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Apostila do curso Como compor BDI ministrado pelo Eng Mozart Bezerra da Silva e
realizado pela PINI - Desenvolvimento Profissional em So Paulo/SP, no perodo de 03 a 04
de abril de 2000.
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O perodo em anlise ser aquele compreendido entre a data mdia de desembolso por
parte do contratado, para compra de materiais e pagamento de mo-de-obra, e o recebimento
da parcela correspondente a tal desembolso. Esse perodo de tempo determinado a partir
da anlise das condies de pagamento previstas no Edital.
R. TCU, Braslia, v. 32, n. 88, abr/jun 2001
Preo de Obra Rodoviria , Gerncia de Custos Rodovirios do DNER, 1999, estudos para
atualizao do Sistema de Custos Rodovirios do DNER SICRO.
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Preo de Obra Rodoviria , Gerncia de Custos Rodovirios do DNER, 1999, estudos para
atualizao do Sistema de Custos Rodovirios do DNER SICRO.
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f) MOBILIZAO E DESMOBILIZAO
Mobilizao e desmobilizao so o conjunto de providncias e operaes
que o executor dos servios tem que efetivar para transportar pessoal e equipamentos
at o local da obra e, ao final dos trabalhos, retorn-los para o ponto de origem.
Como os gastos com mobilizao e desmobilizao s so significativos para
construo de estradas, barragens e outras obras que exigem a utilizao de grande
quantidade de equipamentos e so executadas em locais distantes de centros urbanos,
esses gastos podem ser considerados desprezveis na elaborao de oramentos de
edificaes localizadas no permetro urbano, principalmente se no mesmo municpio
da sede da construtora.
Deve-se atentar para o fato de que, na prtica, o construtor costuma deslocar
o equipamento para outra obra, preferencialmente na mesma regio, assim que ele
liberado. Portanto, usual que as empresas organizem ptios de equipamentos em
locais prximos s obras concludas, para guardar o equipamento at que ele seja
remobilizado para uma nova obra.
Os gastos com mobilizao e desmobilizao so obtidos mediante mensurao
da fora de trabalho a ser deslocada e do custo de mobilizao dos equipamentos e
so passveis de serem orados analiticamente.
Contabilmente, mobilizaes e desmobilizaes so gastos incorridos no
processo de obteno de bens e servios destinados venda, podendo, portanto, ser
classificados como custos diretos.
Contudo, como os gastos com mobilizao e desmobilizao variam com as
condies particulares de cada obra e respectiva construtora, e dada a dificuldade de
se obterem esses valores mediante clculos efetuados para cada caso, os oramentosbase de vrias instituies pblicas tm includo esse item no BDI e estimado taxas
a serem adotadas, embora a classificao dos gastos com mobilizao e
desmobilizao como despesa indireta no se apresente como a mais apropriada.
Como no oramento de obras rodovirias a incluso da mobilizao e
desmobilizao no BDI bastante comum, prope-se a adoo da taxa de mobilizao
e desmobilizao adotada pelo DNER que, em recente estudo para atualizao do
Sistema de Custos Rodovirios SICRO11, considerou como sendo de 2,62% a taxa
adequada para gastos com mobilizao e desmobilizao a ser includa no BDI.
g) SEGUROS E RISCOS E IMPREVISTOS
Sabe-se que nas atividades relacionadas com a construo civil h os mais
variados riscos, sejam para vida humana, equipamentos ou outros bens, relacionados
com a prpria execuo do servio. H ainda a possibilidade de se causar,
involuntariamente, danos corporais e materiais a terceiros.
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Preo de Obra Rodoviria , Gerncia de Custos Rodovirios do DNER, 1999, estudos para
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Contudo, existem seguros que cobrem esse riscos. Vale ressaltar que a
cobertura restringe-se a danos que sejam classificados como acidentais, por serem
sbitos e/ou imprevisveis.
Essa cobertura abrange todas as modalidades de construo civil e se
caracteriza pela multiplicidade de riscos tcnicos que podem se apresentar durante a
execuo da obra. Obtem-se, em uma s aplice, extensa gama de coberturas
(incndio, alagamento, desmoronamento, responsabilidade civil, roubo, etc).
Cabe salientar, quanto aos custos que representam tais seguros, que suas taxas
(percentuais a serem aplicados sobre a importncia segurada da obra) variam de
acordo com as caractersticas de cada obra.
A Associao Brasiliense de Construtores ASBRACO estimou, no j referido
estudo por ela publicado, que o percentual para cobertura bsica oscilaria em torno
de 0,6%, considerando-se uma edificao comercial ou residencial padro (15
pavimentos, 02 subsolos e prazo de execuo de 24 meses).
J a Secretaria de Governo e Gesto Estratgica do Estado de So Paulo
adota, para a contratao com rgos da administrao pblica estadual, uma taxa
de seguro de 0,50%.
Quanto taxa para imprevistos, essa pode estar includa no BDI, pois h
imprevistos que no so cobertos pelo seguro.
