Questionario para Identificação Tdah PDF

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 194

S R GI O AN T ON IO A N T ON IU K

DESENV OLVIMENTO D E UM QUE STIONR IO


BREVE PAR A ID ENTIFIC AO DO
TRANS TORN O DE D FIC IT DE
ATEN O/HIPERA TIVIDA DE D IREC IONADO A
PAIS E PR OFE SS ORE S
Tese apresentada ao Programa de Ps-Graduao em
Sade da Criana e do Adolescente no
Departamento de Pediatria, Setor de Cincias da
Sade, da Universidade Federal do Paran, como
requisito parcial obteno do ttulo de DOUTOR
EM
SADE
DA
CRIANA
E
DO
ADOLESCENTE com rea de concentrao em
Neurologia Peditrica.
Orientadora:

Profa. Dra. Denise Siqueira de Carvalho


Co-orientadora:

Profa. Dra. Mnica Nunes Lima Cat

CURI TIBA - PR
20 06

minha querida esposa Raquel, pelo amor, amizade,


apoio e incentivo durante toda a jornada de minha vida.
Aos meus filhos Florence e Antony, com carinho.

AGRADECIMENTOS
Ao mestre, amigo e exemplo de vida, Prof. Isac Bruck, que sempre me apoiou em todos os
momentos sofridos e alegres da minha vida pessoal e profissional: meu agradecimento.
Prof Dr. Denise Siqueira de Carvalho, pela orientao neste trabalho, pela amizade e
pelo companheirismo e incentivo.
Prof Dr Mnica Nunes Lima Cat, pela co-orientao e realizao da avaliao
estatstica, pelo apoio e direcionamento na realizao deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Bonald Cavalcante de Figueiredo, pela orientao inicial e pelo apoio
constante na realizao deste trabalho. Meu agradecimento pela amizade.
Diretora Marilda da Cunha Macchi e Coordenadora Maria Xavier Macedo, pelo apoio,
dedicao e esforo para a realizao deste estudo.
equipe de trabalho que foi essencial para a realizao deste estudo: psicopedagogas
Jacqueline Glaser, Joara Durigan, Maria Luiza Quaresma S. da Silva, Raquel P. de
Oliveira, Sonia Gewher, Maria Fernanda Muzzolom; pedagoga Maria Cristina Bromberg;
psiclogas Sandra Muzzolom, Helena da Silva Prado, Lzia Muzzolom, Graziela Sapienze,
Graciele Lessnau; assistentes sociais Sandra Vieira Silva e Deise Nascimento, pelo
carinho, luta, perseverana e apoio que me deram neste estudo.
s Dra Joseli do Rocio Maito de Lima, Prof Dra Lcia Helena Coutinho dos Santos e Dra
Taisa Razera Simes de Assis, pelo incentivo durante a realizao deste trabalho.
equipe de secretaria do CENEP, Sirlei de Ftima R. de Moura, Maria Izabel Marinaska,
Melania do Rocio Zanetti, Regina de Ftima Banas Halick, Eliana Maria Pelizzari, Maria
Lucrcia Schmitt e Rosilene Bianchetti, que me ajudaram muito.
Ao Prof. Dr. Romulo Sandrini Neto, Coordenador do Programa de Ps-Graduao em Sade da
Criana e do Adolescente.
Ao Prof. Dr. Izrail Cat, pelos ensinamentos em Pediatria.
Profa Leide Parolin Marinoni e ao Prof. Dr. Dinarte Jos Giraldi, pelos ensinamentos em
Didtica.
Pedagoga Maria Cristina Bromberg, pela meticulosa reviso gramatical do texto.
Clara Lara de Freitas, pelo apoio e amizade.

Emlia Regina Krainski, pelo auxlio na editorao e formatao do texto, e pela


simpatia e carinho que sempre me demonstrou.
Aos colegas do Curso de Doutorado do Programa de Sade da Criana e do Adolescente
do Departamento de Pediatria, pela amizade e pelo companheirismo.
E, finalmente, aos colegas, amigos e professores, dentre os muitos posso citar o Prof. Dr.
Afonso Antoniuk, por sempre me incentivarem a seguir o caminho em busca da realizao
profissional.

SUMRIO
LISTA DE TABELAS ..................................................................................................

ix

LISTA DE GRFICOS ................................................................................................

xvi

LISTA DE QUADROS ................................................................................................. xvii


LISTA DE APNDICES .............................................................................................. xviii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ...................................................................

xix

RESUMO ...................................................................................................................... xxii


ABSTRACT .................................................................................................................. xxiii
1 INTRODUO..........................................................................................................

01

1.1 OBJETIVOS...........................................................................................................

04

1.1.1 Geral .............................................................................................................

04

1.1.2 Especficos....................................................................................................

04

2 REVISO BIBLIOGRFICA .................................................................................

06

2.1 CONCEITO .........................................................................................................

06

2.2 PREVALNCIA ..................................................................................................

07

2.3 HISTRICO ........................................................................................................

11

2.4 ETIOLOGIA ........................................................................................................

14

2.5 QUADRO CLNICO ............................................................................................

15

2.6 DIAGNSTICO...................................................................................................

19

2.6.1 Anamnese ...................................................................................................

20

2.6.2 Histria Familiar.........................................................................................

21

2.6.3 Desenvolvimento Psicomotor (DPM)..........................................................

21

2.6.4 Padres do Sono .........................................................................................

22

2.6.5 Exame Fsico ..............................................................................................

22

2.6.6. Exame Neurolgico ...................................................................................

23

2.6.7 Exames Complementares ............................................................................

24

2.6.8 Avaliao Gentica e Metablica ................................................................

25

2.6.9 Testes Psicolgicos .....................................................................................

25

2.6.10 Critrios Diagnsticos Clnicos .................................................................

26

2.7 ESCALAS DE CLASSIFICAO ..........................................................................

34

2.7.1 Principais Escalas de Classificao Baseadas no DSM-IV...........................

38

3 MATERIAL E MTODO .........................................................................................

44

3.1 DELINEAMENTO ...................................................................................................

44

3.2 AMOSTRA ESCOLAR ............................................................................................

46

3.2.1 Populao de Estudo .......................................................................................

46

3.2.2 Elaborao do Questionrio Inicial (Apndice I e II) .......................................

46

3.2.3 Aplicao do QIprof ........................................................................................

48

3.2.4 Estudo da Prevalncia de TDAH a partir da aplicao do DSM-IV


aos professores................................................................................................

50

3.2.5 Concordncia entre Professores de Matemtica e Portugus nas


Respostas das Questes do QIprof...................................................................

50

3.3 ESTUDO DA AMOSTRA AMBULATORIAL ........................................................

50

3.3.1 Aplicao do Questionrio aos Pais e Avaliao pela Equipe Mdica


e Psiclogica ...................................................................................................

50

3.3.2 Anlise da Concordncia da Identificao de Sintomas de TDAH


segundo os Critrios do DSM-IV entre os Professores, Professores e
Pais e entre Professores e Pais com a Avaliao Mdica .................................

52

3.4 DESENVOLVIMENTO DO QUESTIONRIO BREVE PARA TDAH


(TDAHQB)..............................................................................................................

54

3.4.1 Desenvolvimento do TDAHQB para Professores (TDAHQBprof) e


Pais (TDAHQBpais) .......................................................................................

54

3.4.2 Comparao do TDAHQBprof e TDAHQBpais com o DSM-IV .....................

54

3.5 CONSISTNCIA INTERNA E VALIDADE DE CONSTRUCTO

DO TDAHQB ........................................................................................................

55

3.6 ANLISE ESTATSTICA........................................................................................

55

3.6.1 Anlise Descritiva dos Dados e Comparao das Frequncias das


Respostas ao QIprof ........................................................................................

55

3.6.2 Preciso da Escala ...........................................................................................

56

3.6.3 Anlise de Concordncia .................................................................................

56

3.6.4 Reduo dos Itens do Questionrio Inicial para elaborao do


Questionrio Breve .........................................................................................

56

3.6.5 Validade de Constructo do TDAHQB..............................................................

57

4 RESULTADOS ..........................................................................................................

58

4.1 QUESTIONRIO INICIAL......................................................................................

58

4.1.1.Populao do Estudo Amostra Escolar..........................................................

58

4.1.2 Resposta dos Professores.................................................................................

60

4.1.3 Concordncia das Respostas dos Professores ...................................................

86

4.1.4 Anlise de Consistncia...................................................................................

87

4.1.5 Avaliao do QIprof: Anlise dos Resultados Segundo Critrios do


DSM-IV..........................................................................................................

87

4.2 AMOSTRA AMBULATORIAL ...............................................................................

92

4.2.1 Alunos com ou sem Sintomas de TDAH Selecionados pelos


Professores de acordo com os Critrios do DSM-IV para Avaliao
Mdica (FASE 2 e 3, grfico 1) ......................................................................

92

4.2.2 Anlise de Concordncia entre Professores, Pais e Avaliao Mdica


na Identificao de Sintomas de Dficit de Ateno ........................................

94

4.2.3 Anlise de Concordncia entre Professores, Pais e Avaliao Mdica


na Identificao de Sintomas de Hiperatividade/Impulsividade .......................

97

4.2.4 Desenvolvimento do Questionrio Breve para Transtorno de Dficit


de Ateno/Hiperatividade (FASE 5, grfico 1) ..............................................

100

4.3 CONSISTNCIA INTERNA E VALIDADE DE CONSTRUCTO DO


TDAHQB (FASE 7, grfico 1) ................................................................................

108

4.3.1 Estudo da Consistncia Interna do TDAHQB ..................................................

108

4.3.2 Validade de Constructo do TDAHQB: Comparao com o DSM-IV ...............

109

5 DISCUSSO ..............................................................................................................

114

5.1 ESTUDO PRELIMINAR: QUESTIONRIO INICIAL APLICADO AOS


PROFESSORES ......................................................................................................

114

5.2 AMOSTRA ESCOLAR: PREVALNCIA DE TDAH E SUBTIPOS SEGUNDO O


DSM-IV APLICADO AOS PROFESSORES ..........................................................

117

5.3 AVALIAO DA AMOSTRA AMBULATORIAL: CONCORDNCIA ENTRE


OS PROFESSORES DE MATEMTICA E DE PORTUGUS, PROFESSORES E
PAIS E O DIAGNSTICO MDICO NA IDENTIFICAO DE CRIANAS
COM TDAH ...........................................................................................................

124

5.4 DESENVOLVIMENTO, ANLISE DA CONSISTNCIA INTERNA E


VALIDADE DE CONSTRUCTO DO TDAHQB ...................................................... 131
5.5 LIMITAES E DIFICULDADES DO ESTUDO ...................................................

136

6 CONCLUSES..........................................................................................................

138

7 REFERNCIAS........................................................................................................... 141
ANEXOS ......................................................................................................................... 154
APNDICES .................................................................................................................

155

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - CRITRIOS DO DSM-IV PARA DIAGNSTICO DE TDAH......................28


TABELA 2 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS QUANTO SRIE ESCOLAR................58
TABELA 3 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS QUANTO SRIE ESCOLAR E
IDADE ................................................................................................................................59
TABELA 4 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS QUANTO SRIE ESCOLAR E
GNERO.............................................................................................................................59
TABELA 5 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
1 QUESTO ESPECFICA................................................................................................60
TABELA 6 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
2 QUESTO ESPECFICA................................................................................................61
TABELA 7 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
3 QUESTO ESPECFICA................................................................................................62
TABELA 8 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
4 QUESTO ESPECFICA................................................................................................62
TABELA 9 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
5 QUESTO ESPECFICA................................................................................................63
TABELA 10 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
6 QUESTO ESPECFICA................................................................................................64
TABELA 11 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
7 QUESTO ESPECFICA................................................................................................64
TABELA 12 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
8 QUESTO ESPECFICA................................................................................................65
TABELA 13 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
9 QUESTO ESPECFICA................................................................................................66

TABELA 14 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA


10 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................67
TABELA 15 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
11 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................67
TABELA 16 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
12 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................68
TABELA 17 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
13 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................69
TABELA 18 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
14 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................69
TABELA 19 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
15 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................70
TABELA 20 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
16 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................71
TABELA 21 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
17 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................71
TABELA 22 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
18 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................72
TABELA 23 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
19 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................73
TABELA 24 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
20 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................73
TABELA 25 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
21 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................74
TABELA 26 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
22 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................75

TABELA 27 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA


23 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................76
TABELA 28 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
24 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................76
TABELA 29 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
25 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................77
TABELA 30 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
26 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................78
TABELA 31 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
27 QUESTO ESPECFICA..............................................................................................78
TABELA 32 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
28 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................79
TABELA 33 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
29 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................80
TABELA 34 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
30 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................81
TABELA 35 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
31 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................81
TABELA 36 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
32 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................82
TABELA 37 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
33 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................83
TABELA 38 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
34 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................83
TABELA 39 - DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
35 QUESTO ESPECFICA ..............................................................................................84

TABELA 40 - FREQNCIA DAS RESPOSTAS POSITIVAS DO QUESTIONRIO


INICIAL PARA TDAH, APLICADO AOS PROFESSORES DE SALA, MATEMTICA
E PORTUGUS ..................................................................................................................85
TABELA 41 - CONCORDNCIA ENTRE PROFESSORES DE PORTUGUS E
MATEMTICA EM RELAO S RESPOSTAS POSITIVAS OU NEGATIVAS DO
QUESTIONRIO INICIAL (N = 350 ALUNOS)................................................................86
TABELA 42 - QUESTES DO DSM-IV INCLUDAS NO QIPROF (APNDICE I)
UTILIZADAS PARA SELEO DE ALUNOS COM TDAH............................................88
TABELA 43 - RESULTADOS DA APLICAO DO DSM-IV AOS PROFESSORES
EM RELAO AO DFICIT DE ATENO NAS 847 CRIANAS DE 1 A 4 SRIES
(PROFESSOR DE SALA) E 5 A 8 SRIES (PROFESSORES DE INGLS,
MATEMTICA E/OU DE PORTUGUS) .........................................................................88
TABELA 44 - RESULTADOS DA APLICAO DO DSM-IV EM RELAO
HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE NAS 847 CRIANAS DE 1 A 4 SRIES
(PROFESSOR DE SALA) E 5 A 8 SRIES (PROFESSORES DE INGLS,
MATEMTICA E/OU DE PORTUGUS) .........................................................................89
TABELA 45 - RESULTADOS DA APLICAO DO DSM-IV EM RELAO AOS
SUBTIPOS DE TDAH PARA OS ALUNOS DE 1 A 8 SRIES .......................................90
TABELA 46 - RESULTADOS DA APLICAO DO DSM-IV AOS PROFESSORES
DE MATEMTICA E PORTUGUS EM RELAO AOS SUBTIPOS DE TDAH..........91
TABELA 47 - RESULTADOS DA APLICAO DO DSM-IV AOS PROFESSORES
EM RELAO PREVALNCIA DE TDAH E SUBTIPOS NAS SRIES
ESCOLARES: 1 E 4 SRIES (PROFESSOR DE SALA), 5 A 8 SRIES
(PROFESSORES DE INGLS, MATEMTICA E/OU DE PORTUGUS) .......................91
TABELA 48 - RESULTADOS DA APLICAO DO DSMIV AOS PROFESSORES
EM RELAO AOS SUBTIPOS DE TDAH, SRIE ESCOLAR E GNERO ...................92
TABELA 49 - DISTRIBUIO DAS CRIANAS DA AMOSTRA AMBULATORIAL
QUANTO SRIE ESCOLAR E IDADE MDIA.........................................................93

TABELA 50 - SUBTIPOS DE TDAH DIAGNOSTICADOS PELA EQUIPE MDICA.....94


TABELA 51 - CONCORDNCIA ENTRE OPINIES DOS PROFESSORES DE 1 A
8

SRIES

(CRITRIOS

DO

DSM-IV)

AVALIAO

MDICA

NA

IDENTIFICAO DE DFICIT DE ATENO ...............................................................95


TABELA 52 - CONCORDNCIA ENTRE PROFESSORES DE PORTUGUS
(CRITRIOS DO DSM-IV) E AVALIAO MDICA NA IDENTIFICAO DE
DFICIT DE ATENO ....................................................................................................95
TABELA 53 - CONCORDNCIA ENTRE PROFESSORES DE MATEMTICA
(CRITRIOS DO DSM-IV) E AVALIAO MDICA NA IDENTIFICAO DE
DFICIT DE ATENO. ..................................................................................................96
TABELA 54 - CONCORDNCIA ENTRE PROFESSORES DE MATEMTICA E DE
PORTUGUS NA IDENTIFICAO DE DFICIT DE ATENO (CRITRIOS DO
DSM-IV) .............................................................................................................................96
TABELA 55 - CONCORDNCIA ENTRE PAIS (CRITRIOS DO DSM-IV) E
AVALIAO MDICA NA IDENTIFICAO DE DFICIT DE ATENO ................97
TABELA

56

CONCORDNCIA

ENTRE

PROFESSORES

PAIS

NA

IDENTIFICAO DE DFICIT DE ATENO (CRITRIOS DO DSM-IV) ..................97


TABELA 57 - CONCORDNCIA ENTRE PROFESSORES DE 1 A 8 SRIES
(CRITRIOS DO DSM-IV) E AVALIAO MDICA NA IDENTIFICAO DE
HIPERATIVIDADE/ IMPULSIVIDADE............................................................................98
TABELA 58 - CONCORDNCIA ENTRE PROFESSORES DE PORTUGUS
(CRITRIOS DO DSM-IV) E AVALIAO MDICA NA IDENTIFICAO DE
HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE.............................................................................98
TABELA 59 - CONCORDNCIA ENTRE PROFESSORES DE MATEMTICA
(CRITRIOS DO DSM-IV) E AVALIAO MDICA NA IDENTIFICAO DE
HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE.............................................................................99

TABELA 60 - CONCORDNCIA ENTRE PROFESSORES MATEMTICA E DE


PORTUGUS NA IDENTIFICAO DE HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE
(CRITRIOS DO DSM-IV) ................................................................................................99
TABELA 61 - CONCORDNCIA ENTRE PAIS (CRITRIOS DO DSM-IV) E
AVALIAO

MDICA

NA

IDENTIFICAO

DE

HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE ............................................................................100
TABELA

62

CONCORDNCIA

ENTRE

PROFESSORES

PAIS

NA

IDENTIFICAO DE HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE (CRITRIOS DO DSMIV) ......................................................................................................................................100


TABELA 63 - CONCORDNCIA ENTRE PROFESSORES E AVALIAO MDICA
NA IDENTIFICAO DE DFICIT DE ATENO COM O TDAHQBPROF/D.............102
TABELA 64 - CONCORDNCIA ENTRE PAIS AVALIAO MDICA NA
IDENTIFICAO DE DFICIT DE ATENO COM O QB-TDAHQBPAIS/D ..............103
TABELA 65 - CONCORDNCIA ENTRE PROFESSORES E AVALIAO MDICA
NA

IDENTIFICAO

DE

HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE

COM

TDAHQBPROF/HI .............................................................................................................104
TABELA 66 - CONCORDNCIA ENTRE PAIS E AVALIAO MDICA NA
IDENTIFICAO DE HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE COM O TDAHPAIS/HI 105
TABELA 67 - CONCORDNCIA DO DSM-IV COM AS QUESTES DO
TDAHQBPROF EM RELAO AO DFICIT DE ATENO .........................................110
TABELA 68 - CONCORDNCIA DO DSM-IV COM AS QUESTES DO
TDAHQBPROF EM RELAO HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE ........................111
TABELA 69 - CONCORDNCIA DO DSM-IV COM AS QUESTES DO
TDAHQBPAIS EM RELAO AO DFICIT DE ATENO ..........................................112
TABELA 70 - CONCORDNCIA DO DSM-IV COM AS QUESTES DO
TDAHQBPAIS EM RELAO HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE......................113

TABELA 71 ESTUDO DA PREVALNCIA DE TDAH SEGUNDO O DSM-IV


AVALIADA PELOS PROFESSORES ................................................................................119
TABELA 72 ESTUDOS RELACIONADOS CONCORDNCIA ENTRE
PROFESSORES E PAIS EM RELAO IDENTIFICAO DE SINTOMAS DO
TDAH..................................................................................................................................128

LISTA DE GRFICOS

GRFICO 1 - DIAGRAMA DO ESTUDO ...................................................................... 45


GRFICO 2 - COMPARAO DO DSM-IV E TDAHQB EM RELAO
IDENTIFICAO DE DFICIT DE ATENO, ANLISE DOS PROFESSORES ...... 106
GRFICO 3 - COMPARAO DO DSM-IV E TDAHQB EM RELAO
IDENTIFICAO DE DFICIT DE ATENO, ANLISE DOS PAIS ........................ 106
GRFICO 4 - COMPARAO DO DSM-IV E TDAHQB EM RELAO
IDENTIFICAO

DE

HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE,

ANLISE

DOS

PROFESSORES
......................................................................................................................................... 1
07
GRFICO 5 - COMPARAO DO DSM-IV E TDAHQB EM RELAO
IDENTIFICAO DE HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE, ANLISE DOS
PAIS ................................................................................................................................. 107
GRFICO 6 - COMPARAO DO DSM-IV E TDAHQB EM RELAO
IDENTIFICAO

DE

SINTOMAS

HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE

DE
COM

DFICIT
O

DE

ATENO

DIAGNSTICO

MDICO.

COMPARAO ENTRE PAIS, PROFESSORES E MDICOS. ..................................... 108

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - QUESTIONRIO BREVE PARA IDENTIFICAO DE DFICIT


DE ATENO, VERSO PROFESSORES TDAHQBPROF/D (APNDICE III)...........101
QUADRO 2 - QUESTIONRIO BREVE PARA IDENTIFICAO DE DFICIT
DE ATENO, VERSO PAIS TDAHQBPAIS/D (APNDICE IV)..............................102
QUADRO

QUESTIONRIO

BREVE

HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE,

PARA

VERSO

IDENTIFICAO
PROFESSORES

DE

TDAHQBPROF/HI (APNDICE V) ...................................................................................103


QUADRO

QUESTIONRIO

BREVE

PARA

IDENTIFICAO

DE

HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE, VERSO PAIS TDAHQBPAIS/HI


(APNDICE VI)..................................................................................................................105

LISTA DE APNDICES

APNDICE I QUESTIONRIO INICIAL PARA PROFESSORES (QIprof) ...................156


APNDICE II QUESTIONRIO INICIAL PARA PAIS (QIpais)....................................161
APNDICE III QUESTIONRIO BREVE PARA IDENTIFICAO DE DFICIT
DE ATENO, VERSO PROFESSORES TDAHQBprof/D .........................................165
APNDICE IV QUESTIONRIO BREVE PARA IDENTIFICAO DE DFICT
DE ATENO, VERSO PAIS TDAHQBpais/D ...........................................................166
APNDICE V QUESTIONRIO BREVE PARA IDENTIFICAO DE
HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE,

VERSO

PROFESSORES

TDAHQBprof/HI.................................................................................................................167
APNDICE VI QUESTIONRIO BREVE PARA IDENTIFICAO DE
HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE, VERSO PAIS TDAHQBpais/HI ...................168
APNDICE VII CARTA DE ESCLARECIMENTO E CONSENTIMENTO AOS
RESPONSVEIS (I) ...........................................................................................................169
APNDICE VIII CARTA CONVITE PARA OS PAIS.....................................................170
APNDICE IX CARTA DE ESCLARECIMENTO E CONSENTIMENTO AOS
RESPONSVEIS (II) ..........................................................................................................171
APNDICE X CONSENTIMENTO INFORMADO LIVRE E ESCLARECIDO..............172

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

a.

Ano, anos

AC

Acurcia

ADHD RS-IV

Attention Dficit/Hyperactivity Disorder Rating Scale-IV

CBCL

Children Behaviour Check List

CENEP

Centro de Neuropediatria do Hospital de Clnicas

CID 10

Classificao

Estatstica

Internacional

de

Doenas

Problemas Relacionados Sade


COEF.

Coeficiente de Kappa

COEF.Phi

Coeficiente Phi

DPM

Desenvolvimento Psicomotor

DRD4

Receptor D4 de dopamina

DSM-III

Manual Diagnstico e Estatstico de Transtornos Mentais da


Associao Americana de Psiquiatria, 3 Edio, 1968

DSM-IIIR

Manual Diagnstico e Estatstico de Transtornos Mentais da


Associao Americana de Psiquiatria, 3 Edio Revisada,
1987

DSM-IV

Manual Diagnstico e Estatstico de Transtornos Mentais da


Associao Americana de Psiquiatria, 4 Edio, 1994

EDAH

Escalas para la evaluacin del trastorno por dficit de


atencin con hiperactividade

EEG

Eletroencefalograma

ESP

Especificidade

ENE

Exame Neurolgico Evolutivo

FN

Falso negativo

FP

Falso positivo

K-SADS-E

Entrevista Semi-Estruturada para Diagnstico em Psiquiatria


da Infncia, verso epidemiolgica

m.

Ms, meses

Nmero de casos

n.

Nmero

p.

Pgina

PET-SCAN

Tomografia por Emisso de Prtons

QB

Questionrio Breve

QI

Questionrio Inicial para pais e professores

QIprof

Questionrio Inicial para professores

QIpais

Questionrio Inicial para pais

RMF

Ressonncia Magntica Funcional

SDQ

Strenghs Difficulties Questionnaire

SE

Sensibilidade

SNAP-IV

Questionrio de Swanson, Nolan e Pelham-IV

SNC

Sistema Nervoso Central

SPECT

Tomografia por Emisso de Ftons

TC

Transtorno de Conduta

TDAH

Transtorno de Dficit de Ateno/Hiperatividade

TDAH/HI

Transtorno de Dficit de Ateno/Hiperatividade forma


predominante do tipo hiperativo/impulsivo

TDAH/D

Transtorno de Dficit de Ateno/Hiperatividade forma


predominante do tipo desatento

TDAH/C

Transtorno de Dficit de Ateno/Hiperatividade forma


combinada

TDAHQB

Transtorno

de

Questionrio Breve

Dficit

de

Ateno/Hiperatividade

TDAHQBprof

Transtorno

de

Dficit

de

Ateno/Hiperatividade

Questionrio Breve para professores


TDAHQBpais

Transtorno

de

Dficit

de

Ateno/Hiperatividade

de

Ateno/Hiperatividade,

Questionrio Breve para pais


TDAHQBprof/D

Transtorno

de

Dficit

Questionrio Breve para professor, dimenso dficit de


ateno
TDAHQBpais/D

Transtorno

de

Dficit

de

Ateno/Hiperatividade,

Questionrio Breve para pais, dimenso dficit de ateno


TDAHQBprof/HI

Transtorno

de

Questionrio

Dficit
Breve

de
para

Ateno/Hiperatividade,
professor,

dimenso

hiperatividade/impulsividade
TDAHQBpais/HI

Transtorno
Questionrio

de

Dficit
Breve

de

Ateno/Hiperatividade,

para

hiperatividade/impulsividade
TOD

Transtorno Opositivo-Desafiador

v.

Volume

VPN

Valor preditivo negativo

VPP

Valor preditivo positivo

WISC

Wechsler Intelligence Scale for Children

pais,

dimenso

RESUMO

O Transtorno de Dficit de Ateno/Hiperatividade (TDAH) considerado a entidade


neurobiolgica mais comum na infncia. No existe um marcador biolgico, seja
neuroqumico, gentico, neurofisiolgico ou de imagem, capaz de diagnosticar ou
identificar a etiologia do TDAH. O diagnstico clnico, baseado em sintomas de dficit
de ateno, hiperatividade e impulsividade que causam prejuzo, principalmente na
aprendizagem e na socializao. realizado atravs de entrevistas, observao clnica e
avaliao cognitiva, complementadas com questionrios e escalas de classificao
direcionados a vrios informantes, geralmente pais e professores OBJETIVOS: Elaborar
um Questionrio Breve (QB) para identificao de sintomas de TDAH em crianas e
adolescentes do Ensino Fundamental, verses para pais e professores; analisar a preciso e
validade de constructo do Questionrio; avaliar a prevalncia de TDAH e seus subtipos em
populao escolar, segundo os professores, utilizando os critrios do Manual Diagnstico e
Estatstico de Transtornos Mentais da Associao Americana de Psiquiatria (DSM-IV);
comparar a concordncia entre professores, e entre professores e pais, na identificao de
crianas com sintomas de TDAH. METODOLOGIA: Aplicao de questionrio com
questes retiradas do DSM-IV e de outras fontes aos professores do Ensino Fundamental
de uma escola pblica de Curitiba. Avaliou-se a prevalncia do TDAH e os subtipos em
relao a idade, gnero e tipo de professor, alm da concordncia entre a opinio dos
professores. A partir dessa amostra escolar, selecionou-se a amostra ambulatorial. As
crianas foram avaliadas por uma equipe mdica/psicolgica e o questionrio foi aplicado
aos pais. Comparando os critrios do DSM-IV (questionrio dos pais e professores) com a
avaliao clnica (padro ouro), desenvolveu-se um QB, verses para professores e pais,
com um mnimo de questes para as dimenses dficit de ateno e
hiperatividade/impulsividade. A preciso do questionrio e a validade de constructo da
verso para professores foram testadas em alunos do Ensino Fundamental de outra escola
pblica e a verso para pais, em uma amostra clnica. RESULTADOS: O QB para TDAH
constitudo de sete itens (trs da dimenso dficit de ateno e quatro da dimenso
hiperatividade/impulsividade) na verso para professores e de oito (quatro para dficit de
ateno e quatro para hiperatividade/ impulsividade) na verso para pais. A prevalncia de
sintomas de TDAH, segundo os professores, foi de 12%. A concordncia das questes
entre eles foi baixa na amostra escolar e na amostra ambulatorial, bem como entre
professores e pais. O QB, comparado ao DSM-IV, mostrou melhor sensibilidade na
amostra ambulatorial. A correlao e sensibilidade foram adequadas na comparao com
outra amostra escolar e ambulatorial. DISCUSSO: O QB para TDAH, verses pais e
professores, elaborado a partir de Questionrio Inicial baseado no DSM-IV, apresentou
capacidade discriminativa similar ao DSM-IV. Aps teste de confiabilidade e validade em
populao mais representativa, poder ser de utilidade clnica e epidemiolgica. A alta
prevalncia de TDAH, segundo os professores, compatvel com a maioria dos relatos da
literatura. A baixa concordncia entre os professores, e estes em relao aos pais,
confirmada neste estudo, deve alertar os clnicos quanto ao cuidado na avaliao de escalas
e questionrios de diferentes fontes informativas.
Palavras chave: Transtorno de Dficit de Ateno/Hiperatividade, prevalncia, DSM-IV,
Questionrios, Escalas de Classificao

ABSTRACT

Attention Deficit/Hyperactivity Disorder (ADHD) is the most common neurobiological


disorder in children. There is no biological marker, either genetic, neurochemical,
neurophysiological or neuroimage, capable of confirming ADHD diagnosis or identifying
its ethiology. Diagnosis is clinical, based on the symptoms of attention deficit, hyperactiviy
and impulsivity, which cause difficulties especially in the learning process and
socialization. Interviews, clinical observation, and cognitive evaluation, complemented by
questionnaires and rating scales directed to various informants, mainly teachers and
parents, are the basis for the diagnosis. OBJECTIVES: To elaborate a Brief Questionnaire
(BQ) for the identification of ADHD symptoms in Grammar and Middle School children
and adolescents, parents and teachers versions; to analyse the questionnaires constructo
accuracy and validity; to evaluate ADHD prevalence and the subtypes in the school
population, according to teachers, based on the Diagnostic and Statistic Manual for Mental
Health-IV, of the American Association of Psychiatry (DSM-IV); to compare the level of
agreement amongst teachers, and between teachers and parents, in the identification of
children with ADHD symptoms. METHODOLOGY: A questionnaire with questions taken
from the DSM-IV and other sources was applied to the subjects teachers, in a public
school of Curitiba. ADHD prevalence and subtypes related to age, gender and type of
teacher were analysed, as well as the level of agreement between teachers. The clinical
sample was taken from the school sample. The children were evalutated by a
medical/psychological team, and the questionnaire was applied to the parents. After
comparing the DSM-IV criteria (parents and teachers/ questionnaires) with the clinical
evaluation (gold standard), the BQ, versions for teachers and parents, with a minimum of
questions for the attention and hyperactivity/impulsivity dimensions, was developed. The
constructo accuracy and validity of the teachers version were tested on students from
another public school, and of the parents version, on a clinical sample. RESULTS: The
ADHD BQ is made of seven items (three of the attention deficit dimension and four of the
hyperactivity/impulsivity dimension) in the teachers`version and of eight items (four of the
attention deficit dimension and four of the hyperactivity/impulsivity dimension) in the
parents version. Prevalence according to the teachers was 12 %. The level of agreement
related to the questions amongst the teachers was low in both the school and the clinical
samples, as well as between teachers and parents. The BQ, compared to the DSM-IV,
showed higher sensitivity in the clinical sample. The correlationship and sensitivity were
adequate when compared to another school and clinical sample. DISCUSSION: The
ADHD BQ, versions for parents and teachers, elaborated from the Inicial Questionnaire
based on the DSM-IV, presented a discriminative capacity similar to the DSM-IV. After
the confiability and validity tests in a more representative population, it may be of great
clinical and epidemiological usefulness. ADHD high prevalence, according to teachers, is
compatible with research results. The low agreement amongst teachers, and between them
and the parents, reaffirmed in this study, should alert clinicians to the need of evaluating
rating scales and questionnaires from differente sources with the greatest care.
Keys
words:
Attention-deficit/hyperactivity
Questionnaires, rating scales

disorder,

prevalence,

DSM-IV,

1 INTRODUO
Transtorno de Dficit de Ateno/Hiperatividade (TDAH) uma das
condies crnicas mais comuns em pediatria, com prevalncia variando de 0,78 a
30% nas crianas de idade escolar (WENDER, 1974; BRANDENBURG et al.,
1990; LUK, LIEH e LEUNG, 1993; ELIA, AMBROSINI e RAPOPORT, 1999;
GUARDIOLA, FUCHS e ROTTA, 2000; FARAONE et al., 2003; VOELLER,
2004; BIEDERMAN, 2005; BIEDERMAN e FARAONE, 2005; REMSCHMIDT,
2005; ROTTA, 2006). Segundo a Academia Americana de Psiquiatria da Criana e
Adolescncia, a prevalncia estimada de 2 a 9% (AMERICAN ACADEMY OF
CHILD AND ADOLESCENT PSYCHIATRY, 1997). considerado o quadro
comportamental mais comum em crianas em idade escolar. WENDER (1974), que
denominava o TDAH de Disfuno Cerebral Mnima, j referia a sndrome como
uma desordem singular mais comum vista por psiquiatras infantis. A despeito
deste fato, sua existncia frequentemente no reconhecida e a sua prevalncia
quase subestimada. Uma compreenso da sndrome obviamente de grande
importncia prtica: mas tambm de grande importncia prtica; mas tambm de
considervel importncia terica. Apesar de muito estudado, seu diagnstico e
classificao clnica so pontos polmicos, complexos e controversos (ZAMETKIN
e ERNST, 1999). O TDAH afeta o nvel de aprendizagem escolar e, principalmente,
a socializao da criana, interferindo negativamente no seu desenvolvimento
emocional.
O TDAH caracteriza-se por um nvel de ateno inapropriado para a idade,
com ou sem impulsividade e hiperatividade. O diagnstico clnico, definido de
maneira puramente comportamental, sem um marcador biolgico especfico, e com
caractersticas que ocorrem dentro de um espectro na populao. O diagnstico
difcil de ser realizado apenas na consulta mdica. Envolve avaliar a intensidade e a
gravidade dos sintomas em, pelo menos, dois ambientes diferentes. Assim, so
muito importantes as informaes obtidas a partir dos pais, professores e outros
profissionais que trabalham com a criana. Escalas de classificao so utilizadas
para uma melhor avaliao, e, apesar disso, muitos casos ainda so supra-

diagnosticados, com conseqente exagero nos tratamentos ou, por outro lado,
muitos pacientes no so diagnosticados e, portanto, ficam sem tratamento
(COMINGS et al., 2005).
O Manual Diagnstico e Estatstico de Transtornos Mentais da Associao
Americana de Psiquiatria, 4 Edio, 1994, conhecido em ingls pela sigla DSM-IV
(AMERICAN

PSYCHIATRIC

ASSOCIATION:

DIAGNOSTIC

AND

STATISTICAL MANUAL OF MENTAL DISORDERS), freqentemente utilizado


como roteiro diagnstico, inclui como critrios o incio precoce (antes dos 7 anos de
idade), a ocorrncia dos sintomas em pelo menos dois ambientes diferentes,
sintomas de dficit de ateno ou hiperatividade/impulsividade contnuos e
persistentes, e de tal gravidade que causem prejuzo acadmico e/ou social. As
comorbidades so freqentes, principalmente relacionadas aos transtornos de
conduta, comportamento opositivo-desafiador, dificuldades de aprendizagem e
transtornos do humor. Outro manual de diagnstico utilizado a Classificao
Estatstica Internacional de Doenas e Problemas Relacionados Sade - CID 10,
que tambm inclui as dimenses de dficit de ateno, hiperatividade e
impulsividade que comeam na infncia, causando comprometimento funcional na
escola e em casa (WORLDHEALTH, 1992). A principal diferena em relao ao
DSM-IV que os sintomas devem ocorrer nas trs dimenses, as comorbidades so
excludas e a presena de transtorno ansioso e/ou depresso exclui o diagnstico.
Assim, a CID 10 muito mais restritiva, no considerando formas de TDAH muito
freqentes, como aquela com predomnio de dficit de ateno que ocorre em
adolescentes e adultos, ou a associada a transtorno disruptivo, muito comum em
meninos.
No auxlio do diagnstico, escalas de classificao para pais, professores e
para as crianas so utilizadas, incluindo as escalas de Conners (CONNERS, 1999);
CBCL (Child Behavior Checklist) (ACHEMBACH, 1991; BORDIN e CAEIRO,
1995); o Questionrio de Swanson, Nolan e Pelham-IV (SNAP IV) (SWANSON,
2004); ADHD RS-IV (Attention Deficit/Hyperactivity Disorder Rating Scale-IV)
(DUPAUL, 1998); na Espanha, a EDAH (Escalas para la evaluacin del transtorno
por dficit de atencin con hiperactividad) (FARR, NARBONA e EDA, 2001); e,

no Brasil, a Escala de Transtorno de Dficit de Ateno/Hiperatividade


(BENCZICK, 2000). Alm de auxiliar no diagnstico, so teis para monitorar a
evoluo clnica aps tratamento. Ressaltam-se os poucos estudos de confiabilidade,
validade e padronizao das referidas escalas no Brasil.
No Brasil, a maioria dos instrumentos utilizados para avaliao e estudo de
crianas com TDAH traduzida e utilizada sem um estudo psicomtrico, como
consistncia interna, adaptao cultural, confiabilidade e validade. A maioria dos
estudos est baseada no DSM-IV (ROHDE, et al., 1999; GUARDIOLA, FUCHS e
ROTTA, 2000; VASCONCELOS et al., 2003) e s um outro na EDAH (POETA e
ROSA NETO, 2004). Apenas uma escala para TDAH e comorbidades foi
construda baseada em populao escolar de regio brasileira, em que se estudou
sua preciso atravs de consistncia interna e a validade de constructo por meio de
anlise fatorial dos itens (BENCZICK, 2000). Atualmente, essa escala est sendo
validada em populao mais representativa da populao brasileira.
Considerando os poucos instrumentos de avaliao de TDAH elaborados
em nosso meio, este estudo tem por objetivo desenvolver um Questionrio Breve
(QB) para escolares do Ensino Fundamental, com uma quantidade mnima de itens
das duas dimenses de TDAH (dficit de ateno e hiperatividade/impulsividade),
baseado no DSM-IV e direcionado a professores e pais. O desenvolvimento de um
QB visa elaborao de um instrumento curto, de fcil aplicao populacional e
ambulatorial, rpido, gil, barato e pouco cansativo, para diferentes informantes. As
perguntas adaptadas do DSM-IV, e outras criadas de acordo com o nosso meio
scio-econmico e cultural com dimenses diferentes para pais e professores,
permitem uma melhor anlise epidemiolgica e clnica dentro da realidade da nossa
populao de crianas e adolescentes.

1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Geral
Elaborar um Questionrio Breve direcionado a pais e professores para
identificao de crianas e adolescentes do Ensino Fundamental com sintomas de
TDAH.

1.1.2 Especficos
1.1.2.1 Analisar um Questionrio Inicial, com 35 questes referentes a TDAH,
direcionado aos professores do Ensino Fundamental - sua consistncia
interna, freqncia de respostas positivas entre os professores das diferentes
sries escolares e concordncia de positividade entre os professores de
Matemtica e Portugus.
1.1.2.2 Avaliar a prevalncia de TDAH e seus subtipos em relao idade, gnero e
srie escolar, segundo os critrios do DSM-IV, numa populao do Ensino
Fundamental de uma escola pblica, a partir das informaes dos
professores.
1.1.2.3 Verificar, em amostra ambulatorial, a concordncia entre a opinio de pais e
professores e o diagnstico mdico na identificao de crianas com
TDAH, segundo o DSM-IV.
1.1.2.4 Averiguar a concordncia entre professores de Matemtica e de Portugus, e
entre os professores e os pais, na identificao de crianas com TDAH
utilizando o DSM-IV em amostra ambulatorial.
1.1.2.5 Comparar o Questionrio Breve para TDAH, verso pais e professores, com
o DSM-IV, em relao sensibilidade para identificar crianas com
sintomas de TDAH em amostra ambulatorial.

1.1.2.6 Testar a consistncia interna e a validade de constructo do Questionrio


Breve para TDAH em comparao com o DSM-IV, aplicando a verso
professores em amostra da populao escolar e a verso para pais em
amostra ambulatorial.

2 REVISO BIBLIOGRFICA

2.1 CONCEITO

O TDAH um quadro clnico cujos principais sintomas so a desateno, a


hiperatividade e a impulsividade. O incio ocorre na infncia, predominantemente
antes dos 7 anos de idade. Causa prejuzo no desempenho acadmico e laboral,
interfere no relacionamento familiar e interpessoal e causa grande prejuzo
financeiro sociedade (BIEDERMAN e FARAONE, 2005). Associam-se, na
grande maioria dos casos (50 a 70%), comorbidades como Transtorno de
Aprendizagem, Transtorno do Humor e Ansiedade, alm de Transtornos
Disruptivos do Comportamento, como Transtorno de Conduta (TC) e Transtorno
Opositivo-Desafiador (TOD) (POSSA, SPANEMBERG e GUARDIOLA, 2005). O
risco de desenvolver outro distrbio comportamental associado 2 a 4 vezes maior
do que na populao geral (COMINGS et al., 2005). Esse transtorno de
desenvolvimento tem seu incio nos primeiros anos de vida e, na maioria das vezes,
persiste no adolescente, no jovem e no adulto. Assim, o TDAH uma condio
crnica que afeta toda a vida do paciente. Cerca de 70% das crianas diagnosticadas
podero apresentar os sintomas na vida adulta, onde h maior persistncia do dficit
de ateno e menos hiperatividade/impulsividade (SANDBERG, 2002; ROHDE e
MATTOS, 2003). Afeta meninos e meninas, com predominncia no gnero
masculino (SANDBERG, 2002; ROTTA, 2006).
um quadro funcional relacionado s disfunes neuroqumicas dos
sistemas dopaminrgicos e noradrenrgicos localizados nos sistemas frontoestriatais
(VOELLER, 2004). Essas disfunes esto associadas a fatores genticos e
adquiridos. uma entidade de etiologia multifatorial e complexa, com forte carga
gentica (BIEDERMAN e FARAONE, 2005). O tratamento mdico visa um
equilbrio das disfunes atravs de medicamentos que podem melhorar
acentuadamente a qualidade de vida das pessoas com TDAH.

