardo Maia a composio partidria da elite poltica de Minas Gerias no
perodo de 1839 a 1889 teria uma maioria conservadora em relao aos liberais, 43,3%
contra 34,5% respectivamente. MAIA, Ricardo A. op. cit., p. 70. Praticamente a mesma
diferena que encontramos para Juiz de Fora, porm, com uma maioria de liberais.
80
As Malhas do Poder
230
231
232
233
81
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
GRFICO 4
DEMONSTRATIVO DA PRESENA DE CONSERVADORES E LIBERAIS NA CMARA MUNICIPAL NO
PERODO DE 1853-1889
Grfico 4
CONSERV
LIBERAIS
10
15
20
25
30
35
40
45
50
81
83
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
03
01
05
02
06
05
07
03
--
06
LIBERAL
02
06
02
04
04
08
08
05
05
04
nacional.234
Sob este ponto de vista, estabeleceu-se um estilo de vida
prprio, se identificado atravs do posicionamento e do comportamento
desses homens em relao esttica pessoal e ordem pblica. Buscando
sempre mostrar uma aparncia civilizada e imponente regularam, atravs
do Cdigo de Posturas da cidade, a implantao de todas as medidas
necessrias: casas, ruas, caladas, muros e rebocos, sempre demonstrando
uma preocupao com um padro de progresso ou civilizao. 235 Da
234 IDEM. p. 104.
235 CHRISTO, Maraliz de C. V. op. cit., p. 63, 64 e 65. Para autora com o
(...)desenvolvimento urbano proporcionado pela concentrao de renda cafeeira e da
industrializao, a cidade aproxima-se do cosmopolitismo do Rio de Janeiro. Com
poucos anos de existncia (...) seus cidados-prestantes buscam no s benefici-la com
83
As Malhas do Poder
84
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
85
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
86
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
87
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
88
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
89
As Malhas do Poder
253 Ver OLIVEIRA P. op. cit., p. 27, BASTOS, W. de. L. Francisco Batista de
Oliveira, um pioneiro.
254 Sobre a popularidade do Hotel Rio de Janeiro ver Jornal Pharol, anos 1878, 1881,
1888. Sobre os cafs parisienses ver LEROY, G. La mondani literaire a la
Belle-Epoque. In: Les Cachiers de LIHTP.
89
As Malhas do Poder
90
As Malhas do Poder
imperial. O jogo pelo poder e pelo prestgio empreendido pela elite local e
pelo prprio Imperador. A festa na cidade de Parahybuna revelou a
necessidade de estabelecer limites para o exerccio do mando local, de
mostrar quem tinha o maior prestgio assim como as vrias faces
assumidas pelas relaes de poder.
90
As Malhas do Poder
CONSIDERAES FINAIS
Contextualizar o presente trabalho no mbito dos estudos
polticos, levando-se em considerao suas constantes incurses a histria
cultural, um tanto quanto difcil, tendo em vista que s muito
recentemente a nova histria poltica tem proporcionado uma abertura
suficiente para tal. Os anos 90 marcam, na historiografia brasileira, uma
produo maior centrada nesses novos objetos de pesquisa. Trabalhos que
representam os frutos colhidos a partir de grandes obras produzidas por
Norbert Elias, Ernest Kantorowicz e Marc Bloch.
O trabalho aqui apresentado buscou ir alm da investigao
sobre a elite de Juiz de Fora. Mais do que descobrir seus espaos de
sociabilidade, suas tramas familiares dentro da Cmara Municipal ou sua
conformao econmica-social, essencialmente, para ns, foi importante
trabalhar com uma possibilidade metodolgica mais arrojada do que
aquela proposta pela histria poltica tradicional.
Trabalhar com o rito e o cerimonial trazendo-os para uma
perspectiva poltica, de certa forma, nos coloca um pouco mais perto do
projeto inicial dos Annales, cuja pretenso era alcanar uma histria que
fosse global. Sem pretender uma histria global, indubitvel ou definitiva
esse exerccio pode trazer algumas pequenas contribuies para nova
histria poltica ao apontar, ao nvel local, a importncia dos dispositivos
simblicos e dos cerimoniais prprios do Regime Monrquico. E, atravs
desses dispositivos apreender os ritos e as crenas que envolvem as
relaes de poder que perpassam a sociedade.