Consideram-se como imprevistos ou riscos os seguintes acontecimentos, dentre
outros cuja ocorrncia prejudica o andamento dos servios e independe da atuao
prvia do executor da obra: fenmenos naturais (guas subterrneas, ventos fortes,
condies climticas atpicas, etc); perdas de eficincia de mo-de-obra; perdas
excessivas de material (por quebras ou retrabalhos) e greves.
Prope-se a adoo de uma taxa de seguros/imprevistos no BDI de 1%, por
considerar que esta cobriria, alm do custo do seguro, os possveis imprevistos que
pudessem acontecer no decorrer da obra, conforme sugerido pelo Engenheiro
Fernando Morethson Sampaio em seu livro Oramento e Custo na Construo 12.
Sampaio, Fernando Morethson, Oramento e Custo na Construo , pg. 65, ed. Hemus,
1 edio, 1996.
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Ataliba, Geraldo. Hiptese de Incidncia Tributria, pg. 88, Malheiros Editores, 5 Edio,
1992.
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Preo de Obra Rodoviria , pg 12, Gerncia de Custos Rodovirios do DNER, 1999, estudos
para atualizao do Sistema de Custos Rodovirios do DNER SICRO.
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V. BONIFICAO (LUCROS)
No BDI, representa-se o lucro como sendo uma taxa incidente sobre o total
geral dos custos e despesas, excludas as despesas fiscais.
A Secretaria de Governo e Gesto Estratgica do Estado de So Paulo, com
base em estudos da Fundao Instituto de Pesquisas Econmicas FIPE, considera
que deve ser adotada uma faixa de valores obtida a partir das demonstraes
financeiras das empresas do setor, o que limitar a possvel variao da taxa de
lucro18.
Com base nesse critrio, aquela Secretaria adota para a contratao com rgos
da administrao pblica estadual uma margem de lucro de 7,2%.
Esse percentual foi obtido a partir da mdia aritmtica das relaes Lucro/
Vendas da demonstrao de resultados financeiros e contbeis das 309 maiores
empresas de construo civil (dados obtidos na revista Conjuntura Econmica).
Tambm o estudo publicado pela Associao Brasiliense de Construtores
ASBRACO19 considera como margem de lucro o valor de 7,2%.
J o Departamento Nacional de Estradas e Rodagem DNER, em recentes
estudos efetuados para a atualizao do Sistema Nacional de Custos Rodovirios
SICRO2 0, considera um lucro de 8,49% na composio do BDI.
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Com base nos estudos anteriormente citados, pode-se considerar que uma
margem de lucro entre 7,0% e 8,5% estaria perfeitamente adequada aos valores
atualmente praticados no mercado da construo civil.
PERCENTUAIS (%)
8,00
6,00
1,12
3,50
3,00
0,65
0,30
1,00
2,50
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Taxa CDB de maro de 2000, obtida na revista Conjuntura Econmica, vol. 54, n 5, maio de
2000, considerando-se que o perodo entre o desembolso por parte do contratado e o
recebimento da parcela correspondente de 30 dias.
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VIII. CONCLUSO
Como no h nenhuma norma que determine o que deve ou no ser includo
como Bonificao e Despesa Indireta (BDI), a utilizao de um critrio contbil
para classificar os gastos que podem ser considerados como despesas indiretas
uma forma de se delimitar tecnicamente quais os itens que compem o BDI.
Sob esse prisma, o BDI deve conter apenas gastos que contabilmente so
classificados como despesas indiretas, quais sejam: administrao central, ISS, PIS,
COFINS, CPMF, mobilizao e desmobilizao, despesas financeiras e seguros/
imprevistos. Qualquer outro gasto deve ser includo analiticamente na planilha
oramentria como custo direto.
J os valores pagos pela contratante a ttulo de IRPJ e CSSL no devem ser
includos nos oramentos de obras, j que esto relacionados com o desempenho
financeiro da empresa e no com a execuo do servio de construo civil que est
sendo orado.
Ressalte-se que, para que a taxa de BDI adotada num oramento possa ser
efetivamente analisada, importante que os contratantes exijam (j no edital da
licitao) a apresentao de sua composio na proposta oramentria.
Em consonncia com essa necessidade de que as despesas indiretas dos
oramentos sejam tratadas de forma mais analtica, o Tribunal de Contas da Unio,
em duas recentes deliberaes (AC-0172-29/97-P e DC-0189-12/97-P), determinou
que fossem discriminados os itens que compunham o BDI, de forma a permitir, quando
da anlise do oramento, uma aferio a contento dos percentuais utilizados como
base da estipulao da taxa total.
Quando da anlise dos oramentos de obras pblicas, a utilizao de um critrio
tcnico para delimitao do que deve estar contido na planilha oramentria e do
R. TCU, Braslia, v. 32, n. 88, abr/jun 2001
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IX. BIBLIOGRAFIA
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Silva, Mozart Bezerra da ,Como compor BDI, Editora Pini, So Paulo/SP, abril de 2000.
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