2.2 PREVALNCIA
As taxas de prevalncia do TDAH so muito variveis, dependendo dos
critrios utilizados para sua avaliao. Por exemplo, estudos epidemiolgicos
americanos de amostras representativas da comunidade mostram uma prevalncia
maior (mdia de 10,3%) em relao aos estudos de amostras escolares (mdia 6,9%)
(BROWN et al., 2001). Todos concordam que a freqncia maior em meninos,
diminui com a idade, est relacionada a fatores tnicos, culturais, nvel scio
econmico e dependem dos instrumentos utilizados na avaliao.
Uma metaanlise recente atravs do estudo de artigos da Amrica do Norte,
Amrica do Sul, Europa, frica, Oceania e do Leste Europeu, analisando 171.756
crianas e adolescentes menores de 18 anos a prevalncia encontrada de TDAH foi
de 5.29% (POLANCZYK, 2007). Esta prevalncia foi significativamente associada
aos critrios diagnsticos, fonte de informao, critrio de prejuzo e regio
geogrfica.
A prevalncia varia de 0,78% em Hong Kong (LUK, LIEH e LEUNG,
1993) a 17,8% na Alemanha (WOLRAICH et al., 1996). Utilizando mtodos mais
restritivos, a prevalncia varia entre 1% (CID 10) e 10% (DSM-IV)
(REMSCHMIDT, 2005). Os ndices mais baixos so observados quando o
comprometimento funcional includo na definio. Mesmo considerando os
ndices de 3 a 5%, o TDAH um problema de sade pblica, sendo o distrbio
neurobiolgico mais comum na criana (REMSCHMIDT, 2005).
Alm do estudo de LUK, LIEH e LEUNG (1993) com crianas chinesas,
tambm na China, mais precisamente em Beijing, SHEN et al. (1985) encontraram
cifras maiores, cerca de 7,5%.
Na Espanha, MARDOMINGO-SANZ (1996) detectou, utilizando o Manual
Diagnstico e Estatstico de Transtornos Mentais da Associao Americana de
Psiquiatria, 3 Edio revisada, (DSM III-R), uma taxa de prevalncia de 5,6% para
o TDAH em amostra de 245 crianas em idade escolar. Estudos mais recentes citam
nmeros entre 4 a 6% (GARCIA-PEREZ et al., 2005).

Na Amrica Latina, estudo na Colmbia mostra prevalncia de 17,1%


(PINEDA et al., 1999) e, na Venezuela, de 7,4% (MONTIEL-NAVA et al., 2002).
No Brasil, ROHDE et al. (1999), utilizando o DSM-IV em amostra de 1013
adolescentes com idades entre 12 e 14 anos de idade, apresentaram prevalncia de
5,8%, nmero similar ao da literatura. CURY et al. (2003), utilizando o SDQ
(GOODMAN, 1997) para pais, verificaram uma prevalncia de 16,8% e, para
professores, de 8,3%. Esses ndices esto bem acima da taxa de 1,5% referida por
FLEITLICH-BILIK (2002), que utilizou a CID 10, com critrios mais rgidos, em
uma populao de So Paulo.
GUARDIOLA, FUCHS e ROTTA (2000), estudando 484 estudantes do
Ensino Fundamental, encontraram uma prevalncia de 18% segundo os critrios do
DSM-IV, 3,5% considerando os critrios neuropsicolgicos e 3,9% considerando a
persistncia motora. Os autores ressaltam a superestimao dos resultados com a
utilizao do DSM-IV. POETA e ROSA NETO, (2004), utilizando o EDAH,
estudaram 1898 escolares, sendo que 95 (5%) apresentaram pontuao indicativa de
TDAH. VASCONCELOS et al. (2003), em estudo numa escola pblica primria
com 403 alunos diagnosticados atravs do DSM-IV, evidenciaram uma prevalncia
de 17,1% (69 alunos).
Em uma anlise de 13 estudos epidemiolgicos, em que se utilizou o CBCL
como classificao, seguida da avaliao pelo Manual Diagnstico e Estatstico de
Transtornos Mentais da Associao Americana de Psiquiatria, 3 Edio, (DSM-III)
e pelo DSM-IIIR, foram encontradas taxas entre 1,9 a 14,4% (SCAHILL et al.,
1999).
Essa variao dos ndices de incidncia tem muito a ver com os mtodos de
estudo. Um ponto importante a ser analisado refere-se fonte de informao.
Quando a informao provm dos pais e dos professores, associada
avaliao mdica, os ndices de prevalncia situam-se entre 1 a 3%, diferente de
estudos baseados apenas nas informaes de pais ou professores, em que se
encontram ndices de 15% (JENSEN e BAANDRUP, 2005) e 16,1% (WOLRAICH
et al., 2004).

Em relao a gnero, a razo de meninos/meninas em clnicas


especializadas varia de 6:1 at 12:1. Nos estudos populacionais epidemiolgicos, a
relao muito menor, 3:1, sugerindo que o TDAH subdiagnosticado nas
meninas. Estudos de prevalncia confirmam maiores taxas em meninos. BROWN et
al. (2001) encontraram taxas de 9,2% em meninos, enquanto em meninas foi de
3,4%. Outros estudos mostram que, com a idade, a prevalncia entre os gneros se
aproxima. Estudando adolescentes, RHODE et al. (1999) encontraram uma relao
de 1:1. Em outro estudo, observou-se que a prevalncia do TDAH se mantm
estvel no gnero feminino, enquanto parece diminuir no masculino (GAUB e
CARLSON, 1997).
Em estudo com uma amostra de 979 escolares com idade entre 7 a 14 anos,
BARBOSA e GAIO (1997) verificaram que a relao entre meninos e meninas
era de 1,7: 1,0. No estudo de GUARDIOLA, FUCHS e ROTTA (2000), houve um
predomnio de meninos quando o DSM-IV foi utilizado, porm sem diferenas com
a avaliao neuropsicolgica.
Segundo BARKLEY et al. (2002), as meninas so subdiagnosticadas
porque nelas predominam os sintomas atencionais, alm de apresentarem poucos
sintomas de agressividade/impulsividade, baixas taxas de TC e alto nvel de
comorbidades como Transtorno de Humor e Ansiedade. Relatam que o transtorno
neurobiolgico o mesmo, s que, no gnero masculino, a apresentao clnica
mais grave.
Pela definio do DSM-IV, a idade de incio do TDAH geralmente ocorre
antes dos 7 anos, sendo os primeiros sintomas relatados desde o primeiro ano de
idade. As dificuldades, porm, so quase sempre relatadas aos 3 anos e 6 meses
(HART et al., 1995). O tipo predominante hiperativo/impulsivo (TDAH/HI)
identificado mais precocemente que o combinado (TDAH/C) ou a forma desatenta
(TDAH/D). A mdia de incio do tipo hiperativo/impulsivo de 4,2 anos, a do
combinado de 4,9 anos e a desatenta mais tardia, 6,1 anos de idade. Os primeiros
sintomas ocorrem antes dos 7 anos em 100% do tipo hiperativo/impulsivo, 95% do
tipo combinado e em somente 85% do tipo desatento. Em grande estudo
epidemiolgico (The Great Smoky Montains Study), foram diagnosticados, aps os

10

7 anos de idade, 25% do grupo desatento, 13% do grupo combinado e 8% do grupo


hiperativo (WILLOUGHBY et al., 2000). Assim, considerando os resultados
descritos acima, o critrio de incio dos sintomas antes dos 7 anos de idade deve ser
visto com ressalvas.
Os sintomas persistem no adulto em at 70% dos casos, segundo alguns
estudos (SANDBERG, 2002; ROHDE e MATTOS, 2003). O maior problema
que, nessa faixa etria, as comorbidades so mais evidentes e freqentes,
dificultando o diagnstico do TDAH. WEIS et al. (2000), em um estudo de
seguimento de 15 anos, referiram que 66% das crianas diagnosticadas com TDAH
apresentavam sintomas de dficit de ateno em vrios graus de comprometimento.
WENDER et al. (2001) mostraram taxas de prevalncia em adultos de at 70%,
numa proporo de dois homens para uma mulher.
Embora o TDAH tenha sido estudado de forma exaustiva, a grande maioria
das pesquisas est limitada populao da raa branca da Amrica do Norte e da
Europa. Os estudos, usando os critrios do DSM-IV, sugerem uma prevalncia de
TDAH similar em vrios locais no mundo com exceo da Irlanda, Austrlia, Itlia
e Sucia (FARAONE et al., 2003).
Estudos comparando crianas americanas brancas com aquelas de origem
africana mostram incidncia significativamente maior de sintomas de TDAH nos
afro-americanos. Algumas ressalvas devem ser consideradas nesses estudos, que
podem estar representando uma superidentificao das crianas de comunidade
minoritria, j que os instrumentos utilizados so desenvolvidos para a maioria
branca (DUPAUL et al., 1997; NOLAN, GADOW e SPRAFIKINS, 2001).
Outro estudo de crianas e adolescentes com a idade de 4 a 19 anos,
utilizando o ADHDRS-IV, demonstrou maior escore para TDAH para os afroamericanos do que para os caucasianos e descendentes de hispnicos (DUPAUL,
1991). CUFFE, MOORE e MCKEOWN (2005), em estudo comunitrio onde foram
includas 10.367 crianas (4 a 17 anos), encontraram maior prevalncia de sintomas de
TDAH em negros (5,65%) em relao populao branca (4,33%) e hispnica
(3,06%).

11

Algumas pesquisas realizadas na Amrica Latina, atravs de instrumentos


estruturados, como citado acima, indicam prevalncia similar aos estudos da
literatura com prevalncia abaixo de 10% (ROHDE et al., 1999; GUARDIOLA,
FUCHS e ROTTA, 2000; MONTIEL-NAVA et al., 2003; POETA e ROSA NETO,
2004) e outras acima de 15% (PINEDA et al., 1999; VASCONCELOS et al., 2003).
Uma anlise de dois estudos com meninos de 5 a 7 anos de idade, um
realizado em Hong-Kong (3069 crianas) e outro no Reino Unido (2433 crianas),
utilizando a mesma metodologia, mostrou um maior ndice de sintomas de TDAH
nas crianas britnicas. Os escores do grupo controle, constitudo por crianas
britnicas, eram similares queles das crianas chinesas consideradas portadoras de
TDAH (LUK, LIEH e LEUNG, 1993). Essa pesquisa demonstrou a existncia
evidente de fatores culturais (por exemplo, cultura chinesa mais rgida e mais
restritiva) e genticos. Em estudo comparando caucasianos e chineses, avaliando o
gene para o receptor D4 da dopamina (DRD4), muito freqente nos caucasianos,
este no foi identificado em uma s das 182 crianas chinesas com TDAH
(CHANG et al., 1996). Esse achado pode indicar que outros genes podem estar
associados ao TDAH dos asiticos (SANDBERG, 2002).
Em relao s condies socioeconmicas, estudos realizados com crianas
carentes, famlias de classe social baixa ou pais com atividade ocupacional pouco
remunerada evidenciam altas taxas de prevalncia ou escores maiores nas escalas de
avaliao de TDAH (NEWCORN et al., 1994; SCAHILL et al., 1999; WARNERROGERS et al., 2000; VASCONCELOS et al., 2003).

2.3 HISTRICO
STILL (1902) apresentou a primeira descrio do TDAH como entidade
clnica. Ele descreveu 43 crianas com falta de ateno, hiperatividade,
impulsividade, pouco controle dos impulsos, dificuldade para aceitar regras e
limites, comportamento agressivo e atitudes descuidadas e cruis com os animais.
Considerou esse comportamento como um defeito do controle moral, ou seja, uma
limitao da capacidade do indivduo de regular o comportamento baseado no

12

conhecimento do que certo, seja por falta de compreenso, motivao ou inibio.


Observou que acometia mais meninos e aparecia antes dos oito anos de idade. Esses
indivduos poderiam ou no apresentar deficincias cognitivas ou leso neurolgica.
SANDBERG cita em seu livro que, em 1908, TREDGOLD acreditava que
a deficincia moral resultava de alguma anormalidade orgnica em um alto nvel do
crebro. Poderia ser decorrente de algum dano cerebral ocorrido ao nascimento,
como hipxia, ou o defeito poderia ser herdado de gerao para gerao
(SANDBERG, 2002).
EBAUGH1, citado em SANDBERG (2002, p. 9), estudando crianas que
tiveram leso cerebral durante a epidemia de Von Ecnomo, observou que muitas,
principalmente as mais graves, apresentaram problemas comportamentais,
cognitivos, hiperatividade, dificuldade de aprendizagem e mudanas importantes de
comportamento e personalidade na evoluo. Nessa poca, em decorrncia desse
fato, a teoria de leso cerebral causando distrbios comportamentais foi reforada.
No perodo entre 1930 a 1960, esses comportamentos foram associados a
leses cerebrais, incluindo infeces, toxinas e traumatismos cranianos. Os
sintomas eram reforados pelas pesquisas em animais e seres humanos que
apresentavam leso do lobo frontal. Criou-se, ento, o conceito de leso cerebral
mnima. Na dcada de cinqenta, a denominao de criana hipercintica
comeou a ganhar adeptos (SANDBERG, 2002).
A partir de 1960, foi colocado em dvida o conceito de que a leso cerebral
seria a nica causa do comportamento hiperativo das crianas. Questionava-se o fato
que, se dano cerebral causasse distrbio do comportamento, todas as crianas
hiperativas deveriam ter leso cerebral; na maioria dos casos, porm, no havia
nenhuma evidncia de dano cerebral. Coincidindo com essas dvidas, o termo leso
cerebral mnima foi mudado para Disfuno Cerebral Mnima por falta de suporte
antomo-patolgico durante o encontro anual de neuropediatras, em Oxford
1
EBAUGH, F. G. Neuropsychiatry sequelae of acute epidemic encephalitis in children. AMA J Dis Child,
Chicago, v.25, p.89-97, Jan. 1923.
2
CLEMENTS, S. D. Task Force One: minimal brain dysfunction in children. monograph n.3. Washington,
DC, 1966. National Institute of Neurological Disease and Blindness US Department of Health Education and
Welfare

13

(SANDBERG, 2002).CLEMENTS2, citado em SANDBERG (2002, p. 17), tentou


conceituar essa entidade clnica considerando-a referente criana inteligente, com
certas dificuldades na aprendizagem e no comportamento, variando de quadro leve
a grave, devido a desvio de funes no sistema nervoso central.
Essa definio foi aceita por alguns e criticada por outros. GOMEZ, em
maio de 1967, expressou seu ponto de vista a respeito da disfuno cerebral
mnima descrevendo-a como confuso cerebral mxima (GOMEZ, 1967). O
termo comeou a ser utilizado, de forma aleatria, para todas as dificuldades sem
causa orgnica evidente, incluindo distrbios emocionais.
Ento, devido freqncia dos sintomas de agitao psicomotora
(hiperatividade/hipercinesia), impulsividade, transtornos motores e da ateno, e
devido insatisfao de muitos estudiosos, o termo Reao Hipercintica da
Infncia foi criado, em 1968, na 3 Edio do Manual Diagnstico e Estatstico das
Doenas Mentais da Associao Americana de Psiquiatria (DSM-III).
DOUGLAS (1972), na reunio da Associao Canadense de Psicologia,
reforou que o controle da ateno e dos impulsos tinha maior valor explicativo do
que a hiperatividade. Assim, na dcada de 70, os pesquisadores comearam a
considerar a ateno como um elemento essencial, e o quadro passou a ser
denominado, pelo DSM-III, de Transtorno de Dficit de Ateno.
Em 1987, voltou-se o interesse para a diferenciao de subtipos com base
na presena ou ausncia de impulsividade ou hiperatividade, denominao criada
pelo DSM-III R (Manual Diagnstico e Estatstico das Doenas Mentais da
Associao Americana de Psiquiatria, 3 Edio Revisada).
Em 1994, a quarta verso do DSM publicada. Nela, a denominao
mudada para Transtorno de Dficit de Ateno/Hiperatividade, que se mantm at
hoje. Outras modificaes ocorreram nessa verso, reconhecendo variantes dentro
do

TDAH:

tipo

predominantemente

hiperativo/impulsivo e o tipo combinado.

desatento,

predominantemente

14

2.4 ETIOLOGIA
O TDAH, na maioria das vezes, de causa familiar. Pais com TDAH
apresentam risco de 50% de terem uma criana com o transtorno, e
aproximadamente 25% das crianas diagnosticadas tm pais com os mesmos
sintomas (FARAONE et al., 2003). Estudos com gmeos idnticos mostram um
risco de at 80% de ambos apresentarem TDAH (HUDZIAK et al., 1998). Pessoas
adotadas com TDAH mostram uma maior freqncia de TDAH entre os pais
biolgicos em relao aos pais adotivos (BIEDERMAN, NEWCORN e SPRICH,
1991; THAPA et al., 1999).
Pesquisas com gentica molecular indicam que o TDAH est associado a
disfunes de neurotransmissores, principalmente do sistema dopaminrgico e
noradrenrgico. A dopamina tem relao, principalmente, com funes das reas
subcorticais pr-frontais. Assim, pode ser relacionada com as funes executivas, a
motivao, a objetivao e a emoo. A noradrenalina est relacionada ateno e
capacidade de se manter alerta (SANDBERG, 2002).
Os estudos genticos so direcionados para a identificao de genes que
regulam

os

sistemas

dopaminrgicos,

noradrenrgico

de

outros

neurotransmissores (CASTELLANOS, et al., 2002). Muitos genes esto envolvidos


na neurotransmisso. No h um gene especfico que explique as disfunes dos
neurotransmissores, mas a interao de vrios genes est envolvida na funo de
neurotransmissores diferentes (herana polignica) (VOELLER, 2004).
So muitos os genes descritos como associados ao TDAH, sendo mais
estudados aqueles referentes ao transportador da dopamina. Os genes identificados
incluem os relacionados aos receptores de dopamina (DRD2, DRD4, DRD5), os
genes transportadores da dopamina (DAT1 ou SLC6A3), o transportador da
serotonina (HTT ou SLC6A4), o receptor da norepinefrina (ADRA2A, ADRA2C) e
o transportador da norepinefrina (NET ou SLC6A2), entre outros (EBSTEIN et al.,
1996; WALDMAN et al., 1998; COMINGS et al., 2000, 2000b; COMINGS et al.,
2005).

15

Fatores adquiridos no perodo pr-natal, perinatal ou ps-natal podem


interferir nos circuitos subcorticais das reas pr-frontais e gnglios da base
(REBOLLO, 1971);
WENDER, 1974). Muitas vezes, fatores adquiridos so associados aos
genticos (VOELLER, 2004). Em relao a fatores pr-natais, a exposio do feto
ao lcool causa diminuio do tamanho da crtex frontal e temporal, com
conseqente comprometimento da ateno e do comportamento (RILEY et al.,
2004). Mulheres fumantes tambm apresentam maior risco de terem filhos com
TDAH (LINNET et al., 2003). Recm-nascidos com anemia, hipxia,
prematuridade, anemia e hiperbilirrubinemia, mesmo em nveis pouco elevados,
apresentam maior freqncia de TDAH (SOORANI-LUNSING et al., 2001;
DECKER e RYE, 2002; BEARD e CONNOR, 2003). No perodo ps-natal,
qualquer injria pode causar TDAH. Devemos ressaltar os quadros hipxicos
isqumicos, infecciosos (meningite e encefalite), traumas e enfermidades autoimunes, intoxicaes e processos expansivos (BLOOM et al., 2001; MAX et al.,
2002; VOELLER, 2004; ROTTA, 2006).
Fatores scio-econmicos, como classe social baixa, problemas maritais,
tamanho da famlia, criminalidade paternal, desordens mentais na famlia
(SPENCER et al., 2005) e deprivao social esto associados maior incidncia de
TDAH (KREPPNER et al., 2001).

2.5 QUADRO CLNICO


A trade sintomatolgica clssica caracteriza-se por dficit de ateno,
hiperatividade e impulsividade (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION,
1994; SCHWARTZMAN, 2001; ROHDE et al., 2003; ROTTA, 2006).
O dficit de ateno leva distratibilidade, dificuldade de manter a
ateno numa nica tarefa ou atividade por perodo prolongado de tempo,
principalmente se essa atividade for repetitiva ou exija esforo mental. As crianas
cometem erros por descuido em atividades escolares, no conseguem acompanhar
instrues longas, no terminam as atividades domsticas ou escolares, evitam toda

16

tarefa que exija esforo mental, distraindo-se ao realiz-las, e perdem objetos com
facilidade. Esquecem compromissos e encontros. Como a ateno desviada de um
estmulo a outro, crianas e adolescentes com TDAH freqentemente deixam pais e
professores com a impresso de que no esto ouvindo, ou ento, esto sonhando
acordados. Por isso, so utilizadas as expresses vivem no mundo da lua,
viajam na maionese, avoado, distrado, lerdo, relaxado. Os pacientes,
muitas vezes, so rotulados como preguiosos, problemticos, malcriados,
irresponsveis e at pouco inteligentes. Deve-se ressaltar que podem prestar ateno
por perodos mais longos em situaes especiais, em que as atividades tm alto
valor de interesse, novidade, ou quando so intimidados ou esto sozinhos com um
adulto.
O sinal mais importante da hiperatividade o excesso de movimento, uma
inquietao motora excessiva e at agressiva. Expresses como sobe pelas
paredes, parece que tem o bicho carpinteiro, age como uma mosca eltrica,
parece movido a pilha so freqentemente utilizadas. Esse comportamento o
que mais preocupa, incomoda e pouco tolerado pelos colegas e pelos adultos.
Caracteriza-se por agitao das mos e dos ps, por se mexer ou levantar da cadeira,
subir em lugar inapropriado, falar demais, no parar para brincar, estar sempre a
mil por hora ou a todo vapor. Devido a esse comportamento, os adultos passam
a maior parte do tempo reprimindo ou chamando a ateno da criana, gerando
conflito nas relaes familiares (GUARDIOLA, FUCHS e ROTTA, 2000).
A impulsividade um ato de agir sem pensar ou fazer o que vem cabea,
sem se preocupar com as conseqncias. Essa conduta faz com que as crianas com
TDAH fiquem bastante susceptveis a acidentes, criem problemas com os colegas e
perturbem o andamento da aula. Costumeiramente, saltam com as respostas antes
de as perguntas terem sido terminadas, interrompem os outros ou mudam o foco de
ateno do trabalho escolar para atividades imprprias. Apresentam dificuldades em
aguardar a vez e interrompem a conversa dos outros.
O diagnstico de TDAH em criana muito importante, pois em torno de
at 70% das crianas e adolescentes continuaro a ter os sintomas na vida adulta
(WENDER et al., 2001).

17

A manifestao clnica varia com a idade e se modifica de acordo com o


desenvolvimento neurolgico. Em estudo com 300 crianas, os pais relataram que,
em 67% dos casos, os sintomas de TDAH apareceram aos quatros anos de idade ou
antes dessa idade (CONNOR, 2002).
Muitas mes relatam um movimento exagerado dos seus filhos intra-tero,
de tal intensidade que chegam a despert-las e causar desconforto. Nos lactentes,
principalmente no primeiro ano de vida, as crianas so muito irritadas, apresentam
dificuldades para iniciar e manter o sono, despertam freqentemente e apresentam
agitao psicomotora. Na idade pr-escolar, so mais agitadas que as outras da
mesma idade, machucam-se com freqncia, quebram e perdem brinquedos, tm
pouco interesse pelas brincadeiras, desligando-se facilmente delas (ANDRADE,
2003).
No escolar, os sintomas podem ser mais evidentes, j que na sala de aula
existe a comparao com outras crianas, alm de cobranas de responsabilidades
acadmicas e a exigncia de ficar parado na carteira e prestar ateno.
Na adolescncia, os sintomas de hiperatividade diminuem, restando, de
forma mais acentuada, os sintomas de dficit de ateno. Adolescentes so
essencialmente inatentos, apresentam uma inquietude mental, em vez de fsica. Os
adolescentes com TDAH apresentam alto risco de baixa auto-estima, relaes
difceis com os colegas, conflitos com os pais, delinqncia e uso de drogas lcitas
ou ilcitas (ROBIN, 1999). Depresso ocorre em at 29% dos casos; Transtorno
Bipolar em 27%; Distrbio de Conduta, 43%; Distrbio de Ansiedade, 27%; e
desobedincia hostil, em 59 a 65% (ROHDE et al., 1999).
O quadro clssico puro de TDAH, com a trade sintomtica exclusiva,
muito raro. A associao de comorbidades, ou seja, outros transtornos clnicos,
ocorre entre 20 a 85% dos casos (VOELLER, 2004; POSSA, SAPNEMBERG e
GRARDIOLA, 2005). Essas comorbidades podem ser psiquitricas: TOD, TC,
Depresso, Transtorno Bipolar, Transtornos de Ansiedade, Transtorno ObsessivoCompulsivo e Transtorno de Tiques, ou pedaggicas, relacionadas aprendizagem
e linguagem. A associao das comorbidades dificulta o tratamento, a evoluo e
o prognstico (ROHDE et al., 1999).

18

A associao de TDAH com transtornos disruptivos da infncia (TOD e


TC) varia entre 35 a 65%: POSSA, SAPNEMBERG e GUARDIOLA (2005)
relatam prevalncia de 54,2 % em uma amostra escolar, e ROHDE et al. (1999),
47,8% em amostra comunitria. SOUZA et al. (2004), em amostras clnicas,
encontraram TOD em 39,1% e TC em 13,7% das crianas, em Porto Alegre, e no
Rio de Janeiro, uma prevalncia de 51,3% e 17,9%, respectivamente. POSSA,
SAPNEMBERG e GUARDIOLA (2005), em amostra escolar, encontraram
freqncia de 40% para TC e 14,2% de TOD, muito similar aos resultados do
estudo cooperativo realizado pelo Ministrio da Sade dos Estados Unidos (40% e
14%) (MTA Cooperative Group, 1999).
Outras associaes tambm so freqentes, como a Depresso (10 a 76%).
ROHDE et al. (1999) observaram uma prevalncia de 13,7% e BIEDERMAN et al.
(1995), de 76%, ndice muito elevado, no aceito por todos.
Transtorno de Ansiedade aparece em torno de 25 a 30%, abuso de lcool
em 10 a 30%, Transtorno de Tique de 3,5 a 17% e, menos freqentemente,
encontra-se Enurese e Transtorno Bipolar do Humor (BIEDERMAN, NEWCORN e
SPRICH, 1991; ROHDE et al., 1999).
Os Transtornos de Aprendizagem esto associados a TDAH em 10 a 92%
dos casos (SEMRUD-CLIKEMAN et al., 1992). Essa grande diferena deve-se,
principalmente, s diferenas metodolgicas na caracterizao dos Transtornos de
Aprendizagem. Alguns trabalhos relacionam dificuldade de aprendizagem com o
baixo rendimento escolar. Outros consideram transtorno qualquer dificuldade na
aquisio de leitura e escrita, como Dislexia. A associao dos distrbios de
linguagem ocorre em at 45% dos casos, com comprometimento da memria verbal
(TIROSH et al., 1998). Abrangem distrbios da fala, atraso na aquisio de
linguagem, disfunes da linguagem expressiva e receptiva e competncia da
comunicao. Dificuldade de leitura ocorre entre 15 e 50% dos casos (AUGUSTO e
GARFINKEL, 1990).
Alm dos sintomas comportamentais, anormalidades neurolgicas menores
inespecficas e alteraes especficas no exame neurolgico evolutivo (ENE) foram
descritas em associao com a sndrome. No ENE, a alterao mais significativa

19

encontrada nessas crianas o prejuzo na prova de persistncia motora


(GUARDIOLA, FUCHS e ROTTA, 2000). Outras dificuldades associadas so as
dificuldades na coordenao motora fina e ampla, dificuldade muito evidente nas
crianas da Educao Infantil (DENCKLA e RUDEL, 1978). Dificuldades na rea
de Matemtica ocorrem devido, principalmente, s dificuldades visoespaciais e
visomotoras, e ocorrem entre 24 a 60% dos casos (SEMRUD-CLIKEMAN et al.,
1992; MARSHALL et al., 1999).
A criana com TDAH e dificuldades no comportamento e/ou aprendizagem
sofre muita presso e cobrana do meio em que vive (famlia, professores e
colegas), o que gera problemas afetivos e emocionais. Essa situao leva a um
comprometimento social e funcional, propiciando criana uma excluso escolar.
Associa-se ao TDAH um maior ndice de reprovaes e expulses, com grande
prejuzo para o futuro desses alunos (ROHDE et al., 1999).
O consenso de que TDAH no uma entidade benigna. Nas crianas com
TDAH, o abandono da escola ocorre entre 32 a 40% dos casos, a discriminao por
colegas em 50 a 70%, o baixo rendimento escolar em 70 a 80% e participao de
atividades anti-sociais em 40 a 50%. Mais freqentemente que em outras crianas,
os indivduos com TDAH utilizam mais tabaco e outras drogas ilcitas quando no
tratados, experimentam atividades sexuais precocemente, sendo assim mais
suscetveis a doenas sexualmente transmissveis, e apresentam maior risco para
acidentes (CONSENSUS STATEMENT ON ADHD, 2002).

2.6 DIAGNSTICO
O diagnstico de TDAH clnico (SCHWARTZMAN, 2001; ROHDE et
al., 2003; ROTTA, 2006). No existe um marcador biolgico, seja neuroqumico,
gentico, neurofisiolgico, de imagem ou exame laboratorial que o confirme. A
avaliao inclui anamnese detalhada, exame fsico abrangente, avaliao funcional
do desenvolvimento, avaliao neuropsicolgica, exame neurolgico evolutivo,
critrios clnicos dos manuais de diagnstico, como o DSM-IV e a CID-10, e
aplicao de escalas de classificao e questionrios para pais e professores, como

20

SNAP-IV, Escalas de Conners, a EDAH e a Escala de TDAH de Benzick. A


associao de uma avaliao clnica informal com instrumentos formais a escolha
mais prtica e eficaz para o diagnstico de TDAH no consultrio do neuropediatra
(NASS, 2006).

2.6.1 Anamnese
A anamnese deve abranger os sinais precoces de alerta e fatores de risco
observados rotineiramente durante a vigilncia peditrica em consultas de
puericultura. Todas as causas pr, peri e ps-natal que estejam associadas a uma
leso cerebral podem contribuir para o risco de TDAH. Eventos de natureza
asfxica, desnutrio e prematuridade, principalmente quando associados
hemorragia peri-intraventricular, esto relacionados a atrasos do desenvolvimento
bem como a TDAH. Aps o perodo neonatal, traumatismos cranianos graves,
infeces do Sistema Nervoso Central (SNC), malformaes e outras afeces do
SNC podem ser fatores de risco. Doenas crnicas como cardiopatia congnita,
asma, anemia, enfermidades renais, tipos especficos de epilepsia, cefalias
crnicas, devem ser avaliadas nos distrbios de desenvolvimento. Deve-se salientar
as doenas respiratrias, como os processos alrgicos e a obstruo significativa das
vias areas superiores. Os medicamentos que produzem sedao ou agitao, como
descongestionantes, anti-histamnicos, fenobarbital ou carbamazepina, podem
influenciar o comportamento.
Deve-se considerar que crianas com dficits sensoriais (viso e audio),
Transtornos Especficos de Aprendizagem (Dislexia, Disortografia, Disgrafia) e
aquelas com crises de ausncias podem apresentar TDAH associado ou apenas
simular o quadro clnico. Dificuldades na coordenao motora, limitaes para
abotoar a roupa, amarrar sapatos e movimentos alternados rpidos, atraso no
desenvolvimento da linguagem e fala podem estar associados. Sintomas
neuropsiquitricos primrios ou secundrios, como ansiedade, depresso, baixa
auto-estima, sentimentos de rejeio, agressividade, comportamentos opositordesafiador e euforia, devem ser pesquisados.

21

2.6.2 Histria Familiar


Os antecedentes familiares de enfermidades neuropsiquitricas como a
Depresso, Transtorno Bipolar, Esquizofrenia, Transtornos Especficos da
Aprendizagem, dificuldades de aprendizagem em geral e TDAH devem ser
pesquisados entre parentes de primeira e segunda gerao, alm de conflitos
familiares com estrutura funcional inadequada. Os irmos se sentem rejeitados,
convivem em um ambiente mais tumultuado e chegam a sentir vergonha ou raiva do
comportamento do irmo. O estresse emocional decorrente dessas situaes,
associado a maus tratos fsicos ou psquicos na famlia ou na escola, deve ser
pesquisado, visando o diagnstico diferencial e a avaliao de sintomas
comrbidos.

2.6.3 Desenvolvimento Psicomotor (DPM)


A histria do TDAH pode comear muito precocemente, ainda no tero. A
agitao fetal pode ser muito intensa, principalmente no terceiro trimestre,
chegando a causar desconforto. No primeiro ano de vida, os lactentes so muito
irritveis, inquietos, exigentes, engatinham e deambulam precocemente. No perodo
da Educao Infantil, so crianas de risco devido aos acidentes. No param, tanto
no brincar, quanto nas atividades acadmicas, sobem nas cadeiras e no apresentam
noo de perigo. Outros so desatentos, vivem fora do ambiente, alheios s
atividades.
Geralmente, o DPM normal. Alguns marcos devem ser considerados
devido s comorbidades apresentadas. Assim, uma observao cuidadosa do
desenvolvimento da linguagem deve ser considerada no s para identificao de
dficit auditivo como de dificuldades especficas de fundo neurolgico. O
desenvolvimento motor fino e amplo deve ser considerado desde os primeiros
meses e anos de vida (DENCKLA e RUDEL, 1978). Os desenhos, as capacidades
manuais, a identificao de cores, figuras geomtricas e a identificao de figuras
devem ser avaliadas no perodo da Educao Infantil.

22

As dificuldades grafomotoras, como a escrita, que pode ser desleixada,


descoordenada, trmula e apressada, as trocas, aglutinaes, supresso de letras, a
incapacidade para identificar letras, palavras, frases e textos, devem ser observadas
a partir do Ensino Fundamental.
Os distrbios psiquitricos so comorbidades muito freqentes em qualquer
idade. Deve-se estar atento em relao aos distrbios de conduta, desobedincia,
comportamentos desafiantes, transtorno de ansiedade, assim como comportamentos
obsessivos-compulsivos e depresso. Muitos desses sintomas refletem um quadro
de TDAH no tratado (ACCARDO, 1999).

2.6.4 Padres do Sono


Os padres do sono so diferentes. As crianas com TDAH necessitam de
menos horas de sono, dormem pouco ou no dormem, deitam tarde, tm dificuldade
para despertar e, ao levantar da cama, levantam cansados. O sono muito agitado,
com constantes quedas da cama. Apesar da reduo de horas de sono, a maioria
mostra muita energia no dia seguinte (GRUBER, SADEH e RAVIV, 2000).

2.6.5 Exame Fsico


O
primeiros

desenvolvimento

pondero-estatural

anos

pode

de

vida,

indicar

atrasado,

principalmente

intercorrncias

intra-tero

nos
com

comprometimento das funes cerebrais, o que interfere na aprendizagem e causa


comportamento hiperativo e desatento. O baixo peso ao nascimento e a presena de
microcefalia podem estar associados a sndromes genticas, uso de lcool, infeces
e insuficincia placentria. Sintomas respiratrios, cardacos, gstricos e
comprometimento geral podem estar associados a enfermidades crnicas.
Os sintomas dismrficos so importantes para a identificao de sndromes
genticas ou metablicas consideradas no diagnstico diferencial de crianas que
apresentam dficit de ateno e hiperatividade. O diagnstico da sndrome gentica

23

no tem muito impacto no tratamento do TDAH. O tratamento e orientao quanto


a esses sintomas independem da etiologia. A importncia da identificao das
sndromes se refere ao aconselhamento e identificao de anormalidades fsicas e do
desenvolvimento, para os quais podem ser indicados tratamentos especficos.

2.6.6 Exame Neurolgico


Deve-se realizar o exame neurolgico tradicional para afastar enfermidades
neurolgicas. O enfoque maior visa provas que estudam a ateno, memria,
raciocnio lgico, nvel de inteligncia, capacidade de abstrao e anlise. Vrios
enfoques neurolgicos so descritos para a avaliao do TDAH (REBOLLO, 1971;
LEFVRE, 1972; ROTTA, 1975). As funes relacionadas ao processamento
auditivo e visual central so importantes na identificao dos processos especficos
de aprendizagem (COOK et al., 1993; ROHDE et al., 2003).
WENDER (1974) descreveu os chamados sinais brandos ou sutis
diferenciando-os dos sinais definidos da neurologia clssica como paresias e
paralisias, anestesia e alteraes dos reflexos. Geralmente envolvem a coordenao
motora e so encontrados em mais de 50% das crianas encaminhadas consulta
psiquitrica.
Os dados provenientes do exame neurolgico evolutivo (ENE), permitem
avaliar principalmente a habilidade motora (exame de coordenao apendicular de
tronco e membros), equilbrio esttico e dinmico alm da noo de esquema
corporal (noo de direita e esquerda no prprio corpo, no examinador e no espao)
(ROTTA, 2006). Nas crianas com TDAH, a prova de persistncia motora est
freqentemente alterada (GUARDIOLA, FUCHS e ROTTA 2000). Estes autores
enfatizam os critrios neuropsicolgicos, que envolvem sintomas comportamentais
(hiperatividade, dificuldade na concentrao, temperamento explosivo, sentimento
de rejeio, perturba outras crianas, mexe em objetos, interfere na atividade de
outras crianas), anormalidades do exame neurolgico (alterao do tnus,
coordenao motora pobre), dificuldade de aprendizagem, ENE discrepante
(equilbrio esttico, coordenao apendicular, sensibilidade e gnosias, persistncia

24

motora) e alteraes em subtestes do Wechsler Intelligence Scale for Children


(WISC) como nmeros, completar figuras e cdigos.

2.6.7 Exames Complementares


De forma rotineira, no h indicao de nenhum exame sorolgico,
neurofisiolgico,

radiolgico

ou

qualquer

outro

exame

laboratorial.

eletroencefalograma (EEG) indicado nos casos em que existe suspeita de crises


epilpticas, principalmente de ausncia. Estudos controlados demonstraram um
aumento das ondas lentas em viglia (CHABOT e SERFONTEIN, 1996). Embora
esses achados tenham sido bem definidos, no houve confirmao de um padro
eletroencefalogrfico que diferenciasse crianas com ou sem TDAH (CLARKE et
al., 2001). ROTTA (2006) recomenda o EEG com o objetivo de afastar a presena
de

atividade

epilptica,

que pode

sofrer

modificaes

com

medicao

psicoestimulante e antidepressiva, que diminuem o limiar convulsivo.


O estudo de mapeamento cerebral e EEG quantitativo s indicado em
grupos de estudos especficos. A neuroimagem indicada nos casos com suspeita
de leso cerebral, e, na maioria das vezes, s realizada em pesquisas. Os estudos
com Tomografia Axial Computadorizada e Ressonncia Magntica de crnio
demonstram

reas

de

menor

volume

do

hemisfrio

cerebral

direito,

predominantemente no crtex frontal, no cerebelo e em estruturas subcorticais,


principalmente no ncleo caudado (FARR, NARBONA e EDA, 2001;
VOELLER, 2004; BIEDERMAN e FARAONE, 2005). Os estudos funcionais
correlacionam-se com os achados morfomtricos e mostram anormalidades
consistentes nos sistemas fronto-subcorticais (circuitos interligando o lobo frontal
com o ncleo caudado, putmem, globo plido e tlamo), com maior
comprometimento do hemisfrio direito (VOELLER, 2004). Diferentes tcnicas so
utilizadas: Tomografia por Emisso de Ftons (SPECT), Tomografia por Emisso
de Psitrons (PET-SCAN) e Ressonncia Magntica Funcional (RMF). Essas
tcnicas permitem o estudo das funes cerebrais durante tarefas ou atividades
comportamentais especficas. Por exemplo, um estudo com RMF em crianas

25

mostrou atraso no desenvolvimento dos circuitos fronto-estriatais (DURSTON et


al., 2003), enquanto outro mostrou uma maior ativao dessas reas aps o uso de
estimulantes, como o metilfenidato (VAIDYA, AUSTIN e KIRKORIAN, 1998).
Estudos com o SPECT mostram diminuio de atividade do lobo temporal e
cerebelo, provando a integrao dessas reas com os circuitos fronto-subcorticais
(GUSTAFSSON et al., 2000).

2.6.8 Avaliao Gentica e Metablica


Vrios locais gnicos para TDAH foram identificados como marcadores de
TDAH. Os marcadores so genes envolvidos na regulao dos neurotransmissores,
principalmente aqueles relacionados ao sistema dopaminrgico. Porm, devido
variabilidade desses stios genticos, no existe uma triagem gentica clnica de
rotina. A indicao de realizar estudos cromossmicos ou com gentica molecular
deve-se basear na presena de achados clnicos, uma histria familiar ou outros
fatores de risco para enfermidades genticas especficas, como, por exemplo,
Sndrome de Williams, Sndrome do X Frgil, Sndrome de Turner ou
Neurofibromatose (ACCARDO, 1999).

2.6.9 Testes Psicolgicos


Em relao testagem psicolgica, a avaliao emocional muito
importante.

