Atlas Bioenergia 2015 2
Atlas Bioenergia 2015 2
Atlas Bioenergia 2015 2
FICHA TCNICA
AUTORES:
Karina Ribeiro Salomon
(Coordenadora) CTEC/UFAL
Ivete Vasconcelos Lopes Ferreira
CTEC/UFAL
Alisson Felix Neri Santos
CTEC/UFAL
Las de Almeida Marques
CTEC/UFAL
Zabele Las Lyra Mendona
CTEC/UFAL
Mateus Hiroshi Chagas Fuonke
CTEC/UFAL
Jos Edmundo Accioly de Souza
CTEC/UFAL
Eduardo Lucena Cavalcante de Amorim
CTEC/UFAL
Simoni Margaret Plentz Meneghetti
IQB/UFAL
Anderson Carlos Marafon
Embrapa Tabuleiros Costeiros
REVISO (Sedetur)
Alrio Gomes da Cunha
Glauco Jos de S Leito Angeiras
Abel Cavalcante de Lima
Ricardo Jos Queiroz dos Santos
Adriana Azevedo de Sena
Arthur de Almeida
Rodolfo Ventura
Capa
Michel Rios
Rodolfo Ventura
Projeto Grfico e Diagramao
RENAN FILHO
Governador do Estado de Alagoas
HELDER LIMA
Secretrio de Estado do Desenvolvimento
Econmico e Turismo
SUMRIO
APRESENTAO
1. INTRODUO
1.1 BIOMASSA RESIDUAL
1.1.1 BIOMASSA RESIDUAL SLIDA
CANA-DE-ACAR
MANDIOCA
MILHO
ARROZ
COCO
AMENDOIM
FEIJO
EUCALIPTO
GRAMNEAS FORRAGEIRAS
Capim elefante
Sorgo
1.1.2 BIOMASSA RESIDUAL LIQUIDA
EFLUENTES LQUIDOS DE LATICNICOS
EFLUENTES LQUIDOS DE CASA DE FARINHA - MANIPUEIRA
EFLUENTES LQUIDOS DE MATADOUROS
EFLUENTES LQUIDOS DA PRODUO DE ETANOL - VINHAA
1.2 PRODUO DE BIODIESEL - OLEAGINOSAS
ALGODO HERBCEO
MAMONA
2. METODOLOGIA
2.1 REA DE ESTUDO
2.2 POTENCIAL ENERGTICO
2.2.1 BIOMASSA RESIDUAL SLIDA
CANA-DE-ACAR
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MANDIOCA
ARROZ
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MILHO
COCO
AMENDOIM
FEIJO
EUCALIPTO
2.2.2 BIOMASSA RESIDUAL LQUIDA
EFLUENTES LQUIDOS DE LATICNIOS, MANIPUEIRA,
VINHAA E MATADOUROS
2.2.3 POTENCIAL DE GERAO ENERGTICA DAS
OLEAGINOSAS
2.2.4 RESUMO DO POTENCIAL DE BIOMASSA
3. MAPA DE BIOMASSAS
3.1 MAPA DA BIOMASSA DA CANA
3.2 MAPA DA BIOMASSA DA CANA
3.3 MAPA DA BIOMASSA DA MANDIOCA
3.4 MAPA DA BIOMASSA DO MILHO
3.5 MAPA DA BIOMASSA DO ARROZ
3.6 MAPA DA BIOMASSA DACASCA DO COCO
3.7 MAPA DA BIOMASSA DO AMENDOIM
3.8 MAPA DA BIOMASSA DO FEIJO
3.9 MAPA DA BIOMASSA DO EFLUENTE DE LATICNIOS
3.10 MAPA DA BIOMASSA DO EFLUENTE DE MANIPUEIRA
3.11 MAPA DA BIOMASSA DO EFLUENTE MATADOURO
3.12 MAPA DA BIOMASSA DO EFLUENTE VINHAA
3.13 MAPA DA BIOMASSA DO BIODIESEL DE ALGODO
3.14 MAPA DA BIOMASSA DO BIODIESEL DO AMENDOIM
3.15 MAPA DA BIOMASSA DO BIODIESEL DO COCO
3.16 MAPA DA BIOMASSA DO BIODIESEL DA MAMONA
3.17 MAPA DA BIOMASSA DO BIODIESEL DO MILHO
4. CONSIDERAES FINAIS
5. CONCLUSES
6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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APRESENTAO
O presente trabalho foi desenvolvido pela Universidade Federal de Alagoas
- UFAL em parceria com o Conselho Estadual de Poltica Energtica - CEPE e
da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econmico e Turismo - SEDETUR,
atravs do Comit de Energia Renovvel, alm da EMBRAPA Tabuleiros Costeiros,
e tem por finalidade atualizar e ampliar o Atlas de Bioenergia de Alagoas publicado em 2014.
