Fichamento (Saúde Mental Do Trabalhador e Na Terceira Idade)

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UNIVERSIDADE ESTCIO DE S

MBA EM SADE MENTAL E ATENO PSICOSSOCIAL

Fichamento
Nome do aluno: Daniel Oliveira Batista Brum

Trabalho da disciplina: SADE MENTAL DO TRABALHADOR E NA


TERCEIRA IDADE

Mucurici
2016
Fichamento do artigo: O Sistema Previdencirio Francs:
Prestes a se aposentar? (Resumido)

Resumo
No artigo: O Sistema Previdencirio Francs: Prestes a se aposentar? (Resumido)
percebemos que apresentado ao leitor de forma cronolgica o sistema previdencirio francs, que
carrega no seu curso o ideal de solidariedade, pois promove a qualidade de vida para aqueles que
contriburam e contribuiro com sua fora de trabalho at a aposentadoria, mas que ao longo do tempo,
a manuteno do sistema gerou crises envolvendo ideologias, gesto financeira e movimentos sociais
principalmente.

Introduo
A pesquisa realizada introduz o tema com a situao contempornea data da produo da
mesma, retratando que o sistema previdencirio da franca estaria insustentvel, pois no seu formato, as
contribuies pagas aos aposentados, vem do montante recolhido dos trabalhadores ativos, porm, de
acordo com as previses dos analistas, a conta no estava fechando, cenrio previsvel para o sculo 21.
Desencadeando assim uma reforma nos critrios do sistema de concesso de benefcio, assunto que
para ns Brasileiros estamos acostumados a assistir, de forma pacfica, mas que na Frana, notcias
como esta so tradicionalmente recebidas com manifestaes sociais e protestos:
Infelizmente, muitos analistas previram que o sistema previdencirio da Frana no se
sustentaria no sculo 21 sem sofrer reformas significativas. Aumento da longevidade,
aposentadoria iminente da gerao ps Segunda Guerra e a crescente presso pblica
pela diminuio da idade de aposentadoria estavam sobrecarregando o sistema existente.
O problema s aumentava com a reduo do crescimento econmico, alta taxa de
desemprego e as restries sobre o dficit oramental impostas pelo acordo europeu de
Maastricht. "O problema to grande", um economista snior do OCDE observou, "que
tero que mudar completamente o sistema."5 ainda assim, o sistema pblico existente
continuou extremamente popular na Frana. (MOSS, 2001, p. 2).

A partir da inicia-se a contextualizao cronolgica da previdncia na Frana, que se


origina no sculo 19 como um beneficio complementar ao salrio do empregado, sem uma legislao
especfica e de certa forma condicionado vontade da empresa, que usava de critrios anlogos ao
bom comportamento, somente para os que nela permanecem, e na virada do sculo, presses fizeram
com que o estado fornecesse polticas pblicas que dessem cobertura mais ampla aos trabalhadores,