Escalas

que

avaliam

stress

infantil,

comportamentos

obsessivos/compulsivos, sintomas depressivos e de ansiedade so muito


importantes. Deve-se ressaltar o teste de WISC, utilizado na verso III, j traduzida
para o Portugus. Alguns subtestes, como nmeros, completar figuras e cdigos,
avaliam ateno e concentrao, e podem ajudar no diagnstico de TDAH
(GUARDIOLA, FUCHS e ROTTA, 2000). Outra funo importante do WISC a
capacidade de descartar o diagnstico de Deficincia Mental (REBOLLO, 1971).
Outros testes neuropsicolgicos, como por exemplo, o Wiscosin Card Sorting Test,

26

o Continuous Performance Test e o Stroop Test so mais utilizados no ambiente de


pesquisa do que na avaliao clnica. O TAVIS-2R um teste computadorizado de
avaliao da ateno j normatizado no Brasil. Esses testes tm pouca sensibilidade
no diagnstico, mas so muitos teis na avaliao do funcionamento cerebral
(ROHDE e MATTOS, 2003).
GUARDIOLA,

FUCHS

ROTTA

(2000)

estudaram

critrios

neuropsicolgicos para o diagnstico de TDAH, baseado em sintomas clnicos,


alteraes em provas de exame neurolgico evolutivo e em subtestes do WISC
(nmeros, completar figuras e cdigo). Utilizando esse critrio em uma populao
de crianas com TDAH, encontraram a prevalncia de 3,5 a 3,9%, nmero
compatvel com a literatura.
2.6.10 Critrios Diagnsticos Clnicos
Como j salientado, o diagnstico do TDAH fundamentalmente clnico,
baseado em critrios claros e bem definidos. Segundo a Academia Americana de
Pediatria, as seguintes recomendaes devem ser seguidas no diagnstico
(AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS, 2000):
1- O mdico deve ser o responsvel pela avaliao, diagnstico e
tratamento de crianas com TDAH. No entanto, atualmente recomenda-se que esse
trabalho seja feito por equipe multidisciplinar, que envolva profissionais de
diferentes reas como a psicologia, pedagogia, psicopedagogia, terapia ocupacional
etc.
2- Os critrios do DSM-IV devem ser utilizados para o diagnstico dessa
entidade clnica (tabela 1);
3- A avaliao deve incluir informaes obtidas dos pais ou responsveis.
Essas informaes devem incluir a idade de incio dos sintomas, sua durao e o
grau de comprometimento funcional;

27

4- A avaliao deve incluir informaes obtidas a partir do professor da sala


de aula, salientando a gravidade dos sintomas e o grau de prejuzo nas diferentes
atividades;
5- Condies clnicas associadas devem ser avaliadas;
6- Exames laboratoriais no so indicados de rotina para se estabelecer o
diagnstico.
O diagnstico de TDAH deve ser suspeitado em todo paciente que
apresente sintomas de dficit de ateno e/ou hiperatividade/impulsividade de tal
gravidade que seja discordante da populao normal em idade correspondente, e
que interfira no desenvolvimento social ou acadmico da criana. Deve-se ficar
atento para a dificuldade de estabelecer um padro de normalidade nesta rea.
TDAH uma entidade clnica dimensional, em que as caractersticas diagnsticas
se situam alm dos limites da normalidade de uma curva de Gals.
Vrias escalas de avaliao so utilizadas para o diagnstico, como o DSMIV (tabela 1), a CID 10, CBCL e o Questionrio de Conners para pais e professores.
O DSM-IV , de longe, o mais prtico, o mais utilizado e o mais estudado sistema
de diagnstico. Vrias pesquisas com amostras populacionais clnicas (HART, et
al., 1995; WOLRAICH et al., 1996) definiram, atravs de consistncia interna e
anlise fatorial, a validade discriminatria populacional deste mtodo.
Segundo o DSM-IV, o diagnstico de TDAH requer os seguintes critrios:
1- Presena de seis sintomas de dficit de ateno ou seis sintomas de
hiperatividade/impulsividade que persistem, no mnimo, por seis meses em grau
incompatvel com o nvel de desenvolvimento;
2- Sintomas que tenham incio antes dos 7 anos de idade;
3- Presena de comprometimento, em dois ou mais ambientes (por
exemplo: escola ou trabalho e lar);
4- Comprometimento clinicamente significativo nas esferas social,
acadmica ou ocupacional;

28

5- Sintomas no decorrentes de distrbio difuso do desenvolvimento, como


esquizofrenia, psicose, deficincia mental ou outro distrbio mental.
Assim, o DSM-IV, que foi construdo a partir de um banco de sintomas,
envolve uma graduao da intensidade dos sintomas, comprometimento em relao
ao nvel de desenvolvimento e diagnstico diferencial.
A tabela 1 contm a descrio dos critrios do DSM-IV.
TABELA 1 - CRITRIOS DO DSM-IV PARA DIAGNSTICO DE TDAH
A - Deve-se satisfazer 1 ou 2 (ou ambos):
1 Seis ou mais dos seguintes sintomas de dficit de ateno persistentes pelo menos por
6 meses em intensidade mal-adaptativa e incompatvel com o nvel de desenvolvimento
da criana:
DFICIT DE ATENO:
a) No presta ateno a detalhes ou comete erros por descuido nas tarefas escolares,
trabalho ou outras atividades;
b) Tem dificuldade em manter a ateno em tarefas ou brincadeiras;
c) Parece no escutar quando lhe falam diretamente;
d) No segue instrues e no termina tarefas escolares, atribuies domsticas, ou
deveres no trabalho (que no seja devido a comportamento desafiador ou
incapacidade de entender as instrues);
e) Tem dificuldades em organizar tarefas e atividades;
f) Evita ou reluta em comear tarefas que exigem esforo mental (tais como tarefas
escolares e domsticas);
g) Perde objetos necessrios para as tarefas e atividades, tais como brinquedos, lpis,
livros ou ferramentas;
h) Distrai-se facilmente;
i) esquecido em atividades dirias
2 - Seis ou mais dos seguintes sintomas de hiperatividade e impulsividade persistentes
por pelo menos 6 meses, em intensidade mal-adaptativa e incompatvel com o nvel de
desenvolvimento da criana.
HIPERATIVIDADE:
a) Agita as mos ou os ps ou se remexe na cadeira ou carteira;
b) Sai do seu lugar na sala de aula ou outras situaes nas quais se espera que
permanea sentado;
continua

29
continuao
TABELA 1 - CRITRIOS DO DSM-IV PARA DIAGNSTICO DE TDAH
HIPERATIVIDADE:
d) Tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer;
e) Est sempre em movimento, ou age como se estivesse ligado a um motorzinho ou,
a mil ou a todo vapor;
f) Fala em excesso.
IMPULSIVIDADE:
a) D respostas precipitadas antes das perguntas terem sido completadas;
b) Tem dificuldade para esperar sua vez em jogos ou situaes de grupo;
c) Interrompe ou se intromete nas atividades dos outros (intromete-se em conversas
ou brincadeiras).
CRITRIOS ADICIONAIS:
a) Os sintomas devem estar presentes (no necessariamente diagnosticados) antes
dos 7 anos de idade;
b) Persistncia: o comprometimento tem de persistir por pelo menos seis meses;
c) Comprometimento pelos sintomas presente em dois ou mais ambientes (por
exemplo, escola, situaes sociais, casa ou trabalho em caso de adultos);
d) Freqncia e gravidade: o dficit de ateno e/ou a hiperatividade/impulsividade
deve ter um carter acentuado quando comparadas s de pessoas da mesma
idade;
e) Deve haver evidncias claras de comprometimento clinicamente significativo da
funo social, acadmica ou ocupacional;
f) Os sintomas no ocorrem exclusivamente durante o curso do Transtorno
Invasivo do Desenvolvimento, e Esquizofrenia ou outro Transtorno Psictico, e
no so mais bem explicados por outra afeco mental (Transtorno do Humor,
Transtorno de Ansiedade, Transtorno de Personalidade).
TIPOS
a) Predominantemente desatento: 6 ou mais sintomas de A1 e alguns sintomas
de A2.
b) Predominantemente hiperativo/impulsivo: 6 ou mais sintomas de A2 e alguns
sintomas de A1.
c) Tipo combinado: 6 ou mais sintomas de A1 e A2

O subtipo com predomnio de sintomas de dficit de ateno mais


freqente no gnero feminino e parece apresentar, conjuntamente com o subtipo
combinado, uma taxa mais elevada de prejuzo acadmico. O tipo combinado
apresenta um maior prejuzo no funcionamento global, quando comparado aos dois

30

outros grupos. As crianas com TDAH/HI so, por outro lado, mais agressivas e
impulsivas do que as dos outros dois tipos, e apresentam taxas mais altas de
Transtorno de Conduta. Em contraste, as crianas no hiperativas parecem
apresentar taxas mais elevadas de ansiedade e depresso. Embora os tipos no
paream apresentar diferenas importantes em termos de disfuno social, as
crianas hiperativas tendem a apresentar altas taxas de rejeio pelos colegas e de
impopularidade. As crianas desatentas, por sua vez, mostram um isolamento social
mais acentuado. As crianas hiperativas tendem a apresentar problemas motores
finos e anormalidades neurolgicas, as desatentas apresentam mais problemas de
aprendizado. Em relao ao subtipo TDAH/HI, h controvrsia em relao sua
existncia. Discute-se a sua real existncia ou se ele um subproduto da estrutura
do DSM-IV, devido necessidade de encaixar-se em uma lista de sintomas. Muitos
consideram o TDAH/HI como uma verso mais nova do TDAH/C, j que foi
baseado em um grupo de crianas com mdia de 4 a 5 anos de idade. Nessa idade,
difcil dizer se uma criana desatenta, portanto, muitas delas no se encaixariam
em seis ou mais itens da lista de dficit de ateno.
Algumas consideraes devem ser salientadas em relao ao DSM-IV:
 idade: relatos mostram que o critrio de que os sintomas devem se iniciar
somente antes dos sete anos de idade deve ser estendido durante toda a
idade escolar (BARKLEY et al., 2002). O critrio do DSM-IV para
definir essa idade baseou-se mais em opinies dos especialistas do que
em pesquisas clnicas (HART et al., 1995). Um estudo com 380 crianas
que preenchiam o critrio A do DSM-IV associado a prejuzo acadmico
ou social antes dos sete anos de idade implicou em menor prevalncia de
TDAH (APPLEGATE et al., 1997).
 nmero

de

sintomas

de

dficit

de

ateno

de

hiperatividade/impulsividade: Alguns estudos com adolescentes e


adultos tm sugerido que o ponto de corte para o diagnstico seja
rebaixado para 5 ou menos sintomas em adolescentes e adultos. O mais
importante o grau de prejuzo. Foi demonstrado que, mesmo com

31

menos sintomas, mantinha-se o prejuzo de funcionamento (SHAFFER,


1994; FERGUSSON e HORWOOD, 1995; MURPHY, 1996). Com a
idade, existe um ajustamento ou adaptao a esses sintomas e muitos
indivduos hiperativos se tornam predominantemente desatentos (HART
et al., 1995; BARKLEY et al., 2002).
 avaliaes em locais diferentes e informantes variados: a criana deve
ser avaliada a partir de informaes dos pais, dos professores ou de outras
pessoas que a atendem em pelo menos dois locais diferentes. Os pais
tendem a subvalorizar os sintomas, embora, na maioria dos estudos haja
concordncia das suas opinies com os sintomas clnicos. (SCAHILL et
al., 1999). Os pais tendem a subinformar e os professores a
superinformar,

principalmente

na

presena

de

comorbidades

(WOLRAICH et al., 1996).


Algumas variveis devem ser consideradas, como o interesse dos
professores em no passar todas as informaes devido preocupao de perder o
aluno da escola e, tambm, para evitar um possvel tratamento medicamentoso. Os
pais, por seu lado, tm um sentimento de culpa ou no querem aceitar que seu filho
apresente um problema de sade. Os professores ainda so informantes muito teis,
principalmente no Ensino Fundamental, sobretudo nas primeiras quatro sries, onde
h a presena de um nico professor. Quanto ao adolescente, principalmente no
Ensino Mdio, o professor desconhece o aluno devido ao grande nmero de
estudantes por sala de aula, alm do grande nmero dos prprios professores
(HARTMAN et al., 2001). Devemos ressaltar que, na avaliao em situao de
consultrio do mdico, psiclogo, pedagogo ou outro profissional que atenda
individualmente, os sintomas de TDAH podem no ser evidentes. Assim, quando
pressionada, ou quando o estmulo novo, por exemplo, no incio das aulas, ou
muito excitante, como um jogo de computador, de futebol ou um filme, a criana
demonstra ateno, concentrao e at diminuio dos movimentos. Os sintomas s
aparecem quando h necessidade de um esforo mental, como ler um livro ou fazer
tarefas.

32

Outros instrumentos de avaliao, as escalas de classificao e os


questionrios direcionados aos pais ou cuidadores e professores, so muito teis.
So questionrios que podem avaliar de forma qualitativa e/ou quantitativa a
intensidade dos sintomas e o grau de comprometimento funcional. Essas escalas
demonstram alta sensibilidade (SE) e especificidade (ESP) (GIANARRIS,
GOLDEN e GREENEM, 2001). Deve-se levar em conta que as respostas so
subjetivas e que podem ocorrer bias. Os resultados podem ser falsos e sua
valorizao deve ser feita dentro de um contexto geral na avaliao da criana.
As informaes do professor de sala de aula, que permanece longo tempo
do dia com o aluno, so de grande importncia. Alm do comportamento
caracterstico do TDAH, a intensidade dos sintomas, o comprometimento
acadmico e as condies clnicas associadas podem ser observados pelos
professores. As informaes podem ser obtidas atravs de relatos verbais, laudos
escritos e questionrios ou escalas especficas direcionadas aos educadores. As
escalas existentes tm grande sensibilidade e especificidade em estudos
populacionais, diferenciando crianas com ou sem TDAH (COLLETT, OHAN e
MYERS, 2003).
 intensidade dos sintomas: A avaliao muito subjetiva quando se
utiliza uma afirmao freqentemente. A interpretao pode ser dbia
entre os pais e professores. Uma avaliao da intensidade em graus com
trs variveis (ausente, ocasionalmente, freqentemente), ou quatro
(nunca, s vezes, freqentemente, sempre) ou ainda em cinco opes
(nunca, poucas vezes, ocasionalmente, muitas vezes e sempre) permite
uma melhor percepo do prejuzo que o quadro est causando. Tambm
evita uma maior subjetividade na avaliao dos sintomas. Estudos
utilizando apenas os critrios originais do DSM-IV, sem considerar o
prejuzo acadmico ou social ou a exigncia da ocorrncia em dois locais
diferentes, mostram alta prevalncia de TDAH. Com essa restrio, h
maior confiabilidade na identificao dos sintomas (AMERICAN
PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 1994).

33

 presena de comorbidades: como j foi salientado anteriormente, o


quadro puro de TDAH muito raro. Assim, todos devem estar atentos
s comorbidades, tanto psiquitricas como pedaggicas. Na avaliao das
comorbidades psiquitricas, alguns instrumentos j esto normatizados na
Lngua Portuguesa e podem ser utilizados, como o K-SADS-E
(MERCADANTE et al., 1995) e o CBCL (ACHENBACH, 1991;
BORDIN e CAEIRO, 1995; SHAFFER et al., 1996; HARTMAN et al.,
2001).
O prprio DSM-IV pode ser utilizado como um instrumento para identificar
as comorbidades psiquitricas e pedaggicas. Em relao avaliao pedaggica,
tcnicas especficas que avaliam a leitura, a escrita e dificuldades Matemticas
podem ser utilizadas. A informao da escola em relao ao rendimento da leitura,
ditado, cpia, produo e interpretao de textos, raciocnio lgico da Matemtica e
interpretao dos problemas muito til na avaliao do paciente.
O DSM-IV exige tambm um conhecimento de diagnsticos psiquitricos
diferenciais muito especializados, longe do conhecimento do mdico clnico ou
pediatra em geral (FURMAN, 2005). Em um estudo com pediatras, s 25,8% deles
referiram a utilizao de todos os itens exigidos para o diagnstico de TDAH e
apenas 53% seguiam os pacientes em uso de estimulantes quatro vezes por ano
(RUSHTON, FANT e CLARK, 2004).
Apesar dessas dificuldades, o uso do DSM-IV, como critrio diagnstico,
tem-se mostrado muito til em vrias pesquisas clnicas e em avaliaes
epidemiolgicas e ambulatoriais (WOLRAICH et al., 1996; HUDZIAK et al., 1998;
MACLEOD et al., 1999; ROHDE et al., 1999).
Nos estudos clnicos, podem ser utilizados vrios modelos de anlise
estrutural, com duas dimenses (dficit de ateno ou hiperatividade/impulsividade)
ou trs dimenses (dficit de ateno, hiperatividade, impulsividade) (COLLETT,
OHAN e MYERS, 2003). No presente estudo, foi realizada a anlise, utilizando-se
as duas dimenses que tm se mostrado mais parcimoniosas e j apresentaram
validade de constructo em vrios estudos em diferentes pases, avaliando o

34

questionrio direcionado a pais e professores (DUPAUL et al., 1998, 1998b;


HUDZIAK et al., 1998; ROHDE et al., 1999; PINEDA et al., 1999; COLLETT,
OHAN e MYERS, 2003; PELHAM JNIOR, FABINO e MASSETTI, 2005;
BURNS et al., 2001; WOLRAICH et al., 2003; AMADOR, 2005).
Concluindo, o diagnstico mdico clnico e abrange uma anamnese e
exame clnico detalhados, informaes dos familiares, da escola e da prpria
criana. Muitos instrumentos e escalas podem ser teis para identificao dos
pacientes que apresentam os sintomas de TDAH. Avaliao psicolgica,
neuropsicolgica,

pedaggica

psicopedaggica

so

essenciais

para

complementarem o diagnstico.

2.7 ESCALAS DE CLASSIFICAO


As escalas de classificao so desenvolvidas com o intuito de ajudar o
clnico a entender os pacientes de forma mais abrangente. As informaes prestadas
pelos pais, familiares e professores permitem um diagnstico das dificuldades em
diferentes ambientes. Deve-se entender que as informaes obtidas atravs de
questionrios no so observaes subjetivas, pois a construo desses
questionrios obedece metodologia cientfica dentro do rigor observado nos
exames laboratoriais. So formados a partir de grande nmero de itens, selecionados
para desenvolver um grupo menor e de fcil aplicabilidade para descrever o
paciente. Partem de sinais, sintomas, comportamentos e caractersticas clnicas
relevantes e importantes dos indivduos que apresentam determinada enfermidade
clnica, aqui, o TDAH. Os questionrios constituem importantes e eficientes
instrumentos para o diagnstico de TDAH, mas no devem ser usados isolados para
o diagnstico (NASS, 2006).
A seleo dos itens deve-se basear na experincia clnica e ser coletada a
partir das queixas dos pais, cuidadores, professores e dos prprios pacientes que
atendem aos ambulatrios. O vocabulrio dos itens deve, dentro do possvel, seguir
as palavras dos pais e professores. Deve ser o mais simples e claro possvel. Esses

35

itens devem ser capazes de representar as informaes importantes sobre a entidade


clnica pesquisada (PASQUALI, 1998; NASS, 2006).
Uma das maiores crticas s escalas refere-se ao fato de no serem um
mtodo cientfico. Talvez uma vantagem seja a de permitir avaliar as queixas dentro
de um contexto mais global, analisando as relaes e dificuldades da criana como
um todo. Anlise pormenorizada das queixas atravs de testes especializados,
aparelhos ou avaliaes de um observador treinado, avalia apenas a tarefa e a
situao do momento, no o todo. A opinio dos pais ou dos professores,
comparando o comportamento dentro da faixa etria da criana e em relao aos
colegas ou irmos, pode ser muito mais ou igualmente til que o uso de testes
especficos e dispendiosos, que exigem equipamentos especiais e muito tempo para
treinar tcnicos especializados. BARKLEY et al. (2002) afirmam que muitos testes
ou medidas objetivas tm pouca utilidade adicional alm dos dados obtidos por
entrevistas com pais e professores e vrias escalas que medem o comportamento
infantil.
Uma escala de classificao deve conter itens que meam aspectos
relevantes, ocorram com freqncia suficiente para serem significativos, formem
padres de comportamento coerentes, internamente consistentes e possam ser
usados de maneira confivel ao longo do tempo. Na construo das escalas, esses
itens devem se correlacionar entre si e no se correlacionar com outros conjuntos de
itens. Os grupos so formados a partir de anlise fatorial. Os fatores referem-se a
sinais e sintomas que, agrupados, identificam determinadas sndromes para os
clnicos. Assim, por exemplo, podemos definir um conjunto de sintomas para dficit
de ateno, hiperatividade/impulsividade, problemas emocionais e transtorno do
humor.
Os itens podem ser mensurados a partir de valores individuais para cada
fator relacionado freqncia. Considera-se desde a ausncia dos sintomas at a
ocorrncia em 100% dos casos. Existem escalas que utilizam trs graduaes
(nunca, s vezes ou sempre/freqente) ou quatro graduaes (nunca, s vezes,
freqentemente ou sempre) ou mais que quatro. Essa forma de avaliar a gravidade
dos sintomas considerada muito vaga e subjetiva por muitos pesquisadores.

36

Recomendam avaliao de freqncia medindo a ocorrncia dos sintomas em um


tempo de intervalo especfico (SCHWARZ, 1999; BURNS et al., 2001). Uma
escala de sete itens proposta: 1- o comportamento no ocorreu nos ltimos seis
meses; 2- o comportamento ocorreu uma vez nos ltimos seis meses; 3- o
comportamento ocorreu duas vezes nos ltimos seis meses; 4- o comportamento
ocorreu uma vez por ms nos ltimos seis meses; 5- o comportamento ocorreu uma
vez por semana nos ltimos seis meses; 6- o comportamento ocorreu uma vez ao dia
nos ltimos seis meses e 7- o comportamento ocorreu mais que uma vez ao dia nos
ltimos seis meses (SCHWARZ, 1999; BURNS et al., 2001).
As escalas no devem ser to longas, a ponto de dificultar e causar cansao
no seu preenchimento, e nem to curtas que no possam ser confiveis. Um nmero
de 20 itens quantidade suficiente e adequada, segundo vrios estudos
(PASQUALI, 1998). Uma escala mais sucinta permite uma melhor participao e
cooperao dos professores e familiares, principalmente na sua reaplicao. Escalas
longas causam irritao devido ao tempo gasto em seu preenchimento, com
conseqente diminuio do ndice de confiabilidade. Escalas mais curtas so
adequadas para triagem e para avaliaes subseqentes que avaliem evoluo dos
sintomas e respostas a um eventual tratamento. A escala resumida consiste no
menor nmero de itens capazes de representar uma dimenso especfica. Ela deve
ser homognea, ou seja, os itens estarem correlacionados uns aos outros, e cada um
com o escore total. Essa anlise de consistncia pode ser medida pelo alfa de
Cronbach (CRONBACH e WARRINGTON, 1951).
As escalas, aps anlise da pontuao, permitem direcionamento para
determinados quadros clnicos, que exigiro avaliaes especializadas, com a
utilizao de outros instrumentos especficos ou outros especialistas, como
fonoaudilogos, pedagogos, psicopedagogos e psiclogos.
Alm da anlise dos sintomas, separados em grupo de escore elevado,
outras questes devem ser consideradas no TDAH. A primeira refere-se existncia
ou no de prejuzo acadmico ou comportamental. A segunda ocorrncia do
comportamento em vrios domnios, como o lar, a escola e no relacionamento

37

intrapessoal e interpessoal do grupo social (PELHAM JNIOR, FABINO e


MASSETTI, 2005).
As escalas no so teis apenas para a triagem inicial, mas tambm para
monitorizao do tratamento no domiclio ou na escola, facilitando a avaliao
clnica e o acompanhamento pelos pais e professores (COLLETT, OHAN e
MYERS, 2003; PELHAM JNIOR, FABINO e MASSETTI, 2005).
As escalas de classificao no substituem a anamnese dirigida, a
experincia e a avaliao clnica. Devem ser consideradas como recursos
coadjuvantes teis para o processo de diagnstico e tratamento. Na constituio de
uma escala, uma anlise psicomtrica deve ser realizada. Anlise fatorial ou testes
similares devem ser realizados para identificao e criao de pequeno nmero de
variveis que permita discriminar um grupo de sintomas homogneos (ARTES,
1998). A confiabilidade deve ser estimada atravs de vrias medidas, sendo o
coeficiente de Kappa (COEF.) o mais utilizado (GROVE et al., 1981).
A seguir, a escala deve ser validada a partir de trs aspectos: contedo,
critrio e construo (MENEZES, 1998). So avaliados o valor preditivo positivo
(VPP), o negativo (VPN), a taxa de falsos positivos (FP) e falsos negativos (FN), a
acurcia (AC), a SE e a ESP. A SE se refere intensidade com que o teste detecta
os casos reais, enquanto a ESP indica o grau de acerto na diferenciao e
identificao dos casos. Os resultados FP referem-se ao percentual de pessoas
diagnosticadas incorretamente, enquanto os FN, s pessoas que deixam de ser
diagnosticadas. O VPP indica o desempenho do teste para predizer a presena do
distrbio e o VPN indica o desempenho do teste para predizer sua ausncia. O
Kappa uma medida global do grau de associao entre os resultados dos testes
preditos e obtidos, levando em conta a taxa esperada pelo simples acaso. Com esses
cuidados, as escalas de classificao bem elaboradas constituem-se em instrumento
auxiliar muito til para o processo diagnstico de muitas enfermidades, incluindo o
TDAH. Seus maiores benefcios se referem ao custo baixo e grande amplitude
epidemiolgica, permitindo o estudo de grandes populaes.
As maiores crticas ao uso de listas de sintomas, escalas de classificao e
questionrios esto relacionadas ao fato de que so utilizadas como instrumentos

38

diagnsticos. Em relao ao TDAH, os autores reforam que desateno,


hiperatividade e impulsividade so apenas sintomas de um problema que envolve
a necessidade de avaliao educacional, psicolgica, neurolgica ou psiquitrica
mais profunda (WEINBERG e BRUMBACK, 1992; FURMAN, 2005). Uma
recente reviso afirma que as escalas de classificao podem ser confiveis,
validadas e medir sintomas de TDAH em crianas e adolescentes, porm, os
mtodos estticos para o desenvolvimento de muitas escalas so extremamente
duvidosos (COLLETT, OHAN e MYERS, 2003). Muitas das escalas utilizadas,
incluindo o SNAP-IV, no foram avaliadas adequadamente atravs de testes de
confiabilidade e validade. Aliada a essas deficincias, a concordncia entre
informantes como professores e pais, ou entre os prprios professores, muito
baixa, dificultando o diagnstico definitivo (FURMAN, 2005; NASS, 2006).
Pesquisas mostram que muitas crianas diagnosticadas com TDAH, e que
utilizam medicao estimulante, na verdade, apresentam sintomas decorrentes de
problemas emocionais graves, principalmente familiares: violncia domstica,
depresso, abuso sexual, pais enfermos e cuidadores agressivos (ZITO et al., 2000).
Estes excessos alertam para o cuidado no diagnstico de sintomas.
Crticas so feitas Academia Americana de Pediatria, que recomenda o
uso de escalas na medicina primria para identificar crianas com TDAH. A grande
dvida se o pediatra ou o mdico de famlia tm formao acadmica e
treinamento para realizar esse diagnstico, que envolve questes educacionais e
comportamentais profundas, j que o TDAH, na maioria das vezes, associado a
comorbidades (FURMAN, 2005).

2.7.1 Principais Escalas de Classificao Baseadas no DSM-IV

As escalas de classificao documentam sintomas especficos referentes ao


TDAH a partir de informantes adultos como professores, pais e cuidadores que
observam sintomas do comportamento externalizados. Outras escalas direcionadas
ao prprio indivduo, principalmente adolescentes, avaliam sintomas internalizados

39

(COLLETT, OHAN e MYERS, 2003). Como referido acima, as escalas tm como


objetivo avaliar os comportamentos em diferentes ambientes, principalmente o
desenvolvimento acadmico na escola (informaes a partir dos professores) e no
lar (informaes dos pais), nas diferentes idades (pr-escolares, escolares e
adolescentes), no gnero e nas classes sociais. As escalas mais utilizadas so
baseadas nos conceitos do DSM-IV, com raras excees (COLLETT, OHAN e
MYERS, 2003; PELHAM JNIOR, FABIANO e MASSETTI, 2005).
Aqui sero revisadas as escalas mais citadas na literatura, enfatizando seu
formato, os estudos referentes a elas e suas propriedades psicomtricas,
principalmente o nvel de confiabilidade e validade. Para essa anlise, foi utilizada a
graduao para os ndices de confiabilidade de acordo com o publicado por
ANDREWS: excelente > 0,90; bom= 0,80 a 0,90; moderado= 0,50 a 0,70; baixo=
0,30 a 0,50 e fraco < 0,30 (ANDREWS et al., 1993). Porm, a magnitude dos
coeficientes de confiabilidade nem sempre so altos e aceitveis. Por exemplo, para
a consistncia interna, so esperados ndices em torno de 0,80; para confiabilidade
entre diferentes informantes, porm, ndices de 0,30 no so incomuns e no so
considerados proibitivos. Abaixo, esto relacionadas as principais escalas de
classificao especficas para TDAH baseadas no DSM-IV:

2.7.1.1 Escala de Conners revisada (CRS-R) (CONNERS, 1999)

Essa escala avaliava, inicialmente, comportamentos diferentes, como


transtornos alimentares, distrbio do sono e relao social entre crianas. A escala
revisada, incluindo itens especficos do DSM-IV para TDAH e comorbidades, foi
normatizada para diferentes idades e gneros. Uma reviso crtica foi realizada por
GIANARRIS, GOLDEN e GREENEM (2001). Uma escala para pais (80 itens),
outra para professores (59 itens), com uma verso abreviada para cada um dos
grupos (27 e 28 itens). Uma verso ampla e abreviada utilizada para adolescentes.
J foi traduzida para o francs. A consistncia interna moderada a excelente em
todas as subescalas (0,72 a 0,74). Como em outras escalas, a concordncia entre

40

pais e professores baixa (0,12 a 0,50). O teste-reteste, realizado aps 6 a 8


semanas, demonstra ser fraco a moderado para os pais e excelente para os
professores. Na validao, o questionrio dos pais mostrou excelente SE e ESP;
ESP excelente e SE moderada para os professores; e para os adolescentes, ESP e SE
boas (CONNERS, 1998). Essa escala tem sido usada para pesquisa e aplicao
clnica, como por exemplo, na validao de outras escalas, na comparao entre
comportamentos de meninos e meninas, no estudo de genes e seguimento de
tratamento, como uso de metilfenidato ou atomoxetina (COLLETT, OHAN e
MYERS, 2003).

2.7.1.2 Questionrio de Swanson, Nolan e Pelham-IV - (SNAP-IV) (SWANSON et


al., 2004)

Escala baseada diretamente nos critrios de DSM-IV para TDAH e


mundialmente utilizada para pesquisa e avaliao clnica (SWANSON et al., 2004).
Existe uma verso completa com 80 itens e outras resumidas, com 30 itens (TDAH
e TOD) e 40 itens (TDAH, TOD e ndice de Conners). As questes so avaliadas
em quatro graus de comprometimento, sendo considerado escores significativos
aqueles acima do percentil 95. Essa escala est disponvel na Internet
(www.adhd.net). Aplica-se qualquer faixa etria, ocorrendo diferenas entre
meninos e meninas na formatao final, porm, a pontuao no diferencia os
gneros, apenas a opinio entre professores e pais (SWANSON et al., 2002). A
escala no foi normatizada, sendo os critrios de corte baseados em estudo clnico
com crianas de 5 a 11 anos de idade (GAUB e CARLSON, 1997). Apesar do uso
freqente, poucos estudos de confiabilidade foram realizados. A consistncia
interna varia de boa a excelente (0,84 a 0,95) e a concordncia entre pais e
professores baixa (0,30), similar aos estudos de outras escalas.

41

2.7.1.3 Escala-IV de rastreamento para TDAH (ADHDRS-IV) (DUPAUL, 1991)


Essa escala diretamente derivada do DSM-IV, com 18 itens direcionados
a pais e professores, e foi traduzida para o espanhol. A ADHDRS-IV foi
normatizada a partir de informaes dos pais e professores em populao de 2.000
jovens de 5 a 18 anos de idade, sendo estratificada por gnero e faixa etria. A
consistncia interna varia de boa a excelente tanto para pais como para professores
(0,86 a 0,92) e apresenta baixa concordncia entre pais e professores (0,40 a 0,45),
como esperado para esse tipo de escala. Nos estudos com os pais, a SE de 84% e
ESP de 49%, e com os professores, de 63 a 72% e 86%, respectivamente. Vrios
relatos mostram sua eficcia em estudos de pesquisa com medicamentos e
aplicaes clnicas (COLLETT, OHAN e MYERS, 2003).

2.7.1.4 Escala de rastreamento com sintomas de TDAH (ADHD-SRS) (HOLLAND,


GIMPEL e MERREL,1998)

Essa escala incorpora itens do DSM-IV e de outras fontes da literatura


referentes dficit de ateno, hiperatividade e impulsividade. Aps seleo inicial,
os itens foram discutidos com mdicos, professores e pais para avaliar sua
viabilidade. O resultado foi uma escala de 56 itens. O corte realizado entre o
percentil 85 e 95. Existe uma verso em espanhol. A normatizao foi realizada em
grande amostra representativa de 2.800, estratificados por idade e gnero. A
consistncia interna excelente (0,95 a 0,99), porm a concordncia entre pais e
professores fraca (0,18 a 0,27). O teste-reteste realizado aps 2 semanas foi
excelente. A validade convergente excelente. SE e ESP no foram avaliadas.
Apesar da disponibilidade comercial, poucos estudos clnicos foram avaliados. So
recomendados mais estudos com amostras clnicas para estabelecer sua validade no
uso clnico (COLLETT, OHAN e MYERS, 2003).

42

2.7.1.5 Escala de rastreamento Vanderbilt (WOLRAICH et al., 1998)


Essa escala constituda por 35 itens, sendo 9 para sintomas dficit de
ateno e 9 para hiperatividade/impulsividade (itens do DSM-IV), 10 itens
abreviados para TC e TOD, 7 itens para depresso e ansiedade, e 8 itens adicionais,
que avaliam a capacidade acadmica. Ela encontrada na verso para pais e
professores. Apresenta excelente consistncia interna (0,90 a 0,94). Os testes de
confiabilidade foram parcialmente realizados. Confiabilidade entre examinadores
mostrou um ndice de correlao baixo (0,32). A comparao com outras escalas
mostrou ndice de concordncia alto (0,79).

2.7.1.6 Escala para avaliao do TDAH (EDAH) (FARR, NARBONA e EDA,


2001)

Essa escala uma adaptao da escala de Conners (verso para professores)


para populao espanhola e consta de 20 elementos agrupados em duas subescalas
(dficit de ateno e hiperatividade/impulsividade). A vantagem dessa escala que
tem poucas questes, diferencia os diferentes tipos de TDAH e possibilita
diferenciar TDAH e TC (FARR e NARBONA, 1997). Para o estudo de validade,
foram realizadas as correlaes entre a escala e os critrios do DSM-III. Alto ndice
de fidedignidade (alfa de Cronbach) ocorreu para as questes de TDAH (global)
(0,84 a 0,93) e TC (0,90). Os ndices de validade so de 0,68 para as questes de
dficit de ateno/hiperatividade. Essa escala foi traduzida para a lngua portuguesa
e alguns estudos j foram realizados no Brasil (POETA e ROSA NETO, 2004).

2.7.1.7 Manual da Escala de Transtorno de Dficit de Ateno/Hiperatividade


(BENCZICK, 2000):

Essa uma escala para o TDAH e comorbidades, verso para professores, cuja
construo, validao e padronizao foi realizada em populao brasileira. A escala

43

composta por 49 itens referentes criados pela autora, muitos deles retirados do DSMIV. Ela abrange, aps estudo com anlise fatorial, itens referentes ao dficit de ateno,
hiperatividade/impulsividade, problemas de aprendizagem e comportamento antisocial. A preciso por consistncia interna foi excelente (0,90 a 0,97). A escala no foi
validada, sendo padronizada a partir de uma populao brasileira, tendo, como produto
final, a avaliao medida por percentis. Um estudo de validao est sendo realizado.

44

3. MATERIAL E MTODO
3.1 DELINEAMENTO
Estudo transversal em amostra escolar, com seleo de subamostra para
avaliao ambulatorial.
Inicialmente, foi selecionada uma escola pblica do ensino fundamental
cujo corpo docente aceitasse a participao no estudo (FASE 1). Em seguida foi
realizada a capacitao destes professores (FASE 2) e a aplicao do Questionrio
Inicial desenvolvido para os professores (QIprof) (Apndice I), incluindo os itens
do DSM-IV, aos professores de 1a a 8a sries do Ensino Fundamental (FASE 3). As
questes do QIprof foram analisadas e, segundo os critrios do DSM-IV, foram
selecionadas crianas com e sem sintomas de TDAH para a amostra ambulatorial
(FASE 4). As crianas escolhidas, cujos pais autorizaram a participao do estudo,
constituram a amostra ambulatorial (FASE 5), na qual foi realizado estudo de
concordncia entre os observadores e entre estes e a avaliao mdica (FASE 6). A
partir da aplicao do QIprof aos professores, do Questionrio Inicial desenvolvido
para os pais (QIpais) e da avaliao mdica das crianas identificadas com TDAH,
foi desenvolvido o Questionrio Breve (QB) para TDAH, verso aplicada aos pais e
professores (FASE 7). O QB foi comparado com o DSM-IV em relao ao
diagnstico mdico da amostra ambulatorial comparando com populao de outra
escola pblica sendo avaliadas a sensibilidade e coeficiente de concordncia (FASE
8). Finalmente, o QB foi submetido anlise de consistncia interna e validade de
constructo (FASE 9).

45
GRFICO 1 DIAGRAMA DO ESTUDO
FASE 1
SELEO DE UMA ESCOLA PBLICA DE ENSINO FUNDAMENTAL CUJO CORPO
DOCENTE ACEITASSE A PARTICIPAO NO ESTUDO
FASE 2
CAPACITAO DOS PROFESSORES PARA APLICAO DO QUESTIONRIO INICIAL
FASE 3
ESTUDO DA AMOSTRA ESCOLAR ATRAVS DO QUESTIONRIO INICIAL
INCLUINDO DSM-IV APLICADO AOS PROFESSORES PARA SELEO DA AMOSTRA
AMBULATORIAL

FASE 4
SELEO DA AMOSTRA AMBULATORIAL: ALUNOS COM E SEM SINTOMAS DE
TDAH SELECIONADOS DE ACORDO COM OS CRITRIOS DO DSM-IV A PARTIR DOS
QUESTIONRIOS DOS PROFESSORES

FASE 5
ANLISE DOS ALUNOS DA AMOSTRA AMBULATORIAL: CRIANAS CUJOS PAIS
ACEITARAM PARTICIPAR DA AVALIAO MDICA (PADRO OURO)

FASE 6
CORRELAO E ANLISE ESTATCA DOS QUESTIONRIOS DOS PROFESSORES
(DSM-IV) E DOS PAIS (DSM-IV) EM COMPARAO COM O DIAGNSTICO MDICO

FASE 7
DESENVOLVIMENTO DO QUESTIONRIO BREVE PARA TDAH TDAHQB,
VERSO PAIS E PROFESSORES

FASE 8
ANLISE DO QUESTIONRIO BREVE EM RELAO AO DSM-IV NA
IDENTIFICAO DO TDAH PELOS PAIS E PROFESSORES EM RELAO AO
DIAGNSTICO MDICO EM OUTRA ESCOLA PBLICA DO ENSINO FUNDAMENTAL
FASE 9
ANLISE DA CONSISTNCIA INTERNA E VALIDAO DE CONSTRUCTO DO
TDAHQB PARA PAIS E PROFESSORES

46

3.2 AMOSTRA ESCOLAR

3.2.1 Populao de Estudo


A populao de estudo constituiu-se de alunos do Ensino Fundamental de 1
a 8 sries de uma escola pblica de Curitiba. A escola, com 964 alunos, abrange o
Ensino Fundamental e Mdio nos perodos diurno e noturno. Os alunos do Ensino
Fundamental tm apenas um professor de sala entre as 1a e 4a sries, e 6 professores
entre as 5a e 8a sries. O estudo foi realizado no perodo compreendido entre maio a
dezembro de 2004.
Foram excludos alunos de classe especial, com enfermidades neurolgicas
estticas ou progressivas, e aqueles cuja participao no foi autorizada pela
famlia. Os alunos excludos foram identificados atravs de informaes da diretora,
coordenadora e professores durante as reunies para elaborao do questionrio e
apresentao do projeto, e dos pais nas entrevistas individuais e reunies de grupo.

3.2.2 Elaborao do Questionrio Inicial (Apndice I e II)


O Questionrio Inicial para professores e pais (QI) foi elaborado a partir de
itens do DSM-IV, CBCL, da escala de Conners e do SNAP-IV referentes a TDAH
relacionados s dimenses de dficit de ateno e hiperatividade/impulsividade, de
sintomas referidos pelos pacientes e seus responsveis atendidos em ambulatrio
especializado, da observao clnica e experincia pessoal, e de informaes obtidas
em reunies com professores de Ensino Fundamental e profissionais da rea da
Educao. O questionrio foi dividido em trs grupos: 1- identificao, 2- relao
das

questes

discriminatrias

das

dimenses

de

Dficit

de

Ateno,

hiperatividade/impulsividade e comorbidades, 3- anlise do professor em relao ao


grau do prejuzo acadmico ou social que os sintomas causam ao aluno. O
questionrio, incluindo os diferentes grupos e cada questo especificamente, foi
discutido com 37 professores do Ensino Fundamental de uma escola pblica de

47

Curitiba, com caractersticas j descritas acima. Durante essas reunies, algumas


questes foram adicionadas e outras retiradas, restando, finalmente um QIpais de
120 questes negativas (identificao de comportamentos inadequados) para os pais
e o Qiprof com 119 questes. Cento e dezenove questes eram idnticas nos dois
questionrios. A questo 120, relacionada s dificuldades do sono, foi exclusiva do
QIpais. Somente as questes 1 a 15, referentes dimenso dficit de ateno, e as
de 16 a 35, da dimenso hiperatividade/impulsividade, foram utilizadas neste
estudo. As questes foram adaptadas para uma linguagem popular. Algumas
questes, mesmo redundantes, foram mantidas na forma final do questionrio. Os
trs grupos foram os seguintes (Apndice I e II):
Grupo 1 - Identificao: nome, idade, gnero, sries e disciplinas avaliadas.
Grupo 2 - Questes discriminatrias que representam os comportamentos,
sintomas e caractersticas de indivduos com TDAH, dimenses dficit de ateno e
hiperatividade/impulsividade, e suas comorbidades.
O grau de freqncia de cada item do questionrio foi mensurado em
escala de quatro itens baseada na Escala de Likert (MATELL e JACOBY, 1971).
Para cada questo, quatro respostas indicativas de gravidade eram possveis:
nunca/nem um pouco, um pouco/raramente, muitas vezes/freqentemente e
bastante/sempre. Uma outra alternativa explcita, no sei, foi adicionada s
anteriores.
Grupo 3 - Avaliao dos sintomas em relao ao prejuzo na aprendizagem
ou no comportamento social do aluno, com uma resposta dicotmica, sim ou
no.
A

definio

das

duas

dimenses

(dficit

de

ateno

hiperatividade/impulsividade) um modelo de estudo de crianas com TDAH,


baseado no DSM-IV, cuja metodologia j foi avaliada, em inmeras pesquisas, com
testagens psicomtricas que comprovaram adequada confiabilidade e validade
(BURNS et al., 2001; WOLRAICH et al., 2003).

48

As questes referentes ao DSM-IV esto inseridas dentro do QI: dimenso


dficit de ateno (questes 01, 03, 04, 05, 07, 08, 09,10 e 12) e dimenso
hiperatividade/impulsividade (questes 19, 22, 23, 25, 26, 27, 28, 30 e 33)
(Apndice I e II).

3.2.3 Aplicao do QIprof


3.2.3.1 Etapas da aplicao
1 etapa - O projeto de estudo foi apresentado Direo e Coordenao da
escola para anlise e avaliao. Aps o aceite de participao da escola, a Direo
autorizou o curso de capacitao dos professores em relao ao TDAH, para
conhecimento e aplicao do Questionrio. O curso foi realizado durante recesso
escolar, separadamente, para os professores do perodo da manh e da tarde, na sala
de reunies da escola. Trinta e sete professores, representando 75% do corpo
docente da Escola, participaram do curso. Aps apresentao terica sobre TDAH e
comorbidades, foram apresentados o estudo e o questionrio a ser aplicado. As duas
dimenses (dficit de ateno e hiperatividade/impulsividade) e os itens
discriminatrios foram esclarecidos minuciosamente. As dvidas sobre o
instrumento, a tcnica de preenchimento, o cronograma de aplicao e os aspectos
ticos do estudo foram discutidos. Todos os professores conheciam os alunos por,
pelo menos, quatro meses.
2 etapa - A Direo do colgio, em conjunto com a equipe de avaliao,
enviou carta aos pais dos alunos explicitando os objetivos da pesquisa e solicitando
sua colaborao e participao. A carta dirigida aos pais permitiu abertura para
desautorizao da participao do aluno (Apndice V). Essa carta foi enviada
atravs do aluno.
3 etapa - Cpias do QIprof foram distribudas aos professores de sala de 1a
a 4a sries, e aos professores de Ingls, Portugus e Matemtica de 5a a 8a sries, no
incio do segundo semestre de 2004. A escolha dos professores de Portugus e

49

Matemtica foi baseada no fato de que so aqueles que mais contato tm com os
alunos e pela importncia das disciplinas para o desenvolvimento e crescimento
acadmico, sendo elas responsveis pela aprovao ou reprovao destes alunos.
Foi estipulado um prazo de trs semanas para o retorno preenchido.
4 etapa - Os questionrios preenchidos pelos professores foram recolhidos
e os resultados digitados em planilha eletrnica (Microsoft Excel), por secretria
executiva formada em curso tcnico de informtica. Todos os itens foram
registrados seguindo a ordem dos grupos do questionrio.
5 etapa - Atravs da anlise dos dados registrados, foram utilizados os
itens do DSM-IV para se chegar prevalncia de TDAH. Foram selecionados, do
QI, os itens para dficit de ateno (itens 1, 3, 4, 5, 7-10, 12) e para
hiperatividade/impulsividade (itens 19, 22, 23, 25-28, 30, 33) (Apndice I e II),
sendo considerado positivo as respostas muitas vezes/freqentemente e sempre.
As variveis semicontnuas (nunca/nem um pouco (0), s vezes/raramente (1),
muitas vezes/freqentemente (2), sempre (3) foram transformadas em duas
categorias, uma referente s perguntas respondidas como nunca/nem um pouco ou
s vezes/raramente, e outra, s perguntas muitas vezes/freqentemente e
sempre. Baseado no DSM-IV e utilizando o critrio A que exige seis ou mais
sintomas freqentes, selecionou-se aleatoriamente a populao de crianas com ou
sem TDAH. Foram qualificados como Grupo 1 as somas maiores de seis questes e,
como Grupo 2, valores menores de seis. Assim, foram identificadas as crianas com
TDAH nas dimenses dficit de ateno e hiperatividade/impulsividade e, atravs
de uma seleo aleatria, foi escolhido o dobro de crianas normais, controles,
atravs do programa estatstico Epi-Info 6.0. Esse grupo final constituiu a amostra
ambulatorial para avaliao mdica e aplicao dos questionrios aos pais.

