Art 10 IHC Idoso 10 PDF
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1. Introduo
A populao idosa no Brasil vem crescendo aceleradamente com tendncia de aumento
nas prximas dcadas. Para o ano de 2025 estima-se atingir um total de trinta milhes
de idosos, o que dever acarretar mudanas estruturais mais rpidas e profundas do que
as ocorridas em pases desenvolvidos. Esse crescimento tem-se tornado foco de ateno,
suscitando aes de profissionais da rea da Sade, agentes sociais e governamentais,
pois atrelado a ele est o aumento das doenas associadas ao envelhecimento,
destacando-se as crnico-degenerativas e demenciais, comprometendo a perda da
autonomia funcional e qualidade de vida (Borges, 2006).
Para Bizelli et al. (2009), as Universidades foram pioneiras no processo de
reintegrao do idoso sociedade, estando estas dando nfase melhoria da qualidade
de vida da terceira idade, podendo modificar o perfil do idoso. Assim sendo, fazer com
que este gradativamente deixe de ser uma pessoa recolhida em casa, vivendo de
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lembranas do passado para se tornar uma pessoa ativa, capaz de produzir, consumir,
participar das mudanas sociais, polticas e tecnolgicas da sociedade. Devido alta
dependncia tecnolgica da sociedade, observa-se que o idoso tem dois caminhos a
seguir: isolar-se ou procurar acompanhar a Tecnologia, inserindo-se na era digital.
A necessidade da incluso digital na terceira idade vem tornando-se uma forma
de socializao com o mundo contemporneo, o que favorecer as relaes familiares,
sociais, comerciais entre outros. Entretanto, verifica-se que esta atividade repercute
tambm na sua qualidade de vida, auxiliando nos estmulos cognitivos, musculares e
motores (Bizelli et al, 2009).
Nesse contexto, o curso de Informtica para a terceira idade, que faz parte do
projeto Uniceuma Sem Fronteiras, proposto pela Universidade CEUMA
(UNICEUMA), busca contribuir para uma visualizao do idoso como portador de
possibilidades e no s de limitaes, de capacidade de manter-se produtivo e com mais
autonomia, sua atuao data desde 2010, proporcionando a essa faixa etria a
possibilidade de integrao social e tecnolgica.
2. A Terceira Idade
H muitos obstculos quando se trata de idosos e envelhecimento no cenrio social.
As pesquisas na rea do envelhecimento so poucas, porm mostram que as
alteraes fisiolgicas no o impedem o idoso de realizar seus sonhos.
Seguindo os cuidados de uma velhice saudvel, pode viver muito bem e
acompanhar as mudanas sociais, entretanto, para se trabalhar com esta
populao, necessrio disposio para ouvir sem preconceitos acreditando
na sua possvel transformao (Kachar, 2001, p. 46).
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a incluso digital acontea: TICs, renda e Educao. No difcil vaticinar que, sem
qualquer um desses pilares, no importa qual combinao seja feita, qualquer ao
estar fadada ao insucesso. Atualmente, segundo o Mapa da Incluso Digital divulgado
no incio de Maio/2012 pela Fundao Getlio Vargas (FGV-RJ), juntamente com
outras entidades, a evoluo do binmio incluso/excluso digital no Brasil (vide
www.fgv.br/cps/telefonica) sair de 8% de pessoas em domiclios com Internet para
33% em 9 anos.
Segundo o idealismo de Vygotsky (1984), o idoso, mesmo com funes mentais
(pensamento, memrias, percepo e ateno) biologicamente alterados pelo processo
de envelhecimento, poder construir novos conhecimentos ou atualizar outros com o
estimulo frequente.
Ainda como benefcios, Cardoso et al. (2005) afirmam que a Internet tem
caractersticas bastante positivas de permitir a comunicao a distncia e diminuir o
sentimento de solido e isolamento, na medida em que houver viabilidade de entrar em
contato com pessoas que esto do outro lado do mundo, em qualquer lugar, desde que
esta esteja conectado Internet. Poder utilizar o computador no auxlio e na utilizao
de outras tecnologias (caixas eletrnicos de bancos, celulares entre outros). Constata-se
que o uso do computador e de seus recursos proporcionar ao idoso melhorias na
autoestima, na habilidade mental, no aumento das relaes sociais e interacionais e no
senso de realizao e autoconfiana (Gatto e Tak, 2008).