A publicao foi desenvolvida sob a coordenao da Prof Dr Karina Ribeiro
Salomon e contou com a participao de docentes e discentes, em especial Alisson Flix Neri Santos, das Unidades Acadmicas: Centro de Tecnologia - CTEC e
do Instituto de Qumica e Biotecnologia IQB e de pesquisadores da EMBRAPA.
A metodologia utilizada para aos clculos de converso da biomassa em
energia utilizada, em sua maior parte, foi a mesma desenvolvida pelo Centro Nacional de Referncia em Biomassa- CENBIO e apresentada na verso publicada
anteriormente. Outras metodologias utilizadas esto descritas no decorrer do trabalho.
A partir dos dados coletados foram elaborados mapas, por meio de ferramentas de geoprocessamento, com o potencial energtico dos resduos por microrregio alagoana.
Os mapas elaborados para este Atlas so referentes ao potencial de gerao
de energia dos seguintes tipos de biomassa:
Biomassa residual slida (resduos agrcolas)
Amendoim, arroz, coco, eucalipto, gramneas forrageiras (sorgo e capim elefante), feijo, mandioca, milho e resduos de cana-de-acar (com cenrios para
30 kWh e 60 kWh por tonelada de cana moda);
Biomassa residual lquida (efluentes lquidos agroindustriais)
Laticnios, casa de farinha (manipueira), matadouros e da produo de etanol
(vinhaa).
Espera-se que esta publicao contribua com dados e informaes que possam ser utilizadas como base e estmulo para novas pesquisas e investimentos
sobre a disponibilidade de biomassa e sua viabilidade no uso para gerao de
energia no estado de Alagoas.
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INTRODUO
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Entre as culturas produzidas em Alagoas, com potencial de gerao significativa de resduos devido grande quantidade produzida, destacam-se: cana-de-acar, amendoim, coco, feijo, arroz, mandioca, milho, eucalipto e gramneas
forrageiras (capim elefante e sorgo). Estas culturas so representativas em termos
de produo e geram grande quantidade de biomassa residual. Alm destas, os
efluentes agroindustriais se apresentam como importantes insumos para produo de energia.
A seguir so apresentadas as biomassas analisadas nesse estudo.
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MANDIOCA
O agreste alagoano constitui uma
referncia estadual no plantio e processamento da mandioca (Manihot
esculenta). Um indicativo da importncia dessa cultura na agricultura familiar em Alagoas o fato do cultivo
da mandioca geralmente ser feito em
pequenas propriedades (reas menores de 50 hectares, EMBRAPA, 2006).
Segundo dados do IBGE, no Brasil, a rea plantada com mandioca em
2014 foi em torno de 1,6 milhes de hectares, resultando numa produo de aproximadamente 23 milhes de toneladas. No estado de Alagoas, cerca de 18 mil
hectares esto plantados com mandioca, alcanando uma produo de 224,7 mil
toneladas, isso representa um crescimento de 18% da produo. A mandiocultura
est presente em todo o estado, onde se destaca o municpio de Arapiraca, tendo
atingido em 2013 uma produo de 55 mil toneladas (Codevasf, 2015).