50

3.2.4 Estudo da Prevalncia de TDAH a partir da Aplicao do DSM-IV aos


Professores
O estudo da prevalncia do TDAH e seus subtipos (TDAH/HI, TDAH/D e
TDAH/C) foi baseada nos critrios do DSM-IV cujos itens estavam inclusos no
QIprof (Apndice 1). Foi avaliada a prevalncia em relao ao gnero, idade, srie
cursada (1 a 8 sries) e tipo de professor.

3.2.5 Concordncia entre Professores de Matemtica e Portugus nas Respostas das


Questes do QIprof

As questes do QIprof (Apndice I) aplicado aos professores de


Matemtica e de Portugus foram comparadas entre esses dois grupos em relao
concordncia negativa ou positiva. Para a avaliao da concordncia, utilizou-se do
coeficiente de Kappa.

3.3 ESTUDO DA AMOSTRA AMBULATORIAL


A amostra ambulatorial foi constituda pelos alunos que apresentavam
sintomas de TDAH de acordo com questionrios aplicados aos professores, segundo
critrios do DSM-IV, e pelo dobro de crianas selecionadas do grupo sem sintomas,
escolhidas aleatoriamente. Os alunos que foram autorizados para participarem do
estudo e seus pais foram chamados para a avaliao mdica aps assinatura do
consentimento informado livre e esclarecido (Apndice VIII).
3.3.1 Aplicao do Questionrio aos Pais e Avaliao pela Equipe Mdica e
Psicolgica
3.3.1.1 Etapas de aplicao

51

1 etapa - Aps a seleo das crianas com e sem TDAH, baseada no


questionrio respondido pelos professores, foram enviadas cartas aos pais das
crianas selecionadas convidando-os a participarem de reunies informativas a
respeito de desenvolvimento infantil e adolescente, aprendizagem, comportamento e
suas dificuldades.
O contedo da carta referia-se ao propsito da pesquisa (Apndice VI). A
carta foi assinada pela Diretora da escola e pelo Coordenador do projeto. Junto com
a correspondncia, foi enviada cpia de um questionrio, elaborado com os mesmos
itens dos questionrios dos professores, adicionada uma questo referente ao sono.
O material foi enviado atravs do aluno ou entregue pessoalmente, quando os pais
buscavam os boletins na escola ou nas reunies informativas.
2 etapa - Aps duas semanas de distribuio do questionrio aos pais, foi
organizado um cronograma de reunies com aqueles que responderam os
questionrios. As reunies, com grupos de, no mximo, 30 pais, foram agendadas
para horrios que coincidiam com a entrada ou sada do aluno na escola, facilitando
a participao dos familiares ou responsveis no momento em que traziam ou
buscavam os alunos. Foram realizadas quatro reunies, com uma mdia de 20
participantes por reunio. Nesses encontros, o tema TDAH e comorbidades foi
apresentado atravs de transparncias e vdeos, seguido de ampla discusso. Os
pais, aps a reunio, agendaram consultas para seus filhos no Centro de
Neuropediatria do Hospital de Clnicas (CENEP) ou na escola.
3 etapa - As crianas, juntamente com seus pais, foram avaliadas em uma
nica sesso, por psiclogo e mdico. Para o diagnstico mdico de TDAH e
comorbidades neuropsiquitricas, foram utilizados a Entrevista Semi-Estruturada
para Diagnstico em Psiquiatria da Infncia, verso epidemiolgica (K-SADS-E)
(MERCADANTE, et al., 1995), os critrios do DSM-IV e a avaliao clnica,
primeiro com os pais e, depois, com a criana. Essa avaliao clnica consistiu de
anamnese,

antecedentes

mrbidos

pregressos,

antecedentes

familiares,

desenvolvimento psicomotor, exame clnico geral, exame neurolgico evolutivo,


avaliao da dinmica familiar e avaliao educacional. Enfermidades psiquitricas
ou comportamentais foram investigadas. A equipe de avaliao contou com um

52

mdico neuropediatra e quatro psiclogos capacitados para aplicao do K-SADSE. Os exames clnicos foram realizados na escola e no CENEP.
O K-SADS-E um mtodo diagnstico de enfermidades neuropsiquitricas,
neste trabalho utilizado para TDAH, e baseia-se em entrevista diagnstica semiestruturada para crianas e adolescentes entre 6 e 18 anos de idade, segundo os
critrios do DSMII-R e DSM-IV. O entrevistador codifica os sintomas como
presente ou ausente e gradua o comprometimento causado pelo distrbio em
leve, moderado ou grave. A aplicao demora 50 a 90 minutos e as informaes so
obtidas dos pais e das crianas. Esto includos no K-SADS-E, alm do TDAH, os
Transtornos do Humor, Transtorno de Ansiedade, Transtornos Esquizofreniformes,
transtornos por uso de lcool, cigarro e drogas, Transtorno de Conduta, Transtorno
Opositivo-Desafiador, Sndrome de Tourette e outros transtornos psiquitricos.
4 etapa - Os dados registrados nos questionrios preenchidos pelos pais e
no K-SADS- E foram digitados em planilha eletrnica (Microsoft Excel) por
secretria executiva com formao em informtica.

3.3.2 Anlise da Concordncia da Identificao de Sintomas de TDAH segundo os

Critrios do DSM-IV entre os Professores, Professores e Pais e entre


Professores e Pais com a Avaliao Mdica

3.3.2.1 Concordncia entre professores e avaliao mdica

As questes referentes aos sintomas de TDAH, critrios do DSM-IV e do


questionrio aplicado aos professores da amostra ambulatorial foram comparadas
com o diagnstico mdico. A avaliao da concordncia na identificao dos
sintomas de dficit de ateno e hiperatividade/impulsividade foi realizada atravs
dos ndices de SE, ESP, VPP, VPN, AC e do coeficiente de Kappa. Foi realizada a
comparao entre o questionrio de todos os professores (professor de sala da 1 a
4 sries e professores de Matemtica, Portugus e Ingls da 5 a 8 sries) com a
avaliao mdica.

53

3.3.2.2 Concordncia entre pais e avaliao mdica

As questes referentes aos sintomas de TDAH do questionrio aplicado aos


pais da amostra ambulatorial foram comparadas com o diagnstico mdico. A
avaliao da concordncia na identificao dos sintomas de dficit de ateno e
hiperatividade/impulsividade foi realizada atravs dos ndices de SE, ESP, VPP,
VPN, AC e o coeficiente de Kappa.

3.2.2.3 Concordncia entre professores de Matemtica e Portugus

O QIprof aplicado aos professores de Matemtica e Portugus foi


comparado utilizando os critrios diagnsticos do DSM-IV. A avaliao da
concordncia

na

identificao

dos

sintomas

de

dficit

de

ateno

hiperatividade/impulsividade foi realizada atravs dos ndices de SE, ESP, VPP,


VPN, AC e o coeficiente de Kappa. O questionrio foi avaliado na amostra escolar
e na amostra ambulatorial.

3.3.2.4 Concordncia entre professores e pais

As questes referentes aos sintomas de TDAH do questionrio aplicado


aos professores da amostra ambulatorial foram comparadas com os questionrios
dos pais, considerando os critrios do DSM-IV. A avaliao da concordncia na
identificao dos sintomas de dficit de ateno e hiperatividade/impulsividade foi
realizada atravs do coeficiente de Kappa.

54

3.4 DESENVOLVIMENTO DO QUESTIONRIO BREVE PARA TDAH


(TDAHQB)
O TDAHQB foi desenvolvido a partir da comparao dos questionrios dos
alunos identificados como portadores de sintomas de TDAH, segundo o DSM-IV,
com aqueles diagnosticados pela avaliao mdica (grupo padro ouro). Nessa
comparao para seleo das questes do QB, foi utilizado o QI com 15 questes
referentes

dimenso

dficit

de

ateno

20

questes

da

hiperatividade/impulsividade.

3.4.1 Desenvolvimento do TDAHQB para Professores (TDAHQBprof) e Pais


(TDAHQBpais)

Vrios modelos estatsticos foram aplicados na comparao do QI aplicado


aos professores e pais dos alunos com o diagnstico mdico, visando a elaborao
de um QB com menor quantidade de questes discriminatrias e melhor SE, ESP,
VPP, VPN e AC. Foram realizadas anlise fatorial, anlise de agrupamentos, anlise
discriminante e regresso logstica. O QB para TDAH, verso professores, foi
desenvolvido

abrangendo

as

dimenses

dficit

de

ateno

hiperatividade/impulsividade.

3.4.2 Comparao do TDAHQBprof e TDAHQBpais com o DSM-IV

Os TDAHQBprof e TDAHQBpais, dimenses dficit de ateno e


hiperatividade/impulsividade, foram comparados com o DSM-IV em relao ao
diagnstico mdico (padro ouro) nas crianas da amostra ambulatorial. Foram
avaliados SE, ESP, VPP, VPN e AC e o coeficiente de Kappa.

55

3.5 CONSISTNCIA INTERNA E VALIDADE DE CONSTRUCTO DO


TDAHQB

A preciso do TDAHQB, verso professores, foi avaliada atravs da


consistncia interna utilizando o alfa de Cronbach, e a validade de constructo,
comparando-o com o DSM-IV em amostra de outra escola. O estudo da verso para
pais foi realizado atravs da comparao com uma amostra ambulatorial
Para essa anlise, o questionrio dos professores foi aplicado em crianas
de outra escola pblica de Ensino Fundamental. A escola, com 2150 alunos, atende
crianas e adolescentes desde a Educao Infantil at o Ensino Mdio. O
questionrio foi respondido pelos professores de sala da 1 a 4 sries e pelos
professores de Portugus e Matemtica da 5 a 8 sries. Autorizao para realizao
do estudo foi obtida da Direo da escola e a pesquisa foi realizada aps envio de
correspondncia para todos os pais de alunos, pelo aluno, ou entregue no momento
que os familiares buscavam o boletim na escola (Apndice VII).
A anlise do QB para pais foi realizada aps aplicao em pais de crianas,
com ou sem TDAH, provenientes do ambulatrio de Neuropediatria do CENEP e de
clnica privada.

3.6 ANLISE ESTATSTICA

Para a aplicao do tratamento estatstico, foi utilizado o software Statistica


(Statsoft), licena UFPR.

3.6.1 Anlise Descritiva dos Dados e Comparao das Freqncias das Respostas

ao QIprof

Na comparao das respostas do QIprof e avaliao dos resultados quanto


freqncia dos subtipos em relao idade, sries escolares, tipo de professor e

56

gneros, foi utilizado o teste no-paramtrico qui-quadrado de Pearson com


correo de Yates, com nvel mnimo de significncia de 5% (SIEGEL e
CASTELLAN, 2006).

3.6.2 Preciso da Escala

A preciso da escala, atravs da anlise da correlao dos itens entre si e


com o escore total, foi avaliada por meio de consistncia interna utilizando-se o alfa
de Cronbach, cujos ndices acima de 0,70 so considerados bons (CRONBACH e
WARRINGTON, 1951).

3.6.3 Anlise de Concordncia

A anlise da concordncia dos professores entre si e dos professores com os


pais foi realizada a partir do clculo do coeficiente do Kappa. Os critrios para
interpretao dos valores do Kappa foram baseados naqueles propostos por
LANDIS & KOCH3, citado por MENEZES (1998, p. 215): concordncia excelente
(k>0,75), concordncia boa (k entre 0,59 e 0,75), concordncia mdia (k entre 0,40
e 0,58) e concordncia fraca (k<0,40).

3.6.4 Reduo dos Itens do Questionrio Inicial para Elaborao do Questionrio

Breve

A reduo dos itens do QI para a elaborao de uma escala de classificao


com o menor nmero de itens representativos das dimenses pesquisados (dficit de
ateno e hiperatividade/impulsividade) foi realizada atravs de anlise fatorial,
anlise de agrupamentos, anlise discriminante e regresso logstica, utilizando-se o
3
LANDIS, J; KOCH. G. The measurement of observer agreement for categorical data. Biometrics, Washington,
v.33, p.159-74, Mar. 1977.

57

diagnstico mdico/psicolgico como padro ouro. O questionrio final resultou de


uma anlise que correlacionou todas essas medidas psicomtricas com uma seleo
final dos itens com maior poder discriminatrio, buscando o mximo de SE e ESP.

3.6.5 Validade de Constructo do TDAHQB

A validade de constructo foi realizada atravs da comparao do QB com o


DSM-IV, sendo utilizados como comparao os ndices de SE, ESP, VPP e VPN.
Para correlao, utilizou-se o coeficiente Phi (COEF.Phi). Esse coeficiente usado
como medida de intensidade de associao entre duas variveis; neste caso especial,
para tabelas com duas linhas e duas colunas (tabela 2x2), sendo a associao
perfeita definida com valor de Phi de 1 (SIEGEL e CASTELLAN, 2006).

58

4 RESULTADOS
4.1 QUESTIONRIO INICIAL
4.1.1 Populao do Estudo Amostra Escolar
Constituram a amostra deste estudo 847 alunos do Ensino Fundamental de
uma escola pblica de Curitiba, 267 de 1 a 4 sries e 580, de 5 a 8 sries. O
QIprof foi aplicado aos professores de sala de 1 a 4 sries (n = 267) e, de 5 a 8
sries, aos professores de Portugus (n = 450) e Matemtica (n = 446), totalizando
1.163 questionrios respondidos. Em 350 alunos, o questionrio foi respondido por
ambos os professores de Portugus e Matemtica.
A distribuio dos alunos segundo a srie escolar est apresentada na
Tabela 2. Houve um grande predomnio de alunos de 5 a 8 sries.

TABELA 2 DISTRIBUIO DOS ALUNOS QUANTO SRIE ESCOLAR


SRIES

n (%)

1 a 4 sries

267 (31,5%)

5 a 8 sries

580 (68,5%)

Total

847 (100%)

A distribuio dos alunos segundo a srie escolar e idade est apresentada


na Tabela 3. No grupo de 1 a 4 sries, a idade variou de 6 anos e 5 meses a 10 anos
e 2 meses (mdia= 8 anos e 1 meses) e no grupo de 5 a 8 sries, entre 10 anos e 2
meses a 14 anos e 9 meses (mdia= 12 anos e 4 meses). A mdia de idade de todos
os alunos da amostra escolar foi de 10 anos e 4 meses.

59
TABELA 3 DISTRIBUIO DOS ALUNOS QUANTO SRIE ESCOLAR E
IDADE
SRIES
1
2
3
4
5
6
7
8
Total

n (%)
31 (3,6%)
72 (8,5%)
67 (8,0%)
97 (11,5%)
101 (11,9%)
121 (14,2%)
172 (20,2%)
186 (22,0%)
847 (100,0%)

IDADE MDIA
(anos)
7 a.
7 a. 5 m.
8 a. 6 m.
9 a. 6 m.
10 a. 10 m.
11 a. 10 m.
13 a.
14 a.
10 a. 4 m.

A distribuio dos alunos segundo a srie escolar e o gnero est


apresentada na Tabela 4. O nmero de alunos masculino e feminino, foi similar sem
diferena estatisticamente significativa.
TABELA 4 DISTRIBUIO DOS ALUNOS QUANTO SRIE ESCOLAR E
GNERO
SRIES
1
2
3
4
Subtotal
5
6
7
8
Subtotal
Total Geral

MASCULINO
15 (48,5%)
33 (46,0%)
30 (45,0%)
53 (54,6%)
131 (49,0%)
48 (47,5%)
68 (56,0%)
89 (51,5%)
79 (43,0%)
284 (49,0%)
415 (49,0%)

FEMININO
16 (51,5%)
39 (54,0%)
37 (55,0%)
44 (45,4%)
136 (51%)
53 (52,5%)
53 (44,0%)
84 (48,5%)
106 (57,0%)
296 (51,0%)
432 (51,0%)

** Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena na prevalncia dos gneros entre as crianas de 1
a 8 sries cujos questionrios foram respondidos pelos professores (p > 0,05).

O Questionrio Inicial aplicado consistiu de uma primeira parte com


questes referentes a identificao do aluno, escola, sries e professor e de uma
segunda parte com as respostas dos professores. Foram aplicados 1.163
questionrios na populao escolar, 267 para os professores dos alunos de 1 a 4
sries e 896 para os de 5 a 8 sries (450 questionrios do professor de Portugus e
446 de Matemtica).

60

4.1.2 Resposta dos Professores

A seguir, so analisadas as respostas dos professores em relao a cada uma


das 35 questes do QIprof referentes s dimenses de dficit de ateno (questes
01 a 15) e hiperatividade/impulsividade (questes 16 a 35) (Apndice I). Foram
consideradas

como

positivas

as

questes

respondidas

como

muitas

vezes/freqentemente ou sempre. As comparaes foram realizadas entre os


professores de 1 a 4 srie (professores de sala) com os professores de Matemtica
e Portugus, e estes, entre si. O nmero de respostas dos professores de Matemtica
e Portugus pode ser varivel, j que no foram consideradas as respostas no
preenchidas nesta anlise.
4.1.2.1 Questo n 1: Falha em prestar ateno aos detalhes ou comete erros por
falta de cuidado em trabalhos escolares e tarefas
A Tabela 5 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na primeira questo especfica.
TABELA 5 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
1 QUESTO ESPECFICA
Questo 01

Sim (n, %)

No (n, %)

40 (15,0%)

227 (85,0%)

Matemtica

62 (14,0%)

381 (86,0%)

Portugus

62 (13,8%)

388 (86,2%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p=0,80)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p=0,73)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p=0,99)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 15,0%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 13,7% e 14,0% entre os alunos de 5 a 8

61

sries, sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios


respondidos por todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.2 Questo n 2: Dificuldade em terminar o que comea

A Tabela 6 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas


obtidas na segunda questo especfica.
TABELA 6 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
2 QUESTO ESPECFICA
Questo 02

Sim (n, %)

No (n, %)

46 (17,3%)

221 (82,7%)

Matemtica

70 (15,7%)

376 (84,3%)

Portugus

57 (12,7%)

392 (87,3%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p=0,66)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,11)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p=0,23)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 17,3%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 12,7% e 15,7% entre os alunos de 5 a 8
sries, sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios
respondidos por todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.3 Questo n 3: desorganizado em suas lies de classe, tarefas ou


atividades

A Tabela 7 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas


obtidas na terceira questo especfica.

62
TABELA 7 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
3 QUESTO ESPECFICA
Questo 03

Sim (n, %)

No (n, %)

36 (13,5%)

231 (86,5%)

Matemtica

73 (16,4%)

372 (83,6%)

Portugus

73 (16,2%)

377 (83,8%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,34)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,37)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,98)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 13,5%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 16,2% e 16,4% entre os alunos de 5 a 8
sries, sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios
respondidos por todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.4 Questo n 4: Esquece as atividades dirias (tarefas, recados, obrigaes)


A Tabela 8 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na quarta questo especfica.
TABELA 8 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
4 QUESTO ESPECFICA
Questo 04

Sim (n, %)

No (n, %)

33 (12,4%)

234 (87,6%)

Matemtica

71 (15,9%)

375 (84,1%)

Portugus

84 (18,7%)

366 (81,3%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,23)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,03)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,31)

63

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 12,4%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 15,9% e 18,7% entre os alunos de 5 a 8
sries. Houve diferena estatisticamente significativa entre os questionrios dos
professores de 1 a 4 sries e aqueles respondidos pelos professores de Portugus (p
= 0,03).

4.1.2.5 Questo n 5: Parece no ouvir quando falam com ele

A Tabela 9 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas


obtidas na quinta questo especfica.
TABELA 9 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
5 QUESTO ESPECFICA
Questo 05

Sim (n, %)

No (n, %)

27 (10,1%)

240 (89,9%)

Matemtica

46 (10,3%)

400 (89,7%)

Portugus

35 (7,8%)

414 (92,2%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,96)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p=0,35)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,23)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 10,1%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 7,8% e 10,3% entre os alunos de 5 a 8 sries,
sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios respondidos por
todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.6 Questo n 6: Incapaz de prestar ateno numa mesma coisa durante muito
tempo
A Tabela 10 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas

64

obtidas na sexta questo especfica.


TABELA 10 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 6 QUESTO ESPECFICA
Questo 06

Sim (n, %)

No (n, %)

32 (12,0%)

235 (88,0%)

Matemtica

68 (15,3%)

378 (84,7%)

Portugus

63 (14,0%)

387 (86,0%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,27)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,51)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas, dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,66)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 12,0%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 14,0% e 15,3% entre os alunos de 5 a 8
sries, sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios
respondidos por todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.7 Questo n 7: Tem dificuldades para seguir instrues, terminar deveres de


casa, tarefas ou obrigaes

A Tabela 11 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas


obtidas na stima questo especfica.
TABELA 11 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 7 QUESTO ESPECFICA
Questo 07

Sim (n, %)

No (n, %)

31 (11,6%)

236 (88,4%)

Matemtica

66 (14,9%)

378 (85,1%)

Portugus

66 (14,7%)

383 (85,3%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

65
1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,26)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,29)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,98)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 11,6%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 14,7% e 14,9% dos alunos de 5 a 8 sries,
sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios respondidos por
todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.8 Questo n 8: Distrai-se facilmente por barulhos ou outros estmulos na


aula
A Tabela 12 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na oitava questo especfica.

TABELA 12 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA


8 QUESTO ESPECFICA
Questo 08

Sim (n, %)

No (n, %)

51 (19,1%)

216 (80,9%)

Matemtica

120 (27,0%)

325 (73,0%)

Portugus

118 (26,4%)

330 (73,6%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,02)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,03)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,89)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 19,1%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 26,4% e 27,0% entre os alunos de 5 a 8
sries. Houve diferena estatisticamente significativa na comparao entre os
questionrios dos professores de 1 a 4 sries e dos professores de Matemtica (p =

66

0,02) e de Portugus (p = 0,03).

4.1.2.9 Questo n 9: Evita, no gosta ou reluta em participar de tarefas e


brincadeiras que exijam esforo mental

A Tabela 13 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas


obtidas na nona questo especfica.

TABELA 13 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA


DA 9 QUESTO ESPECFICA
Questo 09

Sim (n, %)

No (n, %)

21 (7,9%)

246 (92,1%)

Matemtica

42 (9,4%)

403 (90,6%)

Portugus

52 (11,6%)

397 (88,4%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,56)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,14)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,34)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 7,9%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 9,4% e 11,6% entre os alunos de 5 a 8 sries,
sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios respondidos por
todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.10 Questo n 10: Perde coisas (brinquedos, livros, lpis, caderno, jaquetas,
chinelos)
A Tabela 14 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na dcima questo especfica.

67
TABELA 14 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 10 QUESTO ESPECFICA
Questo 10

Sim (n, %)

No (n, %)

09 (3,4%)

254 (96,6%)

Matemtica

22 (5,0%)

421 (95,0%)

Portugus

27 (6,0%)

423 (94,0%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,43)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,18)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,59)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 3,4%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 5,0% e 6,0% entre os alunos de 5 a 8 sries,
sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios respondidos por
todos os professores (p > 0,05).
4.1.2.11 Questo n 11: Tem dificuldade de permanecer alerta durante as
explicaes, para responder pedidos e executar ordens
A Tabela 15 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na 11 questo especfica.
TABELA 15 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 11 QUESTO ESPECFICA
Questo 11

Sim (n, %)

No (n, %)

28 (10,5%)

239 (89,5%)

Matemtica

62 (14,0%)

382 (86,0%)

Portugus

49 (10,9%)

401 (89,1%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,21)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,96)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,19)

68

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 10,5%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 10,9% e 14,0% entre os alunos de 5 a 8
sries, sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios
respondidos por todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.12 Questo n 12: Tem dificuldade para prestar ateno em tarefas ou


brincadeiras que exijam esforo mental
A Tabela 16 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na 12 questo especfica.
TABELA 16 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 12 QUESTO ESPECFICA
Questo 12

Sim (n, %)

No (n, %)

25 (9,4%)

242 (90,6%)

Matemtica

47 (10,6%)

397 (89,4%)

Portugus

45 (10,0%)

405 (90,0%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,69)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,88)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,85)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 9,4%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 10,0% e 10,6% entre os alunos de 5 a 8
sries, sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios
respondidos por todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.13 Questo n 13: Vive sonhando, no mundo da lua


A Tabela 17 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na 13 questo especfica.

69
TABELA 17 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 13 QUESTO ESPECFICA
Questo 13

Sim (n, %)

No (n, %)

22 (8,3%)

244 (91,7%)

Matemtica

46 (10,3%)

400 (89,7%)

Portugus

45 (10,0%)

405 (90,0%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,44)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,52)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,96)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 8,3%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 10,0% e 10,3% entre os alunos de 5 a 8
sries, sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios
respondidos por todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.14 Questo n 14: Dificuldade em prestar ateno em uma atividade ou


conversa
A Tabela 18 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na 14 questo especfica.
TABELA 18 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 14 QUESTO ESPECFICA
Questo 14

Sim (n, %)

No (n, %)

25 (9,4%)

242 (90,6%)

Matemtica

42 (9,4%)

404 (90,6%)

Portugus

43 (9,6%)

407 (90,4%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,91)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,96)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,96)

70

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 9,4%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 9,4% e 9,6% entre os alunos de 5 a 8 sries,
sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios respondidos por
todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.15 Questo n 15: Esquece rpido o que acaba de ser dito


A Tabela 19 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na 15 questo especfica.
TABELA 19 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA DA
15 QUESTO ESPECFICA
Questo 15

Sim (n, %)

No (n, %)

26 (9,7%)

241 (90,3%)

Matemtica

48 (10,8%)

398 (89,2%)

Portugus

45 (10,1%)

401 (89,9%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,75)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,98)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,82)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 9,7%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 10,1% e 10,8% entre os alunos de 5 a 8
sries, sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios
respondidos por todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.16 Questo n 16: Termina as atividades e deveres escolares atrasado


A Tabela 20 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na 16 questo especfica.

71
TABELA 20 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 16 QUESTO ESPECFICA
Questo 16

Sim (n, %)

No (n, %)

44 (16,5%)

223 (83,5%)

Matemtica

74 (16,6%)

372 (83,4%)

Portugus

69 (15,4%)

380 (84,6%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,94)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,77)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,68)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 16,5%


entre aos alunos de 1 4 sries, e de 15,4% e 16,6% entre os alunos de 5 a 8
sries, sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios
respondidos por todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.17 Questo n 17: Dificuldade em cumprir ordens


A Tabela 21 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na 17 questo especfica.
TABELA 21 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 17 QUESTO ESPECFICA
Questo 17

Sim (n, %)

No (n, %)

21 (7,9%)

246 (92,1%)

Matemtica

52 (11,6%)

394 (88,4%)

Portugus

47 (10,4%)

403 (89,6%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,13)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,31)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,63)

72

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 7,9%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 10,4% e 11,6% entre os alunos de 5 a 8
sries, sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios
respondidos por todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.18 Questo n 18: Dificuldade para seguir instrues


A Tabela 22 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na 18 questo especfica.
TABELA 22 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 18 QUESTO ESPECFICA
Questo 18

Sim (n, %)

No (n, %)

16 (6,0%)

251 (94,0%)

Matemtica

37 (8,3%)

408 (91,7%)

Portugus

36 (8,0%)

414 (92,0%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,31)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,39)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,96)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 6,0%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 8,0% e 8,31% entre os alunos de 5 a 8 sries,
sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios respondidos por
todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.19 Questo n 19: Dificuldade para esperar a vez


A Tabela 23 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na 19 questo especfica.

73
TABELA 23 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 19 QUESTO ESPECFICA
Questo 19

Sim (n, %)

No (n, %)

23 (8,6%)

244 (91,4%)

Matemtica

53 (11,9%)

392 (88,1%)

Portugus

42 (9,3%)

408 (90,7%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,21)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,84)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,25)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 8,6%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 9,3% e 11,9% entre os alunos de 5 a 8 sries,
sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios respondidos por
todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.20 Questo n 20: Age imprudentemente (corre riscos)


A Tabela 24 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na 20 questo especfica.
TABELA 24 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 20 QUESTO ESPECFICA
Questo 20

Sim (n, %)

No (n, %)

21 (8,2%)

236 (91,8%)

Matemtica

39 (8,9%)

401 (91,1%)

Portugus

32 (7,2%)

414 (92,8%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,86)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,73)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,42)

74

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 8,2%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 7,2% e 8,9% entre os alunos de 5 a 8 sries,
sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios respondidos por
todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.21 Questo n 21: Faz tarefas rapidamente, para se ver livre, tem sempre
muita pressa
A Tabela 25 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na 21 questo especfica.

TABELA 25 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA


DA 21 QUESTO ESPECFICA
Questo 21

Sim (n, %)

No (n, %)

10 (3,8%)

256 (96,2%)

Matemtica

58 (13,0%)

388 (87,0%)

Portugus

44 (9,8%)

406 (90,2%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,01)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,01)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,15)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 3,8%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 9,8% e 13,0% entre os alunos de 5 a 8 sries.
Houve diferena estatisticamente significativa entre os questionrios dos
professores dos alunos de 1 a 4 sries em relao aos questionrios respondidos
pelos professores de Matemtica (p = 0,01) e de Portugus (p = 0,01).

75

4.1.2.22 Questo n 22: Responde antes de ouvir toda a pergunta


A Tabela 26 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na 22 questo especfica.
TABELA 26 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 22 QUESTO ESPECFICA
Questo 22

Sim (n, %)

No (n, %)

23 (8,6%)

244 (91,4%)

Matemtica

38 (8,5%)

408 (91,5%)

Portugus

31 (7,0%)

418 (93%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,92)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,48)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,43)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 8,6%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 7,0% e 8,5% entre os alunos de 5 a 8 sries,
sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios respondidos por
todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.23 Questo n 23: Parece estar sempre a todo vapor ou ligado como um
motor
A Tabela 27 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na 23 questo especfica.

76
TABELA 27 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 23 QUESTO ESPECFICA
Questo 23

Sim (n, %)

No (n, %)

35 (13,1%)

232 (86,9%)

Matemtica

62 (13,9%)

383 (86,1%)

Portugus

50 (11,1%)

400 (88,9%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,84)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,49)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,24)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 13,1%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 11,1% e 13,9% entre os alunos de 5 a 8
sries, sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios
respondidos por todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.24 Questo n 24: Age sem pensar ( impulsivo)


A Tabela 28 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na 24 questo especfica.
TABELA 28 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 24 QUESTO ESPECFICA
Questo 24

Sim (n, %)

No (n, %)

26 (9,8%)

239 (90,2%)

Matemtica

40 (8,9%)

406 (91,1%)

Portugus

47 (10,4%)

403 (89,6%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,80)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,88)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,52)

77

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 9,8 %


entre os alunos de 1 a 4 sries e de 8,9 %, e 10,4 % entre os alunos de 5 a 8
sries, sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios
respondidos por todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.25 Questo n 25: Interrompe ou se intromete nas conversas, brincadeiras


A Tabela 29 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na 25 questo especfica.
TABELA 29 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 25 QUESTO ESPECFICA
Questo 25

Sim (n, %)

No (n, %)

26 (9,7%)

241 (90,3%)

Matemtica

40 (9,0%)

406 (91,0%)

Portugus

29 (6,4%)

421 (93,6%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,83)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,14)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,19)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 9,7%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 6,4% e 9,0% entre os alunos de 5 a 8 sries,
sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios respondidos por
todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.26 Questo n 26: Fala demais (atrapalha em casa, festas, conversas)


A Tabela 30 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na 26 questo especfica.

78
TABELA 30 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 26 QUESTO ESPECFICA
Questo 26

Sim (n, %)

No (n, %)

59 (22,3%)

206 (77,7%)

Matemtica

82 (18,4%)

363 (81,6%)

Portugus

86 (19,1%)

363 (80,9%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,25)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,36)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,84)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 22,3%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 18,4% e 19,1% entre os alunos de 5 a 8
sries, sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios
respondidos por todos os professores (p > 0,05).
4.1.2.27 Questo n 27: Tem dificuldade em permanecer sentado, ficar quieto
(mexe-se, contorce-se ou levanta-se da cadeira)
A Tabela 31 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na 27 questo especfica.
TABELA 31 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 27 QUESTO ESPECFICA
Questo 27

Sim (n, %)

No (n, %)

49 (18,3%)

218 (81,7%)

Matemtica

53 (11,9%)

393 (88,1%)

Portugus

71 (15,8%)

379 (84,2%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,02)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,42)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,11)

79

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 18,3%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 11,9% e 15,8% entre os alunos de 5 a 8
sries. Observa-se diferena estatisticamente significativa entre os questionrios dos
professores de 1 a 4 sries em relao aos questionrios dos professores de
Portugus (p = 0,02).

4.1.2.28 Questo n 28: Tem dificuldade para brincar e participar silenciosamente


em atividade de lazer

A Tabela 32 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas


obtidas na 28 questo especfica.
TABELA 32 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 28 QUESTO ESPECFICA
Questo 28

Sim (n, %)

No (n, %)

37 (13,9%)

230 (86,1%)

Matemtica

36 (8,1%)

408 (91,9%)

Portugus

36 (8,0%)

414 (92,0%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,02)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,01)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,94)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 13,9%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 8,0% e 8,1% dos alunos de 5 a 8 sries.
Observa-se diferena estatisticamente significativa entre os questionrios dos
professores de 1 a 4 sries em relao aos questionrios respondidos pelos
professores de Portugus (p = 0,02) e de Matemtica (p = 0,01).

80

4.1.2.29 Questo n 29: Conversa demais, atrapalha o ambiente em casa ou na


escola

A Tabela 33 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas


obtidas na 29 questo especfica.
TABELA 33 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 29 QUESTO ESPECFICA
Questo 29

Sim (n, %)

No (n, %)

48 (18,0%)

219 (82,0%)

Matemtica

61 (13,7%)

385 (86,3%)

Portugus

69 (15,3%)

381 (84,7%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,15)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,41)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,54)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 18,0%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 13,7% e 15,3% entre os alunos de 5 a 8
sries, sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios
respondidos por todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.30 Questo n 30: Corre ou sobe pelas paredes em situaes inadequadas


A Tabela 34 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na 30 questo especfica.

81
TABELA 34 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 30 QUESTO ESPECFICA
Questo 30

Sim (n, %)

No (n, %)

12 (4,5%)

254 (95,5%)

Matemtica

23 (5,2%)

423 (94,8%)

Portugus

09 (2,0%)

441 (98,0%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,83)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,09)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,01)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 4,5%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 2,0% e 5,2% entre os alunos de 5 a 8 sries.
Houve diferena estatisticamente significativa na comparao dos questionrios
entre os professores de Matemtica e Portugus (p = 0,01).
4.1.2.31 Questo n 31: impaciente e inquieto
A Tabela 35 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na 31 questo especfica.
TABELA 35 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 31 QUESTO ESPECFICA
Questo 31

Sim (n, %)

No (n, %)

33 (12,4%)

234 (87,6%)

Matemtica

48 (10,8%)

398 (89,2%)

Portugus

49 (10,9%)

401 (89,1%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,59)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,63)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,96)

82

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 12,4%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 10,8% e 10,9% entre os alunos de 5 a 8
sries, sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios
respondidos por todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.32 Questo n 32: Exige que suas solicitaes sejam atendidas imediatamente
A Tabela 36 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na 32 questo especfica.
TABELA 36 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 32 QUESTO ESPECFICA
Questo 32

Sim (n, %)

No (n, %)

18 (6,7%)

249 (93,3%)

Matemtica

54 (12,1%)

392 (87,9%)

Portugus

57 (12,7%)

393 (87,3%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,02)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,01)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,87)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 6,7%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 12,1% e 12,7% entre os alunos de 5 a 8
sries. Observa-se diferena estatisticamente significativa entre os questionrios dos
professores de 1 a 4 sries em relao aos questionrios respondidos pelos
professores de Matemtica (p = 0,02) e de Portugus (p = 0,01).

4.1.2.33 Questo n 33: Agita mos e ps e se agita na cadeira

83

A Tabela 37 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas


obtidas na 33 questo especfica.
TABELA 37 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 33 QUESTO ESPECFICA
Questo 33

Sim (n, %)

No (n, %)

19 (7,1%)

248 (92,9%)

Matemtica

42 (9,4%)

404 (90,6%)

Portugus

40 (8,9%)

410 (91,1%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,35)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,48)
3 Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,87)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 7,1%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 8,9% e 9,4% entre os alunos de 5 a 8 sries,
sem diferena estatisticamente significativa entre os questionrios respondidos por
todos os professores (p > 0,05).

4.1.2.34 Questo n 34: Quebra ou Destri Material Escolar ou outros objetos


A Tabela 38 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na 34 questo especfica.
TABELA 38 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 34 QUESTO ESPECFICA
Questo 34

Sim (n, %)

No (n, %)

10 (3,7%)

257 (96,3%)

Matemtica

04 (0,9%)

442 (99,1%)

Portugus

04 (0,9%)

446 (99,1%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,01)

84
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,01)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,73)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 3,7%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 0,9% e 0,9% entre os alunos de 5 a 8 sries.
Observa-se diferena estatisticamente significativa entre os questionrios dos
professores dos alunos de 1 a 4 sries em relao aos questionrios respondidos
pelos professores de Matemtica (p = 0,01) e de Portugus (p = 0,01).

4.1.2.35 Questo n 35: Acidenta-se facilmente


A Tabela 39 apresenta a distribuio dos alunos em relao s respostas
obtidas na 35 questo especfica.
TABELA 39 DISTRIBUIO DOS ALUNOS DE ACORDO COM A RESPOSTA
DA 35 QUESTO ESPECFICA
Questo 35

Sim (n, %)

No (n, %)

02 (0,8%)

265 (99,2%)

Matemtica

16 (3,6%)

430 (96,4%)

Portugus

12 (2,7%)

437 (97,3%)

1 a 4 sries
5 a 8 sries

1. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p= 0,03)
2. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p= 0,12)
3. Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p= 0,55)

Observa-se que a freqncia de positividade para esta questo foi de 0,7%


entre os alunos de 1 a 4 sries, e de 2,7% e 3,6% entre os alunos de 5 a 8 sries.
Observa-se

diferena

estatisticamente

significativa

entre

os

questionrios

respondidos pelos professores dos alunos de 1 a 4 sries em relao aos


questionrios respondidos pelos professores de Matemtica (p = 0,03).
A tabela 40 resume a freqncia de respostas positivas do QIprof
respondido pelos professores e suas diferenas entre os professores de 1 a 4 sries

85

e professores de Matemtica e Portugus.