5. Metodologia
Este estudo foi desenvolvido de acordo com as determinaes da resoluo 196/96 do
Conselho Nacional de Sade. Os idosos foram convidados e orientados quanto
pesquisa e assinaram o TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido). Trata-se
de um estudo descritivo com corte transversal e abordagem qualitativo/quantitativa de
dados assumindo um carter explicativo e interpretativo. composto por levantamento
de dados atravs de entrevistas coletivas e questionrios individuais, o que permitiu
maior envolvimento com o objeto de estudo e flexibilidade entre a teoria e a prtica,
atravs das compreenses e interpretaes individuais do pesquisador.
A pesquisa foi realizada no perodo de agosto a novembro de 2012, na cidade de
So Lus, MA, e o local escolhido foi a Universidade CEUMA - Maranho, mais
especificamente o Programa multidisciplinar voltado terceira idade, denominado
Uniceuma Sem Fronteiras. A opo reside em oferecer atividades fsicas e cognitivas
a exemplo de hidroginstica, musculao, Fisiomotricidade, oficinas de leitura e um
programa de incluso digital para idosos a partir de 60 anos, objeto formal de estudo. A
Universidade CEUMA realiza, por meio de tal projeto, uma interao que visa
aproximar a instituio com a comunidade.
5.1. Critrios de incluso e excluso
Os critrios de incluso foram idosos de ambos os gneros com idade a partir de 60
anos, nvel de escolaridade acima de 08 anos, no praticarem atividades ou cursos de
qualquer natureza fora do local do estudo, por no mnimo seis meses, comprometimento
em participarem regularmente das atividades oferecidas pelo programa, interesse e
disponibilidade em participar do estudo.
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6. Resultados e Discusso
Sero apresentados e comentados a seguir os resultados do questionrio proposto para
este estudo. De 32 (trinta duas) perguntas em carter de mltiplas escolhas, foram
selecionadas 9 (nove) para serem discutidas, sendo que estas esto representadas no
grfico 1, por serem consideradas as de maior relevncia no mbito dos objetivos
propostos. Responderam ao questionrio todos os idosos da pesquisa, ou seja: 14
(quatorze) idosos, sendo 12 (sexo feminino) e 2 (sexo masculino).
16
14
12
10
8
6
4
2
0
NO
SIM
346
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7. Concluso
Observa-se que as pessoas da Terceira Idade esto cada vez mais interessadas em
exercer diferentes atividades, dentre as quais o uso da Informtica, que vem tendo
destaque em funo do alto grau de socializao e benefcios. A capacidade de
manipular as novas ferramentas tecnolgicas no to comum nem to fcil para as
pessoas com idade avanada, como observados nos jovens. Isto fato, entretanto, existe
entre os idosos uma predisposio para o aprendizado que os leva a superar as
dificuldades com que se deparam ao longo do processo.
As dificuldades observadas com mais frequncia foram a de enxergar e
diferenciar cones e letras pequenas, controlar o mouse, encontrar as letras no teclado.
Desta forma, crucial que haja uma preocupao, por parte dos fabricantes, em adaptar
o computador para que as pessoas da Terceira Idade tenham acesso ao uso minimizando
suas dificuldades, e que, por meio do curso de Informtica, haja mais segurana do
idoso no manuseio dessas ferramentas.
Finalmente, pode-se dizer que o resultado deste trabalho fica expresso nas
muitas reaes que se observam na turma, as quais se destacam: a imensa predisposio
para a aprendizagem, a superao das dificuldades de se lidar com o novo; a visvel
melhoria na autoconfiana, autoestima e no convvio social, a expresso de alegria por
cada obstculo superado e de gratido pela oportunidade que tiveram.
Isso, por si s, j um indicativo de que os idosos precisam de mais
oportunidades e que cursos como este devero ser cada vez mais frequentes no pas e,
de modo especial, nas Universidades. A excluso digital reflete diretamente uma
excluso social, j que na atualidade, no estar inteirado digitalmente significar menos
participao na sociedade, por consequncia da carncia de conhecimento de
informaes que circulam no mundo.
Referncias
Bertolucci, P.H.F., Brucki, S.M.D., Campacci, S.R. & Juliano, Y. (1994) O Miniexame do Estado Mental em uma populao geral. Impacto da escolaridade. Arq.
Neuropsiquiatr. 52: 1-7.
Bizelli, M. H. S. S. et al. (2009) Informtica para a Terceira idade caractersticas de
um curso bem sucedido. Rev. Cinc. Ext. v.5, n.2, p.4-14, 2009.
Borges, G. F. (2006) Nvel de atividade fsica, capacidade funcional e qualidade de
sono de idosas. Dissertao (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianpolis.
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