MILHO
No Brasil, o milho (Zea mays)
a terceira maior cultura, com uma
colheita de mais de 8,7 milhes de
toneladas no ano de 2013 (IBGE,
2014). Em Alagoas cultivado em
praticamente todos os municpios,
abrangendo uma rea de 27 mil ha
na safra 2014/2015, com uma produo de 22,7 mil toneladas. Do
milho, se aproveita suas palhas e o
sabugo com a finalidade de gerar
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ARROZ
O arroz (Orysa sativa) produzido
em Alagoas, em menor escala comparada a outras culturas. No ano de 2014,
segundo a CONAB, foram produzidas
17.200 toneladas e deste valor 30% correspondem casca.
O APL Rizicultura no Baixo So
Francisco foi criado em 2012, atravs de
um termo de cooperao tcnica resultado de uma demanda levantada pelo
Grupo Santana, em consrcio com a Cooperativa Regional Agropecuria Vale
do Itaja (Cravil), que assumiu o compromisso de colocar em funcionamento a
Usina de Beneficiamento de Arroz, localizada em Igreja Nova. Essa tambm era
uma necessidade dos produtores de arroz da regio, pois precisavam organizar
a cadeia produtiva para torn-la competitiva no mercado. A regio do Baixo So
Francisco tem um clima bastante propcio para o desenvolvimento da cultura do
arroz. A sua produo uma atividade tradicional na localidade que vem sobrevivendo h dcadas, passando de gerao para gerao, porm, antes, era muito
mais cultural, passando a abrir espao para a dinamizao de uma cadeia produtiva, com o propsito de gerar emprego e renda e de mudar a realidade de
centenas de famlias da regio. Do arroz se aproveita as cascas para a produo
de energia.
COCO
Segundo o IBGE, em 2013, a produo em Alagoas foi de 69,772 milhes de
frutos. Do coco (Cocos nucfera) pode-se aproveitar a casca para a gerao de
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AMENDOIM
O amendoim (Arachis hypogaea)
uma espcie originria do Brasil,
constando na literatura sua utilizao
pelos indgenas. Atualmente, utiliza-se seu leo na indstria alimentcia. O amendoim uma das culturas pouco desenvolvidas em Alagoas,
pois, somente seis municpios fazem
o cultivo do mesmo. A produo em
2013 foi de 197 toneladas (IBGE, 2014).
Do amendoim pode-se aproveitar a
sua casca e suas ramas como biomassa residual para a possvel converso energtica.
FEIJO
O feijo comum (Phaseolus vulgaris, L.) uma fonte rica de nutrientes, sendo
considerado por muito tempo no Brasil como o alimento bsico para a populao, tanto nas reas rurais quanto urbanas (COSTA et al., 2006). O consumo per
capita desta leguminosa vinha caindo a cada ano, no entanto se estabilizou em
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EUCALIPTO
O cultivo de espcies de eucaliptos (Eucalyptus grandis)
dedicadas biomassa considerado uma alternativa tcnica
sustentvel por tratar-se de uma
fonte renovvel e limpa, que alm
de prevenir a extrao de madeira em florestas nativas capaz de
atender diversos propsitos energticos tais como a produo de
energia trmica (combusto direta, carvo vegetal, pellets e briquetes), eltrica (cogerao, gaseificao e queima
de gases) e/ou mecnica (etanol e biodiesel).
Os avanos na rea de silvicultura, com plantios adensados e de curta rotao,
aliados ao aumento na demanda por celulose no Brasil tem atrado investidores,
tornando promissoras as expectativas quanto ao uso desta biomassa florestal no
estado.
O perfil da eucaliptocultura em Alagoas caracterizado por plantios jovens
em reas menores que 100 ha, totalizando mais de 10.000 ha, dos quais mais de
70% esto em reas de encostas. A maioria dos plantios foi efetuada em 2013, 2014
e 2015. As perspectivas para o estado so de aumento na rea plantada com eu-
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GRAMNEAS FORRAGEIRAS
O cultivo de gramneas com elevadas taxas de crescimento e produtoras de
elevadas quantidades de biomassa rica em fibras e lignina, como o capim-elefante e o sorgo-biomassa, pode aumentar a disponibilidade de matria-prima
em escala industrial, desde que alinhado ao planejamento de plantio e colheita,
proporcionando rendimento extra no longo perodo de entressafra da cana-de-acar.