TABELA 40 - FREQNCIA DAS RESPOSTAS POSITIVAS DO QUESTIONRIO
INICIAL

PARA

TDAH,

APLICADO

AOS

PROFESSORES

DE

SALA,

MATEMTICA E PORTUGUS
1 4 SRIES
(n=267)

5 8 SRIES
MATEMTICA

PORTUGUS

(n=443 a 446)

(n=450)

Questo n 1

40 (15,0%)

62 (14,0%)

62 (13,8%)

NS

Questo n 2

46 (17,2%)

70 (15,7%)

57 (12,7%)

NS

Questo n 3

36 (13,5%)

73 (16,4%)

73 (16,2%)

NS

Questo n 4

33 (12,4%)

71 (15,9%)

84 (18,7%)

(**)

Questo n 5

27 (10,1%)

46 (10,3%)

35 (7,8%)

NS

Questo n 6

32 (12%)

68 (15,2%)

63 (14,0%)

NS

Questo n 7

31 (11,6%)

66 (14,9%)

66 (14,7%)

NS

Questo n 8

51 (19,1%)

120 (27%)

118 (26,3%)

(*/**)

Questo n 9

21 (7,9%)

42 (9,4%)

52 (11,6%)

NS

Questo n 10

09 (3,4%)

22 (5,0%)

27 (6,0%)

NS

Questo n 11

28 (10,5%)

62 (14,0%)

49 (10,9%)

NS

Questo n 12

25 (9,4%)

47 (10,6%)

45 (10,0%)

NS

Questo n 13

22 (8,3%)

46 (10,3%)

45 (10,0%)

NS

Questo n 14

25 (9,4%)

42 (9,4%)

43 (9,6%)

NS

Questo n 15

26 (9,7%)

48 (10,8%)

45 (10,0%)

NS

Questo n 16

44 (16,5%)

74 (16,6%)

69 (15,4%)

NS

Questo n 17

21 (7,9%)

52 (11,7%)

47 (10,4%)

NS

Questo n 18

16 (6,0%)

37 (8,31%)

36 (8,0%)

NS

Questo n 19

23 (8,6%)

53 (11,9%)

42 (9,3%)

NS

Questo n 20

21 (8,2%)

39 (8,9%)

32 (7,2%)

NS

Questo n 21

10 (3,8%)

58 (13,0%)

44 (9,8%)

(*/**)

Questo n 22

23 (8,6%)

38 (8,5%)

31 (6,9%)

NS

Questo n 23

35 (13,1%)

62 (13,9%)

50 (11,1%)

NS

Questo n 24

26 (9,8%)

40 (9,0%)

47 (10,4%)

NS

Questo n 25

26 (9,7%)

40 (9,0%)

29 (6,4%)

NS

Questo n 26

59 (22,3%)

82 (18,4%)

86 (19,1%)

NS

Questo n 27

49 (18,3%)

53 (11,9%)

71 (15,8%)

(*)

Questo n 28

37 (13,9%)

36 (8,1%)

36 (8,0%)

(*/**)

Questo n 29

48 (18,0%)

61 (13,7%)

69 (15,3%)

NS
continua

86
continuao

TABELA 40 - FREQNCIA DAS RESPOSTAS POSITIVAS DO QUESTIONRIO


INICIAL

PARA

TDAH,

APLICADO

AOS

PROFESSORES

DE

SALA,

MATEMTICA E PORTUGUS
1 4 SRIES

5 8 SRIES

MATEMTICA
(n=267)

PORTUGUS

(n=443 a 446)

(n=450)

Questo n 30

12 (4,5%)

23 (5,2%)

09 (2,0%)

(***)

Questo n 31

33 (12,4%)

48 (10,8%)

49 (10,9%)

NS

Questo n 32

18 (6,7%)

54 (12,1%)

57 (12,7%)

(*/**)

Questo n 33

19 (7,1%)

42 (9,4%)

40 (8,9%)

NS

Questo n 34

10 (3,7%)

04 (0,9%)

04 (0,9%)

(*/**)

Questo n 35

02 (0,75%)

16 (3,6%)

12 (2,7%)

(*)

* Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Matemtica) (p < 0,05)
** Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
(questionrios dos professores de Portugus) (p < 0,05)
*** Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as respostas obtidas dos professores de
Portugus e Matemtica (p < 0,05)

4.1.3. Concordncia das Respostas dos Professores


A tabela 41 apresenta os coeficientes de concordncia entre os professores
de Portugus e Matemtica em relao resposta de cada questo do QIprof,
utilizando-se o coeficiente de Kappa. Ressalta-se a baixa concordncia positiva
entre os professores com baixos coeficientes de Kappa.
TABELA 41 CONCORDNCIA ENTRE PROFESSORES DE PORTUGUS E
MATEMTICA EM RELAO S RESPOSTAS POSITIVAS OU NEGATIVAS DO
QUESTIONRIO INICIAL (N = 350 ALUNOS)
QUESTO

CONCORDNCIA (+)

CONCORDNCIA (-)

COEF. KAPPA

Questo 01
Questo 02
Questo 03
Questo 04
Questo 05
Questo 06
Questo 07
Questo 08
Questo 09

3,6%
2,9%
4,1%
3,8%
2,4%
4,2%
3,9%
13,0%
2,7%

78,9%
79,1%
75,2%
74,1%
86,1%
78,1%
79,5%
59,6%
83,6%

0,19
0,14
0,16
0,12
0,23
0,22
0,22
0,29
0,20
continua

87
continuao

TABELA 41 CONCORDNCIA ENTRE PROFESSORES DE PORTUGUS E


MATEMTICA EM RELAO S RESPOSTAS POSITIVAS OU NEGATIVAS DO
QUESTIONRIO INICIAL (N = 350 ALUNOS)
QUESTO

CONCORDNCIA (+)

CONCORDNCIA (-)

COEF. KAPPA

Questo 10
Questo 11
Questo 12
Questo 13
Questo 14
Questo 15
Questo 16
Questo 17
Questo 18
Questo 19
Questo 20
Questo 21
Questo 22
Questo 23
Questo 24
Questo 25
Questo 26
Questo 27
Questo 28
Questo 29
Questo 30
Questo 31
Questo 32
Questo 33
Questo 34
Questo 35

1,8%
3,8%
2,1%
2,6%
2,0%
3,0%
2,7%
2,9%
0,9%
2,9%
1,5%
2,6%
1,5%
5,6%
3,2%
1,5%
8,4%
5,0%
2,8%
4,7%
0,9%
4,4%
4,1%
3,6%
0,0%
0,6%

89,1%
81,4%
82,7%
83,1%
86,3%
82,6%
73,3%
83,8%
87,4%
81,5%
85,9%
78,9%
86,1%
77,3%
82,6%
86,0%
69,3%
77,8%
87,0%
75,4%
94,0%
82,5%
77,0%
83,4%
98,5%
95,1%

0,23
0,26
0,13
0,18
0,19
0,22
0,04
0,23
0,06
0,18
0,12
0,12
0,13
0,30
0,23
0,12
0,29
0,27
0,29
0,20
0,26
0,33
0,19
0,28
0,07
0,22

4.1.4 Anlise de Consistncia


Na anlise de consistncia interna do QIprof, obteve-se um excelente
coeficiente de Cronbach: 0,93 para a amostra total, 0,96 na anlise dos questionrios
de 1 a 4 sries e 0,92 na avaliao dos alunos de 5 a 8 sries.
4.1.5 Avaliao dos QIprof: Anlise dos Resultados segundo Critrios do DSM-IV
As questes do DSM-IV includas no QIprof (Apndice I), consideradas
para a identificao de dficit de ateno e hiperatividade/impulsividade, esto
apresentadas na Tabela 42. O aluno foi includo no grupo com sintomas de TDAH
quando apresentou respostas positivas a pelo menos seis questes para dficit de

88

ateno e seis para hiperatividade/impulsividade. Para anlise dos resultados


referentes aos alunos de 1 a 4 sries, utilizou-se da informao do professor da sala
e, de 5 a 8 sries, dos professores de Ingls, Matemtica e/ou Portugus. Foram
analisados os resultados referentes aos questionrios aplicados aos 847 alunos.
No total, foram aplicados 1.197 questionrios, sendo respondidos por
professores de sala dos alunos de 1 a 4 sries (267 questionrios) e professores de
Ingls (34 questionrios), Matemtica (446 questionrios) e/ou Portugus (450
questionrios) dos alunos de 5 a 8 sries. Foram consideradas as respostas
positivas de cada professor, com exceo da resposta coincidente dos professores de
Matemtica e Portugus. Essa resposta foi tabulada como uma nica resposta
positiva.
TABELA 42 QUESTES DO DSM-IV INCLUDAS NO QIPROF (APNDICE I)
UTILIZADAS PARA SELEO DE ALUNOS COM TDAH
Questes
Ateno

1, 3, 4, 5, 7-10, 12

Hiperatividade/Impulsividade

19, 22, 23, 25-28, 30, 33

Na Tabela 43, esto apresentadas as freqncias do dficit de ateno nos


847 alunos. A prevalncia de dficit de ateno entre os alunos de 1 a 4 sries e de
5 a 8 sries foi similar (8,9% e 8,4% respectivamente), sem significncia
estatstica.
TABELA 43 RESULTADOS DA APLICAO DO DSM-IV AOS PROFESSORES
EM RELAO AO DFICIT DE ATENO NAS 847 CRIANAS DE 1 A 4
SRIES (PROFESSOR DE SALA) E 5 A 8 SRIES (PROFESSORES DE INGLS,
MATEMTICA E/OU DE PORTUGUS)
SRIES

SIM (n, %)

NO (n, %)

TOTAL

1
2
3
4
Subtotal (1 a 4)

05 (16,1%)
06 (8,3%)
06 (9,0%)
07 (7,1%)
24 (8,9%)

26 (83,9%)
66 (91,7%)
61 (91,0%)
90 (92,9%)
243 (91,1%)

31
72
67
97
267
continua

89
continuao

TABELA 43 RESULTADOS DA APLICAO DO DSM-IV AOS PROFESSORES


EM RELAO AO DFICIT DE ATENO NAS 847 CRIANAS DE 1 A 4
SRIES (PROFESSOR DE SALA) E 5 A 8 SRIES (PROFESSORES DE INGLS,
MATEMTICA E/OU DE PORTUGUS)
SRIES

SIM (n, %)

NO (n, %)

TOTAL

5
6
7
8
Subtotal (5 a 8)

18 (17,8%)
15 (12,4%)
12 (7,0%)
04 (2,1%)
49 (8,4%)

83 (82,2%)
106 (87,6%)
160 (93,0%)
182 (97,0%)
531 (91,6%)

101
121
172
186
580*

* Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
cujos questionrios foram respondidos por todos os professores (p > 0,05).

Na

Tabela

44,

esto

apresentadas

as

freqncias

de

hiperatividade/impulsividade nos 847 alunos segundo o nmero de questes


respondidas como positivas pelos professores de sala de 1 a 4 sries e professores
de Ingls, Matemtica e/ou Portugus de 5 a 8 sries. A prevalncia de
hiperatividade/impulsividade entre os alunos de 1 a 4 sries (8,2%) foi maior que a
dos alunos de 5 a 8 sries (4,0%), com significncia estatstica.

TABELA 44 RESULTADOS DA APLICAO DO DSM-IV EM RELAO


HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE NAS 847 CRIANAS DE 1 A 4 SRIES
(PROFESSOR DE SALA) E 5 A 8 SRIES (PROFESSORES DE INGLS,
MATEMTICA E/OU DE PORTUGUS)
SRIES

SIM (n, %)

NO (n, %)

TOTAL

1
2
3
4
5
6
7
8
Subtotal (5 a 8)

08 (25,8%)
04 (5,5%)
03 (4,5%)
07 (7,2%)
11 (10,9%)
03 (2,5%)
05 (2,9%)
03 (1,6%)
22 (4,0%)

23 (74,2%)
68 (94,5%)
64 (95,5%)
90 (92,8%)
90 (89,1%)
118 (97,5%)
167 (97,1%)
183 (98,4%)
558 (96,0%)

31
72
67
97
101
121
172
186
580*

* Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries
cujos questionrios foram respondidos pelos professores (p < 0,05).

Na Tabela 45, esto apresentadas as freqncias dos subtipos de TDAH nos

90

847 alunos segundo o DSM-IV: TDAH/D, TDAH/HI e TDAH/C. A prevalncia de


TDAH foi de 12% (102/847 alunos). TDAH/D ocorreu em 6,9% dos alunos,
TDAH/HI em 3,4% e TDAH/C em 1,8%. Assim, TDAH/D ocorreu em 57,0%,
TDAH/HI em 28,5% e TDAH/C em 14,5% dos pacientes com TDAH (n=102).
TABELA 45 RESULTADOS DA APLICAO DO DSM-IV EM RELAO AOS
SUBTIPOS DE TDAH PARA OS ALUNOS DE 1 A 8 SRIES
SUBTIPOS

(847 ALUNOS)

TDAH/D

58 (6,9%)

TDAH/HI

29 (3,4%)

TDAH/C

15 (1,8 %)

Todas

102 (12%)

Na Tabela 46, esto apresentadas as freqncias dos subtipos de TDAH das


5 a 8 sries em relao opinio dos professores de Matemtica e Portugus. Os
professores de Matemtica (n=446) referiram sintomas de TDAH em 46 alunos
(10,3%), sendo mais freqente o TDAH/D, relatado em 28 alunos (6,3%), seguido
do TDAH/HI, em 14 alunos (3,1%) e do TDAH/C, em 4 alunos (1,0%). Os
professores de Portugus (n=450) identificaram sintomas de TDAH em 43 alunos
(9,5%), sendo mais freqente o TDAH/D, referido em 29 alunos (6,4%), seguido do
TDAH/HI, em 7 alunos (1,5%) e do TDAH/C, em 7 alunos (1,5%). A anlise
estatstica no mostrou diferenas significativas.
Avaliando a dimenso dficit de ateno, a prevalncia foi similar entre os
professores de Matemtica e Portugus, respectivamente, 7,2% e 7,8%, o mesmo
ocorrendo em relao aos sintomas de hiperatividade/impulsividade, relatado em
4,0% dos alunos pelos professores de Matemtica e 3,1 % pelos professores de
Portugus.

91
TABELA 46 RESULTADOS DA APLICAO DO DSM-IV AOS PROFESSORES
DE MATEMTICA E PORTUGUS EM RELAO AOS SUBTIPOS DE TDAH
Matemtica
(446 alunos)

Portugus
(450 alunos)

TDAH/D

28 (6,3%)

29 (6,4%)

TDAH/HI

14 (3,1%)

7 (1,5%)

TDAH/C

4 (1,0%)

7 (1,5%)

46 (10,3%)

43 (9,5%)*

Formas Clnicas

Todas

* Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 5 a 8 sries cujos questionrios foram
respondidos pelos professores de Portugus e Matemtica (p > 0,05).

Na Tabela 47, esto apresentadas as freqncias dos subtipos de TDAH em


relao s sries escolares. A freqncia de TDAH foi de 14,2% entre os alunos de
1 a 4 sries e de 11% entre aos alunos de 5 a 8, sem diferenas significativas. Em
ambos os grupos houve predomnio do TDAH/D, sendo o TDAH/HI e o TDAH/C
mais freqentes nos alunos de 1 a 4 sries do Ensino Fundamental, embora sem
diferena estatisticamente significativa (p > 0,05).
TABELA 47 RESULTADOS DA APLICAO DO DSM-IV AOS PROFESSORES
EM RELAO PREVALNCIA DE TDAH E SUBTIPOS NAS SRIES
ESCOLARES: 1 E 4 SRIES (PROFESSOR DE SALA), 5 A 8 SRIES
(PROFESSORES DE INGLS, MATEMTICA E/OU DE PORTUGUS)
1 - 4 Sries - 267 Alunos

5 - 8 Sries 580 Alunos

TDAH/D

16 (6,0%)

42 (7,2%)*

TDAH/HI

14 (5,2%)

15 (2,6%)**

TDAH/C

8 (3,0%)

7 (1,2%)***

38 (14,2%)

64 (11%)****

Todas

*Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries,
subtipo TDAH/D cujos questionrios foram respondidos pelos professores (p > 0,05).
**Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries,
subtipo TDAH/HI cujos questionrios foram respondidos pelos professores (p < 0,05).
***Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8 sries,
subtipo TDAH/C cujos questionrios foram respondidos pelos professores (p > 0,05).
****Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena entre as crianas de 1 a 4 sries e 5 a 8
sries, todos os pacientes com TDAH cujos questionrios foram respondidos pelos professores (p > 0,05).

Na Tabela 48 esto apresentadas as freqncias dos subtipos de TDAH em


relao ao gnero. A incidncia foi maior no gnero masculino (15,9%) em relao

92

ao feminino (8,3%). Esse predomnio no gnero masculino ocorreu em todas as


sries escolares. A relao do gnero masculino/feminino na amostra total foi de
1,9, sendo de 1,95 nas 1a a 4a sries e de 1,85 nas 5a a 8a sries. No gnero
masculino, predominou o TDAH/D (38 alunos/9,2%) em relao ao TDAH/HI (16
alunos/3,9%) e ao TDAH/C (12 alunos/2,9%), o mesmo ocorrendo no gnero
feminino, em que o TDAH/D foi relatado em 20 alunas (4,6%), o TDAH/HI em 13,
(3%) alunas e o TDAH/C em 3 (0,7%). Na anlise estatstica, as diferenas foram
estatisticamente significativas na comparao entre todas as sries.

TABELA 48 RESULTADOS DA APLICAO DO DSM-IV AOS PROFESSORES


EM RELAO AOS SUBTIPOS DE TDAH, SRIE ESCOLAR E GNERO
GNERO
Masculino
a

1 a 4 sries
TDAH/D
TDAH/HI
TDAH/C
Subtotal (1 a 5)
5a a 8asries
TDAH/D
TDAH/HI
TDAH/C
Subtotal (5 a 8)
Total Geral

(415 alunos)

(n-131)
11 (8,4 %)
8 (6,1 %)
6 (4,6 %)
25 (19%)
(n-284)
27 (9,5%)
8 (2,8 %)
6 (2,1%)
41 (14,4%)
66 (15,9%)

Feminino

(432 alunas)

(n-136)
5 (3,7 %)
6 (4,4 %)
2 (1,5%)
13 (9,6%)***
(n-296)
15 (5,0 %)
7 (2,4 %)
1 (0,4%)
23 (7,8%)**
36 (8,3%)*

* Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena na prevalncia dos gneros entre as crianas de 1
a 4 sries e 5 a 8 sries cujos questionrios foram respondidos pelos professores (p < 0,05).
** Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena na prevalncia dos gneros entre as crianas de
5 a 8 sries cujos questionrios foram respondidos pelos professores (p < 0,05).
*** Teste qui-quadrado de Pearson com correo de Yates para a diferena na prevalncia dos gneros entre as crianas de
1 a 4 sries cujos questionrios foram respondidos pelos professores (p < 0,05).

4.2 AMOSTRA AMBULATORIAL

4.2.1 Alunos com ou sem Sintomas de TDAH selecionados pelos Professores de


acordo com os Critrios do DSM-IV para Avaliao Mdica (FASE 2 e 3,
grfico 1)

93

A partir da aplicao do QIprof na amostra escolar foram selecionados 306


alunos para avaliao mdica (102 com sintomas de TDAH e 204 sem sintomas).
Desses, 72 alunos (23,5% da amostra selecionada) participaram da avaliao
mdica

com

objetivo

de

diagnosticar

dficit

de

ateno

hiperatividade/impulsividade. Esse grupo foi considerado como padro ouro para


a estimativa dos ndices de SE, ESP, VPP, VPN, AC e coeficiente de Kappa. O QI
foi aplicado aos professores (Apndice I) e aos pais (Apndice II). Para o estudo de
concordncia, foram utilizados os critrios do DSM-IV para professores e pais e, na
elaborao do QB, todas as questes (n=35) do QI desenvolvidas para as dimenses
dficit de ateno e hiperatividade/impulsividade. Sessenta e oito crianas tiveram o
QIpais respondido por seus pais. Quarenta e quatro crianas apresentaram o
questionrio respondido por professores de Portugus e Matemtica, nove de
Matemtica, seis de Portugus, trs por professores de ingls e dez pelos
professores de sala de 1 a 4 sries.
Dessas 72 crianas, 41eram do gnero masculino (57,0%) e 31 do gnero
feminino (43,0%). A distribuio das crianas de acordo com sua srie escolar e
idade est apresentada na Tabela 49. Nenhum aluno da 4 srie participou da
amostra ambulatorial. Houve predomnio das crianas de 5 a 8 sries (86%) e a
idade variou de 7 anos a 14 anos e 7 meses (mdia= 10 anos 3 meses).

TABELA 49 DISTRIBUIO DAS CRIANAS DA AMOSTRA AMBULATORIAL


QUANTO SRIE ESCOLAR E IDADE MDIA
Sries

n (%)

Idade Mdia (Anos)

1
2
3
4
5
6
7
8

04 (5,5%)
04 (5,5%)
02 (2,8%)
0
08 (11,1%)
13 (18,0%)
25 (34,7%)
16 (22,2%)

7 a.
7 a.
8 a. 4 m
0
10 a. 7 m.
12 a. 1 m.
13 a. 2 m.
13 a. 11 m.

Total

72 (100%)

10 a. 3 m.

O QIpais foi o mesmo aplicado aos professores, que consistiu de um grupo

94

de itens (grupo1) com questes referentes identificao do aluno, da escola, do


professor, da srie escolar, de outro grupo (grupo 2) com perguntas referentes s
dimenses dficit de ateno e hiperatividade/impulsividade e do grupo 3, de itens
que avaliam a presena de prejuzo acadmico ou social.
Trinta e trs crianas foram diagnosticadas como TDAH pela equipe
mdica/psicolgica. Na Tabela 50, esto apresentados os subtipos de TDAH
encontrados nesse grupo. Observa-se predomnio do TDAH/C, seguido de TDAH/D
e TDAH/HI. Vinte e nove crianas apresentaram sintomas de dficit de ateno e
21, sintomas de hiperatividade/impulsividade.
TABELA 50 SUBTIPOS DE TDAH DIAGNOSTICADOS PELA EQUIPE MDICA
SUBTIPOS

(33 ALUNOS)

TDAH/C

17 (51,5%)

TDAH/D

12 (36,4%)

TDAH/HI

4 (12,1%)

4.2.2 Anlise de Concordncia entre Professores, Pais e Avaliao Mdica na


Identificao de Sintomas de Dficit de Ateno
Os mdicos identificaram 29 das 72 crianas (40,2%) como portadoras de
dficit de ateno. Para os professores, atravs do questionrio utilizando critrios
do DSM-IV, foram identificadas 09 das 72 crianas com dficit de ateno (12,5%);
enquanto para os pais, essa freqncia foi de 20,8% (15 de 72).
A Tabela 51 mostra as freqncias de concordncia e discordncia na
identificao de dficit de ateno entre todos os professores de 1 a 4 sries
(professores de sala) e de 5 a 8 sries (professores de Portugus e Matemtica) em
relao avaliao mdica.

95
TABELA 51 CONCORDNCIA ENTRE OPINIES DOS PROFESSORES DE 1 A
8

SRIES

(CRITRIOS

DO

DSM-IV)

AVALIAO

MDICA

NA

IDENTIFICAO DE DFICIT DE ATENO


AVALIAO MDICA
Sim
Professores

No

Total

Sim

12 (10,3%)

03 (2,6%)

15 (12,9%)

No

32 (27,7%)

69 (59,5%)

101 (87,0%)

Total

44 (38,0%)

72 (62,0%)

116 (100,0%)

Coeficiente de Kappa = 0,26

O questionrio respondido pelos professores de 1 a 8 sries apresentou SE


de 27,3%, ESP de 95,8%, VPP de 80,0%, VPN de 68,3%, AC de 69,8%, FP de
20,0% e FN de 31,7%.
A Tabela 52 mostra as freqncias de concordncia e discordncia na
identificao de dficit de ateno entre professores de Portugus e avaliao
mdica.
TABELA 52 CONCORDNCIA ENTRE PROFESSORES DE PORTUGUS
(CRITRIOS DO DSM-IV) E AVALIAO MDICA NA IDENTIFICAO DE
DFICIT DE ATENO
AVALIAO MDICA
Sim
Professor de
Portugus

No

Total

Sim

05 (10,0%)

01 (2,0%)

06 (12,0%)

No

16 (32,0%)

28 (56,0%)

44 (88,0%)

Total

21 (42,0%)

29 (58,0%)

50 (100,0%)

Coeficiente de Kappa = 0,22

O questionrio respondido pelos professores de Portugus apresentou SE


de 23,8%, ESP de 96,5%, VPP de 83,3%, VPN de 63,6%, AC de 66,0%, FP de
16,7% e FN de 36,4%.
A Tabela 53 mostra as freqncias de concordncia e discordncia na
identificao de dficit de ateno entre professores de Matemtica e avaliao
mdica.

96
TABELA 53 CONCORDNCIA ENTRE PROFESSORES DE MATEMTICA
(CRITRIOS DO DSM-IV) E AVALIAO MDICA NA IDENTIFICAO DE
DFICIT DE ATENO
AVALIAO MDICA

Professor de
Matemtica

Sim

No

Total

Sim

06 (11,3%)

02 (3,8%)

08 (15,1%)

No

15 (28,3%)

30 (56,6%)

45 (84,9%)

Total

21 (39,6%)

32 (60,4%)

53 (100,0%)

Coeficiente de Kappa = 0,24

O questionrio respondido pelos professores de Matemtica apresentou SE


de 28,6%, ESP de 93,7%, VPP de 75,0%, VPN de 66,6%, AC de 67,9%, FP de
25,0% e FN de 33,3%.
A Tabela 54 mostra as freqncias de concordncia e discordncia na
identificao de dficit de ateno entre professores de Matemtica e de Portugus.

TABELA 54 CONCORDNCIA ENTRE PROFESSORES DE MATEMTICA E DE


PORTUGUS NA IDENTIFICAO DE DFICIT DE ATENO (CRITRIOS DO
DSM-IV)
PROFESSOR DE MATEMTICA
Sim
Professor de
Portugus

No

Total

Sim

02 (4,5%)

02 (4,5%)

04 (9,0%)

No

04 (9,0%)

36 (82%)

40 (91%)

Total

06 (13,6%)

38 (86,4%)

44 (100,0%)

Coeficiente de Kappa = 0,32

A Tabela 55 mostra as freqncias de concordncia e discordncia na


identificao de dficit de ateno entre pais e avaliao mdica.

97
TABELA 55 CONCORDNCIA ENTRE PAIS (CRITRIOS DO DSM-IV) E
AVALIAO MDICA NA IDENTIFICAO DE DFICIT DE ATENO
AVALIAO MDICA

Pais

Sim

No

Total

Sim

14 (20,5%)

01 (1,5%)

15 (22,0%)

No

11 (16,2%)

42 (61,7%)

53 (77,9%)

Total

25 (36,7%)

43 (63,3%)

68 (100,0%)

Coeficiente de Kappa = 0,58

O questionrio respondido pelos pais apresentou SE de 56,0%, ESP de


97,7%, VPP de 93,3%, VPN de 79,2%, AC de 82,0%, FP de 6,7% e FN de 20,7%.
A Tabela 56 mostra as freqncias de concordncia e discordncia na
identificao de dficit de ateno entre professores e pais.
TABELA

56

CONCORDNCIA

ENTRE

PROFESSORES

PAIS

NA

IDENTIFICAO DE DFICIT DE ATENO (CRITRIOS DO DSM-IV)


PAIS
Sim
Professores

No

Total

Sim

5 (7,4%)

3 (4,4%)

8 (11,8%)

No

10 (14,7%)

50 (73,5%)

60 (88,2%)

Total

15 (22,1%)

53 (77,9%)

68 (100%)

Coeficiente de Kappa = 0,33

4.2.3 Anlise de Concordncia entre Professores, Pais e Avaliao Mdica na


Identificao de Sintomas de Hiperatividade/Impulsividade
Os mdicos identificaram 21 dos 72 alunos (29,2%) como portadores de
hiperatividade/impulsividade. Atravs dos questionrios, baseados nos critrios do
DSM-IV,

os

professores

identificaram

05

das

72

crianas

com

hiperatividade/impulsividade (6,9%), enquanto os pais relataram uma freqncia de


9,7% (07 de 72).
A Tabela 57 mostra as freqncias de concordncia e discordncia na
identificao de hiperatividade/impulsividade entre os professores de 1 a 4

98

(professores de sala) e 5 a 8 sries (professores de Matemtica e Portugus) e


avaliao mdica.
TABELA 57 CONCORDNCIA ENTRE PROFESSORES DE 1 A 8 SRIES
(CRITRIOS DO DSM-IV) E AVALIAO MDICA NA IDENTIFICAO DE
HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE
AVALIAO MDICA

Professores

Sim

No

Total

Sim

05 (4,3%)

03 (2,6%)

08 (6,9%)

No

29 (25,0%)

79 (68,1%)

108 (93,1%)

Total

34 (29,3%)

82 (70,7%)

116 (100,0%)

Coeficiente de Kappa = 0,14

O questionrio respondido pelos professores apresentou, assim, SE de


14,7%, ESP de 96,3%, VPP de 62,5%, VPN de 73,1%, AC de 72,4%, FP de 37,5%
e FN de 26,8%.
A Tabela 58 mostra as freqncias de concordncia e discordncia na
identificao de hiperatividade/impulsividade entre professores de Portugus e
avaliao mdica.
TABELA 58 CONCORDNCIA ENTRE PROFESSORES DE PORTUGUS
(CRITRIOS DO DSM-IV) E AVALIAO MDICA NA IDENTIFICAO DE
HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE
AVALIAO MDICA

Professor de
Portugus

Sim

No

Total

Sim

01 (2,0%)

02 (4,0%)

03 (6,0%)

No

14 (28,0%)

33 (66,0%)

47 (94,0%)

Total

15 (30,0%)

35 (70,0%)

50 (100,0%)

Coeficiente de Kappa = 0,01

O questionrio respondido pelos professores de Portugus apresentou


assim, SE de 6,7%, ESP de 94,3%, VPP de 33,3%, VPN de 70,2%, AC de 68,0%,
FP de 66,7% e FN de 29,8%.
A Tabela 59 mostra as freqncias de concordncia e discordncia na

99

identificao de hiperatividade/impulsividade entre professores de Matemtica e


avaliao mdica.
TABELA 59 CONCORDNCIA ENTRE PROFESSORES DE MATEMTICA
(CRITRIOS DO DSM-IV) E AVALIAO MDICA NA IDENTIFICAO DE
HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE
AVALIAO MDICA

Professor de
Matemtica

Sim

No

Total

Sim

03 (5,6%)

01 (1,9%)

04 (7,5%)

No

14 (26,4%)

35 (66,0%)

49 (92,4%)

Total

17 (32,0%)

36 (67,9%)

53 (100,0%)

Coeficiente de Kappa = 0,18

O questionrio respondido pelos professores de Matemtica apresentou SE


de 17,6%, ESP de 97,2%, VPP de 75,0%, VPN de 71,4%, AC de 71,7%, FP de
25,0% e FN de 28,6%.
A Tabela 60 mostra as freqncias de concordncia e discordncia na
identificao de hiperatividade/impulsividade entre professores de Matemtica e de
Portugus.
TABELA 60 CONCORDNCIA ENTRE PROFESSORES DE MATEMTICA E DE
PORTUGUS NA IDENTIFICAO DE HIPERATIVIDADE / IMPULSIVIDADE
(CRITRIOS DO DSM-IV)
PROFESSOR DE MATEMTICA
Sim
Professor de
Portugus

No

Total

Sim

01 (2,3%)

02 (4,5%)

03 (6,8%)

No

03 (6,8%)

38 (86,4%)

41 (93,2%)

Total

04 (9,1%)

40 (90,9%)

44 (100,0%)

Coeficiente de Kappa = 0,22

A Tabela 61 mostra as freqncias de concordncia e discordncia na


identificao de hiperatividade/impulsividade entre pais e mdicos.

100
TABELA 61 CONCORDNCIA ENTRE PAIS (CRITRIOS DO DSM-IV) E
AVALIAO

MDICA

NA

IDENTIFICAO

DE

HIPERATIVIDADE/

IMPULSIVIDADE
AVALIAO MDICA
Sim
Pais

No

Total

Sim

07 (10,3%)

0 (0,0%)

07 (10,3%)

No

14 (20,6%)

47 (69,1%)

61 (89,7%)

Total

21 (30,9%)

47 (69,1%)

72 (100,0%)

Coeficiente de Kappa = 0,41

O questionrio respondido pelos pais apresentou SE de 33,3%, ESP de


100,0%, VPP de 100,0%, VPN de 77,0%, AC de 79,4%, FPN e FN de 22,9%.
A Tabela 62 mostra as freqncias de concordncia e discordncia na
identificao de hiperatividade/impulsividade entre professores e pais.

TABELA

62

CONCORDNCIA

ENTRE

PROFESSORES

PAIS

NA

IDENTIFICAO DE HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE (CRITRIOS DO


DSM-IV)
PAIS
Sim
Professores

No

Total

Sim

01 (1,5%)

04 (5,9%)

05 (7,4%)

No

06 (8,8%)

57 (83,8%)

63 (92,6%)

Total

07 (10,3%)

61 (89,7%)

68 (100%)

Coeficiente de Kappa = 0,08

4.2.4 Desenvolvimento do Questionrio Breve para Transtorno de Dficit de


Ateno/Hiperatividade (FASE 5, grfico 1)

Para a elaborao do QB, alguns modelos de anlise multivariada foram


aplicados, buscando identificar as principais questes preditivas para o diagnstico
de dficit de ateno e hiperatividade atravs de professores e pais.
Assim foram aplicados os modelos de anlise fatorial, anlise de
agrupamentos, anlise discriminante e regresso logstica.

101

Dois aspectos foram observados no resultado dessas anlises: inconsistncia


na seleo das principais questes contribuintes nos diferentes modelos aplicados e
diferenas entre as questes selecionadas quando os modelos consideravam os pais
ou os professores.
Alm disso, nenhuma das anlises isoladamente selecionou uma questo ou
um grupo de questes com ndices de SE e VPP melhores que o questionrio inicial.
Buscando, ento, elevar esses ndices, cada questo foi analisada e, para cada uma,
foi avaliado o grau de acerto ou erro no diagnstico de dficit de ateno e
hiperatividade, considerando pais e professores separadamente.

4.2.4.1 Questionrio Breve para a identificao de dficit de ateno, verso


professores (TDAHQBprof/D)
Considerando as anlises aplicadas, as seguintes questes foram
selecionadas para a construo do QB para identificao de dficit de ateno,
verso professores: questes 03, 07 e 08 (Quadro 1)
QUADRO 1 QUESTIONRIO BREVE PARA IDENTIFICAO DE DFICIT DE
ATENO, VERSO PROFESSORES TDAHQBPROF/D (APNDICE III):
Questo 03

desorganizado em suas lies de classe, tarefas ou


atividades.

Questo 07

Tem dificuldades para seguir instrues, terminar deveres de


casa, tarefas, ou obrigaes.

Questo 08

Distrai-se facilmente por barulhos ou outros estmulos na aula.

A Tabela 63 mostra as freqncias de concordncia e discordncia na


identificao de dficit de ateno entre professores e avaliao mdica quando se
aplica o TDAHQBprof/D.

102
TABELA 63 CONCORDNCIA ENTRE PROFESSORES E AVALIAO MDICA
NA IDENTIFICAO DE DFICIT DE ATENO COM O TDAHQBPROF/D
AVALIAO MDICA

Professores

Sim

No

Total

Sim

34 (29,3%)

29 (25,0%)

63 (54,3%)

No

10 (8,6%)

43 (37,1%)

53 (45,7%)

Total

44 (37,9%)

72 (62,1%)

116 (100,0%)

Coeficiente de Kappa = 0,34

O questionrio respondido pelos professores apresentou, assim, SE de


77,3%, ESP de 59,2%, VPP de 54,0%, VPN de 81,1%,AC de 66,4%, FP de 46,0% e
FN de 18,9%.
Estes resultados mostram uma melhor SE (77,3%) com o TDAHQBprof/D
em relao encontrada com o DSM-IV aplicado na amostra ambulatorial (27,3%).

4.2.4.2 Questionrio Breve para o diagnstico de dficit de ateno, verso pais


(TDAHQBpais/D)
Considerando as anlises aplicadas, as seguintes questes foram
selecionadas para a construo do QB para identificao de dficit de ateno,
verso pais: questes 01, 04, 07 e 08 (Quadro 2)

QUADRO 2 QUESTIONRIO BREVE PARA IDENTIFICAO DE DFICIT DE


ATENO, VERSO PAIS TDAHQBPAIS/D (APNDICE IV)
Questo 01

Falha em prestar ateno ao detalhes ou comete erros por


falta de cuidado em trabalhos escolares e tarefas

Questo 04

Esquece as atividades dirias (tarefas, recados e obrigaes)

Questo 07

Tem dificuldades para seguir instrues, terminar deveres


de casa, tarefas, ou obrigaes.

Questo 08

Distrai-se facilmente por barulhos ou outros estmulos.

A Tabela 64 mostra as freqncias de concordncia e discordncia na


identificao de dficit de ateno entre pais e avaliao mdica quando se aplica o

103

TDAHQBpais/D.
TABELA 64 CONCORDNCIA ENTRE PAIS E AVALIAO MDICA NA
IDENTIFICAO DE DFICIT DE ATENO COM O QB- TDAHQBPAIS/D
AVALIAO MDICA
Sim
Pais

No

Total

Sim

22 (32,3%)

10 (14,7%)

32 (47,0%)

No

03 (4,4%)

33 (48,6%)

36 (53,0%)

Total

25 (36,7%)

43 (63,3%)

68 (100,0%)

Coeficiente de Kappa = 0,61

O questionrio respondido pelos pais apresentou, assim, SE de 88,0%, ESP


de 76,7%, VPP de 68,7%, VPN de 91,7%, AC de 80,9%, FP de 31,2% e FN de
8,3%.
Estes resultados mostram uma melhor SE (88%) com o TDAHQBprof/D
em relao encontrada com o DSM-IV aplicado na amostra ambulatorial (56%).
4.2.4.3 Questionrio Breve para o diagnstico de hiperatividade/impulsividade,
verso professores (TDAHQBprof/HI)
Considerando as anlises aplicadas as seguintes questes foram
selecionadas para a construo do QB para identificar hiperatividade/impulsividade,
verso professores: questes 23, 26, 29 e 31 (Quadro 3)
QUADRO

QUESTIONRIO

HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE,

BREVE

PARA

VERSO

IDENTIFICAO
PROFESSORES

DE

TDAHQBPROF/HI (APNDICE V):


Questo 23

Parece estar sempre a todo vapor ou ligado como um


motor

Questo 26

Fala demais (atrapalha a aula)

Questo 29

Conversa demais (atrapalha o ambiente ou a aula)

Questo 31

impaciente e inquieto

A Tabela 65 mostra as freqncias de concordncia e discordncia na

104

identificao de hiperatividade/impulsividade entre professores e mdicos quando


se aplica o TDAHQBprof/HI.
TABELA 65 CONCORDNCIA ENTRE PROFESSORES E AVALIAO MDICA
NA

IDENTIFICAO

DE

HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE

COM

TDAHQBPROF/HI
AVALIAO MDICA
Sim
Professores

No

Total

Sim

25 (21,5%)

33 (28,5%)

58 (50,0%)

No

09 (7,8%)

49 (42,2%)

58 (50,0%)

Total

34 (29,3%)

82 (70,7%)

116 (100,0%)

Coeficiente de Kappa = 0,27

O questionrio respondido pelos professores apresentou, assim, SE de


73,2%, ESP de 59,7%, VPP de 43,1%, VPN de 84,5%, AC de 63,8%, FP de 56,9%
FN de 15,5%.
Estes resultados mostram uma melhor SE (73,2%) com o TDAHQBprof/HI
em relao encontrada com o DSM-IV aplicado na amostra ambulatorial (14,7%).
4.2.4.4 Questionrio Breve para o diagnstico de hiperatividade/impulsividade,
verso pais (TDAHQBpais/HI)
Considerando as anlises aplicadas, as seguintes questes foram
selecionadas

para

construo

do

QB

para

identificao

hiperatividade/impulsividade, verso pais: questes 21, 23, 27 e 31 (Quadro 4).

de

105
QUADRO

QUESTIONRIO

BREVE

HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE,

PARA

VERSO

IDENTIFICAO

PAIS

DE

TDAHQBPAIS/HI

(APNDICE VI).
Questo 21

 Faz tarefas rapidamente para se ver livre/tem sempre muita


pressa.

Questo 23

 Parece estar sempre a todo vapor ou ligado como um motor

Questo 27

 Tem dificuldade em permanecer sentado, ficar quieto (mexe-se,


contorce-se ou levanta-se da cadeira)

Questo 31

 impaciente e inquieto

A Tabela 66 mostra as freqncias de concordncia e discordncia na


identificao de hiperatividade/impulsividade entre pais e avaliao mdica quando
se aplica o TDAHQBpais/HI.
TABELA 66 CONCORDNCIA ENTRE PAIS E AVALIAO MDICA NA
IDENTIFICAO

DE

HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE

COM

TDAHQBPAIS/HI
AVALIAO MDICA
Sim
Pais

No

Total

Sim

15 (20,8%)

16 (22,2%)

31 (43,0 %)

No

06 (8,3%)

35 (48,7%)

41 (57,0%)

Total

21 (29,1%)

51 (70,9%)

72 (100,0%)

Coeficiente de Kappa = 0,35

O questionrio respondido pelos pais apresentou, assim, SE de 71,4%, ESP


de 68,6%, VPP de 48,4%, VPN de 85,4%, AC de 69,4%, FP de 51,6% e FN de
14,6%.
Esses resultados mostram uma melhor SE (71,4%) com o TDAHQBpais/HI
em relao encontrada com o DSM-IV aplicado na amostra ambulatorial (33,3%).
Os grficos 6, 7,8 e 9 ilustram os ndices de SE, ESP, VPP, VPN, AC, FP e
FN do Questionrio Breve, verso professores e pais, aplicados na amostra
ambulatorial na comparao com o DSM-IV. Observa-se uma melhor SE para o
TDAHQB em relao ao DSM-IV em todas as comparaes (FASE 6, grfico 1).

106
GRFICO 2 COMPARAO DO DSM-IV E TDAHQB EM RELAO
IDENTIFICAO DE DFICIT DE ATENO, ANLISE DOS PROFESSORES.

%
100
80
60
40
20
0

SE

ESP

VPP

VPN

AC

FP

FN

Deficit de ateno - DSM-IV - professores


Deficit de ateno - Questionrio breve dos professores

GRFICO 3 COMPARAO DO DSM-IV E TDAHQB EM RELAO


IDENTIFICAO DE DFICIT DE ATENO, ANLISE DOS PAIS.

%
100
80
60
40
20
0

SE

ESP

VPP

Deficit de ateno - DSM-IV - pais

VPN

AC

FP

FN

Deficit de ateno - Questionrio breve dos pais

107
GRFICO 4 COMPARAO DO DSM-IV E TDAHQB EM RELAO
IDENTIFICAO DE HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE, ANLISE DOS
PROFESSORES.

%
100
80
60
40
20
0

SE

ESP

VPP

VPN

AC

FP

FN

Hiperatividade/Impulsividade - DSM-IV - professores


Hiperatividade/Impulsividade - Questionrio breve dos professores

GRFICO 5 COMPARAO DO DSM-IV E TDAHQB EM RELAO


IDENTIFICAO DE HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE, ANLISE DOS PAIS.

%
100
80
60
40
20
0
SE

ESP

VPP

VPN

AC

FP

FN

Hiperatividade/Impulsividade - DSM-IV - pais


Hiperatividade/Impulsividade - Questionrio breve dos pais

O grfico 6 demonstra que o TDAHQB em comparao com o DSM-IV


apresentou maior freqncia na identificao de sintomas de dficit de ateno e
hiperatividade/impulsividade, se aproximando das taxas identificadas pela equipe
mdica (p < 0,01).

108
GRFICO 06 COMPARAO DO DSM-IV E TDAHQB EM RELAO
IDENTIFICAO

DE

SINTOMAS

HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE

DE

DFICIT

COM

DE

ATENO

DIAGNSTICO

MDICO.

COMPARAO ENTRE PAIS, PROFESSORES E MDICOS.

%
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0

Deficit de Ateno
DSM-IV

Dficit de Ateno
Q. Breve

Avaliao Mdica

HI
DSM-IV
Professores

HI
Q.Breve
Pais

4.3 CONSISTNCIA INTERNA E VALIDADE DE CONSTRUCTO DO TDAHQB


(FASE 7, grfico 1)

4.3.1 Estudo da Consistncia Interna do TDAHQB


A avaliao da preciso e consistncia interna do TDAHQB foi realizada
atravs da aplicao do coeficiente de Cronbach e a validade de constructo atravs
dos ndices de SE, ESP, VPP, VPN e coeficiente de correlao de Phi. O
TDAHQBprof foi aplicado em uma nova amostra escolar (1147 alunos de uma
escola pblica do Ensino Fundamental) e o TDAHQBpais em amostra ambulatorial
de pacientes com TDAH e controles (205 crianas do Ensino Fundamental).

4.3.1.1 Estudo da preciso e consistncia interna da TDAHQBprof


Na anlise de consistncia interna do TDAHQBprof, dimenso dficit de
ateno, obteve-se um coeficiente alfa de Cronbach de 0,83 e na dimenso

109

hiperatividade/impulsividade esse coeficiente foi 0,87.


A consistncia interna do DSM-IV, dimenso dficit de ateno, aplicado
aos professores dos mesmos alunos, apresentou um coeficiente alfa de Cronbach de
0,91. Aplicado na dimenso hiperatividade/impulsividade, esse coeficiente foi de
0,92.

4.3.1.2 Anlise da consistncia interna da TDAHQBpais


A consistncia interna do TDAHQBpais, dimenso dficit de ateno,
apresentou um coeficiente alfa de Cronbach de 0,52 e de 0,76 na dimenso
hiperatividade/impulsividade.
A mesma anlise, no DSM-IV, dimenso dficit de ateno, apresentou um
coeficiente

alfa

de

Cronbach

de

0,72

de

0,89

na

dimenso

hiperatividade/impulsividade.

4.3.2 Validade de Constructo do TDAHQB: Comparao com o DSM-IV

4.3.2.1 Validade de constructo do TDAHQBprof


A seguir, so apresentados a SE, ESP, VPP, VPN e o coeficiente de
correlao de Phi da comparao realizada entre o TDAHQBprof e o DSM-IV. As
questes de cada dimenso foram avaliadas isoladamente e agrupadas.

4.3.2.1.1 Avaliao da validade de constructo do TDAHQBprof/D


As comparaes das questes do TDAHQBprof, isoladamente ou
agrupadas, da dimenso de dficit de ateno, com o DSM-IV, esto apresentadas
na tabela 67.