ento, foi iniciado segundo o Moss (2001, p.2), atravs de iniciativa do tipo de tripartidarismo, a gesto
conjunta de planos de previdncia social por empregadores, trabalhadores e o Estado.
Aps o colapso generalizado causado pela segunda guerra mundial, passou-se a vigorar o
novo sistema chamado de Regime Geral, que operava sob o Princpio do Autofinanciamento, que se
consistia em contabilizar o que seria deduzido durante o ano dos trabalhadores para que fosse nesse ano
distribudo aos segurados em aposentadoria, sem um fundo, sem acumular, pois o regime anterior caiu
em descrdito da populao por no garantirem uma justa contrapartida no momento do recebimento do
benefcio. Porm, nem todos ficaram satisfeitos com o modelo geral, como foi o caso dos gerentes e
alta cpula do setor privado, que ao contrrio dos casos dos trabalhadores gerais, recebiam de
aposentadoria cerca de 20% do que recebiam no momento anterior ao se aposentar, sendo que para os
demais os ganhos chegavam a 80 % em mdia. Para estes casos, foram criados os regimes
suplementares, ARRCO e AGIRC, que posteriormente foram estendidos a todas as classes.
Um grande avano conquistado pelo regime geral de previdncia, que ele nasce
fundamentado pelo ideal de compartilhamento entre geraes, o que comunga com o que no Brasil
temos de muito comum do legado da revoluo francesa, dos seus ideais de liberdade, igualdade,
fraternidade, o que na minha opinio, contribuiu para uma quebra na desconfiana dos cidados
franceses pela identificao ideolgica. Fato importante ser ressaltado que esse modelo um avano
conquistado pela frente socialista francesa, e que apesar de muito criticada pelas pessoas e instituies
com maior poder econmico, foi uma medida que se destacou no mundo inteiro pelo acesso amplo e
pela distribuio de renda mais generosa e no vista nem em pases mais desenvolvidos, ou seja, os
aposentados franceses recebiam relativamente bem e essa medida devolveu aos segurados direitos e os
tirou da excluso social, porm, no eliminou a preocupao com a sustentabilidade financeira do
sistema, que com a melhoria da qualidade de vida, com o aumento da expectativa de vida e a baixa
natalidade, no sculo 21 j eram esperados que o nmero de trabalhadores ativos fosse insuficientes
para a manuteno dos mesmos direitos de acesso e benefcios aos aposentados.
Concomitante s preocupaes acerca da sade financeira do sistema previdencirio, havia
tambm uma questo da macroeconomia Francesa, com desempenho aqum de pases desenvolvidos e
baixa atrao do capital estrangeiro em investimentos, e uma forma de atenuar este problema e o
problema do sistema previdencirio, houveram muitas presses principalmente de origem conservadora
para a promoo de um sistema previdencirio privado, discusso que hoje muito recomendada por
economistas brasileiros, mas que so de carter particular no Brasil, porm, na Frana a ideia foi com o

intuito de recuperar a economia e para o enfrentamento prvio da exploso demogrfica eminente que
colocava em risco o sistema previdencirio pblico novamente.
Estas iniciativas culminaram em 1997 com os incentivos governamentais aos fundos de
penso privada, fundos que seriam administrados por bancos, com uma srie de incentivos
governamentais para os trabalhadores que optassem pela sua utilizao contribuinte complementar.
Podemos comparar com o modelo Brasileiro, segundo a lei 8.213, que dispe sobre os Planos de
Benefcios da Previdncia Social e d outras providncias:
I - universalidade de participao nos planos previdencirios;
II - uniformidade e equivalncia dos benefcios e servios s populaes urbanas e
rurais;
III - seletividade e distributividade na prestao dos benefcios;
IV - clculo dos benefcios considerando-se os salrios-de-contribuio corrigidos
monetariamente;
V - irredutibilidade do valor dos benefcios de forma a preservar-lhes o poder aquisitivo;
VI - valor da renda mensal dos benefcios substitutos do salrio-de-contribuio ou do
rendimento do trabalho do segurado no inferior ao do salrio mnimo;
VII - previdncia complementar facultativa, custeada por contribuio adicional;
VIII - carter democrtico e descentralizado da gesto administrativa, com a
participao do governo e da comunidade, em especial de trabalhadores em atividade,
empregadores e aposentados. (BRASIL, 2016).

Tanto no Brasil quanto na Frana, com relao aos princpios, podemos notar valores
permeados por ideologias de cunho socialista, que hoje, esto sofrendo duros golpes ocasionando perda
de direitos e qualidade de vida aos que dela dependem, porm, claro, acontece diante de um srio
problema de sustentabilidade financeira do sistema. Na Frana podemos distinguir principalmente pela
nfase no valor dos benefcios, que era originalmente relativamente alto se comparado pases
equivalentes ou superiores no quesito desenvolvimento, sendo algo que no Brasil, nem sempre foi
motivo de destaque, devido ao baixo poder de compra do salrio mnimo, que o valor ou bem
prximo do que a grande maioria dos beneficirios ganha.
O artigo pelo contexto no qual foi lanado, apresenta uma boa abrangncia e informaes de
indicadores, mas no aponta uma soluo que sirva de inspirao para a soluo de um suposto
problema to questionado por nossos governantes, talvez pela dificuldade de se encontrar essa soluo,
de forma economicamente justa, assim almejamos, de forma participativa.

Bibliografia

MOSS, David A. " O Sistema Previdencirio Francs: Prestes a se aposentar? (Resumido)."


Harvard Business School Teaching Note 701-027, Fev. 2001.
LEI N 8.213 de 24 de julho de 1991. Disponvel em
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8069.htm. Acesso em junho de 2016.

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