Refletir sobre tal possibilidade metodolgica, enxergando a
poltica e o poder atravs do cerimonial, nos permitiu sair dos ritos e
cerimoniais de grande gala ocorridos na Corte. Por isso, as viagens
91
As Malhas do Poder
ANEXO 01
91
As Malhas do Poder
92
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
93
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
direco pelo lado da Villa se acha determinada pelo referido vallo aberto
att em baixo da Serra no lugar onde desce a agua que sahe do rego feito
pelo Engenheiro Fernando Halfeld nas mesmas terras vendidas e se dirige
para o lado da mesma Villa. Para o outro lado tambem da parte inferior da
Estrada do Parahybuna serve de divisa o mesmo Ribeiro da Cascata athe
o Vallo que divide os fundos das terras de Manoel da Costa, cuja o vallo
segue na direo dos fundos dividindo com a Fazenda da Tapera (parte de
terras desta Fazenda j se comprou segundo se v a continuao). Isto qui
precede he em relao ao lado de sima da mencionada Estrada e pelo lado
de baixo comprehende o rancho a beira do caminho com as terras
correspondentes ath Estrada Nova divisando com o terreno qui pertenceo
a Innocencio da Costa Silva. Dona Miquelina Anna Anglica de Castro e
seo marido como possuidores de huma sexta de terra sitas no lado de baixo
da Estrada do Parahybuna, em onze de Agosto de mil oito centos e
cincoenta e tres = Este terreno divide pela frente com a Estrada Nova do
Parahybuna com fundos ath a Estrada Nova da Companhia Unio e
Industria, e pelos lados com terras que pertencem a Innocencio da Costa
Silva de huma parte e da parte da Villa com terras que pertencero a
Innocencio Alves Porttela. Conselheiro Jose Cesario de Miranda Ribeiro e
sua mulher (hoje Visconde e Viscondessa de Uberaba) como senhores e
possuidores de huma sexta de terras sitas no lugar denominado Saudade
em vinte e hum de Janeiro de mil oito centos e cincoenta e quatro. Estas
terras abrangem toda a testada da Fazenda Monte-Bello ath o Rio
Parahybuna que as divide pelo lado da dita Fazenda: pelo lado opposto
dividem com a Fazenda de Santa Cruz, pelo norte com a Fazenda de
Bemfica, e pelo sul com a Fazenda do Ribeiro. Innocencio da Costa Silva
e sua mulher como senhores e possuidores de huma sexta de teras sitas no
lugar denominado Caxoeira Alta em trinta e hum de Maro de mil oito
centos e cincoenta e quatro = Esta sexta de terras na qual j existiam
alguns edificios quando foi comprada, faz frente do lado de sima no limite
com a Estrada do Parahybuna, tendo seus fundos ath a Estrada no da
94
As Malhas do Poder
Companhia Unio e Industria. Por hum lado com terras que foro dos
herdeiros do Guarda Mor Pimentel, pelo lado da Villa com o terreno qu
pertenceo a Dona Miquelina Anna Angelica da Costa e seu marido. Tanto
estas terras outrora de Dona Miquelina como aquellas dos herdeiros do
finado Pimentel, pertencem hoje a Companhia Unio e Industria como j
se tem dito. Innocencio Alves Portella, e sua mulher como senhores e
possuidores de huma sexta de terras e benfeitorias sitas no lugar
denominado Caxoeira em seis de Junho de mil oito centos e cincoenta e
quatro = Estas terras com testada e frente do lado de sima para a Estrada
do Parahybuna, e fundos ath a Estrada Nova da Companhia Unio e
Industria dividem por hum lado com o terreno que foi de Dona Miquelina
Anna Angelica de Castro (hoje da Companhia) e pelo lado da Villa com o
vallo limitrofe de terras que pertencero a Marcellino Correa e Severino
Dias Tostes. Jose Ribeiro de Miranda como senhor e possuidor de huma
sexta de terras pertencentes a Fazenda denominada Tapera, em doze de
Setembro de mil oito centos e cincoenta e cinco = Estas terras consto de
tres grotas que dividem com terreno que a Companhia Unio e Industria
possue por compra feitas aos herdeiros do finado Pimentel; cujas agoas se
reunem a hum corrego que vem desagoar no Ribeiro da Cascata, por
baixo da ultima Caxoeira, antes de entrar no Rio Parahybuna. Justiniano
Jose de Andrade e sua mulher como senhores e possuidores de huma sexta
de terras sitas no lugar denomindo Gratido na Fazenda do Juiz de Fora do
lado de sima da Estrada do Parahybuna, por compra feita ao Capito
Manoel Ribeiro Tostes, cujas terras vendero a Companhia em vinte e
sette de Outubro de mil oito centos e cincoenta e cinco = Esta sexta de
terras cento e vinte palmos de frente na Estrada do Parahybuna e fundos
ath completar meia parte de planta de milho, e dividia com terras de
Antonio Marcellino Correa e Cezario Jose de Souza e Silva. Silvestre
Coelho Santos e sua mulher como senhores e possuidores de huma sexta
de terras sitas no lugar denominado Alto da Cruz do lado de sima da
Estrada do Parahybuna e havidos por doao que o Guarda Mor Pimentel
As Malhas do Poder
95
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
96
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
97
As Malhas do Poder
ANEXO 03 256
PARENTESCO COM PESSOAS INFLUENTES FORA DA CMARA
MANUEL DO VALLE AMADO
- sogro de Jos Igncio Nogueira da Gama, comprou a Fazenda do Juiz de
Fora, com o dote da esposa.