110
TABELA 67 - CONCORDNCIA DO DSM-IV COM AS QUESTES DO
TDAHQBPROF EM RELAO AO DFICIT DE ATENO
Questes

SE

ESP

VPP

VPN

COEF. Phi

03, 07 e 08

82%

97%

80%

98%

0,79

03 e 07

85%

97%

76%

98%

0,78

03 e 08

91%

96%

72%

99%

0,78

07 e 08

88%

95%

65%

98%

0,73

03

94%

93%

61%

99%

0,73

07

91%

92%

57%

99%

0,70

08

97%

85%

42%

99%

0,60

Comparando-se o TDAHQBprof, dimenso dficit de ateno, com o DSMIV, observou-se boa SE (82 a 97%), ESP (85 a 98%) e VPN (98 a 99%). O VPP
variou de 65 a 76% nas comparaes utilizando agrupamento de duas questes a
80% com agrupamento de trs questes. Na anlise da correlao, considerando o
coeficiente Phi, este esteve igual ou acima de 0,70 nas comparaes das questes
em grupo ou individualmente, estando abaixo somente na comparao da questo
08. Esses resultados mostram que as trs questes do TDAHQBprof/D
isoladamente ou agrupadas (grupos de 2 ou 3) apresentam boa correlao com o
DSM-IV, exceto a questo 08.
4.3.2.1.2 Avaliao da validade de constructo do TDAHQBprof/HI
As comparaes das questes do TDAHQBprof, isoladamente ou
agrupadas, da dimenso hiperatividade/impulsividade, com
apresentadas na tabela 68.

o DSM-IV, esto

111
TABELA 68 - CONCORDNCIA DO DSM-IV COM AS QUESTES DO
TDAHQBPROF EM RELAO HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE
Questes

SE

ESP

VPP

VPN

COEF.Phi

23, 26, 29 e 31
23, 26 e 29
23, 26 e 31
26, 29 e 31
23, 29 e 31
23 e 26
23 e 29
23 e 31
26 e 29
26 e 31
29 e 31
23
26
29
31

56%
61%
22%
84%
61%
65%
68%
65%
94%
85%
90%
68%
90%
92%
90%

100%
99%
100%
99%
99%
99%
98%
99%
97%
98%
98%
98%
94%
96%
97%

100%
89%
100%
94%
89%
83%
76%
85%
74%
85%
80%
71%
58%
70%
74%

96%
96%
93%
98%
96%
97%
97%
97%
99%
98%
99%
97%
99%
99%
99%

0,74
0,72
0,46
0,88
0,72
0,71
0,70
0,72
0,82
0,84
0,84
0,67
0,70
0,78
0,80

Analisando o TDAHQBprof, dimenso hiperatividade/impulsividade, nas


15 avaliaes de cada questo isolada ou agrupadas, o nvel de correlao de Phi foi
bom (acima de 0,70) em 13 comparaes. Deve-se salientar que a SE est igual ou
acima de 85%, e a ESP igual ou acima de 94% quando se comparam as questes 26,
29 e 31 agrupadas em duas ou individualmente. VPP com uma nica exceo,
esteve acima de 70%, e, na maioria das vezes, os ndices so maiores que 80%. O
VPN esteve elevado em todas as comparaes, acima de 93%. Estes resultados
mostram que as questes 26, 29 e 31, associadas ou individualmente, apresentam o
mesmo potencial que o DSM-IV para identificao de crianas com TDAH.

4.3.2.2 Avaliao da validade de constructo do TDAHQBpais


A seguir, so apresentados a SE, ESP, VPP, VPN e o coeficiente de
correlao de Phi da comparao realizada entre o TDAHQBpais e o DSM-IV. As
questes de cada dimenso foram avaliadas isoladamente e agrupadas.

4.3.2.2.1 Avaliao da validade de constructo do TDAHQBpais/D

112

As comparaes das questes do TDAHQBpais, isoladamente ou


agrupadas, da dimenso de dficit de ateno, com o DSM-IV, esto apresentadas
na tabela 69.

TABELA 69 - CONCORDNCIA DO DSM-IV COM AS QUESTES DO


TDAHQBPAIS EM RELAO AO DFICIT DE ATENO
Questes

SE

ESP

VPP

VPN

COEF. Phi

01, 04, 07 e 08
01, 04 e 07
01, 04 e 08
04, 07 e 08
01, 07 e 08
01 e 04
01 e 07
01 e 08
04 e 07
04 e 08
07 e 08
01
04
07
08

100%
73%
66%
65%
70%
80%
85%
76%
77%
70%
76%
93%
85%
90%
90%

100%
92%
90%
90%
87%
81%
70%
70%
83%
79%
70%
40%
69%
50%
45%

100%
93%
90%
90%
88%
86%
79%
78%
86%
83%
77%
69%
79%
71%
74%

100%
72%
66%
65%
67%
75%
77%
69%
73%
66%
67%
81%
77%
79%
66%

1
0,64
0,56
0,55
0,56
0,60
0,55
0,46
0,59
0,49
0,45
0,41
0,46
0,45
0,30

Comparando-se o TDAHQBpais, dimenso de dficit de ateno, com o


DSM-IV, salienta-se a excelente correlao das quatro questes do QB, ou seja,
100% de SE, ESP, VPP, VPP com coeficiente de concordncia de Phi de 1. Os
maiores ndices de SE ocorreram na comparao isolada de cada questo (85% a
93%) e foi bom na maioria das comparaes com questes agrupadas (65 a 85%). A
ESP foi adequada na maioria das comparaes com as questes agrupadas (>70%)
sendo acima de 87% nas comparaes realizadas com trs ou quatro questes
agrupadas. O ndice de Phi foi fraco (<0,70) na maioria das avaliaes.
4.3.2.2.2 Avaliao da validade de constructo do TDAHQBpais/HI
As comparaes das questes do TDAHQBpais, isoladamente ou
agrupadas, da dimenso hiperatividade/impulsividade, com o DSM-IV, esto
apresentadas na tabela 70.

113
TABELA 70 - CONCORDNCIA DO DSM-IV COM AS QUESTES DO
TDAHQBPAIS EM RELAO HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE
Questes

SE

ESP

VPP

VPN

COEF. Phi

21, 23, 27 e 31
21, 23 e 27
21, 23 e 31
23, 27 e 31
21, 27 e 31
21 e 23
21 e 27
21 e 31
23 e 27
23 e 31
27 e 31
21
23
27
31

60%
66%
60%
83%
63%
66%
69%
63%
89%
85%
89%
69%
91%
98%
91%

95%
92%
93%
91%
91%
90%
85%
86%
88%
89%
85%
62%
83%
66%
74%

85%
81%
82%
82%
79%
77%
70%
69%
79%
79%
75%
47%
72%
59%
63%

83%
84%
82%
91%
83%
84%
84%
82%
94%
92%
94%
80%
95%
98%
94%

0,61
0,63
0,59
0,75
0,59
0,59
0,54
0,51
0,75
0,73
0,72
0,30
0,71
0,62
0,62

Comparando-se

TDAHQBpais,

dimenso

de

hiperatividade/impulsividade, em comparao com o DSM-IV observa-se que trs


questes (23, 27 e 31) apresentam isoladamente SE acima de 91% e associadas,
entre 80 e 90%. Agrupadas, o ndice de concordncia esteve acima de 0,72 e o VPP
acima de 75%. O VPN foi elevado, entre 80% a 98% em todas as avaliaes.
Assim, essas trs questes, isoladas ou associadas, apresentaram uma boa
correlao e capacidade discriminatria similar ao DSM-IV na identificao de
crianas com TDAH.

114

5 DISCUSSO
5.1

ESTUDO

PRELIMINAR:

QUESTIONRIO

INICIAL

APLICADO

AOS

PROFESSORES

O QIprof, com 119 questes para identificao de crianas com TDAH e


comorbidades neuropsiquitricas e acadmicas, foi respondido adequadamente
pelos professores, embora queixas e crticas tenham ocorrido devido ao grande
nmero de itens. O preparo inicial dos docentes atravs do curso informativo
facilitou o entendimento das questes, agilizando o preenchimento do QIprof. No
houve dvidas em relao aos quatro itens de graduao de gravidade e anlise da
existncia de prejuzo social ou acadmico. Para este estudo, foram analisadas
somente as primeiras 35 questes, referentes s dimenses dficit de ateno e
hiperatividade/impulsividade, que incluem as 18 questes do DSM-IV (Apndice I
e II).
As 15 questes do QIprof relacionadas dimenso dficit de ateno,
respondidas pelos professores, foram positivas entre 3,4% a 27,0% dos alunos
(mdia=12%). Quatro questes referentes aos itens do DSM-IV foram as mais
freqentemente positivas, ressaltando, em ordem decrescente, a questo 8 (distrai-se
facilmente por barulho), a 4 (esquece as atividades dirias), a 3 (desorganizado nas
lies e tarefas), a 1 (falha em prestar ateno aos detalhes), a 7 (tem dificuldade
para seguir instrues) e a 12 (tem dificuldade para prestar ateno em tarefas).
Entre as questes criadas, no relacionadas ao DSM-IV, foram mais freqentes em
ordem decrescente, a 2 (dificuldade em terminar o que comea), a 6 (incapaz de
prestar ateno na mesma coisa durante muito tempo) e a questo 15 (esquece
rpido o que acaba de ser dito).
No trabalho de ROHDE et al. (1999) com adolescentes, a freqncia dos
itens do DSM-IV, dimenso dficit de ateno, foi similar relatada neste estudo.
Encontraram respostas positivas entre 8,2 a 30,5% dos indivduos estudados. A
questo 8 foi a mais freqente (30,5%), seguida da questo 7 (15,3%) e da questo
12 (13,8%). A questo 3 ocorreu em 12,3%, a questo 4 em 10,1% e a questo 1 em

115

8,2%. As questes mais freqentes so coincidentes com as encontradas neste


estudo. A maior freqncia das questes deve-se ao fato de que o ponto de corte no
estudo desses pesquisadores foi de cinco questes positivas, e no seis, como nesta
pesquisa.
A questo 8 (distrai-se facilmente por barulho) referida freqentemente
em outros estudos populacionais. No Brasil, BRITO (1987) estudando 1.068 alunos
(idade entre 2 anos e 9 meses a 16 anos e 6 meses) encontrou a incidncia de 23,6 %
no gnero masculino e 13,3% no feminino. No Mxico, EDDY, SALMAERO e
CRUZ (1997) referem positividade para esta questo em 80% das crianas com
TDAH e 28,6% no grupo controle e WOLRAICH et al. (1998), nos Estados Unidos
da Amrica, relatam ndice de 16,4% em estudo populacional. Neste ltimo estudo a
questo 4 (esquece as atividades dirias) foi encontrada em 9,3% das crianas, a 3
(desorganizado nas lies e tarefas) em 13,3%, a 1 (falha em prestar ateno aos
detalhes) em 14,5%, a 7 (tem dificuldade para seguir instrues) em 11,1% e a 12
(tem dificuldade para prestar ateno em tarefas)em 11,9% (WOLRAICH et
al.,1998).
As 20 questes positivas para a dimenso hiperatividade/impulsividade do
QIprof, respondidas pelos professores, foram positivas entre 0,75% a 22,3%
(mdia=9,9%). Trs das nove questes do DSM-IV foram referidas freqentemente
como positivas. Em ordem decrescente, a questo 26 (fala demais), a 27 (tem
dificuldade para ficar sentado) e a 23 (parece estar a todo vapor, ligado como um
motor). Em relao s questes no relacionadas ao DSM-IV, a questo 16 (termina
as atividades e os deveres atrasado) e a 29 (conversa excessivamente) foram as mais
citadas.
Comparando os achados deste estudo com o trabalho de ROHDE et al.
(1999), esses autores encontraram uma maior incidncia de questes positivas
(11,1% a 31,3%). Ressalta-se a alta freqncia da questo 23 (24,6%) e da questo
26 (23,2%), que foram bastante prevalentes neste estudo. A questo 27 foi
encontrada em 11,5% dos casos. WOLRAICH et al. (1998), em estudo similar ao
realizado, encontraram a questo 26 em 15,8% das crianas da comunidade, a 27
em 12,2% e a 23 em smente 5,9%.

116

Das 15 questes relativas dimenso dficit de ateno, em 14 a freqncia


dos sintomas foi similar entre os professores das diferentes sries. Apenas a questo
8 foi menos freqente, com diferenas estatisticamente significativas entre os
professores de 1 a 4 sries em relao aos da 5 a 8 sries (professores de
Matemtica e de Portugus). A questo 8 (distrai-se facilmente por barulho ou
outros estmulos nos estudos) indica, especificamente, desateno. Essa diferena
estatisticamente significativa, com maior freqncia nas crianas maiores
(adolescentes), reflete uma maior prevalncia da desateno nas faixas etrias mais
altas.
Das 20 questes da dimenso hiperatividade/impulsividade, em 14 no
houve diferena estatstica significativa segundo a opinio dos professores. Nas
questes 21, 28, 32 e 34, as diferenas foram significativas entre os professores de
1 a 4 sries em relao aos professores de Matemtica e, tambm, de Portugus.
Duas questes, a 21 (faz tarefas rapidamente para se ver livre/sempre tem muita
pressa) e a 32 (exige que as suas solicitaes sejam atendidas imediatamente) foram
mais freqentes nas crianas de 5 a 8 sries, diferente do esperado, ou seja, uma
maior freqncia nas faixas etrias menores. A questo 28 (tem dificuldade para
brincar ou participar silenciosamente em atividades de lazer) e a 34 (quebra ou
destri material escolar ou outros objetos) foram mais freqentes na 1 a 4 sries,
dentro do esperado para crianas menores. Como no dficit de ateno, houve uma
distribuio harmnica das questes positivas na diferentes faixas etrias.
As observaes anteriores demonstram que as questes do QIprof
permitiram aos professores identificarem sintomas de dificuldades nos seus alunos
com uma freqncia similar entre eles.
Os resultados desta anlise confirmam a fora discriminatria dos itens do
DSM-IV, que apresentaram grande freqncia de positividade. Vrias pesquisas
comprovam a efetividade, validade e confiabilidade dos itens do DSM-IV na
identificao de TDAH (AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS, 2000;
PELHAM JNIOR, FABINO E MASSETTI, 2005).
A maior dificuldade ocorre quando se avalia a concordncia das questes
entre o professor de Portugus e o de Matemtica. A concordncia positiva foi de 0

117

a 13% e a negativa, de 59,6% a 98,5%, com coeficiente de Kappa fraco, variando de


0,06 a 0,33. Essa discreta concordncia entre observadores descrita em vrios
estudos (ACHENBACH, et al., 1987).
Os resultados acima demonstram que, apesar de prevalncia semelhante,
segundo os professores de Matemtica e Portugus, os alunos so diferentes. A
explicao mais coerente se relaciona s diferenas entre as matrias. Matemtica
mais lgica e no verbal e Portugus, terico e verbal. Aqui, deve-se considerar o
temperamento e o grau de tolerncia de cada professor.
A anlise da consistncia interna, considerada na amostra total e em relao
s diferentes sries, foi excelente, sempre acima de 0,90. Instrumentos de avaliao
similares a este, utilizando o DSM-IV, apresentam ndices de consistncia interna
entre 0,70 e 0,90, que so ndices considerados adequados (HOLLAND, GIEMPEL
e MERREL, 1998; DUPAUL et al., 1998; WOLRAICH, 1998; DUPAUL, 2003).

5.2

AMOSTRA ESCOLAR: PREVALNCIA DE TDAH E SUBTIPOS SEGUNDO O


DSM-IV APLICADO AOS PROFESSORES

O principal objetivo da aplicao do QIprof na populao escolar foi o de


selecionar crianas com sintomas de TDAH, atravs dos critrios do DSM-IV, para
avaliao mdica.
A prevalncia de TDAH neste estudo, avaliada a partir de questionrio
respondido pelos professores, utilizando critrios do DSM-IV, foi de 12%.
A

prevalncia

em

estudos

populacionais,

utilizando

instrumentos

estruturados com avaliao mdica, mais baixa, embora possa oscilar entre 1,7 a
17,8%, segundo a reviso de ELIA, AMBROSINI e RAPOPORT (1999), e at
20%, segundo outros autores (PINEDA et al., 1999; CORNEJO et al., 2005). A
Academia Americana de Pediatria sugere a prevalncia de 3 a 5%, ndices
encontrados nos trabalhos baseados em critrios rgidos de avaliao (AMERICAN
ACADEMY OF PEDIATRICS, 2000). Um estudo populacional com crianas
maiores de 5 anos de idade (n: 5.718) nascidas entre 1976 a 1982 em Rochester
(USA) demonstrou prevalncia de 7,4% (BARBARESI et al., 2002). No Brasil, em

118

adolescentes, ROHDE et al. (1999) relataram uma prevalncia de 5,8% e


GUARDIOLA, FUCHS e ROTTA (2000), utilizando o DSM-IV associado a
avaliaes neuropsicolgicas, 3,5% e 18% quando utilizado somente o DSM-IV
para os professores. Esse estudo refora a necessidade de outros critrios
diagnsticos associados para identificao de crianas com TDAH. Em
Florianpolis, POETA e ROSA NETO (2004) utilizando o EDAH em 1.898 alunos
do Ensino Fundamental encontraram uma prevalncia de 5%. VASCONCELOS et
al. (2003), estudaram a prevalncia de TDAH em 403 alunos de escola pblica de
Niteri atravs de uma triagem inicial a partir da aplicao do DSM-IV aos
professores e pais. O diagnstico foi definido em 69 alunos (17,1%). FREIRE e
POND (2005), em Salvador, aps avaliao de 150 crianas estimam alta
probabilidade de apresentarem TDAH em 12 crianas (8%). Na Holanda, KROES
et al. (2001) referem prevalncia de 3,5% em crianas de seis a oito anos e, na
Venezuela, MONTIEL-NAVA et al. (2002) relataram ndices de 7,2%. Outros
estudos na Itlia, Irlanda, Austrlia e Espanha mostraram prevalncia de 2,4 a 7,5%
(WOLRAICH et al., 1996; FARAONE, 2003).
Na reviso de 102 estudos realizada por POLANCZYK et al. (2007)
abrangendo diferentes populaes, a prevalncia encontrada foi de 5.29%. As
diferenas significativamente diferentes estiveram relacionadas ao prejuzo social
ou acadmico associado ao diagnstico, aos critrios diagnsticos utilizados, s
fontes de informao e regio geogrfica. A presena de prejuzo foi associada com
maior prevalncia de TDAH (P<0.001). Estudos baseados no DSM-IIIR e no CID
10 mostraram diferena significativamente diferente em relao aos critrios do
DSM-IV (p=0.02 e p=0.005, respectivamente). A prevalncia segundo os pais ou
professores foi mais freqente que a avaliao clnica considerada ideal (p=0.02 e
p<0.001, respectivamente). Em relao localizao geogrfica as diferenas foram
significativas quando comparados os resultados da Amrica do Norte em relao a
frica (p=0.03) e os pases do leste (p=0.01).
Estudos populacionais utilizando o DSM-IV e a opinio dos professores,
com metodologia similar ao utilizado neste estudo, mostram percentagens de
prevalncia mais elevadas, variando de 8,1% a 25,3% (tabela 71).

119
TABELA 71 - ESTUDO DA PREVALNCIA DE TDAH SEGUNDO O DSM-IV AVALIADO
PELOS PROFESSORES.
ESTUDO

IDADE/SRIES

TDAH

TDAH/D

TDAH/HI

TDAH/C

1.077

5-12 anos

17,8%

9,0%

3,9%

4,8%

454

5-7 anos

25,3%

8,4%

5,3%

11,6%

565

8-10 anos

23,8%

9,9%

2,5%

11,5%

443

11-13 anos

21,5%

11,2%

2,9%

7,4%

439

14-18 anos

15,0%

10,6%

1,6%

2,9%

GAUB e CARLSON, (1997)

2.744

5 sries

8,1%

4,5%

1,7%

1,9%

GUARDIOLA et al. (2000)

484

7a.6meses(mdia)

18%

---------

---------

---------

NOLAN et al. (2001)

413

3-5 anos

18,2%

3,9%

6,5%

7,7%

1520

5-12 anos

15,9%

10,3%

2,3%

3,3%

1073

12-18 anos

14,8%

11,5%

0,8%

2,5%

ROWLAND et al. (2001)

362

Ens.Fundamental

12,7 %

3,3%

0,3%

9,1%

WOLRAICH et al. (1996)

8.258

5 sries

11,4%

5,4%

2,4%

3,6%

WOLRAICH et al.(1998)

4.323

5 sries

16,1%

8,8%

2,6%

4,7%

WOLRAICH et al. (2004)

243

Mdia:7anos

---------

5%

3%

7%

BAUMGAERTE et al.(1995)
DUPAUL et al. (1998)

A baixa prevalncia observada no estudo de GAUB e CARLSON (1997)


est relacionada a critrios de seleo muito rgidos, s considerando como positivo
os sintomas muito freqente ou sempre. Interessante notar que WOLRAICH et
al. (1996, 1998), repetindo o estudo de 1996 em 1998, com as mesmas crianas, em
outro momento, encontraram maior incidncia de TDAH, predominando o grupo
desatento.
As pesquisas de DUPAUL et al. (1998) e NOLAN, GADOW e
SPRAFKINS (2001) demonstraram uma maior prevalncia de TDAH/C no grupo
de crianas de menor idade (<10 anos de idade).
ROWLAND et al. (2001), utilizando

metodologia que combina

informaes de professores e pais, encontraram uma prevalncia de 16,1%. Quando


o critrio de prejuzo foi associado, o ndice diminuiu para 6,8%. Segundo o autor,
essa alta prevalncia se deve aos critrios amplos do DSM-IV e ao fato de que os

120

professores participaram de forma voluntria, no selecionados atravs de


randomizao, indicando um vis na seleo da populao encaminhada para
avaliao. Estes professores voluntrios poderiam eventualmente tomado a deciso
de participar do estudo por terem crianas com TDAH em suas salas de aula. Outro
estudo, realizado na Austrlia, mostrou prevalncia de 9,9% pelas informaes dos
professores e de 8,8% pelas dos pais, associadas ao critrio de prejuzo social ou
acadmico. Quando foram consideradas as duas opinies juntas, o ndice foi baixo
(2,4%) (GOMEZ et al., 1999).
Deve ser ressaltado que, em amostras populacionais, a prevalncia maior
do que em amostra escolares. Em estudo nos Estados Unidos da Amrica, a
prevalncia mdia em uma amostra da comunidade foi de 10,3% versus 6,9% em
amostras escolares (BROWN et al., 2001).
A maior dificuldade para comparao da prevalncia nesses trabalhos
decorre dos diversos critrios diagnsticos e mtodos de avaliao utilizados. Alm
de utilizar critrios definidos, por exemplo, do DSM-IV, os sintomas devem ocorrer
em diferentes ambientes e causarem algum prejuzo ao indivduo. Estudos com
professores utilizam apenas uma fonte de informao, proveniente de um nico
ambiente, o que pode superestimar a prevalncia de TDAH. A idade do grupo pode
afetar a resposta dos professores. Professores do ensino fundamental passam muito
mais tempo com os seus alunos que aqueles do ensino mdio. Estes, na maioria dos
estudos demonstram conhecer os seus alunos pelo que identificam os menores
ndices de psicopatologia do adolescente, alm de mostrarem pouca concordncia
com outras fontes de informao (NASS, 2006). Por outro lado, o fato de que os
subtipos de TDAH diferem nas diferentes idades pode confundir os professores. Por
exemplo, estudos baseados no DSM-IV, referindo sintomas em 3000 escolares entre
3 e 18 anos de idade registraram uma prevalncia de 15.8% com 9,9% de TDAH/D,
2,4% TDAH/HI e 3,6% de TDAH/C. O TDAH/D foi incomum nos pr-escolares
(3,9%) (NASS, 2006). Crianas com TDAH associado a comorbidades que causam
grande prejuzo criana, tanto em relao aos aspectos sociais ou acadmicos, so
mais fcilmente identificados pelos professores (BAUMGAERTEL, WOLRAICH e

121

DIETRICH, 1995; WOLRAICH et al., 1996; WOLRAICH et al., 1998; NOLAN,


GADOW e SPRAFKIN, 2001).
Aqui, neste estudo, utilizando a informao a partir de professores
previamente treinados em relao ao conhecimento das questes do DSM-IV,
associada presena de prejuzo acadmico ou social, observou-se uma prevalncia
de 12%, similar aos citados acima. Deve-se ressaltar que essa prevalncia reflete o
estudo de uma nica fonte (escola) e no considera a durao dos sintomas nem o
incio dos sintomas antes dos sete anos de idade.
Para um diagnstico epidemiolgico mais apurado, outros critrios devem
ser associados, como informaes dos pais e das prprias crianas, alm da
avaliao mdica individual do paciente. H necessidade de um consenso
internacional que defina mtodos e provas nicas, que permitam conhecer a
prevalncia nos diversos pases, bem como fazer comparaes mais adequadas
(KRAEMER et al., 1987).
Fatores culturais devem se considerados devido, principalmente, a
expectativa e tolerncia para certos comportamentos nos diferentes grupos
populacionais (CHANG et al., 1996; LIVINGSTON, 1999). Comparando os
estudos brasileiros e a literatura internacional, os achados foram similares,
sugerindo que o construto cultural no o responsvel pela diferena da prevalncia
nos diferentes pases, indicando a necessidade de pesquisas para avaliar os fatores
envolvidos (ROHDE et al., 2005).
Nesta pesquisa, houve um predomnio do tipo desatento, seguida do tipo
com predomnio de hiperatividade/impulsividade e do tipo combinado. O TDAH/D
foi o mais freqente em todas as faixas etrias, sendo o TDAH/HI menos freqente
nos alunos adolescentes, acima dos dez anos. Como apresentado na tabela 71, a
maioria dos estudos com professores indica o TDAH/D como o mais comum (4,5 a
11,5%), seguido do TDAH/C (1,9 a 11,5%) e do TDAH/HI (0,8 a 6,5%). As formas
TDAH/HI e TDAH/C so menos comuns nos adolescentes (NOLAN, GADOW e
SPRAFKINS, 2001). Alm das citadas na tabela acima, outros autores referem uma
maior prevalncia da forma desatenta (HUDZIAK et al., 1998; VASCONCELOS et

122

al., 2003; POETA e ROSA NETO, 2004; FREIRE e POND, 2005; MUGNAINI et
al., 2006).
POSSA, SPANEMBERG e GUARDIOLA (2005), estudando 35 crianas
selecionadas atravs do DSM-IV aplicado aos professores de alunos do Ensino
Fundamental, encontraram predomnio do TDAH/C (51,4%) em relao ao
TDAH/D (37,1%) e ao TDAH/HI (11,4%).
No estudo aqui apresentado, o dficit de ateno foi observado em 8,6% das
crianas, sem diferena estatstica significativa entre as faixas etrias. Nos alunos de
1a a 4a sries (<10 anos e 2meses), a prevalncia foi de 8,9% e, naqueles de 5a a 8a
sries (>10 anos e 2meses), de 8,4%. A hiperatividade/impulsividade foi encontrada
em 5,2% das crianas, com prevalncia maior nos pr-adolescentes de 1a a 4a sries
(8,2%) em relao aos adolescentes de 5a a 8a sries (4%), com diferena estatstica
significativa (p < 0,05).
Pesquisas indicam que os sintomas de TDAH se modificam de acordo com
a idade, sendo que as crianas mais jovens apresentam mais sintomas de
hiperatividade/impulsividade em relao aos adolescentes (DUPAUL et al., 1998;
PINEDA et al., 1999; AMADOR, 2005). O dficit de ateno persiste e mais
prevalente no adolescente (NOLAN, GADOW E SPRAFKINS, 2001; AMADOR,
2005).
Na amostra ambulatorial de 33 alunos com TDAH, houve predomnio do
subtipo TDAH/C em relao ao TDAH/D e TDAH/HI. A explicao para essa
diferena que as famlias das crianas com sintomas mais graves so as que
procuraram o atendimento clnico.
O predomnio do TDAH/C relatado em vrios estudos realizados em
amostras clnicas (PINEDA et al., 1999; ROHDE et al., 1999; MITSIS et al., 2000;
ROWLAND et al., 2001; TRIPP, SCHAUGHENCY e CLARKE, 2006). Em
amostra populacional brasileira de crianas com TDAH, avaliadas por profissionais
de sade, foram encontradas 52,2% do tipo TDAH/C, 34,8% do TDAH/D e 13% do
TDAH/HI (ROHDE et al., 1999). No grupo ambulatorial, 62,5% eram do tipo
TDAH/C, 26,3% do TDAH/D e 11,2% do TDAH/HI (ROHDE, 2002). Em outro
estudo de amostra clnica em duas regies brasileiras, houve predomnio do

123

TDAH/C, 70,8% no Rio de Janeiro e 75,6% em Porto Alegre (SOUZA et al., 2004).
MONTIEL-NAVA et al. (2002), na Venezuela, utilizando a Escala de Conners em
crianas de 6 a 12 anos, apresentaram uma prevalncia de 5,7% para TDAH/C,
1,14% para TDAH/D e somente 0,35% para TDAH/HI. O predomnio do tipo
combinado referido na maioria dos estudos clnicos (CORNEJO et al., 2005).
ROWLAND et al. (2001), em estudo populacional com questionrios para pais e
professores, encontraram 72% de TDAH/C, 26% de TDAH/D E 12% de TDAH/HI.
PINEDA et al. (1999), estudaram 540 crianas colombinas de 4 a 17 anos de idade,
272 do sexo masculino e 268 feminino atravs da aplicao dos questionrios aos
pais. A prevalncia geral de TDAH foi de 16,1%, distribuda 3,3% de TDAH/C,
4,3% de TDAH/D e 8,5% de TDAH/HI.
MACLEOD et al. (1999), atravs de pesquisa com professores de alunos
com idade 6 a 11 anos, observaram uma prevalncia de hiperatividade em 15,5% de
crianas da amostra clnica e 6,1% da comunidade. No mesmo estudo, segundo os
pais, estes ndices foram de 17,4% e 2,4%, respectivamente.
O predomnio no gnero masculino confirmou os achados da literatura onde
a grande maioria das pesquisas comprovam a presena do TDAH mais em meninos
do que em meninas (WOLRAICH et al., 1996; DUPAUL et al., 1997;
VASCONCELOS et al., 2003; POETA e ROSA NETO, 2004; CUFFE, MOORE e
MCKEOWN, 2005; MUGNAINI et al., 2006; TRIPP, SHAUGHENCY e LARKE,

2006). No estudo de ROHDE et al. (1999) com adolescentes, a prevalncia foi


similar entre os gneros. Poucos estudos evidenciam um leve predomnio dos
sintomas no gnero feminino (GUARDIOLA, FUCHS e ROTTA, 2000; PENA e
MONTIEL-NAVA, 2003). Segundo alguns relatos, a forma desatenta a mais freqente
nas meninas (WEILER et al., 1999; MONTIEL-NAVA et al., 2002). Nesse estudo, o

TDAH/D foi observado com igual prevalncia em ambos os gneros. CUFFE,


MOORE e MCKEOWN (2005) estudando 10.367 crianas de 4 a 17 anos encontrou
prevalncia de TDAH em 4,19% no gnero masculino e 1,77% no feminino. Em
relao raa o gnero masculino prevaleceu em 3% nos hispnicos, 4,3% nos brancos
e 5,6 % nos negros. As diferenas foram estatsticamente significativas em relao ao
gnero e a prevalncia do sexo e raa. Neste estudo houve maior prevalncia de TDAH

124

no grupo de baixa condio scio-econmica. MUGNAINI et al. (2006) avaliararam


uma populao de 1891 alunos do ensino fundamental (idade- 6 anos e 6 meses a 7
anos e 4 meses) e encontraram 135 crianas com TDAH (7,1%) com predomnio no
sexo masculino (10,4%) em relao ao feminino (3,8%).

5.3

AVALIAO DA AMOSTRA AMBULATORIAL: CONCORDNCIA ENTRE


OS PROFESSORES DE MATEMTICA E DE PORTUGUS, PROFESSORES E
PAIS E O DIAGNSTICO MDICO NA IDENTIFICAO DE CRIANAS
COM TDAH

A partir dos questionrios preenchidos pelos professores, que selecionaram


crianas com sintomas de TDAH, a amostra ambulatorial foi elaborada com as
crianas cujos pais aceitaram em participar do estudo. A partir da seleo inicial de
306 crianas (102 crianas com TDAH e 204 sem TDAH, grupo controle), 72 pais
(23,5%), aceitaram participar do estudo, representando 32,4% do grupo com
sintomas de TDAH (33/102 crianas) e 19,2% do grupo controle (39/204 crianas).
Interessante ressaltar que a maioria dos pais participantes foi de crianas do grupo
controle. A dificuldade da participao dos pais nos estudos em comunidade
escolar, ou da populao geral, referida na literatura. BURNS et al. (2001), em
estudo populacional, obtiveram um retorno de 29% dos questionrios e
WOLRAICH et al. (2004), em pesquisa com 1536 crianas utilizando critrios do
DSM-IV, lograram a avaliao dos questionrios de 267 pais (17,3%). Algumas
hipteses podem explicar esse pouco interesse da participao dos pais nos estudos:
negao do diagnstico, tratamentos em outros locais, falta de valorizao do
atendimento gratuito ou medo de discriminao. ROWLAND et al. (2001),
pesquisando a opinio dos pais, observaram que estes escondiam os sintomas,
principalmente para evitar eventual estigmatizao.
Os pais que aceitaram participar desse estudo acharam o questionrio muito
interessante, instrutivo e de fcil compreenso. Os pais das crianas com
desenvolvimento escolar normal vieram participar do estudo com o objetivo de
aprenderem a lidar melhor com seus filhos. Os questionrios sem preenchimento

125

foram descartados. As crticas mais freqentes referiram-se ao QIpais como muito


longo, montono e cansativo. Essas dificuldades so citadas em vrios estudos e
comentados por pesquisadores que apregoam o uso de questionrios mais curtos
(PELHAM JNIOR, FABIANO e MASSETTI, 2005).
Na amostra ambulatorial, houve predomnio da forma combinada, com um
maior nmero de crianas com hiperatividade/impulsividade, sintomas que fizeram
os pais buscarem a ajuda mdica.
A concordncia entre os professores de Matemtica e Portugus, entre esses
e os pais, e entre eles e o diagnstico mdico, na amostra ambulatorial, em relao
aos sintomas de TDAH segundo os critrios do DSM-IV, foi muito baixa, com um
ndice de Kappa fraco, geralmente abaixo de 0,40. Os melhores resultados se
referem concordncia dos pais com o diagnstico mdico, tanto em relao ao
dficit de ateno como hiperatividade (Kappa de 0,41 a 0,58), e as maiores
discordncias, na avaliao entre os professores de Portugus e diagnstico mdico
(0,01), entre os professores e pais (0,08) e entre todos os professores e o diagnstico
mdico (0,14) para identificao de sintomas de hiperatividade/impulsividade.
WOLRAICH et al. (2004), comparando opinies entre professores e pais
em relao identificao de sintomas de TDAH, referem baixa concordncia
(Kappa

de

0,13

para

dficit

de

ateno

de

-0,04

para

hiperatividade/impulsividade).
A baixa concordncia entre os professores de Matemtica e Portugus, j
relatada na amostra escolar (item 6.2), foi igualmente fraca na amostra ambulatorial.
Poucos estudos se referem concordncia entre os professores na anlise de
TDAH ou distrbios comportamentais. Dois estudos com crianas entre 6 e 12 anos
de idade relatam correlao adequada (0,67 a 0,79) (DEAN, 1980; GLOW e
GLOW, 1980), resultados no corroborados em outras pesquisas, onde os
coeficientes de concordncia esto abaixo de 0,50 (QUAY e QUAY, 1965;
WARNER-ROGERS et al., 2000).
Neste estudo, foi comparada a opinio de professores de reas totalmente
diferentes, uma eminentemente dependente de funes verbais (Portugus) e outra
de raciocnio lgico e funes no-verbais (Matemtica). Esta pode ser a explicao

126

da pouca concordncia entre os resultados encontrados. Muitas crianas com TDAH


apresentam interesse em cincias exatas devido praticidade com que so
ensinadas. Em Portugus, h necessidade de muita leitura, atividade fastidiosa e
rechaada pela maioria das crianas com TDAH. O perfil emocional do professor
deve ser considerado como uma varivel importante.
A baixa concordncia entre observadores em relao presena ou no de
TDAH referida pela maioria dos autores na literatura mdica e pode variar de
acordo ao questionrio utilizado, idade, gnero, presena ou no de comorbidades e
da classe social entre outros fatores. Por exemplo, mesmo entre indivduos com
convvio muito prximo da criana, como o pai e a me, a correlao mdia
referida entre 0,50 a 0,60, sendo ainda menor (0,28) entre informantes de ambientes
diferentes, como professores e pais (ACHENBACH et al., 1987). Em metanlise
mais recente, esse mesmo autor refere uma melhor correlao entre informantes
similares (por exemplo, entre pai e me, e professores e professores) do que
informantes diferentes (pais e professores ou professores e profissionais de sade)
(ACHENBACH et al., 1995).
WOLRAICH et al. (2004) estudaram 243 crianas com TDAH a partir dos
critrios do DSM-IV; a concordncia entre professores e pais foi baixa. Para dficit
de ateno, o coeficiente de Kappa foi de 0,11, para hiperatividade/impulsividade,
de 0,11 e 0,15 para a forma combinada. Quando foi comparado a presena de
prejuzo o coeficiente de Kappa continuou baixo, 0,27, 0,22 e 0,07 respectivamente
para TDAH/D, TDAH/HI e TDAH/C. A proporo de que pai e professores
concordaram em relao ao diagnstico foi de 22% para TDAH/D e 14% para
TDAH/HI.
POWER et al. (1998), comparando questionrios de professores,
encontraram um coeficiente de 0,38 e 0,32, respectivamente, para as dimenses
desateno e hiperatividade/impulsividade em relao ao diagnstico mdico. Em
relao aos pais, os coeficientes tambm foram baixos, 0,26 para a dimenso
desateno e 0,22 para hiperatividade/impulsividade. MONTIEL-NAVA e PEA
(2001) avaliaram 855 crianas de diferentes faixas etrias com o objetivo de
determinar as relaes existentes entre as avaliaes dos pais a respeito do

127

comportamento de seus filhos e as dos professores a respeito destas mesmas


crianas. Eles concluram que no existe uniformidade quanto s avaliaes dos
problemas acadmicos e comportamentais das crianas. Estas avaliaes dependem
da idade e dos sintomas especficos (hiperatividade, desateno, ansiedade). A
maior concordncia das opinies ocorreu em relao dificuldade de aprendizagem
e hiperatividade no grupo de adolescentes.
Em outro estudo, com 139 crianas, avaliando a opinio dos professores e
dos pais, em relao ao diagnstico de hiperatividade e desateno observou-se uma
concordncia de opinies com alta pontuao em ambos os grupos de avaliadores
(ORTIZ-LUNA e ACLE-TOMASINI, 2006).
A tabela 72 mostra os prinipais estudos que mostram baixa concordncia
em amostras da comunidade ou de ambulatrio clnico (tabela 72). MITSI et al.
(2000) relataram uma concordncia de 74% das informaes dos pais e professores
na avaliao de toda a populao de pacientes com TDAH. Entretanto a
concordncia entre os sub-tipos foi muito pobre. De 20 crianas com TDAH/D, a
concordncia ocorreu em apenas 2 crianas, dos 24 com TDAH/HI em 1 criana e
dos 55 com TDAH/C os informantes concordaram em apenas 17 casos.
MACLEOD et al. (1999) estudando amostra clnica e ambulatorial
demonstraram maior identificao de crianas com TDAH/HI na amostra
ambulatorial em relao s crianas da comunidade, principalmente naquelas com
idade inferior a 11 anos. A percentagem de casos identificados na populao
ambulatorial foi de 17.4 (pais) e 15.5 (professores) e ca comunidade de 2.4 (pais) e
6.1 (professores).

128
TABELA 72 - ESTUDOS RELACIONADOS CONCORDNCIA ENTRE PROFESSORES E
PAIS EM RELAO IDENTIFICAO DE SINTOMAS DO TDAH
Estudo
ACHENBACH et al.(1987)

MITSIS et al. (2000)

MACLEOD et al .(1999)

Idade

Populao

Concordncia

Kappa

Instrumento

119
estudos

11/2-19 a.

Ambulatrio

------------

0,28

DSM-IV

74

7-11 a.

74%

0,20

DSM-IV

1150

6-16 a.

e comunidade

1689

ambulatrio

ambulatrio

21,1 a 39%

0,08-0,35

DSM-IV

comunidade

7,2 a 20,6%

0,08- 0,30

DSM-IV

<0,30

DSM-IV

0,13

SDQ
(GOODMAN,1997)

WOLRAICH et al. (2004)

243

7 a.
(mdia)

comunidade

SAYAL, (2005)

2992

5-11 a.

comunidade

------------------

ACHENBACH et al. (1987) realizaram uma metaanlise de 119 estudos


avaliando o ndice de correlao entre diferentes informantes. Considerando que
ndices de 0,10 a 0,28 representam baixo grau de associao, eles encontraram um
ndice variando de 0,24 a 0,42 entre os diferentes observadores (pais, professores,
profissionais de sade, cuidadores e pacientes.
Entretanto, alguns estudos encontram uma boa concordncia entre os
observadores. BIEDERMAN et al. (1993), em estudo de 34 crianas, referem
concordncia diagnstica em 77,0% dos casos, ainda que a correlao dos sintomas
seja de baixa a moderada. DANFORTH e DUPAUL (1996) encontraram boa
correlao entre as observaes dos professores e o diagnstico mdico. Em estudo
recente, TRIPP, SCHAUGHENC e CLARKE (2006) demonstraram uma boa
correlao das informaes dos professores, utilizando vrias escalas de
classificao, atravs da anlise de SE, ESP e FP em relao ao diagnstico e ao
diagnstico diferencial do TDAH. A SE em relao avaliao dos pais e ao
diagnstico foi de 87,9% e avaliao dos professores de 78,5%. A AC foi de
76,7% para os professores e de 61,9% para os pais. Estudos com trials de
tratamento demonstraram boa concordncia entre as informaes dos pais e
professores (BOHNSTEDT et al., 2005; SPENCER et al., 2005).
Existem inmeras razes para esses modestos nveis de concordncia.
Primeiro, informantes podem no entender a definio dos sintomas. Por exemplo,

129

um observador pode considerar falha em manter ateno em uma tarefa como


conduta desafiante, desinteresse, pouca motivao, preguia ou dificuldade de
aprendizagem mais do que dficit de ateno. Impulsividade pode ser vista como
um distrbio de conduta. Segundo, o comportamento da criana pode representar a
reao frente a uma exigncia ambiental. Pais podem ter menos oportunidade de
observar seus filhos em situaes que demandam ateno. Professores, por outro
lado, observam o dficit de ateno em atividades de grupo muito mais facilmente
do que os pais, que podem interpretar muitas situaes de inateno como cansao
ou preguia. Terceiro, a capacidade de avaliao depende das expectativas de cada
informante. Pais ansiosos ou deprimidos podem apresentar baixa expectativa para
um bom desempenho de seus filhos, enquanto o professor de uma classe com
inmeras crianas necessitando atendimentos especiais no considera as
dificuldades individuais de alguns alunos quando comparados com aqueles
incapazes. O mesmo ocorre em escolas de alta exigncia, onde a maioria dos alunos
apresenta um potencial acima da mdia. Um aluno mediano destoa do grupo e pode
ser considerado dentro da faixa de anormalidade. Devemos lembrar o nvel de
tolerncia individual de cada cuidador ou professor da criana. Conflitos familiares
ou problemas pessoais do professor podem interferir na capacidade de avaliar as
dificuldades. Uma limitao a ser considerada se refere ao fato de que a maioria dos
estudos em escola baseado nas informaes dos professores no considera as
crianas que esto utilizando medicamentos. A maioria das crianas que esto
utilizando medicamentos no apresentam os 6 ou mais sintomas do DSM-IV
exigidos para o diagnstico, sendo assim considerados como crianas sem TDAH
(ROWLAND, 2001).
Indivduos de diferentes culturas podem considerar seus filhos como
hiperativos, enquanto essas mesmas crianas seriam consideradas dentro da escala
normal em outro pas. Essa situao foi demonstrada em estudo realizado em Hong
Kong, onde crianas consideradas gravemente hiperativas pelos pais no foram
consideradas to graves por pais ingleses (LUK, LIRH e LEUNG, 1993).
Finalmente, outras variveis podem estar em jogo, como a atitude dos pais
de esconderem as dificuldades do filho ou at valorizarem qualidades que no

130

existem. Devemos citar, aqui, o temor do uso de tratamentos psicoterpicos,


pedaggicos ou medicamentosos. Em relao escola, muitas vezes as informaes
no so realmente relatadas pelo medo dos professores perderem alunos ou por no
desejarem expor as deficincias pedaggicas da referida instituio de ensino, como
mtodos inadequados, salas superlotadas e a m formao acadmica do professor.
A interpretao dos itens que avaliam gravidade tambm apresenta
diferentes graus, podendo gerar dvidas e opinies subjetivas e vagas sem uma
coerncia entre os observadores. Por exemplo, muito freqente pode indicar uma
dificuldade diria para alguns, semanal ou mensal para outros. Esses itens devem
ser bem esclarecidos antes do preenchimento do questionrio. Muitas crticas so
referidas a essa forma de graduao. Assim, alguns autores propem medidas de
gravidade atravs da freqncia das dificuldades em relao a um perodo de tempo
como dia, semanas ou meses (SCHWARZ, 1999; BURNS et al., 2001).
Questionrios discrepantes entre informaes do ambiente familiar ou da
escola podem indicar outras dificuldades que no o TDAH. Por exemplo,
comportamentos hiperativos somente em domiclio podem indicar TC, TOD ou
problemas emocionais; enquanto o mesmo comportamento, s na escola, pode ser
decorrente de uma dificuldade acadmica importante, como Dislexia, Discalculia ou
Deficincia Intelectual.
Analisando as consideraes acima, devemos entender que a baixa
concordncia entre observadores mais regra do que exceo.
Aps anlise de informaes a partir de professores e pais, refora-se a
necessidade de informaes das duas fontes. As informaes discordantes, por
exemplo, entre professores e pais podem ser de utilidade no diagnstico de TDAH,
comorbidades e subtipos especficos (JOHNSTON e MURRAY, 2003). Um pior
comportamento escolar do adolescente pode indicar uma dificuldade de socializao
com os amigos, ansiedade e transtornos comportamentais que podem no ocorrer no
ambiente familiar, onde ele se sente mais seguro. Problemas na famlia podem
refletir um desequilbrio psicossocial entre o indivduo e seus pais ou irmos.
Assim, sintomas obtidos a partir da informao da famlia ou da escola devem ser
considerados como auxiliares no diagnstico, porm, para o diagnstico final, h

131

necessidade da aplicao de outros instrumentos estruturados, direcionados


prpria criana.
A discordncia entre vrios informantes refora a tese de alguns
pesquisadores de que a necessidade da ocorrncia dos sintomas em dois locais
diferentes pode no ser um critrio indispensvel para o diagnstico de TDAH.
Esses autores consideram a informao dos professores como a mais importante, j
que estes profissionais passam muito tempo junto s crianas e tm condies de
observ-las em grupo, podendo comparar seu desenvolvimento e comportamento
em relao aos outros alunos (ROWLAND et al., 2001; WOLRAICH et al., 2004;
SAYAL, 2005).