A gama de aplicaes das gramneas forrageiras extensa, podendo ser usadas em combusto direta para gerao de bioeletricidade, ou na forma de pellets
e briquetes (combustveis slidos), tanto na rea industrial quanto no setor agrcola. Tambm pode servir como fonte de matria-prima para produo de carvo
vegetal, papel e celulose e/ou de etanol celulsico ou de segunda gerao (2G).
Capim elefante
O capim-elefante (Pennisetum
purpureum) a gramnea forrageira
mais plantada nos trpicos midos
do mundo. Trata-se de uma espcie
perene e promissora para a produo
de energia que possui caractersticas
qualitativas semelhantes ao bagao
de cana, chegando a produzir 45 toneladas de massa seca por hectare em
um ano. A planta atinge at 6 metros
de altura, podendo ser colhida aps seis meses de cultivo, mantendo rebrotas
viveis e produtividade elevada. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria
- Embrapa dispe atualmente de duas cultivares com aptido para este tipo de
finalidade: BRS Canar e BRS Capiau. A Unidade de Execuo de Pesquisas (Rio
Largo/AL) da Embrapa Tabuleiros Costeiros Trabalhos (SE) vm desenvolvendo
pesquisas com capim-elefante em usinas de Alagoas, que tm demonstrado o
elevado potencial produtivo de gentipos para a regio da Zona da Mata.
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Sorgo
O sorgo biomassa (Sorghum bicolor)
um tipo de sorgo que apresenta rpido
crescimento e alto potencial produtivo,
chegando a 40 toneladas de massa seca
por hectare de 150 a 180 dias, com relativa tolerncia seca. Devido ao seu elevado
teor de fibras (22 a 28%) e lignina (8 a 10%) e
baixo teor de gua (50%), a espcie muito promissora para a gerao de energia
trmica. Atualmente, h algumas cultivares disponveis no mercado como: BRS
Ponta Negra e BRS 716 da Embrapa Milho e Sorgo, Palo Alto da Nexsteppe e
Blade Alta Biomassa da Ceres.
Alm das caractersticas qualitativas da biomassa, a eficincia na converso
energtica da matria-prima utilizada para a combusto depende da eficincia
das caldeiras onde o material ser queimado.
O potencial energtico da biomassa depende de seu poder calorfico, que
quantidade de calor liberada pela queima de um determinado combustvel (tabela
1.1.3).
Tabela 1.1.3: Produo de biomassa seca (t/ha/ano) e poder calorfico inferior (PCI base seca) de
diferentes fontes de matria-prima destinadas produo de energia
*umidade de 50% para o bagao e o sorgo, 75% para o capim-elefante e 15% para o eucalipto
**obtido descontando-se do poder calorfico superior a frao de massa de gua
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A presena de altos teores de lignina e celulose e o reduzido grau de umidade so aspectos desejveis para o uso da biomassa como insumo energtico
destinado combusto. A alta umidade e a baixa densidade da biomassa podem
gerar inconvenientes como a decomposio da matria-prima quando a mesma
estocada por longos perodos de tempo. Por isso, a remoo da umidade da
biomassa mediante secagem ao sol ou em secadores rotativos uma estratgia
fundamental para aumentar o poder calorfico dos materiais. O bagao de cana,
por exemplo, que apresenta PCI 3.900 kcal/kg quando seco, tem este valor reduzido para 2.100 kcal/kg quando sua umidade de 50% de umidade.
Os processos de adensamento envolvendo a secagem, a triturao e a compactao da matria-prima para produo de combustveis slidos (pellets e briquetes), aumentam a densidade e a eficincia energtica de utilizao desses
materiais. A densidade do briquete de bagao de cana de 500 kg/m e do pellet
de capim-elefante de 650 kg/m.
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ALGODO HERBCEO
A cultura do algodo herbceo (Gossypium hirsutum L., raa latifolium Hutch), realizada em condies de sequeiro, destaca-se como uma das mais importantes para a regio Nordeste, em especial para os pequenos e mdios produtores,
tendo assim importncia social e econmica muito elevada para o agronegcio
nordestino. (Embrapa, 2003).