- av de Nicolau Nogueira da Gama (Baro de Nogueira da Gama),
mordomo da Casa imperial (1868), o mais alto cargo da hierarquia do
Pao. Acompanhou D. Pedro II a Juiz de Fora em 1869.
- av de Braz Carneiro Nogueira da Costa e Gama (Conde de Baependi).
- sogro de Pedro Alcntara de Cerqueira Leite, irmo de Joo
Marciano de Cerqueira Leite.
- parente de Jos maria Cerqueira Valle e de Jos Calmon Nogueira da
Gama.
ANEXO 04 - Outros parentescos existentes na
Cmara Municipal 257
IRMOS
- Jos de Souza Roussin/Joo Batista de Souza Roussin
- Belisrio Nobrega Ayrosa/Thephilo Nobrega Ayrosa
PARENTESCO
256 RIBEIRO, A.V.L. op. cit., e CALMON, Pedro. op. cit.
257 Ver Jornal Pharol, anos de 1876 e 1878.
1853-1856
Presidente: Coronel Jos Ribeiro de Rezende (T/1/2)
Secretrio: Tenente Martiniano Peixoto de Miranda (1/2)
Vereadores:
Capito Francisco de Paula Lima (V/C/1/2)
Comendador Joaquim de Paula Souza (1/2)
Antnio Dias Tostes (T/L/1/2/3)
258 Sobre a listagem dos vereadores ver: ESTEVES, A. op. cit. p. 130-131. Sobre os
demais dados ver bibliografia j citada sobre genealogia e biografias. Ver tambm
Pharol, anos de 1876 e 1878. As letras colocadas a frente de cada nome indicam o cl
parental a qual pertence: VA: valle Amado, V: Vidal, T: Tostes. O asterisco indica outros
parentescos. Os nmeros: 1- Guarda Nacional; 2- Fazendeiro/lavrador; 3- Capitalista; 4Negociante; 5- Profissional Liberal (mdico, advogado, engenheiro e professor). As letras
L e C fazem referncia aos partidos Liberal e Conservador, respectivamente.