5.4

DESENVOLVIMENTO,

ANLISE

DA

CONSISTNCIA

INTERNA

VALIDADE DE CONSTRUCTO DO TDAHQB

A amostra ambulatorial ou padro ouro, selecionada a partir do estudo da


amostra escolar, segundo os critrios do DSM-IV aplicados aos professores, foi o
parmetro de referncia utilizado para a elaborao do QB. Comparou-se o QI
respondido pelos professores e pelos pais com o diagnstico mdico, chegando
assim a um questionrio resumido para as dimenses dficit de ateno e
hiperatividade/impulsividade. Diferentes testes estatsticos foram realizados at
chegar a um questionrio final, com quantidade mnima de itens, que apresentasse a
maior SE para a identificao de sintomas de TDAH.
As questes selecionadas foram predominantemente aquelas do DSM-IV,
realando a grande fora desse instrumento na identificao de crianas com ou sem
TDAH, fato referido na literatura por inmeros autores (HOLLAND et al., 1998;
DUPAUL et al., 1998; DUPAUL, 2003).
Sete questes constituram o TDAHQB direcionado aos professores
(Apndice III), trs direcionadas dimenso dficit de ateno e quatro
hiperatividade/impulsividade. Cinco delas so derivadas do DSM-IV. Todas as trs
questes referentes ao dficit de ateno (questes 03,07 e 08 do QIprof) [Apndice
I] ou 01,02 e 03 do TDAHQBprof [Apndice III]) foram similares s do DSM-IV.

132

Em relao s quatro questes da dimenso hiperatividade/impulsividade,


duas questes foram provenientes do DSM-IV (questes 23 e 26 do QIprof)
[Apndice I] ou questes 04 e 05 do TDAHQBprof [Apndice III]) e as outras duas
(questes 29 e 31 do QIprof) [Apndice I] ou questes 06 e 07 do TDAHQBprof
[Apndice III]) tm origem em outras fontes, conforme explicitado no captulo
Material e Mtodos.
O TDAHQB, verso pais (Apndice IV), aps aplicao e avaliao
estatstica do Questionrio Inicial, foi elaborado com oito questes, quatro para a
dimenso do dficit de ateno e quatro para hiperatividade/impulsividade. Seis
questes fazem parte do DSM-IV. As quatro questes selecionadas para a dimenso
dficit de ateno foram originadas do DSM-IV: questes 01, 04, 07 e 08 do QIpais
(Apndice II) ou questes 01, 02,03 e 04 do TDAHQBpais (Apndice II). Em
relao dimenso hiperatividade/impulsividade, das quatro questes selecionadas,
duas foram provenientes do DSM-IV (questes 23 e 27 do QIpais) [Apndice II] ou
questes 06 e 07 do TDAHQBpais [Apndice IV] ) e duas elaboradas a partir de
outras fontes (questes 21 e 31 do QIpais) [Apndice II] ou questes 05 e 08 do
TDAHQBpais [Apndice IV] ).
Comparando os questionrios dos professores e dos pais, observam-se duas
questes similares na dimenso dficit de ateno (07 e 08) e duas na dimenso
hiperatividade/impulsividade (23 e 31). Dessas, somente a questo 31 no pertence
ao DSM-IV.
Na literatura, estudos com extensas anlises estatsticas, aplicando o DSMIV aos professores, reforam a confiabilidade e validade do uso das duas dimenses
aplicadas neste estudo (dficit de ateno e hiperatividade/impulsividade)
(DUPAUL et al., 1998; ROHDE et al., 1999; PINEDA et al., 1999; COLLETT,
OHAN e MYERS, 2003; BURNS et al., 2001; WOLRAICH et al., 2003;
AMADOR, 2005).
PINEDA et al. (1999) avaliou um universo de 80.000 indivduos de 4 a 17
anos de idade atravs de um instrumento quantitativo, em espanhol, baseado no
DSM-IV, para avaliar TDAH. A amostra total selecionada foi de 540 crianas e o
questionrio foi respondido pelos pais. Sua pesquisa demonstrou uma grande

133

consistncia interna (coeficiente alfa de Cronbach de 0,71 a 0,92) e uma estrutura


estvel nas duas dimenses.
WOLRAICH et al. (1996), estudando 8.258 crianas, encontraram com
grande freqncia os mesmos itens da dimenso dficit de ateno do QB, aplicado
aos professores. Os mesmo autores (WOLRAICH et al., 1998) replicaram a
pesquisa em professores de 4.226 crianas, dois anos depois, e concluram que as
trs questes da dimenso dficit de ateno aqui encontradas, foram as mais
frequntes: questo 03, em 13,3%; questo 07, em 11,9% e questo 08, em 16,4%.
A carga fatorial em todas essas questes foi maior que 0,74. Na dimenso
hiperatividade, dos dois itens que fazem parte do DSM-IV, a questo 26 foi a mais
freqente, ocorrendo em 15,8% dos casos, sendo a questo 23 citada em apenas
5,9%. A carga fatorial foi de 0,64 e 0,67.
Estudo com 1509 crianas, utilizando metodologia similar pesquisa aqui
realizada, mostrou itens com alto valor preditivo similar aos encontrados nas
verses finais dos QB. Coincidiram nos TDAHQBprof, os itens 1 e 2, para a
dimenso desateno, e para os TDAHQBpais, os itens 1 e 3 (dimenso desateno)
e item 7 na dimenso hiperatividade (CARDO, BUSTILLO e SERVERA, 2007).
A questo trs tambm citada em outras pesquisas como relevante na
dimenso dficit de ateno (BAUMGAERTE, WORLRAICH e DIETRICH, 1995;
HARTMAN et al., 2001).
Na comparao com os itens similares do Manual da Escala de Transtorno
de Dficit de Ateno/Hiperatividade para professores, a questo 08 da dimenso
dficit de ateno apresenta razovel carga fatorial, e a questo 23, a mais alta carga
fatorial da dimenso hiperatividade/impulsividade (BENCZICK, 2000).
No estudo psicomtrico realizado durante o desenvolvimento da Escala de
Rastreamento com Sintomas de TDAH (ADHD-SRS), HOLLAND et al. (1998)
referem, na dimenso hiperatividade/impulsividade, maior carga fatorial para a
questo 23, ao aplicar os itens do DSM-IV para pais (carga de 0,80) e para
professores (carga de 0,94). A questo 26 apresentou carga fatorial baixa, mas ainda
em nveis aceitveis (0,59 e 0,53), segundo a autora (HOLLAND et al., 1998). Em
relao dimenso dficit de ateno, verso professores, duas questes (03 e 07)

134

apresentaram a maior carga fatorial (0,91 e 0,98) e, na verso pais, trs questes
(04, 07 e 08) apresentaram elevada carga fatorial (0,79, 0,81 e 0,74).
DUPAUL et al., (1998), em seu trabalho de normatizao da Escala de
TDAH para pais, evidenciaram uma adequada carga fatorial para os itens do DSMIV, salientando as questes 04, 07 e a 08 para a dimenso dficit de ateno e a 27
para hiperatividade/impulsividade.
Em relao hiperatividade/impulsividade, avaliao pelos professores,
muitas pesquisas ressaltam a importncia da questo 23 por sua freqncia e fora
discriminativa

(BAUMGAERTEL,

WORLRAICH

DIETRICH,

1995;

WOLRAICH et al., 1996; DUPAUL et al., 1997; HARTMAN et al., 2001). Essa
opinio reforada em estudo com pais (WEILER et al., 1999; HARTMAN, et al.,
2001).
A questo impaciente e inquieto, item no includo no DSM-IV, foi
citado em estudo brasileiro, na normatizao da Escala de Conners, como o item
mais freqente: 23,6% em meninos (n=526) e 13,6% em meninas (n=542) (BRITO,
1987). Esse mesmo item apresenta uma forte carga fatorial (0,65) em outro estudo
brasileiro, realizado em 979 escolares para validao da Escala de Conners
(BARBOSA, DIAS e GAIO, 1997).
Analisando os estudos citados na literatura, observa-se que as questes
selecionadas para o TDAHQB so citadas em vrias pesquisas e que,
individualmente ou agrupadas, permitem identificar crianas com ou sem sintomas
de TDAH.
O TDAHQBprof, aplicado nos 72 alunos, apresentou uma acentuada
melhora da sensibilidade nas comparaes das dimenses dficit de ateno e
hiperatividade/impulsividade em relao ao DSM-IV. Esse mesmo resultado foi
observado com a aplicao do TDAHQBpais, que sempre apresentou uma melhor
SE

nas

comparaes

das

dimenses

dficit

de

ateno

hiperatividade/impulsividade em relao ao DSM-IV.


Essa elevao significativa da SE com o TDAHQB em relao ao DSM-IV,
na amostra ambulatorial, fator indicativo de que um questionrio com menos
questes pode ser capaz de identificar crianas com ou sem TDAH.

135

A comparao do TDAHQBprof com o DSM-IV em populao de crianas


de uma escola pblica do Ensino Fundamental evidenciou um nvel de consistncia
interna muito bom em ambas as dimenses, com ndice de correlao acima de
0,83. Na dimenso dficit de ateno, a SE, a ESP e o VPN foram adequados em
todas as comparaes. O VPP foi bom com o uso das questes agrupadas. O
coeficiente de concordncia Phi, em todas as comparaes realizadas, com uma
nica

exceo,

foi

bom,

sempre

acima

de

0,70.

Na

dimenso

hiperatividade/impulsividade, trs das quatro questes selecionadas agrupadas ou


isoladamente mostraram excelente SE, ESP, VPP e VPN. O coeficiente Phi esteve
acima de 0,70 em 13 das 15 comparaes realizadas.
O TDAHQBpais, comparado com o DSM-IV em populao ambulatorial,
mostrou

um

adequado

coeficiente

de

Cronbach

na

dimenso

hiperatividade/impulsividade, mas foi baixo na dimenso dficit de ateno (0,52).


Na dimenso dficit de ateno, a SE, a ESP e o VPN apresentaram 100% de
correlao na comparao de todas as questes, com um ndice de Phi de 1. O VPP
e a ESP foram elevados ou adequados nas comparaes com questes agrupadas. A
SE foi excelente nas comparaes com questes isoladas e boa quando agrupadas.
O coeficiente de concordncia Phi foi fraco na maioria das comparaes. Na
dimenso hiperatividade/impulsividade, trs das quatro questes selecionadas,
agrupadas ou isoladamente, mostraram bom a excelente SE, ESP, VPP e VPN, com
coeficiente de concordncia Phi entre 0,61 a 0,75.
Os ndices referidos acima demonstraram que o TDAHQB, verso para
professores e pais, foi igual ou superior ao DSM-IV quando comparado ao
diagnstico mdico.
Essa forte relao entre o TDAHQB com o DSM-IV, com adequadas
propriedades psicomtricas, indica que esse instrumento poder ser de uso clnico
no estudo de crianas e adolescentes com TDAH.
Escalas ou questionrio com muitos itens (18 a mais que 100 itens),
implicam em custo elevados e, principalmente, dificuldades para preenchimento nos
estudos epidemiolgicos. Pesquisadores avaliando individualmente os itens isolados
ou em combinao, como nesta pesquisa, utilizando VPP e VPN, referem que um

136

ou dois itens de cada dimenso podem ser suficientes como screening em estudos
populacionais (POWER et al., 1998; PELHAM JNIOR, FABINO e MASSETTI,
2005; CARDO, BUSTILLO e SERVERA, 2007). Infelizmente, esses estudiosos
no criaram uma escala com quantidade mnima de questes, como por exemplo,
uma questo para dficit de ateno e outra para hiperatividade e impulsividade.
Estudos comparando as duas verses da escala de Conners (verso curta
com 10 itens e longa com 45 itens) demonstraram que ambas apresentam grande
sensibilidade em estudos clnicos, reafirmando que escalas com poucos itens
apresentam eficcia similar quelas maiores (CONNERS, 1999).
Os resultados deste estudo suportam a validade preliminar do TDAHQB
como um instrumento de screening para discriminar populaes de crianas do
Ensino Fundamental com TDAH, embora haja necessidade de uma validao
populacional mais ampla. O menor nmero de questes permite uma maior
agilidade e facilidade de aplicao dos questionrios em estudos epidemiolgicos.

5.5 LIMITAES E DIFICULDADES DO ESTUDO

Algumas limitaes e dificuldades foram identificadas neste estudo:

1) A amostra foi limitada a uma nica escola. Os resultados referentes


prevalncia devem ser considerados nesse contexto, no representando
a populao geral. Essa dificuldade pode ser minimizada, pois o
objetivo principal do estudo se refere elaborao de um questionrio
preliminar visando a identificao de sintomas de TDAH e o
instrumento pode ser realizado em pequena amostra representativa da
populao.
2) As crianas com encefalopatias no progressivas, como deficincia
mental, sndromes autistas e paralisia cerebral, foram excludas segundo
as informaes dos professores, orientadores e da diretora da escola,
bem como as dos pais. Assim, crianas com limitaes cognitivas leves

137

podem, eventualmente, ter participado das avaliaes realizadas. O uso


de um teste formal para avaliao cognitiva envolveria recursos, gastos
e tempo adicional para a realizao da pesquisa, o que inviabilizaria sua
realizao.
3) Aps a randomizao de 306 crianas, a participao dos pais foi de
cerca de 23,5%, sendo 32,4% das crianas com TDAH e 19,2% do
grupo controle. Essa uma porcentagem referida na literatura, porm
indica que a grande maioria das crianas no foram avaliadas. A
participao minoritria no invalida o estudo, j que o objetivo
principal foi o desenvolvimento de um instrumento de avaliao para o
qual o nmero de crianas estudadas foi considerado suficiente.
4) O estudo de validade de constructo, realizado em amostra escolar no
randomizada, representa uma amostra da populao. Um estudo
epidemiolgico mais amplo deve ser realizado para ratificar a
aplicabilidade do questionrio na prtica clnica.

138

6 CONCLUSES
1) O TDAHQB para professores, na verso final, ficou constitudo por sete
questes, trs para as dimenses de dficit de ateno e quatro para
hiperatividade/impulsividade, sendo cinco derivadas do DSM-IV. A
verso final para pais foi elaborada com oito questes, quatro para
dimenso de dficit de ateno e quatro para hiperatividade e
impulsividade, sendo seis oriundas do DSM-IV.
2) O QIprof apresentou excelente consistncia interna, as questes foram
facilmente entendidas pelos professores, com alta percentagem de
respostas positivas, principalmente das questes retiradas do DSM-IV.
O ndice de concordncia entre os professores de Matemtica e
Portugus foi baixo.
3) A prevalncia de TDAH na amostra escolar, baseada na opinio dos
professores segundo os critrios do DSM-IV, foi de 12%. O subtipo
desatento

predominou

(6,9%)

em

relao

aos

subtipos

hiperativo/impulsivo (3,4%) e combinado (1,8%). A incidncia de


dficit de ateno foi similar em todas as faixas etrias, com
predomnio da hiperatividade/impulsividade nas crianas menores de
10 anos e 2 meses (alunos de 1 a 4 sries). Em relao ao gnero,
houve maior incidncia no masculino (15,9%), com diferena
estatisticamente significativa em relao ao feminino (8,3%).
4) A concordncia na identificao de sintomas de TDAH entre os
professores e a avaliao mdica foi fraca na amostra ambulatorial;
entre os pais e a amostra, foi moderada.
5) A concordncia na identificao de TDAH entre os professores de
Matemtica e Portugus e entre os professores e pais foi fraca na
amostra ambulatorial.

139

6) O TDAHQB, verso professores e pais, aplicado na amostra


ambulatorial, apresentou melhor sensibilidade e coeficiente de
confiabilidade do Kappa em relao ao DSM-IV.
7) O TDAHQB apresentou consistncia interna adequada na verso
professores,

dimenses

hiperatividade/impulsividade,

dficit
e

de

na

verso

ateno
pais,

dimenso

hiperatividade/impulsividade, com bom ndice de Cronbach. Na verso


pais, dimenso dficit de ateno, esse ndice foi fraco.
8) A validade de constructo do TDAHQB, verso professor, mostrou
adequada sensibilidade e especificidade na dimenso dficit de ateno,
e excelente correlao com o DSM-IV em todas as comparaes
individuais

agrupadas

realizadas.

Na

dimenso

hiperatividade/impulsividade, o ndice de concordncia foi adequado


em 13 das 15 correlaes, com excelente sensibilidade e especificidade
na maioria das comparaes. O Questionrio Breve, verso para pais,
apresentou bom ndice de sensibilidade e especificidade nas
comparaes realizadas com baixo ndice de correlao na dimenso
Dficit de Ateno. Na dimenso hiperatividade/impulsividade, trs das
quatro

questes,

excelentes

ndice

individualmente
de

sensibilidade

ou
e

agrupadas,
perfeito

apresentaram
coeficiente

de

concordncia.
9) O TDAHQB, nas verses para pais e professores, mostrou-se um
instrumento com potencial discriminatrio igual ou at superior ao
DSM-IV. Suas questes, individualmente ou agrupadas, sugerem que
uma quantidade mnima de questes pode ser utilizada em estudos
populacionais na identificao de crianas com ou sem sintomas de
TDAH.
10) O TDAHQB deve ser considerado como um instrumento experimental.
Devem ser realizadas pesquisas futuras atravs da aplicao em

140

amostras populacionais maiores, estratificadas por idade, gnero, classe


scio-econmica e cultura.

141

7 REFERNCIAS

ACCARDO, P. A rational approach to the medical assessment of the child with attentiondeficit/hyperactivity disorder. Pediatr Clin North Am, Philadelphia, v.46, n.5, p.845-56, Oct.
1999.
ACHENBACH, T. M. et al. Child/adolescent behavioral and emotional problems: implications
of cross-informant correlations for situational specificity. Psychol Bull, Washington, v.101,
n.2, p.213-32, Mar. 1987.
_____. Six-year predictors of problems in a national sample of children and youth: I. Crossinformant syndromes. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry, Chicago, v.34, n.3, p.336-47,
Mar. 1995.
ACHENBACH, T. M. Manual for the Child Behavior Checklist/4-18 and 1991 profile.
Burlington: University of Vermont, 1991.
AMADOR, J. A. Confirmatory factor analysis of parent`s and teacher`s ratings of DSM-IV
symptons of Attention Deficit Hyperactivity Disorder in a spanish sample. Psychological
Reporters, London, v.97, p.847-860, Nov. 2005.
AMERICAN ACADEMY OF CHILD AND ADOLESCENT PSYCHIATRY WORK
GROUP ON QUALITY ISSUES. Practice parameters for the assessment and treatment of
children, adolescents, and adults with attention-deficit/hyperactivity disorder. J Am Acad
Child Adolesc Psychiatry, Baltimore, v.36 (Suppl.), 85S-121S, Sep. 1997.
AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS. Clinical practice guideline: diagnosis and
evaluation of the child with attention-deficit/hyperactivity disorder. Pediatrics, Atlanta, v.105,
n.5, p.1158-70, May 2000.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and statistical manual of
mental disorders (DSM-III), 3.ed. Washington, D.C: American Psychiatric Association,
1968.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and statistical manual of
mental disorders (DSM-III R), 3.ed. rev. Washington, D.C: American Psychiatric
Association, 1987.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and statistical manual of
mental disorders (DSM-IV), 4.ed. Washington, D.C: American Psychiatric Association,
1994.
ANDRADE, E. R. Quadro clnico do Transtorno Dficit de Ateno/Hiperatividade. In:
ROHDE, L.A. et al. Princpios e Prticas em TDAH. Porto Alegre: Artmed, 2003. p.75-83.
ANDREWS, J. A. et al. Psychometric properties of scales for the measurement of
psychosocial variables associated with depression in adolescence. Psychol Rep, Louisville,
v.73, n.3 Pt 1, p.1019-46, Dec. 1993.

142
APPLEGATE, B. et al. Validity of the age-of-onset criterion for ADHD: a report from the
DSM-IV field trials. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry, Baltimore, v.36, n.9, p.1211-21,
Sep. 1997.
ARTES, R. Aspectos estatsticos da anlise fatorial de escalas de avaliao. Rev Psiq Clin,
So Paulo, v.25, n.5, p.223-228, mar. 1998.
AUGUSTO, G. .J; GARFINKEL, G. D. Comorbidity of ADHD and reading disability among
clinic referred children. J Abnorm Child Psychol, New York, v.27, n.18, p.29-45, Dec. 1990.
BARBARESI, W.J. et al. How Common is Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder?:
Incidence in a population-based birth cohort in Rochester, Minn. Arch Pediatr Adolesc Med,
Chicago, v.156, n.3, p.217-224, Mar. 2002.
BARBOSA, G. A.; DIAS, M. R.; GAIO, A. A.. Validacin factorial de los ndices de
hiperactividad del cuestionrio de Conners en escolares de Joo Pessoa-Brasil. Infanto-Rev
Neuropsiq da Inf e Adol, So Paulo, v.5, n.3, p.118-125, jan-out. 1997.
BARBOSA, G. A.; GAIO, A. A. Um estudo exploratrio do fator hiperatividade do
questionrio de Conners. Neurobiologia, Recife, v.60, n.3, p.91-106, jan-jun. 1997.
BARKLEY, R. et al. Persistence of attention deficit hyperactivity disorder into adulthood as a
function of reporting source and definition of disorder. J Abnorm Psychol, Washington,
v.111, p.152-162, Mar. 2002.
BAUMGAERTEL, A.; WOLRAICH, M. L.; DIETRICH, MESES Comparison of diagnostic
criteria for attention deficit disorders in a German elementary school sample. J Am Acad
Child Adolesc Psychiatry, Baltimore, v.34, n.5, p.629-38, May 1995.
BEARD, J. L.; CONNOR, J. R. Iron status and neural functioning. Annu Rev Nutr, Palo
Alto, v.23, p.41-58, Jan. 2003.
BENCZICK, E. P. B. Manual da escala de transtorno de dficit de ateno/hiperatividade.
So Paulo: Casa do Psiclogo. 2000.
BIEDERMAN, J. Attention-deficit/hyperactivity disorder: a selective overview. Biol
Psychiatry, New York, v.57, n.11, p.1215-20, June 2005.
BIEDERMAN, J. et al. Diagnoses of attention-deficit hyperactivity disorder from parent
reports predict diagnoses based on teacher reports. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry,
Baltimore v.32, n.2, p.315-7, Mar. 1993.
_____ Psychiatric comorbidity among referred juveniles with major depression: fact or
artifact? J Am Acad Child Adolesc Psychiatry, Baltimore v.34, n.5, p.579-90, May 1995.
BIEDERMAN, J. E; FARAONE, S. V. Attention-deficit hyperactivity disorder. Lancet,
London, v.366, n.9481, p.237-48, July 2005.

143
BIEDERMAN, J.; NEWCORN; J.; SPRICH, S. Comorbidity of attention deficit hyperactivity
disorder with conduct, depressive, anxiety, and other disorders. Am J Psychiatry,
Washington, v.148, n.5, p.564-77, May 1991.
BLOOM, D. R. et al. Lifetime and novel psychiatric disorders after pediatric traumatic brain
injury. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry, Baltimore, v.40, n.5, p.572-9, May 2001.
BOHNSTEDT, B. N. et al. Investigator ratings of ADHD symptoms during a randomized,
placebo-controlled trial of atomoxetine: a comparison of parents and teachers as informants. J
Atten Disord, Toronto, v.8, n.4, p.153-9, May 2005.
BORDIN, M. J; CAEIRO, M. F. Validao da verso brasileira do child behavior checklist
(CBCL) (Inventrio de comportamentos da infncia e adolescncia): Dados Preliminares.
Revista ABP-APAL, So Paulo, v.17, n.2, p.55-66, jan. 1995.
BRANDENBURG, N. A. et al. The epidemiology of childhood psychiatric disorders:
prevalence findings from recent studies. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry, Baltimore,
v.29, n.1, p.76-83, Jan. 1990.
BRITO, G. N. The Conners abbreviated teacher rating scale: development of norms in Brazil.
J Abnorm Child Psychol, New York, v.15, n.4, p.511-8, Dec. 1987.
BROWN, R. T. et al. Prevalence and assessment of attention-deficit/hyperactivity disorder in
primary care settings. Pediatrics, Atlanta, v.107, n.3, p.E43, Mar. 2001.
BURNS, G. L. et al. A confirmatory factor aalysis on the DSM-IV ADHD and ODD
symptoms: what is the best model for the organization of these symptoms? J Abnorm Child
Psychol, New York, v.29, n.4, p.339-49, Aug. 2001.
CARDO, E.; BUSTILLO, M.; SERVERA, M. The predictive value of DSM-IV criteria in the
diagnosis of Attention Deficit Hyperactivity Disorder and its cultural differences. Rev Neurol,
Barcelona, v.44, p.S19-S22, Mar. 2007.
CASTELLANOS, F. X. et al. Developmental trajectories of brain volume abnormalities in
children and adolescents with attention-deficit/hyperactivity disorder. JAMA, Chicago, v.288,
n.14, p.1740-8, Oct. 2002.
CHABOT, R. J; SERFONTEIN, G. Quantitative electroencephalographic profiles of children
with attention deficit disorder. Biol Psychiatry, New York, v.40, n.10, p.951-63, Nov. 1996.
CHANG, F. M. et al. The world-wide distribution of allele frequencies at the human dopamine
D4 receptor locus. Hum Genet, New York, v.98, n.1, p.91-101, July 1996.
CLARKE, A. et al. EEG-defined subtypes of children with attention-deficit/hyperactivity
disorder. Clin Neurophysiol, Amsterdam, v.112, n.11, p.2098-105, Nov. 2001.
COLLETT, B. R.; OHAN, J. L.; MYERS, K M. Ten-year review of rating scales. V: scales
assessing attention-deficit/hyperactivity disorder. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry,
Baltimore, v.42, n.9, p.1015-37, Sep. 2003.

144
COMINGS, D. E. et al Multivariate analysis of associations of 42 genes in ADHD, ODD and
conduct disorder. Clin Genet, Copenhagen, v.58, n.1, p.31-40, July 2000.
______. Comparison of the role of dopamine, serotonin, and noradrenaline genes in ADHD,
ODD and conduct disorder: multivariate regression analysis of 20 genes. Clin Genet,
Copenhagen, v.57, n.3, p.178-96, Mar. 2000b.
______.. Attention Deficit Hyperactivity Disorder: A common genetic disorder affecting how
our brain functions. Theor Biol Med Model, London ,v.2, n.1, p.50, Dec. 2005.
CONNERS, C. K. Rating scales in attention-deficit/hyperactivity disorder: use in assessment
and treatment monitoring. J Clin Psychiatry, Menphis, v.59 Suppl 7, p.24-30, Jan. 1998.
______. Clinical use of rating scales in diagnosis and treatment of attentiondeficit/hyperactivity disorder. Pediatr Clin North Am, Philadelphia, v.46, n.5, p.857-70, Oct.
1999.
CONNOR, D. F. Preschool attention deficit hyperactivity disorder: a review of prevalence,
diagnosis, neurobiology, and stimulant treatment. J Dev Behav Pediatr, Baltimore, v.23, n.1
Suppl, p.S1-9, Feb. 2002.
CONSENSUS STATEMENT ON ADHD. Eur Child Adolesc Psychiatry, Toronto, v.11,
n.2, p.96-8, Apr. 2002.
COOK, et al. A preliminary study of the relationship between central auditory processing and
attention deficit disorder. J Psychiatry Neurosci, Ottawa, v.18, n.3, p.130-7, Mar. 1993.
CORNEJO, J. W. et al. Prevalence of attention deficit hyperactivity disorder in Colombian
children and teenagers. Rev Neurol, Barcelona, v.40, n.12, 16-30, p.716-22, June 2005.
CRONBACH, L. J; WARRINGTON, W. G. Time-limit tests: estimating their reliability and
degree of speeding. Psychometrika, Richmond, v.16, n.2, p.167-88, June 1951.
CUFFE, S. P.; MOORE, C. G.; MCKEOWN, R. E. Prevalence and Correlates of ADHD
Symptoms in the National Health Interview Survey. J Atten Disord, Toronto, v.9, n.2, p.392401, Nov. 2005.
CURY, C. R; GOLFETO, J. H. Strengths and difficulties questionnaire (SDQ): a study of
school children in Ribeirao Preto. Rev Bras Psiquiatr, So Paulo, v.25, n.3, p.139-45, Sep.
2003.
DANFORTH, J. S; DUPAUL, G. J. Interrater reliability of teacher rating scales for children
with attention deficit hyperactivity disorder. J Psychopathol Behav Assess, New York, v.18,
p.227-237, June 1996.
DEAN, R. S. Teachers as caters of aberrant behavior. Journal of School Psychology,
Columbus, v.18, p.354-360, Nov. 1980.
DECKER, M. J; RYE, D. B. Neonatal intermittent hypoxia impairs dopamine signaling and
executive functioning. Sleep Breath, Columbus, v.6, n.4, p.205-10, Dec. 2002.

145
DENCKLA, M. B; RUDEL, R. G. Anomalies of motor development in hyperactive boys.
Ann Neurol, Boston, v.3, n.3, p.231-3, Mar. 1978.
DOUGLAS, V. I. Stop, look and listen: the problem of sustained attention and impulsive
control in hyperactive and normal children. Canadian Journal of Behavioral Science,
Montreal, v.4, p.259-82, June 1972.
DUPAUL, G. J. Parent and teacher ratings of ADHD symptoms: psychometric properties in a
community-based sample. J Clin Child Psychol, St. Louis, v.20, p.245-253, Sept. 1991.
______. Parent and teacher ratings of ADHD symptoms. J Psychoeduc Asses, Knoxville,
v.16, n.1, p.55-68, Jan. 1998.
______. Assessment of ADHD symptoms: comment on Gomez et al. (2003). Psychol Assess,
Arlington, v.15, n.1, p.115-7, Mar. 2003.
DUPAUL, G. J. et al. Teacher Ratings of Attention Deficit Hyperactivity Disorder Symptoms:
Factor Structure and Normative Data. Psychol Assess, Arlington, v.9, n.4, p.436-444,Oct.
1997.
______. Parent ratings of attention-deficit/hyperactivity disorder symptoms: factor structure
and normative data. J Psychopathol Behav, New York, v.20, p.83-102, Mar. 1998b.
DURSTON, S. et al. Differential patterns of striatal activation in young children with and
without ADHD. Biol Psychiatry, New York, v.53, n.10, p.871-8, May 2003.
EBSTEIN, R. P. et al. Dopamine D4 receptor (D4DR) exon III polymorphism associated with
the human personality trait of Novelty Seeking. Nat Genet, New York, v.12, n.1, p.78-80, Jan.
1996.
EDDY, L. J.; SALAMERO, T. M.; CRUZ, E. M. Estudio de prevalencia del trastorno por
dficit de atencin con hiperactividad en nios de 7-8 aos. Bol Med Hosp Infant Mex,
Mexico, v.54, n.6, p.261-267, junio 1997.
ELIA, J.; AMBROSINI, P. J.; RAPOPORT, J. L. Treatment of attention-deficit-hyperactivity
disorder. N Engl J Med, Boston, v.340, n.10, p.780-8, Mar.1999.
FARAONE, S. V. et al. The worldwide prevalence of ADHD: is it an american condition?
World Psychiatry, Zurich, v.2, p.104, June 2003.
FARR, A; NARBONA, E. J. Conners' rating scales in the assessment of attention deficit
disorder with hyperactivity (ADHD). A new validation and factor analysis in spanish children.
Rev Neurol, Barcelona, v.25, n.138, p.200-4, Feb. 1997.
FARR, A.; NARBONA, E. J.; EDA, J. Escala para la evaluacin del trastorno por dficit
de atencin con hiperactividad. Madrid: TEA Ediciones, 2001.
FERGUSSON, D. M; HORWOOD, L. J. Predictive validity of categorically and
dimensionally scored measures of disruptive childhood behaviors. J Am Acad Child Adolesc
Psychiatry, Chicago, v.34, n.4, p.477-85, Apr. 1995.

146
FLEITLICH-BILIK, B. W. The prevalence of psychiatric disorders in 7-14 year olds in the
south east of Brazil. London, 2002. Phd thesis - Institute of Psychiatry.
FREIRE, A. C. C, POND, M. P. A pilot study of prevalence of Hyperactivity and Attention:
Dficit Disorder in scholar children in Salvador, Bahia, Brazil.Arq Neuropsiquiatr, So
Paulo, v.63, p.474-478, Mar. 2005.
FURMAN, L. What is attention-deficit hyperactivity disorder (ADHD)? J Child Neurol,
Hamilton, v.20, n.12, p.994-1002, Dec. 2005.
GARCIA-PEREZ, A. et al. The clinical semiology of attention deficit hyperactivity disorder
according to age, and the effectiveness of treatments at different ages. Rev Neurol, Barcelona,
v.41, n.9, p.517-24, Nov. 2005.
GAUB, M; CARLSON, C. L. Behavioral characteristics of DSM-IV ADHD subtypes in a
school-based population. J Abnorm Child Psychol, New York, v.25, n.2, p.103-11,Apr.
1997.
GIANARRIS, W. J.; GOLDEN, C. J.; GREENEM, L. The Conners' parent rating scales: a
critical review of the literature. Clin Psychol Rev, New York, v.21, n.7, p.1061-93, Oct. 2001.
GLOW, R. A; GLOW, P. H. Peer and self-rating: children's perception of behavior relevant to
hyperkinetic impulse disorder. J Abnorm Child Psychol, New York, v.8, n.4, p.471-90.
Dec.1980.
GOMEZ, M. R. Minimal cerebral dysfunction. (maximal neurologic confusion). Clin Pediatr,
Philadelphia, v.6, n.10, p.589-91, Oct. 1967.
GOMEZ, R. et al. DSM-IV AD/HD: confirmatory factor models, prevalence, and gender and
age differences based on parent and teacher ratings of Australian primary school children. J
Child Psychol Psychiatry, NewYork, v.40, n.2, p.265-74, Feb. 1999.
GOODMAN, R. The strengths and difficulties questionnaire: a research note. J Child Psychol
Psychiatry, New York, v.38, n.5, p.581-6, July 1997.
GROVE, W. M. et al. Reliability studies of psychiatric diagnosis. Theory and practice. Arch
Gen Psychiatry, Chicago, v.38, n.4, p.408-13, Apr. 1981.
GRUBER, R.; SADEH, A.; RAVIV, A. Instability of sleep patterns in children with attentiondeficit/hyperactivity disorder. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry, Chicago, v.39, n.4,
p.495-501, Apr. 2000.
GUARDIOLA, A.; FUCHS, F. D.; ROTTA, N. T. Prevalence of attention-deficit hyperactivity
disorders in students. Comparison between DSM-IV and neuropsychological criteria. Arq
Neuropsiquiatr, So Paulo, v.58, n.2B, p.401-7, June 2000.
GUSTAFSSON, P. et al. Associations between cerebral blood-flow measured by single
photon emission computed tomography (SPECT), electro-encephalogram (EEG), behaviour
symptoms, cognition and neurological soft signs in children with attention-deficit hyperactivity
disorder (ADHD). Acta Paediatr, Stockholm, v.89, n.7, p.830-5, July 2000.

147
HART, E. L. et al. Developmental change in attention-deficit hyperactivity disorder in boys: a
four-year longitudinal study. J Abnorm Child Psychol, New York, v.23, n.6, p.729-49, Dec.
1995.
HARTMAN, C. A. et al. DSM-IV internal construct validity: when a taxonomy meets data. J
Child Psychol Psychiatry, London, v.42, n.6, p.817-36, Sep. 2001.
HOLLAND, M.; GIMPEL, G.; MERREL, K. W. Innovations in assessing ADHD:
development, psychometric properties, and factor structure of the ADHD symptoms rating
scale (ADHD-SRS). J Psychopathol Behav, New York, v.20, p.307-332, Oct. 1998.
HUDZIAK, J. J. et al. Latent class and factor analysis of DSM-IV ADHD: a twin study of
female adolescents. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry, Chicago, v.37, n.8, p.848-57,
Aug. 1998.
JENSEN, M. L; BAANDRUP, U. A comment on terminology in cervical cytology and
terminology discussions. Cytopathology, Oxford, v.16, n.3, p.153, June 2005.
JOHNSTON, C; MURRAY, C. Incremental validity in the psychological assessment of
children and adolescents. Psychol Assess, Arlington, v.15, n.4, p.496-507, Dec. 2003.
KRAEMER, H. C. et al. Methodology in psychiatric research. Report on the 1986 MacArthur
Foundation Network I Methodology Institute. Arch Gen Psychiatry, Chicago, v.44, n.12,
p.1100-6, Dec. 1987.
KREPPNER, J. M. et al. Can inattention/overactivity be an institutional deprivation
syndrome? J Abnorm Child Psychol, New York, v.29, n.6, p.513-28, Dec. 2001.
KROES, M. et al. Child psychiatric diagnoses in a population of Dutch schoolchildren aged 6
to 8 years. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry, Chicago, v.40, n.12, p.1401-9, Dec. 2001.
LEFVRE, A. Exame neurolgico evolutivo do pr-escolar normal. So Paulo: Sarvier.
1972.
LINNET, K. M. et al. Maternal lifestyle factors in pregnancy risk of attention deficit
hyperactivity disorder and associated behaviors: review of the current evidence. Am J
Psychiatry, Chicago, v.160, n.6, p.1028-40, June 2003.
LIVINGSTON, R. Cultural issues in diagnosis and treatment of ADHD. J Am Acad Child
Adolesc Psychiatry, Chicago, v.38, n.12, p.1591-4, Dec. 1999.
LUK, S. L.; LIEH, M. F.; LEUNG, P. W L. A Hong Kong-United Kingdom cross-cultural
study of childhood hyperactivity: A research report to Croucher Foundation. Hong
Kong: Department of Psychiatry, University of Hong Kong, 1993.
MACLEOD, R. J. et al. Identification of childhood psychiatric disorder by informant:
comparisons of clinic and community samples. Can J Psychiatry, Ottawa, v.44, n.2, p.14450, Mar. 1999.

148
MARDOMINGO-SANZ, M. J. Psiquiatra del nio y del adolescente.: Madrid: Ediciones
Daz Santos, 1996.
MARSHALL, R. M. et al. Arithmetic disabilities and ADD subtypes: implications for DSMIV. J Learn Disabil, Chicago, v.32, n.3, p.239-47, May-June 1999.
MATTEL, M. S; JACOBY, J. Is there an optimal number of alternatives for Likert scale
items? Study I. Reability and validity. Educational and Psychological Measurement,
Washington, v.31, 657-674, Aug. 1971.
MAX, J. E. et al. Putamen lesions and the development of attention-deficit/hyperactivity
symptomatology. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry, Chicago, v.41, n.5, p.563-71, May
2002.
MENEZES, P. Validade e confiabilidade das escalas de avaliao em psiquiatria. Rev Psiq
Clin, So Paulo, v.25, n.5, p.214-216, set-out. 1998.
MERCADANTE, M. et al. K-SADS, Entrevista semi-estruturada para diagnstico em
psiquiatria da infncia, verso epidemiolgica. 1.ed. So Paulo: PROTOC- Hospital das
Clnicas da FMUSP, 1995.
MITSIS, E. M. et al. Parent-teacher concordance for DSM-IV Attention-deficit/hyperactivity
disorder in a clinic-referred sample. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry, Chicago, v.39,
n.3, p.308-313, Mar. 2000.
MONTIEL-NAVA, C; PEA J.A.Discrepancy between parents and teachers in the evaluation
of behavior and educational problems in children and adolescents. Rev Neurol, Barcelona,
v.32, n.6, p.506-511, Jun.2001.
_____. Estimations of the prevalence of attention deficit hyperactivity disorder in marabino
children. Rev Neurol, Barcelona, v.35, n.11, p.1019-24, Dec. 2002.
_____. Epidemiological data about attention deficit hyperactivity disorder in a sample of
marabino children. Rev Neurol, Barcelona, v.37, n.9, p.815-9, Nov. 2003.
MTA COOPERATIVE GROUP: Moderators and mediators or treatment response for children
with attention-deficit/hyperactivity Disorder: The multimodal treatment study of children with
attention-deficit/hyperactivity disorder. Arch Gen Psychiatry, Chicago, v.56, n.12, p.10881096, Dec.1999.
MUGNANI, D. et al. Teacher reports of ADHD symptoms in Italian children at the end of
first grade. Eur Psychiatry, Paris, v.21, n.6, p.419-26, Sept.2006.
MURPHY, K. Adults with attention deficit hyperactivity disorder: assessment and treatment
considerations. Semin Speech Lang, Nova York, v.17, n.3, p.245-53, Aug. 1996.
NASS, R. D. Evaluation and Assessment Issues in the Diagnosis of Attention Deficit
Hyperactivity Disorder. Semin Pediatr Neurol, Filadlfia, v.12, p.200-16, Dec. 2006.