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MAMONA
A mamoneira (Ricinus communis L.) uma oleaginosa de destacada importncia no Brasil e no mundo. Seu leo uma matria-prima de aplicaes singulares na indstria qumica devido a caractersticas peculiares de sua molcula
que lhe fazem o nico leo vegetal naturalmente hidroxilado, alm de uma composio com predominncia de um nico cido graxo, ricinolico, o qual lhe
confere as propriedades qumicas atpicas. Alm da vasta aplicao na indstria
qumica, a mamoneira importante devido sua tolerncia seca, tornando-se
uma cultura vivel para a regio semi-rida do Brasil, onde h poucas alternativas
agrcolas. No entanto, esta cultura no exclusiva da regio semi-rida, sendo
tambm plantada com excelentes resultados em diversas regies do pas. (EMBRAPA, 2015)
A produo de mamona em Alagoas teve seu registro no ano 2011 com uma
quantidade produzida de 10 toneladas (Agropecurio dos Municpios Alagoanos,
2014).
O estado de Alagoas j teve o seu programa de incentivo cultura da mamona, o Probiodesel, de acordo com o Programa Nacional de Produo e Uso de
Biodiesel a partir de oleaginosas, do Governo Federal. Entretanto, com o parecer
tcnico da Agncia Nacional de Petrleo ANP, classificando o leo de mamona como imprprio para utilizao em motores diesel, em virtude da sua elevada viscosidade, o programa perdeu a sua fora. Tal parecer tcnico causou uma
baixa procura da oleaginosa no mercado e a priorizao do cultivo de culturas j
consolidadas, no caso, da soja.
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METODOLOGIA
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Colnia Leopoldina, Flexeiras, Jacupe, Joaquim Gomes, Jundi, Matriz de Camaragibe, Messias, Murici, Novo Lino, Porto Calvo e So Lus do Quitunde, e o
maior deles o de Atalaia.
Palmeira dos ndios: localizada na Mesorregio do Agreste Alagoano e a
cidade plo Palmeira dos ndios. Possui 11municpios: Belm, Cacimbinhas,
Estrela de Alagoas, Igaci, Maribondo, Mar Vermelho, Minador do Negro, Palmeira dos ndios, Paulo Jacinto, Quebrangulo e Tanque dArca.
Penedo: pertence Mesorregio do Leste Alagoano e compreende 5 municpios: Feliz Deserto, Igreja Nova, Penedo, Piaabuu e Porto Real do Colgio,
sendo o principal deles o municpio de Penedo.
Santana do Ipanema: est localizada na Mesorregio do Serto Alagoano e
possui 10 municpios: Carneiros, Dois Riachos, Maravilha, Ouro Branco, Palestina, Po de Acar, Poo das Trincheiras, Santana do Ipanema, So Jos da Tapera
e Senador Rui Palmeira.
So Miguel dos Campos: est localizada na Mesorregio do Leste Alagoano
e constituda por 9 municpios: Anadia, Boca da Mata, Campo Alegre, Coruripe,
Jequi da Praia, Junqueiro, Roteiro, So Miguel dos Campos e Teotnio Vilela. Os
principais municpios so os de So Miguel dos Campos e Coruripe.
Serrana do Serto Alagoano: est localizada na Mesorregio do Serto
Alagoano e possui 5 municpios: gua Branca, Canapi, Inhapi, Mata Grande e
Pariconha.
Serrana dos Quilombos: est localizada na Mesorregio do Leste Alagoano e formada por 7municpios: Ch Preta, Pindoba, Ibateguara, Santana do
Munda, So Jos da Laje, Unio dos Palmares e Viosa, sendo o mais populoso
Unio dos Palmares.
Traipu: est localizada na Mesorregio do Agreste Alagoano e a cidade
plo Traipu. Compreende 3 municpios: Traipu, Olho dgua Grande e So Brs.
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CANA-DE-ACAR
O uso da cana-de-acar para cogerao de energia j foi largamente estudado. Neste trabalho, so propostos dois cenrios para gerao de energia a partir
dos resduos dessa cultura: 30 kWh/t de cana e 60 kWh/t de cana. O potencial para
gerao de energia calculado multiplicando-se a eficincia do processo (kWh/
tc) pela quantidade de cana colhida em cada municpio do Estado, dado este for
necido pelo IBGE (2011). O clculo foi efetuado pelas equaes 1 e 2 abaixo.