As Malhas do Poder
98
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
99
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
1877-1880
Presidente: Dr. Romualdo C. M. Miranda Ribeiro (V/C/5)
Secretrio: Joo Gomes Loureiro
Vereadores:
Dr. Christovam Rodrigues de Andrade (C/5)
Coronel Francisco de Paula Lima (V/C/1/2)
Antnio Amlio Halfeld (V/C/1/5)
Dr. Joaquim de Almeida Povoas (*/L/5)
Manoel Ferreira da Silva Velloso (C/1/2/4)
Leandro Barbosa de Castilho (L/5)
Germano Antnio Monteiro da Silva (V/C)
Suplentes:
Dr. Joo Nogueira Penido (V/L/5)
Marcellino de Brito Pereira de Andrade (L/2/4)
Modesto Camillo Campos (T/L/1/2)
Dr. Joo Ribeiro Mendes (*/L/5)
Desembargador Ferreira Carneiro (L/5)
Dr. Marcellino de Assis Tostes (T/L/5)
Capito Pedro Jos Henriques (T/C/1/2)
1881-1884
Presidente: Baro de Santa Helena (*/C/1/2)
Secretrio: Francisco de Paula Campos (T/1/4)
Vereadores:
Tenente coronel Manoel Vidal Barbosa Lage (V/C/1/2/3)
Francisco Eugenio de Rezende (T/C/2)
Dr. Ambrosio Vieira Braga (L/5)
Pedro Cerqueira Leite (VA/L/2/5)
Baro de Itatiaia (*/L/1/2)
Major Bernardo Mariano Halfeld (V/L/1/2)
Dr. Joo Nogueira Penido (V/L/5)
100
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
101
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
FONTES
JORNAIS
Jornal do Commrcio - 1861
Pharol - 1876, 1878, 1881, 1888
Folha Mineira - 1956
ARQUIVOS
ARQUIVO HISTRICO DA CIDADE DE JUIZ DE FORA
SRIE 01- Correspondncia entre o Conselho de Ministros e a
Cmara Municipal (1880-87)
SRIE 03- Correspondncia de diversos rgos do Imprio e a
Cmara Municipal (1856-89)
SRIE 04- Correspondncia entre a diretoria da Estrada de
Ferro D. Pedro II e a Cmara Municipal (1872-89)
SRIE 06- Correspondncia de senadores e deputados
enviadas Cmara Municipal (1864-88)
SRIE 07- Correspondncia entre a presidncia da Provncia e
a Cmara Municipal referente a agricultura (1861-89)
SRIE 08- Correspondncia entre a presidncia da Provncia e
a Cmara Municipal referente Assemblia Legislativa (1863-82)
SRIE 09- Correspondncia entre a presidncia da Provncia e
a Cmara Municipal referente a assuntos diversos (1854-88)
SRIE 11- Correspondncia entre a presidncia da Provncia e
a Cmara Municipal referente cultura (1861-87)
SRIE 13- Documentos referentes a questo de limites
102
As Malhas do Poder
103
As Malhas do Poder
200A03
07B32
15C31
45B25
79A05
45A18
24A13
69B37
58A11
20C61
21B32
11B32
71B13
38A17
35C50
38A18
38A22
01A06
118A06
58A01
310A01
204A14
02B41
37C20
72B51
332A09
As Malhas do Poder
MUSEUS
MUSEU IMPERIAL
- Programa do passeio de Suas Majestades Imperiaes e Sua
Alteza o Sr. Duque de Saxe ao Juiz de Fora por occasio da inaugurao
da Escola Agrcola Unio e Indstria.Documento nmero 7116-m.145
- Dirio do Imperador D. Pedro II, de sua viagem a Juiz de
Fora - 1861 Documento nmero 10-57/mao 37
MUSEU MARIANO PROCPIO
- LIVROS DE ATAS DE APURAO DE ELEIES:
Nmeros: 112/026 - 131/036 - 133/038
Anos: 1856, 1861, 1864, 1868, 1873, 1876,
1881,1883, 1887
FONTES SECUNDRIAS
VIAGEM DE PETRPOLIS A JUIZ DE FORA por occasio de
inaugurar-se a estrada da Unio & Indstria. Juiz de Fora :
Tipografia Sul, 1919.
As Malhas do Poder
BIBLIOGRAFIA
104
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
105
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
106
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
107
As Malhas do Poder
As Malhas do Poder
108
A obra
As Malhas do Poder: uma anlise da elite de Juiz de Fora na segunda
metade do sculo XIX
da autoria de
Patrcia Falco Genovez
publicada pela CLIOEDEL - Clio Edies Eletrnicas foi editada e formatada com a seguinte configurao de pgina:
tamanho do papel: A4,
orientao: paisagem,
margens superior e inferior: 1,5 cm
margens esquerda e direita: 1,5cm
medianiz: 0 cm,
distancias do cabealho
e rodap em relao
borda do papel: 1,25 cm.
O texto foi digitado em
Word para Windows, verso RTF
com fonte Times New Roman 12,
espao 1 e recuo de pargrafo de 1,25 cm.
As notas de roda-p, com mesma fonte, mas tamanho 10.
E as transcries de mais de 3 linhas
em itlico e com recuo de 2 cm
esquerda e 0,5 cm direita.
Os direitos desta edio so propriedade do autor. Esta obra pode ser
obtida gratuitamente atravs da Biblioteca Virtual de Histria do
Brasil
<http://www.ufjf.br/~clionet/bvhbr>
e
reproduzida
eletrnicamente ou impressa desde que para uso pessoal e sem
finalidades comerciais e no sofra alteraes em seu contedo e em
sua estrutura eletrnica.
As Malhas do Poder