149
NEWCORN, J. H. et al. Parent and teacher ratings of attention-deficit hyperactivity disorder
symptoms: implications for case identification. J Dev Behav Pediatr, Baltimore, v.15, n.2,
p.86-91, Apr.1994.
NOLAN, E. E.; GADOW, K. D.; SPRAFKINS, J. Teacher reports of DSM-IV ADHD, ODD,
and CD symptoms in schoolchildren. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry, Chicago, v.40,
n.2, p.241-9, Feb. 2001.
ORTIZ-LUNA, J. A; ACLE-TOMASINI, G. Diferencias entre padres y maestros en la
identificacin de sntomas del transtorno por dficit de atencin con hiperactividad en nios
mexicanos. Rev Neurol, Barcelona, v.42, n.1, p.17-21, Jan. 2006.
PASQUALI, L. Princpios de elaborao de escalas psicolgicas. Rev Psiq Clin, So Paulo,
v.25, n.5, p.206-218, set-out.1998.
PELHAM JNIOR, W. E.; FABIANO, G. A.; MASSETTI, G. M. Evidence-based
assessment of attention deficit hyperactivity disorder in children and adolescents. J Clin Child
Psychol, St. Louis, v.34, p.449-476, Sep. 2005.
PENA, J. A; MONTIEL-NAVA, C. The attention deficit hyperactivity disorder myth or
reality?. Rev Neurol, Barcelona, v.36, n.2, p.173-9, Jan. 2003.
PINEDA, D.A. et al. The usefulness of a short questionnaire for tehe diagnosis of Attention
Deficiency. Rev Neurol, Barcelona, v.28, n.4, p.365-372, Fev.1999.
PINEDA, D.A. et al. Prevalence of attention-deficit/hyperactivity disorder symptoms in 4- to
17-year-old children in the general population. J Abnorm Child Psychol, New York, v.27,
n.6, p.455-62, Dec. 1999.
POETA, L. S; ROSA NETO, F. Epidemiological study on symptoms of attention
deficit/hyperactivity disorder and behavior disorders in public schools of Florianopolis/SC
using the EDAH. Rev Bras Psiquiatr, So Paulo, v.26, n.3, p.150-5, Sep. 2004.
POLANCZYK, G. et al. The Worldwide Prevalence of ADH: A Systematic Review and
Metaregression Analysis. Am J Psychiatry, Chicago, v.164, n.6, p.942-48, June 2007.
POSSA M, A.; SPANEMBERG, L.; GUARDIOLA, A. Attention-deficit hyperactivity
disorder comorbidity in a school sample of children. Arq Neuropsiquiatr, So Paulo, v.63,
n.2B, p.479-83, June 2005.
POWER, T. J. et al. The predictive validity of parent and teacher reports of ADHA symptoms.
Journal of Psychopathology Behav Assess, New York, v.20, n.1, p.57-65, Jan.1998.
QUAY, H. C.; QUAY, L. C. Behavior problems in early adolescence. Child Dev, Malden,
v.36, p.215-20, Mar.1965.
REBOLLO, M. Concepto de la disfuncin cerebral mnima. Rev Bras Defic Mental, So
Paulo, v.6, p.12-16, Jan.1971.

150
REMSCHMIDT, H. Global consensus on ADHD/HKD. Eur Child Adolesc Psychiatry,
Toronto, v.14, n.3, p.127-37, May 2005.
RILEY, E. P. et al. Teratogenic effects of alcohol: a decade of brain imaging. Am J Med
Genet C Semin Med Genet, Toronto, v.127, n.1, p.35-41, May 2004.
ROBIN, A. L. Attention-deficit/hyperactivity disorder in adolescents. Common pediatric
concerns. Pediatr Clin North Am, Philadelphia, v.46, n.5, p.1027-38, Oct.1999.
ROHDE, L. A. ADHD in Brazil: the DSM-IV criteria in a culturally different population. J
Am Acad Child Adolesc Psychiatry, Chicago, v.41, n.9, p.1131-3, Sep. 2002.
ROHDE, L. A. et al. ADHD in a school sample of Brazilian adolescents: a study of
prevalence, comorbid conditions, and impairments. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry,
Chicago,v.38, n.6, p.716-22, June 1999.
ROHDE, L. A.; MATTOS, P. & cols. Princpios e prticas em transtorno de dficit de
ateno/hiperatividade. Porto Alegre: Artmed, 2003.
_____. Attention-deficit/hyperactivity disorder in a diverse culture: do research and clinical
findings support the notion of a cultural construct for the disorder? Biol Psychiatry, New
York, v.57, n.11, p.1436-41, June 2005.
ROTTA, N. T. Avaliao neurolgica evolutiva, eletroencefalogrfica e psicolgica em
crianas com rendimento escolar deficiente. Porto Alegre, 1975. Tese (Doutorado em
Neurologia) - Fundao Faculdade Catlica de Medicina.
ROTTA, N. T. Transtorno da ateno: aspectos clnicos. In: ROTTA, N. T.; OHLWEILER,
L.; RIESGO, R. dos S. Transtornos da Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2006. p.301313.
ROWLAND, A. S. et al. Studying the epidemiology of attention-deficit hyperactivity disorder:
screening method and pilot results. Can J Psychiatry, Ottawa, v.46, n.10, p.931-40, Dec.
2001.
RUSHTON, J. L.; FANT, K. E.; CLARK, S. J. Use of practice guidelines in the primary care
of children with attention-deficit/hyperactivity disorder. Pediatrics, Atlanta, v.114, n.1, p.23-8,
July 2004.
SANDBERG, S. Hyperactivity and Attention disorders of childhood. Cambridge:
Cambridge University Press, 2002.
SAYAL, K. T. E. Parent ratings of school behaviour in children at risk of attention
deficit/hyperactivity disorder. Acta Psychiatr Scand, Copenhagen, v.111, p.460-5, Dec. 2005.
SCAHILL, L. et al. Psychosocial and clinical correlates of ADHD in a community sample of
school-age children. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry, Chicago, v.38, n.8, p.976-84,
Aug. 1999.

151
SCHWARTZMAN, J. S. Transtorno de Dficit de Ateno. So Paulo: Memnon Edies
Cientficas e Editora Mackenzie, 2001.
SCHWARZ, N. How the questions shape the answers. American Psychologist, Washington,
v.54, p.93-105. Feb.1999.
SEMRUD-CLIKEMANOS et al. Comorbidity between ADDH and learning disability: a
review and report in a clinically referred sample. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry,
Chicago, v.31, n.3, p.439-48, May 1992.
SHAFFER, D. Attention deficit hyperactivity disorder in adults. Am J Psychiatry, Hanover,
v.151, n.5, p.633-8, May 1994.
SHAFFER, D. P. et al. The NIMH diagnostic interview schedule for children Version 2.3
(DISC-2.3): description, acceptability, prevalence rates, and performance in the MECA study.
Methods for the epidemiology of child and adolescent mental disorders study. J Am Acad
Child Adolesc Psychiatry, Chicago, v.35, n.7, p.865-77, July 1996.
SHEN, Y. C. et al. An epidemiological investigation of minimal brain dysfunction in six
elementary schools in Beijing. J Child Psychol Psychiatry, St. Louis, v.26, n.5, p.777-87,
Sep.1985.
SIEGEL, S; CASTELLAN, N. J. Estatstica no-paramtrica para cincia do
comportamento. 2. ed. Porto Alegre: Editora Artmed, 2006.
SOORANI-LUNSING, I. et al. Are moderate degrees of hyperbilirubinemia in healthy term
neonates really safe for the brain? Pediatr Res, New York, v.50, n.6, p.701-5, Dec. 2001.
SOUZA, I. et al. Attention-deficit/hyperactivity disorder and comorbidity in Brazil:
comparisons between two referred samples. Eur Child Adolesc Psychiatry, Toronto, v.13,
n.4, p.243-8, Aug. 2004.
SPENCER, T. J. et al. Effects of atomoxetine on growth after 2-year treatment among
pediatric patients with attention-deficit/hyperactivity disorder. Pediatrics, Atlanta, v.116, n.1,
p.74-80, July 2005.
STILL, G. F. The Goulstonian lectures on some abnormal psychical conditions in children.
Lancet, London, v.1,p.1008-12, Nov.1902.
SWANSON, J. M. et al. Efficacy of a new pattern of delivery of methylphenidate for the
treatment of ADHD: effects on activity level in the classroom and on the playground. J Am
Acad Child Adolesc Psychiatry, Chicago, v.41, n.11, p.1306-14, Nov. 2002.
SWANSON, J. M. School-Based Assessments and Interventions for Add Students.
Disponvel em: <http://www.adhd.net> Acesso em: 05 Out. 2004.
THAPA, A. et al. Genetic basis of attention deficit and hyperactivity. Br J Psychiatry,
London, v.174, p.105-11, Feb. 1999.

152
TIROSH, E. et al. Learning disabilities with and without attention-deficit hyperactivity
disorder: parents' and teachers' perspectives. J Child Neurol, Hamilton, v.13, n.6, p.270-6,
June 1998.
TRIPP, G.; E.; SCHAUGHENCY, A.; CLARKE, B. Parent and teacher rating scales in the
evaluation of attention-deficit hyperactivity disorder: contribution to diagnosis and differential
diagnosis in clinically referred children. J Dev Behav Pediatr, Baltimore, v.27, n.3, p.209-18,
June 2006.
VAIDYA, C.; AUSTIN, G.; KIRKORIAN, G. Selective effects of methylphenidate in
attention deficit/hyperactivity disorder. A functional magnetic resonance study. Proc Natl
Acad Sci U S A, Washington, v.95, p.14494-14499, Dec.1998.
VASCONCELOS, M. M. et al. Attention deficit/hyperactivity disorder prevalence in an inner
city elementary school. Arq Neuropsiquiatr, So Paulo, v.61, n.1, p.67-73, Mar. 2003.
VOELLER, K. K. Attention-deficit hyperactivity disorder (ADHD). J Child Neurol,
Hamilton, v.19, n.10, p.798-814, Oct. 2004.
WALDMAN, I. D. et al. Association and linkage of the dopamine transporter gene and
attention-deficit hyperactivity disorder in children: heterogeneity owing to diagnostic subtype
and severity. Am J Hum Genet, Baltimore, v.63, n.6, p.1767-76, Dec. 1998.
WARNER-ROGERS, J. et al. Inattentive behavior in childhood: epidemiology and
implications for development. J Learn Disabil, Chicago, v.33, n.6, p.520-36, Nov-Dec. 2000.
WEILER, M. D. et al. Mother and teacher reports of ADHD symptoms: DSM-IV
questionnaire data. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry, Chicago, v.38, n.9, p.1139-47,
Sep.1999.
WEINBERG, W. A; BRUMBACK, R. A. The myth of attention deficit-hyperactivity disorder:
symptoms resulting from multiple causes. J Child Neurol, Hamilton, v.7, n.4, p.431-45;
discussion 446-61, Oct. 1992.
WEISS, M. et al. ADHD in parents. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry, Chicago, v.39,
n.8, p.1059-61, Aug. 2000.
WENDER, P. H. et al. Adults with ADHD. An overview. Ann N Y Acad Sci, New York,
v.931, p.1-16, June 2001.
WENDER, P.H. Disfuno Cerebral Mnima na Criana. So Paulo: Livraria Manole,
1974.
WILLOUGHBY, M. T. et al. Implications of early versus late onset of attentiondeficit/hyperactivity disorder symptoms. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry, Chicago,
v.39, n.12, p.1512-9, Dec.2000.
WOLRAICH, M. L. et al. Comparison of diagnostic criteria for attention-deficit hyperactivity
disorder in a county-wide sample. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry, Chicago, v.35, n.3,
p.319-24, Mar.1996.

153
WOLRAICH, M. L. et al. Obtaining systematic teacher reports of disruptive behavior
disorders utilizing DSM-IV. J Abnorm Child Psychol, New York, v.26, n.2, p.141-52, Apr.
1998.
WOLRAICH, M. L. et al. Teachers' screening for attention deficit/hyperactivity disorder:
comparing multinational samples on teacher ratings of ADHD. J Abnorm Child Psychol,
New York, v.31, n.4, p.445-55, Aug. 2003.
WOLRAICH, M. L. et al. Assessing the impact of parent and teacher agreement on diagnosing
attention-deficit hyperactivity disorder. J Dev Behav Pediatr, Baltimore, v.25, n.1, p.41-7,
Feb. 2004.
WORLDHEALTH, O. Classification of mental and behavioral disorders: clinical
descriptions and diagnostic guidelines. ICD10. Geneva, World Health Organization, 1992.
ZAMETKIN, A.; ERNST, M. Problems in the management of attention-deficit-hyperactivity
disorder. N Engl J Med, Boston, v.340, n.1, p.40-6, Jan. 1999.
ZITO, J. M. et al. Trends in the prescribing of psychotropic medications to preschoolers.
JAMA, Chicago, v.283, n.8, p.1025-30, Feb. 2000.

154
ANEXOS

ANEXO 1 - CARTA DE APROVAO DO ESTUDO PELO COMIT DE TICA EM PESQUISA EM


SERES HUMANOS DO HOSPITAL DE CLNICAS/UFPR

155
APNDICES

APNDICE I QUESTIONRIO INICIAL PARA PROFESSORES - QIprof

Desenvolvimento Escolar- Questionrio para Professores


CENEP

Nvel: 1a 8a srie
Solicito informaes sobre seu aluno(a). Para tal gostaramos que respondesse a
algumas perguntas referentes ao seu aprendizado e comportamento.
Responsvel pelo preenchimento: _______________________________________________
Matria: __________________________________________________________________
Nome da professora: ___________________________________Data: _____/_____/_____
Nome do aluno : ________________________________ Idade: _____ Srie: ____________
Escola: ____________________________________________________________________
( ) estadual ( ) municipal ( ) particular ( ) outras _____________________________

INSTRUES
Abaixo esto relacionados termos descritivos de comportamentos de seu aluno(a). Leia cada
item cuidadosamente e compare o comportamento dele (a) de acordo com a escala abaixo:
(N) nunca/nem um pouco (AV) s vezes/raramente
(MV) muitas vezes/freqentemente (S) sempre (NSI) no sei informar
N AV MV S NSI
1. Falha em prestar ateno aos detalhes ou comete erros por
falta de cuidado em trabalhos escolares e tarefas
2. Dificuldade em terminar o que comea
3. desorganizado em suas lies de classe, tarefas ou
atividades
4. Esquece as atividades dirias (tarefas, recados, obrigaes)
5. Parece no ouvir quando falam com ele
6. Incapaz de prestar ateno numa mesma coisa durante muito
tempo
7. Tem dificuldades para seguir instrues, terminar deveres de
casa, tarefas, ou obrigaes
8. Distrai-se facilmente por barulhos ou outros estmulos na aula
9. Evita, no gosta ou reluta em participar de tarefas e
brincadeiras que exijam esforo mental

156
10. Perde coisas (brinquedos, livros, lpis, cadernos, jaquetas,
chinelos)
11. Tem dificuldade de permanecer alerta durante as
explicaes, para responder pedidos ou executar ordens
12. Tem dificuldade para manter a ateno em tarefas ou
brincadeiras
13. Vive sonhando, no mundo da lua
14. Dificuldade em prestar ateno em uma atividade ou
conversa
15. Esquece rpido o que acaba de ser dito
16. Termina as atividades e deveres escolares atrasado
17. Dificuldade em cumprir ordens
18. Dificuldade para seguir instrues
19. Dificuldade para esperar a vez
20. Age imprudentemente (corre riscos)
21. Faz tarefas rapidamente para se ver livre / tem sempre muita
pressa
22. Responde antes de ouvir toda pergunta
23. Parece estar sempre a todo vapor ou ligado como um motor
24. Age sem pensar ( impulsivo)
25. Interrompe ou se intromete nas conversas, brincadeiras
26. Fala demais (atrapalha a aula)
27. Tem dificuldade em permanecer sentado, ficar quieto
(mexe-se, contorce-se ou levanta-se da carteira ou cadeira)
28. Tem dificuldade para brincar ou participar silenciosamente
em atividade de lazer
29. Conversa demais (atrapalha o ambiente ou a aula)
30. Corre ou sobe pelas paredes em situaes inadequadas
31. impaciente e inquieto
32. Exige que suas solicitaes sejam atendidas imediatamente
33. Agita mos e ps e se agita na cadeira/carteira
34. Quebra ou destri material escolar ou outros objetos
35. Acidenta-se facilmente
36. Fala com dificuldade
37. Dificuldade em redigir textos (sintetizar, resumir, falta de
contedo ou coerncia )
38. Leitura lenta, silabada,vacilante, no automatizada
39. Dificuldade na interpretao de textos lidos
40. Dificuldade na interpretao de textos escritos
41. Apresenta dificuldades na escrita: trocas, substituies,
espelhamento ou aglutinao
42. Apresenta caligrafia desleixada
43. Apresenta acentuao e pontuao inadequada
44. O raciocnio lgico lento
45. Falha na resoluo de problemas matemticos
46. Realiza operaes matemticas com dificuldade (de acordo a
srie)
47. Rende abaixo do esperado na escola
48. Tem dificuldade para expressar oralmente seus

157
pensamentos
49. Evita tarefas que exigem esforo mental constante
50. Apresenta dificuldade na motricidade fina (desenhos,fazer
lao, amarrar, abotoar, usar a tesoura)
51. Apresenta dificuldade na motricidade global (equilbrio, cai
fcil)
52. Evita tarefas ou trabalhos escolares
53. Evita estudar (falta motivao para estudar e fazer tarefas)
54. Participa pouco em aula e pede ajuda quando necessrio
55. Estuda pouco para as provas
56. Perde a calma facilmente (pavio curto)
57. Discute com adultos (atrevido, debochado, ousado)
58. valento ou agressivo com outras pessoas
59. Desafia ou se recusa a seguir as regras ou os pedidos /
solicitaes como escovar os dentes, tomar banho, fazer
tarefas
60. Faz de propsito coisas que incomodam ou interfere nas
atividades
61. Culpa os outros pelos seus erros ou conduta inadequada
62. Perturba outras crianas (irrita outras crianas com
palhaadas, empurres ou cutuces)
63. bravo ou ressentido
64. Guarda dio ou vingativo
65. negativista, desafiante, desobediente ou hostil contra
autoridade
66. Machuca outras crianas
67. Rouba alguma coisa (dinheiro, material escolar,
brinquedos)
68. Frustra-se facilmente se no atendido
69. mal-humorado
70. Destri a propriedade alheia (vandalismo)
71. mentiroso (mente, frauda, cola, copia o trabalho,
trapaceia)
72. Viola as regras seriamente - gazeia aula, foge, ignora regras da
classe
73. Coopera pouco com o professor e/ou colegas
74. Age espertamente (malandro), sempre quer levar vantagem
75. manipulador
76. Apresenta acesso de fria / possui temperamento explosivo
77. rejeitado pelos colegas ou familiares
78. Dificuldades para aceitar limites
79. Causa confuso em reunies, festas, parques ou sala de aula
80. triste, vazio ou infeliz
81. Chora fcil
82. Sente-se culpado ou intil ou incapaz ou se acha feio
83. Falta interesse ou prazer pelas atividades (desnimo ou sem
gosto pelas coisas ou indisposio)
84. Cansa-se fcil

158
85.
86.
87.
88.

Apresenta falta ou apetite exagerado


Isola-se ou brinca s
Fala em morrer ou tem idia, planos ou tentativa de suicdio
Sintomas fsicos persistentes - dor cabea, ou abdominal ou
nas pernas, diarria, vmito, tontura
89. Tem ansiedade ou preocupao excessiva
90. Apresenta baixa auto-estima na maior parte do tempo
91. Inconseqente em seus atos (no se preocupa com a opinio
dos outros)
92. pessimista, desanimado ou sem esperana
93. Humor varivel (tristeza e/ou irritabilidade)
94. Tem medos ou apresenta crises de pnico
95. Tem compulses (comportamentos repetitivos ou atos para
reduzir ansiedade ou angstia: mania de limpeza,
verificao se a porta est aberta, repetio como contar
nmeros etc.)
96. Tem manias ou rituais
97. Fala ou faz gestos obscenos intencionais
98. Faz rudos estranhos (fungar, sons estranhos, palavres)
99. Tem tique nervoso (pisca, mexe com as mos, ombros,
braos, ri unha, chupa os dedos)
100. Preocupa-se com doenas ou mortes
101. Apresenta euforia, alegria exagerada ou inadequada
102. Idias de grandeza, acha-se o melhor
103. Corajoso - enfrenta situaes inconseqentemente
104. Comportamento sexual inadequado (forar ato sexual,
abuso, conduta inadequada)
105. Evita olhar nos olhos dos outros
106. Apresenta movimentos anormais (pulos, bate palmas,
balana as mos, toca as pessoas)
107. egosta
108. Age incorretamente: elimina gases, cuspe, empurra os outros
109. Dificuldade para memorizer
110. Machuca e agride animais (cruel)
111. Inicia brigas ou lutas fsicas
112. Costuma intimidar ou ameaar os outros
113. Costuma perder urina ou fezes nas roupas
114. Varia constantemente de comportamento
(tristeza/euforia/agitao)
115. Preocupaes com o futuro (com coisas antes de acontecer)
116. Apresenta-se indeciso
117. Preocupaes com fatos passadas
118. Costuma estar irritado
119. Apresenta pensamentos obsessivos, desagradveis,
incomodativos
 as dificuldades acima ATRAPALHAM a aprendizagem: ( )no ( )sim ( ) no sei
 as dificuldades acima ATRAPALHAM o relacionamento com outras crianas ou professores,
ou funcionrios:

( )no ( )sim ( ) no sei

159
APNDICE II QUESTIONRIO INICIAL PARA PAIS - QIpais

Desenvolvimento Escolar- Questionrio para Pais


Srgio Antoniuk
Nvel: 1a 8a srie
Solicito informaes sobre seu filho(a). Para tal gostaramos que respondesse a
algumas perguntas referentes ao seu aprendizado e comportamento.
Responsvel pelo preenchimento: pai ( ) me ( ): _______________________________________
Data: _____/_____/_________.
Nome do aluno : ________________________________ Idade: _____ Srie: _________________
Escola: _________________________________________________________________________
( ) estadual ( ) municipal ( ) particular ( ) outras __________________________________

INSTRUES
Abaixo esto relacionados termos descritivos de comportamentos de seu filho(a). Leia cada
item cuidadosamente e compare o comportamento dele (a) de acordo com a escala abaixo:
(N) nunca/nem um pouco (AV) s vezes/raramente
(MV) muitas vezes/freqentemente (S) sempre (NSI) no sei informar

N
1. Falha em prestar ateno aos detalhes ou comete erros por
falta de cuidado em trabalhos escolares e tarefas
2. Dificuldade em terminar o que comea
3. desorganizado em suas lies de classe, tarefas ou
atividades
4. Esquece as atividades dirias (tarefas, recados, obrigaes)
5. Parece no ouvir quando falam com ele
6. Incapaz de prestar ateno numa mesma coisa durante muito
tempo
7. Tem dificuldades para seguir instrues, terminar deveres de
casa, tarefas, ou obrigaes
8. Distrai-se facilmente por barulhos ou outros estmulos nos
estudos
9. Evita, no gosta ou reluta em participar de tarefas e
brincadeiras que exijam esforo mental
10. Perde coisas (brinquedos, livros, lpis, cadernos, jaquetas, chinelos)

AV MV S NSI

160
11. Tem dificuldade de permanecer alerta durante as explicaes,
para responder pedidos ou executar ordens
12. Tem dificuldade para prestar ateno em tarefas ou
brincadeiras
13. Vive sonhando, no mundo da lua
14. Dificuldade em prestar ateno em uma atividade ou conversa
15. Esquece rpido o que acaba de ser dito
16. Termina as atividades e deveres escolares atrasado
17. Dificuldade em cumprir ordens
18. Dificuldade para seguir instrues
19. Dificuldade para esperar a vez
20. Age imprudentemente (corre riscos)
21. Faz tarefas rapidamente para se ver livre /tem sempre muita
pressa
22. Responde antes de ouvir toda pergunta
23. Parece estar sempre a todo vapor ou ligado como um
motor
24. Age sem pensar ( impulsivo)
25. Interrompe ou se intromete nas conversas, brincadeiras
26. Fala demais (atrapalha em casa, festas, conversas)
27. Tem dificuldade em permanecer sentado, ficar quieto (mexese, contorce-se ou levanta-se da cadeira)
28. Tem dificuldade para brincar ou participar silenciosamente
em atividade de lazer
29. Conversa demais (atrapalha o ambiente em casa)
30. Corre ou sobe pelas paredes em situaes inadequadas
31. impaciente e inquieto
32. Exige que suas solicitaes sejam atendidas imediatamente
33. Agita mos e ps e se agita na cadeira
34. Quebra ou destri material escolar ou outros objetos
35. Acidenta-se facilmente
36. Fala com dificuldade
37. Dificuldade em redigir textos (sintetizar, resumir, falta de
contedo ou coerncia)
38. Leitura lenta,silabada,vacilante, no automatizada
39. Dificuldade na interpretao de textos lidos
40. Dificuldade na interpretao de textos escritos
41. Apresenta dificuldades na escrita: trocas, substituies,
espelhamento ou aglutinao
42. Apresenta caligrafia desleixada ou ilegvel
43. Apresenta acentuao e/ou pontuao inadequada
44. O raciocnio lgico lento
45. Falha na resoluo de problemas matemticos
46. Realiza operaes matemticas com dificuldade (de acordo a
srie)
47. Rende abaixo do esperado na escola
48. Tem dificuldade para expressar oralmente seus pensamentos
49. Evita tarefas que exigem esforo mental constante
50. Apresenta dificuldade na motricidade fina (desenhos, fazer

161
lao, amarrar, abotoar, usar a tesoura )
51. Apresenta dificuldade na motricidade global (equilbrio,cai
fcil)
52. Evita tarefas ou trabalhos escolares
53. Evita estudar (falta motivao para estudar e fazer tarefas)
54. Participa pouco em aula e pede ajuda quando necessrio
55. Estuda pouco para as provas
56. Perde a calma facilmente (pavio curto)
57. Discute com adultos (atrevido, debochado, ousado)
58. valento ou agressivo com outras pessoas
59. Desafia ou se recusa a seguir as regras ou os
pedidos/solicitaes como escovar os dentes, tomar banho,
fazer tarefas
60. Faz de propsito coisas que incomodam ou interfere nas
atividades
61. Culpa os outros pelos seus erros ou conduta inadequada
62. Perturba outras crianas (irrita outras crianas com
palhaadas, empurres ou cutuces)
63. bravo ou ressentido
64. Guarda dio ou vingativo
65. negativista, desafiante, desobediente ou hostil contra
autoridade
66. Machuca outras crianas
67. Rouba alguma coisa (dinheiro, material escolar, brinquedos)
68. Frustra-se facilmente se no atendido
69. mal-humorado
70. Destri a propriedade alheia (vandalismo)
71. mentiroso (mente, frauda, cola, copia o trabalho, trapaceia)
72. Viola as regras seriamente - gazeia aula, foge, ignora regras
da classe
73. Coopera pouco com os familiares (me, pai, irmos e outros)
74. Age espertamente (malandro), sempre quer levar vantagem
75. manipulador
76. Apresenta acesso de fria / possui temperamento explosivo
77. rejeitado pelos colegas ou familiares
78. Dificuldades para aceitar limites
79. Causa confuso em reunies, festas, nas refeies
80. triste, vazio ou infeliz
81. Chora fcil
82. Se sente culpado ou intil ou incapaz ou se acha feio
83. Falta interesse ou prazer pelas atividades (desnimo ou sem
gosto pelas coisas ou indisposio)
84. Cansa-se fcil
85. Apresenta falta ou apetite exagerado
86. Se isola ou brinca s
87. Fala em morrer ou tem idia, planos ou tentativa de suicdio
88. Sintomas fsicos persistentes - dor cabea, ou abdominal ou nas pernas,
diarria, vomito, tontura

162
89. Tem ansiedade ou preocupao excessiva
90. Apresenta baixa da auto-estima na maior parte do tempo
91. Inconseqente com seus atos (no se preocupa com a opinio
dos outros)
92. pessimista, desanimado ou sem esperana
93. Humor varivel (tristeza e/ou irritabilidade)
94. Tem medos ou apresenta crises de pnico
95. Tem compulses (comportamentos repetitivos ou atos para
reduzir ansiedade ou angstia: mania de limpeza, verificao
se a porta est aberta, repetio como contar nmeros)
96. Tem manias ou rituais
97. Fala ou faz gestos obscenos intencionais
98. Faz rudos estranhos (fungar, sons estranhos, palavres)
99. Tem tique nervoso (pisca, mexe com as mos, ombros,
braos, ri unha, chupa os dedos)
100. Preocupa-se com doenas ou mortes
101. Apresenta euforia, alegria exagerada ou inadequada
102. Idias de grandeza, se acha o melhor
103. Corajoso - enfrenta situaes inconseqentemente
104. Comportamento sexual inadequado (forar ato sexual, abuso,
conduta inadequada )
105. Evita olhar nos olhos dos outros
106. Apresenta movimentos anormais (pulos, bate palmas,
balana as mos, toca as pessoas)
107. egosta
108. Age incorretamente:elimina gases, cuspe empurra os outros
109. Dificuldade para memorizar
110. Machuca e agride animais (cruel)
111. Inicia brigas ou lutas fsicas
112. Costuma intimidar ameaar os outros
113. Costuma perder urina ou fezes noite ou durante o dia
114. Varia constantemente de comportamento
(tristeza/euforia/agitao)
115. Preocupaes com o futuro (com coisas antes de acontecer)
116. Apresenta-se indeciso
117. Preocupaes com coisas passadas
118. Costuma estar irritado
119. Apresenta pensamentos obsessivos- desagradveis
120. Apresenta problemas do sono (insnia, pesadelos,
sonambulismo, falar dormindo)
 as dificuldades acima interferem ATRAPALHAM na aprendizagem:

( )no ( )sim

 as dificuldades acima ATRAPALHAM o relacionamento com outras crianas, familiares ou


outras pessoas: ( )no ( )sim

163
APNDICE III - QUESTIONRIO BREVE PARA IDENTIFICAO DE DFICIT DE ATENO,
VERSO PROFESSORES -TDAHQBPROF/D

INSTRUES
Abaixo esto relacionados termos descritivos de comportamentos de seu aluno(a). Leia cada item
cuidadosamente e compare o comportamento dele (a) de acordo com a escala abaixo:
(N) nunca/nem um pouco (AV) s vezes/um pouco
(MV) muitas vezes/bastante (S) sempre (NSI) no sei informar

AV

MV

1. desorganizado em suas lies de classe, tarefas ou atividades


2. Tem dificuldades para seguir instrues, terminar deveres de
casa, tarefas, ou obrigaes
3. Distrai-se facilmente por barulhos ou outros estmulos na aula
 na aprendizagem do seu aluno (a): ( ) no ( ) sim
 as dificuldades acima interferem no relacionamento do aluno (a) com outras crianas: ( ) no
( ) sim, professores: ( ) no ( ) sim ou funcionrios: ( ) no ( ) sim

NSI

164
APNDICE IV - QUESTIONRIO BREVE PARA IDENTIFICAO DE DFICIT DE ATENO,
VERSO PAIS

TDAHQBpais/D

INSTRUES
Abaixo esto relacionados termos descritivos de comportamentos de seu filho(a). Leia
cada item cuidadosamente e compare o comportamento dele (a) de acordo com a escala
abaixo:
(N) nunca/nem um pouco/no (AV) s vezes/um pouco/raramente
(MV) muitas vezes/bastante/freqente (S) sempre (NSI) no sei informar
N

AV MV S

1. Falha em prestar ateno aos detalhes ou comete erros por falta de


cuidado em trabalhos escolares e tarefas
2. Esquece as atividades dirias (tarefas, recados, obrigaes)
3. Tem dificuldades para seguir instrues, terminar deveres de casa,
tarefas, ou obrigaes
4. Distrai-se facilmente por barulhos ou outros estmulos

as dificuldades acima interferem na aprendizagem do seu filho (a): ( ) no ( ) sim

as dificuldades acima interferem no relacionamento do filho (a) com outras crianas:


( ) no ( ) sim, professores: ( ) no ( ) sim ou funcionrios: ( ) no ( ) sim

NSI

165
APNDICE V - QUESTIONRIOBREVE PARAIDENTIFICAODE HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE,VERSO
PROFESSORES - TDAHQBprof /HI

INSTRUES
Abaixo esto relacionados termos descritivos de comportamentos de seu aluno(a). Leia cada item
cuidadosamente e compare o comportamento dele (a) de acordo com a escala abaixo:
(N) nunca/nem um pouco (AV) s vezes/um pouco
(MV) muitas vezes/bastante (S) sempre (NSI) no sei informar

N
1.
2.
3.
4.

AV

MV

Parece estar sempre a todo vapor ou ligado como um motor


Fala demais (atrapalha a aula)
Conversa demais (atrapalha o ambiente ou a aula)
impaciente e inquieto

as dificuldades acima interferem na aprendizagem do seu aluno (a): ( ) no ( ) sim

as dificuldades acima interferem no relacionamento do aluno (a): outras crianas:


( ) no ( ) sim, professores: ( ) no ( ) sim ou funcionrios: ( ) no ( ) sim

NSI

166
APNDICEVI - QUESTIONRIO BREVE PARA IDENTIFICAO DE HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE,
VERSO PAIS

TDAHQBpais/HI

INSTRUES
Abaixo esto relacionados termos descritivos de comportamentos de seu filho(a). Leia cada item
cuidadosamente e compare o comportamento dele (a) de acordo com a escala abaixo:
(N) nunca/nem um pouco/no (AV) s vezes/um pouco/raramente
(MV) muitas vezes/bastante/freqente (S) sempre (NSI) no sei informar
N

AV MV S

1.Faz tarefas rapidamente para se ver livre/tem sempre muita pressa


2.Parece estar sempre a todo vapor ou ligado como um motor
3.Tem dificuldade em permanecer sentado, ficar quieto (mexe-se,
contorce-se ou levanta-se da cadeira)
4. impaciente e inquieto

as dificuldades acima interferem na aprendizagem do seu filho (a): ( ) no ( ) sim

as dificuldades acima interferem no relacionamento do filho (a): outras crianas


( ) no ( ) sim, professores ( ) no ( ) sim ou funcionrios: ( ) no ( ) sim

NSI

167
APNDICE VII - CARTA DE ESCLARECIMENTO E CONSENTIMENTO AOS RESPONSVEIS (I)
CARTA DE ESCLARECIMENTO E CONSENTIMENTO AOS RESPONSVEIS

O Colgio ..................., em parceria com o Centro de Neuropediatria do


Hospital de Clnicas da Universidade Federal do Paran CENEP, est promovendo a
oportunidade de um trabalho multidisciplinar a crianas e adolescentes com o objetivo de
detectar e prevenir dificuldades de aprendizagem e dficit de ateno / hiperatividade.
Segundo a literatura, essas dificuldades so comuns, ocorrendo em at 20% de
crianas e adolescentes.
Ser realizada uma pesquisa atravs da aplicao de questionrio aos
professores, visando identificar os alunos que apresentem estas dificuldades. Essa
pesquisa, portanto, contribui no s nacionalmente, para o levantamento da epidemiologia,
como tambm til para o prprio colgio e seus alunos, com a posterior orientao,
recomendao e acompanhamento.
A pesquisa ser realizada pelo mdico neuropediatra, Srgio A. Antoniuk e
pela equipe de psicologia do CENEP. A sua participao muito importante para o
desenvolvimento do seu filho. Caso no concorde com o trabalho, favor enviar esta mesma
carta preenchida escola. Contamos com a sua ateno.
Atenciosamente,

_________________________________

____________________________

Diretora do Colgio

Srgio Antoniuk
Coordenador do CENEP

Aluno: _____________________________________________ Srie: _________________


Responsveis: _____________________________________________________________
Telefone para contato: _______________________________________________________
( ) No concordo que o meu filho participe da pesquisa.

168
APNDICE VIII - CARTA CONVITE PARA OS PAIS
Curitiba, 04 de outubro de 2004
Senhores Pais:
O Colgio ........................., em parceria com o Centro de Neuropediatria do Hospital
de Clnicas da UFPR.- CENEP e coordenado pelo neuropediatra Srgio Antoniuk est
promovendo a oportunidade de um trabalho multidisciplinar dirigido a crianas e
adolescentes com o objetivo preventivo de problemas de comportamento e dificuldades de
aprendizagem.
Para tanto estamos convidando-os para participar de uma palestra dirigida aos pais.
A sua participao muito importante para o desenvolvimento do seu filho.
Contamos com sua presena,

Atenciosamente.
_________________________________

____________________________

Diretora do Colgio

Srgio Antoniuk
Coordenador do CENEP

Recebi o convite e estou ciente da importncia deste trabalho


No participarei ( )

Data: ____/____/______

Participarei

Horrio: ______________

( )

Local: Sala de Vdeo


Aluno: _______________________________________ Srie: ____________________
Responsvel: Pai: ________________________________________________________
Me:_______________________________________________________
Telefone contato: ____________________

169

APNDICE IX - CARTA DE ESCLARECIMENTO E CONSENTIMENTO AOS RESPONSVEIS (II)


CARTA DE ESCLARECIMENTO E CONSENTIMENTO AOS RESPONSVEIS

O Colgio........................., em parceria com o Centro de Neuropediatria do


Hospital de Clnicas da Universidade Federal do Paran CENEP, est promovendo a
oportunidade de um trabalho multidisciplinar a crianas e adolescentes com o objetivo de
detectar e prevenir dificuldades de aprendizagem e dficit de ateno / hiperatividade.
Segundo a literatura, essas dificuldades so comuns ocorrendo em at 20% de
crianas e adolescentes.
Ser realizada uma pesquisa atravs da aplicao de questionrio aos
professores visando identificar alunos que apresentem estas dificuldade. Portanto, contribui
no s nacionalmente, para o levantamento da epidemiologia, como tambm contribui para
o prprio colgio e para os alunos, com posterior orientao, recomendao e
acompanhamento.
Esta pesquisa ser realizada pelo mdico neuropediatra Srgio A. Antoniuk e
pela equipe de psicologia do CENEP. A sua participao muito importante para o
desenvolvimento do seu filho. Caso no concorde com o trabalho, favor enviar esta mesma
carta preenchida escola. Contamos com a sua ateno.
Atenciosamente.

_________________________________

____________________________

Diretora do Colgio

Sergio Antoniuk
Coordenador do CENEP

Aluno: _____________________________________________ Srie: _________________


Responsveis: _____________________________________________________________
Telefone para contato: _______________________________________________________
( ) No concordo que o meu filho participe da pesquisa.

170
APNDICE X CONSENTIMENTO INFORMADO E ESCLARECIDO
CONSENTIMENTO INFORMADO LIVRE E ESCLARECIDO
Ttulo do Projeto: Transtorno de Dficit de Ateno/Hiperatividade e comorbidades:
Um estudo da rede pblica e privada de ensino, Construo de uma escala de
Avaliao para crianas escolares do Ensino Fundamental.
Investigador: Srgio Antonio Antoniuk
Local da Pesquisa: Centro de Neuropediatria do Hospital de Clnicas
Endereo e telefone: Rua Floriano Essenfelder, 81 Curitiba- Paran Telefone:
332649101
Vocs esto sendo convidados a participar de uma pesquisa, coordenada pelo Prof. Srgio Antonio Antoniuk.
Para poder participar, necessrio que voc leia este documento com ateno. Ele pode conter palavras que
voc no entende. Por favor, pea aos responsveis pelo estudo para explicar qualquer palavra ou
procedimento que voc no entenda claramente.
O propsito deste documento dar a voc as informaes sobre a pesquisa e, se assinado, dar a sua
permisso para participar no estudo. O documento descreve o objetivo, procedimentos, benefcios e eventuais
riscos ou desconfortos caso queira participar. Voc s deve participar do estudo se voc quiser. Voc pode se
recusar a participar ou se retirar deste estudo a qualquer momento.
Muitas crianas apresentam problemas de ateno, concentrao, agitao e hiperatividade tanto na escola
como em casa. Estes problemas podem atrapalhar no rendimento da escola causando dificuldades para
aprender, podendo causar reprovao. Podem estar associados a problemas de comportamento em casa e na
escola levando a suspenses ou expulses na escola e brigas e discusses em casa.
Ns fazemos parte do Centro de Neuropediatria do Hospital de Clnicas que est estudando crianas com
dficit de ateno, concentrao, agitao e hiperatividade
O objetivo desta pesquisa de estudar a freqncia de crianas com desateno e agitao (hiperatividade)
com ou sem problemas de aprendizagem e de comportamento, desenvolvemos um questionrio com poucas
questes que permitam a identificao de crianas com estes comportamentos.
O seu filho foi selecionado para avaliao atravs de um questionrio respondido pelos professores em sala
de aula. Ele pode ou no apresentar os sintomas de desateno e agitao.
A sua participao, como pais, constar de respostas de um questionrio com questes referentes aos
problemas de ateno e agitao (hiperatividade) e uma conversa com o mdico neuropediatra. Seu filho no
precisar fazer nenhum exame de laboratrio como tirar sangue, ou algo assim. As informaes dos
questionrios e avaliaes sero mantidas em segredo e utilizadas exclusivamente para o propsito de
pesquisa mdica.
Caso seja do seu interesse, o seu filho continuar recebendo o atendimento mdico e psicolgico no Centro
de Neuropediatria do Hospital de Clnicas gratuitamente.
Sua deciso em participar deste estudo voluntria. Voc pode decidir no participar do estudo. Uma vez
que voc decidiu participar, voc pode retirar seu consentimento e participao a qualquer momento. Se voc
decidir no continuar, e retirar sua participao, voc no ser punido ou perder qualquer benefcio ao qual
voc tem direito.
No haver nenhum custo a voc relacionado aos procedimentos previstos no estudo.
Sua participao voluntria, portanto voc no ser pago por sua participao no mesmo.

171
Se vocs ou seus parentes tiverem alguma dvida com relao ao estudo, direitos do paciente, ou no caso de
danos relacionados ao estudo, voc deve contatar o Prof. Srgio Antonio Antoniuk ou sua equipe no Centro
de Neuropediatria do Hospital de Clnicas (32649101 / 99744929). Se voc tiver dvidas sobre seus direitos
como um paciente de pesquisa, voc pode contatar o Comit de tica em Pesquisa em Seres Humanos (CEP)
do Hospital de Clnicas da Universidade Federal do Paran, pelo telefone: 3360-1896. O CEP trata-se de um
grupo de indivduos com conhecimentos cientficos e no cientficos que realizam a reviso tica, inicial e
continuada do estudo de pesquisa para mant-lo seguro e proteger seus direitos.
DECLARAO DE CONSENTIMENTO DO PACIENTE:
Eu li e discuti com o Prof. Srgio Antonio Antoniuk, responsvel pelo presente estudo, os detalhes descritos
neste documento. Entendo que eu sou livre para aceitar ou recusar, e que eu posso interromper minha
participao a qualquer momento sem dar uma razo. Eu concordo que os dados coletados para o estudo
sejam usados para o propsito acima descrito
Eu entendi a informao apresentada neste termo de consentimento. Eu tive a oportunidade para fazer
perguntas e todas as minhas perguntas foram respondidas.
Eu receberei uma cpia assinada e datada deste Documento de Consentimento Informado.

___________________

_______________

____/____/_______

NOME DO PACIENTE

ASSINATURA

DATA

___________________

_______________

___/____/________

NOME DO RESPONSVEL
(Se menor ou incapacitado)

ASSINATURA

DATA

_________________________

_______________

___/___/_________

NOME DO INVESTIGADOR

ASSINATURA

DATA

Você também pode gostar