35
Cenrio 1 - 30kWh/tc
1
Cenrio 2 - 60kWh/tc
2
Para os dois cenrios foi considerado que o sistema opere somente durante
a safra com os resduos gerados (setembro a abril), resultando em 5.563 horas de
operao por ano.
MANDIOCA
O dado apresentado pelo IBGE em toneladas de mandioca em raiz produzida. O resduo agrcola gerado pela mandioca a casca, que representa 10%
do peso total da mandioca com casca. Considerando o Poder Calorfico Inferior
(PCI) mdio da mandioca de 7,65 MJ/Kg e o fator de converso energtica de
1MWh para cada 3.600 MJ, pode-se fazer uma estimativa do potencial energtico.
O clculo do potencial a partir desse resduo foi efetuado pela equao (3):
3
36
ARROZ
O dado apresentado pelo IBGE em toneladas de arroz em casca produzido,
portanto necessrio considerar apenas a casca como resduo agrcola aproveitvel que, neste caso, representa 30% no peso total do arroz com casca. O Poder Calorfico Inferior (PCI) da casca de 3.384,09 kcal/kg (COELHO, PALETTA e
FREITAS, 2000) e a converso de kcal/kg para kWh/kg dada pela diviso por 860.
O clculo do potencial a partir desse resduo foi efetuado pela equao (4):
4
MILHO
O dado apresentado pelo IBGE em toneladas de milho em gro produzido,
portanto necessrio considerar apenas a palha do milho como resduo agrcola
aproveitvel que, neste caso, representa 30% no peso total do milho. O Poder Calorfico Inferior (PCI) da palha de 3.570 kcal/kg (COELHO, PALETTA e FREITAS,
2000) e a converso de kcal/kg para kWh/kg dada pela diviso por 860. O clculo
do potencial a partir desse resduo foi efetuado pela equao (5):
5
37
COCO
O dado apresentado pelo IBGE para o coco em mil frutos, portanto necessrio estabelecer um peso mdio para cada fruto (aproximadamente 500g).
Posteriormente necessrio considerar apenas a casca do fruto como resduo
agrcola aproveitvel que, neste caso, representa 60% no peso total do coco. O
Poder Calorfico Inferior (PCI) da casca de 4.556,82 kcal/kg (COELHO, PALETTA
e FREITAS, 2000) e a converso de kcal/kg para kWh/kg dada pela diviso por
860. O clculo do potencial a partir desse resduo foi efetuado pela equao (6):
6
AMENDOIM
O dado apresentado pelo IBGE em toneladas de amendoim em casca produzido, portanto necessrio considerar apenas a casca como resduo agrcola aproveitvel, que neste caso representa 30% no peso total do amendoim com
casca. O Poder Calorfico Inferior (PCI) da casca de 4.281,82 kcal/kg (COELHO,
PALETTA e FREITAS, 2000) e a converso de kcal/kg para kWh/kg dada pela
diviso por 860. O clculo do potencial a partir desse resduo foi efetuado pela
Equao (7):
7
/ano) =
38
FEIJO
O dado apresentado pelo IBGE para o feijo em gros. O resduo agrcola
gerado a palha. necessrio considerar apenas o resduo agrcola aproveitvel
que, neste caso, representa 30% do peso total do feijo. O Poder Calorfico Inferior
(PCI) da palha de 3.700 kcal/kg (ALMEIDA, 2010) e a converso de kcal/kg para
kWh/kg dada pela diviso por 860. O clculo do potencial a partir desse resduo
foi efetuado pela equao (8):
8
EUCALIPTO
Para calcular o potencial energtico do resduo de madeira, levamos em considerao apenas os resduos gerados na fase de processamento, que representam 50% do peso total da madeira em tora. O PCI do resduo de 2.000 kcal/kg
(COELHO, PALETTA e FREITAS, 2000), e a converso de kcal/kg para kWh/kg
dada pela diviso por 860. O calculo do potencial a partir desse resduo demonstrado na equao (9):
9
Equao 9: Para os potenciais maiores que 200 kW/ano e menores que 10 MW/ano, foi considerada a utilizao de equipamentos com eficincia () = 15%.
39
Onde:
Ef. Trat = Quantidade de efluente tratado por ano (em m)
Taxa DBO5 = Taxa de gerao de demanda bioqumica de oxignio (ton DBO5/
m.ano)
= Eficincia do biodigestor (frao adimensional)
MFEM = Mximo fator de emisso de metano (frao adimensional)
R = Quantidade de metano recuperado (kgCH4/ano)
40
Para este clculo, foi considerado que todos efluentes agroindustriais produzidos de cada municpio so tratados.
Manipueira
Os dados apresentados pelo IBGE (2013), definindo a produo por municpio, so em tonelada de raiz produzida. Foram considerados apenas 30% dessa produo para fabricao de farinha (CASSONI, 2008), pois a manipueira
resduo dessa atividade, e que por tonelada de mandioca prensada produzida
279,1litros desse resduo, segundo ARAJO et al, (2014). Assim, foi determinada
tanto uma produo geral em tonelada de razes produzidas, como tambm por
municpios do estado, garantindo um parmetro comparativo do mtodo utilizado no trabalho da CENBIO.
Vinhaa
Dados da UNICA apresentam que para cada litro de etanol produzido gerado cerca de 13 litros de vinhaa, obtendo-se ento uma grande produo desse
resduo, cerca de 681.000 m de vinhaa, gerando um alto custo para o seu armazenamento.
Laticnios
A produo leiteira do estado segundo o IBGE (2012), dados da produo no
ano de 2010, de 231,367 milhes de litros de leite, porm, somente 43,9%dessa
produo so captadas pelas indstrias, para produo de derivados de leite, um
total de 101,530 milhes de litros por ano, e essa parcela que absorvida pelas indstrias do estado foi a considerada para os clculos.
41
42
/ano) =
3600 * 8322
Matadouros
Em Alagoas, dados do IBGE (2013) relativos pecuria, mostram que o estado tinha cerca de 1.251.723 cabeas de boi,e que neste ano foi abatido em torno
de 43.204.126 kg de animais, sendo estimado que o animal esteja pronto para o
abate quando atinge 18 arrobas, que a mdia nacional segundo o IBGE (2010).
Como uma arroba equivale a 15 kg, logo so 270 kg cada animal abatido. Dividindo o peso total de animais abatidos pelo peso de cada animal, obtm-se 160.016,0
animais abatidos em 2013 no estado de Alagoas, sendo um total de 12,78% da
quantidade total da criao no estado, clculo apresentado nas equaes 12 e 13.
Peso por animal = 18 arrobas * 15 Kg por arroba
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14
O erro apresentado pela metodologia empregada foi bem abaixo de 1%. Sendo
assim, podemos considerar que o mtodo empregado chegou bastante prximo
do real, podendo ser utilizado para a estimativa dos resduos gerados por esse
segmento, no presente trabalho.
Para cada municpio foi considerado que 12,78% da sua produo de cabeas
de boi so levadas para o abate, e a converso para resduo segundo AZEVEDO
NETTO & HESS (2003,apud SCARASSATI, et al. 2003), que para cada tonelada de
animal abatido so gerados 15 m de guas residurias.
Utilizando 1,16 de carga de DBO5,20 (ton/m) CETESB 1993, assim o clculo do
potencial energtico foi efetuado pelas equaes (1) e (2), baseados nesses valores
por municpio.
44
45
na);
( ToneladaMJbiodiesel )
15
8322
Onde:
leo= massa de leo em tonelada obtida no ano;
Efc = eficincia da metodologia aplicada para transformar leo em biodiesel;
PCI = poder calorfico inferior adotado: 39,6 MJ/kg biodiesel (Costa et. al);
= eficincia da mquina foi estipulada em 0,30 (motor de combusto inter0,28 o fator de converso de MJ para kW
Valor de 8.322 a considerao para 95% de operao anual em horas.
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MAPA DE
BIOMASSAS
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CONSIDERAES
FINAIS
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CONCLUSES
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6
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